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Sudão
Geografia
O Sudão é a maior nação do continente em extensão territorial, a República do Sudão está
localizada a centro-leste da África. Tem o mar Vermelho como costa a nordeste (853 km) por onde faz
fronteira com a Arábia Saudita. Tem uma área total de 1.884.797 km². Faz fronteira com a República
Centro-Africana, o Chade, a República Democrática do Congo, o Egito, a Eritreia, a Etiópia, o Quénia, a Líbia
e Uganda. A capital é Cartum.
Os desertos da Núbia e da Líbia tem o clima árido e predominam no norte, enquanto que no sul são
as savanas e florestas tropicais que tomam conta da paisagem. O rio Nilo é o principal rio do país, é
chamado por lá de Bahr-el-Gebel, corta o Sudão de sul a norte. Sua presença é vital para a obtenção de
energia elétrica e para a de irrigação para as plantações de algodão, principal produto de exportação, ao
lado da goma-arábica. A maioria da população vive da agricultura de subsistência e da pecuária.
Duas grandes regiões de planície marcam o relevo do Sudão. Ao norte, aparece o Deserto do Saara,
que abrange 30% do território do país. Nesta área, surge uma vegetação pobre e escassa. Já na parte sul,
ao contrário, predominam pântanos e florestas tropicais. Sem dúvida, a característica topográfica mais
importante é a presença da Bacia Hidrográfica do Nilo, composta pelos rios Nilo Azul, Nilo Branco e Nilo. O
Sudão apresenta, também, um pequeno litoral no Mar Vermelho.
Por estar localizado em latitudes tropicais, o Sudão apresenta um clima quente, com grandes
variações pluviométricas. O norte, ocupado pelo Deserto do Saara, tem um clima árido tropical. As regiões
ao sul, entretanto, são mais úmidas e chuvosas, predominando o tropical com chuvas de verão.
Demografia
Com uma população estimada em 38 milhões habitantes, que corresponde a uma densidade
populacional de 16,04 hab./km². As taxas de natalidade e de mortalidade são, respectivamente, de 34,53%
e 8,97%. A esperança média de vida é de 58,9 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é
de 0,503. Estima-se que, em 2025, a população seja de 61.339.000 habitantes. A população metropolitana
de Cartum (incluindo os distritos de Cartum, Cartum Bahri e Omdurman) está a crescer rapidamente, 5 a 7
milhões, incluindo os 2 milhões de desalojados oriundos do sul devido à guerra e do oeste e este devido à
seca. O Sudão ocupa grande parte da bacia do alto Nilo, desde os contrafortes das Terras Altas da África
Oriental até ao Sara. É um imenso país que manifesta influências étnicas e culturais dos países vizinhos. No
Norte, as populações são árabes e muçulmanas. No Sul, predominam africanos negros, alguns cristãos mas,
na sua maioria, pagãos que conservam os seus dialectos tribais. Entre as tribos do Sul incluem-se os Dinkas,
os Nuers (um dos povos de estatura mais elevada do mundo, medindo muitos homens mais de 2 m de
altura), os Shilluks, os Baris e os Azandes. No conjunto da população, os principais grupos étnicos são os
árabes sudaneses (49%), os Dinkas (12%), os Núbios (8%), os Bejas (6%), os Nuers (5%) e os Azandes (3%). A
religião predominante é o islamismo sunita (71,4%), seguido das crenças tradicionais (11,1%) e do
cristianismo (16,3%). De acordo com a constituição de 2005 as línguas oficiais do país são o árabe e o inglês.
Economia
As recentes políticas financeiras e investimento em novas infraestruturas não evitam que o Sudão
continue a ter graves problemas econômicos. O PIB atual é de US$ 58,8 bilhões. Desde 1997 que o Sudão
tem vindo a implementar medidas macroeconômicas aconselhadas pelo FMI. Começaram a exportar
petróleo em 1999; a produção crescente desde produto (atualmente 520.000 barris por dia) deu uma nova
vida à indústria Sudanesa, e fez com que o PIB subisse 6.1% em 2003.
Como os Estados Unidos iniciaram sanções com o Sudão desde 1997, suas petrolíferas se retiraram
do país neste ano, sendo substituídas por empresas de outros países como a Total (França), KFPC (Kuwait),
ONGC (Índia), Petronas (Malásia) e CNPC (China). A CNPC é controladora do consórcio Greater Nile
Petroleum Operating Company (GNPOC), que inclui a Total, a ONG e a Sudapet (estatal Sudanesa). A
GNPOC é responsável pela maior parte da produção sudanesa.
O Sudão tem um solo muito rico: petróleo, gás natural, ouro, prata, crômio, asbesto, manganês,
gipsita, mica, zinco, ferro, chumbo, urânio, cobre, cobalto, granito, níquel e alumínio.
Apesar de todos os desenvolvimentos econômicos mais recentes derivados da produção
petrolífera, a agricultura continua a ser o setor econômico mais importante do Sudão. Emprega 80% da
força de trabalho e contribui com 39% para o PIB. Este aparente bem estar econômico é quase irrelevante;
a população vive abaixo da linha de pobreza muito por causa da guerra civil e do clima muito seco.
História
Conhecido na Antiguidade como Núbia, o Sudão é incorporado ao mundo árabe na expansão
islâmica do século VII. O sul escapa ao controle muçulmano e sofre incursões de caçadores de escravos.
Entre 1820 e 1822, é conquistado e unificado pelo Egito e posteriormente entra na esfera de influência do
Reino Unido. Em 1881 eclode uma revolta nacionalista chefiada por Muhammad Ahmed bin' Abd Allah,
líder religioso conhecido como Mahdi, que expulsou os ingleses em 1885. Ele morre logo depois e os
britânicos retomam o Sudão em 1898. No ano seguinte, a Nação é submetida ao domínio egípcio-britânico.
Obtém autonomia limitada em 1953 e independência total em 1956.
O Sudão é hoje o maior país da África, e está em guerra civil há 46 anos. O conflito entre o governo
muçulmano e guerrilheiros não-muçulmanos, baseados no sul do território, revela as realidades culturais
opostas da Nação. A guerra e prolongados períodos de seca já deixaram mais de 2 milhões de mortos. A
introdução da Sharia, a lei islâmica, causou a fuga de mais de 350 mil sudaneses para países vizinhos. Entre
outras medidas, a lei determina a proibição de bebidas alcoólicas e punições por enforcamento ou
mutilação.
A 9 de setembro de 2004 o Secretário de Estado norte-americano Colin Powell denominou o
conflito em Darfur de genocídio, declarando-a a pior crise humanitária do século XXI. Houve relatos de que
a Janjawid (milícias governamentais) estava lançando ataques e bombardeios a vilarejos, e matando civis
com base na etnia, cometendo estupros, roubando bens, terras e gado. Até o momento, mais de 2,5
milhões de civis foram deslocados, e se estima o total de mortos entre 200 mil e 400 mil. Estas estimativas
estão estagnadas desde que os relatórios iniciais da ONU apontaram genocídio já em 2003/2004.
A 5 de maio de 2006 o governo sudanês e o principal grupo rebelde do país, o Movimento de
Libertação do Sudão - MLS - assinaram o Acordo de Paz de Darfur, que tentava pôr fim ao conflito. O
acordo estabelecia especificamente o desarmamento da Janjawid e desmantelamento dos grupos armados,
e visava estabelecer um governo temporário no qual os rebeldes pudessem participar. Somente um grupo
rebelde, o SLA, comandado por Minni Arko Minnawi, aceitou assinar o acordo
Desde que o acordo foi assinado, entretanto, tem havido notícias de violência generalizada na
região. Surgiu um novo grupo, chamado Frente de Redenção Nacional, formado pela união de 4 grupos que
recusaram-se a assinar os acordos de mamio de 2006. Recentemente, tanto o governo quanto as milícias
islâmicas por ele apoiadas têm lançado grandes ofensivas contra os grupos rebeldes, resultando em mais
mortes e mais refugiados. Conflitos entre os próprios grupos rebeldes também contribuíram para a
violência. Combates recentes na fronteira com o Chade deixaram centenas de soldados e rebeldes mortos,
e quase 250 mil refugiados sem ajuda humanitária.
A população de Darfur é predominantemente negra e de religião muçulmana enquanto a milícia
Janjawid é predominantemente árabe negra. A maioria dos etnicamente árabes de Darfur permanece longe
do conflito. Os habitantes de Darfur - tanto árabes quanto não árabes - rejeitam profundamente o governo
de Cartum, que não lhes forneceu nada a não ser problemas.
A Corte Criminal Internacional - CCI - indiciou o Ministro de Estado para Assuntos Humanitários,
Ahmed Haroun, e o suposto líder da milícia islâmica Janjawid, Ali Mohammed Ali, também conhecido
como Ali Kosheib, pelas atrocidades na região. Ahmed Haroum pertence à tribo Bargou, uma das tribos
não-árabes da região, e é acusado de incitar ataques contra grupos não-árabes específicos. Ali Kosheib é
um ex-soldado e líder das forças populares de defesa, e é acusado de ser um dos líderes dos ataques a
vilarejos no oeste de Darfur. A 14 de julho de 2008 o promotor da Corte Criminal Internacional, Luis
Moreno-Ocampo, lançou 10 acusações criminais contra o presidente al-Bashir, como as de patrocinar
crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Al-Bashir foi acusado pelos promotores de ter "planejado
e implementado o extermínio" de três grupos tribais em Darfur por motivos étnicas. Espera-se que em
breve Luis Moreno-Ocampo peça aos juízes da CCI que expeçam um mandado de prisão contra al-Bashir.
A Liga Árabe, a União Africana e até a França apoiaram os esforços do Sudão para suspender as
investigações da CCI. Eles esperam que seja considerado o Artigo 16 da Convenção de Roma, que
estabelece que as investigações da CCI podem ser suspensas se ameaçarem um processo de paz.
O Sudão é uma república autoritária onde todo o poder está nas mãos do presidente Omar Hasan
Ahmad al-Bashir; ele e o seu partido estão no poder desde o golpe militar de 30 de Junho de 1989.
Século XXI - Atualidades
Desde 2003 que a região de Darfur assiste ao extermínio da população negra, por parte da árabe;
este é conhecido como o Conflito de Darfur. Em março de 2009, Tribunal Penal Internacional (TPI) emite
uma ordem de prisão internacional contra al-Bashir por crimes de guerra e contra a humanidade em
Darfur. O Sudão não reconhece as decisões do tribunal, mas al-Bashir pode ser preso se viajar para
qualquer país-membro do TPI. Em julho de 2010, o TPI emite uma segunda ordem de prisão, desta vez por
genocídio. Em abril de 2010, ocorrem as primeiras eleições multipartidárias no Sudão desde 1986. Boa
parte da oposição boicota o pleito. Apesar de ocorrerem irregularidades, a comunidade internacional
reconhece a vitória de al-Bashir - reeleito presidente, com 68% dos votos.
Em outubro de 2010, Sudão acerta acordo com Uganda, República Democrática do Congo e
República Centro-Africana para formar urna força militar conjunta para combater os rebeldes do Exército
de Resistência do Senhor (LRA), guerrilha cristã que tem origem em Uganda, mas incursiona nos territórios
vizinhos.
Em 9 de julho de 2011, o Sudão do Sul tornou-se um estado independente. Em 14 de julho de
2011, o Sudão do Sul tornou-se um Estado membro das Nações Unidas (ONU). O país entrou para a União
Africana em 28 de julho de 2011.
Petróleo
O Sudão do Sul fica com 75% das reservas de petróleo. Já a infraestrutura para escoar a produção
(oleodutos e refinarias) está no Sudão. Em retaliação às altas taxas de transporte cobradas pelo Sudão, o
Sudão do Sul suspende a produção em janeiro de 2012. Em abril, tropas do Sudão do Sul avançam sobre o
campo petrolífero de Heglig, no Sudão, que bombardeia o sul. Um conflito em larga escala é evitado
porque o Sudão do Sul desocupa Heglig.
Acordo
O diálogo é retomado em setembro, na Etiópia, com a assinatura de um tratado de cooperação que
determina a reabertura dos oleodutos no norte. Também fica acertada a repatriação de sudaneses do sul
que ainda estão no norte. A área é desmilitarizada em março de 2013, e a exploração de petróleo no Sudão
do Sul é retomada no mês seguinte.
Abyei
O maior ponto de discórdia é a região fronteiriça de Abyei, rica em petróleo. Ela é habitada pela
tribo Dinka, favorável à união com o sul, e pelos árabes Misseriya, pró-norte. Está prevista a realização de
um referendo para definir o status de Abyei, mas não há acordo sobre quem deve participar.
Em maio de 2011, tropas do Sudão ocupam a cidade, mas a área é desmilitarizada no mês seguinte,
após a chegada de uma missão de paz da ONU, a Unisfa. Em outubro de 2013 é realizado um referendo não
oficial, boicotado pelos árabes. Os Dinka votam maciçamente pela união de Abyei ao Sudão do Sul, mas o
resultado não é reconhecido, aumentando o impasse.
Kordofan do Sul
Desde 2011, as forças sudanesas combatem militantes do SPLA-N (ramificação norte das Forças
Armadas do Sudão do Sul) em Kordofan do Sul. O SPLA-N também atua no Nilo Azul e se une às milícias de
Darfur em 2012, na Frente Revolucionária do Sudão (SRF). A SRF realiza ataques nas três províncias,
retaliados pelas forças armadas do Sudão, que acusa o Sudão do Sul de patrocinar os rebeldes. Em 2013, os
confrontos geram uma crise humanitária. Em junho, Al-Bashir ameaça fechar de novo os oleodutos do
Norte se o Sul não interromper a ajuda à SRF.
Protestos
A perda da receita com petróleo tem grande impacto na economia sudanesa, que encolhe 11% em
2012. Buscando reduzir o déficit nas contas públicas, o governo anuncia corte de subsídios para os
combustíveis em setembro de 2013. A alta dos preços atinge a população mais pobre, que sai às ruas de
Cartum para protestar. As forças de segurança abrem fogo contra os manifestantes, matando dezenas de
pessoas.
Compilação feita a prtir de:
- Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014.
- Atlas National Geografic - Africa I, São Paulo: Ed. Abril, 2008.
- AQUINO, JACQUES, DENIZE, OSCAR. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades
atuais, 32ª Ed.Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995.
- http://www.wikipedia.org
- http://www.indexmundi.com
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