Fabio Antonio Colombo VALIDAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS MOLECULAR E SOROLÓGICO DA TOXOPLASMOSE CEREBRAL EM PACIENTES COM AIDS Defesa apresentada ao Programa de Pósgraduação em Ciências da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, para obtenção do Título de Mestre em Ciências. Área de Concentração: Pesquisas Laboratoriais em Saúde Pública Orientadora: Profa. Dra. Vera Lucia Pereira-Chioccola SÃO PAULO 2007 FICHA CATALOGRÁFICA Preparada pelo Centro de Documentação – Coordenadoria de Controle de Doenças/SES ©reprodução autorizada pelo autor Colombo, Fabio Antonio Validação dos diagnósticos molecular e sorológico da toxoplasmose cerebral em pacientes com Aids / Fabio Antonio Colombo – São Paulo, 2007. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Área de concentração: Pesquisas Laboratoriais em Saúde Pública Orientador: Vera Lucia Pereira Chioccola 1. Toxoplasmose cerebral / diagnóstico 2. Síndrome de imunodeficiência adquirida 3. Reação em cadeia da polimerase 4. Testes sorológicos SES/CCD/CD-155/06 II Dedicatória Dedico este trabalho aos meus pais Antônio e Darlete, pelo apoio e por terem me deixado seguir o meu próprio caminho. E também a minha estrela que sempre me guiou. “O escritor é um descobridor; o mau crítico é seu inimigo, pois é inimigo dos descobridores, dos que procuram mundos desconhecidos. Colombo deve ter sido sempre ilógico ou então não teria descoberto a América. O escritor deve ser um Colombo. Mas o crítico malévolo ou insuficientemente instruído pertence àquela camarilha que queria impedir a partida por ser contrária à sua sacrossanta lógica. O bom crítico, ao contrário, sobe a bordo da nave como timoneiro.” João Guimarães Rosa III Agradecimentos À Profa. Dra. Vera Lúcia Pereira Chioccola, pela orientação, dedicação, incentivo, amizade, confiança e atenção dispensada durante a execução deste trabalho. Obrigado por me ajudar a crescer profissionalmente e pessoalmente. A todos os pesquisadores científicos, biologistas, auxiliares, técnicos e aprimorandos das seções de Parasitoses Sistêmicas, Enteroparasitoses e Micologia do 8° andar do Instituto Adolfo Lutz, que contribuíram direta e indiretamente em minha formação acadêmica, pela ajuda, amizade e compreensão. As trigêmeas Cristina Meira, Isabelle Martins e Thais Alves pela ajuda nos momentos difíceis, pelas conversas, pela paciência e pelo trabalho em equipe. E principalmente por saber que sempre posso contar com vocês. A Elaine Cristina Corneta pelo carinho, incentivo e motivação durante toda a execução deste trabalho. E por segurar a minha mão quando foi preciso. IV Este trabalho teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP-03/12307-1). Fabio Antonio Colombo teve apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação. V Resumo A toxoplasmose é uma das mais comuns infecções parasitárias com alta prevalência em humanos. É uma infecção de caráter oportunista que acomete principalmente mulheres grávidas e pode ameaçar a vida dos pacientes imunocomprometidos, principalmente aqueles com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Ela é causada por Toxoplasma gondii, um protozoário parasita intracelular obrigatório. A doença pode causar danos graves no sistema nervoso central pela ocorrência da encefalite toxoplásmica. A doença cerebral era uma rara infecção antes da epidemia da AIDS, tornando-se a causa mais comum de lesões expansivas intracranianas e a terceira doença definidora de AIDS. Este estudo avaliou o diagnóstico molecular e imunológico da toxoplasmose cerebral e determinou os perfis sorológicos dos pacientes. Foram analisadas 256 amostras obtidas de 207 pacientes divididos em dois grupos. O grupo I foi composto de 64 pacientes com toxoplasmose cerebral obtendo um total de 82 amostras (64 de sangue e 18 de LCR). O grupo II foi composto de 143 pacientes com outras doenças oportunistas, sendo 95 neurológicas e 79 doenças sistêmicas, obtendo um total de 174 amostras (128 de sangue e 46 de LCR). A análise molecular das amostras foi realizada pela reação da polimerase em cadeia (PCR), utilizando iniciadores B22 e B23 do gene B1, e a análise imunológica pela imunofluorescência indireta (IFI) e pela reação imunoenzimática (ELISA). A PCR mostrou ser igualmente sensível e muito mais específica que os testes imunológicos na análise das amostras de LCR e sangue. O grave envolvimento neurológico na maioria dos pacientes estudados e a alta prevalência de toxoplasmose no Brasil podem ter contribuído para o aumento da sensibilidade da PCR. Os perfis sorológicos dos pacientes do grupo I apresentaram títulos significativamente mais altos daqueles encontrado no grupo II, e sugerem a presença da toxoplasmose cerebral ou um alto risco de desenvolver a doença. Apenas dois pacientes apresentaram resultados sorológicos negativos e resultado positivo na PCR sugerindo um VI comprometimento no sistema imunológico. Entre os pacientes estudados, 49 deles tinham amostras de sangue e de LCR e apresentaram alta concordância (90%) tanto nos testes imunológicos como no teste molecular. A análise molecular da toxoplasmose contribuiu para se estabelecer um diagnóstico da toxoplasmose cerebral mais rápido e preciso, tendo a PCR no sangue se apresentado tão sensível quanto à realizada no LCR, porém não sendo tão invasiva. VII Abstract Toxoplasmosis is one of most common parasitic infections with high prevalence in man. It is an opportunist infection that attacks mainly pregnant women and the can threat the life of the immuno-compromised hosts, principally in AIDS. This disease is caused by Toxoplasma gondii, an obligate intracellular protozoan. It may cause serious damages in central nervous system that can result in toxoplasmosis encephalitis. The cerebral disease was rare before AIDS epidemic, becoming the most common cause of expansive cerebral lesion and the third most frequent AIDS defining condition. This study evaluated molecular and immunological diagnosis of cerebral toxoplasmosis and determined serological profiles of the patients. We analyzed 256 samples from 207 patients divided into two groups. Group I was composed of 64 patients with cerebral toxoplasmosis with 82 samples (64 blood and 18 CSF samples). Group II was composed of 143 patients with other opportunist diseases as 95 neurological and 79 systemic diseases with 174 samples (128 blood and 46 CSF samples). Molecular analysis was carried out by polymerase chain reaction (PCR) using B22 and B23 primers from B1 gene. Immunological analysis was carried out by indirect immunofluorescence (IFI) and ELISA. PCR and Immunological tests were highly sensitive, but PCR was more specific than the immunological tests. The high prevalence of toxoplasmosis in Brazil and the fact that the majority of patients here had serious neurological involvement could be contributed for the increase of PCR sensitivity. Serological profiles from group I had titles significantly higher than serological profiles from group II. These data strongly suggest the cerebral toxoplasmosis in these patients or a high risk to develop the disease. Only two patients had negative serological tests and positive PCR, suggesting damages in the immunological system. CSF and blood samples were colleted in the same day in 49 patients. The immunological and molecular tests presented a high conformity (90%) between both samples. VIII The molecular diagnosis contributed to establish a fast and accurate diagnosis of cerebral toxoplasmosis. In addition, PCR performed in blood samples showed the same sensitivity than those carried out in CSF samples, but not so invasive. IX LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS °C – Graus centígrados AIDS - Síndrome da imunodeficiência adquirida CD4+ - “Cluster of Differentiation” CDC – “Centers for Disease Control “ DNA - Ácido desoxirribonucléico D.O. - Densidade ótica ELISA – “Enzyme-linked immunosorbent assay” et al. - e outros g – Aceleração da gravidade HAART – “Highly active antiretroviral therapy” HIV – Vírus da imunodeficiência humana IFI – Imunofluorescência indireta IgA - Imunoglobulina da classe A IgE - Imunoglobulina da classe E IgG - Imunoglobulina da classe G IgM - Imunoglobulina da classe M IIER - Instituto de Infectologia Emílio Ribas LCR- Líquido cefalorraquidiano LEMP- Leucoencefalopatia multifocal progressiva PCR- Reação em cadeia da polimerase PET – “Positron Emission Tomography” RNM- Ressonância nuclear magnética SNC - Sistema nervoso central SPECT – “Single Photon Emission Computed Tomography” TC – Tomografia computadorizada T. gondii – Toxoplasma gondii UV – Ultravioleta X LISTA DE TABELAS E FIGURAS Página Tabela 1- Distribuição de amostras clínicas dos pacientes dos Grupos I e II......................................................................................................................42 Tabela 2- Relação de doenças oportunistas e respectivo número de pacientes do Grupo II.....................................................................................43 Tabela 3- Valor diagnóstico de um teste laboratorial em relação ao diagnóstico clínico..........................................................................................52 Tabela 4- Comparação entre os resultados de ELISA, IFI e PCR em amostras de LCR de pacientes dos Grupos I e II...........................................56 Tabela 5- Sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo em amostras de LCR no diagnóstico da toxoplasmose cerebral...........................................................................................................57 Tabela 6- Comparação entre os resultados de ELISA, IFI e PCR em amostras de sangue de pacientes dos Grupos I e II......................................59 Tabela 7- Sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo em amostras de sangue no diagnóstico da toxoplasmose cerebral...........................................................................................................60 Tabela 8- Correlação entre os resultados na PCR, IFI e ELISA no diagnóstico laboratorial da toxoplasmose cerebral em sangue e em LCR....................... 65 XI Figura 1- Ciclo biológico de Toxoplasma gondii............................................21 Figura 2- Reação da PCR para a pesquisa do segmento do gene B1 de T. gondii usando os iniciadores B22 e B23........................................................54 Figura 3- Distribuição dos resultados de IFI e ELISA no sangue dos 64 pacientes com toxoplasmose cerebral..........................................................62 Figura 4- Distribuição dos resultados de IFI e ELISA no sangue dos 143 pacientes com outras doenças oportunistas................................................. 63 XII ÍNDICE página 1. INTRODUÇÃO..........................................................................................16 1.1. Histórico..................................................................................................16 1.2. Morfologia...............................................................................................17 1.3. Ciclo Biológico........................................................................................18 1.4. Epidemiologia da Toxoplasmose............................................................22 1.5. Patogenia da Toxoplasmose..................................................................23 1.5.1. Toxoplasmose Congênita....................................................................24 1.5.2. Toxoplasmose Ocular..........................................................................26 1.5.3. Toxoplasmose Cerebral.......................................................................27 1.6. Toxoplasmose Cerebral e AIDS.............................................................28 1.6.1. Epidemiologia......................................................................................28 1.6.2. Diagnóstico..........................................................................................30 1.6.2.1.Diagnóstico Sorológico......................................................................31 1.6.2.2. Diagnóstico Molecular……………………………………....…………..34 2. OBJETIVOS..............................................................................................38 2.1. Objetivo Geral........................................................................................38 2.2. Objetivos Específicos.............................................................................38 3. MATÉRIAIS E MÉTODOS........................................................................40 3.1. Pacientes...............................................................................................40 3.1.1. Obtenção das amostras de sangue e LCR.........................................42 3.2. Animais experimentais e T. gondii.........................................................44 3.2.1.Manutenção e obtenção de T. gondii ..................................................44 3.3 Diagnóstico Molecular.............................................................................44 XIII 3.3.1. Extração de DNA em amostras de sangue.........................................44 3.3.2. Extração de DNA em amostras de LCR.............................................45 3.3.3. Extração de DNA de taquizoítos.........................................................46 3.3.4. Reação em Cadeia de Polimerase.....................................................46 3.3.5. Eletroforese em gel de agarose..........................................................47 3.4 . Diagnóstico Imunológico........................................................................47 3.4.1. Reação imunoenzimática (ELISA).......................................................47 3.4.1.1. Preparo do antígeno.........................................................................47 3.4.1.2. Metodologia......................................................................................48 3.4.2. Reação de Imunofluorescência Indireta (IFI).......................................49 3.4.2.1. Preparo do antígeno.........................................................................49 3.4.2.2. Metodologia......................................................................................50 3.4.3. Teste de Avidez...................................................................................50 3.4.3.1. Preparo do antígeno.........................................................................50 3.4.3.2. Metodologia......................................................................................51 3.5. Análise estatística...................................................................................51 4. RESULTADOS..........................................................................................53 4.1. Padronização da PCR para o diagnóstico da Toxoplasmose.............. .53 4.2. Diagnóstico laboratorial da toxoplasmose no LCR.................................55 4.3. Diagnóstico laboratorial da toxoplasmose no sangue.................... .......58 4.4. Perfis sorológicos dos pacientes............................................................61 4.5. Correlação entre o diagnóstico laboratorial da toxoplasmose em sangue e em LCR.......................................................................................................64 5. DISCUSSÃO.............................................................................................66 6. CONCLUSÕES.........................................................................................72 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................73 8. ANEXOS………………………………………………………………..........…93 XIV Anexo 1-Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Infectologia Emílo Ribas Anexo 2- Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Adolfo Lutz Anexo 3- Parecer do Conselho Técnico Científico do Instituto Adolfo Lutz Anexo 4- Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Adolfo Lutz para a alteração do Titulo do Projeto de Pesquisa Anexo 5- Vidal JE, Colombo FA, Penalva de Oliveira AC, Focaccia R, Pereira-Chioccola VL. PCR assay using cerebrospinal fluid for diagnosis of cerebral toxoplasmosis in Brazilian AIDS patients. J. Clin. Microbiol. 2004; 42: 4765-4768 Anexo 6- Colombo FA, Vidal JE, Penalva de Oliveira AC, Hernández AV, Bonasser-Filho F, Nogueira RS, Focaccia R, Pereira-Chioccola VL. Diagnosis of cerebral toxoplasmosis in AIDS patients in Brazil: importance of molecular and immunological methods using peripheral blood samples. J. Clin. Microbiol. 2005; 43: 5044-5047 Anexo 7 – Prêmio de 1° lugar na Área temática: AIDS, do XLI Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e I Encontro de Medicina Tropical do Cone Sul, em 2005. Anexo 8 – Carta de informação ao paciente e termo de consentimento livre e esclarecido. XV 1. INTRODUÇÃO 1.1. Histórico O agente causador da toxoplasmose foi descoberto parasitando um coelho em um laboratório de São Paulo por Splendore em 1908, e na mesma época, pelos pesquisadores Nicolle e Manceaux no Instituto Pasteur na Tunísia em um roedor chamado gondii. Os casos humanos foram descobertos em 1923 na antiga Tchecoslováquia, por Janku e em 1927 por Magarinos Torres no Brasil, ambos classificados como Encephalitozoon (Rey, 2001). A toxoplasmose é uma doença com ampla distribuição na natureza, podendo infectar diversas espécies de vertebrados, sendo considerada uma zoonose, ou seja, uma doença de animais que eventualmente pode ser transmitida ao homem. Ela é causada por uma única espécie de protozoário, Toxoplasma gondii, que é um parasita intracelular obrigatório pertencente ao filo Apicomplexa, classe Sporozoa, subclasse Coccidia, ordem Eucoccidia. Esse filo tem por característica principal algumas estruturas celulares especiais responsáveis pela invasão celular chamada de complexo apical (Ravdin, 1995). As espécies dos felídeos são consideradas os únicos hospedeiros definitivos, principalmente os gatos, por permitirem a realização das fases sexuadas de multiplicação parasitária. Os demais animais, inclusive o homem são apenas considerados hospedeiros intermediários (Bushrod, 2004). T. gondii é reconhecido mundialmente como um dos mais bem sucedidos parasitas, podendo se hospedar em praticamente todos os animais, incluindo vertebrados aéreos como aves e morcegos, herbívoros, carnívoros e animais oceânicos como as baleias. Diferente de muitos 16 parasitas, que são amplamente restritos as regiões tropicais ou subtropicais, é um parasita global onde não se conhecem fronteiras geográficas (Carruthers, 2002). Sua importância em saúde pública está relacionada a uma infecção cosmopolita e de fácil difusão. Acomete mulheres grávidas e crianças e, pode se tornar muito grave em indivíduos imunocomprometidos por ser uma infecção de caráter oportunista. Seu papel na economia também é relevante por ser uma das causas da mortalidade neonatal em animais de criação (Rey, 2001). 1.2. Morfologia Por anos sua natureza permaneceu incerta até que a microscopia eletrônica demonstrou uma semelhança com coccídios e com esporozoítas de plasmódios de malária. Apresenta o complexo apical, estrutura em forma de cone oco que goza de mobilidade e permite a invasão de células de seus hospedeiros. Apresenta-se sob diversas formas morfológicas: oocisto, taquizoíto e cisto. Os oocistos medem em torno de 10 μm por 10 μm e, durante a fase aguda são liberados aos milhões nas fezes dos felinos, que são seus hospedeiros definitivos, por sete a dez dias. Tornam-se infectantes após a esporulação que leva de um a 21 dias (Dubey et al. 1970). Frenkel (1973) chamou de taquizoítos as formas de “lua crescente” ou ovais e de multiplicação rápida. Medem cerca de 6 μm de comprimento por 3 μm de largura. São estruturas bastante refringentes quando observado a fresco e corando-se com certa dificuldade. Apresentam algumas organelas como conóide, anéis polares, roptrias e micronemas, que são características do filo, além das organelas comuns às demais células animais. Entram nas células por penetração ativa e, após replicações são 17 disseminados pela corrente sangüínea infectando muitos tecidos, inclusive os do sistema nervoso central (SNC) (Dubey et al.,1988; Dubey,1991). Como outros protozoários patogênicos para o homem, os taquizoítos precisam de um ambiente intracelular para se replicar e são capazes de invadir ativamente qualquer célula nucleada de mamíferos (Rondanelli et al.,1986). Interagem com a célula usando muitos mecanismos como o citoesqueleto que tem papel fundamental no processo de invasão (Monteiro et al.,1998). Durante o processo de invasão é formada uma membrana de proteção chamada de vacúolo parasitóforo, onde os parasitas são capazes de viver. Esse vacúolo ao mesmo tempo em que impede a fusão dos lisossomos, promove a diferenciação de taquizoítos em bradizoítos, e transformando a si mesmo em cisto. (Gross et al.,1996). Os cistos teciduais, que medem de 20 a 200 μm, contém centenas de bradizoítos, que são morfologicamente idênticos aos taquizoítos, exceto pela velocidade de multiplicação, que é mais lenta, pela localização do núcleo na parte posterior do parasita, e pelo seu alto índice de micronemas e grânulos de amilopectina, um constituinte pouco solúvel do amido, que dá uma coloração avermelhada, ao contrário do amido que tem uma coloração azul pela coloração de Lugol. Persistem dentro dos cistos por toda a vida do hospedeiro e são mais resistentes à tripsina ou a pepsina que os taquizoítos. (Gross et al.,1996; Montoya & Liesenfeld, 2004). 1.3. Ciclo biológico A infecção por T. gondii acontece pela manipulação ou ingestão de carnes mal passadas ou cruas contendo bradizoítos viáveis no tecido muscular ou cerebral; ou ainda pela ingestão de água ou alimentos 18 contaminados com oocistos excretados nas fezes de felinos infectados (Rey, 2001; Bushrod, 2004; Montoya & Liesenfeld, 2004). Outros autores nos mostram que vários fatores podem afetar o curso da infecção como a virulência, o tamanho do inóculo e o estado imunológico do paciente (Suzuki et al,1996; Liesenfeld, 1999). O complexo ciclo da toxoplasmose pode ser explicado da seguinte forma e esquematizado na figura 1. Nos hospedeiros definitivos: quando um gato jovem ingere cistos presentes em tecidos de algum animal infectado dá-se início ao ciclo de T. gondii (A). Esses cistos se rompem e os parasitas penetram nas células epiteliais da parede do intestino (B), seguindo por dois caminhos. No primeiro caminho os parasitas se arredondam e começam a se multiplicar assexuadamente dando início a reprodução esquizogônica, onde primeiro se formam os esquizontes que continuam a repetir esse ciclo por diversas vezes (C). No outro caminho, alguns desses esquizontes se diferenciam em macrogametas e microgametas, que juntos formarão o ciclo sexuado chamado de gametogonia (D). O resultado da fusão dos gametas forma o zigoto, que posteriormente dará origem ao oocisto (E). Os oocistos deixam as células epiteliais antes mesmo de completarem seu desenvolvimento e saem para o exterior junto com as fezes. Eles necessitam de oxigênio para dar continuidade ao seu desenvolvimento (F). No meio externo os oocistos produzem no seu interior dois esporocistos, e cada esporocisto da origem a quatro esporozoítas, além de uma massa de citoplasma residual. Agora esses oocistos estão maduros e, são infectantes se ingeridos por quaisquer animais susceptíveis (Rey, 2001). Nos hospedeiros intermediários: a infecção pode acontecer por duas formas. A primeira, pela ingestão de alimentos ou contato com materiais contaminados com oocistos esporulados e maduros. A segunda 19 pela ingestão de carnes mal cozidas de animais contendo cistos presentes nos seus tecidos. Em ambos os caminhos os parasitas penetram no intestino do hospedeiro e iniciam um processo de multiplicação assexuada chamado de endodiogenia ou endogenia (G). Esse processo é semelhante a um brotamento interno, onde primeiro formam-se os conóides (Rey, 2001). Cada núcleo adota forma de ferradura e divide-se formando dois toxoplasmas filhos. O resto da célula mãe se degenera. Isso ocorre geralmente dentro de uma membrana formada pelo próprio parasita, chamada de vacúolo parasitóforo. Esse vacúolo é formado durante o processo de penetração ativa do parasita nas células do hospedeiro e funciona como uma forma de resistência ao hospedeiro. Nas infecções agudas, esses vacúolos formam os chamados pseudocistos, que se multiplicam rapidamente, atingindo certo tamanho até se romperem (H). Após a ruptura ficam livres os chamados taquizoítas (I), para a invasão de novas células (J). Os taquizoítas não têm preferência por tipos específicos de células, órgãos ou tecidos e podem infectar praticamente qualquer célula nucleada do organismo do hospedeiro. Nas infecções crônicas, onde o hospedeiro já desenvolveu algum tipo de imunidade, os taquizoítas continuam se multiplicando por endodiogenia, mas agora muito lentamente, formando os cistos contendo no seu interior centenas ou milhares de parasitas, agora chamados de bradizoitas (L). Esses cistos são muito resistentes às condições ambientais e aos medicamentos, podendo durar por toda a vida do hospedeiro infectado. Os cistos são estágios infectantes tanto para hospedeiros definitivos, como para intermediários (M). Os cistos são boas formas de resistência, pois sobrevivem por até 3 semanas a 4ºC e mais de 3 dias a -15ºC, já os oocistos resistem até um ano, no meio externo em ambiente favorável. (Rey, 2001; Montoya & Liesenfeld, 2004). 20 C Reprodução assexuada – esquizogonia formando esquizontes que repetem este ciclo várias vezes D Esquizontes diferenciam em macro e microgametasgametogonia E Reprodução sexuada com formação do zigoto -oocistos nas fezes Hospedeiro Definitivo- HD B Cistos se rompem e parasitas penetram células epitélio intestinal L Resposta do hospedeiro – multiplicação mais lenta – formação dos cistos de bradizoitos A Gato ingere oocistos no solo ou cistos de tecidos M Cistos teciduais infectantes tanto para hospedeiros definitivos como para intermediartios F Oocistos maduros e infectantes no meio ambiente G Ingestão de oocistos e penetração no intestino do HI– multiplicação assexuada endodiogenia Hospedeiro Intermediário- HI J Invasão de novas células e multiplicação por endodiogenia H I Ruptura dos pseudocistos e liberação dos taquizoitas Figura 1: Ciclo biológico de Toxoplasma gondii 21 Formação dos pseudocistos 1.4. Epidemiologia da Toxoplasmose A toxoplasmose ocorre no mundo todo e é uma das mais comuns infecções parasitárias, com alta prevalência em humanos (Gilbert, 2004; Weiss & Kim, 2004). A incidência da doença está sujeita as variações próprias de cada região, como o tipo de clima, hábitos culturais e alimentares de determinadas populações. Contudo, a infecção é mais prevalente em algumas regiões da Europa, Caribe e América do Sul. (Lebech et al., 1999). A soroprevalência na Europa varia de menos de 20% ao norte e mais de 60% ao sul (Pinon et al., 2001). Grande parte das pessoas e animais infectados, inclusive os selvagens, não apresenta a doença. O aparecimento dos sintomas está relacionado com a virulência da cepa e ao estado imunológico da pessoa. A infecção pode ocorrer congenitamente ou adquirida, e geralmente resulta numa infecção mais branda e com pouca sintomatologia (Remington & Klein, 1995). Estima-se ainda que a toxoplasmose exista na forma assintomática em cerca de 20 a 30 % da população nos Estados Unidos (Brindley et al., 1993). Na grande São Paulo a prevalência gira em torno de 69% (Guimarães et al., 1993). Outro aspecto importante a ser abordado na toxoplasmose cerebral é variedade da progressão e gravidade da doença. Tais fatores dependem da condição do hospedeiro e a genética do parasita (Suzuki et al., 1996). Está bem estabelecido em estudos com animais de experimentação, que a virulência varia de acordo com a cepa de T. gondii utilizada para a infecção. No entanto, análises genéticas de populações indicam que as cepas de T. gondii estão agrupadas em três linhagens designadas Tipo I, II e III (Howe & Sibley, 1995). A identificação de uma possível correlação entre a severidade da doença pode ser um dado para determinação de condutas terapêuticas (Fuentes et al., 2001). Estudos sobre 22 a caracterização genotípica de cepas de T. gondii são mais conhecidos em amostras clínicas e de animais das regiões norte do mundo (Estados Unidos e Europa). No Brasil, existem poucos estudos em humanos. Não se conhece quais dos subtipos circulam nestes pacientes ou qual deles é mais prevalente (Howe et al., 1997; Fuentes et al., 2001; Dubey et al., 2004). Estudos brasileiros em animais demonstram que existe um predomínio das cepas do Tipo I e Tipo III (Dubey et al.,2004). Existe um relato em pacientes com doença ocular em que a prevalência é maior do Tipo I (Vallochi et al., 2005). 1.5. Patogenia da Toxoplasmose Sendo o homem o hospedeiro intermediário de T. gondii, a infecção em pacientes imunocompetentes é assintomática ou oligossintomática. Na infecção aguda, predominam os taquizoítos de replicação rápida. Aproximadamente 10-14 dias após a infecção, estes taquizoítos diferenciam-se em bradizoítos, os quais se dividem mais lentamente e formam cistos em diversos tecidos do organismo, principalmente no cérebro, coração e músculo, estabelecendo infecção crônica. Nos casos de infecção benigna, raramente necessita de tratamento. Contudo, cerca de 10% dos indivíduos infectados apresentam sintomas graves ou persistentes. A manifestação clínica mais típica consiste em linfadenopatia isolada, com linfondos rígidos, não supurados e discretos. Outras formas podem surgir, com menor freqüência, como miocardites, pneumonites e encefalites. O aparecimento dos sintomas está relacionado com a virulência da cepa e com o sistema imune da pessoa infectada (Remington & Klein,1995; Su et al., 2002; Bushrod, 2004; Montoya & Liesenfeld, 2004). 23 Em contraste com o curso favorável da toxoplasmose em quase todos os indivíduos imunocompetentes, a doença pode ser uma ameaça de vida naqueles com deficiências do sistema imune. Nesses indivíduos a toxoplasmose quase sempre acontece como o resultado da reativação de uma infecção crônica, produzindo ruptura dos cistos e proliferação dos taquizoítos (Porter & Sande, 1992; Suzuki, 2002; Montoya & Liesenfeld, 2004). Os tipos clássicos serão descritos nos próximos itens: 1.5.1. Toxoplasmose Congênita A toxoplasmose congênita é a transmissão vertical do parasita passando da mãe para o feto via placenta. Essa transmissão ocorre durante a fase aguda da infecção, e tem sua maior complicação devido à falta de um contato prévio da mulher com o protozoário. Quando o contato ocorre anteriormente à concepção, dificilmente o feto será infectado devido à formação de anticorpos maternos. As conseqüências mais severas ocorrem quando a infecção acontece no primeiro e segundo trimestre, podendo resultar na morte do feto no útero ou aborto espontâneo. Quando a infecção acontece tardiamente, no terceiro trimestre, normalmente resulta em recém nascidos normais (Burg, 1988; Gavinet et al, 1997; Bichara & Povoa, 2001; Jones et al.,2001). As seqüelas mais freqüentes são danos oculares, neurológicos ou morte prematura. Estas seqüelas podem, também, aparecer anos mais tarde, durante a infância e a adolescência (Holfeld et al., 1994; Jenun et al., 1998; Bushrod, 2004). As manifestações clínicas incluem hidrocefalia, microcefalia, corioretinite, estrabismo, cegueira, epilepsia, retardo mental e anemia. A tríade clássica, composta de corioretinite, hidrocefalia e calcificações cerebrais, é rara (Remington et al., 1941; Swisher et al, 1994; Jones et al., 2001). Nenhum desses sinais descritos em recém nascidos é 24 patognomônico para toxoplasmose congênita e podem ser apresentados por infecções congênitas por outros patógenos, incluindo citomegalovírus, herpes, rubéola e sífilis (Montoya & Liesenfeld, 2004). O diagnóstico pré-natal da toxoplasmose congênita se baseia em exames de ultra-sonografia, amniocentese e análise de amostras de sangue fetal (Hohlfeld et al., 1994). Antes o diagnóstico definitivo ocorre com a demonstração do parasita, que pode ser pela cultura ou reação da polimerase em cadeia (PCR) realizado em amostras do líquido aminiótico, ambos tem suas limitações como o tempo prolongado e amostra de obtenção difícil, respectivamente. (Burg et al., 1989). Ultra-sonografias realizadas em fetos com suspeita de toxoplasmose podem aparecer normais. No entanto, podem surgir achados sugestivos da doença como calcificações intracranianas, aumento hepático e da espessura da placenta. (Frenkel, 1974). Cerca de 95% das crianças com toxoplasmose congênita apresentam desenvolvimento normal, as mortes em recém nascidos ocorrem em cerca de 1% e aproximadamente 2% tem prejuízos neurológicos graves. São encontrados calcificações intracranianas em cerca de 9% das crianças infectadas e 2% possuem dilatação ventricular detectada pela ultrasonografia (Gilbert, 2004). As infecções fetais têm seqüelas imprevisíveis, mas a gravidade das seqüelas pode ser prevenida ou reduzida com o tratamento da mãe durante a gravidez (Wallon et al, 1999; Pinon et al., 2001). No Brasil a ocorrência de toxoplasmose congênita varia de 0,2 e 2% (Silveira et al., 1988; Neto et al., 2000). Na região metropolitana de São Paulo, estima-se que nasçam de 230 a 300 crianças infectadas por toxoplasmose por ano (Guimarães et al., 1993). Mais recentemente o diagnóstico laboratorial é composto pelos métodos tradicionais e os métodos mais específicos. O teste da afinidade 25 funcional ou teste da avidez por anticorpos IgG, vem sendo utilizado para a distinção entre infecção recente da infecção já adquirida anteriormente. A avidez é um teste muito útil para o diagnóstico de gestantes e pode ser um teste confirmatório quando usado em associação com outros testes sorológicos (Camargo et al., 1991; Lappalainen & Hedman,2004). 1.5.2. Toxoplasmose Ocular A toxoplasmose ocular é a causa mais comum de uveíte em pacientes imunocompetentes, sendo responsável por 30 a 50 % dos casos (Garweg et al., 2000; Villard et al., 2003). A infecção por T. gondii é uma causa importante de corioretinite nos Estados Unidos e Europa. Na maioria dos casos ela resulta de uma infecção congênita. No Brasil, estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro, apresentam alta incidência de toxoplasmose ocular, sendo que a cidade de Erechim, no Rio Grande do Sul apresentou um índice de 17,7%, em uma população estudada de pouco mais de mil pessoas. (Glasner et al., 1992; Garcia et al., 1999; Petersen et al., 2001). As infecções oculares por T. gondii levam a corioretinite aguda que é caracterizada por uma inflamação grave que aparece no fundo do olho como uma elevação branco-amarelada, com margens indefinidas e normalmente no pólo posterior (Bou et al., 1999). Após a corioretinite focal necrosante pode aparecer uma inflamação granulomatosa e, também uma exsudação no interior do humor vítreo ou a invasão deste por capilares e necrose. Parasitas viáveis liberados pela ruptura dos cistos causam inflamação que induz necrose ou de hipersensibilidade disparada por causas desconhecidas. Raramente taquizoítos e cistos podem ser vistos na retina e os achados típicos podem incluir uma lesão focal branca visível, com uma intensa reação inflamatória 26 vítrea. A corioretinite causada por T. gondii pode aparecer na transmissão congênita ou na doença pós-natal como resultado da infecção aguda ou reativação (Montoya & Remington, 1996). 1.5.3. Toxoplasmose Cerebral A presença de cistos de T. gondii em indivíduos com algum tipo de imunossupressão pode causar uma doença neurológica grave. Incluemse neste grupo os indivíduos submetidos ao uso de drogas imunossupressoras como aqueles submetidos a transplantes, pacientes com doenças linfoproliferativas e pacientes com deficiência na imunidade celular como os portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) (Burg, 1988; Ferreira, 2000). O local da infecção típica é o sistema nervoso central e aparece na forma de uma encefalite toxoplásmica, que varia de um processo subagudo e pode evoluir gradualmente para um estado de confusão agudo (Franzen et al., 1997; Ferreira, 2000). As manifestações clínicas são: mudanças no estado mental, apreensões, distúrbios de nervos cranianos, anomalias sensoriais, desordem de movimentos e achados neuropsiquiátricos. O achado focal mais típico é a hemiparesia e anormalidades de fala (Franzen et al., 1997; Ferreira, 2000; Montoya & Liesenfeld, 2004). O dano no sistema nervoso central é caracterizado por muitos focos de necrose. Essas áreas necrosadas podem calcificar e levar sugestivos exames radiográficos, mas não patognomônicos da doença. Outro aspecto da encefalite por toxoplasma é a presença de necroses cerebrais com predileção das lesões nos gânglios da base em ambos os hemisférios cerebrais (Luft & Remington, 1992). Os métodos de imagens podem revelar lesões focais no sistema nervoso, embora estas imagens 27 possam compartilhar características semelhantes a abscessos, tumores, linfomas ou outras infecções oportunistas do sistema nervoso em pacientes HIV positivos. (Franzen et al., 1997; Ferreira, 2000). 1.6 Toxoplasmose Cerebral e AIDS 1.6.1. Epidemiologia A toxoplasmose cerebral era uma rara infecção antes da epidemia causada pelo vírus HIV que acometia somente pacientes imunossuprimidos (Harrison & McArthur, 1995). Contudo, tornou-se a causa mais comum de lesões expansivas intracranianas em pacientes com AIDS (Simpson & Tagliati, 1994; Cohen, 1999; Luft & Chua, 2000; Mamidi et al., 2002). O número de pessoas infectadas com T. gondii aumentou dramaticamente com o aumento de número de casos de AIDS (Burg, 1988). Segundo a UNAIDS (2006), existem em torno de 40 milhões de pessoas vivendo com HIV em 2005 no mundo, sendo que cerca de 5 milhões foram infectadas no ano de 2005. Os dados ainda mostram cerca de 3 milhões de mortes no ano. No Brasil, o primeiro caso apareceu no Estado de São Paulo em 1980 e até julho de 2005, já foram notificados cerca de 371 mil casos da doença, sendo que no Estado de São Paulo já são mais de 152 mil casos no mesmo período. O país já acumulou cerca de 172 mil óbitos devidos à AIDS até dezembro de 2004 (Ministério da Saúde, 2006). Pacientes com toxoplasmose e AIDS que apresentam menos de 200 células T CD4+/μL de sangue, podem ser acometidos com a reativação de infecção latente, sendo que mais de 80% destes pacientes desenvolvem encefalite (Porter & Sande, 1992; Renold et al., 1992; Luft et al., 1993 Mariuz et al., 1997). 28 A prevalência da toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS se correlaciona com a prevalência da infecção por T. gondii na população geral. Nos primeiros anos da epidemia da infecção pelo HIV, estimava-se que 25-50% dos pacientes que apresentavam anticorpos IgG anti-T. gondii e menos de 200 células T CD4+/μL de sangue desenvolviam toxoplasmose cerebral (Beamon et al., 1992; Luft & Remington, 1992; Oksenhendler et al., 1994). Em Berlim e Paris, 25% dos pacientes com AIDS apresentariam toxoplasmose cerebral. Já, em algumas localidades dos Estados Unidos esse valor é de 10% e na Bélgica 12 %. A toxoplasmose cerebral foi a segunda infecção oportunista mais comum relacionada à AIDS vindo atrás apenas da pneumocistose, causada por fungos da espécie Pneumocystis carinii, e a primeira causa mais comum de doença no sistema nervoso central nestes pacientes (Luft & Remington, 1992; Holliman, 1988). A introdução de terapias anti-retrovirais altamente eficientes (HAART) ocasionou o declínio da incidência e das mortes associadas à toxoplasmose cerebral em países desenvolvidos (Ammassari et al.,2000; Jones et al., 2000; Sacktor, 2001). Porém, ocorreu discreta mudança na distribuição das doenças oportunistas definidoras de AIDS, incluindo a toxoplasmose cerebral. Muitos pacientes apresentam como primeira doença, a toxoplasmose cerebral e só após está manifestação, são diagnosticados como apresentando AIDS. Como desconhecem que estão infectados pelo vírus HIV, não se beneficiaram do uso dos anti-retrovirais. (Ammassari et al., 2000; Leport et al., 2001; Manfredi & Chiodo, 2001; Gray & Keohane, 2003; Antinori et al., 2004). No Brasil, apesar dos avanços obtidos nos últimos anos, a queda da incidência foi inferior à observada em países desenvolvidos. Atualmente, a prevalência mundial da toxoplasmose é muito variável. Nos Estados Unidos e na Inglaterra estima-se que 16 a 40% da população estejam infectados. No entanto, na Europa continental, América 29 Central e América do Sul, incluindo Brasil, os índices de infecção variam entre 50 a 80% da população (Hill & Dubey, 2002; Bahia-Oliveira et al., 2003). As lesões expansivas intracranianas entre os pacientes com AIDS ainda apresenta considerável morbidade e mortalidade especialmente em países em desenvolvimento (Ammassari et al., 2000; Sacktor, 2002; Antinori et al., 2004). No Brasil, a toxoplasmose cerebral representa a doença que mais causa lesões expansivas intracranianas focais e a terceira doença definidora de AIDS (depois da tuberculose e da pneumonia por Pneumocystis carinii) (Cohen, 1999; Bahia-Oliveira et al., 2003; Marins et al., 2003; Vidal et al., 2003; Ministério da Saúde, 2006). Estes dados mostram que a toxoplasmose cerebral ainda é um problema sério de saúde pública no Brasil. 1. 6.2. Diagnóstico Tradicionalmente, o diagnóstico definitivo da toxoplasmose cerebral requer a comprovação do parasita no tecido cerebral (biópsia ou necropsia). O diagnóstico provável ou sugestivo, estabelecido pelo "Centers for Disease Control” (CDC, 1992; CDC, 1993), baseia-se na presença de achados neurológicos compatíveis, principalmente déficits focais; presença de anticorpos IgG contra T. gondii, alterações nos estudos de imagens sendo pela tomografia computadorizada (TC) ou pela ressonância nuclear magnética (RNM), evidenciando geralmente múltiplas lesões expansivas com realce anelar e edema perilesional; e uma adequada resposta terapêutica ao tratamento específico (American Academy of Neurology, 1998; Cohen, 1999; Luft & Chua, 2000; Skiest, 2002; Mamidi et al., 2002). O diagnóstico da toxoplasmose cerebral baseado em imagens pode ser confundido com outros processos patológicos como o vírus Epstein-Barr associado ao linfoma primário do SNC. Portanto, deve ser acompanhada a 30 evolução favorável tanto do ponto de vista clínico como radiológico após a administração de terapia especifica (Alonso et al., 2002). Contudo, as características clínicas e radiológicas podem ser idênticas em ambas as infecções (Roberts & Storch, 1997). As técnicas de imagem apresentam baixa sensibilidade. Portanto a biópsia cerebral continua sendo a única modalidade diagnóstica definitiva in vivo nestes pacientes (Skiest, 2002). Os testes convencionais para o diagnóstico definitivo de toxoplasmose são os de detecção do parasita, incluindo detecção microscópica direta de T. gondii no sangue, inoculação em camundongos e cultura de células. Estes testes levam muito tempo e tem baixa sensibilidade e por isso são pouco utilizados (Franzen et al., 1997; Jenun et al., 1998; Alonso et al, 2002; Joseph et al., 2002). O isolamento de T. gondii a partir de sangue ou outros fluidos corpóreos pode demonstrar a infecção como sendo aguda. A detecção de taquizoítos também pode ser feita em cortes histológicos do cérebro, ou por esfregaços de líquidos corpóreos, mas a biópsia cerebral é um procedimento muito agressivo para uso em rotina (Dupouy-Camet et al., 1993; Montoya & Liesenfeld, 2004). Na prática de clínica médica o tratamento é usualmente iniciado quando é determinado o diagnóstico presuntivo (provável ou sugestivo) baseado em achados clínicos e radiológicos (Luft & Remington, 1993; Eggers et al., 1995; Cohen, 1999; Bahia-Oliveira et al., 2003). 1.6.2.1-Diagnóstico Sorológico As técnicas mais usadas no diagnóstico laboratorial da toxoplasmose são os métodos sorológicos que utilizam métodos indiretos de detecção de anticorpos, geralmente os da classe G e M. Os métodos mais 31 utilizados são: imunofluorescência indireta (IFI), considerado o teste padrão ouro, e ELISA. Normalmente, os antígenos utilizados são extratos brutos de taquizoítos. São testes muito úteis para estudos epidemiológicos, mas com a desvantagem de não indicarem precisamente em qual fase se encontra a doença, fator imprescindível para se estabelecer o tratamento (Montoya & Lisenfeld, 2004). Estes testes sorológicos são amplamente usados, mas apresentam limitações. Anticorpos específicos como os produzidos em pacientes imunocomprometidos são dificilmente detectados e, por isso, não são muito confiáveis nestes casos (Franzen et al., 1997; Joseph et al., 2002). Por este motivo, os títulos de anticorpos IgG anti-T. gondii não são utilizados para identificar pacientes com reativação ou com risco de desenvolver toxoplasmose cerebral. Alguns artigos relatam que não observaram nenhuma correlação com o aparecimento da doença e a variação de títulos IgG (Navia et al., 1986; Bishburg, et al., 1989; Grant et al., 1990; Luft et al., 1993; Aarons et al., 1996; Raffi et al., 1999; Leport et al., 2001). Contraditoriamente, alguns artigos sugerem que altos títulos de anticorpos anti T. gondii em pacientes com AIDS podem ser preditores de toxoplasmose cerebral e salientaram a importância do estudo dos padrões específicos de anticorpos IgG (Derouin et al., 1991; LaRocco et al., 1993; Hellerbrand et al., 1996; Derouin et al.1996; Vidal & Penalva de Oliveira, 2002). Um estudo de caso-controle utilizando os testes de Sabin-Feldman, hemaglutinação indireta e aglutinação direta em pacientes que apresentavam concentrações de células T CD4+ menores que 150/μL demonstrou que os títulos altos de anticorpos IgG anti-T. gondii foram fortemente preditores de toxoplasmose cerebral (Hellerbrand et al., 1996). Derouin et al. (1996) realizaram um estudo prospectivo avaliando os títulos de anticorpos IgG contra T. gondii em relação ao risco de desenvolver doença. Os pacientes 32 com títulos maiores que 150 UI /mL apresentavam risco 3,3 vezes maior do que os pacientes com títulos menores que 150 UI/mL. Finalmente, três estudos não controlados e com casuística pequena, um deles retrospectivo (LaRocco et al., 1993) e dois prospectivos (Derouin et al., 1991; Vidal & Penalva de Oliveira, 2002), relataram que títulos altos de anticorpos anti-T. gondii foram indicadores de toxoplasmose clínica. Contrariamente, dois estudos prospectivos (Raffi et al., 1999; Leport et al., 2001) evidenciaram, na análise multivariada, que títulos de anticorpos IgG anti-T. gondii não foram preditores de toxoplasmose cerebral. Apesar disso, na análise univariada, Leport et al. (2001) identificaram que títulos altos podem ser um prognóstico da doença. Ambos os trabalhos salientaram a importância do estudo dos padrões específicos de anticorpos IgG, utilizando o perfil de imunoblot, o que permite definir algumas bandas como preditoras de doença. Testes de detecção de anticorpos IgA podem ser utilizados, quando a dosagem de anticorpos IgM em fetos e recém nascidos se apresentam negativa (Lappalainem & Hedman, 2004). Em adultos, anticorpos IgA permanecem na circulação pelo período de um ano ou mais e os IgE podem ser usados no complemento do diagnóstico (Pinon et al, 1990; Wong et al, 1993). Os métodos sorológicos tradicionais pouco diferenciam entre a toxoplasmose aguda e a crônica em mulheres grávidas, principalmente quando anticorpos IgG e IgM para T. gondii estão presentes simultaneamente (Cozon et al., 1998). O teste de avidez é um importante marcador sorológico adicional que auxilia no diagnóstico da doença aguda. Este teste se baseia na demonstração do aumento significativo dos níveis de anticorpos específicos IgG e/ou a presença de anticorpos específicos IgM, relacionado-os com o tempo. Os anticorpos com alta avidez são encontrados em infecções tardias e os de baixa avidez em infecções recentes, após o 33 primeiro encontro com o parasita (Bertozzi et al., 1999). O teste de avidez combina a exatidão dos ensaios baseados em titulação de ponto final com a facilidade relativa dos ensaios baseados na leitura de densidades óticas. O índice de avidez consiste na diferença dos valores da reatividade de anticorpos IgG lavados com tampão de uréia 6M que rompe os complexos com baixa avidez, versus os testes lavados com tampão controle (Cozon et al, 1998; Mechain et al., 2000; Prince & Wilson, 2001). Pesquisadores europeus relataram que anticorpos IgG com alta avidez dirigidos para T. gondii, excluem infecção aguda nos três meses anteriores (Liesenfeld et al, 2001). A medida da avidez da IgG ajuda na distinção entre anticorpos ativamente produzidos pelos recém nascidos com toxoplasmose congênita e os anticorpos de origem materna adquiridos passivamente em bebes não infectados (Holliman et al., 1994). A avidez é um método que pode fornecer segurança para as pacientes cronicamente infectadas e evitar a necessidade de repetir os testes sorológicos (Cozon et al, 1998). Apesar destes resultados contraditórios, a utilização do diagnóstico sorológico, parece ser um recurso a ser considerado na abordagem inicial dos pacientes com suspeita ou risco de toxoplasmose cerebral. No entanto, outros estudos devem ser realizados para que se possa avaliar a sua real utilidade. 1.6.2.2-Diagnóstico Molecular Nos últimos anos, a disponibilidade de novas metodologias diagnósticas como o uso da reação em cadeia da polimerase (PCR) no líquido cefalorraquidiano (LCR) e as técnicas de imagens como a tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) e a tomografia por emissão de pósitrons (PET) caracterizaram abordagens minimamente invasivas na avaliação inicial das lesões focais nos pacientes com AIDS. 34 Estes procedimentos diminuíram o número de biópsias estereotáxicas e aumentaram os diagnósticos pré-mortem (Antinori et al., 1997; Cingolani et al., 1998; Antinori et al., 2000; Ammassari et al., 2000). Na toxoplasmose cerebral, a sensibilidade do PCR para detectar moléculas de DNA de T. gondii é de apenas 50% (Schoondermark-van de Ven et al., 1993; Novati et al., 1994; Gianotti et al., 1997) e as técnicas de imagens continuam apresentando baixa sensibilidade. Até dispor de estudos que validem a real importância destas custosas metodologias, a biópsia cerebral continua sendo a única modalidade diagnóstica definitiva in vivo nestes pacientes (Skiest, 2002). Os artigos de revisão não destacam a utilização da PCR em amostras de sangue para o diagnóstico da toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS (Cohen, 1999; Mamidi, 2002; Skiest, 2002). Embora pouco avaliada em estudos clínicos controlados, esta metodologia tem sido aplicada há quase 10 anos, principalmente, nos pacientes com toxoplasmose disseminada (Lavareda, 1992; Dupouy-Camet et al., 1993; Khalifa, 1994, Lamoril et al., 1996). A baixa sensibilidade da metodologia pode estar relacionada à baixa parasitemia em pacientes com toxoplasmose cerebral (Dannemann et al., 1991; Pelloux et al. 1997). Por outro lado, a terapia específica anti-Toxoplasma pode também interferir na sensibilidade do método. A sensibilidade torna-se mais alta quando as amostras sanguíneas ou no liquido cefalorraquiano (LCR) são colhidas dentro da primeira semana de tratamento (Dupouy-Camet et al., 1993; Novati, 1994; Cingolani, 1996; Franzen, 1997). Apesar destas considerações, estudos recentes salientam o potencial uso dos métodos moleculares em amostras sanguíneas como auxiliares no diagnóstico da toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS. (Alonso, 2002; Priya et al., 2002). Ainda, a detecção de T. gondii pela PCR tem sido utilizada com freqüência em diferentes fluidos biológicos e usando vários marcadores 35 como iniciadores. A PCR tem sido aplicada para o diagnóstico de infecções em tecido cerebral, LCR, lavado broncoalveolar, sangue, tecido hepático, líquido amniótico, líquido pleural, líquido ascítico, urina e líquido ocular, porém o sangue é o que se apresenta com maior facilidade na coleta (Dupouy-Camet et al., 1993; Franzen et al., 1997; Montoya, 2002). A sensibilidade dos resultados da PCR pode ser afetada por diversas razões como: manuseio inadequado da amostra, transporte e condições de armazenamento, introdução de tratamento anti-toxoplasmose (Hohlfeld et al, 1994). Outros fatores influenciam os resultados, principalmente a escolha dos iniciadores e o DNA alvo. Já foram descritos mais de 25 pares de seqüências iniciadores para detectar T. gondii. A maioria delas tem como alvo a região repetitiva gene B1. O gene B1 é composto por 35 copias repetitivas, que são rotineiramente utilizadas para a detecção por PCR por ser altamente sensível e especifica em amostras clinicas (Burg et al, 1989; Grigg & Boothroyd, 2000). Alguns estudos relatam que a seqüência repetitiva do gene B1 apresenta sensibilidade variável quando utilizada em LCR (Franzen et al., 1997; Montoya e Liesenfeld, 2004). Estudos realizados com objetivo de comparar sensibilidade de seqüências iniciadoras mostraram que as seqüências alvo B22 e B23 do gene B1 apresentaram maior sensibilidade e especificidade (Brindley et al., 1993; Chabbert et al., 2004). Geralmente a terapia anti-toxoplasmica se baseia na clínica presuntiva e/ou sinais radiológicos. A resposta à terapia é considerada padrão ouro na ausência de biópsia cerebral, embora demore alguns dias ou semanas após a introdução da medicação. A terapia empírica pode ser desnecessária em 40% dos casos. Adicionalmente, pacientes com AIDS demonstram freqüente intolerância às drogas anti-toxoplasmicas (Raffi et al., 1999). O diagnóstico rápido e menos invasivo corroboram para o diagnóstico 36 rápido de outras complicações do sistema nervoso central para uma terapia especifica. Considerando a importância de abordagens diagnósticas não invasivas das lesões focais cerebrais nos pacientes com AIDS, a pesquisa utilizando-se métodos moleculares e sorológicos em amostras de sangue pode otimizar os recursos diagnósticos atualmente disponíveis. 37 2. OBJETIVOS Pacientes com AIDS e com lesões focais cerebrais são submetidos a exames invasivos para determinar o agente causador da infecção. A pesquisa de métodos moleculares e sorológicos em amostras de sangue ou LCR para determinar agentes infecciosos pode aperfeiçoar o diagnóstico atual. 2.1. Objetivo geral: Diagnosticar a toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS, usando técnicas imunológicas e de biologia molecular, e verificar se e os títulos altos de anticorpos IgG anti-T. gondii podem auxiliar no diagnóstico da toxoplasmose cerebral nesses pacientes. 2.2. Objetivos específicos 1- Padronizar a técnica da PCR para a pesquisa do segmento do gene B1 de T. gondii no sangue e no LCR visando o diagnóstico molecular da Toxoplasmose; 2- Realizar e avaliar os resultados obtidos com o diagnóstico molecular da toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS; 3- Realizar e avaliar o diagnóstico imunológico da toxoplasmose cerebral usando as técnicas de imunofluorescência indireta, ELISA e teste de avidez para a pesquisa de anticorpos anti-T. gondii em pacientes com AIDS; 4- Determinar a sensibilidade e especificidade de cada ensaio laboratorial no diagnóstico da toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS. 38 5- Comparar se os resultados obtidos pela PCR realizada no sangue tem a mesma sensibilidade e especificidade do que a realizada no LCR para o diagnóstico da toxoplasmose cerebral. 39 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Pacientes Foram analisadas 256 amostras de 207 pacientes maiores de 18 anos admitidos e tratados no Instituto de Infectologia Emilio Ribas, São Paulo, Brasil. Todos apresentavam diagnóstico sorológico positivo para HIV e valores de células CD4+ < 200 /µl. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo I: Foram analisadas 82 amostras, sendo 64 de sangue e 18 de LCR, de 64 pacientes com toxoplasmose cerebral, diagnosticados pelos exames clínicos e radiológicos. As “definições de diagnóstico clínico-radiológico de toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS” foram orientadas pelas definições do “Centers for Disease Control and Prevention” (CDC, 1993) e consistem em: 1) pacientes com sinais neurológicos focais, alterações do nível ou do conteúdo da consciência, evidência de imagem tomográfica de lesão expansiva, com ou sem realce da substância de contraste e resposta terapêutica ao tratamento anti-Toxoplasma ou 2) amostras de tecido cerebral, obtidas mediante necropsia ou biópsia estereotáxica, com achado de taquizoítos ou imunohistoquímica positiva para T. gondii e 3) resposta ao tratamento específico anti-Toxoplasma. Todas as amostras de sangue ou LCR foram coletadas antes ou até o terceiro dia de terapia específica para toxoplasmose (tabela 1). Grupo II: Foram analisadas 174 amostras, sendo 128 de sangue e 46 de LCR, de 143 pacientes maiores de 18 anos sem antecedente e ausência de diagnóstico clínico-radiológico para toxoplasmose cerebral. O diagnóstico definitivo desses pacientes para as outras doenças oportunistas foi determinado pela história clínica, avaliações laboratoriais e radiológicas. 40 Noventa e cinco amostras de 70 pacientes com doenças neurológicas e 79 amostras de 73 pacientes com doenças não neurológicas. As doenças e o número de pacientes estão descriminados na tabela 2, enquanto o número de amostras de sangue e LCR aparecem na tabela 1. Este grupo foi considerado como controle. Todos os pacientes que participaram da pesquisa aceitaram espontaneamente sua inclusão, pessoalmente ou através de familiares ou responsáveis. Todos assinaram o termo de consentimento que foi aprovado para este estudo nos comitês de ética do Instituto de Infectologia Emilio Ribas e do Instituto Adolfo Lutz (anexos). 41 3.1.1. Obtenção das amostras de sangue e LCR: Foram coletadas de cada paciente 10 ml de sangue em tubo contendo EDTA para o diagnóstico molecular e 5 ml em tubo seco para diagnóstico sorológico. Foram coletados de cada paciente cerca de 2 ml de LCR para a realização de diagnóstico molecular e imunológico. A coleta de LCR não foi realizada todos os pacientes devido à contra-indicação em pacientes com lesões cerebrais expansivas (Eggers et al., 1995; Antinori et al., 1997; Cingolani et al., 1998; Cohen, 1999). Pacientes Sangue LCR Total 64 18 82 128 46 174 192 64 256 Grupo I (n=64) Grupo II (n=143) Total (n=207) Tabela 1- Distribuição de amostras clínicas dos pacientes dos Grupos I e II 42 Doenças neurológicas Número de Doenças Sistêmicas amostras* Menigoencefalite/ 40 (27) C. neoformans Número de amostras* Pneumonia/ 26 (26) Pneumocystis carinii Neuro-Tuberculose 19 (15) Tuberculose 20 (19) Encefalite por HIV 18 (14) Pneumonia bacteriana 13 (13) Leucoencefalopatia 11 (7) Candidíase oral 7 (7) 7 (7) Linfoma difuso 6 (4) Diarréia 5 (3) Meningite bacteriana 2 (1) multifocal progressiva Neuro-sífilis Total 95 (70) 79 (73) Tabela 2-Relação de doenças oportunistas e respectivos números de amostras do Grupo II. * O número entre parênteses representa o número de pacientes. 43 3.2. Animais experimentais e T.gondii: 3.2.1. Manutenção e obtenção de T. gondii Os parasitas utilizados foram taquizoítos de cepa RH, que é uma linhagem altamente virulenta, não cistogênica e de multiplicação rápida, e foi gentilmente cedida pelo Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo. A manutenção da cepa foi realizada em camundongos machos da linhagem Swiss, com idade entre 25 e 30 dias, provenientes do Biotério Central do Instituto Adolfo Lutz, por via intraperitonial com média de 100 taquizoítos por animal. Após três ou quatro dias de infecção foi feita uma lavagem intraperitonial com 5 ml de solução fisiológica estéril para a retirada dos taquizoítos. A seguir, foi feita a contagem de parasitas em câmara de Neubauer e acertada na concentração desejada. Os taquizoítos obtidos foram utilizados para a manutenção da cepa através de passagem para um novo grupo de animais, para extração de DNA e para a preparação dos antígenos. 3.3.- Diagnóstico molecular: 3.3.1.- Extração de DNA em amostras de sangue A metodologia foi padronizada neste trabalho e publicada em Colombo et al. (2005). As amostras coletadas foram transferidas para um tubo de 15 ml, centrifugadas por 10 minutos a 2800 g para retirada de plasma. Para que ocorresse a lise de hemácias, nos tubos contendo o sedimento foram adicionados 3 vezes o volume de tampão ACK (150 mM cloreto de amônio; 1 mM bicarbonato de potássio; 0,1 mM EDTA pH 7,3) e incubados a temperatura ambiente sob agitação por 10 minutos. Após uma 44 nova centrifugação por 10 minutos a 2800 g, os sobrenadantes contendo restos de hemácias foram desprezados e os sedimentos foram transferidos para tubos de 1,5 ml. Para que ocorresse a lise das células nucleada adicionou-se 200 μl de um tampão de lise contendo 100 μg / ml Proteinase K; 50 mM Tris-HCl pH 8,0; 25 mM EDTA; 2% SDS. Os tubos foram agitados em vortex e incubados por 30 minutos a 56°C. Para a extração do DNA utilizou-se o método fenol-clorofórmio-isoamil (Sambrook et al., 1989) com algumas modificações. Aos tubos contendo as células lisadas foram adicionados 200 μl de fenol equilibrado e centrifugados por 10 minutos a 10.000 g. Os sobrenadantes foram retirados e transferidos para novos tubos onde foram adicionados de 200 μl uma mistura de clorofórmio/isopropanol (24:1), agitados e centrifugados por 10 minutos a 10.000 g. Os sobrenadantes foram novamente transferidos para novos tubos, adicionados 3 vezes o volume de isopropanol gelado e agitados para a precipitação do DNA. A seguir, os tubos foram centrifugados por 10 minutos a 10.000 g e os sobrenadantes descartados. Os sedimentos contendo DNA foram lavados com 200 μl de álcool etílico 70% por centrifugação a 10.000 g por 10 minutos. Os tubos foram deixados a 4°C para a evaporação do álcool. Após a secagem, as amostras de DNA foram re-hidratadas com 50 μl de água Milli-Q contendo 20 μg/ml de RNase. 3.3.2. Extração de DNA em amostras de LCR A metodologia de extração de DNA no LCR também foi padronizada neste trabalho e está descrita em Vidal et al. (2004). As amostras foram transferidas para tubos de 1,5 ml e centrifugadas por 5 minutos a 10.000 g. O sobrenadante foi retirado e utilizado para o diagnóstico imunológico. Os sedimentos contendo células foram lavados com 500 μl de PBS estéril por centrifugação por 5 minutos a 10.000 g. Após 45 o descarte dos sobrenadantes, foram adicionados 50 μl de água Milli-Q contendo 20 μg/ml de RNase e incubados a 100ºC por 5 a 10 minutos. 3.3.3. Extração de DNA taquizoítos Os taquizoítos provenientes de camundongos foram extraídos pelo método fenol-clorofórmio-isoamil (Sambrook et al., 1989) como descrito no item 3.3.1. As concentrações de DNA foram determinadas por espectrofotometria a 260 nm UV em um espectrofotômetro HACH DR/4000 U. 3.3.4. Reação em Cadeia de Polimerase. As reações para a amplificação do DNA foram realizadas com auxilio de um kit comercial (Amersham-Pharmacia-Biotech) em um tubo contendo 1,5 unidades de Taq DNA polimerase; 10 mM Tris-HCl pH 9,0; 50 mM de KCl; 1,5 mM MgCl2; 200 mM de cada um dos desoxinucleosídeos trifosfatados. Em cada reação foram adicionados 5 μl de cada amostra de DNA proveniente de amostra de sangue ou 10 μl proveniente de amostra de LCR. Junto foram adicionados 50 pmoles de cada um dos iniciadores em um volume final de 25 μl completado com água ultra pura. Foram utilizados os oligonucleotideos B22 (5’AACGGGCGAGTAGCACCTGAGGAGA3’) e B23 (5’TGGGTCTACGTCGATGGCATGACAAC3’), que amplificam uma seqüência de 115 pares de bases de uma região repetitiva do gene B1 de T. gondii (Burg et al., 1988, 1989). As amplificações foram realizadas num termociclador (Techne-Progene) e consistiam num ciclo inicial de desnaturação de 5 minutos a 95°C, uma segunda etapa com 35 ciclos de desnaturação a 95°C por 1 minuto, anelamento a 62°C por 1 minuto e extensão a 72°C por 1 minuto. Após essa etapa o processo foi finalizado por 46 um ciclo final de extensão por 10 minutos a 72º C. Cada reação foi acompanhada pela adição de um controle positivo a partir de DNA extraído de taquizoítos e dois controles negativos. O primeiro adicionou-se DNA proveniente de um indivíduo sem toxoplasmose e o segundo, água ultra pura substituiu o DNA. 3.3.5. Eletroforese em gel de agarose Os produtos amplificados foram diluídos em tampão de corrida (30% glicerol; 0,25% xilenocianol FF; 0,25% azul de bromefenol) na proporção de 1:6, aplicados em gel de agarose 2% em TBE (0,045M de TrisBorato; 0,001M EDTA) com 0,5 μl/ml de brometo de etídio e separados por um sistema de eletroforese horizontal numa cuba contendo o mesmo tampão. Os géis foram visualizados, e as imagens adquiridas em um sistema de aquisição de imagens (Gene Snap-Syngene). 3.4.- Diagnóstico Imunológico. 3.4.1. Reação imunoenzimática (ELISA). 3.4.1.1. Preparo do antígeno. Um lote de 35 camundongos recebeu, por via intraperitonial, 1x107 taquizoítos/animal. Após 5 dias os parasitas foram retirados através da lavagem intraperitonial com 5 ml de solução fisiológica estéril e, a seguir, a solução foi centrifugada por 1 minuto a 1800 g. Após o descarte do sobrenadante os parasitas foram lavados por três vezes com 40 ml de PBS pH 7,2 por 15 minutos a 2800 g. Por fim, foi adicionado 1 ml de água destilada ao sedimento, contendo os parasitas 47 A solução foi colocada em um becker com banho de gelo, e os parasitas rompidos por ultra-som (MSE). Foram feitos 6 ciclos (1,0 A por 1 minuto), sendo verificado após cada minuto a integridade dos toxoplasmas. Após a total destruição dos toxoplasmas, as concentrações protéicas foram determinadas por espectrofotometria UV a 280 nm. A seguir, a solução foi diluída em água destilada até que se atingisse a concentração protéica desejada. O antígeno foi separado em alíquotas e estocado a -20°C. 3.4.1.2. Metodologia. O antígeno foi diluído em 0,1 M bicarbonato de sódio pH 8,5 na concentração de 1 μg/ml e colocado 50 μl por orifício em placas escavadas de fundo chato com 96 orifícios (Evergreen Scientific). Após a incubação por 24 horas a 4°C, as placas foram lavadas por 2 vezes com PBS 0,05%Tween 20. Os orifícios da placa foram bloqueados com 100 μl de PBS-Leite desnatado 5% por 30 minutos em temperatura ambiente. Os soros testados foram diluídos a 1:500 em PBS-Leite desnatado 5%, adicionados nos orifícios em duplicata num volume de 50 μl e incubados por 45 minutos a 37°C. A seguir as placas foram lavadas por 5 vezes com PBS 0,05%-Tween 20 e adicionado 50 μl/ orifício de IgG de cabra anti-IgG humana conjugada a peroxidase (Sigma) na diluição 1:5000 em PBS 5%-Leite desnatado. As placas foram incubadas por mais 45 minutos a 37°C e, novamente lavadas 5 vezes com PBS 0,05%-Tween 20. A revelação ocorreu com a adição de 100 μl do substrato enzimático contendo 0,5 mg/ml de OPD (o-fenilenodiamina) diluído em 0,1M fosfato de sódio dibásico pH 4,5; 0,1M ácido cítrico; 0,1% H2O2; por 15 minutos em câmara escura, a temperatura ambiente. A reação foi interrompida adicionando 50 μl de H2SO4 4 N. 48 Os resultados foram analisados em espectrofotômetro (Labsystens Multiskan) em comprimento de onda de 492 nm. Foram calculadas as médias dos valores em densidade ótica (D.O.) dos soros testados em duplicatas. Os soros que apresentaram média superior ao “cutoff” (D.O. = 0,143 na diluição 1:500) foram testados pelo método quantitativo. Neste caso, os soros foram diluídos em série até 1:128 000. Os testes realizados com as amostras de LCR foram executados da mesma maneira, diferindo apenas nas diluições. No teste qualitativo as amostras foram ensaiadas sem diluição e no quantitativo, em diluições seriadas até 1:16. 3.4.2. - Reação de Imunofluorescência indireta (IFI). 3.4.2.1. Preparo de antígeno. A obtenção de parasitas foi inicialmente realizada como descrito no item 3.4.1.1., até a sedimentação. Aos tubos contendo parasitas foram adicionados formol 2% em PBS pH 7,2 na proporção de 1:1 e incubados por 30 minutos a 37°C. O sobrenadante foi desprezado após uma centrifugação por 15 minutos a 2800 g e, ao sedimento foi adicionada aleatoriamente, solução salina até que se obtivesse 20 a 30 taquizoítos por campo, quando observado em microscopia no aumento de 400 vezes. O antígeno, então foi distribuído em lâminas de 10 orifícios contendo em média 20 μl por orifício e deixadas secar naturalmente em temperatura ambiente. As lâminas secas foram embrulhadas em papel vegetal e acondicionadas em papel de alumínio e posteriormente conservadas em freezer a -20°C até o momento do uso. 49 3.4.2.2. Metodologia. As lâminas com antígeno contendo taquizoítos íntegros foram retiradas do freezer e mantidas em temperatura ambiente. Os soros foram diluídos nas concentrações 1:16, 1:256, 1:1024, 1:2048, 1:4096 e acrescentados na lâmina em ordem decrescente num volume de 15 μl. A seguir, foram incubadas por 30 minutos em câmara úmida a 37°C e, posteriormente, lavadas com PBS pH 7,2 por dois períodos de 10 minutos. As lâminas foram secas suavemente com papel de filtro, e sobre os orifícios foram acrescentados 15 μl de uma globulina anti-IgG humana marcada com fluoresceína (Biolab-Merieux) diluído 1:200 em 0,05% Azul de Evans PBS pH 7,2. Após nova incubação em câmara úmida por 30 minutos a 37°C, as lâminas foram novamente lavadas por 2 vezes com PBS pH 7,2. A seguir, foram secas, receberam uma fina camada de glicerina tamponada com PBS pH 7,2 e foram recobertas com lamínula. As leituras foram feitas em microscópio de fluorescência (Nikon) em aumento de 400 vezes. O cut-off, já estabelecido pela seção de Toxoplasmose do Instituto Adolfo Lutz foi considerado a diluição de 1:16 (Camargo & Leser,1976). Os testes realizados com as amostras de LCR foram executados da mesma maneira, diferindo apenas nas diluições. No teste qualitativo as amostras foram ensaiadas sem diluição e no quantitativo, em diluições seriadas até 1:16. 3.4.3. Teste de Avidez. 3.4.3.1 Preparo do Antígeno. O preparo do antígeno foi realizado como descrito no item 3.4.1.1. 50 3.4.3.2 Metodologia. A metodologia foi realizada como descrito no item 3.4.1.2. com as seguintes alterações. Os soros foram diluídos na proporção de 1:100 em PBS 0,05%-Tween 20; 5% Leite desnatado e aplicados em duplicata uma em cada fileira e incubados a 37°C. A seguir, foram adicionados 250 μl de uma solução 6M de uréia; PBS 0,05%-Tween 20 por orifício em fileiras alternadas. As placas foram incubadas por 15 minutos a 37°C. Os índices de avidez foram calculados pela divisão dos valores das D.O. nas reações tratadas com uréia pelos valores das D.O. obtidas nas reações sem tratamento pela uréia. Os produtos obtidos foram multiplicados por 100. Os resultados obtidos foram expressos em porcentagem e foram considerados como descrito a seguir: 1- índices de avidez menor que 15% representaram valores preditivos sugerindo uma infecção adquirida a menos de 5 meses; 2- índices entre 15 e 30% representam valores preditivos sugerindo infecção adquirida a mais de 5 meses. Altos índices de avidez (acima de 30%) determinaram infecções crônicas (Korhonen et al, 1999; Garweg et al, 2000; Mechain et al, 2000). 3.5. Análise estatística. Os testes estatísticos foram calculados como descrito por Ferreira & Ávila (2001). Foram determinadas a sensibilidade e especificidade, e valores preditivos (positivo e negativo). Os testes foram aplicados nos métodos sorológicos (IFI e ELISA) e moleculares (PCR determinada em amostras de LCR e de sangue). A análise foi realizada em todas as amostras de ambos os grupos de pacientes. As amostras dos pacientes diagnosticados clinicamente como tendo toxoplasmose cerebral foram 51 denominadas “com doença”. As amostras do grupo dos pacientes com outras doenças oportunistas foram chamadas de “sem doença”. Os cálculos foram baseados em uma tabela 2 x 2 (Tabela 3), onde: VP (verdadeiro positivo) = número de indivíduos com a doença e que apresentaram o teste positivo; FP (falso positivo) = número de indivíduos sem a presença da doença e que apresentaram o teste positivo; VN (verdadeiro negativo) = número de indivíduos sem toxoplasmose cerebral e com o teste negativo e FN (falso negativo) = número total de indivíduos com toxoplasmose cerebral e com o teste negativo. Teste Com doença Sem doença Positivo VP FP Negativo FN VN Tabela 3- Valor diagnóstico de um teste laboratorial em relação ao diagnóstico clínico As fórmulas estatísticas aplicadas foram: 1-Sensibilidade = VP / VP + FN; 2-Especificidade = VN / VN + FP; 3-Valor preditivo positivo = VP / VP + FP; 4-Valor preditivo negativo = VN / VN + FN. 52 4. Resultados. 4.1. Padronização da PCR no diagnóstico da Toxoplasmose. Os primeiros experimentos foram realizados para padronizar cada seguimento dos testes utilizados para avaliar as amostras clínicas. Os testes iniciais em LCR foram realizados em amostras congeladas (Vidal et al., 2004). Foram incluídos alguns procedimentos ao processamento das amostras clínicas com objetivo de eliminar inibidores da Taq polimerase, presentes em fluidos biológicos. As amostras de sangue e LCR foram processadas rapidamente e, após a centrifugação, as células foram lavadas com tampão para retirar restos de sangue ou LCR. Considerando-se que os parasitas poderiam ser raros, então, as amostras foram centrifugadas para maior recuperação de células. No caso de LCR, as células foram lisadas por aquecimento para liberação do DNA, evitando-se assim, centrifugações e perda de células. A seguir, foi determinada a quantidade mínima de DNA de T. gondii capaz de ser detectada na PCR quando presente no sangue e no LCR. DNA extraído de 1x107 taquizoítos coletados de camundongos foram diluídos serialmente até 1x102 e amplificados por PCR na presença de DNA extraído de sangue ou de LCR humano. Como ilustração a figura 1 mostra uma seqüência de 115 pb amplificada pelos iniciadores B22 e B23. 53 pB 1 2 3 500- 200100- 115 pb Figura 2: Reação da PCR para a pesquisa do segmento do gene B1 de T. gondii usando os oligonucleotideos B22 e B23. Gel de agarose a 2% corado com brometo de etídio: 1 - Peso molecular (DNA Ladder 100pb); 2- amostra positiva; 3- amostra negativa. Os orifícios receberam 5μl do produto amplificado. 54 4.2. Diagnóstico laboratorial da toxoplasmose no LCR. Após as padronizações dos testes laboratoriais, estes foram empregados no diagnóstico da toxoplasmose e os resultados foram avaliados e comparados. Foram analisados os dados obtidos com as amostras de LCR. A Tabela 4 mostra os resultados de ELISA, IFI e PCR de 64 amostras, sendo 18 de pacientes do grupo I e 46, de pacientes do grupo II. Dentre os 18 pacientes com toxoplasmose cerebral, 16 apresentaram anticorpos anti-T. gondii detectados por IFI e 15 por ELISA. A PCR detectou a presença de T. gondii em 16 pacientes. No grupo II, das 46 amostras de pacientes com outras doenças oportunistas, a IFI detectou a presença de anticorpos anti-T. gondii em 20 pacientes, e ELISA em 16. A PCR foi positiva em apenas 3 (6,5%) pacientes do Grupo II. IFI foi negativa em 26 pacientes e ELISA em 30. A PCR foi negativa 43 pacientes. Foram calculados a sensibilidade, a especificidade e os valores preditivos positivo e negativo para cada um dos testes. Como mostra a Tabela 5, as porcentagens de sensibilidade foram semelhantes entre os três testes: 89% para a IFI e a PCR, e 83 % para ELISA. Grande diferença foi notada nas especificidades: 93% para PCR, 56% para IFI e 65% para ELISA. Estes dados refletiram nos valores preditivos positivos dos testes mostrando significante diferença entre a PCR (0,84) e os testes sorológicos (IFI – 0,44 e ELISA - 0,48). 55 Tabela 4: Comparação entre ELISA, IFI e PCR em amostras de LCR dos pacientes dos Grupos I e II. LCR Pacientes IFI Total positivo ELISA negativo positivo PCR negativo positivo negativo Grupo I Pacientes com AIDS 18 16 02 15 46 20 26 16 64 36 28 03 16 02 30 03 43 33 19 toxoplasmose cerebral Grupo II Pacientes com AIDS e outras doenças oportunistas Total 31 56 45 Tabela 5: Comparação entre parâmetros para validação calculados para ELISA, IFI e PCR nas amostras de LCR. LCR Teste PCR IFI Sensibilidade 0,8889 0,8889 0,8333 Especificidade 0,9348 0,5652 0,6521 Valor Preditivo Positivo 0,8421 0,4444 0,4838 Valor Preditivo Negativo 0,9555 0,9286 0,9090 57 ELISA 4.3. Diagnóstico laboratorial da toxoplasmose no sangue. A seguir, foram analisados os dados obtidos com as amostras de sangue. A Tabela 6 mostra os resultados de ELISA, IFI e PCR de 192 amostras, sendo 64 de pacientes do grupo I e, 128 de pacientes do grupo II. Dentre os 64 pacientes com toxoplasmose cerebral, 58 (90,6%) apresentaram anticorpos anti-T. gondii detectados pela IFI e por ELISA. A PCR detectou a presença de T. gondii em 51 (79,7%) pacientes. Seis (9,4%) pacientes apresentaram resultados negativos na IFI e na ELISA e 13 (20,3%) na PCR. No grupo II, das 128 amostras de pacientes com outras doenças oportunistas, IFI e ELISA detectaram a presença de anticorpos anti-T. gondii em 72 pacientes (56,3%). A PCR foi positiva em apenas 03 pacientes (2,3%). ELISA e IFI foram negativas em 56 pacientes (43,8%). PCR foi negativa em 125 pacientes (97,7%). A tabela 7 mostra os valores de sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo para cada teste. A sensibilidade foi de 80% para a PCR e de 90,6% para ELISA e IFI. Assim como nas amostras de LCR foi notada grande diferença nos índices de especificidade sendo de 98% para a PCR, e de 44% para a IFI e para ELISA. Estes dados refletiram nos valores preditivos positivos dos testes mostrando significante diferença entre a PCR (0,94) e os testes sorológicos (IFI e ELISA - 0,44). 58 Tabela 6: Comparação entre ELISA, IFI e PCR em amostras de sangue dos pacientes dos Grupos I e II. Sangue Pacientes IFI Total positivo ELISA negativo positivo PCR negativo positivo negativo Grupo I Pacientes com AIDS 64 58 06 58 128 72 56 72 192 130 06 51 13 03 125 54 138 toxoplasmose cerebral Grupo II Pacientes com AIDS e 56 outras doenças oportunistas Total 62 130 59 62 Tabela 7: Comparação entre parâmetros para validação calculados para ELISA, IFI e PCR nas amostras de sangue. Sangue Teste PCR IFI Sensibilidade 0,7969 0,9063 0,9063 Especificidade 0,9766 0,4375 0,4375 Valor Preditivo Positivo 0,9444 0,4462 0,4462 Valor Preditivo Negativo 0,9058 0,9032 0,9032 60 ELISA 4.4. Perfis sorológicos dos pacientes. Os testes de avidez de IgG específicos para T. gondii foram executados em todas as amostras de sangue. Todos os valores de avidez encontrados foram superiores a 30%, indicando que todos os pacientes estavam na fase crônica da infecção. Para avaliar se os títulos de anticorpos poderiam ser preditores da toxoplasmose cerebral, os resultados obtidos das amostras de sangue dos 192 pacientes (64 do Grupo I e 128 do Grupo II), foram agrupados por títulos. Para a IFI foram considerados títulos intermediários os que apresentaram resultados positivos nas diluições de 1:32 a 1:512 e títulos altos, as diluições acima de 1:1024. Para ELISA, os títulos intermediários foram considerados nas diluições entre 1:500 a 1:4000 e títulos altos acima da diluição 1:8000. A Figura 2 mostra a distribuição dos resultados de ELISA e IFI dos pacientes do Grupo I e a Figura 3, dos pacientes do Grupo II. Houve maior número de casos positivos com títulos intermediários e altos no grupo I de pacientes com toxoplasmose cerebral (Figura 3), enquanto no grupo II de pacientes com outras infecções oportunistas houve um maior número de casos com títulos negativos (Figura 4). 61 IFI ELISA 60 60 40 40 20 20 0 0 neg 32 to 512 >1024 neg 500 to 4000 > 8000 Títulos dos soros * Figura 3: Distribuição dos resultados de IFI e ELISA no sangue dos 64 pacientes com toxoplasmose cerebral. * Cada título corresponde ao inverso da diluição 62 Número de pacientes IFI ELISA 60 60 40 40 20 20 0 0 neg 32 to 512 >1024 neg 500 to 4000 > 8000 Figura 4: Distribuição dos resultados de IFI e ELISA no sangue dos 143 pacientes com outras doenças oportunistas. * Cada título corresponde ao inverso da diluição. 63 4.5. Correlação entre o diagnóstico laboratorial da toxoplasmose em sangue e em LCR. Entre os 207 pacientes participantes deste estudo, apenas 49 tinham amostras pareadas de sangue e de LCR, sendo 18 do Grupo I e 31 do Grupo II. Os resultados de ELISA, IFI e PCR foram comparados e tanto os resultados negativos quanto os positivos foram concordantes em 90% (44 de 49 pacientes) para as três metodologias. Houve 5 (10%) pacientes com resultados discordantes (tabela 8). 64 65 Tabela 8: Correlação entre o diagnóstico laboratorial da toxoplasmose em sangue e em LCR de 49 pacientes (18 do Grupo I e 31 do Grupo II). Concordantes Discordantes índice de concordância (%) LCR negativo Sangue positivo LCR positivo Sangue negativo positivo negativo PCR 17 27 44 (90%) 05 0 IFI 17 27 44 (90%) 05 0 ELISA 24 20 44 (90 %) 03 02 65 5- Discussão. O diagnóstico rápido e preciso da toxoplasmose cerebral é de vital importância para o rápido início do tratamento evitando-se seqüelas, assim como o aumento da sobrevida dos pacientes, principalmente os imunocomprometidos como os portadores do HIV. Para os programas de saúde, tais medidas evitam gastos com os altos índices de morbidade e mortalidade de indivíduos em idade produtiva. A introdução da HAART levou a um declínio da incidência de infecções oportunistas no SNC (Harrison & McArthur, 1995; Ammassari et al., 2000; Sacktor, 2002). Entretanto a toxoplasmose cerebral continua apresentando altos índices de mortalidade e morbidade em vários países em desenvolvimento (Mehari & Hairmanot, 2003; Shankar et al, 2003; Vidal et al; 2005). Atualmente, no Brasil é a doença neurológica mais freqüente em pacientes com AIDS (Silva et al, 2005). O diagnóstico presuntivo da toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS consiste na presença de menos de 200 células CD4+/ μl, anticorpos IgG anti-T. gondii no soro, achados característicos no diagnóstico por imagem, e melhora após a administração da terapia específica. Neste trabalho foi avaliado o valor da PCR como ferramenta para compor o diagnóstico da toxoplasmose cerebral, tornando-o mais rápido, preciso e pouco invasivo. Para padronizar a reação em amostras de LCR, teve início uma análise retrospectiva de amostras de LCR congeladas e conservadas no Serviço de Parasitologia do Instituto Adolfo Lutz. Estas amostras foram encaminhadas para o laboratório para realizar pesquisa de anticorpos anti-T. gondii por ELISA e IFI, durante o período de janeiro a outubro de 2002. As amostras eram provenientes de adultos e recém nascidos com quadro 66 neurológico grave e com suspeita de doença causada por Toxoplasma gondii As amostras de LCR foram utilizadas para se estabelecer um procedimento simples para a obtenção da maior parte do DNA presente nas células das amostras (dados não apresentados; Vidal et al. 2004). Inicialmente, escolheu-se como seqüência alvo uma região localizada no gene B1 que é amplificada pelos iniciadores B22 e B23. O uso destes iniciadores no diagnóstico e sua alta sensibilidade já foram previamente demonstrados por outros estudos (Burg et al, 1989; Hohlfeld et al., 1994; Jones et al., 2000; Vidal et al., 2004; Chabbert et al., 2004). Após esta primeira etapa, teve início um estudo prospectivo com amostras de LCR colhidas de pacientes com diagnóstico sorológico positivo para o HIV e que apresentavam envolvimento neurológico, admitidos e tratados no Instituto de Infectologia Emilio Ribas. Nesta fase foram realizados além do PCR, os testes de IFI e ELISA. Dando continuidade ao estudo prospectivo, foi investigada a presença de DNA de T. gondii em amostras de sangue. Apesar da obtenção das amostras serem mais fáceis que as amostras de LCR, a extração do DNA em sangue periférico foi mais complexa devido a maior presença de células e substâncias que podem inibir a reação de amplificação, como o fenol, utilizado na extração do DNA. As condições laboratoriais também foram essenciais para elevar a sensibilidade e a especificidade da PCR em sangue. Para evitar falsos resultados e a inibição da ação da Taq polimerase, três condições foram importantes: (i) as amostras de sangue foram coletadas com EDTA e processadas rapidamente; (ii) o plasma foi removido e os eritrócitos lisados rapidamente com um tampão específico; e (iii) os eritrócitos lisados foram removidos antes da lise das células nucleadas. Foram utilizados rotineiramente controles para investigar se algum inibidor de Taq polimerase 67 poderia mudar os resultados obtidos. Durante o processamento de algumas amostras foi incluído um tubo contendo uma mistura v/v de DNA extraído de um paciente negativo para toxoplasmose com DNA extraído de um paciente com toxoplasmose. Um resultado positivo confirmava a ausência de substâncias inibitórias. A PCR realizada tanto no LCR quanto no sangue destaca-se pelo seu poder altamente discriminatório entre indivíduos soropositivos para toxoplasmose e outro com doença ativa, seja disseminada ou cerebral. Os resultados obtidos nas amostras de LCR foram concordantes quanto à sensibilidade: PCR e IFI apresentaram índice de sensibilidade de 88,9% e ELISA, 83,0%. Por outro lado, a especificidade de 93,5% da PCR foi superior à encontrada nos testes imunológicos que ficaram entre 56,5% (IFI) e 65,2% (ELISA). Resultados diferentes com a PCR podem ser detectados de acordo com os procedimentos técnicos de cada laboratório (Cingolani et al., 1996). Alguns trabalhos anteriores mostram sensibilidade moderada e alta especificidade da PCR em relação a outras técnicas diagnósticas (Parmley et al, 1992; Schoondermark-van de Ven et al., 1993; Novati et al., 1994; Dupon et al., 1995; Cinque et al., 1996; Kupferschmidt et al., 2001; Priya et al., 2002). Neste trabalho algumas condições podem ter contribuído para aumentar a sensibilidade da PCR, como o grave envolvimento neurológico na maioria dos pacientes estudados e a alta prevalência de toxoplasmose no Brasil (Cingolani et al., 1998; Marins et al., 2003). Outro fator que pode ter colaborado foi a coleta de amostra antes ou até o terceiro dia da terapia específica (Rodriguez et al., 1997; Montoya, 2002). Trabalhos anteriores mostram índices de sensibilidade extremamente variáveis (16 a 86%) na PCR em amostras de sangue periférico (Dupouy-Camet et al., 1993; Khalifa et al., 1994; Gianotti et al.,1997; Pelloux et al., 1997; Bastien, 2002; Priya et al., 2002). Tais 68 divergências provavelmente devem-se a diferentes tipos de iniciadores para diversos alvos de DNA e ao pequeno número de amostras analisadas (Bastien, 2002; Vidal et al, 2004). Estes achados nos levaram a analisar uma casuística grande. Todos os 207 pacientes analisados apresentavam imunodeficiência grave (menos de 200 células CD4+/μl). Alguns pacientes também apresentaram a forma disseminada e, provavelmente, grande carga parasitária. Assim, a sensibilidade da PCR quando se utilizou amostras de sangue foi de 87% e especificidade de 92,1%, muito acima das encontradas na IFI e ELISA, 30,3% e 57,3%, respectivamente. Duas amostras de LCR e treze amostras de sangue de pacientes do Grupo I apresentaram resultados negativos na PCR, que leva a supor uma quantidade insuficiente de DNA do parasita para a amplificação. Os resultados da IFI e da ELISA realizados em LCR foram negativos em 2 e 3 amostras, respectivamente. Já os realizados em sangue foram negativos em 6 amostras tanto na IFI quanto na ELISA. Esses resultados imunológicos negativos nos permitem especular sobre o comprometimento imunológico do paciente. Das 46 amostras de LCR de pacientes sem toxoplasmose cerebral do Grupo II, IFI e ELISA detectaram anticorpos anti- T. gondii em 20 e 16 pacientes, respectivamente. Isso pode ser explicado pela alta prevalência de toxoplasmose na população brasileira. Na PCR no Grupo II, apenas três amostras de pacientes diagnosticados com criptococose apresentaram resultados positivos, situação que permite especular sobre a presença conjunta de T. gondii e Cryptococcus sp, podendo levar o paciente a desenvolver mais tarde a toxoplasmose cerebral. Das 128 amostras de sangue de pacientes do Grupo II, a PCR resultou em teste positivo em apenas 3 amostras, em contrapartida os teste sorológicos detectaram anticorpos anti-T. gondii em 72 pacientes pela IFI e pela ELISA. Como estes pacientes são imunodeprimidos, existia a 69 possibilidade de eles estarem também desenvolvendo toxoplasmose cerebral. Investigamos também os perfis sorológicos dos pacientes de ambos os grupos. Alguns estudos mostraram que diferentes níveis de anticorpos IgG anti-T. gondii foram incapazes de determinar reativação ou o seguimento em curso da toxoplasmose cerebral (Luft & Remington, 1992; Sadler et al., 1998; Luft et al, 2000). Outros sugeriram que altos títulos em pacientes podem ser indicativos da presença de toxoplasmose cerebral ou um alto risco de desenvolver a doença (Derouin et al., 1996; Hellerbrand et al., 1996). Apesar desses dados controversos, os resultados obtidos confirmam a utilidade clínica de medir os níveis de anticorpos IgG anti-T. gondii na toxoplasmose cerebral. Estes pacientes desenvolvem altos títulos de anticorpos anti-T gondii e sendo significativamente mais altos daqueles encontrados no grupo controle. Estes resultados confirmam estudos anteriores (Derouin et al., 1996; Hellerbrand et al., 1996). Contudo, existem pacientes que já não produzem anticorpos, tal o comprometimento do sistema imunológico. Dois pacientes apresentaram resultados negativos nos testes sorológicos e a PCR resultou positiva. Com exceção destes dois pacientes, independentemente dos níveis de anticorpos, o teste de avidez de IgG revelou que todos os pacientes tinham anticorpos de avidez intermediária a alta, o que significa infecção estabelecida à tempo. Independente dos níveis de anticorpos, todos pacientes apresentaram anticorpos IgG com alta avidez. Esses dados sustentam a idéia que a reativação da infecção latente observada em pacientes imunocomprometidos leva a resposta imune secundária (Mechain et al., 2000). Outro ponto importante que este trabalho pôde mostrar é que a PCR realizada no sangue pode ser tão sensível quanto à realizada no LCR. A punção lombar além de ser invasiva, é contra indicada num grupo de 70 pacientes com lesões cerebrais expansivas (Cingolani et al., 1998). Dentre os pacientes estudados, 49 deles tinham amostras de LCR e sangue. Houve concordância de 90% nos três testes. Em resumo, o presente trabalho permite concluir com bastante segurança devido a grande amostragem, que o diagnóstico molecular, tanto no LCR quanto no sangue pode contribuir eficazmente para estabelecer o diagnóstico da toxoplasmose cerebral. Por outro lado, o diagnóstico sorológico pode ser um indicativo de infecção ativa desde que seja realizado como um teste quantitativo. 71 6. Conclusões 1- Após a padronização, a PCR utilizada para o diagnóstico da toxoplasmose em amostras de LCR e sangue mostrou-se eficiente apresentando sensibilidades de 88% e 80% e especificidades de 93% e 97% para LCR e sangue respectivamente; 2- Os resultados obtidos pela PCR realizada em amostras de pacientes com AIDS mostraram a capacidade desta metodologia em realizar o diagnóstico diferencial da doença, separando pacientes com doença ativa daqueles com infecção crônica. Os resultados das análises em sangue foram coerentes com as análises em LCR; 3- Os resultados obtidos com os testes imunológicos (IFI, ELISA e teste de avidez) foram coerentes com os resultados obtidos através do diagnóstico molecular; 4- Altos títulos de anticorpos anti-T.gondii podem ser indicadores de toxoplasmose cerebral ou infecção ativa. 72 7. Referências Bibliográficas. Aarons E, Hawkins D, Nelson M, Gazzard B. Testing and management of Toxoplasma serology in HIV-seropositive patients. AIDS. 1996; 10: 443-444. Abgrall S, Rabaud C, Costagliola D, the Clinical Epidemiology Group of the French Hospital Database on HIV. Incidence and risk factors for toxoplasmic encephalitis in human imunodeficiency virus-infected patients before and during the highly active antiretroviral therapy. Clin Infect Dis. 2001; 53: 17471755. Alonso R, Martinez E, Laynez P, Miguelez M, Piñero JE, Valladares B. Detección mediante reacción en cadena de la polimerasa anidada de Toxoplasma gondii en pacientes con infección por el virus de la inmunodeficiencia humana. Med Clin. 2002; 118: 294-296. American Academy of Neurology. Evaluation and management of intracranial mass lesions in AIDS. Report of the quality standards subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 1998; 50: 21-26. Ammassari A, Cingolani A, Pezzotti P, De Luca A, Murri R, Giancola ML, Larocca LM, Antinori A. AIDS-related focal brain lesions in the era of highly active antiretroviral therapy. Neurology. 2000; 55: 1194-1200. Antinori A, Ammassari A, De Luca A, Cingolani A, Murri R, Scoppettuolo G, et al. Diagnosis of AIDS-related focal brain lesions: A decision-making 73 analysis based on clinical and neuroradiologic characteristics combined with polymerase chain reaction assays in CSF. Neurology. 1997; 48: 687-694. Antinori S, Ridolfo AL, Gianelli E, Piazza M, Gervasoni C, Monforte AA. The role of lumbar puncture in the management of elevated intracranial pressure in patients with AIDS-associated cryptococcal meningitis. Clin Infect Dis. 2000; 31: 1309-1311. Antinori A, Larussa D, Cingolani A, Lorenzini P, Bossolasco S, Finazzi MG, et al. Prevalence, associated factors, and prognostic determinants of AIDSrelated toxoplasmic encephalitis in the era of advanced highly active antiretroviral therapy. HIV/AIDS. 2004; 39: 1681-1691. Bahia-Oliveira LM, Jones JL, Azevedo-Silva J, Alves CC, Oréfice F, Addiss DG. Highly endemic, waterborne toxoplasmosis in north Rio de Janeiro State, Brazil. Emerg Infect Dis. 2003; 9: 55-62. Bastien P. Molecular diagnosis of toxoplasmosis. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2002;96:S205-S215. Beamon MH, Luft BJ, Remington JS: Prophylaxis for toxoplasmosis in AIDS. Ann Intern Med. 1992; 117: 163-164. Bertozzi LC, Suzuki LA, Rossi CL. Serological diagnosis of toxoplasmosis: usefulness of IgA detection and IgG avidity determination in a patient with a persistent IgM antibody response to Toxoplasma gondii. Rev Inst Med Trop Sao Paulo. 1999; 41: 175-177. 74 Bichara C, Povoa, M. Perfil da toxoplasmose em Belém. FUNASA: informativo do Instituto Evandro Chagas. 2001; março-abril;2:8. Bishburg E, Eng RH, Slim J, Perez G, Johnson E. Brain lesions in patients with acquired immunodeficiency syndrome. Arch Intern Med. 1989; 149: 941943 Bou G, Figueroa MS, Marti-Belda P, Navas E, Guerrero A. Value of PCR for detection of Toxoplasma gondii in aqueous humor and blood samples from immunocompetent patients with ocular toxoplasmosis. J Clin Microbiol.1999; 37: 3465-3468. Brindley PJ, Gazzinelli RT, Denkers EY, Davis SW, Dubey JP, Belfort Jr. R, et al. Diferentiation os Toxoplasma gondii from closely related coccidia by riboprint analysis and a surface antigen gene polymerase chain reaction. Am J Trop Med Hyg. 1993; 48: 447-456. Burg JL, Perelman D., Kasper LH, Ware PL. and Boothroyd JC. Molecular analysis of the gene encoding the major surface antigen of Toxoplasma gondii. J. Immunol. 1988; 141:3584–3591. Burg JL, Grove CM. Pouletty P. and Boothroyd JC. Directed and sensitive detection of a pathogenic protozoan, Toxoplasma gondii, by polymerase chain reaction. J. Clin. Microbiol. 1989; 27:1787–1792. Bushrod F. Toxoplasmosis: not just a risk during pregnancy. Clinical Laboratory International. 2004; 28: 4. 75 Camargo ME & Leser PG. Diagnostic information from serological tests in human toxoplasmosis. II Evaluative study of antibodies and serological patterns in acquired toxoplasmosis, as detected by hemagglutination, complement fixation, IgG and IgM-immunofluorescence tests. Rev Inst Med Trop Sao Paulo. 1976; 18: 227-238 Camargo ME, da Silva SM, Leser PG, Granato CH. Avidity of specific IgG antibodies as markers of recent primary infection caused by Toxoplasma gondii. Rev Inst Med Trop Sao Paulo. 1991; 33: 213-218. Carruthers, VB. Host cell invasion by the opportunistic pathogen Toxoplasma gondii. Acta Trop. 2002; 81: 111-122. Centers for Disease Control and Prevention. 1992 Revised classification system for HIV infection and expanded surveillance case definition for AIDS among adolescents and adults. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 1992; 41(RR17): 1-19 Centers for Disease Control and Prevention. 1993 Revised classification system for HIV infection and expanded surveillance case definition for AIDS among adolescents and adults. JAMA. 1993; 10: 729-730. Chabbert E, Lachaud L, Crobu L, Bastien P. Comparison of two widely used PCR primer systems for detection of Toxoplasma in amniotic fluid, blood, and tissues. J Clin Microbiol. 2004; 42: 1719-1722. Cingolani A, De Luca A, Ammassari A, Murri R, Linzalone A, Grillo R, Antinori A. PCR detection of Toxoplasma gondii DNA in CSF for the 76 differential diagnosis of AIDS-related focal brain lesions. J Med Microbiol. 1996; 45: 472-476. Cingolani A, De Luca A, Larocca LM, Ammassari A, Scerrati M, Antinori A, Ortoni L. Minimally invasive diagnosis of acquired immunodeficiency syndrome-related primary central nervous system lymphoma. J Natl Cancer Inst. 1998; 90: 364-369. Cinque P, Vago L, Dahl H, Brytting M, Terreni MR, Fornara C, et al. Polymerase chain reaction on cerebrospinal fluid for diagnosis of virusassociated opportunistic diseases of the central nervous system in HIVinfected patients. AIDS. 1996;10:951-958. Cohen BA. Neurological manifestations of toxoplasmosis in AIDS. Sem Neurol. 1999; 19: 201-211. Colombo FA, Vidal JE, Penalva de Oliveira AC, Hernández AV, BonasserFilho F, Nogueira RS, et al. Diagnosis of cerebral toxoplasmosis in AIDS patients in Brazil: importance of molecular and immunological methods using peripheral blood samples. J. Clin. Microbiol. 2005; 43: 5044-5047. Cozon GJ, Ferrandiz J, Nebhi H, Wallon M, Peyron F. Estimation of the avidity of immunoglobulin G for routine diagnosis of chronic Toxoplasma gondii infection in pregnant women. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 1998; 17: 32-36. 77 Dannemann BR, Israelski DM, Leoung GS, McGraw T, Mills J, Remington JS. Toxoplasma serology, parasitemia and antigenemia in patients at risk for toxoplasmic encephalitis, AIDS. 1991; 5: 1363-1365. Derouin F, Leport C, Pueyo S, Morlat P, Letrillart B, Chene G, et al. Predictive value of Toxoplasma gondii antibody titers on the occurrence of toxoplasmic encephalitis in HIV-infected patients. ANRS 005/ACTG 154 Trial Group. AIDS. 1996; 10: 1521-1527. Derouin F, Thulliez P, Garin YJ. Value and limitations of toxoplasmosis serology in HIV patients. Pathol Biol (Paris). 1991; 39: 255-259. Dubey JP, Miller NL, Frenkel JK. The Toxoplasma gondii oocyst from cat feces. J Exp Med. 1970; 132:636-662. Dubey JP, Lindsay DS, Speer CA. Structures of Toxoplasma gondii tachizoites, bradizoites, sporozoites and development of tissue cyst. Clin Microbiol Rev. 1988; 2: 267-269. Dubey JP. Toxoplasmosis - An overview. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 1991; 22 : 88-119. Dubey JP, Navarro IT, Sreekumar C, Dahl E, Freire RL, Kawabata HH, Vianna MCB, Kwok OCH, Shen SK, Thulliez P, Lehmann T. Toxoplasma gondii infections in cats from Paraná, Brazil: seroprevalence, tissue distribution, and biologic and genetic characterization of isolates. J. Parasitol. 2004; 90:721-726. 78 Dupon M, Cazenave J, Pellegrin JL, Ragnaud JM, Cheyrou A, Fischer I, et al. Detection of Toxoplasma gondii by PCR and tissue culture in cerebrospinal fluid and blood of human immunodeficiency virus-seropositive patients. J Clin Microbiol. 1995; 33:2421-2426. Dupouy-Camet J, de Souza SL, Maslo C, Paugam A, Saimot AG, Benarous R, et al. Detection of Toxoplasma gondii in venous blood from AIDS patients by polymerase chain reaction. J Clin Microbiol. 1993; 31: 1966-1969. Eggers C, Grob U, Klinker H, Schalke B, Stellbrink HJ, Kunze K. Limited value of cerebrospinal fluid for direct detection of Toxoplasma gondii in toxoplasmic encephalitis with AIDS. J Neurol. 1995; 242: 644-649 Ferreira AW & Avila SLM. Sorologia: Importância e Parâmetros. In: Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Auto-imunes. Rio de janeiro: Guanabara Koogan: 2001. p. 1-8. Ferreira MS. Infections by protozoa in immunocompromised hosts. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2000; 95 (suppl I): 159-162. Filice GA, Hitt JA, Mitchell CD, Blackstad M, Sorensen SW. Diagnosis of Toxoplasma parasitemia in patients with AIDS by gene detection after amplification with polymerase chain reaction. J Clin Microbiol. 1993; 31: 2327-2331. Franzen C, Altfeld M, Hegener P, Hartmann P, Arendt G, Jablonowski H, et al. Limited value of PCR for detection of Toxoplasma gondii in blood from human immunodeficiency virus-infected patients. J Clin Microbiol. 1997; 35: 2639-2641. 79 Frenkel JK. Toxoplasmose in and around us. Bio Science. 1973; 23:343-352. Frenkel JK. Pathology and pathogenesis of congenital toxoplasmosis. Bull N Y Acad Med. 1974; 50: 182-191. Fuentes I, Rubio JM, Ramirez C, Alvar J. Genotypic characterization of Toxoplasma gondii strains associated with human toxoplasmosis in Spain: direct analysis from clinical samples. J Clin Microbiol. 2001; 39: 1566-1570. Garweg JG, Jacquier P, Boehnke M. Early aqueous humor analysis in patients with human ocular toxoplasmosis. J Clin Microbiol. 2000; 38: 9961001. Gianotti N, Cinque P, Castagna A, Novati R, Moro M, Lazzarin A. Diagnosis of toxoplasmic encephalitis in HIV-infected patients. AIDS. 1997; 11: 15291530. Gilbert R. Screening option in the management of congenital toxoplasmosis. Clinical Laboratory International. 2004; 28: 8-12. Garcia JS, Navarro IT, Ogawa L, Oliveira RC, Garcia SMF et al. Soroepidemiologia da toxoplasmose e avaliação ocular pela tela de Amsler em pacientes da zona rural, atendidos na unidade de saúde do município de Jaguapitã, PR, Brasil. Ver Bras Med Trop. 1999; 32:671-676. Gavinet MF, Robert F, Firtion G, Delouvrier E, Hennequin C, Maurin JR, Tourte-Schaefer C, Dupouy-Camet J. Congenital toxoplasmosis due to maternal reinfection during pregnancy. 1997; 35: 1276-1277. 80 Glasner PD, Silveira C, Kruszon-Morau D, Martins MC, Burnier Junior M, Silveira S, et al. An unusually high prevalence of ocular toxoplasmosis in Southern Brazil. Am J Ophthalmol. 1992; 144:136-144. Grant IH, Gold JW, Rosenblum M, Niedzwiecki D, Armstrong D. Toxoplasma gondii serology in HIV-infected patients: the development of central nervous system toxoplasmosis in AIDS. AIDS. 1990; 4: 519-521. Gray F, Keohane C. The neuropathology of HIV infection in the era of highly antiretroviral therapy (HAART). Brain Pathol. 2003; 13: 79-83 Grigg ME, Boothroyd JC. Rapid identification of virulent type I strains of the protozoan pathogen Toxoplasma gondii by PCR-restriction fragment length polymorphism analysis at the B1 gene. J Clin Microbiol. 2000; 39: 389-400. Gross U, Bohne W, Soête M, Dubremetz JF. Developmental differentiation between tachyzoites and bradyzoites of Toxoplasma gondii. Parasitol Today. 1996; 12: 30-33. Guimarães ACS, Kawarabayashi M, Borges MM, Tolezano JE, Andrade Jr HF. Regional variation in toxoplasmosis seronegativity in the São Paulo metropolitan region. Rev Inst Méd Trop SP. 1993;35:479-483. Harrison MJ, McArthur JC. Opportunistic infections – parasites. In: Harrison MJ, McArthur JC, editors. Clinical neurology and neurosurgery monographs. AIDS and neurology. Edinburgh: Churchill Livingstone. 1995: 171-181. 81 Hellerbrand C, Goebel FD, Disko R. High predictive value of Toxoplasma gondii IgG antibody levels in HIV-infected patients for diagnosis of cerebral toxoplasmosis. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 1996; 15: 869-872. Hill D, Dubey JP. Toxoplasma gondii: transmission, diagnosis and prevention. Clin Microbiol Infect. 2002; 8: 634-640. Hohlfeld P, Daffos F, Costa JM, Thulliez P, Forestier F, Vidaud M. Prenatal diagnosis of congenital toxoplasmosis with a polymerase-chain-reaction test on amniotic fluid. N Engl J Med. 1994; 331:695-699. Holliman RE. Toxoplasmosis and the acquired immune deficiency syndrome. J Infect.1988; 16:121-128. Holliman RE, Raymond R, Renton N, Johnson JD. The diagnosis of toxoplasmosis using IgG avidity. Epidemiol Infect. 1994; 112: 399-408. Howe DK, Sibley LD. Toxoplasma gondii comprises three clonal lineages: correlation of parasite genotype with human disease. J Infect Dis. 1995; 172: 1561-1566. Howe DK, Honore S, Derouin F, Sibley LD. Determination of genotypes of Toxoplasma gondii strains isolated from patients with toxoplasmosis. J Clin Microbiol. 1997; 35: 1411-1414. Jenun PA, Holberg-Petersen M, Melby KK, Stray-Pedersen B. Diagnosis of congenital Toxoplasma gondii infection by polymerase chain reaction (PCR) on amniotic fluid samples. The Norwegian experience. APMIS.1998; 106:680-686. 82 Jones CD, Okhravi N, Adamson P, Tasker S, Lightman S. Comparison of PCR detection methods for B1, P30, and 18S rDNA genes of T. gondii in aqueous humor. Invest. Ophthalmol. Vis. Sci. 2000; 41: 634-644. Jones JL, Lopez A, Wilson M, Schulkin J, Gibbs R. Congenital toxoplasmosis: A review. Obstet Gyn Survey. 2001; 58: 296-305. Jones JL, Sehgal M, Maguire JH. Toxoplasmosis-associated deaths among immunodeficiency virus-infected persons in the United States, 1992-1998. Clin Infect Dis. 2002; 34: 1161. Joseph P, Calderon MM, Gilman RH, Quispe ML, Cok J, Ticona E, et al. Optimization and evaluation of a PCR assay for detecting toxoplasmic encephalitis in patients with AIDS. J Clin Microbiol. 2002; 40: 4499-4503. Khalifa KES, Roth A, Roth B, Arasteh KN, Janitschke K. Value of PCR for evaluating occurrence of parasitemia in immunocompromised patients with cerebral and extracerebral toxoplasmosis. J. Clin. Microbiol. 1994 ;32: 28132819. Kompalic-Cristo A, Nogueira SA, Guedes AL, Frota C, Gonzalez LF, Brandão A, et al. Lack of technical specificity in the molecular diagnosis of toxoplasmosis. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2004; 98: 92-95. Korhonen MH, Brunstein J, Haario H, Katnikov A, Rescaldani R, Hedman K. A new method with general diagnostic utility for the calculation of immunoglobulin G avidity. Clin Diagn Lab Immunol. 1999; 6: 725-728. 83 Krahenbuhl JL, Remington JS. The immunology of Toxoplasma and toxoplasmosis. In: A. J. Mahmias. and J O'Reily (Eds.), Immunology of human infections, Part II., New York. Plenum Publishing Corporation. 1982; 356-421. Kupferschmidt O, Kruger D, Held TK, Ellerbrok H, Siegert W, Janitschke K. Quantitative detection of Toxoplasma gondii DNA in human body fluids by TaqMan polymerase chain reaction. Clin Microbiol Infect. 2001;7:120-124. Lamoril J, Molina JM, de Gouvello A, Garin YJ, Deybach JC, Modai J, et al. Detection by PCR of Toxoplasma gondii in blood in the diagnosis of cerebral toxoplasmosis in patients with AIDS. J Clin Pathol. 1996; 49: 89-92. LaRocco Jr A, Sanders JW, Myers JW. Central nervous system toxoplasmosis in AIDS. N Engl J Med. 1993; 328: 1353. Lavadera DS, De Souza S, Maslo C, et al. PCR in blood for diagnosis of toxoplasmosis in AIDS patients. Third European Conference Clinical Aspects and Treatment of HIV infection. 1992; Abstract 45. Lebech M, Andersen O, Christensen NC, Hertel J, Nielsen HE, Peitersen B et al. Feasibility of neonatal screening for Toxoplasma infection in the absence of prenatal treatment. Lancet. 1999; 353: 1834-1837. Lappalainen M, Hedman K. Serodiagnosis of toxoplasmosis. The impact of measurement of IgG avidity. Ann Ist Super Sanita. 2004; 40:81-88. 84 Leport C, Franck J, Chene G, Derouin F, Ecobichon JL, Pueyo S, et al. Immunoblot profile as predictor of toxoplasmic encephalitis in patients infected with human immunodeficiency virus. Clin Diagn Lab Immunol. 2001; 8: 579-584. Liesenfeld O. Immune responses to Toxoplasma gondii in the gut. Immunobiology. 1999; 201: 229-239. Liesenfeld O, Montoya JG, Kinney S, Press C, Remington JS. Effect of testing for IgG avidity in the diagnosis of Toxoplasma gondii infection in pregnant women: experience in a US reference laboratory. J Infect Dis. 2001; 183: 1248-1253 Luft BJ, and Remington JS. Toxoplasmic encephalitis. Clin. Infect. Dis. 1992; 15:211-222. Luft BJ, Hafner R, Korzun AH, Leport C, Antoniskis D, Bosler EM, et al. Toxoplasmic encephalitis in patients with the acquired immunodeficiency syndrome - Members of the ACTG 077p/ANRS 009 Study Team. N Engl J Med. 1993; 329: 995-1000. Luft BJ, Chua A. Central Nervous System toxoplasmosis in HIV: pathogenesus, diagnosis, and therapy. Curr Infect Dis Rep. 2000; 2: 358362. Marins JR, Jamal LF, Chen SY, Barros MB, Hudes ES, Barbosa AA, et al. Dramatic improvement in survival among adult Brazilian AIDS patients. AIDS. 2003; 17: 1675-1682. 85 Mamidi A, DeSimone JA, Pomerantz RJ. Central nervous system infections in individuals with HIV-1 infection. J Neurovirol. 2002; 8: 158-167. Manfredi R, Chiodo CF. Lack of change in the distribution of AIDS-defining opportunistic diseases and the related degree of immunodeficiency during the periods before and after the introduction of highly active antiretroviral therapy. Eur J Microbiol Infect Dis. 2001; 20: 410-413 Mariuz P, Bosler E, Luft B. Toxoplasmosis. In: Berger JR, Levy RM, eds. AIDS and the nervous system. 2 ed. Philadelphia: Lippincott-Raven. 1997; 641-659. Mechain B, Garin YJ, Robert-Gangneux F, Dupouy-Camet J, Derouin F. Lack of utility of specific immunoglobulin G antibody avidity for serodiagnosis of reactivated toxoplasmosis in immunocompromised patients. Clin Diagn Lab Immunol. 2000; 7: 703-705. Mehari E & Hairmanot R. Patterns of NeuroAIDS in Africa. Abstract H45. J. NeuroVirol. 2003;60:S14. Ministério da Saúde. Dados e pesquisas em DST e AIDS. Disponível em: URL: http://www.AIDS.gov.br/data/Pages/LUMISD3352823PTBRIE.htm Monteiro VG, Soares CP, de Souza W. Host cell surface sialic acid residues are involved on the process of penetration of Toxoplasma gondii into mammalian cells. FEMS Microbiol Lett. 1998; 164: 323-327. 86 Montoya JG, Liesenfeld O. Toxoplasmosis. The Lancet. 2004; 363: 19651976. Montoya JG, Remington JS. Toxoplasmic chorioretinitis in the setting of acute acquired toxoplasmosis. Clin Infect Dis. 1996; 23: 277-282. Montoya JG. Laboratory diagnosis of Toxoplasma gondii infection and toxoplasmosis. J Infect Dis. 2002; 185: 73-82. Navia BA, Petito CK, Gold JW, Cho ES, Jordan BD, Price RW. Cerebral toxoplasmosis complicating the acquired immune deficiency syndrome: clinical and neuropathological findings in 27 patients. Ann Neurol. 1986; 19: 224-238. Neto EC, Anele E, Rubim R, Brites A, Schulte J, Becker D et al. High prevalence of congenital toxoplasmosis in Brazil estimated in a 3 years prospective neonatal screening study. Int J Epidemiol. 2000; 29: 941-947. Novati R, Castagna A, Morsica G, Vago L, Tambussi G, Ghezzi S, et al. Polymerase chain reaction for Toxoplasma gondii DNA in the cerebrospinal fluid of AIDS patients with focal brain lesions. AIDS. 1994; 8: 1691-1694. Oksenhendler E, Charreau I, Tournerie C, Azihary M, Carbon C, Aboulker JP. Toxoplasma gondii infection in advanced HIV infection. AIDS. 1994; 8: 483-487. Parmley SF, Goebel FD, Remington JS. Detection of Toxoplasma gondii in cerebrospinal fluid from AIDS patients by polymerase chain reaction. J Clin Microbiol. 1992; 30:3000-3002. 87 Pelloux H, Dupouy-Camet J, Derouin F, Aboulker JP, Raffi F. A multicentre prospective study for the polymerase chain reaction detection of Toxoplasma gondii DNA in blood samples from 186 AIDS patients with suspected toxoplasmic encephalitis. Bio-Toxo Study Group. AIDS. 1997; 11: 1888-1890. Petersen E, Pollak A, Reiter-Owona I. Recent trends in research on congenital toxoplasmosis. Int J Parasitol. 2001; 31:115-144. Pinon JM, Toubas D, Marx C, Mougeot G, Bonnin A, Bonhomme A, Villaume M, Foudrinier F, Lepan H. Detection of specific immunoglobulin E in patients with toxoplasmosis. J Clin Microbiol. 1990; 28: 1739-1743. Pinon JM, Dumon H, Chemla C, Franck J, Petersen E, Lebech M, et al. Strategy for diagnosis of congenital toxoplasmosis: evaluation of methods comparing mothers and newborns and standard methods for postnatal detection of immunoglobulin G, M, and A antibodies. J Clin Microbiol. 2001; 39: 2267- 2271. Porter SB, Sande MA. Toxoplasmosis of the central nervous system in the acquired immunodeficiency syndrome. N Eng J Med. 1992; 327: 1643-1648 Prince HE & Wilson M. Simplified assay for measuring Toxoplasma gondii immunoglobulin G avidity. Clin Diagn Lab Immunol. 2001; 8: 904-908. Priya J, Calderón MM, Gilman RH, Quispe ML, Cok J, Ticona E, et al. Optimization and evaluation of a PCR assay for detecting toxoplasmic encephalitis in patients with AIDS. J. Clin. Microbiol. 2002; 40: 4499-4503. 88 Raffi F, Franck J, Pelloux H, Derouin F, Reliquet V, Ambroise-Thomas P, et al. Specific anti-toxoplasmic IgG antibody immunoblot profiles in patients with AIDS-associated Toxoplasma encephalitis. Diagn Microbiol Infect Dis. 1999; 34: 51-56. Ravdin JI. Protozoal Diseases. In: Mandell GL, Benett JE, Dolin R. Principes and Practive of Infections Disease, vol.2, 4ª ed, Churchill Livingstone. 1995: 2393-2395. Renold C, Sugar A, Chave JP, Perrin L, Delavelle J, Pizzolato G, et al. Toxplasma encephalitis in patients with the acquired immunodeficiency syndrome. Medicine. 1992; 71: 224-239. Remington JS, McLeod R. & Desmonts G. Toxoplasmosis. In: Sabin AB. Toxoplasmic encephalitis in children. J Amer Med Ass. 1941; 116: 801-807. Remington JS & Klein JO. Infections diseases of the fetus and newborn infant. 4ª ed. W B Saunders Company. 1995: 140-268. Rey L. Toxoplasma gondii e Toxoplasmose. In: Parasitologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001. p.321-334. Roberts TC and Storch GA. Multiplex PCR for diagnosis of AIDS-related central nervous system lymphoma and toxoplasmosis. J Clin Microbiol. 1997; 35: 268-269. Rodríguez JC, Martínez MM, Martínez AR, Royo G. Evaluation of different techniques in the diagnosis of Toxoplasma encephalitis. J Med Microbiol. 1997;46:597-601. 89 Rondanelli EG, Senaldi G, Strosselli M, Brustia R, Parisi A, Scaglia M. Dynamic and ultrastructural studies of in vitro interaction between Toxoplasma gondii and cultured cell lines. I. Adhesion and cellular penetration. Boll Ist Sieroter Milan. 1986; 65: 193-203. Sacktor N, Lyles RH, Skolasky R, Kleeberger MA, Selnes OA, Miller EN, et al. HIV-associated neurologic disease incidence changes: Multicenter AIDS Cohort Study, 1990-1998. Neurology. 2001; 56: 257-260 Sacktor N. The epidemiology of human immunodeficiency virus-associated neurological disease in the era of highly antiretroviral therapy. J. Neurovirol. 2002; 8:115-121. Sadler M, Brink N, Gazzard B. Management of intracranial lesions in patients with HIV: a retrospective study with discussion of diagnostic problems. Q J Med. 1998; 91:205-217. Sambrook J, Fritsch EF, Maniatis T. Molecular cloning. A laboratory manual. New York: Cold Spring Harbour Laboratory Press. 1989. Schoondermark-van de Ven E, Galama J, Kraaijeveld C, van Druten J, Meuwissen J, Melchers W. Value of the polymerase chain reaction for the detection of Toxoplasma gondii in cerebrospinal fluid from patients with AIDS. Clin Infect Dis. 1993; 16: 661-666. 90 Shankar SK, Satishchandra P, Mahadevan A, Nalini A, Ranga U, Vani S, et al. Neurological disorders associated with HIV/AIDS Asian perspective. Abstract H58. J Neurovirol. 2003;60: S13-S14. Silva MT, Araujo A. Highly active antiretroviral therapy access and neurological complications of human immunodeficiency virus infection: Impact versus resources in Brazil. J. Neurovirol. 2005; 11:11-15. Silveira C, Belfort R, Burnier M, Nussennblatt R, Acquired toxoplasmic infection as the cause of toxoplasmic retino-chorioditis in families. Am J Ophthalmol. 1988; 106: 362-364. Simpson D, Tagliati M. Neurologic manifestation of HIV infection. Ann Intern Med. 1994; 121: 769-785. Skiest DJ. Focal neurological disease in patients with acquired immunodeficiency syndrome. Clin Infect Dis. 2002; 34: 103-115 Su C, Howe DK, Dubey JP, Ajioka JW, Sibley LD. Identification of quantitative trait loci controlling acute virulence in Toxoplasma gondii. Proc Natl Acad Sci U S A. 2002; 99: 10753-10758. Suzuki Y, Wong SY, Grumet FC, Fessel J, Montoya JG, Zolopa AR, Portmore A, Schumacher-Perdreau F, Schrappe M, Koppen S, Ruf B, Brown BW, Remington JS. Evidence for genetic regulation of susceptibility to toxoplasmic encephalitis in AIDS patients. J Infect Dis. 1996; 173: 265-268 Suzuki Y. Immunopathogenesis of cerebral toxoplasmosis. J Infect Dis. 2002; 186: S234-240. 91 Swisher CN, Boyer K, McLeod R. Congenital toxoplasmosis. The Toxoplasmosis Study Group. Semin Pediatr Neurol. 1994; 1: 4-25. UNAIDS – Joint United Nations Programme on HIV/AIDS disponível : URL:http://www.unAIDS.org/epi/2005/doc/EPIupdate2005_html_en/epi05_02 _en.htm Vallochi Al, Muccioli C, Martins MC, Silveira C, Belfort R Jr, Rizzo LV. The genotype of Toxoplasma gondii strains causing ocular toxoplasmosis in humans in Brazil. Am J Ophthalmol. 2005; 139: 350-351. Vidal JE, Penalva de Oliveira AC. Importance of Toxoplasma gondii antibody titres in patients with toxoplasmic encephalitis and AIDS. J Neurovirol. 2002; 8: 91. Vidal JE, Penalva de Oliveira AC, Hernandez AV. Prognostic factors of clinical response in patients with toxoplasmic encephalitis and AIDS in the HAART era. J Neurovirol. 2003; 60:16-17. Vidal JE, Colombo FA, Penalva de Oliveira AC, Focaccia R, PereiraChioccola VL. PCR assay using cerebrospinal fluid for diagnosis of cerebral toxoplasmosis in Brazilian AIDS patients. J. Clin. Microbiol. 2004; 42: 47654768. Vidal, JE, Hernandez AV, Penalva de Oliveira AC, Dauar R, Barboza SP, Focaccia R. Cerebral toxoplasmosis in HIV-Positive patients in Brazil: clinical features and predictors of treatment response in the HAART era. AIDS Patient Care STDS. 2005; 19: 840-848. 92 Villard O, Filisetti D, Roch-Deries F, Garweg J, Flament J, Candolfi E. Comparison of enzyme-linked immunosorbent assay, immunoblotting, and PCR for diagnosis of toxoplasmic chorioretinitis. J Clin Microbiol. 2003; 41: 3537-3541. Wallon M, Liou C, Garner P, Peyron F. Congenital toxoplasmosis: systematic review of evidence of efficacy of treatment in pregnancy. Bmj. 1999; 318:1511-1514. Weiss LM, Kim K. The International Congress on Toxoplasmosis. Int J Parasitol. 2004; 34: 249-252. Wong SY, Hajdu MP, Ramirez R, Thulliez P, McLeod R, Remington JS. Role of specific immunoglobulin E in diagnosis of acute toxoplasma infection and toxoplasmosis. J Clin Microbiol. 1993; 31:2952-2959 93 8- Anexos. Anexo 1- Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Infectologia. Anexo 2- Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Adolfo Lutz. Anexo 3- Parecer do Conselho Técnico Cientifico do Instituto Adolfo Lutz. Anexo 4-Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Adolfo Lutz para a alteração do Titulo do Projeto de Pesquisa Anexo 5-Vidal JE, Colombo FA, Penalva de Oliveira AC, Focaccia R, Pereira-Chioccola VL. PCR assay using cerebrospinal fluid for diagnosis of cerebral toxoplasmosis in Brazilian AIDS patients. J. Clin. Microbiol. 2004; 42: 4765-4768. JOURNAL OF CLINICAL MICROBIOLOGY, Oct. 2004, p. 4765–4768 0095-1137/04/$08.00⫹0 DOI: 10.1128/JCM.42.10.4765–4768.2004 Copyright © 2004, American Society for Microbiology. All Rights Reserved. Vol. 42, No. 10 PCR Assay Using Cerebrospinal Fluid for Diagnosis of Cerebral Toxoplasmosis in Brazilian AIDS patients José E. Vidal,1 Fabio Antonio Colombo,2 Augusto C. Penalva de Oliveira,3 Roberto Focaccia,1 and Vera Lucia Pereira-Chioccola2* Department of Infectious Disease1 and Department of Neurology,3 Instituto de Infectologia Emílio Ribas, and Department of Parasitology, Instituto Adolfo Lutz,2 Sao Paulo, Brazil Received 2 March 2004/Returned for modification 12 April 2004/Accepted 29 June 2004 Highly active antiretroviral therapy has decreased the incidence of opportunistic infections in the central nervous system in AIDS patients. However, neurological abnormalities still remain important causes of mortality and morbidity in developing countries. In Brazil, cerebral toxoplasmosis is the most common cerebral mass lesion in AIDS patients. For these reasons, early, inexpensive, and sensitive diagnostic tests must be evaluated. The aim of this study was to evaluate PCR, using cerebrospinal fluid (CSF) samples to detect Toxoplasma gondii DNA, and to determine if the association of PCR with immunological assays can contribute to a timely diagnosis. We studied two sample groups. First, we analyzed stored CSF samples from 29 newborns and from 39 adults with AIDS without a definitive diagnosis of toxoplasmosis. The goal of this step was to standardize the methodology with a simple and economical procedure to recover the T. gondii DNA. Next, we prospectively evaluated CSF samples from 12 AIDS patients with a first episode of cerebral toxoplasmosis and 18 AIDS patients with other neurological opportunistic diseases and without previous cerebral toxoplasmosis. In all PCR samples, an indirect immunofluorescent assay and an enzyme-linked immunosorbent assay were performed. Samples from all patients with cerebral toxoplasmosis presented positive PCR results (sensitivity, 100%), and a sample from one of the 18 AIDS patients with other neurological diseases also presented positive PCR results (specificity, 94.4%). These findings suggest the clinical utility of PCR in the diagnosis of cerebral toxoplasmosis in developing countries. central nervous system (CNS) dysfunction, and on typical lesions in the brain, detected by computed tomography or by magnetic resonance imaging scan (5, 14, 18, 29, 30). In recent years, PCR and other methods have been used together to detect T. gondii in various biological specimens, including amniotic fluid (22, 25), aqueous humor (26), cerebrospinal fluid (CSF), and blood (16, 17, 27, 28, 37). At the same time, several DNA targets were used for this purpose, and sensitivity has proved to be high, principally in the diagnosis of congenital and ocular toxoplasmosis. In this study, we report the results of a PCR study of CSF samples from Brazilian AIDS patients with cerebral toxoplasmosis. The worldwide human population is constantly exposed to and infected by Toxoplasma gondii. Normally, human infections occur from the ingestion of raw or undercooked meat that is infected with cysts, contaminated water, or foods contaminated with oocysts or from transplacental transmission from a mother who acquired her infection during gestation (15, 21). The chronic asymptomatic form exists in 80 to 90% of infected people. Only 10 to 20% of cases of T. gondii infection in adults and children are symptomatic (15, 21, 25). In Brazil, the serological prevalence of T. gondii infection is high, ranging from 50 to 80% in the adult population (5). Toxoplasmosis is a serious and often life-threatening disease in immunodeficient patients. Moreover, the incidence of cerebral toxoplasmosis among human immunodeficiency virus-infected individuals directly correlates with the prevalence of anti-T. gondii antibodies among the general human immunodeficiency virus-infected population. Frequently, the disease results in the reactivation of latent chronic infections from cysts present in the brain, eyes, heart, and muscles. Cerebral toxoplasmosis represents the most common cerebral mass lesion in AIDS patients and is the third-most-frequent condition associated with AIDS in Brazil (5, 14, 23, 24, 31, 32). The definitive diagnosis of cerebral toxoplasmosis requires demonstration of tachyzoites in brain biopsy or necropsy. The presumptive diagnosis is based on positive tests for anti-T. gondii antibodies, on suggestive clinical signs and symptoms of MATERIALS AND METHODS CSF samples. For the present study, we used two different groups of samples. For group I, we retrospectively analyzed samples stored in the Department of Parasitology at the Instituto Adolfo Lutz during the period from January 2002 to October 2002. We received 68 CSF samples from different hospitals located in São Paulo, Brazil. These samples were from 29 newborns and from 39 adult AIDS adult patients who presented serious neurological alterations and were suspected of having a disease caused by T. gondii. After immunoglobulin M (IgM) or IgG evaluation by indirect immunofluorescence assay (IF) and enzymelinked immunosorbent assay (ELISA), the samples were stored at ⫺20°C. Next, they were assayed by PCR. For group II, we prospectively studied CSF samples from 30 AIDS patients with neurological involvement who were admitted to the Instituto de Infectologia Emilio Ribas, São Paulo, Brazil, between April and July 2003. The first episode of cerebral toxoplasmosis was confirmed in 12 patients by immunological, clinical, radiological, and imaging diagnostic methods. These criteria were established by the Centers for Disease Control and Prevention (9, 10) and included the following: (i) the recent onset of a consistent focal neurological abnormality with intracranial disease or reduced level of consciousness, (ii) a lesion having a mass effect evidenced by brain imaging (on computed tomography or magnetic resonance imaging) or a lesion with radiographic appearance enhanced by the injection of contrast medium, and (iii) a positive test * Corresponding author. Mailing address: Laboratório de Parasitologia, Instituto Adolfo Lutz, Av. Dr. Arnaldo, 355 no. 8 andar, CEP 01246-902, São Paulo SP, Brazil. Phone: (55 11) 3068 2889. Fax: (55 11) 3068 2890. E-mail: [email protected]. 4765 4766 VIDAL ET AL. J. CLIN. MICROBIOL. TABLE 1. CSF sample results by IF, ELISA, and PCR CSF sample results by: Patient population Group I Newborns Adults with AIDS Group II Adult AIDS patients with cerebral toxoplasmosis Adult AIDS patients with other neurological disease Total no. of samples IF ELISA PCR Positive Negative Positive Negative Positive Negative 29 39 20 22 9 17 17 22 12 17 20 24 9 15 12 12 0 12 0 12 0 18 4 14 4 14 1 17 for anti-T. gondii antibodies in serum or a successful response to treatment for cerebral toxoplasmosis. CSF samples were collected before or until the third day of anti-toxoplasmosis therapy. Of the 18 patients with noncerebral toxoplasmosis, 11 patients were diagnosed with cryptococcal meningitis, defined by the presence of Cryptococcus neoformans in CSF culture. Three patients presented with progressive multifocal leukoencephalopathy, defined by a positive PCR to JC virus in CSF and a typical magnetic resonance imaging pattern. Two patients suffered from cerebrovascular disease, which was defined as acute onset of consistent clinical features and characteristic neuroimaging studies. Finally, two patients had tuberculosis meningitis, defined by a CSF culture positive for Mycobacterium tuberculosis. Samples from patients with a previous history of cerebral toxoplasmosis and patients with more than one opportunistic CNS infection were excluded. No patient had been receiving highly active antiretroviral therapy (HAART). The institutional review boards of the ethics committees of the Instituto de Infectologia Emilio Ribas and Instituto Adolfo Lutz approved this study. All patients in group II gave informed written consent to participate in this protocol. Mice and parasites. T. gondii tachyzoites (strain RH) were maintained in Swiss mice by intraperitoneal inoculation. Every 2 or 3 days after infection, the peritoneal fluids from infected mice were collected in phosphate-buffered saline (PBS), pooled, and centrifuged at 1,000 ⫻ g for 10 min. The parasite pellets were washed twice, counted, and suspended in PBS at concentration of 2 ⫻ 107 cells/ml. Antigens and immunological tests. For IF, the tachyzoites were incubated in 2% buffered formalin for 30 min at 37°C, washed twice in PBS at 1,000 ⫻ g for 10 min, and fixed on glass slides. For ELISA, the tachyzoites were frozen and heated. The crude antigen was dissolved in PBS, and the protein concentration was determined. The IF and ELISA were carried out as previously described (8). CSF samples were used in serial dilutions and assayed in duplicate. The presence of IgM antibodies in newborns’ samples from group I was investigated by both assays. DNA purification. DNA molecules were extracted from whole CSF samples sent to the laboratory. Samples were centrifuged for 10 min at 3,000 ⫻ g. CSF supernatants were used in immunological tests for anti-T. gondii antibody determination. Packed cells were washed twice in PBS to prevent the action of any Taq polymerase inhibitor. Whole cells were lysed by incubation for 5 min at 100°C in 50 l of ultrapure water containing 20 g of RNase/ml. As a positive control, DNA was extracted from the tachyzoites of infected mice. The cell pellets were digested with proteinase K (100 g/ml) in 50 mM Tris-HCl (pH 8.0), 25 mM EDTA, 2% sodium dodecyl sulfate and incubated for 2 h at 56°C. DNA was extracted by the phenol– chloroform-isoamylalcohol method and precipitated with isopropanol (42). After being washed with 70% ethanol for 10 min at 5,000 ⫻ g, the DNA pellet was dissolved in ultrapure water containing 20 g of RNase/ml. The DNA concentrations were determined at an optical density of 260 nm. PCR. The amplifications were carried out with a kit purchased from Amersham-Pharmacia Biotech. The PCR beads were composed of 1.5 U of Taq DNA polymerase, 10 mM Tris-HCl (pH 9.0), 50 mM KCl, 1.5 mM MgCl2, 200 mM of each deoxynucleoside triphosphate, and stabilizers such as bovine serum albumin. Each reaction was performed by the addition of 10 l of each DNA template and 50 pmol of each primer in a final volume of 25 l. The primer pair used was B22 and B23, which amplified a 115-bp sequence in a specific repetitive region of the B1 gene (6, 7). The amplifications were performed in an automated thermal cycler (Progene) and consisted of one initial cycle of denaturation for 5 min at 95°C and 35 cycles each consisting of denaturation at 95°C for 1 min, annealing at 62°C for 30 s, and extension at 72°C for 1 min. The procedure was completed by a final cycle extension for 10 min. Each amplification run contained two negative controls (ultrapure water and toxoplasmosis-negative CSF sample) and a positive control. After the thermal cycles, the amplicons were electrophoresed in a 2% agarose gel and stained with ethidium bromide. The DNA fragments were visualized under UV illumination (42). To standardize the procedure, different DNA concentrations and thermal cycles were tested (data not shown). RESULTS The first step of our study was to establish a simple and economical procedure to recover most of the DNA present in CSF samples. The samples were centrifuged to recover all cells and washed to remove any Taq polymerase inhibitor. Heat and hydrolysis lysed the pellet cells. Under the conditions described in Materials and Methods, the primer pair from the B1 gene amplified a 115-bp sequence from the DNA template. The next step was to investigate the presence of T. gondii DNA by PCR in 68 CSF samples from group I patients. The samples were from newborns and adults with serious neurological symptoms but without a definitive clinical diagnosis. Among these samples, 42 presented antibodies against T. gondii, including IgM or IgG detected by IF and 39 samples with antibodies detected by ELISA. T. gondii was detected by PCR in 44 CSF samples. IF was negative with 26 samples and ELISA was negative with 29 samples. PCR was negative with 24 CSF samples. Samples from all patients with cerebral toxoplasmosis from group II presented IgG antibodies against T. gondii determined by ELISA, IF, and positive PCR. On the other hand, of 18 samples from AIDS patients without cerebral toxoplasmosis, 4 (22.2%) samples presented IgG antibodies against T. gondii and 1 (5.6%) was positive for T. gondii by PCR. A summary of these results, including IF, ELISA, and PCR methodologies, is shown in Table 1. As the definitive diagnosis was not reached for group I patients, PCR sensibility and specificity were evaluated using the IF as a “gold standard” for detecting T. gondii infection, as established previously (8). The values obtained are shown in Table 2. The 42 reagent samples determined to be positive by IF were also positive by PCR, presenting a sensitivity of 100%. Among the 26 nonreagent CSF samples, 24 had negative PCR results. In this case, two samples from AIDS patients had positive PCR results, resulting in a specificity of 92.3%. PCR sensibility and specificity in group II samples were evaluated with Centers for Disease Control and Prevention criteria as the gold standard (9, 10); PCR sensibility and specificity are described in detail in Materials and Methods. The values obtained are shown in Table 3. Samples obtained from VOL. 42, 2004 PCR ASSAY FOR DIAGNOSIS OF CEREBRAL TOXOPLASMOSIS TABLE 2. Group I infection analysis of PCR assay sensitivity and specificity, considering IF results CSF sample source No. of positive results by IF PCR result No. of patients Positivea Negativeb Newborns Adult AIDS patients 29 39 20 (100%) 24 (100%) 9 (100%) 15 (88.2%) 20 22 Total 68 44 (100%) 24 (92.3%) 42 a b The values in parentheses are percent sensitivity. The values in parentheses are percent specificity. all 12 AIDS patients with cerebral toxoplasmosis presented positive PCR results, giving a sensitivity of 100%. A sample from 1 of the 18 AIDS patients with other neurological diseases presented a positive PCR. These data resulted in a specificity of 94.4%. DISCUSSION The introduction of HAART resulted in the decline of incidence of opportunistic infections in the CNS (41). However, cerebral toxoplasmosis still results in high levels of morbidity and mortality in developing countries (33, 44, 45). In addition, atypical forms of cerebral toxoplasmosis have been described in the HAART era (20). These data show the importance of evaluating a sensitive, inexpensive, and rapid diagnostic test. This study evaluated the usefulness of a PCR assay with B1 gene sequences as primers to detect T. gondii DNA in CSF samples from Brazilian patients with cerebral toxoplasmosis. We chose these primers because they were able to amplify and detect the DNA of a single organism directly from a crude cell lysate or 10 parasites in the presence of 100,000 human leukocytes (6). We found PCR sensitivity to be higher than other studies have. Data from most previously published studies showed moderate sensitivity and high specificity (13, 16, 28, 35, 36, 39, 43). Our data, studying Brazilian AIDS patients with neurological involvement, presented a sensitivity of 100% in both groups and specificity of 92 and 94% for groups I and II, respectively. Two samples in group I presented false-positive results, and a sample in group II from one patient with cryptococcal meningitis had PCR results that were positive for toxoplasmosis. TABLE 3. Group II disease analysis of PCR sensitivity and specificity, considering chemotherapy response and clinical and radiological diagnoses PCR result No. of patients Adult AIDS patients with: Cerebral toxoplasmosis Other neurological diseases Positive Negative 13 17 12 (100%)a 0 1 17 (94.4%)b Total 30 12 18 a b The values in parentheses are percent sensitivity. The values in parentheses are percent specificity. 4767 Variations in technical procedure between different laboratories can affect PCR results (11). We believe that some conditions contributed to raise sensitivity with our PCR assay. The first step was to establish a simple procedure to recover most of the DNA present in the samples. CSF collection is invasive, principally in children; normally, laboratories use small volumes (sometimes only 0.1 ml) from newborns to diagnose different infections. The CSF contains few cells, and the DNA molecules are easily released with water and heat. However, when the DNA molecules were extracted by the phenol–chloroform-isoamylalcohol method, DNA concentrations were very low and no or a small amount of DNA amplification was observed (data not shown). The second step was to determine whether any Taq polymerase inhibitor could change the results. PCRs were performed with a mixture of a negative DNA sample with positive DNA (from a positive control) as a template. The results were positive, showing that no substance present in DNA samples inhibits the reaction. After procedure standardization with samples from group I patients, the second step was to collect CSF samples from group II patients. Knowledge of the specific treatment and the sample collection during the first week of specific therapy is an important tool for PCR sensitivity (34, 40). In agreement, we only collected CSF samples from patients who had received anti-toxoplasmosis treatment up to day 3. The high sensitivity found here could also be explained by the presence of severe neurological involvement in most of the patients studied and by the high prevalence of toxoplasmosis in Brazil (12, 32). The presumptive diagnosis of cerebral toxoplasmosis in AIDS patients consists of the presence of less than 200 CD4⫹ T lymphocytes/l, anti-T. gondii IgG antibodies in the serum, consistent clinical features, characteristic neuroimaging studies, and a positive response to empirical specific therapy (10). Failure to respond to therapy is indicated by the persistence or worsening of either clinical symptomatology or the mass lesions observed by diagnostic stereotactic biopsy. In addition, negative toxoplasmosis serology and a single lesion on radiographic imaging are sufficient to perform a biopsy (2, 19). In recent years, brain biopsies have been replaced by molecular approaches, including the use of PCR in focal brain lesion diagnosis, for AIDS patients. This minimally invasive approach has been evaluated principally to detect Epstein-Barr virus DNA or JC virus DNA, as a useful tool for the rapid diagnosis of primary CNS lymphoma or progressive multifocal leukoencephalopathy, respectively (3, 4). We believe that the data presented here emphasize the applicability of these approaches. The IF and ELISA detected anti-T. gondii antibodies in samples from 4 of 18 patients without cerebral toxoplasmosis (group II). This finding could be explained, in part, by the high prevalence of toxoplasmosis in the Brazilian population. The sensitivity to both serological methods was also high in samples from this group. These findings suggest and confirm other studies (1, 37, 38) in which the association of both PCR and serological methods can be a good tool for early diagnosis and timely therapy. In conclusion, this study demonstrates the importance of including PCR in cerebral toxoplasmosis diagnosis in AIDS patients, because neurological problems caused by opportunist diseases still remain a serious problem in developing countries. 4768 VIDAL ET AL. J. CLIN. MICROBIOL. ACKNOWLEDGMENTS We thank Aurea Célia S. Guimarães and Massami Kawarabayashi, Toxoplasmosis Laboratory, Instituto Adolfo Lutz, for carrying out the serological diagnosis in samples from group I. This work was partially supported by grants from the Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP 03/12307-1) and the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). 21. 22. 23. 24. REFERENCES 1. Alonso, R., E. Martinez, P. Laynez, M. Miguedez, J. E. Pinero, and B. Valladares. 2002. Detection by nested-PCR of Toxoplasma gondii in patients infected with human immunodeficiency virus. Med. Clin. (Barcelona) 118: 294–296. 2. American Academy of Neurology. 1998. Evaluation and management of intracranial mass lesions in AIDS. Report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology 50:21–26. 3. Ammassari, A., A. Cingolani, P. Pezzotti, D. A. De Luca, R. Murri, M. L. Giancola, L. M. Larocca, and A. Antinori. 2000. AIDS-related focal brain lesions in the era of highly active antiretroviral therapy. Neurology 55:1194– 1200. 4. Antinori, A., A. Ammassari, A. De Luca, A. Cingolani, R. Murri, G. Scoppettuolo, M. Fortini, T. Tartaglione, L. M. Larroca. G. Zannoni, P. Catan, R. Grillo, R. Roselli, M. Iacoangeli, M. Scerrati, and L. Ortona. 1997. Diagnosis of AIDS-related focal brain lesions: a decision-making analysis based on clinical and neuroradiologic characteristics combined with polymerase chain reaction assays in CSF. Neurology 48:687–694. 5. Bahia-Oliveira, L. M., J. L. Jones, J. Azevedo-Silva, C. C. Alves, F. Oréfice, and D. G. Addiss. 2003. Highly endemic, waterborne toxoplasmosis in north Rio de Janeiro state, Brazil. Emerging Infect. Dis. 9:55–62. 6. Burg, J. L., C. M. Grove, P. Pouletty, and J. C. Boothroyd. 1989. Directed and sensitive detection of a pathogenic protozoan, Toxoplasma gondii, by polymerase chain reaction. J. Clin. Microbiol. 27:1787–1792. 7. Burg, J. L., D. Perelman, L. H. Kasper, P. L. Ware, and J. C. Boothroyd. 1988. Molecular analysis of the gene encoding the major surface antigen of Toxoplasma gondii. J. Immunol. 141:3584–3591. 8. Camargo, M. E. 2001. Toxoplasmose, p. 278–288. In A. W. Ferreira and S. L. M. Ávila (ed.), Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e auto-imunes, 2nd ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, Brazil. 9. Centers for Disease Control and Prevention. 1992. 1993 Revised classification system for HIV infection and expanded surveillance case definition for AIDS among adolescents and adults. Morb. Mortal. Wkly. Rep. Recomm. Rep. 18(RR-17):1–19. 10. Centers for Disease Control and Prevention. 1993. 1993 Revised classification system for HIV infection and expanded surveillance case definition for AIDS among adolescents and adults. JAMA 10:729–730. 11. Cingolani, A., A. De Luca, A. Ammassari, R. Murri, A. Linzalone, R. Grillo, and A. Antinori. 1996. PCR detection of Toxoplasma gondii DNA in CSF for the differential diagnosis of AIDS-related focal brain lesions. J. Med. Microbiol. 45:472–476. 12. Cingolani, A., A. De Luca, L. M. Larocca, A. Ammassari, M. Scerrati, A. Antinori, and L. Ortona. 1998. Minimally invasive diagnosis of acquired immunodeficiency syndrome-related primary central nervous system lymphoma. J. Natl. Cancer. Inst. 90:364–369. 13. Cinque, P., L. Vago, H. Dahl, M. Brytting, M. R. Terreni, C. Fornara, S. Racca, A. Castagna, A. D. Monforte, B. Wahren, A. Lazzarin, and A. Linde. 1996. Polymerase chain reaction on cerebrospinal fluid for diagnosis of virus-associated opportunistic diseases of the central nervous system in HIVinfected patients. AIDS 10:951–958. 14. Cohen, B. 1999. Neurological manifestations of toxoplasmosis in AIDS. Semin. Neurol. 19:201–211. 15. Dubey, J. P. 1996. Toxoplasma gondii, p. 84. In S. Baron, R. C. Peake, D. A. James, M. Susman, C. A. Kennedy, M. J. D. Singleton, and S. Schuenke (ed.), Medical microbiology, 4th ed. The University of Texas Medical Branch at Galveston, Galveston, Tex. [Online.] http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books. 16. Dupon, M., J. Cazenave, J. L. Pellegrin, J. M. Ragnaud, A. Cheyrou, I. Fischer I, B. Leng, and J. Y. Lacut. 1995. Detection of Toxoplasma gondii by PCR and tissue culture in cerebrospinal fluid and blood of human immunodeficiency virus-seropositive patients. J. Clin. Microbiol. 33:2421–2426. 17. Dupouy-Camet, J., S. L. de Souza, C. Maslo, A. Paugam, A. G. Saimot, R. Benarous, C. Tourte-Schaefer, and F. Derouin. 1993. Detection of Toxoplasma gondii in venous blood from AIDS patients by polymerase chain reaction. J. Clin. Microbiol. 31:1866–1869. 18. Eggers, C., U. Grob, H. Klinker, B. Schalke, H. J. Stellbrink, and K. Kunze. 1995. Limited value of cerebrospinal fluid for direct detection of Toxoplasma gondii in toxoplasmic encephalitis with AIDS. J. Neurol. 242:644–649. 19. Gianotti, N., P. Cinque, A. Castagna, R. Novati, M. Moro, and A. Lazzarin. 1997. Diagnosis of toxoplasmic encephalitis in HIV-infected patients. AIDS 11:1529–1530. 20. Gray, F., F. Chrétien, A. V. Vallat-Decouvelaere, and F. Scaravilli. 2003. The 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. changing pattern of HIV neuropathology in the HAART era. J. Neuropathol. Exp. Neurol. 62:429–440. Hill, D., and J. P. Dubey. 2002. Toxoplasma gondii: transmission, diagnosis and prevention. Clin. Microbiol. Infect. 8:634–640. Hohlfeld, P., F. Daffos, J. M. Costa, P. Thulliez, F. Forestier, and M. Vidaud. 1994. Prenatal diagnosis of congenital toxoplasmosis with a polymerasechain-reaction test on amniotic fluid. N. Engl. J. Med. 331:695–699. Holliman, R. E. 1988. Toxoplasmosis and the acquired immune deficiency syndrome. J. Infect. 16:121–128. Holliman, R. E., J. D. Johnson, S. H. Gillespie, M. A. Johnson, S. B. Squire, and D. Savva. 1991. New methods in the diagnosis and management of cerebral toxoplasmosis associated with the acquired immune deficiency syndrome. J. Infect. 22:281–285. Jenun, P. A., M. Holberg-Petersoen, K. K. Melby, and B. Stray-Pedersoen. 1998. Diagnosis of congenital Toxopasma gondii infection by polymerase chain reaction (PCR) in amniotic fluid samples. The Norwegian experience. APMIS 106:680–686. Jones, C. D., N. Okhravi, P. Adamson, S. Tasker, and S. Lightman. 2000. Comparison of PCR detection methods for B1, P30, and 18S rDNA genes of T. gondii in aqueous humor. Investig. Ophthalmol. Vis. Sci. 41:634–644. Julander, I., C. Matin, M. Lappalainen, E. Guy, B. Isberg, and B. Evengar. 2001. Polymerase chain reaction for diagnosis of cerebral toxoplasmosis in cerebrospinal fluid in HIV-positive patients. Scand. J. Infect. Dis. 33:538– 541. Kupferschmidt, O., D. Kruger, T. K. Held, H. Ellerbrok, W. Siegert, and K. Janitschke. 2001. Quantitative detection of Toxoplasma gondii DNA in human body fluids by TaqMan polymerase chain reaction. Clin. Microbiol. Infect. 7:120–124. Luft, B. J., and A. Chua. 2000. Central nervous system toxoplasmosis in HIV: pathogenesis, diagnosis, and therapy. Curr. Infect. Dis. 2:358–362. Luft, B. J., and J. S. Remington. 1992. Toxoplasmic encephalitis in AIDS. Clin. Infect. Dis. 15:211–222. Mamidi, A., J. DeSimone, and R. J. Pomerantz. 2002. Central nervous system infections in individuals with HIV-1 infection. J. Neurovirol. 8:158– 167. Marins, J. R., L. F. Jamal, S. Y. Chen, M. B. Barros, E. S. Hudes, A. A. Barbosa, P. Chequer, P. R. Teixeira, and N. Hearst. 2003. Dramatic improvement in survival among adult Brazilian AIDS patients. AIDS 17:1675– 1682. Mehari, E., and R. Haimanot. 2003. Patterns of neuroAIDS in Africa. Abstract H45. J. Neurovirol. 60(Suppl. 1):S14. Montoya, J. G. 2002. Laboratory diagnosis of Toxoplasma gondii infection and toxoplasmosis. J. Infect. Dis. 15(Suppl. 1):S73–S82. Novati, R., A. Castagna, G. Morisca, L. Vago, G. Tambussi, S. Ghezzi, C. Gervasoni, C. Bisson, A. d’Arminio Monforte, and A. Lazzarin. 1994. Polymerase chain reaction for Toxoplasma gondii DNA in the cerebrospinal fluid of AIDS patients with focal brain lesions. AIDS 8:1691–1694. Parmley, S. F., F. D. Goebel, and J. S. Remington. 1992. Detection of Toxoplasma gondii in cerebrospinal fluid from AIDS patients by polymerase chain reaction. J. Clin. Microbiol. 30:3000–3002. Pelloux, H., J. Dupouy-Camet, F. Derouin, J. P. Aboulker, F. Raffi, et al. 1997. A multicentre prospective study for the polymerase chain reaction detection of Toxoplasma gondii DNA in blood samples from 186 AIDS patients with suspected toxoplasmic encephalitis. AIDS 11:1888–1890. Potasman, I., L. Resnick, B. J. Luft, and J. S. Remington. 1988. Intrathecal production of antibodies against Toxoplasma gondii in patients with toxoplasmic encephalitis and the acquired immunodeficiency syndrome. Ann. Intern. Med. 108:49–51. Priya, J., M. M. Calderón, R. H. Gilman, M. L. Quispe, J. Cok, E. Ticona, V. Chavez, J. A. Jimenez, M. C. Chang, M. J. Lopez, and C. A. Evans. 2002. Optimization and evaluation of a PCR assay for detecting toxoplasmic encephalitis in patients with AIDS. J. Clin. Microbiol. 40:4499–4503. Rodríguez, J. C., M. M. Martínez, A. R. Martínez, and G. Royo. 1997. Evaluation of different techniques in the diagnosis of Toxoplasma encephalitis. J. Med. Microbiol. 46:597–601. Sacktor, N. 2002. The epidemiology of human immunodeficiency virus-associated neurological disease in the era of highly antiretroviral therapy. J. Neurovirol. 8:115–121. Sambrook, J., E. F. Fritsch, and T. Maniatis. 1989. Molecular cloning: a laboratory manual, 2nd ed., p. 9.14–9.23. Cold Spring Harbor Laboratory Press, Cold Spring Harbor, N.Y. Schoondermark-van de Ven, E., J. Galama, C. Kraaijeveld, J. van Druten, J. Meuwissen, and W. Melchers. 1993. Value of the polymerase chain reaction for the detection of Toxoplasma gondii in cerebrospinal fluid from patients with AIDS. Clin. Infect. Dis. 16:661–666. Shankar, S. K., P. Satishchandra, A. Mahadevan, A. Nalini, U. Ranga, S. Vani, and T. C. Yasha. 2003. Neurological disorders associated with HIV/ AIDS Asian perspective. Abstract H58. J. Neurovirol. 60(Suppl. 1):S13–S14. Vidal, J. E., A. C. Penalva de Oliveira, and A. V. Hernandez. 2003. Prognostic factors of clinical response in patients with toxoplasmic encephalitis and AIDS in the HAART era. Abstract H68. J. Neurovirol. 60(Suppl. 1):S16– S17. Anexo 6- Colombo FA, Vidal JE, Penalva de Oliveira AC, Hernández AV, Bonasser-Filho F, Nogueira RS, Focaccia R, Pereira-Chioccola VL. Diagnosis of cerebral toxoplasmosis in AIDS patients in Brazil: importance of molecular and immunological methods using peripheral blood samples. J. Clin. Microbiol. 2005; 43: 5044-5047. JOURNAL OF CLINICAL MICROBIOLOGY, Oct. 2005, p. 5044–5047 0095-1137/05/$08.00⫹0 doi:10.1128/JCM.43.10.5044–5047.2005 Copyright © 2005, American Society for Microbiology. All Rights Reserved. Vol. 43, No. 10 Diagnosis of Cerebral Toxoplasmosis in AIDS Patients in Brazil: Importance of Molecular and Immunological Methods Using Peripheral Blood Samples Fabio A. Colombo,1 José E. Vidal,2 Augusto C. Penalva de Oliveira,3 Adrián V. Hernandez,4 Francisco Bonasser-Filho,2 Roberta S. Nogueira,2 Roberto Focaccia,2 and Vera Lucia Pereira-Chioccola1* Department of Parasitology, Instituto Adolfo Lutz,1 and Departments of Infectious Disease2 and Neurology,3 Instituto de Infectologia Emı́lio Ribas, Sao Paulo, SP, Brazil, and Erasmus Medical Center Rotterdam, Rotterdam, The Netherlands4 Received 9 May 2005/Returned for modification 21 June 2005/Accepted 5 July 2005 Cerebral toxoplasmosis is the most common cerebral focal lesion in AIDS and still accounts for high morbidity and mortality in Brazil. Its occurrence is more frequent in patients with low CD4ⴙ T-cell counts. It is directly related to the prevalence of anti-Toxoplasma gondii antibodies in the population. Therefore, it is important to evaluate sensitive, less invasive, and rapid diagnostic tests. We evaluated the value of PCR using peripheral blood samples on the diagnosis of cerebral toxoplasmosis and whether its association with immunological assays can contribute to a timely diagnosis. We prospectively analyzed blood samples from 192 AIDS patients divided into two groups. The first group was composed of samples from 64 patients with cerebral toxoplasmosis diagnosed by clinical and radiological features. The second group was composed of samples from 128 patients with other opportunistic diseases. Blood collection from patients with cerebral toxoplasmosis was done before or on the third day of anti-toxoplasma therapy. PCR for T. gondii, indirect immunofluorescence, enzyme-linked immunosorbent assay, and an avidity test for toxoplasmosis were performed on all samples. The PCR sensitivity and specificity for diagnosis of cerebral toxoplasmosis in blood were 80% and 98%, respectively. Patients with cerebral toxoplasmosis (89%) presented higher titers of anti-T. gondii IgG antibodies than patients with other diseases (57%) (P < 0.001). These findings suggest the clinical value of the use of both PCR and high titers of anti-T. gondii IgG antibodies for the diagnosis of cerebral toxoplasmosis. This strategy may prevent more invasive approaches. Toxoplasma gondii infection occurs worldwide, and it is one of the most common infections in humans. The infection is mainly acquired by ingestion of undercooked or raw meat containing viable tissue cysts or by ingestion of food and water that is contaminated with oocysts shed by cats. The course of the primary infection is usually subclinical. The vast majority of the infected human population remains asymptomatic, and some patients present mild symptoms. However, the infection can cause significant morbidity and mortality. The reactivation of latent infection occurs in immunocompromised patients, causing life-threatening disease, especially encephalitis (14, 19). Cerebral toxoplasmosis is one of the most common opportunistic neurological infections in AIDS patients, and it is typically observed in the later stages of human immunodeficiency virus (HIV) infection (26). It is also directly related to the prevalence of anti-T. gondii antibodies in the general population (21). The introduction of highly active antiretroviral therapy (HAART) has decreased the incidence of cerebral toxoplasmosis. Currently, the prevalence of AIDS-related focal brain disorders still accounts for a considerable proportion of mor- tality and morbidity, especially in developing countries (33). In Brazil, cerebral toxoplasmosis is the most common cerebral focal lesion in AIDS patients, and it is the third most frequent AIDS-defining condition (37). In clinical practice, treatment for cerebral toxoplasmosis is usually initiated upon a presumptive diagnosis, which is based on clinical and radiological features (12, 27). During the last decade, significant progress has been made in immunological and molecular techniques for the diagnosis of infectious diseases. Several studies, have demonstrated the usefulness of PCR on cerebrospinal fluid (CSF) samples for the diagnosis of cerebral toxoplasmosis (11, 15, 23, 30, 36, 38). However, a lumbar puncture could be contraindicated in a subgroup of patients with expansive cerebral lesions (10). In this setting, peripheral blood samples present an additional advantage. In this study, we evaluated the immunological and molecular diagnosis of cerebral toxoplasmosis using peripheral blood samples from Brazilian AIDS patients. MATERIALS AND METHODS Patients and blood samples. We analyzed blood samples from 192 AIDS patients admitted and treated at the Instituto de Infectologia Emilio Ribas, São Paulo, Brazil. The patients were divided into two groups. Group I consisted of 64 patients with cerebral toxoplasmosis, defined by the Centers for Disease Control and Prevention criteria. The criteria for AIDS-related cerebral toxoplasmosis included clinical and radiological features: (i) recent onset of a consistent focal neurological abnormality with intracranial disease or reduced level of conscious- * Corresponding author. Mailing address: Laboratório de Parasitologia, Instituto Adolfo Lutz, Av. Dr Arnaldo, 355 8° andar, CEP 01246-902, São Paulo, SP, Brazil. Phone: 55 11 3068 2889. Fax: 55 11 3068 2890. E-mail: [email protected]. 5044 VOL. 43, 2005 CEREBRAL TOXOPLASMOSIS IN AIDS PATIENTS IN BRAZIL 5045 TABLE 1. Blood sample results in IF, ELISA, and PCRa No. of patients Patient groupb Total IF Positive ELISA Negative Positive PCR Negative Positive c Negative I II 64 128 58 72 6 56 58 72 6 56 51 3d 13 125 Total 192 130 62 130 62 54 138 a The predictive values were positive, 94.4%, and negative, 90.6%. The accuracy was 91.7%. Group I, adults with AIDS and cerebral toxoplasmosis; group II, adults with AIDS and other opportunistic diseases. Sensitivity, 79.7%. d Specificity, 97.7%. b c ness; (ii) a lesion having a mass effect evidenced by brain imaging (on computed tomography or magnetic resonance imaging) or a lesion whose radiographic appearance was enhanced by injection of contrast medium. These diagnoses were associated with a successful response to the specific treatment (7). Blood samples were collected before or on the third day of specific therapy for toxoplamosis. Group II consisted of 128 patients with other diseases. Sixty-four presented with neurological diseases: 25 with cryptococcal meningoencephalitis, 7 with progressive multifocal leukoencephalopathy, 14 with central nervous system tuberculosis, 12 with HIV-associated cognitive motor disorder, and 6 with syphilitic meningitis. The other 64 patients presented with nonneurological diseases: 18 with pulmonary tuberculosis, 12 with bacterial pneumonia, 7 with oral candidiasis, 5 with diffuse lymphoma, and 22 with Pneumocystis carinii pneumonia. Group II was considered the control group. The definitive diagnosis of these patients was determined by clinical, radiological, and laboratory assessments. From each patient, 10 ml of peripheral blood with EDTA was collected for DNA extraction and 5 ml for immunological tests. No patient had been receiving HAART before the blood sample collection. The institutional review boards of the Ethics Committees of the Instituto de Infectologia Emilio Ribas and the Instituto Adolfo Lutz approved this study. All patients gave informed written consent. Parasite preparation. T. gondii tachyzoites (RH strain) were grown and maintained in Swiss mouse ascites by intraperitoneal inoculation. Every 2 or 3 days after infection, the peritoneal fluids from infected mice were collected in phosphate-buffered saline (PBS), pooled, and centrifuged at 1,000 ⫻ g for 10 min. The parasite pellets were washed twice, counted, and suspended in PBS at a concentration of 2 ⫻ 107 cells/ml. Antigens and immunological tests. Indirect immunofluorescence (IF) and enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) were carried out as previously described (38). Both tests determined the presence or absence of anti-T. gondii immunoglobulin G (IgG) antibodies. Serum samples were used in serial dilutions and assayed in duplicate. For IF, the tachyzoites were incubated in 2% buffered formalin for 30 min at 37°C, washed twice in PBS at 1,000 ⫻ g for 10 min, and fixed on glass slides. The sera were diluted from 1:4 to 1:4,096, and the cutoff was considered to be 1:16. For ELISA, T. gondii antigen was obtained by sonication. The optical density (OD) cutoff was 0.143 at 492-nm wavelength. The starting serum dilution was 1:500, and it was assayed up to 1:128,000. Intermediate titers were considered to be between 1:32 and 1:512 in IF and between 1:500 and 1:2,000 in ELISA. High titers were considered to be up to 1:1,024 in IF and up to 1:4,000 in ELISA. The cutoff of both reactions was determined after testing 100 reactive and 200 nonreactive sera (data not shown). The Toxoplasma-specific IgG avidity assay was performed as described before (25, 28). The basic test used was ELISA. The differences were that (i) each serum sample was analyzed in two fourfold titration rows at a dilution of 1:500 and (ii) after 1 hour of incubation at 37°C, the first row was washed three times with 250 l of 6 M urea in phosphatebuffered saline containing 0.05% Tween 20 in order to remove low-avidity antibodies from their binding sites. The control row was washed three times with buffer without urea. The IgG avidity index was calculated as the following ratio: (OD values under dissociative conditions)/(OD values of untreated control without urea) ⫻ 100. A low avidity index (ⱕ15%) represented the predictive value for an infection of less than 5 months, and an index between 15 and 30% represented the predictive value for an infection of more than 5 months. A high avidity index (over 30%) determined a chronic infection. DNA purification. The blood samples were centrifuged and washed with phosphate-buffered saline at 3,000 ⫻ g for 10 min. The supernatants with plasma were discarded. In order to lyse the erythrocytes, the packed cells were mixed with a 3⫻ volume of a buffer containing 150 mM ammonium chlorate, 1 mM potassium bicarbonate, 0.1 mM EDTA, pH 7.3; incubated for 15 min at room temperature with mild shaking; and centrifuged for 10 min at 3,000 ⫻ g. The pellet, containing only the cells with nucleus, were digested with proteinase K (100 g/ml) in 50 mM Tris-HCl, pH 8.0, 25 mM EDTA, 2% sodium dodecyl sulfate and incubated for 30 min at 56°C. DNA was extracted by the phenol-chloroform– isoamyl alcohol method and precipitated with isopropanol (35). After being washed with 70% ethanol for 10 min at 5,000 ⫻ g, the DNA pellet was dissolved in ultrapure water containing RNase at 20 g/ml. For positive controls, DNA was extracted from tachyzoites of infected mice. The DNA concentrations were determined as the OD at 260 nm. PCR. The amplifications were carried out with a kit from Amersham-Pharmacia-Biotech (Little Chalfont, Buckinghamshire, England) as described before (38). The primer pair used was B22 and B23, which amplified a 115-base-pair sequence in a specific repetitive region of the B1 gene (5, 6). Each amplification run contained two negative controls (ultrapure water and a negative DNA for toxoplasmosis) and one positive control. After the thermal cycles, the amplicons were electrophoresed in a 2% agarose gel and stained with ethidium bromide. The DNA fragments were visualized under UV illumination (35). Statistical analysis. Predictive values, accuracy, sensitivity, specificity, and chi-square tests were performed with SPSS 10.0 software. RESULTS The results of the serological and molecular tests are shown in Table 1. In group I, 58 (91%) of the 64 patients with cerebral toxoplasmosis had detectable Toxoplasma-specific antibodies. T. gondii DNA was detected by PCR in 51 (79.7%) of 64 blood samples. In group II, 72 (56%) of 128 AIDS patients without cerebral toxoplasmosis had Toxoplasma-specific IgG antibodies. Three of the 128 patients were found to be PCR positive. Two of the three were Toxoplasma antibody positive. Positive and negative predictive values for PCR were 94.4% and 90.6%, respectively, with 91.7% accuracy. In both groups, all patients with Toxoplasma-specific antibodies presented high avidity indexes. Figure 1 presents data on the levels of antibody detection in both groups. Patients with cerebral toxoplasmosis (89%) presented higher titers of anti-T. gondii IgG antibodies than patients with other diseases (57%) (P ⬍ 0.001). DISCUSSION During the first years of the HAART era, the incidence of cerebral toxoplasmosis had declined in AIDS patients (2). However, at present, its occurrence still represents a determinant of a poor diagnosis in the natural history of HIV-infected patients, even in the HAART era (3). Cerebral toxoplasmosis has caused high morbidity and mortality, particularly in Brazilian AIDS patients (37). For these reasons, it is necessary to evaluate accurate, less invasive, and rapid diagnostic tools. 5046 COLOMBO ET AL. FIG. 1. Serum sample distributions of the results of IF and ELISA methods. The samples are from group I (above) and from group II (below). Each serum titer was calculated as the inverse dilution. neg, negative. The evaluation of molecular diagnosis in cerebral toxoplasmosis is normally done in CSF samples. In general, the sensitivity of the PCR test is extremely variable (11.5 to 100%), but the specificity is high (96 to 100%) (9, 11, 15, 29, 30, 36, 38). Nevertheless, CSF collection is invasive and is inappropriate in a subset of patients with expansive cerebral lesions. PCR in peripheral blood samples has also been used with several reported sensitivities (16 to 86%) (4, 16, 17, 24, 31, 32). In addition, methodologies have been developed using different sets of primers for different DNA targets and small numbers of samples (4, 38). The present study presents good sensitivity and specificity (80% and 98%, respectively) using a considerable number of samples (from 192 AIDS patients). The sensitivity and specificity percentages were similar to those in a previous study by our group using CSF samples (38), even though DNA extraction from the blood samples was more complex than from CSF samples. These results may be explained as follows. First, the usefulness of the PCR assay using the B1 gene sequences as primers for detection of T. gondii DNA has been demonstrated (5, 20, 22, 38). B22 and B23 primers were able to amplify and detect the DNA of a single organism directly from a crude cell lysate or 10 parasites in the presence of 100,000 human leukocytes (5). The high sensitivity and specificity of this primer pair were previously reported in comparison with other T. gondii sequence primers (8). Second, J. CLIN. MICROBIOL. all blood samples from patients with cerebral toxoplasmosis were collected before or on day 3 of specific therapy. Previous studies reported that anti-Toxoplasma therapy decreases diagnosis sensitivity, especially if samples are collected after the first week of treatment (9). Finally, most of the studied patients with cerebral toxoplasmosis presented severe immunodeficiency (less than 200 CD4⫹ T lymphocytes/l). Some of them also presented disseminated forms and probably great parasite burdens. In this setting, performing PCR on blood samples seems to be more sensitive (24). Three patients without cerebral toxoplasmosis presented positive PCR results. Two of them with cryptococcal meningoencephalitis were Toxoplasma antibody positive. Another, with progressive multifocal leukoencephalopathy, was Toxoplasma antibody negative. We cannot exclude the possibility that these patients carried T. gondii and other microorganisms in their blood. The laboratory conditions are also essential to raise PCR sensitivity and specificity in peripheral blood. To avoid false results and the action of any Taq polymerase inhibitor, three conditions are important: (i) the blood samples must be collected with EDTA and be processed rapidly, (ii) the plasma must be removed and the erythrocytes lysed rapidly with a specific buffer, and (iii) the lysed cells must be removed before lysis of cells with nucleus for DNA extraction. To determine whether any Taq polymerase inhibitor could change the actual results, PCRs were performed using a mixture of a negative DNA sample with a positive DNA (from the positive control) as a template. A positive result confirmed the absence of inhibitory substances. Earlier studies showed that different levels of anti-T. gondii IgG antibodies were unable to determine a reactivation or to follow the course of cerebral toxoplasmosis (26, 27, 34). However, others have suggested that high titers in patients might be indicative of the presence of cerebral toxoplasmosis or a higher risk of developing the disease (13, 18). Despite these controversial data, our results confirm the clinical utility of measuring anti-T. gondii IgG antibody levels in the diagnosis of cerebral toxoplasmosis. Patients with cerebral toxoplasmosis presented significantly higher anti-T. gondii IgG titers measured by IF and ELISA than patients without cerebral toxoplasmosis. Although these antibodies suggest the neurological disease, all patients presented high-avidity IgG antibodies. These data support the idea that the reactivation of the latent infection observed in immunocompromised patients occurs in the secondary immune response (28). The majority of patients with cerebral toxoplasmosis seem to develop high titers of anti-T. gondii antibodies, as confirmed here and by others (13, 18). However, six patients from group I presented positive PCR and negative ELISA and IF results (for both IgG and IgM antibodies). Thus, we emphasize that a negative serological result does not exclude a positive diagnosis (3, 34). In conclusion, our results suggest that quantitative serology and PCR in blood can be useful in cerebral toxoplasmosis diagnosis. Although a definitive diagnosis of cerebral toxoplasmosis requires the demonstration of parasites by a histopathological procedure, the clinical and radiological data could be complemented by a less invasive approach, such as molecular and immunological diagnoses. VOL. 43, 2005 CEREBRAL TOXOPLASMOSIS IN AIDS PATIENTS IN BRAZIL ACKNOWLEDGMENTS We thank M. C. D. S. Fink and C. S. Pannuti from Virology Laboratory, Instituto de Medicina Tropical, USP, for carrying out the JC virus diagnosis. This work was supported by a grant from Fundaçao de Amparo à Pesquisa do Estado de Sao Paulo (FAPESP-03/12307-1). F.A.C. and J.E.V. contributed equally to this work and were supported by fellowships from “Coordenaçao de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nı́vel Superior (CAPES) do Ministério da Educaçao do Brazil”. REFERENCES 1. Alonso, R., E. Martinez, P. Laynez, M. Miguedez, J. E. Pinero, and B. Valladares. 2002. Detection by nested-PCR of Toxoplasma gondii in patients infected with human immunodeficiency virus. Med. Clin. 118:294–296. 2. Ammassari, A., A. Cingolani, P. Pezzotti, D. A. De Luca, R. Murri, M. L. Giancola, L. M. Larocca, and A. Antinori. 2000. AIDS-related focal brain lesions in the era of highly active antiretroviral therapy. Neurology 55:1194– 1200. 3. Antinori, A., D. Larussa, A. Cingolani, P. Lorenzini, S. Bossolasco, M. G. Finazzi, M. Bongiovanni, G. Guaraldi, S. Grisetti, B. Vigo, B. Gigli, A. Mariano, E. R. D. Nogare, M. Marco, F. Moretti, P. Corsi, N. Abrescia, P. Rellecati, A. Castagna, C. Mussini, A. Ammassari, P. Cinque, and A. A. Monforte. 2004. Prevalence, associated factors, and prognostic determinants of AIDS-related toxoplasmic encephalitis in the era of advanced highly active antiretroviral therapy. HIV/AIDS 39:1681–1691. 4. Bastien, P. 2002. Molecular diagnosis of toxoplasmosis. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg. 96(Suppl. 1):205–215. 5. Burg, J. L., C. M. Grove, P. Pouletty, and J. C. Boothroyd. 1989. Directed and sensitive detection of a pathogenic protozoan, Toxoplasma gondii, by polymerase chain reaction. J. Clin. Microbiol. 27:1787–1792. 6. Burg, J. L., D. Perelman, L. H. Kasper, P. L. Ware, and J. C. Boothroyd. 1988. Molecular analysis of the gene encoding the major surface antigen of Toxoplasma gondii. J. Immunol. 141:3584–3591. 7. Centers for Disease Control and Prevention. 1992. 1993 revised classification system for HIV infection and expanded surveillance case definition for AIDS among adolescents and adults. Morb. Mortal. Wkly. Rep. Recomm. Rep. 18(RR-17):1–19. 8. Chabbert E., L. Lachaud, L. Crobu, and P. Bastien. 2004. Comparison of two widely used PCR primer systems for detection of Toxoplasma in amniotic fluid, blood and tissues. J. Clin. Microbiol. 42:1719–1722. 9. Cingolani, A., A. De Luca, A. Ammassari, R. Murri, A. Linzalone, R. Grillo, and A. Antinori. 1996. PCR detection of Toxoplasma gondii DNA in CSF for the differential diagnosis of AIDS-related focal brain lesions. J. Med. Microbiol. 45:472–476. 10. Cingolani, A., A. De Luca, L. M. Larocca, A. Ammassari, M. Scerrati, A. Antinori, and L. Ortona. 1998. Minimally invasive diagnosis of acquired immunodeficiency syndrome-related primary central nervous system lymphoma. J. Natl. Cancer Inst. 90:364–369. 11. Cinque, P., L. Vago, H. Dahl, M. Brytting, M. R. Terreni, C. Fornara, S. Racca, A. Castagna, A. D. Monforte, B. Wahren, A. Lazzarin, and A. Linde. 1996. Polymerase chain reaction on cerebrospinal fluid for diagnosis of virus-associated opportunistic diseases of the central nervous system in HIVinfected patients. AIDS 10:951–958. 12. Cohen, B. 1999. Neurological manifestations of toxoplasmosis in AIDS. Semin. Neurol. 19:201–211. 13. Derouin, F., C. Leport, S. Pueyo, P. Morlat, B. Letrillart, G. Chene, J. L. Ecobichon, B. Luft, J. Aubertin, R. Hafner, J. L. Vilde, and R. Salamon. 1996. Predictive value of Toxoplasma gondii antibody titres on the occurrence of toxoplasmic encephalitis in HIV-infected patients. AIDS 10:1521–1527. 14. Dubey, J. P. 1996. Toxoplasma gondii, p. 84. In S. Baron, R. C. Peake, D. A. James, M. Susman, C. A. Kennedy, M. J. D. Singleton, and S. Schuenke (ed.), Medical microbiology, 5th ed. University of Texas, Austin. [Online.] http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books. 15. Dupon, M., J. Cazenave, J. L. Pellegrin, J. M. Ragnaud, A. Cheyrou, I. Fischer I, B. Leng, and J. Y. Lacut. 1995. Detection of Toxoplasma gondii by PCR and tissue culture in cerebrospinal fluid and blood of human immunodeficiency virus-seropositive patients. J. Clin. Microbiol. 33:2421–2426. 16. Dupouy-Camet, J., S. L. de Souza, C. Maslo, A. Paugam, A. G. Saimot, R. Benarous, C. Tourte-Schaefer, and F. Derouin. 1993. Detection of Toxoplasma gondii in venous blood from AIDS patients by polymerase chain reaction. J. Clin. Microbiol. 31:1866–1869. 5047 17. Gianotti, N., P. Cinque, A. Castagna, R. Novati, M. Moro, and A. Lazzarin. 1997. Diagnosis of toxoplasmic encephalitis in HIV-infected patients. AIDS 11:1529–1530. 18. Hellerbrand, C., F. D. Goebel, and R. Disko. 1996. High predictive value of Toxoplasma gondii IgG antibody levels in HIV-infected patients for diagnosis of cerebral toxoplasmosis. Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dis. 15:869–872. 19. Hill, D., and J. P. Dubey. 2002. Toxoplasma gondii: transmission, diagnosis and prevention. Clin. Microbiol. Infect. 8:634–640. 20. Hohlfeld, P., F. Daffos, J. M. Costa, P. Thulliez, F. Forestier, and M. Vidaud. 1994. Prenatal diagnosis of congenital toxoplasmosis with a polymerasechain-reaction test on amniotic fluid. N. Engl. J. Med. 331:695–699. 21. Holliman, R. E. 1988. Toxoplasmosis and the acquired immune deficiency syndrome. J. Infect. 16:121–128. 22. Jones, C. D., N. Okhravi, P. Adamson, S. Tasker, and S. Lightman. 2000. Comparison of PCR detection methods for B1, P30, and 18S rDNA genes of T. gondii in aqueous humor. Investig. Ophthalmol. Rev. Sci. 41:634–644. 23. Julander, I., C. Matin, M. Lappalainen, E. Guy, B. Isberg, and B. Evengar. 2001. Polymerase chain reaction for diagnosis of cerebral toxoplasmosis in cerebrospinal fluid in HIV-positive patients. Scand. J. Infect. Dis. 33:538– 541. 24. Khalifa, K. E. S., A. Roth, B. Roth, K. N. Arasteh, and K. Janitschke. 1994. Value of PCR for evaluating occurrence of parasitemia in immunocompromised patients with cerebral and extracerebral toxoplasmosis. J. Clin. Microbiol. 32:2813–2819. 25. Korhonen, M. H., J. Brunstein, H. Haario, A. Katnikov, R. Rescaldani, and K. Hedman. 1999. A new method with general diagnostic utility for the calculation of immunoglobulin G avidity. Clin. Diagn. Lab. Immunol. 6:725– 728. 26. Luft, B. J., and A. Chua. 2000. Central nervous system toxoplasmosis in HIV: pathogenesis, diagnosis, and therapy. Curr. Infect. Dis. 2:358–362. 27. Luft, B. J., and J. S. Remington. 1992. Toxoplasmic encephalitis in AIDS. Clin. Infect. Dis. 15:211–222. 28. Mechain, B., Y. J. Garin, F. Robert-Gangneux, J. Dupouy-Camet, and F. Derouin. 2000. Lack of utility of specific immunoglobulin G antibody avidity for serodiagnosis of reactivated toxoplasmosis in immunocompromised patients. Clin. Diagn. Lab. Immunol. 7:703–705. 29. Montoya, J. G. 2002. Laboratory diagnosis of Toxoplasma gondii infection and toxoplasmosis. J. Infect. Dis. 15(Suppl. 1):S73–S82. 30. Novati, R., A. Castagna, G. Morisca, L. Vago, G. Tambussi, S. Ghezzi, C. Gervasoni, C. Bisson, A. d’Arminio Monforte, and A. Lazzarin. 1994. Polymerase chain reaction for Toxoplasma gondii DNA in the cerebrospinal fluid of AIDS patients with focal brain lesions. AIDS 8:1691–1694. 31. Pelloux, H., J. Dupouy-Camet, F. Derouin, J. P. Aboulker, F. Raffi, and the Bio-Toxo Study Group. 1997. A multicentre prospective study for the polymerase chain reaction detection of Toxoplasma gondii DNA in blood samples from 186 AIDS patients with suspected toxoplasmic encephalitis. AIDS 11:1888–1890. 32. Priya, J., M. M. Calderón, R. H. Gilman, M. L. Quispe, J. Cok, E. Ticona, V. Chavez, J. A. Jimenez, M. C. Chang, M. J. Lopez, and C. A. Evans. 2002. Optimization and evaluation of a PCR assay for detecting toxoplasmic encephalitis in patients with AIDS. J. Clin. Microbiol. 40:4499–4503. 33. Sacktor, N. 2002. The epidemiology of human immunodeficiency virus-associated neurological disease in the era of highly active antiretroviral therapy. J. Neurovirol. 8:115–121. 34. Sadler, M., N. S. Brink, and B. G. Gazzard. 1998. Management of intracerebral lesions in patients with HIV: a retrospective study with discussion of diagnostic problems. QJM 91:205–217. 35. Sambrook, J., E. F. Fritsch, and T. Maniatis. 1989. Molecular cloning: a laboratory manual, 2nd ed., p. 9.14–9.23. Cold Spring Harbor Laboratory Press, Cold Spring Harbor, N.Y. 36. Schoondermark-van de Ven, E., J. Galama, C. Kraaijeveld, J. van Druten, J. Meuwissen, and W. Melchers. 1993. Value of the polymerase chain reaction for the detection of Toxoplasma gondii in cerebrospinal fluid from patients with AIDS. Clin. Infect. Dis. 16:661–666. 37. Vidal, J. E., A. C. Penalva de Oliveira, and A. V. Hernandez. 2003. Prognostic factors of clinical response in patients with toxoplasmic encephalitis and AIDS in the HAART era, abstr. H68. J. Neurovirol. 60(Suppl. 1):S16–S17. 38. Vidal, J. E., F. A. Colombo, A. C. Penalva de Oliveira, R. Focaccia, and V. L. Pereira-Chioccola. 2004. PCR assay using cerebrospinal fluid for diagnosis of cerebral toxoplasmosis in Brazilian AIDS patients. J. Clin. Microbiol. 42: 4765–4768. 39. Weiss, J. B. 1995. DNA probe and PCR for diagnosis of parasitic infections. Clin. Microbiol. Rev. 8:113–130. Anexo 7 – Prêmio de 1° lugar na Área temática: AIDS, do XLI Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e I Encontro de Medicina Tropical do Cone Sul, em 2005 Anexo 8 – Carta de informação ao paciente e termo de consentimento livre e esclarecido Carta de Informações ao Paciente Nome do estudo: Títulos altos de anticorpos IgG contra Toxoplasmose gondii e reação em cadeia da polimerase no sangue no diagnóstico da toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS: um estudo de caso controle. Você (ou seu familiar ) foi admitido neste hospital devido a uma doença infecciosa conhecida como toxoplasmose cerebral. A toxoplasmose é causada por um parasita chamado Toxoplasma gondii que acomete principalmente o cérebro e manifesta-se com alterações do sistema nervoso como dor de cabeça, convulsões, fraqueza, sonolência, confusão, dentre outras. A suspeita diagnostica da toxoplasmose utiliza dados clínicos e das imagens do cérebro (tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética), a qual demonstra geralmente várias lesões tumorais no cérebro. Duas semanas depois de iniciado o tratamento para essa doença a grande maioria dos pacientes apresentam melhora nas suas queixas e também nas imagens do cérebro. Um pequeno grupo de pacientes não melhora com o tratamento, sendo necessário a realização de uma biópsia do cérebro ( que consiste em retirar um pequeno fragmento do cérebro para seu posterior estudo), procedimento que tem como principal risco o sangramento, porém que oferece a oportunidade de fazer o diagnostico e ajudar a tratar a doença. Estamos realizando uma pesquisa com o objetivo de demonstrar a utilidade de alguns exames que possam ajudar a diagnosticar a toxoplasmose de uma forma rápida e segura, tentando evitar a realização de procedimentos mais agressivos como a punção das costas (para obter liquido da espinha) ou as biópsias de cérebro. Esta pesquisa envolve a coleta de amostra de sangue em pacientes com toxoplasmose cerebral internados no hospital e em indivíduos que não tem a doença. As amostras de sangue permitirão estabelecer a utilidade das provas que estamos avaliando. Serão necessários que 60 pacientes com toxoplasmose cerebral e 60 pacientes sem toxoplasmose cerebral participem deste estudo para chegarmos as conclusões necessárias. Somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício dos exames que estamos avaliando. O objetivo deste termo é convida-lo (você ou seu parente) a participar da pesquisa. Caso você aceite participar, será colhida uma amostra de sangue de 15ml, que servirá apenas e tão somente para o processamento dos exames que estamos estudando. O seu tratamento prosseguirá normalmente a cargo dos médicos que lhe acompanham, e não será modificado de maneira alguma caso você participe ou não da pesquisa. Todas as informações coletadas serão mantidas confidencialmente. Os dados serão armazenados em um computador sem identificação, e seu nome não aparecerá em nenhuma publicação. Você poderá ter acesso aos resultados dos seus exames colhidos durante o estudo, bem como terá acesso, se assim desejar, as publicações pertinentes. Este estudo foi revisado e aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa e está de acordo com a Declaração de Helsinque que regulamenta a pesquisa médica em humanos. A sua participação neste estudo é voluntária. Este estudo não implica qualquer ônus para o paciente, assim como não trará nenhuma despesa financeira por sua participação. Caso você decida não participar, os cuidados médicos que você recebe não serão afetados de qualquer forma. Caso você aceita participar, você poderá retirar-se do estudo em qualquer momento, sem afetar os cuidados médicos. Por favor, sinta-se a vontade para discutir qualquer aspecto referente a esta protocolo com os médicos pesquisadores responsáveis por este estudo Dr. José Vidal Bermúdez ( telefone 9588-8756, email: [email protected]), ou Dr. Augusto Cesar Penalva de Oliveira (telefone 9933-2917, e-mail: [email protected]). Adicionalmente, você poderá contatar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Infectologia Emílio Ribas através do telefone 3896-1281. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Eu, abaixo assinado, afirmo que li na íntegra e entendi completamente a Carta de Informações. Concordo que as informações a respeito de minha condição médica e os resultados obtidos através de meu sangue podem ser usadas neste estudo. Entendo que mediante qualquer duvida relacionado a este estudo poderei discutir com os Drs. José Vidal Bermúdez e Augusto César Penalva de Oliveira. Minha participação é voluntária e livre de qualquer tipo de pressão ou coação. Da mesma maneira, poderei me desligar do estudo em qualquer fase de evolução, sem qualquer penalidade ou ônus ao meu atendimento pela Instituição. Eu entendo que as informações serão confidencias e que meu nome não será mencionado em qualquer publicação deste estudo. Nome:_____________________________________________________ Assinatura:___________________________________________________________ Data:___/___/___ Nome do investigador :__________________________________________ Assinatura:___________________________________________________________ Data:___/___/___ Se o paciente não puder assinar: Nome do representante:_________________________________________________ Grau de parentesco: ____________________________________________________ Assinatura:___________________________________________________________ Data:___/___/___