estágio de vivência em rio claro - Rede

Propaganda
ESTÁGIO DE VIVÊNCIA EM RIO CLARO
EDIÇÃO DE INVERNO – 2015.2
Apoiador em Rio Claro: Wagner Christo
Apoiadora Estadual: Juliana Oliveira
Facilitadora: Jade Dionísio – Odontologia UFRJ
Viventes:
Camila Gomes – Odontologia UFF
Danielle Lourenço – Medicina UNESA
Gleyce – Ciências Biológicas UFRJ
Marcelle Ricci – Nutrição UNIRIO
Marcelly – Psicóloga UNESP
Thiago Silva – Medicina UFJF
RIO DE JANEIRO, AGOSTO DE 2015
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Organização da rede de saúde
3. Visitas às unidades de saúde
3.1 Atenção básica
3.1.1 ESF Fazenda da Grama
3.1.2 ESF Macundu
3.1.4 ESF em Rio Claro (UBS) e Academia da Saúde
3.1.5 ESF Lídice Módulo I
3.1.6 Visita Domiciliar
3.2 Média Complexidade
3.2.1 Hospital Nossa Senhora da Piedade
3.2.2 Serviço de Pronto Atendimento Padre Alfredo Oelker
3.2.3 Centro de Especialidades Odontológicas
3.2.4 Saúde Mental (SIMES – Serviço de Integração Mental e Social)
4. Regulação
5. Farmácia
6. Vigilância em Saúde
7. Educação em Saúde
8. Conselho Municipal de Saúde
9..Ouvidoria
10.Considerações Finais
11. Referências
1. Introdução
Rio Claro é um município da Região Costa Verdade do Estado do Rio de
Janeiro. A história do município possui curiosas características, como a inclusão
de um município vizinho, o de São João Marcos e a troca de nomes, pois durante
um período o município se chamou Itaverá.
Após a abolição da escravatura, seguido do desprestígio da aristocracia
rural escravista, com o café sendo substituído pela pecuária leiteira o município
enfrentou um período de declínio econômico, e o empobrecimento. O município
de São João Marcos também foi atingido pela crise econômica, cujo território foi
incorporado à administração de Rio Claro em 1938. Hoje o município de Rio Claro
se estende por 841,39 km² distribuídos pelos distritos de Rio Claro (sede), Lídice,
Passa Três, São João Marcos e Getulândia, contando com 17.600 habitantes no
último censo 2010.
As ruínas do antigo município fluminense de São João Marcos, que
na década de 1940 foi evacuado para dar lugar à represa de Ribeirão das Lages,
pertencente à concessionária de energia elétrica Light S.A ainda se encontram na
cidade.
2. Organização da Rede de Saúde
Rio Claro possui em torno de 17.600 habitantes, dos quais 90% se encontram
cadastrados na rede de atenção em saúde do município. Apesar do pequeno
porte, a extensão e geografia territorial são desafios no que se refere a locomoção
e acesso. Deste modo, os serviços de saúde foram distribuídos entre os 5 distritos
que compõem o município:
Rio Claro
População atendida: 6.131 habitantes.
Serviços: Hospital Público Municipal (média complexidade); ESF Rio Claro; ESF
Morro do Estado; Centro de Especialidades Odontológicas (CEO); Academia da
Saúde; NASF; Superintendência de Atenção à Saúde; Vigilância em Saúde;
Serviço de Integração Mental e Social (SIMES) e Farmácia.
Lídice
População atendida: 4.673 habitantes.
Serviços: ESF Lídice Módulo I; ESF Lídice Módulo II e Serviço de Pronto
Atendimento (baixa complexidade).
Macundu
População atendida: 861 habitantes.
Serviços: ESF Macundu e a subsede “Sertão”.
Passa Três
População atendida: 3.001 habitantes.
Serviços: ESF Passa Três; ESF Fazenda da Grama.
Pouso Seco
População atendida: 1.294 habitantes.
Serviços: ESF Pouso Seco e a subsede Getulândia.
Os casos de maior complexidade são encaminhados para municípiosreferência. Cabe assinalar Rio Claro está inserida no Programa de Pactuação
entre Municípios (PPI), cujo objetivo é criar uma rede de apoio para compartilhar
os serviços de saúde e suprir a demanda de atendimento.
3. Visitas às Unidades de Saúde
Estivemos alocados em Lídice, distrito do município de Rio Claro, entre os
dias 26 de Julho de 2015 e 06 de Agosto do mesmo ano vivenciando,
diariamente, a realidade do Sistema Único de Saúde na cidade. Visitamos
diversas Unidades de Saúde, a saber:
Secretaria Municipal de Saúde em Rio Claro, em 27 de Julho, onde
conhecemos o Superintendente em Saúde, Wagner, a Secretária Municipal de
Saúde Stella e a Coordenadora da Estratégia de Saúde de Família Beatriz.
Superintendência de Atenção à Saúde – Gerência de Vigilância em Saúde,
onde fomos recebidos novamente pela coordenadora Beatriz, Academia de
Saúde em Rio Claro, onde conhecemos a fonoaudióloga Daniela e o educador
físico João Paulo, além de Estratégia de Saúde de Família Fazenda da Grama,
onde fomos recebidos pela enfermeira da unidade, Adriely, em 28 de Julho.
Estratégia de Saúde da Família de Macundu, em 29 de Julho, onde
encontramo-nos
com
a
enfermeira
da
unidade,
Thaísa
e,
novamente,
Superintendência de Atenção à Saúde – Gerência de Vigilância em Saúde, onde
nos encontramos com a Coordenadora da Odontologia, Iracema e, novamente,
com a coordenadora Beatriz.
Estratégia de Saúde da Família de Pouso Seco, zona rural de Rio Claro,
sendo
recebidos
pela
enfermeira
Rosa
Maria
e,
mais
uma
vez,
a
Superintendência de Atenção à Saúde – Gerência de Vigilância em Saúde, para
reunião com a Gerente de Planejamento, Controle, Avaliação e Auditoria de Rio
Claro, Cláudia Xavier, aos 30 de Julho.
Estratégia de Saúde da Família de Rio Claro, em 31 de Julho, onde nos
encontramos com os Agentes Comunitários de Saúde para fazer uma visita
domiciliar e, após, fomos recebidos pela enfermeira Simone na mesma unidade e
Superintendência de Atenção à Saúde – Gerência de Vigilância em Saúde, onde
nos encontramos com o Gerente de Vigilância em Saúde, Marcos Penna.
Hospital Geral Nossa Senhora da Piedade em Rio Claro, onde fomos
recebidos pelo chefe de enfermagem Josinei e Serviço de Pronto Atendimento
Padre Alfredo Oelkers, em Lídice, encontrando-nos com a enfermeira plantonista
Beatriz, em 01 de Agosto.
SIMES (Serviço de Integração Mental e Social) de Rio Claro, em 03 de
Agosto, sendo recebidos pela assistente social Heraika.
Casa de
Cultura de Rio Claro, onde acompanhamos uma reunião do
Conselho Municipal de Saúde presidido pela enfermeira Lizabete e CRAS (Centro
de Referência de Assistência Social), onde fomos recebidos pela ouvidora
Josiane, em 04 de Agosto.
3.1 ATENÇÃO BÁSICA
3.1.1 ESF – Fazenda da Grama
A estrutura dessa estratégia é pequena, na composição da equipe tem uma
médica, duas dentistas, uma auxiliar de saúde bucal, uma enfermeira, três
auxiliares de enfermagem, uma auxiliar de serviços gerais, quatro agentes
comunitários de saúde e um agente de endemias. Na estrutura física tem um
consultório odontológico, onde há atendimento com dentista todos os dias da
semana, um consultório médico, uma sala de vacinação, uma sala das agentes
comunitárias de saúde, central de materiais e esterilização, sala de curativo,
farmácia, um escovódromo, banheiro com acesso para cadeirante, recepção e
uma copa.
Essa
estratégia
se
localiza
em
uma
área
urbana,
mas
possui
características rurais e a maior parte da população é composta por idosos. Boa
parte da população é contemplada pelo atendimento no local, sendo poucos os
que preferem atendimento particular. Nessa estratégia há grupo para tabagistas,
planejamento familiar, controle de peso e há também materiais para educação
permanente. Dentro dos pontos diferenciais dessa estratégia estão o número de
gravidez na adolescência e muitas delas associadas com sífilis, são pontos
diferenciais, pois essas ocorrências são mais predominantes nesse local, mesmo
sendo uma zona urbana.
A relação com a escola dessa estratégia foi demarcada como precária,
uma melhor relação com a escola pode resultar em melhores resultados para a
educação e saúde da população. Como em todas as estratégias, a grande
dificuldade é o acesso, tanto dos pacientes ao serviço de saúde quanto dos
agentes comunitários as residências dos pacientes e problemas com alcoolismo,
sendo o último muito predominante no município devido a ausência de atividades
de lazer.
3.1.2 ESF – Macundu
Localizada na zona rural de Rio Claro, o acesso a esta Unidade leva 45
minutos de automóvel através de uma estrada de chão batido. A ESF conta com a
seguinte infraestrutura: recepção, consultório, sanitários (específicos para
pacientes e para funcionários), sala de esterilização, farmácia, sala de
odontologia, sala de curativos e procedimentos, sala de vacinas, expurgo, sala
dos agentes comunitários de saúde e consultório médico. Esta unidade se
encontra em processo de reforma, com ampliação e adequação da estrutura
física. No terreno ao lado há uma Academia de Saúde, onde o Educador Físico
ocasionalmente oferece instruções aos usuários. A ESF é responsável por uma
sub-unidade denominada “sertão” que oferece apoio à população residente na
parte extrema da zona rural.
A equipe multiprofissional é composta por médico clínico geral, enfermeira,
dentista, auxiliar de saúde bucal, técnico de enfermagem, três agentes
comunitários de saúde, dois auxiliares de serviços gerais e médico ginecologistaobstetra. O perfil do usuário é formado em grande parte por idosos hipertensos,
contudo verificou-se ainda que o uso abusivo de bebidas alcoólicas também se
configura uma demanda neste território.
O consumo liberado/legalizado do álcool, a rotina de trabalho rural pesado,
os valores sócio-familiares e a escassez de alternativas de lazer apontam para o
uso da bebida como uma questão tanto de saúde quanto cultural. As ações de
prevenção e promoção em saúde são realizadas em parceria com a escola local,
tendo
se
mostrado
como
importante
ferramenta
de
conscientização
e
fortalecimento do vínculo da população com a equipe de saúde. Dentre as
fragilidades observadas nesta ESF, identificamos a precariedade de sinal para
telefonia móvel ou fixa, o relevo da região e a ausência de transporte para
deslocamento tanto dos usuários quanto da equipe.
3.1.3 ESF – Pouso Seco
Pouso Seco é um distrito rural de Rio Claro e é considerado extensão do
distrito de Getulândia. Os mesmos funcionários que trabalham na Estratégia de
Saúde da Família (ESF) de Pouso Seco trabalham na Estratégia de Saúde da
Família de Getulândia, com exceção dos ACS.
A equipe que compõe a Estratégia de Saúde da Família de Pouso Seco é
constituída por uma enfermeira, um técnico de enfermagem, uma dentista, uma
auxiliar dentária, uma funcionária de serviços gerais, quatro Agentes Comunitários
de Saúde, um médico que atende três vezes por semana, uma fonoaudióloga e
uma fisioterapeuta que atendem de 15 em 15.
A ESF de Pouso Seco possui 296 famílias cadastradas, tendo uma
cobertura quase completa da população do distrito. Pouso Seco não possui
muitas opções de lazer aos moradores e, desta forma, a opção que muitos
moradores encontram é a socialização através do uso de bebidas alcoólicas. Isto
acaba interferindo na saúde de muitos moradores, que tem a dificuldade de
enxergar de que o uso abusivo de álcool precisa de tratamento.
A equipe realiza visitas domiciliares e visitas solicitadas pelos usuários nos
próprios transportes, sem recebimento de auxílios para manter os gastos. Há
dificuldade da equipe em ter acesso a algumas residências de Pouso Seco,
devido à distância e a posição geográfica que as residências se encontram. Na
região mais distante da ESF de Pouso Seco, conhecida como sertão, a ACS
realiza as visitas domiciliares sobre um burrinho.
A ESF de Pouso Seco possui uma recepção, uma sala dos Agentes
Comunitários de Saúde, dois consultórios médicos, um consultório de dentista,
uma sala de esterilização, departamento de material de limpeza, farmácia, sala de
enfermagem, copa e cozinha e banheiros acessíveis.Utilizam o sistema SIBAS e
o E-SUS para cadastro das famílias e o SISREG para regulação dos usuários.
A facilidade em estabelecer vínculo com a população e conhecer as
demandas e necessidades dos usuários deste serviço, tem relação com parte da
equipe que compõe a ESF de Pouso Seco morar neste distrito.
3.1.4 ESF em Rio Claro (UBS) e Academia da Saúde
Estruturalmente, a unidade da Estratégia de Saúde da Família de Rio Claro
conta com sala de triagem, consultório de Ginecologia e Obstetrícia (que recebe
médico duas vezes por semana), consultório de Pediatria e Fonoaudiologia (com
presença de pediatra semanalmente e fonoaudiólogo duas vezes por semana),
sala de vacinas, depósito de materiais de limpeza, dois consultórios, sala de
agentes comunitários de saúde, farmácia, sala de curativos, cozinha e sala de
esterilização.
A equipe conta com nove agentes comunitários de saúde, médico todos os
dias da semana, enfermeira quatro vezes por semana, técnico de enfermagem e
dentista. Uma nova unidade será aberta, dada a numerosa população atendida
por esta estratégia e, dentre as peculiaridades da região, percebe-se a presença
de muitos idosos, inclusive centenários, haja vista a maior qualidade de vida do
interior do estado e, ainda, dada a migração do Rio de Janeiro para Rio Claro
pós-aposentadoria.
Nossa visita deu-se no quinto dia de vivência, quando fomos recebidos na
estratégia pela enfermeira Simone. Esta foi a primeira unidade por nós visitada na
qual o mural “Sala de Situação”, que visa a exposição de dados quantiqualitativos
acerca da situação de saúde da área pela ESF compreendida, não estava
preenchido.
A Academia da Saúde de Rio Claro foi o primeiro polo deste serviço
instalado no estado do Rio de Janeiro, tendo sido inaugurada em 12 de Junho de
2013, sendo parte do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) e vinculada à
ESF de Rio Claro.
O prédio conta com uma sala espelhada a qual é usada para a realização
de atividades físicas, além do funcionamento de grupos antitabagismo, de pilates,
de psicomotricidade para crianças especiais, ações locais, festividades e reuniões
de equipe da ESF de Rio Claro, uma vez que trata-se de uma extensão desta. Tal
espaço conta com material de apoio à atividade física, como steps, tatames,
aparelhos de ginástica funcional e outros mais.
A equipe que trabalha nesta unidade é multidisciplinar, contando com
profissionais de Educação Física, assistentes sociais, fonoaudiólogos, terapeutas
ocupacionais e fisioterapeutas, que fazem uso da sala de acordo com a atividade
a ser desenvolvida no momento.
Ao lado do edifício principal há uma praça onde encontram-se instalados
diversos aparelhos para a realização de atividades físicas, dentre os quais
simulador de corrida, aparelho extensor com o auxílio do qual pode-se realizar
agachamentos, simulador de esqui, remada sentada, rotação vertical, abdominal
(surf), dentre outros. Assim como este, há diversos polos espalhados pelo
município, normalmente localizados perto das Estratégias de Saúde da Família.
No segundo dia de nossa vivência, momento no qual visitamos a Academia
da Saúde, acompanhamos uma turma de crianças especiais as quais estão
alocadas em uma turma para desenvolvimento de psicomotricidade, coordenada
por uma fonoaudióloga, que é auxiliada por um educador físico e uma assistente
social. Os pais das crianças não podem acompanhá-las durante as aulas, com o
objetivo de promover a autonomia individual e desestimular a superproteção que
pode ser gerada nos progenitores ao verem seus filhos submetidos a desafios de
limites que, muitas vezes, eram de inimaginável superação.
3.1.5 ESF em Lídice - Módulo I
Não foi possível que conhecêssemos a Estratégia de Saúde da Família de
Lídice – Módulo II (figura I). Ao chegarmos ao local, fomos informados pela
recepcionista que a enfermeira responsável não estava presente, pois realizava
um trabalho com a população do bairro de Estação. Sendo assim, convidaramnos para a encontrarmos nesse local. Entretanto, duas de nossas colegas
apresentaram agravo à saúde sendo necessário atendimento médico no SPA
Padre Alfredo Oelkers, localizado junto a ESF. Esse ocorrido culminou no
cancelamento da atividade da tarde nesse dia.
3.1.6 ESF Visita Domiciliar
A Visita Domiciliar é um serviço prestado pelas Estratégias de Saúde da
Família (ESF) com o objetivo de garantir a melhora dos serviços prestados pelas
próprias ESFs, proporcionar um amparo para os pacientes que não podem
realizar o deslocamento até as Estratégias de Saúde, mas não necessitam de
internação hospitalar, verificam eventuais queixas por parte dos moradores sobre
o serviço público de saúde, verificam se os usuários estão sendo atendidos
regularmente e se estão em dia com os seus exames, realizam a marcação dos
exames de rotina e verificam também a necessidade de marcação de consulta
com médicos, dentistas, enfermeiros e etc, por parte dos usuários. Todas as
equipes das VDs (visitas diárias) destinam-se a prestar cuidados domiciliares na
Atenção
Básica
com
o
intuito
de
humanizar
a
atenção
hospitalar,
desinstitucionalizar a saúde e ampliar a emancipação do usuário.
Para o atendimento do usuário pelas equipes das Visitas Domiciliares o
principal pré-requisito é ser morador de Rio Claro. O atendimento domiciliar é
realizado através da visita dos agentes comunitários de saúde nas residências
dos moradores de Rio Claro. As visitas são realizadas uma vez por semana pelos
agentes comunitários de saúde (ACS) e em casos de paciente portadores de
doenças-crônicas, pessoas que necessitam de cuidados paliativos, Pessoas com
necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento
ou em situação pós-cirúrgica, por exemplo, poderão receber atendimento de
médicos e enfermeiros em suas residências.
O serviço de Visita Domiciliar se faz necessário por conta de uma melhora
na cobertura e abrangência do serviço a pessoas impossibilitadas de comparecer
as Estratégias de Saúde da Família. Esse tipo de serviço garante uma
humanização, qualidade, conforto, carinho e aconchego as famílias, impede a
hospitalização desnecessária, garante apoio, carinho e ajuda a família no
enfrentamento de doenças ou até mesmo de possíveis mortes do ente. E o
grande diferencial desse novo tipo de serviço é a consideração do paciente como
um todo, levando em consideração as condições de saúde do paciente, o
contexto social ao qual o usuário esta inserido, religião e crenças do paciente e
levando em consideração também a forma do usuário enfrentar o mundo.
As equipes multidisciplinares responsáveis pelas visitas domiciliares são
compostas por: Agentes Comunitários de Saúde, Enfermeiros, Técnicos de
Enfermagem e Médicos de Família.
Os Agentes Comunitários de Saúde são escolhidos através de um
processo seletivo e possui como requisito de candidatura que o agente more
dentro da área a qual o mesmo fará cobertura. Esse requisito é essencial para o
entrosamento entre o profissional e a população ao qual ele ampara.
As Visitas Domiciliares são essenciais para a consolidação e melhora dos
serviços do programa de Estratégia de Saúde da Família, pois como os agentes
comunitários são moradores da região ao qual fazem visitas, o entrosamento do
profissional com a população fica muito mais fácil. O amor, atenção e segurança a
qual os agentes comunitários repassam para a população são muito importantes
para a mudança do tipo de atenção de saúde. Esses conjuntos proporcionam
cada vez mais a implantação do modelo de saúde de promoção e prevenção
excluindo totalmente o tipo de modelo curativo ao qual vivíamos.
3.1.7 NASF
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs) foram implantados no
serviço público de saúde mediante a Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de
2008. Segundo Brasil 2010, os NASFs são constituídos por uma equipe
multiprofissional que atuam oferecendo suporte aos profissionais das equipes das
Estratégias de Saúde da Família (ESF), compartilhando e apoiando as práticas
em saúde nos territórios sob responsabilidade das equipes de ESF.
No município de Rio Claro, há apenas um NASF, e é composto pelos
seguintes
profissionais:
nutricionista,
fisioterapeuta,
educador
físico,
fonoaudiólogo e psicóloga. A equipe é considerada pequena para dar suporte
para as 8 ESF distribuídas pelo município. O NASF não possui uma unidade física
e não é um serviço de porta de entrada para os usuários, mas sim de apoio às
equipes de ESF.
O maior desafio da equipe do NASF é conseguir atender as demandas das
Estratégias de Saúde da Família, realizando um trabalho interdisciplinar e
promovendo saúde no próprio território, ao invés de atendimentos individuais e
ambulatoriais.
3.2 MÉDIA COMPLEXIDADE
3.2.1 Hospital Nossa Senhora da Piedade
É um hospital público de médio porte, que presta serviços unicamente
através do SUS, com capacidade de cinquenta e sete leitos distribuídos entre os
setores de cirurgia geral, clínica médica, saúde mental, cuidados intermediários
ao adulto, obstetrícia cirúrgica, clínica e parto normal, sala de estabilização,
observação indiferenciado, observação pediátrica e recuperação. E ainda conta
com seis leitos para atendimento indiferenciado.
Presta atendimentos de baixa complexidade, estando enquadrado no nível
secundário de saúde. Por ser um hospital de característica local, casos mais
complexos são encaminhados a outros serviços, privados ou não. Esse fluxo
ocasionalmente ocorre em um sentido que favorece a rede particular de
municípios próximos, como Barra Mansa e Angra dos Reis, devido à escassez de
vagas disponíveis no sistema público via SISREG.
O hospital Geral Nossa Senhora da Piedade (figura II) conta com
atendimento ambulatorial prestado por seus médicos plantonistas, que também
atendem situações de emergência e intercorrências nas enfermarias. Possui um
centro cirúrgico, entretanto, não realiza cirurgias de emergência, excetuando-se
os partos, de tal forma que os pacientes são encaminhados para outros serviços.
Já possuiu setor de Unidade de Terapia Intensiva, hoje desativado.
Dentre o corpo de funcionários, o hospital detém serviços prestados por
fisioterapeutas e nutricionistas, que atendem durante a semana. Não vigora um
regime de plantão entre eles. Há também um médico de rotina responsável por
passar
visita
diariamente
em
todos
os
pacientes
internados.
Serviços
odontológicos não são prestados, ainda que, os pacientes permaneçam por um
longo período na instituição. Além disso, também não há serviço de assistência
social e psicologia hospitalar. O serviço não oferece atendimento ao paciente
dialítico.
3.2.2
Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Padre Alfredo Oelkers
O Serviço de Pronto Atendimento se localiza em Lídice – Rio Claro/RJ. O
Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Padre Alfredo Oelkers funciona 24h por dia,
todos os dias da semana e possuem capacidade para a realização de todos os
serviços de baixa complexidade (pressão alta, febre alta, cortes, fraturas...). A
SPA funciona de forma inovadora proporcionando a cobertura a exames
laboratoriais, atendimento emergencial, com estrutura capaz de proporcionar um
bom atendimento à população através de leitos de observação, médicos e
enfermeiros de plantão e sala para a realização de medicação. Na unidade de
pronto atendimento, grande parte dos casos são solucionados na própria unidade.
Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o
problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar o
paciente a um hospital ou se é necessário mantê-lo em observação por 24 horas.
Os Serviços de Pronto Atendimento fazem parte da Política Nacional de
Urgências desde 2003 e funcionam como unidades intermediárias entre as
unidades básicas de saúde (UBSs) e os hospitais. O principal objetivo deste
serviço de saúde é ajudar a desafogar os prontos-socorros, ampliando e
melhorando o acesso dos brasileiros aos serviços de urgência no Sistema Único
de Saúde (SUS). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).
O SPA Padre Alfredo Oelkers se localiza em uma antiga maternidade que
acabou sendo desativada e posteriormente o espaço foi dividido entre a SPA e a
ESF de Líndice.
A unidade de SPA possui autonomia para a prestação de socorro de forma
domiciliar, porém os casos mais graves são encaminhados para o Hospital de Rio
Claro. Todo o funcionamento da SPA possui controle diário de funcionamento.
Com Vários profissionais em regime de plantão e diarista, a unidade realiza o
atendimento emergencial de toda a população de Lídice e possíveis extras de
outras regiões e municípios.
3.2.3 Centro de Especialidades Odontológicas
Aos usuários do SUS que necessitam de atendimento odontológico e
procuram a unidade de saúde da família de referência do seu bairro, podem ser
atendido no local, ou nos casos de restauração, limpeza e extração podem ser
encaminhado para o CEO (Centro de Especialidades Odontológicas). O
encaminhamento acontecerá toda vez que haver casos de maior complexidade
que não podem ser resolvidos pelos dentistas das unidades de saúde da família.
O CEO é o centro de referência para realizações de atendimentos mais
complexos e graves, como tratamento periodontal, cirurgias, tratamento de canal,
extrações de siso, e até próteses.
Infelizmente não foi possível conhecer a estrutura física do local, devido ao
fluxo de atendimento do mesmo.
3.2.4 Saúde Mental (SIMES – Serviço de Integração Mental e Social)
O Serviço de Integração Mental e Social (SIMES) funciona em regime
ambulatorial e conta com uma equipe multiprofissional formada por psicólogo,
terapeuta ocupacional,
oficineiro,
enfermeiro, psiquiatra, assitente social.
Atualmente este serviço vive um processo de reestruturação para se tornar um
CAPS I, aguardando apenas a aprovação da portaria de custeio. As atividades
artístico-culturais desenvolvidas têm perspectiva terapêutica e de geração de
renda. Verificamos um importante índice de problemas relacionados ao álcool e
outras drogas, além de outros transtornos mentais, sendo o atendimento realizado
a partir de encaminhamento e/ou demanda espontânea. Um desafio importante
colocado pela gestora do serviço é a desconstrução do modelo hegemônico
hospitalocêntrico e medicalizante, tanto por parte da população quanto de alguns
profissionais.
O serviço tem uma proposta de trabalho que vai de encontro aos princípios
da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial, visando desconstruir o estigma
da loucura e pautado no empoderamento e autonomia do usuário. Cabe assinalar
que desde o ano de 2013 o município de Rio Claro não registra nenhuma
internação em instituição psiquiátrica, visto que os casos agudos são
encaminhados para a enfermaria do Hospital Geral. Os familiares são incluídos
como
colaboradores
do
tratamento
e
recebem
orientação
da
equipe
multiprofissional. Outro ponto relevante é a parceria com o judiciário para avaliar
cada caso de modo singular detreminado uma terapêutica específica e
apropriada. Para assegurar o atendimento integral e o cuidado em liberdade, se
faz necessário uma aproximação entre o SIMES e a rede de atenção básica.
4. Regulação
Através da Portaria n° 1559, de 1° de agosto de 2008 foi instituída a
Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde – SUS, exposto em
seu Art. 1° que diz: “Instituir a Política Nacional de Regulação do Sistema Único
de Saúde - SUS, a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas
as competências das três esferas de gestão, como instrumento que possibilite a
plenitude das responsabilidades sanitárias assumidas pelas esferas de governo.”
Sendo essas esferas a federal, estatal e municipal.
O trabalho realizado no município por esse setor é dividido da seguinte
maneira:
Planejamento – ocorre a elaboração do plano municipal de saúde, que
possui duração de quatro anos, do plano anual de saúde e do relatório anual de
gestão. Nesse último estão presentes os indicadores assistenciais e de valores.
Faturamento – é realizada prestação de contas mensal dos gastos sofridos
pelo município referente à verba enviada pelo Ministério da Saúde. O município
deve ser capaz de justificar seus gastos. Isso ocorre através de relatórios
enviados todos os meses pelas unidades, em que todas as despesas são
especificadas e o valor gasto é calculado. Essas informações são inseridas em
sistemas respectivos a cada tipo de serviço. Serviços hospitalares são
repassados ao Sistema de Informações Hospitalares (SAI), enquanto os serviços
ambulatoriais ao Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA). É possível
acompanhar os relatórios enviados e recebidos de forma pública através do site
datasus.gov.br. As verbas transferidas ao município pela união habitualmente não
são suficientes para arcar com as despesas, afirma a Gerente de Planejamento,
Controle, Avaliação e Auditoria de Rio Claro que nos recebera, tendo o município
que subsidiar os custos excedentes. Além disso, ocorre a cada quatro meses
audiência pública na Câmara Municipal que funciona como ferramenta de
transparência pública, prestando contas à população.
Regulação – o agendamento de consultas e exames, que podem ser
realizados no próprio município ou em outros, é realizado, desde os últimos três
meses, através do Sistema Nacional de Regulação (SISREG), que visa “a
humanização dos serviços, maior controle do fluxo e a otimização na utilização
dos recursos, além de integrar a regulação com as áreas de avaliação, controle e
auditoria.” Para o funcionamento do sistema é necessário um navegador de
internet (Internet Explorer, Mozila Firefox, etc.) instalado no computador da
unidade e conectado à internet.
O Ministério da Saúde disponibiliza o software para o gerenciamento de
todo Complexo Regulatório, cobrindo a rede básica até a internação hospitalar.
Hoje, o SISREG está presente em 1600 municípios espalhados pelo país e possui
204 centrais de regulação ambulatorial e 19 centrais de regulação hospitalar. A
prestação de serviços, por outros municípios, que são indisponíveis em Rio Claro
ocorre através da programação pactuada integrada (PPI), que promove a
integração entre municípios para a realização de exames e consultas
especializadas. Segundo a gerente, existe uma boa relação, através da PPI, com
o município de Piraí.
Auditorias – uma vez por semana um médico auditor avalia as autorizações
de internações hospitalares (AIHs). O conselho municipal de saúde participa da
construção do plano municipal de saúde, entretanto, não há mobilização popular
participativa desse processo, apesar de divulgação.
5. Farmácia
A farmácia se encontra ao lado do hospital municipal, é bem estruturada e
organizada, onde as salas com os remédios tem controle de temperatura e
umidade. Remédios controlados, caros e excessivamente usados, como por
exemplo, omeprazol, são controlados nessa farmácia central localizada em Rio
Claro. A maior dificuldade enfrentada pela farmacêutica são as ações jurídicas,
onde ela é obrigada a comprar um remédio, geralmente mais caro, por ordem do
juiz. Essa ocorrência limita a quantidade de fármacos que poderiam ser
compradas para a população de um modo geral, ou seja, acaba-se por comprar
menos remédios de uso coletivo e abrangente para cumprir ordens judiciais que
exigem a compra de um fármaco específico independente do preço, ignorando a
necessidade da população como um coletivo.
6. Vigilância em Saúde
“A territorialização é a base do trabalho das equipes de atenção básica para a
prática da vigilância em saúde, caracterizando-se por um conjunto de ações, no
âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção
da saúde” (Manual de Gestão da Vigilância em Saúde, 2009, p. 11).
A Gerência de Vigilância em Saúde de Rio Claro é responsável pelos
programas
de
Vigilância
Sanitária,
Saúde
do
Trabalhador,
Vigilância
Epidemiológica e Vigilância Ambiental em Saúde. É de responsabilidade deste
serviço, inclusive, a notificação e vigilância de doenças e agravos não
transmissíveis à saúde, como violência.
A Vigilância Sanitária visa eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde,
inclusive intervindo, tendo poder de polícia, nos problemas sanitários decorrentes
do meio ambiente, produção e circulação de bens e prestação de serviços de
interesse da saúde, como farmácias, restaurantes, laboratórios e outros. Vigia os
bens de consumo que se relacionam com a saúde, desde a produção ao
consumo, além de controlar a prestação de serviços que se relacionem com a
saúde. A princípio, procuram fazer ações educativas e qualificativas, de modo a
instruir os estabelecimentos quanto às regras de funcionamento. Já a fiscalização
de clínicas nas quais haja internação de pacientes é função do Governo Estadual.
A Vigilância da Saúde do Trabalhador visa proteger este, caracterizando-se
como um conjunto de atividades voltadas à promoção, proteção, recuperação e
reabilitação da saúde dos trabalhadores sob risco de agravos à saúde
decorrentes das condições de trabalho. Promove manobras de capacitação, de
modo a evitar acidentes e informando aos, por exemplo, quanto à necessidade do
uso de equipamentos de proteção individual, dentre outros.
A Vigilância Epidemiológica proporciona o conhecimento, a detecção ou
prevenção de fatos que alterem os determinantes e condicionantes da saúde
individual ou coletiva, a fim de promover prevenção e controle das doenças ou
agravos de saúde. Coleta, processa e analisa dados, divulga informações,
investiga epidemiologia de casos e surtos e recomenda ações de promoção e
medidas de controle. Seu funcionamento se dá, principalmente, através de
notificações. Há vigilância quanto às doenças transmissíveis e agravos não
transmissíveis, o que inclui, por exemplo, a violência doméstica. A vigilância
epidemiológica controla, ainda, a qualidade de água, solo e ar. O município de Rio
Claro teve um caso notificado e confirmado de hantavírus em 2014, a partir do
qual começaram a buscar, ativamente, outros casos. Foram encontrados, até
agora, quinze pacientes com IgG positivo, o que quer dizer que já houveram
outros casos do vírus não notificados.
Vigilância Ambiental em Saúde foca nos fatores não biológicos do meio
ambiente que possam trazer riscos à saúde, como água, ar, solo, químicos,
desastres naturais, produtos perigosos, ambiente de trabalho e etc.
Em Rio Claro, a equipe de Vigilância em Saúde conta com três biólogos,
um médico veterinário, três enfermeiros, um técnico em enfermagem, um
arquiteto, um farmacêutico, um médico e um dentista, além dos Agentes de
Controle de Endemias.
O Município sofre, muitas vezes, com a resistência da própria população,
quanto às ações de promoção de saúde, por exemplo. O Gerente da Vigilância
em Saúde, Marcos Penna, cita, por exemplo, a campanha de vacinação contra o
papilomavírus humano, a qual foi veementemente criticada pelos habitantes da
cidade que alegavam que tal vacinação era apologia à prática sexual de menores
de idade.
Quanto ao sistema vacinal do município, houve, recentemente, um
desabastecimento de dT (dupla bacteriana), DTP (tríplice bacteriana) e BCG
(contra as formas graves de tuberculose), sendo que esta encontra-se em
processo de regularização. Em Rio Claro, ainda, há a disponibilidade de soros
antiofídico, antirrábico, antiaracnídico e antitetânico.
7. Educação em Saúde
A secretaria municipal de saúdeo de Rio Claro adquiriu e destribuiu
materias didatáticos para todas as suas estratéfias de saúde da família (ESF).
Estes são utilizasos para melhorar as atividades de educação em saúde
desenvolvidas na ESF que priorizam as ações de prevenção, promoção e
recuperação da saúde das pessoas, de forma didática, integra e progressiva.
Os itens ilustram e reforçam as ações de cuidados durante o periodo
amamentação, pré-natal, pré-parto, saúde sexual e reprodutiva, prevenção
ao câncer de mama e colo uterino.
As atividades de educação em saúde buscam promover semear
reflexões que indizam à modificações nas atitudes e práticas dos usuários,
para o favorecimento e melhoria dos indicadores de saúde e da qualidade
de vida das famílias e população.
Lista de Material e suas destinações:
a) Amamentação,
Pré
Natal
e
Pré
Álbum
amamentação;
Álbum
grande
Caderno
planejamento
de
familiar
de
“Contracepção,
Pelve
e
orientação
Boneca
DVD
Parto
reprodutivo;
contraceptiva;
parto
Planejamento
normal;
Familiar
feminina
e
Reprodutivo”;
em
tecido;
Quadro
imantado;
Recém-nascido;
Seio de pano.
b) Saúde
Sexual
Álbum
grande
Caderno
planejamento
de
Álbum
DVD
Estojo
Pênis
Planejamento
família;
contraceptivos;
Familiar
e
de
Reprodutivo”;
Emergência”;
masculino
pélvico
de
contraceptiva;
métodos
reprodutor
reprodutivo;
da
“Contracepção
Modelo
e
orientação
de
“Contracepção,
Reprodutiva
familiar
saúde
Conjunto
DVD
e
e
feminino;
de
suporte,
acrílico;
uretra
e
ejaculação;
Quadro de métodos contraceptivos + caderno de orientação contraceptiva;
Quadro imantado.
c) Prevenção
Modelo
ao
Câncer
pélvico
de
de
Mama
e
borracha
Colo
Uterino
branco;
Aparelho reprodutor feminino, tridimensional, em espuma de borracha;
Seio de silicone: em tamanho natural com cinco nódulos reais para ensino
de autoexame na prevenção do câncer mamário.
8. Conselho Municipal de Saúde
O Conselho Municipal de Saúde tem o papel de responder os anseios da
comunidade fazendo a ponte entre a população e o serviço de saúde pública do
município. A finalidade do conselho é melhorar a saúde pública e proporcionar
acesso a todos os moradores de Rio Claro aos melhores atendimentos de saúde
possíveis. O Conselho é composto por um presidente, um vice-presidente, cinco
conselheiros, quatro representantes da comunidade e uma secretária executiva.
Durante a nossa participação em uma reunião do Conselho Municipal de
Saúde, assistimos a uma reunião do mesmo nos proporcionando contato com
algumas dificuldades enfrentadas pelos participantes dos conselhos frente à
prefeitura. Foi-nos apresentado também que os conselhos possuem autonomia
jurídica e estão equiparadas ao cargo de prefeito do município e por conta disso
todas as propostas voltadas para a saúde devem passar pelo conselho para a
aprovação do mesmo.
A fiscalização realizada pelo conselho de saúde acontece no período de
seis em seis meses em todas as unidades de saúde do município, porém, nos
sertões as visitas acontecem em um período de apenas uma semana de
diferença. Essa fiscalização acontece como uma forma de garantir que todas as
melhorias propostas e aprovadas tenham sido cumpridas e realizadas pelo
município dentro das unidades de saúde.
A mesa do Conselho Municipal de Saúde é escolhida através do voto dos
conselheiros e a mudança dos líderes acontece todo ano de eleição a prefeitura
do município, apesar de o Conselho não ter vínculo algum com o governo
municipal.
Não existe a presença ativa da população dentro e durante os conselhos;
Esse problema pode se dar por conta da dificuldade da população em se envolver
no meio político e o conselho poderia ser mais divulgado no meio social.
9. Ouvidoria
O serviço de Ouvidoria de saúde pública do município de Rio Claro funciona
desde 2009, está vinculado à Secretaria de Saúde e é composto por duas
ouvidoras, uma responsável pela Ouvidoria do Hospital Geral de Rio Claro, a
assistente social Alessandra, e outra responsável pelos demais serviços públicos
de saúde do município, a bióloga Josiane. Atualmente, Josiane está responsável
também pela Ouvidoria do Hospital Geral, já que a ouvidora deste serviço
encontra-se de licença médica.
A Ouvidoria é um serviço oferecido à população para que a mesma possa
realizar reclamações ou sugestões sobre os serviços de saúde do município. As
reclamações ou sugestões podem ser realizadas presencialmente (preferência da
população local), por telefone, via e-mail ou por correspondência. As reclamações
ou sugestões recebidas na Ouvidoria de Saúde não relacionadas à saúde pública
são encaminhadas para a Ouvidoria responsável.
Para cada reclamação ou sugestão ser encaminhada para o serviço de
saúde responsável, é necessário que a solicitação seja realizada individualmente,
preencher os dados na “tela ao portador” e realizar o registro da solicitação.
Através destas etapas, o serviço também permite fornecer a escuta individual e
poder prestar orientação ao cidadão. Após receber as reclamações, a ouvidora
classifica o setor da reclamação, para então poder encaminhá-la. Após, recebe a
avaliação sobre a queixa realizada do serviço.
Ouvidoria presente ocorre quando a ouvidora realiza visita as unidades de
saúde de 2 em 2 meses, para poder coletar as reclamações e ouvir as queixas
dos usuários, para registrá-las e poder encaminhá-las aos serviços para
solucionar possíveis problemas e melhorar a oferta de qualidade de saúde à
população. . A ouvidoria de saúde de Rio Claro recebe poucas queixas, desde
janeiro até agosto de 2015, receberam apenas 42 reclamações no total.
A maioria das reclamações é referente às Estratégias de Saúde de Família
(ESF), pois a população ainda não se adequou ao novo modelo de cuidado à
saúde. Sendo que grande parte da demanda da população é apenas um
profissional que ouça e tenha sensibilidade sobre suas dificuldades referentes ao
Sistema Público de Saúde (SUS).
A ouvidora trata apenas das demandas, ainda não tendo acesso ao retorno
dos serviços, pois para isso é necessário fazer o curso de treinamento do
Ministério da Saúde ouvidor 1.
10. Considerações Finais
Confrontar com o novo, nem sempre é uma tarefa fácil, porém, quando
realizada com dedicação e força de vontade, proporciona incontáveis frutos. E foi
diante desta situação que nos encontramos quando decidimos aceitar o desafio
de participar do VER-SUS. Foi significativa aprendizagem durante todo o
processo de vivência, desde o momento em que visitávamos as unidades de
saúde até quando voltávamos para a pousada e compartilhávamos nossas
experiências, anseios, preocupações.
Durante dez dias convivemos com pessoas completamente diferentes de nós
e amadurecemos nossa visão sobre o mundo e, principalmente, sobre a saúde
com cada um que tivemos contato. Fomos emanados por um grande incômodo e
desejo de ação, fato que nos fez compreender que podemos sim ser autores de
uma mudança no cenário da saúde no nosso país. Foi possível compreender,
através da convivência com universitários de distintos cursos, a importância de se
construir uma equipe multiprofissional e interdisciplinar.
Houve uma articulação de diferentes disciplinas e núcleos de saberes para
uma produção coletiva e comum sobre fazer saúde. A experiência em Rio Claro
foi extraordinária, pois pudemos perceber que, mesmo diante de todas as
dificuldades, é possível fazer o SUS funcionar minimamente quando se tem força
de vontade. Porém, como pontos reflexivos, destacamos o déficit no quantitativo
de profissionais, principalmente na atenção básica, e também na quantidade de
núcleo de apoio à saúde da família (NASF). Concomitantemente como uma falha
na informação aos usuários, sobre o acesso e uso adequado dos setores de
atendimento, visto que, facilmente foram encontrados pacientes desorientados
quanto a rede de atenção básica. Deste modo, os viventes levantaram como
proposta a elaboração de uma cartilha simples e de fácil compreensão com tais
informações e orientações, visando o melhor entendimento e adequação ao
sistema.
11. Referências
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Unidades ajudam a desafogar os prontos-socorros.
Disponível
em:
<
http://www.brasil.gov.br/saude/2011/08/unidades-ajudam-a-
desafogar-os-prontos-socorros>. Acesso em: 10 de agosto de 2015.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde, Diretoria de Apoio à
Gestão em Vigilância em Saúde. Manual de gestão da vigilância em saúde.
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2009, 80p.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica. Diretrizes do NASF:
Núcleo de Apoio a Saúde da Família. 2010.
IBGE – WWW.ibge.gov.org
PREFEITURA DE RIO CLARO – WWW.rioclaro.rj.gov.br
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt1559_01_08_2008.html
http://cnes.datasus.gov.br/Mod_Hospitalar.asp?VCo_Unidade=3304406232094
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0117conceitos.pdf
Download