10 DE JUNHO DE 2016 Boletim Entomológico Nº 02 Atualização da distribuição de Aedes aegypti e Aedes albopictus na Bahia Vetores de transmissão da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) O Aedes aegypti, mosquito originário do continente africano, é o principal transmissor da dengue no Brasil, sendo introduzido no país no período colonial. Já foi erradicado do território brasileiro na década de 50, mas a reintrodução em 1960 não foi possível de ser evitada devido a sua presença em países circunvizinhos. É um inseto que tem preferência por criadouros artificiais, como caixa de água, tonéis, pneus, prato de plantas e outros tipos de recipientes que possam acumular água. Esse mosquito está associado a transmissão da dengue e da febre amarela urbana, e atualmente também na ocorrência de casos Chikungunya e Zika no Brasil. O cenário epidemiológico atual das arboviroses no Brasil, protagonizado pela Dengue, destaca uma situação que se agravou com a introdução dos vírus Zika em 2015, e Chikungunya, em 2014. O principal vetor transmissor destas enfermidades é o Aedes aegypti (foto 1), embora o Aedes albopictus (foto 2) também seja um vetor potencialmente competente, ambos presentes na Bahia. Assim, trazemos este informativo dos municípios da Bahia com registro de ocorrência do Aedes aegypti e do Aedes albopictus, baseado nos dados disponibilizados pelos “Programas de Controle da Dengue das Regionais de Saúde do Estado da Bahia”, gerados a partir de Levantamentos Rápidos de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), conduzidos pelas equipes municipais de combate às endemias, e analisados pelo Serviço de Entomologia do LACEN/BA. Foto 1. Aedes aegypti Foto 2. Aedes albopictus Aedes albopictus (Skuse, 1895) O Aedes albopictus é originário do Sudeste Asiático, foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1986 e provavelmente sua introdução esteja relacionada ao comércio marítimo. Não é considerado vetor da dengue no Brasil, no entanto, em condições laboratoriais demonstrou capacidade de transmitir dengue, febre amarela e encefalite equina venezuelana. Foi comprovada também sua competência vetorial para o vírus Chikungunya. É um inseto que utiliza tanto os criadouros naturais, como os artificiais para colocar os ovos e pode adaptarse a ambientes rural, peri-urbano e urbano no Brasil. Fonte: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. INFORMAÇÕES Setor de Entomologia, CLAVEP/LACEN-BA Tel: (71) 3116-5034 Email: [email protected] Fotos: Eduardo Oyama & Roberto Fonseca Mapas: Carlos Gustavo Dentre os municípios baianos, o município de Mucugê era o único com a ausência de registro do Aedes aegypti. Essa possível ausência do principal vetor era corroborada pela inexistência de casos autóctones de dengue, Zika e Chikungunya e a não identificação do vetor em trabalhos de vigilância realizados no município. Com trabalhos sistemáticos executados pela Vigilância Entomológica, tanto do município, quanto da SESAB (NRS e LACEN/BA), formas imaturas e adultos de Aedes aegypti foram identificados em Mucugê nos meses de marçomaio de 2016. Assim, atualmente o Aedes aegypti está presente em todos os 417 municípios baianos (Mapa 1). A ampla distribuição e expansão do Aedes aegypti pode ser decorrente do processo de urbanização em que os vetores tendem a se adaptar e ampliar sua distribuição no território. O Aedes albopictus continua sendo registrado nos 111 municípios, conforme boletim anterior (Mapa 2). Ressalta-se que após o encontro do Aedes aegypti em Mucugê, é possível afirmar que em todos os municípios onde foi observada a presença de Aedes albopictus, também foi registrada a presença de Aedes aegypti (Mapa 3). Atualização da distribuição de Aedes aegypti e Aedes albopictus na Bahia Mapa 1 Aedes (Stegomyia) aegypti Ocorrência em 417 municípios Mapa 2 Aedes (Stegomyia) albopictus Ocorrência em 111 municípios Mapa 3 Aedes (Stegomyia) aegypti & Aedes (Stegomyia) albopictus Ocorrência em 111 municípios Os registros da distribuição do Aedes aegypti e Aedes albopictus no Brasil, como também de outros vetores de importância médica, envolvem ações de campo e laboratorial da Vigilância Entomológica. Entretanto, nas ações de controle e prevenção é fundamental que haja também o envolvimento de toda a população para eliminação de criadouros. Entre nessa luta de combate ao Aedes! Página 2