UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO CARLOS NICOLAU FEITOSA DE ALBUQUERQUE LIMA BABADOPULOS AVALIAÇÃO CLÍNICA DO USO DE UMA ÚNICA PLACA PARA FIXAÇÃO DA OSTEOTOMIA SAGITAL DO RAMO MANDIBULAR BAURU 2015 CARLOS NICOLAU FEITOSA DE ALBUQUERQUE LIMA BABADOPULOS AVALIAÇÃO CLÍNICA DO USO DE UMA ÚNICA PLACA PARA FIXAÇÃO DA OSTEOTOMIA SAGITAL DO RAMO MANDIBULAR Dissertação apresentada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Biologia Oral, área de concentração: Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, sob orientação do Prof. Dr. Paulo Domingos Ribeiro Junior. BAURU 2015 Babadopulos, Carlos Nicolau Feitosa de Albuquerque Lima B1122a Avaliação clínica do uso de uma única placa para fixação de osteotomia sagital do ramo mandibular / Carlos Nicolau Feitosa de Albuquerque Lima Babadopulos. -- 2015. 111f. : il. Orientador: Prof. Dr. Paulo Domingos Ribeiro Junior. Dissertação (Mestrado em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial) – Universidade do Sagrado Coração – Bauru – SP. 1. Osteotomia sagital do ramo mandibular. 2. Cirurgia ortognática. 3. Placas ósseas. 4. Assimetria facial. 5. Avanço mandibular. I. Ribeiro Junior, Paulo Domingos. II. Título. Dedico este trabalho a Deus, que esteve e está sempre ao meu lado iluminando meu caminho a todo momento. Sempre que eu estive dentro desta universidade pude sentir e ver o Sagrado Coração de Jesus, já que têm tantas imagens espalhadas pela universidade, e isto sempre me deu forças para suportar todas as dificuldades que passei nestes dois anos. Tenho certeza que foi Deus quem colocou este caminho pra que eu seguisse. Quando soube no dia da entrevista que o curso seria semanal e eu teria que optar por ficar morando em Bauru, tenho certeza que Ele estava ao meu lado apontando o caminho que eu deveria seguir. Agradeço a Deus por ter colocado tantas pessoas boas nesta universidade, o que proporcionou uma convivência tranquila, harmoniosa e amigável com todos os alunos, funcionários e professores. AGRADECIMENTOS Agradeço a toda minha família, meus pais Marco Aurélio (ou mais conhecido como “Baba” por todos) e Sílvia, por todo o apoio na minha formação pessoal e também profissional, pois eu jamais teria tido oportunidade de estudar em bons colégios, cursar Odontologia em uma universidade particular (UNIFOR) a Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (ABO-CE), também particular e agora novamente o mestrado na USC, também em uma instituição particular. Eles sempre falaram que a única herança que podiam me dar era a EDUCAÇÃO. Sempre que precisei eles estiveram dispostos a me ajudar. Obrigado! Essa é a herança mais importante que qualquer filho precisa ter! A Maria de Sousa Lima, a “Biba”, que trabalha da casa dos meus pais e que cuidou de mim e de todos meus irmãos, sempre presente torcendo por todas nossas conquistas. Aos meus irmãos Rodrigo, Daniel, Marco Aurélio (ou mais conhecido como “Marquinho”, pois tem o mesmo nome no meu pai), Gabriela e Lucas, por sempre estarem na torcida pelo meu sucesso profissional. O Lucas, o mais novo, já é Mestre e já está fazendo o Doutorado em Lyon na França. Parabéns “Luquinha” daqui de longe torço muito pelo seu sucesso. E também torço por todos vocês! Às minhas duas avós Olga, de São Paulo e Maria da Conceição (ou mais conhecida por todos por “Doninha”, de Fortaleza que também sempre estiveram nesta mesma torcida. Minha madrinha Geralda, todos os meus tios e tias, meus dois avôs Nicolau e Carlos e meu padrinho Alberto que não estão mais conosco, mas que tenho certeza que também estão nesta torcida. Meu nome foi em homenagem aos meus dois avôs “Carlos Nicolau”. E gosto muito desse nome, pois estou sempre pensando neles! À minha esposa Paula Waleska e filho Luiz Carlos agradeço por terem tido tanta paciência devido a minha ausência neste tempo e pelo incentivo para que eu pudesse realizar esse sonho que já estava sendo idealizado desde 2011. E também a minha sogra Edna que esteve sempre cuidando dos dois e também torcendo e rezando por essa conquista. À dona Shirlene Fileto Zanaro, que me acolheu em sua casa e me recebe sempre com um sorriso contagiante e sempre com disposição pra deixar tudo arrumado pra mim quando eu vinha passar uns dias no segundo ano do mestrado. Obrigado! Me senti como se estivesse na casa da minha vó Olga de São Paulo! Ao meu orientador e coordenador do programa de Cirurgia e Traumatogia Bucomaxilofacial da Universidade do Sagrado Coração (USC), Prof. Dr. Paulo Domingos Ribeiro Júnior, obrigado pelos ensinamentos, amizade e convivência durante todo o curso, sempre bastante presente, me dando oportunidade de participar de todas as suas atividades docentes na APCD de Bauru, IOCP, aulas da graduação na USC e também nas suas atividades profissionais nos hospitais Santa Casa de Jaú, Hospital Estadual Bauru e Beneficência Portuguesa de Bauru. Aprendi muito com seu exemplo de cirurgião inteligente, humano, ético e que sempre esteve procurando oferecer o melhor para os pacientes. Eu admiro muito profissionais que têm esta capacidade de se colocar no lugar do paciente e estar sempre empenhado em oferecer a melhor técnica e os melhores materiais. Obrigado por ter me escolhido como orientado, pela paciência que teve comigo durante o curso e nas cirurgias e por ter depositado sua confiança para que eu pudesse ajudar a desenvolver este trabalho. Você já vinha colhendo os dados há tanto tempo e logo no começo do curso me ofereceu esta pesquisa. Obrigado por todas estas oportunidades! À Profa. Dra. Jéssica Lemos Gulinelli, agradeço pela amizade, por toda sua dedicação a este curso e sua experiência como docente, desde o início esteve sempre muito presente ministrando as aulas nas disciplinas de concentração em cirurgia e também nos seminários. Oprigado por todos os ensinamentos e por ser essa pessoa que você é, muito dedicada a todos e sempre disposta a colaborar. À Profa. Dra. Mariza Akemi Matsumoto, obrigado por seus ensinametos e por seu exemplo como professora e pesquisadora, esteve conosco durante quase todo o curso, torço pelo seu sucesso agora na UNESP de Araçatuba. Sua presença no nosso curso foi muito importante para nossa evolução para ser um futuro pesquisador e professor. Ao Prof. Dr. Rodrigo Ricci Vivan, obrigado pela amizade e também pelos seus ensinamentos nas aulas de cirurgia parendodôntica e de bioética aplicada à pesquisa em seres humanos e em animais. Seu exemplo como profissional e professor inspira qualquer aluno a almejar os mesmos objetivos já alcançados por você, que tão jovem e já tem tanto conhecimento (Especialista, Mestre e Doutor) e agora professor concursado em uma universidade pública. Conduziu com muita experiência a orientação dos meus dois outros colegas de mestrado, mesmo tendo se afastado da USC por ter passado no concurso da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo no Departamento de Endodontia (FOB-USP). Admiro demais você como pessoa, pesquisador e profissional da odontologia. Sempre esteve disposto a nos ensinar tudo que poderia contribuir, mesmo não sendo da área de cirurgia BMF, tenho certeza que você proporcionou muito aprendizado para a nossa turma. Desejo toda sorte para você agora na sua nova “casa”. Parabéns por esta conquista e por iluminar e trilhar o caminho do meu amigo Medina. Ao Prof. Dr. Hugo Nary Filho, agradeço pelo exemplo que é para mim como professor, pesquisador e cirurgião. Eu tive a oportunidade de conhecê-lo ainda durante a graduação quando você esteve em Fortaleza, através do meu professor de Implantodontia, Prof. Jório da Escossia Junior, que também desde já fica minha gratidão por ter apresentado esse professor renomado e pelo exemplo que sempre foi de implantodontista e empreendedor na odontologia. Desde esse tempo eu assisto suas palestras nos congressos e o admiro como pessoa e como profissional, sempre com uma postura ética correta e fazendo declarações sensatas sobre alguma técnica ou materiais novos usados na Implantodontia e Cirurgia BMF. Um dos motivos de eu ter escolhido fazer este curso na USC foi por saber que esta universidade tem professores como você e tantos outros com um excelente nível de formação. Fiquei honrado de ter te auxiliado nas cirurgias ortognáticas no Hospital de Agudos! A todos os outros professores da pós-graduação, Profa. Dra. Patrícia P. Saraiva, Prof. Dr. Marcos da C. L. Virmond, Prof. Dr. Paulo H. Weckwerth, Profa. Dra. Sara Nader Marta, Profa. Dra. Pâmela L. dos Santos, Profa. Dra. Andréia da Silva, Prof. Dr. Thiago A. Pegoraro, Prof. Dr. Luis Eduardo Butignon, e da graduação, Prof. Dr. Roberto Kawakami, Prof. Dr. Aparício Dekon e Prof. Leandro Holgado, obrigado por também terem contribuído na minha formação e pela dedicação que têm a esta universidade. Ao Prof. Dr. Tetuo Okamoto e sua filha a Profa. Dra. Roberta Okamoto, excelentes pesquisadores, obrigado por vírem de Araçatuba para nos dar aoportunidade de conhecê-los e pela ótima aula no laboratório de cirurgia experimental em animais. Seus ensinamentos foram muito importantes para minha formação como um futuro pesquisador e professor. Aos Funcionários da USC, Aparecida dos Santos Pinto ou mais conhecida como “Dona Cida” e Josiane Pereira, secretárias da recepção das clínicas, que nos recebe e recebe nossos pacientes sempre com muita disposição para ajudar a organizar tudo, José Vitor Penteado, o “Vitinho”, Vanilza Claro Assis, Célia Regina Lopes e Jéssica Tatiane da Silva, auxiliares das clínicas, sempre nos ajudando a separar o material e organizando tudo no final do atendimento, Rafael Firmino da Silva, Técnico em Radiologia, sempre pronto para colaborar na clínica de radiologia e na organização e arquivamento das imagens, Aparecida de Fátima Firmino, Rosa Maria Massoca, da Central de Material e Esterilização (CME), sempre cuidando muito bem do nosso material e preparando e esterilizando de forma adequada, a Enfermeira Adriana Bini Dória, que gerencia toda essa equipe de forma muito eficiente, um dia vamos colocar aquele centro cirúgico pra funcionar! Mayra, Técnica do Laboratório de Histologia, sempre muito paciente para fazer aquelas lâminas, que é tão difícil de fazer, mas pra ela que já é muito bem preparada é bem fácil. Agradeço pela dedicação de todos vocês a esta universidade e a todos os alunos. O trabalho de vocês é muito importante para que realizemos um atendimento de qualidade aos pacientes desta universidade. Aos meus colegas de mestrado, Antônio Carlos Medina Junior e Carlos Vitor Fernandes Mecca, agradeço pela amizade sincera e pela convivência harmoniosa. Tivemos oportunidade de ficarmos muito tempo juntos durante o primeiro ano, tanto durante as aulas quanto na nossa “República de segundas e terças feiras”. Já sinto a falta dessa convivência. Espero que nos encontremos nos COBRACs. Medina, tu tem que ir também pro COBRAC por que não tem condições de eu ir pra congresso de Endodontia! Ou então nos de Implante (INs)! Aprendi muito com vocês dois e estarei sempre torcendo pelo sucesso de vocês. Ao Dr. Jordan Lima, aluno do Pós-Doutorado, agradeço pelos ensinamentos sobre apresentação de seminários, pela convivência e amizade. Tenho certeza de que a oportunidade de ter te conhecido me tornou uma pessoa melhor, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Sempre deu dicas importantes para mim e a todos os outros alunos para melhorarmos nossas apresentações e também muitos conselhos para nossa carreira. Tenho certeza que você torce por todos nós e contribuíu bastante para nossa formação na Crurgia. Na área de Odontologia Hospitalar, que é outra área de atuação que nós nos interessamos, você também esteve sempre me orientando muito sobre como se inserir nesse difícil mercado. Obrigado por tudo que tem feito por mim e por todos os alunos da pós-graduação! Aos alunos da Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial, Gabriel Cury Mendes, William Saranholi, Tiago F. Lima, José Carlos da C. Bastos, Natáira Momesso e Ricardo Senko, alunos do Doutorado, Dr. Marcelo Muneratto e Gustavo G. Klein, e alunos da Biologia Oral e Implantodontia, todos com excelente caráter, agradeço a todos vocês pela convivência harmoniosa e amizade durante esses anos, pela troca de experiências durante as clínicas na USC e nas cirurgias na Santa Casa de Jaú, Benefiência Portuguesa de Bauru e Hospital Estadual Bauru. Agradeço a Deus pela oportunidade de tê-los conhecido e pela amizade sinsera de todos. Espero vê-los nos COBRACs e INs pra relembrarmos esse período em que estivemos mais próximos. O Gabriel sempre disponível pra me dar caronas para jantarmos em um lugar bom aqui em Bauru, mesmo às vezes sendo pra comer sanduíche, como o 7 B do Flepper e o Bauru do Skinão. O Zezinho sempre empenhado nas clínicas da USC. Agradeço pela oportunidade de ter acompanhado suas cirurgias de enxerto ósseo nos pacientes fissurados do “Centrinho”. Você é um cirurgião habilidoso, opera rápido e com muita técnica. Tenho certeza que você já é um dos “feras” da cirurgia de fissurados no Brasil. Ao Prof. Dr. Luis Eduardo Marques Padovan, pelo exemplo como cirurgião e professor de Implantodontia que é pra mim e pra todos os residentes e alunos da pósgraduação da USC. Foi muito importante pra mim ter o conhecido e assistido as suas aulas na APCD de Bauru, nos congressos e no ILAPEO. Mesmo tendo saído da USC devido a suas atividades no IOCP e no ILAPEO está sempre disposto a colaborar com nosso aprendizado. Ao Dr. Eudes Nobrega, Cirurgião Plástico do “Centrinho”, e toda sua família, obrigado por me receberem novamente tão bem e pelo convite para vir para Bauru em 2002, quando eu ainda era acadêmico de Odontologia. Se eu estou fazendo uma pós-graduação em Bauru agora, também foi por causa desse convite. Agradeço pela enorme força de vontade e satisfação que você tem em ensinar tudo o que sabe da cirurgia plástica, mesmo sendo para um Cirurgião-Dentista/ Cirurgião BMF. Nesse nosso meio ainda tem algumas pessoas que se incomodam com isso e você jamais se preocupou e sempre me convidou pra acompanhar suas cirurgias. Eu também sou outro defensor do trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinar. Acho muito importante a forma como você lida com essas relações profissionais, sempre com muito bom humor e divertindo todos no centro cirúrgico com suas brincadeiras enquanto faz suas cirurgias com muita habilidade, rapidez e destreza cirúrgica. Ao Prof. Dr. Alexandre Simões Nogueira, meu professor da graduação em Odontologia, sua esposa Jeane Fiorenza, que foi minha colega de turma do Colégio Militar de Fortaleza, e suas filhas, obrigado por me receberem tão bem em Bauru, me convidando a morar na casa de vocês até o dia que o Alexandre terminou o Doutorado em Estomatologia na FOB-USP. Sou muito grato por isso e já mais vou esquecer desse convívio familiar harmonioso. Vocês são exemplos pra mim como pais. Admiro demais a paciência e amor que vocês têm pelas suas filhas tão queridas. Alexandre, você é exemplo como pessoa, professor e profissional! Um profissional ético, responsável, dedicado a tudo que se propõe a fazer e muito prestativo a todos, sem esperar nada em troca. Admiro muito esta sua dedicação e capacidade de ajudar as pessoas. Sempre o admirei desde quando fui seu aluno na graduação na UNIFOR e nas aulas teóricas da Especialização em CTBMF da ABO-CE e também quando fui seu paciente no consultório: removeu meus 4 terceiros molares rapidão! E depois também removeu os do meu irmão e os dos meus primos. Jamais esquecerei do que você fez por mim. Espero manter nossa amizade e desejo todo sucesso para você na Universidade Federal do Ceará-UFC. Você merece demais estar onde está. Ao Dr. José Ferreira da Cunha Filho, obrigado pela confiança de me escolher para fazer parte da equipe da Associação Beija-Flor-FUNFACE e Centro de Reabilitação de Deformidades Faciais do Ceará. Você é um exemplo pra mim, de cirurgião humano, desde o tempo que você era residente e eu acadêmico de Odontologia. Sua perseverança me inspira cada vez mais a acreditar também no sonho de construir o Hospital de Reabilitação das Deformidades Faciais do Ceará, o futuro “Centrinho” de Fortaleza-CE. Admiro muito você por não desistir desse sonho de dar oportunidade de acesso a um atendimento integral e de qualidade aos pacientes fissurados do Ceará. Parabéns por hoje liderar esse time de profissionais da saúde. Depois da ausência do Dr. Francisco Teixeira, um cirurgião plástico muito humano e comprometido no atendimento de pacientes fissurados, que nos deixou tão precocemente, o Ceará precisa de mais cirurgiões como você, competentes e comprometidos nessa causa, para continuar a realizar as cirurgias no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS) e quem sabe um dia em um hospital especializado em reabilitação de deformidades faciais. Não é nada fácil tratar de pacientes fissurados em um hospital geral e público, onde tantas outras doenças mais urgentes estão também sem um tratamento adequado. Como dizia o Dr. Teixeira: “nos hospitais públicos, há casos que são bem mais urgentes do que as fissuras labiopalatais, então elas estão sempre sendo deixadas para serem feitas em um segundo plano”. E ele ainda falava da importância desse trabalho: “Você devolve a dignidade a essas pessoas.” Se não tiver alguém como você, empenhado e lutando pra manter este serviço, os pacientes acabariam sem acesso ao tratamento! Obrigado por tudo que fez e continua fazendo por mim. Ainda quero aprender muito mais de cirurgia de fissurados com você! Ao meu amigo e colega do Instituto de Estudos e Serviços Odontológicos (IESO) Nicolas Rothbrust de Lima, agradeço por ter “segurado as pontas” por aí esse tempo todo, organizando o atendimento dos pacientes encaminhados do Curso de Especialização de Ortodontia para realizarmos as cirurgias sempre que eu podia me deslocar até Fortaleza para passarmos um sábado todo e as vezes também até no domingo. Obrigado também à Profa. Antônia Laura de Araújo Carvalho pela confiança depositada na nossa equipe da REABILITEFACE, que encaminhando os pacientes do Curso e do seu consultório. Ao Prof. Dr. Danilo Lopes Ferreira Lima por ceder seu consultório muito espaçoso e confortável, para realizarmos esse trabalho no IESO, e também pelo exemplo que é pra nós como professor e profissional. E também ao Prof. Carlos Antônio Moureira responsável pela clínica radiológica e de estomatologia RADIODONTO, sempre disponível para realização dos exames dos nossos pacientes e documentando muito bem os nossos casos. Obrigado a vocês por tudo! Espero continuar colaborando nessa equipe de excelentes profissionais dessa instituição de ensino e de serviços odontológicos! Aos meus colegas de graduação da UNIFOR, especialmente ao meu amigo Samuel Carvalho Costa, que esteve comigo em 2002, no último ano da graduação, fazendo estágio no Centrinho, onde ficamos por mais de 1 mês e acabamos conseguindo conhecer todos os lugares para fazer pós-graduação (Centrinho, USC, FOB-USP e Hospital de Base de Bauru). Foi um dos meus colegas de graduação que mais me incentivaram a seguir o caminho da cirurgia e TBMF e implantodontia e que me acompanhou nos estágios nos hopitais Batista Memorial e IJF e congressos. Acabou não seguindo o caminho da cirurgia, mas hoje é um excelente implantodontista, periodontista e ortodontista. E também à nossa amiga que conhecemos no Centrinho, Ana Paula Chedid Cavalcanti, que hoje também está fazendo pós-graduação na FOB-USP. Com certeza foi nessa época que houve meu interesse em fazer a pós-graduação em Bauru e vocês contribuíram na escolha desse caminho. Tenho certeza que vocês fizeram parte dessa conquista e que torcem muito pelo meu sucesso profissional. Aos professores que ajudaram, e continuam me ajudando, na minha formação na área de Cirurgia Bucomaxilofacial em Fortaleza, Prof. Raimundo Nonato Maia, Prof. Roberto Dias Rêgo, Prof. Dr. Eliardo Silveira Santos, Prof. Francisco de Assis Silva Lima, Prof. Dr. Manuel de Jesus Rodrigues Mello, mesmo eu já estando afastado das atividades da Especialização em CTBMF da ABO-CE, do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Instituto Dr. José Frota (IJF), tenho certeza que todos vocês ainda torcem pelo meu sucesso. Sou muito grato por terem contribuído bastante para minha formação pessoal e profissional. Espero poder colaborar de alguma maneira para o sucesso do Curso de Especialização em CTBMF da ABO-CE, Serviço de Odontologia e CTBMF do HGF e Residência em CTBMF do IJF. Aos Profs. Dr. Wagner Freire, Dr. Eduardo Studart, Dr. Lécio Pitombeira Pinto, Dr. Renato Maia, José Bonifácio, José Maria Sampaio Meneses Junior e Antônio Mont'Alverne Filho, obrigado por todos os ensinamentos e pelo exemplo de cirurgiões que são pra mim! tenho certeza que todos vocês ainda torcem pelo meu sucesso profissional e contribuíram bastante na minha formação. É muito bom vê-los nos congressos de cirurgia e compartilhar experiências. A todos meus amigos e colegas do Serviço de Odontologia Hospitalar e CTBMF dos Hospitais São Mateus e Gastroclínica, José Ferreira da Cunha Filho; Raimundo Nonato Maia, Raimundo Thompson Gonçalves Filho, Antônio Mont’ Alverne Filho, Ricardo Franklin Gondim, João Marcelo Damasceno Solon, Daniel Facó da Silveira Santos, Felipe Navarro Lima e Mário Igor Serpa Paiva Damasceno, obrigado por estarem sempre disponíveis e por manter o nosso serviço funcionando. E amigos e colegas Cirurgiões Dentistas do Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Maracanaú do Governo do Estado do Ceará (CEO-R) e das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Fortaleza, especialmente aos meus coordenadores Rômulo Medeiros da UPA e Madeline Maria Frota de Amorin do CEO-R, por entender a necessidade de eu conseguir conciliar o trabalho e o mestrado e sempre estarem dispostos a ajudar nas trocas de plantão ou compensação das minhas ausências quando precisei estar em Bauru. À Universidade do Sagrado Coração, por proporcionar a realização desta conquista. Sou muito grato pela oportunidade de estudar nesta universidade, que tem uma excelente estrutura física e professores especialistas, mestres e doutores de excelente formação profissional. Obrigado também pela oportunidade que tive de fazer o curso de mestrado no primeiro ano com a Bolsa e o segundo ano com a Taxa da CAPES. À biblioteca da USC “Cor Jesu”, por manter um ambiente agradável (com iluminação natural) e uma quantidade imensa de livros e periódicos na área da Odontologia. E aos bibliotecários por ter feito a busca dos artigos clássicos e mais antigos utilizados nesse trabalho. Estarei sembre levando comigo o nome desta instituição e divulgando-a como a melhor do Brasil na formação na área de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF) oferecendo todos os níveis de formação: disciplinas de cirurgia na graduação, Aperfeiçoamento, Especialização, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado). Os currículos dos cursos de graduação em Odontologia, cada vez mais, estão tirando um pouco de CTBMF, por conta da necessidade de um “novo perfil do Cirurgião-Dentista”, mais voltado para o atendimento clínico. Infelizmente isso prejudica o conhecimento dos alunos de graduação nesta área, que vai muito mais além da assistência em clínica odontológica. Apesar de não ser tão importante que o aluno aprenda a fazer cirurgias mais complexas, é importante que os alunos de graduação de todas as áreas da saúde, tenham conhecimento da amplitude de atuação desta especialidade odontológica, despertando o interesse dos alunos de Odontologia, que precisam conhecer o caminho para uma boa formação nesta área. E esta universidade, além de proporcionar uma excelente formação do Cirurgião Dentista dentro desse novo perfil de clínico, mantem um padrão de excelente formação curricular tanto na área de cirurgia bucal quanto de Cirurgia Maxilo-Facial (trauma facial, cirurgia ortognática, patologia, reconstrução óssea e implantodontia). À biblioteca da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo FOB-USP, por oferecer uma excelente estrutura física climatizada e um ambiente de estudo confortável e por proporcionar uma impressionante facilidade de baixar todo tipo de artigos em PDF pelo PubMed e por outras bases de dados. A maioria dos artigos que consegui para meu trabalho, devo muito a estes recursos oferecidos nesta instituição. Ao Hospital de Reabilitação de Anomalias Crânio-Faciais da Universidade de São Paulo – HRAC-USP, o famoso “Centrinho” de Bauru-SP, pela oportinidade que eu tive de cursas disciplinas da Pós-graduação em Ciências da Reabilitação com área de concentração em Fissuras Orofaciais e Anomalias Relacionadas, como aluno especial e pela visita técnica no setor de reabilitação (Prótese Dentária / Implantodontia). Agradeço também a atenção e disposição de todos os professores, alunos e profissionais dessa instituição, que além de oferecer um serviço de qualidade aos pacientes fissurados, sempre estão dispostos a passar todo o conhecimento adquirido com tantos anos de experiência nesta área. À CAPES por todo apoio financeiro fornecido para realização e concretização desse sonho que agora se tornou realidade. Estudar com Bolsa e Taxa da Capes nesta universidade particular foi muito necessária e permitiu que eu pudesse concluir esse sonho. “Pilotos de caça de todo o mundo se equiparam em desempenho técnico e habilidade, porém se destacam entre eles os que conhecem as suas próprias limitações e as de suas máquinas”. Marco Aurélio Babadopulos - “Baba” RESUMO A osteotomia sagital do ramo mandibular (OSRM) é uma técnica cirúrgica utilizada com frequência na cirurgia ortognática. A forma e a técnica de osteossíntese para uma adequada estabilização da OSRM permanecem controversas. O objetivo deste estudo foi avaliar a estabilidade da fixação da OSRM com o uso de uma única placa específica para este procedimento, denominada de placa sagital. Este estudo retrospectivo foi realizado através análise clínica dos registros dos prontuários dos pacientes submetidos à cirurgia ortognática com a utilização desta placa na fixação da OSRM. Foram avaliados 34 prontuários destes pacientes, dos quais 23 (67,65%) foram submetidos às cirurgias bimaxilares e 11 (32,35%) às cirurgias monomaxilares, todos com a realização da OSRM bilateral. Um dos pacientes que apresentava microssomia hemifacial a fixação com a placa sagital foi realizada apenas do lado direito e no lado esquerdo, que era o lado afetado, foi utilizada uma placa de reconstrução. Sessenta e sete (67) placas sagitais contendo 3 furos não lineares de cada lado e com um intermediário de forma semi curva e com extensão variável foram utilizadas. As extensões variaram em médias (de 9,5 mm) com 20 placas, em longas (de 12,5 mm) com 17, em extralongas (de 15,5 mm) com 19 e extralongas de 18,5 mm com 11 placas. Em 62 (92,54%) dos 67 acessos cirúrgicos foi realizado apenas o acesso intrabucal para fixação com uma única placa sagital e nos outros 5 (7,46%) foi necessário associar o acesso trancutâneo para fixação adicional de parafuso bicortical (técnica híbrida) em 4 (5,97%) das osteossínteses e apenas uma fixação onde foi utilizada somente a placa. Houve cinco (7,46%) complicações relacionadas à fixação nas 67 osteossínteses: quatro (5,97%) perdas totais dos materiais de fixação e uma (1,49%) infecção. Houve outra complicação, mas sem alteração da osteossíntese em um (2,94%; 1/34) dos 34 pacientes tratados: alteração oclusal, relacionada à reabsorção condilar, havendo um total de 6 (17,65%; 6/34) complicações. Das 63 osteossínteses realizadas somente com a placa houve apenas 4 (6,34%) perdas da fixação, onde destas apenas 2 (3,17%) foi necessário outro procedimento cirúrgico, no mesmo paciente, para uma nova fixação. As complicações ocorridas foram principalmente relacionadas a casos onde grandes magnitudes de movimentação foram exigidas. Foi possível verificar que uma única placa, com um novo desenho (placa sagital), permitiu uma boa estabilização dos segmentos ósseos mandibulares durante a OSRM. Palavras-chave: Osteotomia sagital do ramo mandibular. Cirurgia ortognática. Placas ósseas. Assimetria facial. Avanço mandibular. ABSTRACT The sagittal split ramus osteotomy (SSRO) is a surgical technique often used in orthognathic surgery. The shape and fixation technique for adequate stabilization of the SSRO remains controversial. The aim of this study was to evaluate the stability of the fixation of SSRO with the use of a single specific plate for this procedure, called sagittal plate. This retrospective study was performed by clinical analysis of medical records of patients undergoing orthognathic surgery with the use of this plate in setting the SSRO. A total of 34 medical records of these patients, of which 23 (67.65%) underwent bimaxillary surgery and 11 (32.35%) to monomaxillary surgeries, all with the performance of bilateral SSRO. One of the patients who had hemifacial microsomia the fixing with the sagittal plate was performed only on the right side and the left side, which affected side, a reconstruction plate was used. Sixty-seven (67) plates containing 3 sagittal nonlinear holes on each side with an intermediate semi curved and with varying lengths were used. The extensions varied in medium (9.5 mm) with 20 plates, long (from 12.5 mm) with 17, extra long (from 15.5 mm) with 19 extra long of 18.5 mm with 11 boards. In 62 (92.54%) of the 67 surgical approaches was conducted only the intraoral access to fixation with a single sagittal plate and the other 5 (7:46%) was necessary to associate trancutaneous access to additional fixing bicortical screw (hybrid technique) in 4 (5.97%) of the fixations and only one setting where it was only used the plate. There were five (7.46%) complications related to fixation in 67 osteosynthesis: four (5.97%) total losses of fixations and one (1.49%) infection. There was a further complication, but without changing the osteosynthesis in one (2.94%; 1/34) of the 34 patients treated: occlusal change, related to condylar resorption, with a total of 6 (17.65%; 6/34) complications. Of the 63 osteosynthesis performed only with a single plate there were only 4 (6.34%) fixation losses, where these only 2 (3.17%) required another surgery on the same patient, to a new setting. The complications that occurred were mostly related to cases where large movement magnitudes were required. We found that a single board, with a new design (sagittal plate), provided adequate stabilization of mandibular bone segments during SSRO. Keywords: Sagittal splitt ramus osteotomy. Orthognathic surgery. Bone plates. Assimetria facial. Mandibular advancement. LISTA DE ILUSTRAÇÕES - ARTIGO CIENTÍFICO Fig. 1. Imagem representativa das placas sagitais do sistema Neoface da Neoortho® ......... 67 Fig. 2. Aspecto transoperatório com a placa sagital colocada. Notem o discreto descolamento e incisão ........................................................................................... 69 Fig. 3. Gráfico do tamanho das placas sagitais e quantidade usada..................................... 71 Fig. 4. Gráfico da técnica de fixação. Porcentagem de OSRM que foram fixadas isoladamente apenas com placas (azul) e com fixação híbrida (laranja)................... 72 Fig. 5. Radiografia panorâmica pós-operatória do caso 19 mostrando o uso de uma placa sagital extralonga de 18,5 mm. Foi realizada colocação apenas de 2 parafusos no segmento distal do lado esquerdo ....................................................... 72 Fig. 6. Radiografia panorâmica pós-operatória do caso 15 mostrando o uso de uma placa sagital extralonga de 18,5 mm e uso da técnica hibrida bilateralmente. Foi realizada colocação apenas de 2 parafusos no segmento distal do lado esquerdo ................................................................................................................. 73 Fig. 7. Radiografia panorâmica pós-operatória do caso 19 mostrando a nova fixação. Fixação hibrida realizada após perda de osteossíntese com placas sagitais duplo “Y”......................................................................................................................... 74 Fig. 8. Gráfico das complicações relacionadas à fixação: sem complicação (azul), perda da fixação (vermelho) e infecção (verde)....................................................... 75 Fig. 9. Quadro com a lista de pacientes submetidos à OSRM........................................ 76-77 - APÊNDICE C Figura 1 - Imagem representativa das placas sagitais convencionais do sistema Neoface da Neoortho® – tamanhos, forma e dimensões ...................................... 99 Figura 2 - Imagem representativa dos tipos placas sagitais do sistema Neoface da Neoortho® e fotografia das placas sagitais convencionais usadas no estudo ........ 99 Figura 3 - Imagem da placa sagital na fixação da osteotomia sagital do ramo mandibular ....................................................................................................... 100 Figura 4 - Gráfico do padrão facial ................................................................................... 100 Figura 5 - Gráfico do tipo de cirurgia ortognática ............................................................. 101 Figura 6 - Gráfico do acesso cirúrgico .............................................................................. 101 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AO/ ASIF Arbeitsgemeinschaft für Osteosynthesefragen/ Association of the Study of Internal Fixation. Sigla em alemão e inglês que significa Associação para o Estudo da Fixação Interna ATM Articulação temporomandibular BMM Bloqueio maxilomandibular DNS Distúrbios neurossensoriais FIE Fixação interna estável FIR Fixação interna rígida FMM Fixação maxilomandibular IC Índice de confiabilidade IMC Índice de massa corporal NAI Nervo alveolar inferior OSRM Osteotomia sagital do ramo mandibular TCFC Tomografia computadorizada de feixe cônico SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19 2 2.1 2.6 2.7 2.8 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 24 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA CIRURGIA ORTOGNÁTICA E DA OSTEOTOMIA SAGITAL DO RAMO MANDIBULAR ........................................ 25 ESTUDOS EM ANIMAIS SOBRE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À FIXAÇÃO COM A OSRM....................................................................................... 28 ESTUDOS CLÍNICOS SOBRE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À OSRM ...................................................................................................................... 29 ESTUDOS POR ANÁLISE DE ELEMENTOS FINITOS ........................................ 35 ESTUDOS BIOMECÂNICOS, FOTOELÁSTICO E POR ANÁLISE DE ELEMENTOS FINITOS .......................................................................................... 38 ESTUDOS BIOMECÂNICOS ................................................................................. 39 ESTUDOS CLÍNICOS SOBRE FIXAÇÃO NA OSRM ........................................... 47 REVISÕES SISTEMÁTICAS .................................................................................. 55 3 3.1 3.2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 57 OBJETIVOS GERAIS.............................................................................................. 58 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 58 4 4.1 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................... 59 TÉCNICA CIRÚRGICA .......................................................................................... 61 5 ARTIGO CIENTÍFICO ......................................................................................... 63 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 87 2.2 2.3 2.4 2.5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 89 APÉNDICES ...................................................................................................................... 95 APÊNDICE A – FICHA DE AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA DE PACIENTES SUBMETIDOS À OSTEOTOMIA SAGITAL DO RAMO MANDIBULAR ................. 96 APÊNDICE B – PRONTUÁRIO COM TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO............................................................................................................. 97 APÊNDICE C – ILUSTRAÇÕES ..................................................................................... 99 ANEXOS .......................................................................................................................... 102 ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA ....................................................... 103 ANEXO B – NORMAS DA REVISTA SUBMETIDA: INTERNATIONAL JOURNAL OF ORAL AND MAXILLOFACIAL SURGERY ...................................... 105 1 INTRODUÇÃO 1 Introdução 20 1 INTRODUÇÃO A osteotomia sagital do ramo mandibular (OSRM) é a técnica cirúrgica mais utilizada na cirurgia ortognática tanto para avanços quanto para recuos mandibulares. A primeira cirurgia ortognática foi realizada nos Estados Unidos da América pelo cirurgião Simon P. Hullihen em 1847, através de uma osteotomia no corpo mandibular.1,2 A primeira OSRM foi introduzida por Schuchardt, mas era uma osteotomia sagital oblíqua do ramo mandibular, no entanto, a evolução da cirurgia ortognática e da OSRM foi reaizada por Trauner e Obwegeser que primeiro publicaram essa técnica, dentre outras, em 1957.3-4 Algumas modificações desta técnica já foram propostas para diminuir a morbidade, melhorar a conveniência da cirurgia, proporcionar melhor estabilidade, diminuir o risco de complicações e favorecer uma melhor adaptação entre os segmentos proximal e distal.5-13 Um estudo em macacos Rhesus foi realizado por Bell e Schendel14 em 1977 para avaliar a revascularização e cicatrização óssea associada com a realização da OSRM em duas diferentes técnicas da realização da osteotomia de Obwegeser-Dal Pont com modificação da quantidade de descolamento mucoperiostal e da musculatura pterigomassetérica mostrou uma melhor cicatrização óssea quando é realizado um menor descolamento mucoperiostal e da musculatura pterigomassetérica. Estas modificações foram evoluindo com o desenvolvimento dos materiais para realização da osteotomia e da osteossíntese. Inicialmente a fixação era realizada com fio de aço (fixação não rígida). Em 1974 Spiessl foi o primeiro a introduzir a fixação interna rígida (FIR) na OSRM, sem a necessidade do bloqueio maxilo mandibular (BMM), através da fixação dos segmentos ósseos com 3 parafusos bicorticais (2 acima do feixe neurovascular alveolar inferior e 1 abaixo) na configuração conhecida hoje como em L invertido.1 O desenvolvimento da osteossíntese rígida em casos de trauma e ortognática foi realizado Hans Luhr da Alemanha que melhorou as miniplacas que foram originalmente desenvolvidas por Michelet e Festal1 em 1972 na França, que foi publicada por Michelet et al.15 em 1973 apresentando o uso das miniplacas na cirurgia bucomaxilofacial para fixação de fraturas faciais. A fixação na OSRM pode ser realizada com fio de aço, parafusos bicorticais ou com miniplacas e parafusos monocorticais. Esta última se tornou mais popular atualmente, por seus benefícios aos pacientes e cirurgiões.16 1 Introdução 21 A FIR ou mais atualmente usando o conceito de fixação interna estável (FIE) com placas e parafusos pode ser realizada com material de titânio ou com materiais reabsorvíveis.17 A escolha do método de fixação óssea influencia na estabilidade e pode favorecer a uma cicatrização precoce, minimizando complicações.18 Alguns trabalhos laboratoriais, através de testes biomecânicos,19-31 fotoelásticos30 e por método de elementos finitos tridimensional,30,32-37 têm comparado a estabilidade de diferentes métodos de fixação na OSRM com objetivo de definir o mais estável e com o menor índice de complicações. Hsu et al.38 realizaram um trabalho de avaliação clínica em pacientes submetidos a recuo mandibular comparando a fixação monocortical ou bicortical. Sugeriram que ambos os métodos de fixação tiveram estabilidade pós-operatórias similares. Sato et al.39 também realizaram um estudo clínico comparando a estabilidade esquelética da fixação com os três métodos de fixação rígidas (miniplacas, parafusos bicorticais e técnica híbrida) após avanço mandibular demostrando não haver diferenças estatisticamente significantes na estabilidade pós-operatória entre os três métodos de fixação. Porém resultados indesejados desde complicações mínimas, como cicatrizes,16 e maiores, como recidiva por perda da estabilidade ou falha da fixação, alteração da posição condilar no momento da fixação no pós-operatório imediato ou reabsorção condilar no pós-operatório tardio,40 fratura desfavorável,41 alteração neurosensorial do nervo alveolar inferior (NAI),42-47 e infecção na região da osteossíntese18 com ou sem perda da fixação e necessidade de um novo procedimento cirúrgico48 tem sido relatadas na literatura. Deste modo, a busca de meios de osteossínteses que permitam menos morbidade trans e pós-operatória tem sido constante por uma série de estudos. O uso de miniplacas específicas para a fixação na OSRM, chamadas de miniplacas sagitais, tem se mostrado adequado principalmente em trabalhos laboratoriais.19,28,31 A fixação com miniplacas sagitais49 e com miniplacas convencionais50-54 na OSRM tanto em avanços como em recuos mandibulares, também tem sido avaliadas em vários estudos clíncos demonstrando haver um baixo índice de complicações e boa estabilidade esquelética em um curto e longo prazo de acompanhamento pós-operatório. Ribeiro-Junior et al.28 realizaram um estudo biomecânico para comparar um novo desenho de miniplaca sagital, com um desenho similar a um duplo “Y” (com três furos para 1 Introdução 22 parafusos em cada extremidade, não lineares, com 6 mm de equidistância e divergentes entre si e com uma extensão entre as extremidades semi curva) do tipo locking e convencional com miniplacas retas de 4 e 6 furos na OSRM. A estabilidade biomecânica in vitro deste novo formato de miniplaca foi superior as miniplacas retas de 4 e de 6 furos (lineares), na fixação da OSRM simuladas em mandíbulas sintéticas com características de resistência parecidas com o osso mandíbular. O uso clínico desta placa foi divulgado em uma revista brasileira por Oliveira et al.55 em um relato de caso de avanço mandibular, demonstrando um resultado estável, além de reduzir o tempo cirúrgico e promover resultados previsíveis do ponto de vista biomecânico, porém ainda não existem estudos de avaliação clínica com esta placa sagital para avaliar o seu índice de complicações e sua aplicação clínica. Segundo Ochs56 o uso de 3 parafusos bicorticais em diferentes posições, dependendo do contato ósseo entre o segmento proximal e distal, apresentam melhor custo-benefício, rigidez e previsibilidade na fixação da OSRM. Mas segundo Stoelinga e Borstlap 16 os parafusos bicorticais, sejam eles colocados na conformação em L invertido ou linear na borda superior ou inferior do ramo mandibular de forma posicional ou compressiva (lag screw), a 90º ou a 60º, apresentam os melhores resultados na estabilidade biomecânica, porém apresentam um maior risco de lesão no NAI, seja por lesão direta ao nervo no momento da perfuração com a broca cirúrgica ou pela compressão do nervo causada pela cortical do segmento proximal no segmento distal, e de alteração da posição condilar no momento da fixação, podendo causar alterações oclusais, dores articulares e reabsorção condilar. Quando as alterações oclusais são percebidas no pós-operatório imediato é necessário uma nova intervenção cirúrgica sob anestesia geral para corrigir a posição do segmento proximal para que a posição condilar fique correta. Outra desvantagem da fixação com parafusos bicorticais é a necessidade de realizar o acesso cirúrgico transbucal que aumenta o tempo cirúrgico e pode ocasionar cicatrizes indesejadas em pacientes com tendência a cicatrização hipertrófica. Quando são usadas somente miniplacas estes problemas de falha da posição condilar e alterações oclusais são mais fáceis de serem resolvidos utilizando elásticos, removendo ou alterando a posição da miniplaca sob anestesia local, além de permitir na maioria das vezes a utilização somente do acesso cirúrgico intrabucal contribuindo para a redução do tempo cirúrgico. 1 Introdução 23 Joss e Vassalli57-58 realizaram duas revisões sistemáticas sobre a estabilidade após OSRM bilateral com FIR, uma em cirurgias de avanços e outra em recuos para avaliar a recidiva em um curto e longo prazo, demonstrando que a etiologia da recidiva é multifatorial. Diante das controvérsias na literatura sobre qual a técnica de fixação ideal16,56 que apresente uma estabilidade da fixação suficiente para suportar as forças mastigatórias e musculares durante o período de cicatrização com um baixo índice de complicações, se faz pertinente que novos estudos clínicos sejam realizados para avaliar o desempenho destes materiais na fixação da OSRM. Não existe na literatura nenhum estudo clínico da estabilidade da fixação com esta placa sagital. O objetivo deste estudo foi avaliar a estabilidade da fixação da OSRM com o uso de uma única placa específica para este procedimento (placa sagital), através de uma análise dos resultados clínicos obtidos pelos registros avaliados nos prontuários e nos exames radiográficos dos pacientes submetidos a cirurgia ortognática com a utilização desta placa na fixação da OSRM. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2 Revisão de Literatura 25 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA CIRURGIA ORTOGNÁTICA E DA OSTEOTOMIA SAGITAL DO RAMO MANDIBULAR A primeira cirurgia ortognática foi realizada nos Estados Unidos da América pelo cirurgião Simon P. Hullihen em 1847. Hullihen nasceu na Pensilvânia, foi primeiro graduado em medicina pela Washington Medical College em Baltimore em 1832 aos 22 anos de idade. Interessou-se por dedicar sua prática na odontologia, cirurgia de cabeça e pescoço e da cavidade bucal na cidade de Wheeling, mas a comunidade médica de Wheeling o recebeu com desprezo. Nesta época a maioria dos dentistas raramente tinha formação em odontologia ou medicina e eram os do tipo barbeiros-cirurgiões. Ele focou sua atuação principalmente na cirurgia bucal e se tornou bem conhecido no tratamento de pacientes com fissuras labiopalatais. Pela sua liderança na cirurgia bucal o Baltimore College of Dentistry (atualmente a University of Maryland Dental School) concedeu o título de doutor honorário em cirurgia odontológica em 1842. Embora ele não tivesse formação em odontologia ele foi um forte defensor da formação médica no currículo odontológico elevando a profissão do antigo barbeiro-cirurgião para o nível de um médico. Formou-se em odontologia em 1850 reconhecendo a importância dessa formação para se tornar um completo cirurgião da área odontológica. Ele publicou muitos artigos de relatos de casos e notas técnicas em revistas médicas e odontológicas e talvez a mais importante foi uma publicação de um artigo de relato de caso na American Journal of Dental Science em 1849 entitulado: Caso de alongamento da mandibula e distorção da face e pescoço causado por uma queimadura, tratamento bem sucedido. Esta foi a primeira publicação de uma verdadeira cirurgia ortognática. Este caso publicado foi de uma paciente do gênero feminino de 20 anos que tinha sofrido uma queimadura no pescoço e na parte inferior da face há 15 anos e apresentava prognatismo mandibular. Ele notou que apresentavam espaços edêntulos entre o primeiro molar e o canino no lado direito e entre os pré-molares do lado esquerdo. O tratamento foi reaizado através de uma osteotomia entre esses espaços realizando o procedimento que hoje é conhecido como uma osteotomia subapical anterior. Depois realizou mais dois procedimentos cirúrgicos, um para correção da cicatriz no lado direito da face e pescoço e o outro para correção do lábio inferior.1-2 2 Revisão de Literatura 26 O berço da cirurgia ortognática recente, no entanto, foi em Saint Louis, onde o ortodontista Edward Angle (1898) e o cirurgião Vilray Blair (1906) trabalharam juntos. Ambos estavam envolvidos na primeira descoberta da osteotomia horizontal do ramo para correção de prognatismo mandibular que foi publicado na literatura por Whipple (1898). Blair foi a figura dominante na cirurgia ortognática recente. Antes de publicar seu primeiro livro em 1912, ele descreveu vários métodos para a correção de deformidades maxilofaciais em um artigo excelente sobre a cirurgia do osso da mandíbula e da face, em 1907. Ele também enfatizou a importância de considerar diferenças raciais para o planejamento cirúrgico para conseguir uma face harmoniosa. Ele foi o primeiro a dividir as deformidades maxilares em prognatismo mandibular, retrognatismo mandibular, protrusão alveolar mandibular e maxilar e mordida aberta. Ele divulgou diversas cirurgias para correção mandibular como a osteotomia do corpo mandibular, osteotomia horizontal do ramo e a osteotomia em forma de V para fechamento de mordida aberta. Foi o primeiro a perceber os benefícios da cooperação entre ortodontistas e cirurgiões. Não tiveram muitas publicações sobre procedimentos de cirurgia ortognática na Europa no século 19, mas uma excessão foi a publicação de Berger (1897) de Lyon na França que descreveu a osteotomia condilar para correção de prognatismo. Burn e Linderman (1921) na Alemanha descreveram uma técnica quase idêntica a que foi introduzida por Blair em 1907, uma osteotomia horizontal entre a chanfradura sigmoide e o forame mandibular. Essa técnica cirúrgica foi alterada alguns anos depois por Kostecka (1931) de Praga. Ele descreveu esta técnica como um procedimento a cega realizado com uma serra de Gigli. Tanto a osteotomia horizontal do ramo como a osteotomia condilar eram procedimentos bastante fáceis, mas os resultados não eram muito satisfatórios. Muita recidiva e problemas de mordida aberta ocorriam devido a pouca área de contato ósseo e deslocamento dos fragmentos. O berço da cirurgia ortognática moderna foi a Europa Central em Viena, Graz, norte de Berlin e Hamburgo. O fundador da escola de Viena de cirurgia maxilofacial foi Pichler, sucedido por seu pupilo Trauner (1955), que se mudou para Graz. Trauner descreveu vários procedimentos, mas o que mais contribuiu para sua fama foi ter treinado Heinz Köle e Hugo Obwegeser, que realmente deram o impulso decisivo para o desenvolvimento da cirurgia ortognática. Em Berlim, Martin Wassmund que começou a escola alemã foi uma figura importante na cirurgia maxilofacial. Foi ele quem desenvolveu a osteotomia maxilar anterior que ainda é utilizado até hoje, além de outros procedimentos de correção de deformidades faciais. Seu famoso pupilo foi Schuchhardt que desenvolveu a osteotomia maxilar posterior (1955) bem como a osteotomia sagital oblíqua do ramo mandibular. No entanto, a evolução da cirurgia ortognática veio dos dois sócios de Trauner, Heinz Köle (que 2 Revisão de Literatura 27 sucedeu Trauner em Graz) e Hugo Obwegeser que foi nomeado para a cadeira de cirurgia bucomaxilofacial em Zurique, em 1956. As principais inovações que vieram de Köle (1959) foram vários novos métodos para alterar a posição do processo alveolar. Ele foi o primeiro a descrever a cirurgia bimaxilar alveolar para a correção da protrusão, mas também para a mordida profunda ou deformidades faciais curtas. Ele também produziu uma nova técnica de fechamento da mordida aberta e para mentoplastia. O seu procedimento de mentoplastia particular mostrou-se muito bem sucedido, porque o mento podia ser avançado e encurtado em altura ao mesmo tempo. O outro famoso pupilo de Trauner, Hugo Obwegeser, iniciou sua carreira como um assistente em Graz e em 1955 publicou o método mundialmente conhecido de acesso intrabucal para osteotomia sagital da mandíbula. Este método foi modificado pelo cirurgião italiano Dal Pont em 1958 abrindo novas dimensões para a cirurgia mandibular.1 O último aspecto do desenvolvimento da cirurgia ortognática foi a aplicação dos métodos de fixação rígida e semirígida dos segmentos ósseos com placas e parafusos. Bernd Spiessel foi o primeiro cirurgião maxilofacial a aplicar os princípios de osteossíntese da AO/ ASIF (Arbeitsgemeinschaft für Osteosynthesefragen/ Association of the Study of Internal Fixation/ Associação para o Estudo da Fixação Interna) na fixação da OSRM. Em 1974 Spiessl foi o primeiro a introduzir a fixação interna rígida (FIR) na OSRM, sem a necessidade do bloqueio maxilomandibular (BMM), através da fixação dos segmentos ósseos com 3 parafusos bicorticais (2 acima do feixe neurovascular aleolar inferior e 1 abaixo) na configuração conhecida hoje como em L invertido. O desenvolvimento da osteossíntese rígida em casos de trauma e ortognática foi realizada por Hans Luhr da Alemanha que melhorou as miniplacas que foram originalmente desenvolvidas por Michelet e Festal (1972) na França1 que foi publicada por Michelet et al.15 em 1973 apresentando o uso das miniplacas na cirurgia bucomaxilofacial para fixação de fraturas faciais. Algumas modificações da técnica proposta por Trauner e Obwegeser3-4 em 1957 já foram propostas para diminuir a morbidade, melhorar a conveniência da cirurgia, proporcionar melhor estabilidade, diminuir o risco de complicações e favorecer uma melhor adaptação entre os segmentos proximal e distal.5-13 Um estudo em macacos Rhesus foi realizado por Bell e Schendel14 em 1977 para avaliar a revascularização e cicatrização óssea associado com a realização da OSRM em duas diferentes técnicas da realização da osteotomia de Obwegeser-Dal Pont com modificação da quantidade de descolamento mucoperiostal e da musculatura pterigomassetérica mostrou uma melhor cicatrização óssea quando é realizado um menor descolamento mucoperiosteal e da musculatura pterigomassetérica. Estas 2 Revisão de Literatura 28 modificações foram evoluindo com o desenvolvimento dos materiais para realização da osteotomia e da osteossíntese. Inicialmente a fixação era realizada com fio de aço (fixação não rígida). 2.2 ESTUDOS EM ANIMAIS SOBRE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À FIXAÇÃO COM A OSRM Em um estudo em macacos Rhesus realizado por Bell e Schendel14 em 1977 foram utilizados 10 macacos Rhesus adultos de 6 a 10 Kg. O objetivo foi comparar uma técnica modificada da OSRM (realizada no lado direito), onde foi realizado um menor descolamento mucoperiostal e da musculatura pterigomassetérica no segmento proximal (planejada para uma melhor vascularização), com a OSRM convencional de Obwegeser-Dal Pont (realizada no lado esquerdo). Destes, 2 foram utilizados como controle. Os animais foram sacrificados imediatamente após a cirurgia e após 12 horas, 1, 2, 3, 6, 12 e 24 semanas. A vascularização, revascularização e cicatrização óssea foram estudadas por técnicas histológicas e microangiográficas. Estas técnicas mostraram isquemia intraóssea na margem dos segmentos ósseos submetidos à osteotomia e nas áreas onde a musculatura pterigomassetérica foi descolada. A isquemia óssea e necrose foram significativamente reduzidas após a realização do procedimento modificado de descolamento dos tecidos pra a realização da OSRM. Borstlap et al.40 realizaram um estudo preliminar em cabras brancas com o objetivo de desenvolver um estudo experimental em animais para avaliar as consequências da realização da OSRM no comprometimento da vascularização subcondral e na cartilagem condilar. Uma OSRM sem reposicionamento dos fragmentos ósseos fixados com miniplacas e parafusos monocorticais de titânio foram realizada sem um dos lados em cada uma das seis cabras adultas jovens. O lado contralateral serviu como controle. Os animais foram sacrificados após 1 (2 cabras), 2, 8 (2 cabras) e 15 dias de pós-operatório. Foram realizadas análises histomorfométricas após a perfusão do sistema vascular com uma solução de uma tinta da índia diluída em soro fisiológico. A análise de regressão mostrou que nos côndilos controle houve uma correlação significativa entre o volume relativo aos vasos sanguíneos e da espessura da cartilagem do côndilo (0,490). A variação nos côndilos experimentais foi bem menor (0,078). Com base no espessamento da cartilagem observada, a OSRM pode influenciar a cartilagem condilar nos primeiros dias pós-operatórios através de uma alteração do suprimento vascular. 2 Revisão de Literatura 29 Hu et al.42 realizaram um estudo em macacos para avaliar as mudanças no nervo alveolar inferior após a OSRM comparando a fixação monocortical e bicortical. Foram realizadas OSBM bilaterais para recuo mandibular em 12 macacos, e a fixação monocortical ou bicortical foi realizado em lados opostos de cada mandíbula. Potenciais de ação do nervo sensorial foi testado antes e imediatamente após a cirurgia, e a 2, 4, 8, e 12 semanas. Seis animais selecionados aleatoriamente foram sacrificados em 4 e 12 semanas após a cirurgia. Espécimes de nervo foram colhidos e processados para exame histológico e microscopia eletrônica. Um evidente prolongamento de latência e diminuição da amplitude no NAI foram encontrados no pós-operatório. Em 4 semanas de pós-operatório, a degeneração Walleriana foi evidente, e não havia sinais de regeneração axonal nos nervos. O NAI tinha mais alterações dos potenciais evocados e alterações patológicas após a fixação com parafusos bicorticais do que após a fixação monocortical. Embora uma recuperação considerável tenha sido encontrada após ambas as formas de fixação às 12 semanas, a função do nervo após a fixação com placa foi melhor do que após a fixação com parafuso. Os resultados sugeriram que a lesão do nervo durante OSRM pode ser temporária e reversível, e fixação monocortical pode resultar na recuperação da função do nervo, mais rápida do que a fixação bicortical. 2.3 ESTUDOS CLÍNICOS SOBRE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À OSRM Teltzrow et al.18 realizaram um estudo com o objetivo de revisar as complicações em uma série de 1254 pacientes submetidos a OSRM bilaterais, pela técnica clássica de Obwegeser descrita por Trauner e Obwegeser com algumas modificações ocasionais realizadas por indicação de variação anatômica, em um único centro entre 1982 a 2002 (período de 20 anos). As complicações foram documentadas e comparadas com a literatura. Em 35 pacientes (2,8%) houve infecções com necessidade de realização de incisão extrabucal e drenagem, em 27 pacientes (2,1%) houve ruptura inadvertida do nervo alveolar inferior, 18 pacientes (1,4%) tiveram que ser submetidos a uma nova cirurgia devido a flexão ou fratura do material de osteossíntese, em 15 pacientes (1,2%) ocorreram complicações hemorrágicas; em 12 pacientes (0,9%) houveram fraturas desfavoráveis. Em 8 pacientes (0,6%) foram deixados corpos estranhos na região da cirurgia; em 7 pacientes houve uma fraqueza parcial nervo facial, que foi permanente em 1 paciente. Seis pacientes (0,5%) com uma idade significativamente maior que a média (média: 33,6 anos, em comparação com 23,1 anos), desenvolveram não união no local da osteotomia sendo necessário realizar enxerto ósseo na 2 Revisão de Literatura 30 mandíbula. Dois pacientes (0,2%) desenvolveram osteomielite, e em um paciente houve problemas nas vias aéreas com necessidade de traqueostomia (0,1%). Os autores concluíram que apesar de algumas destas OSBM terem ocasionadas algumas severas limitações na qualidade de vida relacionada à saúde, ele continua sendo considerada um procedimento seguro, porém é necessário o termo de consentimento informado. Um bom conhecimento técnico para explicar estas complicações podem ajudar a reduzir estas incidências. Doucet et al.41 realizaram um estudo prospectivo com o objetivo de avaliar os efeitos da presença ou ausência do terceiro molar durante a OSRM na frequência de fraturas desfavoráveis, grau de aprisionamento e manipulação do NAI e tempo cirúrgico. Foram incluídos no estudo todos os pacientes submetidos à OSRM para tratamento de deformidades dentofaciais mandibulares no período de novembro de 2006 a outubro de 2010. Os critérios de exclusão foram: pacientes com terceiros molares inferiores removidos com menos de 6 meses antes da OSRM, pacientes que tiveram uma prévia OSRM e pacientes que tiveram uma prévia fratura mandibular. A primeira variável avaliada foi a presença ou ausência de terceiros molares no período da cirurgia e os pacientes foram divididos em dois grupos. No grupo I foram incluídos os pacientes submetidos à OSRM com concomitante remoção dos terceiros molares e no grupo II foram incluídos os pacientes submetidos à OSRM sem a presença dos terceiros molares que apresentavam anodontia ou foram removidos com pelo menos 6 antes do procedimento. O primeiro resultado variável foram as fraturas desfavoráveis. O segundo resultado variável foi o grau de aprisionamento e manipulação do NAI e o tempo cirúrgico. Estatísticas apropriadas bi e multivariadas foram computados, e o nível de significância estatística foi estabelecido em p menor 0,05 (95% de confiabilidade). Foram selecionados para o estudo 339 pacientes submetidos a 667 OSRMs. Os resultados do estudo mostraram que no grupo I apresentaram 331 OSRMs (48,9% de todas as OSRMs, idade média de 19,6 anos, ± 7,4 anos), e grupo II consistiu de 346 OSRMs (51,1% de todas as OSRMs, idade média de 30,4 anos, ± 12,1 anos). A índice total de fraturas desfavoráveis foi de 3,1% (21 de 677), com frequências de 2,4% (8 de 331) no grupo I, em comparação com 3.8% (13 de 346) no grupo II (p=0,3). O índice de aprisionamento NAI no segmento proximal foi significativamente menor no grupo I (37,2%) do que no grupo II (46,5%; p=0,01). O grau de aprisionamento também foi significativamente mais severo para o grupo II (p<0,001). A remoção dos terceiros molares aumentou o tempo do procedimento em 1,7 minutos (p<0,001). O estudo concluiu que a presença de terceiros molares durante a OSRM não está associada a um aumento da frequência de fraturas desfavoráveis. A remoção do terceiro molar 2 Revisão de Literatura 31 concomitante a OSRM também diminui o aprisionamento do NAI no segmento proximal, mas somente aumenta um pouco o tempo cirúrgico. Agbaje et al.47 realizaram um estudo em 220 pacientes submetidos à OSRM entre janeiro de 2010 a outubro de 2011 que realizaram uma tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) com o tomógrafo da Sirona Dental Systems, Bensheim, Germany no préoperatório para avaliar as complicações por lesão do NAI após OSRM com o objetivo de determinar se a TCFC poderia prever a apreensão do feixe vásculo-nervoso ao segmento proximal da mandíbula durante a OSRM. Medidas lineares bilaterais foram obtidas em imagens parassagitais de TCFC no nível dos primeiros e segundos molares dos lados direito e esquerdo por um dos autores que não sabia a posição perioperatória dos nervos. Durante osteotomia, foi registrado para cada paciente se o feixe vásculo-nervoso ficou preso ao segmento proximal durante a fratura. Caso estivesse preso, foi utilizado um osteótomo ou um instrumento rombo para liberar o nervo. O nervo ficou preso em mais de um terço dos lados das cirurgias realizadas (170 lados). Destes, mais de 65% dos nervos apreendidos (108 lados) foi necessário realizar uma osteotomia para soltá-los da mandíbula. As distâncias lineares da margem da cortical vestibular do canal mandibular para as margens da cortical vestibular interna e externa da mandíbula foram importantes fatores predisponentes para apreensão do NAI no segmento proximal da mandíbula durante a OSRM. Politis et al.45 realizaram um estudo retrospectivo com o objetivo de avaliar fatores de risco individuais e intra-operatórias da OSRM e correlacionar esses achados com as alterações pós-operatórias auto-relatados na sensação do lábio inferior. Foram avaliados os registros de acompanhamento de 163 pacientes consecutivos (63 do gênero masculino e 100 do gênero feminino, idade média de 27.5 anos, de 14 a 57 anos) que foram submetidos à OSRM bilateral para calcular o índice de distúrbios de sensibilidade auto-relatados no lábio inferior na última visita de acompanhamento. Estes auto-relatos de distúrbios de sensibilidade foram classificados como normal, hipoestesia, hiperestesia, ou leve diminuição da sensibilidade na região central do mento. Pacientes com fenômenos sensoriais positivos, como parestesia, disestesia e dor foram classificados como hiperestesia, enquanto que pacientes com fenômenos sensoriais negativos foram classificados como hipoestesia. Nenhum paciente que relatou qualquer alteração de sensibilidade foi classificado como normal. Uma vez que nenhum paciente relatou ter apresentado uma dormência completa, nenhuma categoria de anestesia foi criada. A osteotomia foi realizada conforme a seguinte descrição: primeiramente uma osteotomia horizontal foi realizada com broca cirúrgica de Hall visualizando o forame 2 Revisão de Literatura 32 mandibular. Uma proteção dos tecidos moles foi realizada na região do ramo ascendente usando um afastador de Dumbach. Em seguida a linha de osteotomia foi realizada na região do corpo mandibular usando a mesma broca até a região vestibular do primeiro molar. A osteotomia vertical foi realizada com a boca fechada usando um afastador de Obwegeser e um aspirador fino com uma iluminação na ponta promovendo uma excelente visão durante a osteotomia que foi iniciada na borda inferior incluindo uma parte da cortical lingual. Em seguida a osteotomia vertical da região do corpo mandibular foi realizada unindo as duas osteotomias. Em seguida a separação foi realizada usando um cinzel. Caso o feixe vásculonervoso se mantivesse aprisionado no segmento proximal da mandíbula, era realizado sua dissecção com cuidado utilizando um instrumento de ponta romba ou cirurgicamente usando um osteótomo, brocas ou ultrassom piezoelétrico, liberando o nervo do canal. Foram registradas as seguintes informações: idade, gênero, tipo de descolamento, tipo de movimento e realização de mentoplastia durante a OSRM. Foram medidas as distâncias horizontais e verticais a partir do NAI (canal mandibular) para a borda interna da cortical vestibular e borda interna inferior em um corte parassagital usando TCFC. As distâncias foram medidas no lado mesial do primeiro molar e no lado distal do segundo molar conforme foi realizado e descrito no estudo de Agbage et al.47 O tipo de descolamento foi referente a técnica cirúrgica usada para separar o nervo do segmento proximal da mandíbula quando necessário. O tipo de separação do nervo foi registrada como 0 caso o nervo estivesse livre, 1 caso fosse solto com instrumentos, e 2 caso fosse necessário intervenção com o ultrassom piezoelétrico. Os resultados do estudo mostraram que o índice total de mudança de sensibilidade auto-relatada foi de 15,1% (49/324; 13,0% no lado direito e 17,3% no lado esquerdo). Dos 16 pacientes (9,9%) que relataram apresentar hipoestesia no lado direito e 25 pacientes (15,4%) que relataram apresentar hipoestesia no lado esquerdo, 10 tiveram hipoestesia bilateral (31 pacientes no total, 19,1%). Das 163 cirurgias realizadas 105 (64,4%) foram realizados avanços, 15 foram realizados recuos (9,2%) e 43 foram realizadas rotações (26,4%) e 44 (27,0%) foram realizados mentoplastias associadas à OSRM. A técnica cirúrgica para soltar o nervo foi classificado como 0 no lado direito em 95 das 163 cirurgias (95/163, 58,3%) e do lado esquerdo em 84/163 (51,5%), como 1 no lado direito em 28/163 (17,2%) e no lado esquerdo em 23/163 (14,1%) e como 3 no lado direito em 40/163 (24,5%) e no lado esquerdo em 56/163 (34,4%). A realização de mentoplastia e idade no período da cirurgia foram fatores significantes para predisposição da hipoestesia; um aumento de 1 ano na idade no período da cirurgia aumentaram as chances de hipossensibilidade em 5%, e as chances de hipoestesia em pacientes submetidos concomitantemente a mentoplastia foram 4,5 vezes maior do que em 2 Revisão de Literatura 33 pacientes sem mentoplastia. O desaprisionamento do nervo do lado esquerdo, mas não no lado direito, foi significativamente correlacionada com hipoestesia. Kuroyanagi et al.46 realizaram um estudo clínico prospectivo com objetivo de avaliar os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento dos distúrbios neurossensoriais (DNS) do NAI após a OSRM relacionados ao procedimento cirúrgico e às características anatômicas e estruturais dos ossos da face. Foram utilizados nesse estudo 50 pacientes (32 mulheres e 18 homens de 17 a 44 anos) que foram submetidos à OSRM (100 OSRM no total) para correção de prognatismo mandibular (48 pacientes) e retrognatismo mandibular (2 pacientes) no período de novembro de 2006 a janeiro de 2010. Todos os casos operados foram submetidos apenas a OSRM. Os casos em que foram operados os dois maxilares foram excluídos desse estudo. Todos os terceiros molares foram removidos com pelo menos um ano de antecedência da cirurgia. Foram registrados os dados clínicos de todos os pacientes, como idade, gênero, peso, altura e índice de massa corporal (IMC). A padronização dos procedimentos cirúrgicos foi realizada pela técnica de Obwegeser utilizando um separador. Os pacientes foram operados por um único cirurgião experiente. Foram tomadas todas as medidas possíveis para proteger o NAI em todas as fases da cirurgia. O lado medial do ramo mandibular foi descolado seguido pela colocação de um afastador superiormente à língula. Foram realizadas as osteotomias vertical usando uma broca longa de Lindemmann e horizontal com uma broca tronco-cônica n. 702 na borda anterior do ramo ascendente. Um osteótomo fino e afiado foi utilizado na junção da cortical lateral e do osso medular na região das osteotomias horizontal e vertical para separar o corpo da mandíbula. Não ocorreram danos como laceração ou secção do NAI durante as osteotomias. A fixação foi realizada com parafusos bicorticais posicionais (48 pacientes) e com placas (52 pacientes) nos dois lados. Para esclarecer as dificuldades nas cirurgias, toda a duração da cirurgia incluindo o tempo para realização do descolamento e da osteotomia da mandíbula bem como a perda sanguínea foram medidas. Dados anatômicos e pontos de referência foram registrados (8 medidas) utilizando as imagens obtidas por tomografia computadorizada. Os testes clínicos de sensibilidade foram realizados após 1 semana, 6 meses e 1 ano da cirurgia usando o estesiômetro de monofilamentos de pressão de Semmes-Weinstein (Stoelting, CO, USA), amplamente utilizado pra avaliar a sensação de pressão e toque na mão e face. Os resultados do estudo mostraram hipoestesia no lábio inferior com 1 semana foi de 33% (33/100), com 6 meses foi de 11% (11/100) e com 1 ano foi de 2% (2/100). Nas cirurgias de prognatismo a hipoestesia com 1 semana foi de 34,4% (33/96) e com 6 meses foi de 11,5% (11/96). Não houve casos de hipoestesia nas cirurgias de 2 Revisão de Literatura 34 retrognatismo. Não houve diferenças estatisticamente significantes entre as cirurgias de prognatismo e retrognatismo. A média de duração da cirurgia foi significativamente mais longa nos pacientes que desenvolveram distúrbios neurossensoriais no lábio inferior após uma semana da cirurgia do que os pacientes que não tiveram alterações de sensibilidade. Similarmente, pacientes que desenvolveram DNS no lábio inferior após 1 semana da cirurgia tiveram significativamente uma maior perda sanguínea comparado com os que não tiveram. Não houve diferenças significativas no método de fixação, gênero, peso, altura, índice de massa corporal, lado da cirurgia, tempo para realização do descolamento e osteotomia e magnitude do movimento mandibular realizado entre os pacientes com ou sem DNS. Houve diferenças significativas entre pacientes com ou sem DNS em 1 semana após a OSRM para o espaço cirúrgico no lado medial do ramo mandibular. Foram encontradas diferenças significativas para DNS somente após 6 meses, entre outras medidas, a distância entre a tuberosidade maxilar e a mandíbula, a distância entre a língula e a chanfradura mandibular, espessura da mandíbula, largura do espaço do osso medular no lado vestibular da mandíbula. Na análise de multivariânciaa distância de 11,0 mm ou mais entre a tuberosidade maxilar e a mandíbula (risco relativo, 3,7; 95% IC, 1,1-15,5; p=0,049). A distância de menos de 15 mm entre a língula e a chanfradura mandibular (risco relativo, 6,7; 95% IC, 1,7-33,8; p=0,005), espessura mandibular com menos de 8,7 mm (risco relativo, 5,7; 95% IC, 1,4-24,3; p=0,016), a distância de menos de 1,5 mm entre a superfície vestibular do canal mandibular e a cortical vestibular (risco relativo, 4,4; 95% IC; 1,2-18,4; p=0,032) e o espaço de 195,0 mm² ou mais no lado medial do ramo mandibular (risco relativo, 17,2; 95% IC, 3,9-100,4; p menor que 0,001) indicou um risco significativo de desenvolvimento de DNS após 6 meses da cirurgia. Nos dois lados associados com DNS após 1 ano da OSRM a distância entre a superfície vestibular do canal mandibular e a cortical vestibular foi 0,4 mm e 1,3 mm. Houve correlação dos valores das medidas clínicas anatômicas e melhoria dos DNS após 6 meses da OSRM nos pacientes que desenvolveram distúrbios neurossensoriais após 1 semana da OSRM (n=33). Houve diferenças significativas no peso (p=0,049), distância entre a língula e a chanfradura mandibular (p=0,037), espessura mandibular (p=0,023) e espaço no lado medial do ramo mandibular (p=0,047) entre os pacientes com e sem melhoria dos DNS após 6 meses da OSRM. Os autores também identificaram que a distância de 15,0 mm ou mais entre a língula e a chanfradura mandibular, a espessura da mandíbula de 8,7 mm ou menos e o espaço de menos de 195 mm² no lado medial do ramo mandibular tiveram indicadores significantes de melhoria dos DNS após 6 meses da cirurgia. O estudo concluiu que o desenvolvimento de DNS está relacionado com o tamanho do espaço cirurgico no lado medial do ramo mandibular 2 Revisão de Literatura 35 e subsequente manipulação do NAI nessa região. Um descolamento periosteal limitado pode prevenir o estiramento excessivo do NAI durante a OSRM, diminuindo assim a incidência de DNS. 2.4 ESTUDOS POR ANÁLISE DE ELEMENTOS FINITOS Maurer et al.32 realizaram um estudo por análise de elementos finitos para comparar a estabilidade de parafusos bicorticais de titânio de 2,0 mm em uma configuração triangular com a miniplaca de titânio de 2,0 mm para osteossíntese após a OSRM. A avaliação das tensões nos parafusos e no osso cortical foi realizada utilizando o programa de métodos de elementos finitos do software Ansys. Os resultados do estudo mostraram que as maiores referências de tensões tiveram um valor de cerca de 610N mm² no parafuso inferior na configuração triangular, com uma força mastigatória de 167,5N. Por outro lado os dois parafusos superiores foram expostos a muito menos tensão. Com a disposição oblíqua pela miniplaca, a tensão marginal foi atingida com uma força mastigatória de 124,6N no osso cortical. Isto significa que a placa foi quase equivalente à configuração triangular de parafusos. Na placa, apenas cerca de dois terços da tensão admissível foi atingida, e nos parafusos a reserva de carga foi ainda maior. O estudo concluiu que o método de elementos finitos parece ser adequado para simular tensões mecânicas complexas na região maxilofacial, tal como confirmado pela semelhança entre os dados do estudo e os da literatura, e pela experiência clínica. O estudo por análise de elementos finitos permite uma economia considerável em termos de tempo e de experiências com materiais e animais no desenvolvimento futuro de materiais e técnicas para osteossínteses. Erkmen et al.33 realizaram um estudo por análise de elementos finitos em 3 dimensões para comparar a estabilidade biomecânica da OSRM após recuo mandibular utilizando 2 métodos de fixação (parafusos bicorticais e miniplacas) em diferentes configurações. Foram avaliadas as fixações utilizando parafusos bicorticais compressivos (lag screw) em configuração linear e triangular, e uma ou duas miniplacas retas de seis furos com parafusos monocorticais. Foram simuladas forças oclusais no segmento distal. O Mentat Software da MSC Corporation foi usado para calcular o nível de estresse em ambos os segmentos e as aplicações das fixações. Os modelos computadorizados foram baseados nos modelos físicos de miniplacas de seis furos e parafusos monocorticais e bicorticais do sistema 2,0 mm da W. Lorenz (Walter Lorenz Surgical, Jacksonville, FL, USA). Somente 4 furos das miniplacas de 2 Revisão de Literatura 36 6 furos foram usados na fixação e nos outros dois furos que ficaram na região da osteotomia não foram usados. O estudo concluiu que tanto a configuração triangular de parafusos bicorticais compressivos (lag screw) ou duas miniplacas paralelas tiveram melhor estabilidade e menores tensões mecânicas próximo da osteotomia do que a fixação com parafusos bicorticais compressivos (lag screw) em configuração linear ou com uma miniplaca oblíqua. Erckman et al.34 realizaram em estudo por análise de elementos finitos em 3 dimensões para comparar a estabilidade biomecânica da OSRM após avanço mandibular de 5 mm utilizando 4 diferentes métodos de fixação com uma miniplaca de 6 furos em posição oblíqua e 4 parafusos monocorticais ou duas miniplacas paralelas de 6 furos com 4 parafusos monocorticais em cada miniplaca e parafusos bicorticais compressivos (lag screw) em configuração linear com 2 parafusos e triangular com três parafusos. Foram utilizados os mesmos parâmetros para criação dos modelos das miniplacas e parafusos e o mesmo software do estudo anterior para simulação dos métodos de fixação. O estudo concluiu que a fixação com 3 parafusos bicorticais compressivos (lag screw) na configuração triangular após avanço mandibular promoveu estabilidade suficiente com algum movimento rotacional e menor campo de tensão na região da osteotomia quando comparado aos outros métodos de fixação rígida testados. Oguz et al.35 realizaram um estudo com o objetivo de avaliar as tensões mecânicas sobre o osso e material de fixação após a OSRM fixadas com o sistema de placas de titânio convencionais e de bloqueio (tipo locking) usando análise de elemento finito. Foi criado um modelo tridimensional de elemento finito da mandíbula com imagem de tomografia computadorizada usando Marc (MSC Software Corporation, Santa Ana, CA) e OSRM e um avanço de 5 mm foi simulado no computador. O modelo foi fixado com o sistema de miniplaca e parafusos de titânio de 2,0 mm convencional ou com o sistema de miniplaca e parafusos de titânio de 2,0 mm de bloqueio (tipo locking) e uma força oblíqua de 200N foi aplicada. Os valores de tensão de Von Mises na camada cortical do segmento distal usando o sistema de placa de bloqueio (tipo locking) foram maiores. No entanto a tensão foi maior na camada cortical do segmento proximal usando o sistema de placa convencional. Na camada esponjosa de ambos os segmentos a tensão foi maior usando o sistema de placa convencional. O estudo concluiu que o sistema de miniplaca e parafusos de bloqueio distribui a carga sobre a placa e parafusos e diminui a quantidade de força transferida para cada unidade. Lee et al.36 realizaram um estudo para avaliar estabilidade biomecânica utilizando modelos tridimensionais de elementos finitos da mandíbula para simular a resposta 2 Revisão de Literatura 37 biomecânica da osteossíntese com parafusos e a estabilidade configurações de colocações dos parafusos após OSRM com avanço de 10 mm. Os modelos tridimensionais da mandíbula foram realizados com imagens obtidas de tomografia computadorizada com intervalos de 1 mm na direção axial e que foram reconstruídas com o software Amira 3.1.1 Mercury Computer Systems, Germany e os contornos paralelos da cortical óssea interna e externa foram realizados com o programa de elementos finitos Ansys, v 8.0, Swanson Analysis Inc., Houston, PA, USA. Foram simulados 6 tipos de métodos de fixação para os segmentos ósseos com 2 ou 3 parafusos em diferentes posições evitando dano ao NAI. Os resultados do estudo mostraram que a configuração triangular da posição dos parafusos através do nervo apresentaram menor carga de estresse do que a configuração linear e, portanto, proporcionou melhor estabilidade, sendo o método de fixação de preferência para OSRM. O estudo concluiu que de acordo com a análise tridimensional de elementos finitos, a configuração com 3 parafusos inseridos em uma forma triangular (em L invertido) através do NAI demonstraram melhor rigidez entre 6 configurações de colocações de parafusos, e que 3 parafusos bicorticais de 2,3 mm de diâmetro foram considerados um método de fixação suficiente após OSRM. Sato et al.37 realizaram um estudo com o objetivo de comparar a tensão mecânica de sobre hemi mandíbula e material de fixação após OSRM fixadas com 5 diferentes técnicas utilizando análise de elementos finitos tridimensional. Um modelo tridimensional de elementos finitos de uma hemimandíbula foi criado por um arquivo em Dicom de uma mandíbula do banco de dados do CTI (Centro de Tecnologia da Informação) Renato Archer em Campinas, SP, Brasil e foi simulado no computador uma OSRM com 5 mm de avanço. Os modelos foram fixados com 5 diferentes técnicas: 3 parafusos bicorticais em uma configuração linear à 60º, 3 parafusos bicorticais em uma configuração linear à 90º, 3 parafusos bicorticais em uma configuração em L invertido, 1 miniplaca reta convencional de 4 furos e 4 parafusos monocorticais, e 1 miniplaca de bloqueio (tipo locking) reta de 4 furos e 4 parafusos monocorticais. Os modelos dos materiais de fixação foram obtidos através dos modelos físicos das miniplacas e parafusos convencionais e de bloqueio da Neoortho (JJGC Ind. e Com. de Mat. Dent. Ltda, Curitiba, PR, Brasil. A força foi aplicada até que fosse alcançado 3 mm de deslocamento e os resultados foram comparados com os testes mecânicos e fotoelásticas anteriores, analisando assim os esforços mecânicos desenvolvidos na proximidade de miniplaca e parafusos e no próprio sistema de fixação. Os principais valores máximos de tensão demonstraram um índice de esforço mecânico inferior no osso e no 38 2 Revisão de Literatura sistema de fixação com a configuração em L invertido, seguido pelas configurações lineares de 90º e 60º. O sistema de miniplacas e parafusos de bloqueio (tipo locking) apresentaram menores valores de tensão principal máxima e uma melhor distribuição comparada com o sistema convencional. O estudo concluiu que de acordo com as condições testadas a configuração de L invertido promoveu o mais favorável comportamento de dissipação de tensão. 2.5 ESTUDOS BIOMECÂNICOS, FOTOELÁSTICO E POR ANÁLISE DE ELEMENTOS FINITOS Sato et al.30 realizaram um estudo com o objetivo de avaliar as características mecânicas de distribuição de tensão da fixação pela técnica híbrida na OSRM comparando com a fixação com parafusos bicorticais em uma configuração em L invertido e com a fixação com uma miniplaca reta convencional de 4 furos e 4 parafusos monocorticais. Foram realizados testes mecânicos, fotoelásticos e por análise de elementos finitos tridimensional. No teste mecânico foram utilizadas 10 réplicas de hemi mandíbulas humanas de poliuretano (Nacional, Jaú, SP, Brasil) com uma OSRM pré-fabricada em cada grupo submetido a teste de força linear (30 hemi mandíbulas). Para a avaliação fotoelástica foram utilizadas 3 hemi mandíbulas idênticas confeccionadas com a resina GY-279 misturada ao catalizador HY-2963 (Araltec Produtos Químicos Ltda., Guarulhos, SP, Brasil) utilizando um molde obtido pela impressão com um material de moldagem de silicone (Clássico Artigos Odontológicos Ltda., São Paulo, SP, Brasil) dos dois pedaços da réplica de mandíbula de poliuretano com a OSRM. Os modelos fotoelásticos foram levados para um polariscópio plano (Eikonal Instrumentos Opticos Comércio e Serviço Ltda., São Paulo, SP, Brasil) presos a uma máquina de testes mecânico (Instrom 4411) submetidos a uma força na região do primeiro molar até um deslocamento de 3 mm em uma velocidade de 1 mm por minuto. Na análise de elementos finitos foram utilizados 3 modelos de mandíbulas construídas em computador baseado em um formato Dicom de mandíbula do banco de dados do CTI (Centro de Tecnologia da Informação) Renato Archer obtido por um escaneamento por uma tomografia computadorizada helicoidal de uma mandíbula seca. As miniplacas e parafusos foram simulados no computador baseadas nos modelos físicos da Neoortho, Curitiba, PR, Brasil. As imagens foram transferidas para o programa Rhinoceros 4.0 (Mcneel North America, Seatle, WA) e foram criados somente os primeiros molares nas hemi mandíbulas tridimensionais dos 2 Revisão de Literatura 39 3 grupos para simplificar o modelo. As hemimandíbulas foram exportadas para o software Femap versão 10.1 (Siemens PLM Software Inc., Plano, TX) para o processamento dos modelos de elementos finitos das 3 técnicas de fixação interna rígida estudadas. A mandíbula foi fixada na região do posterior do ramo e da articulação temporomandibular (ATM) e uma força foi aplicada na região da fossa central do primeiro molar até que um deslocamento de 3 mm fosse alcançado. Este teste foi simulado nos 3 modelos de fixação e os valores principais máximos de tensão foram analisados. Os resultados do estudo mostraram que a técnica de fixação com 3 parafusos bicorticais apresentou a melhor resistência mecânica e padrão de distribuição de tensão quando comparado com a técnica híbrida, que por outro lado apresentou melhores resultados em comparação cm a miniplaca e parafusos monocortical. O estudo concluiu que a técnica híbrida aumentou a resistência e melhorou a distribuição de tensão da fixação com miniplaca e parafusos monocorticais, mantendo a maior parte das vantagens dessa técnica. 2.6 ESTUDOS BIOMECÂNICOS Peterson et al.19 realizaram um estudo com o objetivo de avaliar e comparar a estabilidade biomecânica de várias placas desenhadas para ajudar no posicionamento condilar na fixação interna rígida após OSRM comparadas com a fixação com parafusos posicionais em um padrão em L invertido. Foram utilizadas neste estudo 50 réplicas sintéticas de mandíbula humana (Synbone, Laudquart, Switzerland) 5 para o grupo controle e 5 cada uma das modalidades de fixação. Todas as osteotomias foram realizadas bilateralmente pelo mesmo examinador usando serras reciprocantes da Stryker TPS (Stryker Instruments, Kallamazoo, MT) e fixadas com placas e parafusos monocorticais ou bicorticais de titânio da Synthes Maxillofacial, West Chester, PA. A OSRM foi realizada com auxílio de guias direito e esquerdo para realização das osteotomias transversais. Após realizadas as osteotomias o segmento distal foi e avançado em 7 mm. O guia foi utilizado para assegurar o posicionamento consistente dos segmentos proximal e distal. A fixação foi realizada conforme os 4 grupos: fixação com 3 parafusos bicorticais de 2,0 mm de diâmetro com 16 mm de comprimento (grupo controle de L invertido); fixação com uma miniplaca reta de 4 furos de 2,0 mm de diâmentro externo e 4 parafusos monocorticais de 6 mm de comprimento (grupo miniplaca reta); fixação com uma miniplaca curva de 6 furos de 2,0 mm de diâmetro externo e 6 parafusos monocorticais de 8 mm de comprimento e 2,0 mm de diâmetro (grupo 2 Revisão de Literatura 40 de miniplaca sagital curva); uma miniplaca de corte sagital longa de plano ajustável de 33,0 mm de 4 furos e 4 parafusos monocorticais de 2,0 mm de diâmetro e 6,0 mm de extensão (grupo miniplaca de corte sagital de pano ajustável). Cada réplica de mandíbula foi fixada em uma unidade de teste mecânico (Instron 1331, Canton, MA) e submetido a uma carga vertical na borda incisal (dentes anteriores) e forças de torsão lateral na região dos molares. Foram registrados índices de deformação mecânica com variação de 0 a 900N de força e os rendimentos de carga deslocamento e rigidez foram determinados. Foram realizadas médias e desvios padrões e comparados para análise de significância estatística pelo teste de Fisher com nível de confiança de 95%. Os resultados mostraram que para as cargas na borda incisal diferenças estatisticamente significantes foram notadas entre o grupo controle e todos os outros grupos para rendimento de carga e rigidez, e entre o grupo controle e o grupo da miniplaca reta, de miniplaca sagital curva e de miniplaca sagital ajustável para rendimento de deslocamento. Também foram notadas diferenças entre o grupo controle (L invertido) e o de miniplaca reta e de miniplaca sagital ajustável para deslocamento de carga; e entre o grupo de L invertido, miniplaca reta, miniplaca sagital curva e miniplaca sagital ajustável bem como a de miniplaca reta e de miniplaca sagital ajustável para carga de deslocamento. Para a carga na região de molares diferenças estatisticamente significantes foram notadas entre o grupo controle e todos os outros grupos para carga de rendimento e de rigidez. Diferenças foram notadas entre a miniplaca sagital ajustável e a reta, miniplaca sagital curva e o grupo controle, bem como entre o grupo controle (L invertido) e a miniplaca reta e a miniplaca sagital ajustável para rendimento de deslocamento. Finalmente, diferenças foram notadas entre a miniplaca reta e a miniplaca sagital curva, e a miniplaca sagital ajustável e a miniplaca reta, miniplaca sagital curva e parafusos bicorticais em L invertido para rigidez. Foi concluído que nesse estudo in vitro diferenças foram notadas entre o grupo controle e todos os outros grupos experimentais em suas habilidades de resistir às forças em todas as condições testadas. Também foram notadas diferenças em um grupo experimental específico. E ainda quando colocado em parâmetros funcionais somente os parafusos posicionais bicorticais em um padrão de L invertido apresentam resistência para ambas as cargas laterais (regiões de molares) e verticais (região de incisivos). Özden et al.20 realizaram um estudo para comparar a estabilidade biomecânica de 10 diferentes métodos de fixação usados na OSRM. Foram utilizadas 25 mandíbulas frescas de carneiro seccionadas na linha média fazendo um total de 50 hemimandíbulas que foram submetidas à OSRM com avanço de 5 mm. As hemi mandíbulas foram divididas 2 Revisão de Literatura 41 aleatoriamente em 10 grupos de 5 e fixadas com 5 diferentes configurações de parafusos bicorticais, 4 diferentes fixações com miniplacas com ou sem parafusos bicorticais e uma com parafuso reabsorvível. Foram realizados testes com forças compressivas em um modelo de teste biomecânico em 3 pontos em cada hemimandíbula. Os resultados do estudo mostraram que a fixação com 3 parafusos bicorticias em L invertido promoveu a melhor estabilidade biomecânica dos grupos de parafusos e a fixação com um miniplaca oblíqua com 2 parafusos bicorticais promoveu a melhor estabilidade dos grupos de miniplacas. Brasileiro et al.21 realizaram um estudo in vitro para avaliar as características biomecânicas de 3 diferentes métodos de fixação interna rígida na OSRM para avanço mandibular. Foram utilizadas 60 réplicas de hemimandíbulas humanas em poliuretano (Nacional, Jaú, SP, Brasil) com OSRM pré-fabricada que foram fixadas com 3 diferentes técnicas de fixação interna rígida após avanço de 5 mm que incluíram: 1 placa de 4 furos com 4 parafusos monocorticais de 6 mm (grupo de miniplaca), 1 placa de 4 furos com 4 parafusos monocorticais de 6 mm e 1 parafuso bicortical posicional de 16 mm adicional (grupo híbrido) e 3 parafusos bicorticais posicionais de 16 mm no padrão tradicional em l invertido (grupo L invertido). Todas as placas e parafusos utilizados eram de titânio do sistema 2,0 mm (MDT, Rio Claro, SP, Brasil). A padronização da quantidade de avanço, um adequado posicionamentodos segmentos proximal e distal e uma adequada configuração dos parafusos foi assegurada pelo uso de um modelo de acrílico transparente. Após a fixação as hemimandíbulas foram adaptadas a um suporte de teste e submetidas às forças de torção lateral na superfície vestibular do molar e cargas verticais em cantilever na borda incisal com uma unidade de teste mecânico (Instron 4411, Instron corporation, Norwood, MA). Foram registradas cargas de pico até 1, 3, 5 e 10 mm de deslocamento. Cada grupo foi formado por 10 réplicas de hemimandíbulas submetidas ao teste linear somente uma vez. Foram analisados médias e desvio padrão através de análise de variância e teste de Tukey com nível de 5% de significância e falhas durante os testes foram registradas. Os resultados do estudo mostraram que, independente da quantidade de deslocamento e direção da força, o grupo de miniplaca sempre apresentou menores índices de resistência às cargas de pico comparado com as outras técnicas de fixação. O grupo de L invertido apresentou maior resistência do queo grupo da técnica híbrida quando as forças verticais foram aplicadas. Para as forças laterais (molar) a técnica híbrida e em L invertido não apresentou diferença significativa. O estudo concluiu que, em um ambiente laboratorial, para uma cirurgia de avanço mandibular de 5 mm, a técnica de fixação interna rígida para OSRM baseada no grupo 3 parafusos bicorticais em um 2 Revisão de Literatura 42 padrão em L invertido foi mais estável. Além disso, os resultados sugerem que a adição de 1 parafuso posicional bicortical na região retromolar pode otimizar significativamente a resistência da fixação com miniplaca e parafusos monocorticais. Ribeiro-Junior et al.22 realizaram um estudo in vitro para avaliar a estabilidade biomecânica de 9 diferentes métodos de fixação após OSRM. Foram utilizadas 45 de réplicas sintéticas de hemimandíbulas humanas em poliuretano da Synbone do modelo CHF 43.75, Malans, Switzerland (5 para cada grupo). A comparação dos grupos apresentou uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos que utilizaram duas miniplacas (grupos G e H), uma miniplaca e 1 parafuso bicortical (grupos C e D), e apenas parafusos bicorticais (grupo I), em comparação com os grupos que usaram apenas uma miniplaca com dois parafusos por segmento (grupos A e B) e 3 parafusos por segmento (grupos E e F). A colocação de parafusos bicorticais de 2,0 mm de diâmetro na região retromolar, associados ou não com miniplacas convencionais e locking com parafusos monocorticais, promoveu uma melhor estabilização dos segmentos ósseos. As miniplacas locking apresentaram melhor desempenho na fixação óssea em todos os grupos. Molon et al.24 realizaram um estudo biomecânico com o objetivo de avaliar o efeito do tamanho do parafuso e da técnica de inserção na estabilidade da fixação na OSRM. Foram utilizadas 20 réplicas sintéticas de hemimandíbulas humanas em poliuretano com uma OSRM pré-fabricada da Nacional, Jaú-SP, Brasil. As hemimandíbulas foram fixadas com parafusos bicorticais de titânio de 1,5 mm e 2,0 mm inseridos em uma configuração em L invertido. Todos os biomodelos foram testados para avaliar a força e estabilidade da fixação. Em todos os casos houve falha do osso sintético antes de haver qualquer evidência de falha do parafuso. Não houve diferenças significativas na força necessária para a falha na fixação entre os parafusos de tamanhos 1,5 ou 2,0 mm. O estudo concluiu que não houve diferença estatisticamente significativa entre a força alcançada com a fixação usando parafusos de 1,5 e 2,0 mm de diâmetro para fixação da OSRM realizada em mandíbulas sintéticas. Não houve fratura dos parafusos de diâmetro 1,5 mm ou 2,0 mm de qualquer um dos testes. A fixação com parafusos de 1,5 mm de diâmetro em um padrão em L invertido tem tanta estabilidade e resistência mecânica, como a fixação com parafusos de 2,0 mm, podendo ser seguramente utilizados para este procedimento. Oguz et al.23 realizaram um estudo biomecânico para comparar a estabilidade biomecânica da fixação com miniplaca convencional e de bloqueio (tipo locking). Foram utilizadas 10 mandíbulas de carneiro adultos seccionadas na linha média, fazendo um total de 2 Revisão de Literatura 43 20 hemimandíbulas que foram submetidas à OSRM pela técnica modificada por Dal Pont e Hunsuck e avanço de 5 mm e divididas em 2 grupos. 10 hemimandíbulas foram fixadas com uma miniplaca reta convencionl de titânio de 4 furos de 2,0 mm com 4 parafusos monocorticais e as outras 10 hemimandíbulas foram fixadas com 1 miniplaca reta tipo locking de titânio de 4 furos de 2,0 mm com 4 parafusos monocorticais. As hemimandíbulas foram submetidas a testes com forças de 0 a 140N. Os valores de deslocamento em 20, 60, 120 e 140N foram comparados e não houve diferenças estatisticamente significantes entre elas em nenhuma das forças testadas. Aymach et al.25 realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a estabilidade biomecânica da fixação de uma miniplaca em forma de T na fixação em uma OSRM modificada com um degrau vestibular comparada com a fixação com uma ou duas miniplacas paralelas na fixação da OSRM convencional. Foram utilizadas 18 réplicas sintéticas de mandíbula humana da Synbone, Laudquart, Switzerland (6 para cada grupo) que foram submetidas uma OSRM e avanço de 7 mm e fixados conforme os 3 grupos: fixação com uma miniplaca (grupo 1), duas miniplacas paralelas (grupo 2) e miniplaca em forma de T (grupo 3). Todas as osteotomias foram realizadas bilateralmente pelo mesmo examinador usando uma serra reciprocante e motor da Aesculap, GA 206 e fixadas com placas de titânio convencionais da Synthes F, compact 1,5 mm com parafusos de titânio monocorticais da Synthes MF, Mandible Compact 2,0 mm e comprimento de 6 mm. Cada réplica de mandíbula foi fixada em um modelo experimental padronizado (Instron 1123, Canton, MS) e submetido a uma carga vertical nos dentes anteriores usando velocidade de 10 mm por minuto e força de 0 a 500N. Os resultados mostraram que o grupo fixado com miniplaca em forma de T apresentou um valor significativamente maior de estabilidade comparado ao grupo fixado com uma miniplaca. Não houve diferença significativa na estabilidade entre o grupo fixado com a miniplaca em forma de T e o grupo fixado com duas miniplacas. O estudo concluiu que para uma cirurgia de avanço mandibular de 7 mm em um ambiente de laboratório, que a combinação de uma miniplaca em forma de T usada na fixação de uma OSRM modificada com um degrau vestibular pode otimizar significativamente a resistência e a estabilidade da fixação comparado com a fixação com uma única miniplaca reta na fixação de uma OSRM convencional. Nieblerová et al.27 realizaram um estudo experimental em mandíbulas de mini porcos para avaliar a estabilidade da miniplaca na osteossíntese da OSRM para fechamento de mordida aberta anterior, já que este movimento mandibular é tradicionalmente considerado o 2 Revisão de Literatura 44 menos estável. Foram utilizadas 54 hemimandíbulas (20 no grupo A e 17 nos grupos B e C) submetidas à OSRM conforme o método descrito por Hunsuck e Epker para comparar a estabilidade tanto no sentido vertical quanto transversal de um avanço mandibular de 10 mm fixado com uma miniplaca (grupo A), avanço mandibular de 10 mm com rotação antihorária de 20º (correspondente a uma mordida aberta anterior de 15 mm) do plano oclusal fixado com uma miniplaca (grupo B) e duas miniplacas paralelas com uma distância de 10 mm entre elas (grupo C). Foram usadas as miniplacas Le Forte e parafusos de 8 mm da Jeil Medical Corporation, Korea nos três grupos. Duas miniplacas aumentaram a resistência às forças verticais da mastigação. Em uma força de 100N a média de deslocamento foi de 0,53 mm no grupo A, 0,46 mm no grupo B e 0,23 no grupo C. A diferença foi estatisticamente significante entre os grupos A e B em comparação com o grupo C. Os resultados em relação ao deslocamento transversal não tiveram diferenças estatisticamente significantes. O uso de duas miniplacas em grandes deslocamentos bem como em movimentos de rotação anti-horária aumentam a estabilidade no sentido vertical. Ribeiro-Junior et al.28 realizaram um estudo in vitro com 30 réplicas sintéticas de hemimandíbulas humanas em poliuretano (Synbone, Lauddquart, Switzerland) para avaliar a resistência ao deslocamento (estabilidade biomecânica) de 6 diferentes métodos de fixação após a OSRM. O segmento distal foi avançado 4 mm e as hemimandíbulas (5 para cada grupo) foram agrupadas de acordo com o método de fixação: miniplaca reta convencional de 4 furos com 4 parafusos monocorticais (grupo 1), uma miniplaca reta locking de 4 furos com 4 parafusos monocorticais (grupo 2); uma miniplaca reta convencional de 6 furos com 6 parafusos monocorticais (grupo 3); uma miniplaca reta locking de 6 furos com 6 parafusos monocorticais (grupo 4); uma miniplaca sagital duplo “Y” convencional de 6 furos com 6 parafusos monocorticais (grupo 5) e uma miniplaca sagital duplo “Y” locking de 6 furos com 6 parafusos monocorticais (grupo 6). A fixação foi realizada com o sistema Neoface de miniplacas (Neoortho, JJGC Indústria e Comércio de Materiais Dentários, Curitiba, PR, Brasil). Uma avaliação biomecânica foi realizada aplicando um teste de compressão em 3 pontos: côndilo e região posterior da mandíbula (ponto A), região de molares simulando a resistência do bolo alimentar (ponto B) e região anterior da base da mandíbula (ponto C). A miniplaca sagital duplo “Y” locking foi mais resistente do que as outras testadas, mas não houve diferenças estatisticamente significantes entre a miniplaca sagital convencional e a miniplaca reta locking de 4 furos. 2 Revisão de Literatura 45 Oliveira et al.29 realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a resistência biomecânica de 3 sistemas de fixação interna estável na fixação da OSRM em mandíbulas de carneiro com 1 ano a 1 ano e meio de idade. Foram utilizadas 30 mandíbulas frescas de carneiro que foram separadas na linha média obtendo 60 hemimandíbulas. As amostras foram medidas para evitar discrepâncias e foram utilizadas somente 30 hemimandíbulas que apresentavam um tamanho padronizado. As amostras foram divididas aleatoriamente em 3 grupos experimentais cada um com 10 hemimandíbulas e submetidas à OSRM e avanço de 5 mm. No grupo I (grupo de L invertido) foram utilizados para fixação 3 parafusos de titânio de 2,0 x 12 mm (bicorticais) em uma configuração em L invertido. No grupo II (grupo híbrido) foram utilizados para fixação 2 parafusos bicorticais em um padrão linear e uma miniplaca reta convencional de titânio de 4 furos e 4 parafusos de titânio de 2,0 x 6 mm (monocorticais). No grupo III (grupo de miniplaca) foram utilizadas para fixação 2 miniplacas retas convencionais de titânio de 4 furos e 8 parafusos monocorticais. Todas as perfurações foram realizadas com uma broca de 1,5 mm e diâmetro e com angulação de 90º sob abundante irrigação com água para evitar danos térmicos no osso. Todos os materiais de osteossíntese foram fornecidos pela Osteosin – SIN, Sistema de Implantes Nacional Ltda., Fixadores, São Paulo, SP, Brasil. As hemimandíbulas foram submetidas a testes de carga linear vertical pela unidade de ensaios mecânicos Kratos K2000MP para registro de carga e deslocamento. Todos os grupos mostraram resistência similar durante os testes mecânicos para carga e deslocamento sem diferenças estatisticamente significantes entre os grupos de acordo com a análise de variância realizada. O estudo concluiu as 3 técnicas de fixação são igualmente eficientes para a fixação clínica da OSRM. Brasileiro et al.26 realizaram um estudo in vitro para avaliar as características biomecânicas de 3 diferentes métodos de fixação interna rígida na OSRM para recuo mandibular. Foram utilizadas 60 réplicas de hemimandíbulas humanas em poliuretano (Nacional, Jaú, SP, Brasil) que foram submetidas a OSRM com recuo de 5 mm e fixação com 3 diferentes técnicas: 1 placa de 4 furos com 4 parafusos monocorticais (grupo de miniplaca), 1 placa de 4 furos com 4 parafusos monocorticais e 1 parafuso bicortical posicional adicional (grupo híbrido) e 3 parafusos bicorticais posicionais no padrão tradicional em L invertido (grupo l invertido). Todas as placas e parafusos utilizadas eram de titânio do sistema 2,0 mm (MDT, Rio Claro, SP, Brasil). A padronização da quantidade de recuo, do adequado posicionamento dos segmentos proximal e distal e uma adequada configuração dos parafusos foi assegurada pela utilização de um modelo de acrílico transparente. Após a fixação as 2 Revisão de Literatura 46 hemimandíbulas foram adaptadas a um suporte de teste e submetidas às forças de torção lateral na superfície vestibular do molar e cargas verticais em cantilever na borda incisal com uma unidade de teste mecânico (Instron 4411, Instron Corporation, Norwood, MA). Foram registradas cargas de pico até 1, 3, 5 e 10 mm de deslocamento. Médias e desvio padrão foram analisados através de análise de variância e teste de Tukey com nível de 5% de significância e falhas durante os testes foram registradas. Os resultados do estudo mostraram que, independente da quantidade de deslocamento e direção da força, o grupo de miniplaca sempre apresentou menores índices de resistência às cargas de pico comparado com as outras técnicas de fixação. A técnica híbrida demonstrou resistência similar ao grupo de L invertido nas forças laterais e verticais em qualquer um dos deslocamentos de carga. Os testes de carga nos molares necessitaram de uma maior força do que o teste de carga incisal para promover o mesmo deslocamento no modelo de recuo mandibular. O estudo concluiu que, para um recuo mandibular de 5 mm, a técnica de fixação baseada no grupo de miniplaca foi significantemente menos rígida do que a observada nos grupos híbrido e de L invertido. Em teste in vitro de uma cirurgia de OSRM para recuo mandibular, a adição de 1 parafuso posicional bicortical na região retromolar na técnica de miniplaca, mecanicamente, pode alcançar a mesma estabilização oferecida pela fixação com parafusos bicorticais em uma configuração em L invertido. Pereira Filho et al.31 realizaram um estudo através de testes biomecânicos para comparar a estabilidade da fixação da OSRM após avanço de 5 mm para comparar uma placa com desenho especial com outros dois métodos de fixação comumente usados. No grupo I foram utilizados 3 parafusos bicorticais em uma configuração em L invertido e angulação de 90º; no grupo II, uma placa reta de 4 furos e 4 parafusos monocorticais; e no grupo III uma placa sagital ajustável e 8 parafusos monocorticais da Medarts AG, Basel, Switzerland. Foram utilizadas 30 réplicas sintéticas de hemimandíbulas humanas em poliuretano com uma OSRM pré-fabricada da nacional, Jaú, SP, Brasil (10 em cada grupo) que foram submetidas a forças verticais compressivas por uma unidade de teste mecânico. Os resultados desse estudo mostraram que a fixação com 3 parafusos bicorticais na configuração em Linvertido tiveram a melhor estabilidade biomecânica, seguido da miniplaca reta com 4 parafusos monocorticais que apresentou uma resistência 40% menor comparada aos parafusos bicorticais, e depois pela miniplaca sagital ajustável com 8 parafusos monocorticais que apresentou uma resistência 60% menor comparada aos parafusos bicorticais. 2 Revisão de Literatura 47 2.7 ESTUDOS CLÍNICOS SOBRE FIXAÇÃO NA OSRM Borstlap et al.50 realizaram um estudo clínico prospectivo, multicêntrico e com 2 anos de acompanhamento onde foi avaliado um grupo de 222 pacientes (53 homens e 169 mulheres) que se submeteram a uma OSRM bilateral pela técnica de Owegeser modificada por Dal Pont para avanço mandibular. Este estudo teve o objetivo de avaliar a estabilidade pós-operatória de OSRM bilaterais usando duas miniplacas. A parte I apresentou os resultados clínicos, incluindo características do tratamento, as funções nervosas, função da ATM, recidiva oclusal e satisfação do paciente. Os critérios de inclusão do estudo foram pacientes que não apresentaram mordida aberta anterior maior que 2 mm avaliados pela telerradiografia cefalométrica lateral que não foram submetidos a osteotomias adidionais ou outra cirurgia na face. O mesmo protocolo de tratamento foi utilizado em sete instituições participantes em que os pacientes foram tratados. Uma oclusão estável sem recidiva apreciável foi vista em 84% após 2 anos de acompanhamento. Uma minoria considerável (16%) apresentaram recidiva oclusal. Não houve parâmetros clínicos que apontaram um alto risco de recidiva, exceto a idade. A média de idade na cirurgia do grupo de recidiva foi de 20,7 anos (6,7%) e no grupo estável foi de 26,1 anos (8,2%). A função do NAI no pós-operatório de 2 anos foi relatado ser normal em aproximadamente 88% dos pacientes, enquanto 94 % não tiveram complicações relacionadas à disestesia do nervo. Em aproximadamente 56% dos pacientes com disfunção de ATM pré-existente estes sinais e sintomas desapareceram. Outro grupo de pacientes, no entanto, sem disfunção de ATM no pré-operatório (22%) desenvolveram sinais ou sintomas de disfunção de ATM no pós-operatório. O estudo concluiu que a OSRM fixada com miniplacas pareceu ser um procedimento relativamente seguro e confiável dando origem a um elevado grau de satisfação do paciente, apesar do fato de ter apresentado algumas recidivas oclusais. Em outro estudo de Borstlap et al.51 (parte II) com o mesmo grupo de pacientes avaliaram os parâmetros radiográficos. O objetivo foi correlacionar os achados clínicos de estabilidade e recidiva com os achados cefalométricos. A média esquelética de recidiva no pogônio do todo o grupo após 2 anos foi de 0,9 mm. O grupo clinicamente estável, no entanto, teve somente 0,4 mm de recidiva, enquanto que o grupo que apresentou recidiva clinicamente apresentou uma média de recidiva de 3,3 mm. Os resultados reforçam a relação entre a quantidade de avanços e recidivas. A tendência para ambos, o movimento horizontal e vertical foi o mesmo, quanto maior o efeito da cirurgia, maior a recidiva. O ângulo plano posterior / 2 Revisão de Literatura 48 plano mandibular apresentou a maior variância explicada (9%). Pacientes com um alto ângulo do plano mandibular podem ser mais propensos à recidiva. A variação de todos os fatores de prognóstico considerados em conjunto, no entanto, foi pequena (13%). Este estudo concluiu que os pacientes com oclusão clinicamente estável após osbmpara avanço, estabilizada com miniplacas, tiveram uma mínima ou nenhuma recidiva esquelética medidas nas radiografias cefalométricas. O grupo clinicamente não-estável, no entanto, pareceu ter uma considerável recidiva esquelética. Os resultados deste estudo indicaram que o uso de placas e parafusos monocorticais para fixação após uma OSRM bilateral para o avanço mandibular, em geral, dão origem a resultados estáveis e previsíveis. Os pacientes com um elevado ângulo do plano mandibular podem ser mais propensos a recidiva, enquanto que em um maior avanço horizontal, uma maior recidiva é mais provável de ser esperado. Em outro estudo (parte III) com o mesmo grupo de pacientes, Borstlap et al.52 avaliaram as consequências para a ATM em relação à recidiva (remodelação e reabsorção condilar). O objetivo desse estudo foi definir uma escala de morfologia condilar (EMC) e analisar as mudanças radiológicas na ATM após a OSRM bilateral em relação à recidiva pósoperatória e determinar a incidência de mudanças morfológicas e os fatores de risco. Foi concluído que o uso da EMC em 3 pontos serviu bem para o objetivo proposto. Em 8 pacientes (4%) houve reabsorção condilar no pós-operatório. O valor das cefalometrias préoperatórias para avaliar as alterações condilares pareceu ser limitado (12% da variação). Pacientes tratados em uma idade relativamente baixa (menor que 14 anos) pareceu ter um risco para a ocorrência de alterações condilares incluindo reabsorção. Um ângulo aumentado do plano mandibular e uma baixa razão da altura facial (póstero-anterior) também foram significativamente relacionados com a ocorrência de alteração condilor, mas a regressão da multivariação mostrou que esses parâmetros tiveram apenas um valor limitado. A ocorrência de dor e estalidos na ATM nos primeiros meses de pós-operatório aumenta a possibilidade de ocorrência de alterações condilares nos próximos meses. Em outro estudo de Borstlap et al.53 que teve o objetivo de avaliar a estabilidade pósoperatória da OSRM bilateral após recuo usando duas miniplacas utilizando parâmetros clínicos incluindo função do nervo, função da ATM, recidiva oclusal e satisfação do paciente para avaliar a estabilidade pós-operatória da OSRM bilateral para recuo usando 2 miniplacas. A estabilidade foi medida com radiografias cefalométricas e possíveis alterações condilares nas radiografias panorâmicas. Este estudo prospectivo e multicêntrico teve um grupo de 24 pacientes com acompanhamento de dois anos usando o mesmo protocolo nas seis instituições 2 Revisão de Literatura 49 participantes. Uma estabilidade da oclusão sem recidiva aparente foi observada em 91% dos casos. Somente dois pacientes nesse estudo tiveram uma recidiva oclusal moderada. A média de recidiva esquelética horizontal no pogônio em todo o grupo foi de 1,1 mm e pareceu ser direcionado para trás. No nível oclusal, entretanto, foi de 1,2 mm para frente. A função do NAI foi normal em aproximadamente 70% dos pacientes e ainda 80% não tiveram complicações como disestesia. Em aproximadamente 21% dos pacientes os sinais e sintomas de disfunção da ATM desapareceram. E em outro grupo de 10%, que não apresentavam sinais e sintomas de disfunção da ATM no pré-operatório, desenvolveram no pós-operatório. Não foi observado reabsorção condilar em nenhum dos casos. O estudo concluiu que a OSRM bilateral para recuo fixada com miniplacas pareceu ser um procedimento relativamente seguro e confiável dando origem a resultados adequados e um alto grau de satisfação dos pacientes. Alpha et al.54 realizaram um estudo clínico retrospectivo em 1066 OSRMs fixadas com miniplacas de 4 furos do sistema 2,0 mm com 4 parafusos monocorticais de 2,0 x 5 mm em 533 pacientes para avaliar o índice de problemas de cicatrização de feridas (infecção) e o índice de necessidade de remoção das miniplacas e parafusos, além de avaliar os fatores que podem contribuir com os problemas de cicatrização. As variáveis do estudo incluíram problemas de cicatrização de feridas, idade, gênero, posição da placa e parafusos, direção do movimento mandibular, procedimentos associados à OSRM bilateral e história médica do paciente. Qualquer presença de eritema, fístula, tecido de granulação, hematoma, seroma, deiscência da ferida ou presença de secreção purulenta foi considerado um problema de cicatrização da ferida (PCF) (“disturbance of healing” - DOH) e foi classificado como infectado. Os dados foram coletados através da avaliação dos prontuários e das radiografias (panorâmicas e telerradiografias cefalométricas laterais e póstero-anteriores uma semana antes da cirurgia e com 10 dias de pós-operatório. Dos 533 pacientes incluídos neste estudo 179 (33,6%) foram do gênero masculino e 354 (66,4%) foram do gênero feminino, a média de idade foi de 27,5 anos variando de 13 a 68 anos. Dos 533 pacientes, 323 foram submetidos a avanço mandibular, 191 a recuo e 19 tiveram movimentos de rotação. Foi realizado osteotomia sagital isolada em 253 (47,5%) e em 280 (52,5%) houve procedimentos adicionais associados. Dos 280 pacientes que tiveram procedimentos associados à OSRM bilateral, 170 (31,9%) foram submetidos a osteotomia maxilar, 103 (19,3%) foram submetidos a mentoplastia e 67 (12,6%) foram submetidos a osteotomia na sínfise mandibular. Dos 533 pacientes 138 (25,9%) demonstraram PCFs. Dos 138 pacientes que tiveram problemas de cicatrização 53 (29,6%) foram do gênero masculino e 85 (24%) foram do gênero feminino. 2 Revisão de Literatura 50 Isso ocorreu em 160 (15%) das 1066 osteotomias realizadas. 70 placas (6,5%) tiveram necessidade de remoção em 54 (10%) pacientes. Em nenhum caso houve problema de cicatrização de feridas ou necessidade de remoção de placa devido a não-união ou recidiva da osteotomia. Os PCFs foram menores quando as osteotomias mandibulares foram realizadas associadas com a cirurgia maxilar (18,9% contra 29,1%). Os problemas de cicatrização de feridas não estavam relacionados com a direção de movimento mandibular e foram menores quando a placa foi colocada mais perto da borda inferior da mandíbula. Foi discutido que além dos micro movimentos na região da osteotomia, o excesso de estresse do parafuso do segmento proximal e o comprometimento da vascularização, vários outros fatorem podem estar relacionados com PCFs. O fechamento inapropriado da ferida cirúrgica e a velocidade da broca durante a perfuração para colocação dos parafusos são um desses fatores. Foi comentado que não foi possível ajustar de forma precisa e reprodutível a velocidade da broca ao fazer os furos para colocação dos parafusos. Mas a velocidade do motor foi de aproximadamente 20.000 rpm com irrigação abundante para evitar o superaquecimento. O estudo concluiu que houve uma baixa incidência (6,5%) de infecção na região das placas com necessidade de remoção. A proximidade do parafuso com o local da osteotomia não se correlacionou com aumento dos índices de problemas de cicatrização, mas houve uma tendência estatisticamente significativa de menos PCFs quando a placa foi colocada mais perto da borda inferior da mandíbula. Yamashita et al.43 realizaram um estudo clínico retrospectivo com o objetivo de comparar a função mastigatória e a recuperação de distúrbios neurosensoriais após OSRM utilizado dois métodos de fixação interna rígida. Foram incluídos no estudo 70 pacientes consecutivos que foram submetidos à OSRM para correção de maloclusão de classe III, entre 2002 e 2004. Os critérios de inclusão desse estudo foram: pacientes sem síndromes craniofaciais, sem história de trauma na mandíbula ou lesão nervosa local, com sensação do lábio e mento normal, não submetidos à osteotomias adicionais na maxila e mentoplastia e não submetidos a cirurgia de ATM antes ou após a cirurgia de recuo mandibular. Os terceiros molares foram removidos vários meses antes da cirurgia em todos os pacientes para que uma separação segura da mandíbula forsse realizada. A técnica de OSRM usada nesse estudo foram baseadas nos princípios introduzidos por Trauner e Obwegeser e modificações de Dal Pont, Hunsuck e Epker. A osteotomia vertical foi realizada na região do primeiro molar. Não houve qualquer complicação em nenhum paciente na separação da mandíbula ou da posição do nervo após a fratura. Após realizada a osteotomia a mandíbula e dentes foram colocados na 2 Revisão de Literatura 51 posição planejada e o bloqueio maxilomandibular (BMM) foi realizado. A fixação dos segmentos ósseos foi realizada no grupo A (32 pacientes com idade média de 22,0 anos, de 16 a 35 anos, 26 do gênero feminino e 6 do gênero masculino), com 1 miniplaca e 4 parafusos monocorticais de cada lado e no grupo B (38 pacientes com idade média de 22,7 anos, de 16 a 32 anos, 25 do gênero feminino e 13 do gênero masculino) com 2 parafusos bicorticias inseridos acima do nai na região retromolar através de acesso transcutâneo. Após a fixação o BMM foi removido para confirmação da oclusão e posição condilar, as suturas foram realizadas com fios absorvíveis e finalmente o BMM foi realizado com fio de aço que foram removidos após 10 a 20 dias. Foi realizado acompanhamento clínico pós-operatório em 1, 3, 6 e 12 meses para comparar indicadores apropriados para recuperação neurossensorial e da função mastigatória. Os resultados do estudo mostraram que houve diferenças mínimas entre os grupos no pós-operatório de 1 ano, e embora os pacientes que tiveram fixação monocortical tiveram uma tendência de recuperação mais rápida em relação a função mastigatória e distúrbios neurossensoriais do que os que tiveram fixação bicortical, não foram identificadas diferenças significativas. O estudo concluiu que como os dois métodos de fixação pareceram oferecer o mesmo conforto e confiabilidade, a escolha deve ser feita por uma preferência individual de cada cirurgião. Em outro estudo de Yamashita et al.44 foi realizado um estudo clínico retrospectivo de longo prazo acompanhamento clínico (5 anos), com o objetivo de comparar a função mastigatória e a recuperação de distúrbios neurosensoriais após recuo mandibular através da OSRM utilizado dois métodos de fixação interna rígida (parafusos bicorticais e miniplaca e parafusos monocorticais). Foram incluídos no estudo 77 pacientes do gênero feminino que foram submetidos à OSRM para correção de maloclusão de classe III, entre 1996 e 2004. Os critérios de inclusão desse estudo foram: pacientes sem síndromes craniofaciais, sem história de trauma na mandíbula ou lesão nervosa local, com sensação do lábio e mento normal, não submetidos à osteotomias adicionais na maxila e mentoplastia e não submetidos a cirurgia de atm antes ou após a cirurgia de recuo mandibular. Os terceiros molares foram removidos vários meses antes da cirurgia em todos os pacientes para que uma separação segura da mandíbula fosse realizada. A técnica de OSRM usada nesse estudo foi baseada nos princípios introduzidos por Trauner e Obwegeser e modificações de Dal Pont, Hunsuck e Epker. O osteotomia vertical foi realizado na região do segundo molar. Não houve qualquer complicação em nenhum paciente na separação da mandíbula ou na posição do nervo após a fratura. Após realizada a osteotomia a mandíbula e dentes foram colocados na posição 2 Revisão de Literatura 52 planejada e o BMM foi realizado. O segmento distal foi recuado na posição da oclusão desejada e a fixação dos segmentos ósseos foi realizada no grupo A (36 pacientes do gênero feminino com idade média de 23.1 anos, de 16 a 40 anos), com 1 miniplaca e 4 parafusos monocorticais de cada lado e no grupo B (41 pacientes do gênero feminino com idade média de 21.3 anos, de 16 a 33 anos) com 2 parafusos bicorticias inseridos acima do NAI na região retromolar através de acesso transcutâneo. Em cada análise o grupo de pacientes (grupos A e B) foram também comparados com um grupo controle (24 pacientes do gênero feminino com idade média de 18.7 anos, de 18 a 23 anos) com diagnóstico de relação esquelética e dentária de classe I sem qualquer tratamento ortodôntico ou cirurgia. Após a fixação o BMM foi removido para confirmação da oclusão e posição condilar, as suturas foram realizadas com fios absorvíveis e finalmente o BMM foi realizado com fio de aço que foram removidos após 7 a 20 dias. Foi realizado acompanhamento clínico pós-operatório em 1 mês, 1, 2, 3, 4 e 5 anos para comparar indicadores apropriados para recuperação neurossensorial e da função mastigatória. Os resultados do estudo mostraram que houve padrões de recuperação mastigatória similares em ambos os grupos. A cirurgia ortognática melhorou as forças oclusais e as áreas de contato oclusal, mas depois de 4 anos da cirurgia, as funções oclusais pós-operatórias em pacientes com prognatismo, atingingiram o nível de pacientes normais. Os grupos não apresentaram diferenças significativas na recuperação dos parâmetros das funções mastigatória e distúrbios neurossensoriais, mesmo após 5 anos da cirurgia. Na avaliação da função da ATM usando o índice de Helkimo, o valor foi significativamente maior para o grupo de parafuso do que para o grupo de miniplacas. Os resultados do estudo sugeriram que a OSRM fixada com miniplacas pode oferecer um procedimento relativamente seguro e confiável promovendo resultados adequados e comalta satisfação do paciente. Hsu et al.38 realizaram um estudo de avaliação clínica em pacientes submetidos a recuo mandibular para tratamento de maloclusão esquelética de classe III pela OSRM para avaliar a estabilidade comparando as mudanças pré e pós-operatórias quando é realizado a fixação monocortical ou bicortical. Vinte e cinco pacientes foram submetidos à fixação bicortical e 32 pacientes a fixação monocortical. Foram realizadas para avaliação e comparação por T-testes, radiografias cefalométricas póstero-anterior e lateral antes da cirurgia, um mês após a cirurgia e após a finalização do tratamento ortodôntico em média 9,9 meses após a cirurgia. Foi realizada uma correlação de Person para avaliar os fatores relacionados à recidiva da mandíbula. Os resultados do estudo mostraram que o índice de recidiva sagital foi de 20% na fixação bicortical e 25% na fixação monocortical. A rotação da 2 Revisão de Literatura 53 mandíbula no sentido anti-horário no período pós-operatório contribuiu muito para a recidiva sagital. Não houve diferenças estatisticamente significantes nas mudanças sagitais e verticais durante o período da cirurgia até o acompanhamento pós-operatório entre o grupo de pacientes submetido à fixação monocortical e bicortical. Não foram encontrados fatores para correlacionar com a recidiva pós-cirúrgica, mas a largura intergonial aumentou mais no grupo bicortical. Todos os pacientes deste estudo tiveram dormência no pós-operatório imediato, exceto um no grupo de fixação bicortical e dois no grupo de fixação monocortical. A recuperação da sensibilidade foi diferente entre os grupos. Mais indivíduos no grupo de fixação monocortical voltou a ter uma sensação normal no pós-operatório de 6 meses, enquanto muitos pacientes no grupo de fixação bicortical precisou de mais de 6 meses para recuperar a sensação na região mentoniana. O índice de infecção foi baixo em ambos os grupos. Apenas um paciente no grupo de fixação bicortical e dois no grupo monocortical tiveram infecção pós-cirúrgica. O paciente do grupo bicortical necessitou de procedimento secundário para remoção dos parafusos, enquanto que nos outros dois pacientes (do grupo monocortical) foram controlados por medicação. Todos os pacientes tiveram melhoras na oclusão e na estética, e os resultados foram mantidos até o final do tratamento. Nenhum paciente precisou de uma cirurgia secundária por causa de grandes recidivas. O estudo concluiu que ambos os métodos de fixação esquelética tiveram estabilidade pós-operatórias similares. Paeng et al.17 realizaram um estudo clínico em pacientes submetidos à OSRM para recuo mandibular para comparar a estabilidade esquelética da fixação com parafusos bicorticais reabsorvíveis com parafusos bicorticais de titânio. Foram incluídos nesse estudo 50 pacientes, 25 fixados com parafusos de titânio e 25 fixados com parafusos reabsorvíveis, que apresentavam diagnóstico de maloclusão esquelética de classe III. Pacientes com deformidades craniofaciais como fissura labiopalatina ou assimetria facial severa foram excluídos do estudo. No grupo de pacientes fixados com parafusos reabsorvíveis foram coram colocados 5 parafusos (Inion CPS, Inion Ltd, Finland) bicorticalmente em cada lado da osteotomia através do acesso transbucal. Não foi realizado fixação intermaxilar no primeiro dia pós-operatório. Foi realizada fisioterapia com elásticos utilizando 2 elásticos para orientação da oclusão. No grupo controle fixados com parafusos de titânio foram colocados 4 parafusos de titânio. O acompanhamento pós-operatório foi de 12 a 22 meses (média de 17,8 meses). Mudanças esqueléticas pós-operatórias foram analisadas e comparadas utilizando radiografias cefalométricas laterais entre os dois grupos no pré-operatório, pós-operatório 2 Revisão de Literatura 54 imediato e pós-operatório de 6 meses. Os resultados do estudo mostraram que a média de foi de 6,9 mm e não houve maiores complicações no transoperatório. Um paciente teve infecção imediatamente após a cirurgia que foi controlada totalmente. Os dados da pesquisa não mostraram nenhuma diferença significativa na estabilidade esquelética pós-operatória entre os dois grupos. Diferenças entre a situação no pós-operatório imediato e após 6 meses não foram significantes. Nos casos anteriores (submetidos à fixação com parafusos de titânio) especialmente para os pacientes com severo prognatismo mandibular foi realizado tração imediata no pós-operatório com elásticos para uma orientação estável da oclusão. Os resultados do estudo indicaram que a fixação com parafusos bicorticais reabsorvíveis ofereceram resultados clínicos estáveis na OSRM para correção de prognatismo mandibular. No entanto, os parafusos reabsorvíveis mostraram resultados menos estáveis verticalmente do que os parafusos de titânio. Ghang et al.49 realizaram um estudo clínico de pacientes submetidos à fixação da OSRM com um novo sistema de miniplaca sagital deslizante ajustável. Esta placa foi desenhada para ajustar a relação sagital entre os segmentos proximal e distal durante o período pós-operatório. Esta placa foi utilizada em cirurgias de recuo mandibular para minimizar a recidiva precoce no sentido anterior. Foram incluídos nesse estudo 26 pacientes da Coréia (7 homens e 9 mulheres) de 19 a 35 anos (média de 25,3 anos) que apresentavam diagnóstico de prognatismo mandibular e assimetria facial e que foram submetidos à cirurgia de recuo mandibular por OSRM. A OSRM foi realizada pela técnica modificada de Epker do método de Obwegeser-Dal Pont. A estabilidade esquelética foi avaliada por radiografias cefalométricas laterais e tomografia computadorizada de feixe cônico. Os resultados do estudo mostraram que o movimento mandibular no sentido anterior no período pós-operatório foi de aproximadamente 2 mm. Os côndilos giraram para dentro na vista axial após a cirurgia. No pós-operatório, os côndilos giraram para fora na vista axial, para dentro na vista coronal e para frente na vista sagital em uma quantidade estatisticamente significante. O estudo concluiu que o método de fixação com as placas sagitais deslizantes ajustáveis após OSRM foi estável no acompanhamento pós-operatório e conveniente para os cirurgiões durante a cirurgia. Sato et al.39 realizaram um estudo retrospectivo com 55 pacientes com padrão facial classe II submetidos a OSRM bilateral para avanço mandibular para comparar a estabilidade esquelética com 3 diferentes métodos de fixação rígida: grupo 1 (n=17) tiverama fixação realizada com uma miniplaca reta de 4 furos de 2,0 mm e 4 parafusos monocorticais, grupo 2 2 Revisão de Literatura 55 (n=16) tiveram a fixação realizada com 3 parafusos bicorticais de 2,0 mm colocados na região retromolar de forma linear à 90 graus em relação ao canal mandibular através de acesso transbucal e grupo 3 (n=22) tiveram a fixação realizada por meio da técnica híbrida com uma miniplaca reta de 4 furos de 2,0 mm e 4 parafusos monocorticais com mais um parafuso bicortical colocado posteriormente ao último dente e acima do NAI. Em todos os grubos foi realizado bloqueio intermaxilar com elásticos por 7 dias seguido de fisioterapia com elásticos. Telerradiografias cefalométricas foram realizadas no pré-operatório, uma semana do período pós-operatório, e 6 meses após a cirurgia ortognática. Mudanças lineares e angulares dos pontos cefalométricos da região do mento foram medidas a cada período, e as mudanças em cada ponto cefalométrico foram determinados para os intervalos de tempo. Foram analisadas as alterações pós-operatórias na forma mandibular para determinar a estabilidade dos métodos de fixação. Houve uma diferença mínima na recidiva do avanço mandibular entre os três grupos. A análise estatística não mostrou diferença significativa na estabilidade pósoperatório. No entanto, uma correlação positiva entre a quantidade de avanço e a quantidade de recidiva pós-operatória foi demonstrada pelo teste de regressão linear múltipla (p<0,05). O estudo concluiu que todas as técnicas podem ser usadas para obter resultados pós-operatórias estáveis em avanço mandibular após 6 meses. 2.8 REVISÕES SISTEMÁTICAS Joss e Vassalli57 realizaram uma revisão sistemática sobre a estabilidade após a OSRM bilateral para avanço mandibular com fixação interna rígida de diferentes tipos (bicortical ou monocortical) com o objetivo de avaliar a recidiva horizontal e suas causas. Foi realizada uma busca na literatura nas bases de dados PubMed, Ovid, Cochrane Library e Google Scholar Beta. 24 artigos foram incluídos de 488 identificados na busca inicial. Dos 24 artigos 6 foram estudos prospectivos e 18 foram retrospectivos. O período de acompanhamento pósoperatório variou de 6 meses a 12,7 meses. A recidiva a curto prazo para parafusos bicorticais variou de 1,5% a 32,7%, para miniplacas variou de 1,5% a 18% e para parafusos bicorticais bioabsorvível variou de 10,4% a 17,4% no ponto BA recidiva a longo prazo para parafusos bicorticais variou de 2,0% a 50,3% e para miniplacas variou de 1,5% a 8,9% no ponto B. Este estudo concluiu que a OSRM bilateral para avanço mandibular é uma boa opção para pacientes com padrão esquelético classe II, mas pareceu menos estável do que a OSRM bilateral para recuo em um curto e longo prazo. Parafusos bicoticais de titânio, aço inoxidável 2 Revisão de Literatura 56 ou material bioabsorvível mostrou pouca diferença relacionada a estabilidade esquelética comparada com miniplacas em um curto prazo. O grande número de estudos com um grande índice de recidiva esquelética em um longo prazo foram evidentes em pacientes tratados com parafusos bicorticais em vez de miniplacas. A etiologia da recidiva é multifatorial, envolvento o assentamento adequado dos côndilos, a quantidade de avanço, os tecidos moles e músculos, o plano do ângulo mandibular, o crescimento remanescente, a habilidade do cirurgião e a idade no pré-operatório. Pacientes com baixo âgulo do plano mandibular tiveram aumento da recidiva vertical enquanto que pacientes com um alto ângulo do plano mandibular tiveram maior recidiva horizontal. Avanços variando de 2 a 7 mm ou mais predispõem a recidiva horizontal. Para se obter evidência científica confiável mais estudos com curto e longo prazo na OSRM bilateral para avanço com FIR deve excluir cirurgia adicional, mentoplastia ou cirurgia maxilar, e incluir um estudo prospectivo ou com desenho de ensaio clínico randomizado com estatísticas de correlação. Joss e Vassalli58 realizaram ma revisão sistemática sobre a estabilidade após a OSRM bilateral em cirurgia de recuo mandibular com FIR com o objetivo de avaliar a recidiva e suas causas. Foi realizado uma revisão da literatura nas bases de dados PubMed, Ovid, Cochrane Library e Google Scholar Beta. Dos 488 artigos originais que foram identificados de 488, 14 foram finalmente incluídos. Somente 5 estudos foram prospectivos e 9 foram retrospectivos. O período de acompanhamento pós-operatório variou de 6 semanas a 12,7 meses. Os resultados do estudo mostraram que a recidiva horizontal a curto prazo variou de 9,9% e 62,1% no ponto B e entre 15,7% e 91,3% no pogonio. A recidiva a longo prazo variou de 14,9% e 28,0% no ponto B e entre 11,5% e 25,4% no pogonio. Este estudo pôde concluir que nem o grande aumento e nem a diminuição da recidiva foi observada quando os valores de curto prazo foram comparados com os de longo prazo. A OSRM bilateral para recuo mandibular, em combinação com a ortodontia é um tratamento eficaz da classe III esquelética e um procedimento estável no curto e longo prazo. A etiologia da recidiva é multifatorial: foram identificados o assentamento adequado dos côndilos, a quantidade do recuo, o tecido mole e os músculos, mantendo-se o crescimento e a remodelação, e gênero. A idade não mostrou nenhuma correlação com a recidiva. O estudo ainda pôde propor que para se obter evidências científicas confiáveis, mais estudos de e longo prazo da OSRM bilateral para recuo com FIR devem excluir a cirurgia adicional, ou seja, a cirurgia de mentoplastia ou maxilar, e incluírem estatísticas de correlação. 3 OBJETIVOS 3 Objetivos 58 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVOS GERAIS Avaliar a estabilidade da fixação da OSRM com o uso de uma única placa específica para a fixação da OSRM bilateral (placa sagital), através de uma análise dos resultados clínicos obtidos pelos registros avaliados nos prontuários e nos exames radiográficos dos pacientes submetidos à cirurgia ortognática. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Avaliar a estabilidade da fixação dessa placa sagital nos diferentes movimentações mandibulares (avanço, recuo, giro horário e antiorário e correção de assimetrias); Avaliar o índice de complicações relacionadas com a fixação da OSRM (falha da fixação, perda de estabilidade dos resultados, disfunção neurossensorial do NAI e alteração da posição condilar) utilizando essa placa sagital; Avaliar o tipo de acesso cirúrgico (acesso vestibular mandibular intrabucal e submandibular transbucal com uso de trocater ou transcutâneo) utilizado para a fixação dos segmentos ósseos proximais e distal com essa placa sagital após OSRM; Avaliar a necessidade de fixação adicional com parafusos bicorticais (técnica híbrida) quando é utilizada essa placa sagital; Demonstrar que este novo desenho de miniplaca permite a fixação de 3 parafusos de cada lado da osteotomia sem que o ultimo parafuso fique próximo do NAI ou muito posterior ao ramo mandibular. 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4 Materiais e Métodos 60 4 MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizado um estudo retrospectivo de 34 prontuários de pacientes submetidos à cirurgia ortognática através da OSRM tratados pelo Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Universidade do Sagrado Coração (USC – Bauru-SP) e do Instituto Odontológico de Cirurgia e Prótese (IOCP – Bauru-SP). Nestes procedimentos as OSRMs foram fixadas com placas sagitais com um desenho similar a um duplo “Y”, com três furos não linerares em cada extremidade, divergentes entre si, com 6 mm de equidistância e com um intermediário de extensão variável de forma semi-curva do sistema Neoface (Neoortho ®, JJGC Indústria e Comércio de Materiais Dentários, Curitiba-PR, Brasil). Foram selecionados pacientes adultos com idade maior ou igual a 18 anos para o gênero masculino e 16 anos para o gênero feminino, sem história de trauma facial, cirurgia anterior realizada na mandíbula (com exceção da remoção de terceiros molares e colocação de implantes), ou anomalia craniofacial (fissuras labiopalatais ou outras anomalias congênitas não excuindo as deformidades dentofaciais esqueléticas associadas à assimetrias mandibulares), com boa história médica e com diagnóstico de deformidade dentofacial esquelética tanto classe II quanto classe III e que possuíam indicação para realizar cirurgia ortognática, e que foram submetidos à OSRM bilateral tanto para avanço como recuo mandibular, bem como para correção de assimetrias faciais (latreognatismo de mandíbula) e de mordida aberta, associada ou não à outras osteotomias na maxila ou no mento. Os pacientes selecionados foram submetidos aos procedimentos cirúrgicos entre 2008 a 2013, e todos tiveram pelo menos 1 ano acompanhamento pós-operatório até dezembro de 2014. Foram colhidos dados demográficos dos prontuários (Apêndice B) como gênero, idade, diagnóstico (padrão facial), procedimento cirúrgico realizado (uni ou bimaxilar), tipo de movimento mandibular realizado (avanço, recuo, giro horário e antihorário e correção de laterognatismo), momento da remoção de terceiros molares (antes ou no mesmo procedimento da ortognática), tipo de osteossíntese utilizada na OSRM (uma única placa ou técnica híbrida), tamanho (Apêndice C - Figura 1) e tipo de placa sagital usada (Apêndice C - Figura 2), o acesso cirúrgico utilizado para as osteossínteses (intrabucal e transcutâneo), complicações relacionadas ao sistema de fixação (infecção com ou sem perda do material de fixação e alteração oclusal) e tempo de acompanhamento pós-operatório conforme a ficha de avaliação perioperatória de pacientes submetidos à OSRM no Apêndice A. Os exames radiográficos do pré e pós-operatório (panorâmica e telerradiografias cefalométricas postero-anterior e lateral) 4 Materiais e Métodos 61 foram utilizados para avaliar os resultados clínicos destas placas na OSRM. Em alguns casos foram realizados tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) no pré-operatório para o planejamento da cirurgia ortognática e da realização das osteotomias. O projeto de pesquisa foi enviado a uma base nacional unificada de registro de pesquisas que envolvem seres humanos (Plataforma Brasil) e aprovado com o número 1.097.273 (Anexo A). 4.1 TÉCNICA CIRÚRGICA Após anestesia geral e intubação nasotraqueal todos os pacientes foram colocados em posição supina. Seguia com antissepisa, montagem de campos e tamponamento orofaringeo. As cirugias bimaxilares sempre tiveram início pelo arco mandibular, assim, a região retromolar, bucal e lingual na região posterior de mandíbula receberam bilateralmente a infiltração com Lidocaína 2% com adrenalina 1:200.000 na quantidade de 6 ml. A incisão utilizada foi em forma de gaivota com ângulo agudo aproximadamente a 5 mm da distal do segundo molar, todas as incisões foram iniciadas com bisturi elétrico e concluídas na região periostal com lâminas de bisturi número 15. A extensão média das incisões foi de 20 mm. O descolamento mucoperiostal foi procedido e o afastamento dos tecidos moles realizados inicialmente na região vestibular, seguiu com o afastamento da região lingual localização do feixe vásculo nervoso do NAI com auxilio de espátula de localização e em seguida sua proteção com afastador apropriado. As OSRMs foram realizadas em ambos os lados utilizando serras cirúrgicas reciprocantes e brocas para desgaste ósseo quando necessário. O desenho e extensão da OSRM foram realizados conforme a técnica modificada por Dal Pont5 da técnica inicialmente descrita por Trauner e Obwegeser3 com extensão anterior (osteotomia vertical do corpo) próximo a região de distal de primeiro molar inferior. Definindo as osteotomias a placa sagital foi adaptada na região lateral da mandíbula e 2 furos dos segmento distal receberam os parafusos após a perfuração da mandíbula. Posteriormente a placa foi removida e a osteotomia foi finalizada com a separação dos segmentos mandibulares através de cinzéis e separadores sagitais. Após a separação dos segmentos ósseos foram avaliados e o feixe váculo nervoso do NAI foi removido e liberado. 4 Materiais e Métodos 62 As interferências ósseas foram removidas utilizando uma broca de desgaste principalmente se apoiando na região medial do segmento proximal removendo todo o osso medular para permitir uma adaptação e fixação de forma passiva, porém, em alguns casos de laterognatismo a fratura da parede óssea lingual do segmento distal foi realizada conforme a técnica publicada por Ellis12 em 2007 e Ricard e Ferri13 em 2009. A fixação maxilomandibular (FMM) com fios de aço foi realizada após as osteotomias e separação bilateral. Neste momento as placas foram recolocadas nas perfurações pré-definidas no segmento proximal e a passividade dos segmentos ósseos foram testadas. Depois foi realizada a perfuração do terceiro furo (o mais inferior) no segmento proximal através de sobre rotação do segmento ósseo para acesso perpendicular à placa e mandíbula. Após os 3 parafusos serem colocados no segmento proximal o conjunto placa segmento proximal foi manipulado e a fixação dos parafusos no segmento distal foi procedida (Apêndice C - Figura 3). A fixação maxilomandibular (FMM) foi removida após os dois primeiros parafusos serem colocados no segmento distal bilateralmente. Neste momento a oclusão foi testada e se adequada o paciente era submetido à nova FMM com elástico e o terceiro parafuso era colocado no segmento distal. Caso a oclusão não estivesse como o planejado uma nova FMM com fios de aço era realizada e uma nova posição dos parafusos do segmento distal era procurada. O acesso transcutâneo foi realizado nos casos em que havia necessidade da inserção dos parafusos bicorticais, caso contrário todos os acessos foram exclusivamente intrabucais. As feridas cirúrgicas foram suturadas com fio absorvível de poliglecaprone 25 número 4-0. 5 ARTIGO CIENTÍFICO 5 Artigo Científico 64 5 ARTIGO CIENTÍFICO ARTIGO a ser enviado ao International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery (IJOMS) AVALIAÇÃO CLÍNICA DO USO DE UMA ÚNICA PLACA PARA FIXAÇÃO DE OSTEOTOMIA SAGITAL DO RAMO MANDIBULAR C. N. F. A. Babadopulos¹, P. D. Ribeiro-Junior² 1 Estudante de Pós-graduação de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Universidade do Sagrado Coração, Bauru-SP, Brasil. 2 Professor da Pós-graduação de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Universidade do Sagrado Coração, Bauru-SP, Brasil. Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar a estabilidade da fixação da OSRM com o uso de uma única placa específica para este procedimento, denominada de placa sagital. Este estudo retrospectivo foi realizado através análise clínica dos registros dos prontuários dos pacientes submetidos à cirurgia ortognática com a utilização desta placa na fixação da OSRM. Foram avaliados 34 prontuários destes pacientes, dos quais 23 (67,65%) foram submetidos às cirurgias bimaxilares e 11 (32,35%) às cirurgias monomaxilares, todos com a realização da OSRM bilateral. Um dos pacientes que apresentava microssomia hemifacial a fixação com a placa sagital foi realizada apenas do lado direito e no lado esquerdo, que era o lado afetado, foi utilizada uma placa de reconstrução. Sessenta e sete (67) placas sagitais contendo 3 furos não lineares de cada lado e com um intermediário de forma semi curva e com extensão variável foram utilizadas. As extensões variaram em médias (de 9,5 mm) com 20 placas, em longas (de 12,5 mm) com 17, em extralongas (de 15,5 mm) com 19 e extralongas de 18,5 mm com 11 placas. Em 62 (92,54%) dos 67 acessos cirúrgicos foi realizado apenas o acesso intrabucal para fixação com uma única placa sagital e nos outros 5 (7,46%) foi necessário associar o acesso trancutâneo para fixação adicional de parafuso bicortical (técnica híbrida) em 4 (5,97%) das osteossínteses e apenas uma fixação onde foi utilizada somente a placa. Houve cinco (7,46%) complicações relacionadas à fixação nas 67 osteossínteses: quatro (5,97%) perdas totais dos materiais de fixação e uma (1,49%) infecção. Houve outra complicação, mas sem alteração da osteossíntese em um (2,94%; 1/34) dos 34 pacientes tratados: alteração oclusal, relacionada à reabsorção condilar, havendo um total de 6 (17,65%; 6/34) complicações. Das 63 osteossínteses realizadas somente com a placa houve apenas 4 (6,34%) perdas da fixação, onde destas apenas 2 (3,17%) foi necessário outro procedimento cirúrgico, no mesmo paciente, para uma nova fixação. As complicações ocorridas foram principalmente relacionadas a casos onde grandes magnitudes de movimentação foram exigidas. Foi possível verificar que uma única placa, com um novo desenho (placa sagital), permitiu uma boa estabilização dos segmentos ósseos mandibulares durante a OSRM. Palavras-chave: osteotomia sagital do ramo mandibular; cirurgia ortognática; placas ósseas; assimetria facial; avanço mandibular. Endereço para correspondência: Carlos Nicolau Feitosa de A. L. Babadopulos / Paulo Domingos Ribeiro Junior IOCP – Instituto Odontológico de Cirurgia e Prótese End: Rua Henrique Savi, 5-63, Vila Universitária, CEP 17012-205, Bauru-SP - Brasil Telefone: (14) 31049065 [email protected] / [email protected] 5 Artigo Científico 65 A osteotomia sagital do ramo mandibular (OSRM) é a técnica cirúrgica mais utilizada na cirurgia ortognática tanto para avanços quanto para recuos mandibulares. A fixação na OSRM pode ser realizada com fio de aço, parafusos bicorticais ou com miniplacas e parafusos monocorticais. Esta última se tornou mais popular atualmente, por seus benefícios aos pacientes e cirurgiões1. A escolha do método de fixação óssea influencia na estabilidade e pode favorecer a uma cicatrização precoce, minimizando complicações2. Alguns trabalhos laboratoriais, através de testes biomecânicos3-15 fotoelásticos14 (e por método de elementos finitos tridimencional14,16-21, e clínicos22-23, têm comparado a estabilidade de diferentes métodos de fixação na OSRM com objetivo de definir o mais estável e com o menor índice de complicações. Hsu et al.22 realizaram uma avaliação clínica em pacientes submetidos a recuo mandibular comparando a fixação monocortical ou bicortical. Sugeriram que ambos os métodos de fixação esquelética tiveram estabilidade pós-operatórias similares. Sato et al.23, também realizaram um trabalho de avaliação clínica comparando a estabilidade esquelética da fixação com os três métodos de fixação rígidas (miniplacas, parafusos bicorticais e técnica híbrida) após avanço mandibular demostrando não haver diferenças estatisticamente significantes na estabilidade pós-operatória entre os três métodos de fixação. Porém resultados indesejados desde complicações mínimas, como cicatrizes¹, e maiores, como recidiva por perda da estabilidade ou falha da fixação, alteração da posição condilar no momento da fixação no pós-operatório imediato ou reabsorção condilar no pós-operatório tardio24, fratura desfavorável25, alteração neurosensorial do nervo alveolar inferior (NAI)26-30, e infecção na região da osteossíntese2 com ou sem perda da fixação e necessidade de um novo procedimento cirúrgico 2,31 tem sido relatadas na literatura. Deste modo, a busca de meios de osteossínteses que permitem menos morbidade trans e pós-opertatória tem sido constante por uma serie de estudos. O uso de miniplacas específicas para a fixação na OSRM, chamadas de miniplacas sagitais, tem se mostrado adequado principalmente em trabalhos laboratoriais3,12,15. A fixação com miniplacas sagitais32 e com miniplacas convencionais33-37 na OSRM, tanto em avanços como em recuos mandibulares, também tem sido avaliadas em vários estudos clíncos demonstrando haver um baixo índice de complicações e boa estabilidade esquelética em um curto e longo prazo de acompanhamento pós-operatório. Ribeiro-Junior et al.12 realizaram um estudo biomecânico para comparar um novo desenho de miniplaca sagital, com um desenho similar a um duplo “Y” (com três furos para 5 Artigo Científico 66 parafusos em cada extremidade, não lineares, com 6 mm de equidistância e divergentes entre si e com uma extensão entre as extremidades semi curva) do tipo locking e convencional com miniplacas retas de 4 e 6 furos na OSRM. A estabilidade biomecânica in vitro deste novo formato de miniplaca foi superior as miniplacas retas de 4 e de 6 furos (lineares), na fixação da OSRM simuladas em mandíbulas sintéticas com características de resistência parecidas com o osso mandíbular. O uso clínico desta placa foi divulgado em uma revista brasileira por Oliveira et al.38 em um relato de caso de avanço mandibular, demonstrando um resultado estável, além de reduzir o tempo cirúrgico e promover resultados previsíveis do ponto de vista biomecânico, porém ainda não existem estudos de avaliação clínica com esta placa sagital para avaliar o seu índice de complicações e sua aplicação clínica. Diante das controvérsias na literatura1,39 sobre qual a técnica de fixação ideal, que apresente uma estabilidade da fixação suficiente para suportar as forças mastigatórias e musculares durante o período de cicatrização, com um baixo índice de complicações, se faz pertinente que novos estudos sejam realizados para avaliar o desempenho clínico destes materiais na fixação da OSRM. Não existem na literatura nenhum estudo clínico da estabilidade da fixação com esta placa sagital. O objetivo deste estudo foi avaliar a estabilidade da fixação da OSRM com o uso de uma única placa específica para este procedimento (placa sagital), através de uma análise dos resultados clínicos obtidos pelos registros avaliados nos prontuários e nos exames radiográficos dos pacientes submetidos à cirurgia ortognática com a utilização desta placa na fixação da OSRM. Materiais e Métodos Foi realizado um estudo retrospectivo de 34 prontuários de pacientes submetidos à cirurgia ortognática através da OSRM tratados pelo Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da instituição. Nestes procedimentos as OSRM foram fixadas com placas sagitais com um desenho similar a um duplo “Y”, com três furos não linerares em cada extremidade, divergentes entre si, com 6 mm de equidistância e com um intermediário de extensão variável de forma semi-curva do sistema Neoface (Neoortho®, JJGC Indústria e Comércio de Materiais Dentários, Curitiba-PR, Brasil) (Fig. 1). 5 Artigo Científico 67 Cor: verde: sistema de bloqueio (locking); dourada: sistema convencional (não locking). Forma: Similar a um duplo “Y”, com furos 3 não lineares em cada extremidade, divergentes entre si, com 6 mm de equidistância e com intermediário de extensão variável entre de forma semi-curva. Tamanhos: média (A), longa (B), extralonga (C) e extralonga de 18,5 mm (D). Dimensões: Altura: 10,90 mm; Espessura: 1,00 mm; Extensão total: (A) 25,20 mm, (B) 28,20 mm, (C) 31,20 mm e (D) 34,20 mm. Distância entre furos: (A) 9,50 mm, (B) 12,50 mm, (C) 15,50 mm e (D) 18,50 mm. Fig. 1. Imagem representativa das placas sagitais do sistema Neoface da Neoortho®. Foram selecionados pacientes adultos com idade maior ou igual a 18 anos para o gênero masculino e 16 anos para o gênero feminino, sem história de trauma facial, cirurgia anterior realizada na mandíbula (com exceção da remoção de terceiros molares e colocação de implantes), ou anomalia craniofacial (fissuras labiopalatais ou outras anomalias congênitas não excuindo as deformidades dentofaciais esqueléticas associadas à assimetrias mandibulares), com boa história médica e com diagnóstico de deformidade dentofacial esquelética tanto classe II quanto classe III e que possuíam indicação para realizar cirurgia ortognática, e que foram submetidos à OSRM bilateral tanto para avanço como recuo mandibular, bem como para correção de assimetrias faciais (latreognatismo de mandíbula) e de mordida aberta, associada ou não à outras osteotomias na maxila ou no mento. Os pacientes selecionados foram submetidos aos procedimentos cirúrgicos entre 2008 a 2013, e todos tiveram pelo menos 1 ano acompanhamento pós-operatório até dezembro de 2014. Foram colhidos dados demográficos dos prontuários como gênero, idade, diagnóstico (padrão facial), procedimento cirúrgico realizado (uni ou bimaxilar), tipo de movimento mandibular realizado (avanço, recuo, giro horário e anti-horário e correção de laterognatismo), momento da remoção de terceiros molares (antes ou no mesmo procedimento da ortognática), tipo de osteossíntese utilizada na OSRM (uma única placa ou técnica híbrida), tamanho e tipo da placa sagital usada (Fig. 1), o acesso cirúrgico utilizado para as osteossínteses (intrabucal e transcutâneo), complicações relacionadas ao sistema de fixação (infecção com ou sem perda do material de fixação, alteração oclusal) e tempo de acompanhamento pós-operatório. Os exames radiográficos do pré e pós-operatório (panorâmica e telerradiografias cefalométricas postero-anterior e lateral) foram utilizados para avaliar os resultados clínicos destas placas na OSRM. Em alguns casos foram realizados 5 Artigo Científico 68 tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) no pré-operatório para o planejamento da cirurgia ortognática e da realização das osteotomias. O projeto de pesquisa foi enviado à base nacional unificada de registro de pesquisas que envolvem seres humanos (Plataforma Brasil) e aprovado com o número 1.097.273. Técnica Cirúrgica Após anestesia geral e intubação nasotraqueal todos os pacientes foram colocados em posição supina. Seguia com antissepisa, montagem de campos e tamponamento orofaringeo. As cirugias bimaxilares sempre tiveram início pelo arco mandibular, assim, a região retromolar, bucal e lingual na região posterior de mandíbula recebiam bilateralmente a infiltração com Lidocaína 2% com adrenalina 1:200.000 na quantidade de 6 ml. A incisão utilizada foi em forma de gaivota com ângulo agudo aproximadamente a 5 mm da distal do segundo molar, todas as incisões foram iniciadas com bisturi elétrico e concluídas na região periostal com lâminas de bisturi número 15. A extensão média das incisões foi de 20 mm. O descolamento mucoperiostal foi procedido e o afastamento dos tecidos moles realizados inicialmente na região vestibular, seguiu com o afastamento da região lingual, localização do feixe vásculo do NAI com auxilio de espátula de localização e em seguida sua proteção com afastador apropriado. As OSRMs foram realizadas em ambos os lados utilizando serras cirúrgicas reciprocantes e brocas para desgaste ósseo quando necessário. O desenho e extensão da OSRM foram realizados conforme a técnica modificada por Dal Ponte40 da técnica inicialmente descrita por Trauner e Obwegeser41 com extensão anterior (osteotomia vertical do corpo) próximo a região de distal de primeiro molar inferior. Definindo as osteotomias a placa sagital foi adaptada na região lateral da mandíbula e 2 furos dos segmento distal recebiam os parafusos após a perfuração da mandíbula. Posteriormente a placa foi removida e a osteotomia foi finalizada com a separação dos segmentos mandibulares através de cinzéis e separadores sagitais. Após a separação dos segmentos ósseos foi avaliado o feixe vásculo nervoso do NAI que foi removido e liberado caso estivesse aprisionado ao segmento proximal. As interferências ósseas foram removidas utilizando uma broca de desgaste principalmente se apoiando na região medial do segmento proximal removendo todo o osso medular para permitir uma adaptação e fixação de forma passiva, porém, em alguns casos de laterognatismo a fratura da parede óssea lingual do segmento distal foi realizada conforme a 5 Artigo Científico 69 técnica publicada por Ellis42 em 2007 e Ricard e Ferri43 em 2009. A fixação maxilomandibular com fios de aço foi realizada após as osteotomia e separação bilateral. Neste momento as placas foram recolocadas nas perfurações pré-definidas no segmento proximal e a passividade dos segmentos ósseos foram testadas. Depois foi realizada a perfuração do terceiro furo (o mais inferior) no segmento proximal através de sobre rotação do segmento ósseo para acesso perpendicular à placa e mandíbula. Após os 3 parafusos serem colocados no segmento proximal o conjunto placa segmento proximal foi manipulado e a fixação dos parafusos no segmento distal foi procedida (Fig. 2). Fig. 2. Aspecto transoperatório com a placa sagital colocada. Notem o discreto descolamento e incisão. A fixação maxilomandibular (FMM) foi removida após os dois primeiros parafusos serem colocados no segmento distal bilateralmente. Neste momento a oclusão foi testada e se adequada o paciente era submetido à nova FMM com elástico e o terceiro parafuso era colocado no segmento distal. Caso a oclusão não estivesse como o planejado uma nova FMM com fios de aço era realizada e uma nova posição dos parafusos do segmento distal era procurada. 5 Artigo Científico 70 O acesso transcutâneo era realizado nos casos em que havia necessidade da inserção dos parafusos bicorticais, caso contrário todos os acessos foram exclusivamente intrabucais. As feridas cirúrgicas foram suturadas com fio absorvível de poliglecaprone 25 número 4-0. Resultados Foram avaliadas 34 prontuários de pacientes submetidos a cirurgias ortognáticas envolvendo região mandibular, com idade variando de 16 a 59 anos (média de 36 anos), sendo 8 (23,53%) do gênero masculino e 26 (76,47%) do gênero feminino. A maioria dos pacientes tratados foi de classe II (28; 82,35%), sendo 10 pacientes classe II sem características de face longa ou de assimetria facial, 15 pacientes classe II com face longa, 03 pacientes classe II com laterognatismo de mandíbula, sendo destes 01 paciente com microssomia hemifacial. A minoria foi de pacientes classe III (6; 17,65%), sendo 2 pacientes classe III sem características de face longa ou de assimetria facial, 1 paciente classe III com face longa, 02 pacientes com classe II com laterognatismo de mandíbula e 1 paciente classe III com face longa e laterognatismo de mandíbula (Apêncice C – Figura 4). Em nenhuma das cirurgias ortognáticas foram removidos terceiros molares no mesmo momento da OSRM. Todos os terceiros molares foram removidos com um mínimo de 6 meses da cirurgia ortognática ou já não apresentavam por anodontia ou por que já haviam sido removidos. Das cirurgias ortognáticas 67,64% (23/34) foram bimaxilares, 26,47% (9/34) foram realizadas apenas na mandíbula e 5,88% (2/34) foram realizadas na mandíbula e no mento, ambas empregando a OSRM com um total de 32,35% (11/34). O maior tempo de seguimento pós-operatorio foi de 6 anos e 5 meses e o menor tempo foi de 1 ano, com uma média de 44 meses de seguimento pós-operatório (Apêncice C – Figura 5). Foram utilizadas sessenta e sete (67) placas sagitais do sistema convencional, sendo 20 médias, 17 longas, 19 extralongas e 11 extralongas de 18,5 mm. Nenhuma placa do sistema locking foi utilizada (Fig. 3). 5 Artigo Científico 71 Tamanhos das placas sagitais e quantidade usada: 67 placas 11; 17% 20; 30% 19; 28% 17; 25% Placa sagital média - 20 Placa sagital longa - 17 Placa sagital extralonga - 19 Placa sagital extralonga de 18,5 mm - 11 Fig. 3. Gráfico do tamanho das placas sagitais e quantidade usada. A maioria (63; 94%) das 67 osteossínteses realizadas com placas sagitais foi utilizada uma única placa, sem a associação com parafusos bicorticais (fixação híbrida). Somente em quatro (5,97%) destas 67 osteossíntes em 3 pacientes, sendo destes 2 unilaterais (casos 11 e 34) e 1 bilateral (caso 15), foram realizadas a uma fixação adicional de 1 parafuso bicortical na região retromolar (Fig. 4). Nestes casos as osteossínteses com parafusos foram realizadas através de um acesso transcutâneo e não houve complicações pós-operatórias. Foram necessários somente cinco acessos transcutâneos (7,46%) para colocação das placas sagitais e parafusos monocorticais ou bicorticais (Apêncice C – Figura 6) em apenas quatro pacientes, sendo destes 3 unilaterais (casos 3, 11 e 34) e 1 bilateral (caso 15). Apenas em um paciente (caso 3) que foi colocado somente a placa (sem parafusos bicorticais), foi necessário realizar o acesso transcutâneo no lado direito. Em 62 (92,54%) das 67 OSRM, os acessos cirúrgicos para osteossíntese foram realizados apenas pela região intrabucal, nestes a fixação foi exclusivamente com placas sagitais. 72 5 Artigo Científico Técnica de fixação 4; 6% Convencional - somente placa e parafusos monocorticais - 63 63; 94% Híbrida - parafuso bicortical associado à placa e parafusos monocorticais - 4 Fig. 4. Gráfico da técnica de fixação. Porcentagem de OSRM que foram fixadas isoladamente apenas com placas (azul) e com fixação híbrida (laranja). Em 4 das placas sagitais não foram colocados parafusos no furo central do segmento distal, pois devido o grande avanço mandibular realizado, o furo ficou localizado na linha da osteotomia. Nestes casos ficaram apenas 2 parafusos no segmento distal como podem ser vistos nas Figuras 5 e 6 (lado esquerdo). Fig. 5. Radiografia panorâmica pós-operatória do caso 19 mostrando o uso de uma placa sagital extralonga de 18,5 mm. Foi realizada colocação apenas de 2 parafusos no segmento distal do lado esquerdo. 5 Artigo Científico 73 Fig. 6. Radiografia panorâmica pós-operatória do caso 15 mostrando o uso de uma placa sagital extralonga de 18,5 mm e uso da técnica hibrida bilateralmente. Foi realizada colocação apenas de 2 parafusos no segmento distal do lado esquerdo. Foram encontrados em 5 (14,7%), dos 34 pacientes (Fig. 9), algum tipo de complicação associada a OSRM ou a osteossíntese realizada (casos 5, 6, 12, 19 e 21). Nos cinco pacientes 4 possuíram complicações menores tratadas em regime ambulatorial, sendo 2 sem necessidade de qualquer intervenção cirúrgica (caso 12 apresentou infecção do lado esquerdo no vigésimo sexto dia pós-operatório e caso 21 apresentou alteração oclusal relacionada à reabsorção condilar após 14 meses). Um dos pacientes (2,94%) necessitou de intervenção em regime hospitalar para uma nova osteossíntese (caso 19), desta vez sendo realizado a técnica híbrida em ambos os lados da OSRM após 5 meses da primeira cirurgia com 2 miniplacas convencionais e 10 parafusos monocorticais (uma de 9 furos com 3 parafusos de cada lado e outra de 6 furos com intermediário e 2 parafusos de cada lado) e 4 parafusos bicorticais (Fig. 7). Outro paciente perdeu a osteossíntese após 75 dias da cirurgia e esta foi removida através de anestesia local sem necessidade de nova fixação (caso 6). 5 Artigo Científico 74 Fig. 7. Radiografia panorâmica pós-operatória do caso 19 mostrando a nova fixação. Fixação hibrida realizada após perda de osteossíntese com placas sagitais duplo “Y”. E outro paciente teve 3 parafusos da osteossíntese removidos após 60 dias da OSRM (caso 3). Houve cinco (7,46%) complicações relacionadas à fixação nas 67 osteossínteses realizadas com placas sagitais, sendo destas quatro (5,97%) falhas da fixação por perda de parafusos das osteossínteses (casos 5 lado direito, 6 lado direito e 19 bilateral) e uma (1,49%) infecção sem perda de osteossíntese (caso 12 lado direito). A outra complicação que ocorreu em um (2,94%; 1/34) paciente foi uma alteração oclusal relacionada a reabsorção condilar, sem alteração da osteossíntese (caso 21), havendo um total de 6 (17,65%; 6/34) complicações nos 34 pacientes tratados (Fig. 8). O índice de complicações com perda de fixação quando foi usada uma única placa sagital (técnica de fixação monocortical) foi de 6,34% (4/63) com necessidade de realização de outro procedimento cirúrgico para nova fixação em apenas 3,17% (2/63) das fixações no mesmo paciente. 75 5 Artigo Científico Complicações relacionadas à fixação - 5; 8,55 % 1; 1,49 % 4; 5,97 % 62; 92,54% Sem complicação relacionadas à fixação Perda da fixação Infecção na região da fixação Fig. 8. Gráfico das complicações relacionadas à fixação: sem complicação (azul), perda da fixação (vermelho) e infecção (verde). A Fig. 9 mostra um resumo dos dados retirados dos prontuários dos 34 pacientes submetidos OSRM bililateral que foram fixadas com 67 placas sagitas da Neoortho® e com uma placa de reconstrução no caso do paciente com microssomia hemifacial. 76 5 Artigo Científico nº Gênero Idade 1 F 2 F 29 a 5m 52 a 4m Padrão facial Procedimento cirúrgico Padrão II Avanço de mandíbula Padrão II Avanço de mandíbula Material de osteossíntese 2 PS médias + 12 parafusos 2,0 x 5 mm 1 PS média + 1 PS longa + 12 parafusos 2,0 x 5 mm M 46 a 2m Padrão II e face longa 4 F 30 a 4m Padrão II e face longa 5 M 26 a 0m Padrão II e face longa 6 F 39 a 10 m Padrão III e laterognatismo de mandíbula (assimetria facial) 7 F 45 a 1m Padrão II e face longa 8 M 56 a 3m Padrão II e face longa 9 F 10 F 11 F 45 a 8m Padrão III 12 F 43 a 9m Padrão II e face longa 13 F 35 a 7m Padrão II e face longa 14 F 18 a 0m Padrão II e face longa 15 M 40 a 10 m Padrão II e face longa 16 M 30 a 8m Padrão II e face longa M 20 a 11 m Padrão III, face longa e laterognatismo de mandíbula (assimetria facial) Bimaxilar Correção de mandíbula e avanço de maxila 2 PS médias + 12 parafusos 2,0 x 5 mm F 57 a 4m Padrão III e laterognatismo de mandíbula (assimetria facial) Bimaxilar Correção de laterognatismo de mandíbula e avanço de maxila 2 PS médias + 12 parafusos 2,0 x 5 mm 17 18 19 F 40 a 11 m 41 a 4m 44 a 3m Padrão II Padrão II Padrão II e face longa Bimaxilar Avanço de mandíbula e mento e intrusão de maxila Avanço de mandíbula e redução do mento Bimaxilar Correção de laterognatismo de mandíbula e avanço de maxila Bimaxilar Avanço de mandíbula e mento e intrusão de maxila Bimaxilar Avanço de mandíbula, mento e maxila Complicação Pósoperatório 12/ 2014 Intrabucal NÃO NÃO 6a5 m NÃO 5 a 11 m Intrabucal Intrabucal (lado E) e 2 PS extralonga 18,5 mm + Intrabucal e 12 parafusos 2,0 x 5 mm Transcutânea (Lado D) 3 Avanço de mandíbula Acesso cirúrgico 2 PS extralonga + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 5a7 m 1 PS média + 1 PS longa + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal Perda de 3 parafusos (lado D) 60 d PO 5a3 m 2 PS médias + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal Perda da placa (lado D) 75 d PO sem necessidade de nova fixação 4a6 m 2 PS longa + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 4a5 m 1 PS extralonga + 1 PS extralonga 18,5 mm + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 4a5 m 2 PS extralonga + 12 Intrabucal parafusos 2,0 x 5 mm Avanço de mandíbula 2 PS médias + 12 parafusos Intrabucal e mento 2,0 x 5 mm Fixação híbrida unilateral E Intrabucal Bimaxilar 2 PS extralonga + (lado D) e Avanço de 11 parafusos 2,0 x 5 mm + 1 Intrabucal e mandíbula, mento e parafuso 2,0 x 13 mm Transcutâneo maxila bicortical (lado E) (lado E) 1 PS longa + 1 PS Bimaxilar Infecção (lado E) 26 Avanço de mandíbula extralonga + 12 parafusos Intrabucal d PO sem alteração e intrusão de maxila 2,0 x 5 mm da fixação Bimaxilar Avanço de mandíbula 2 PS extralonga + 12 Intrabucal e mento e intrusão de parafusos 2,0 x 5 mm maxila Bimaxilar Avanço de mandíbula 2 PS extralonga + 12 Intrabucal e mento e intrusão de parafusos 2,0 x 5 mm maxila Fixação híbrida biilateral Bimaxilar 2 PS extralonga 18,5 mm + Intrabucal e Avanço de 11 parafusos 2,0 x 5 mm + 2 Transcutâneo mandíbula, mento e parafusos 2,0 x 13 mm bilateral maxila (bicortical) Bimaxilar 2 PS longa + 12 parafusos Avanço de mandíbula Intrabucal 2,0 x 5 mm e maxila Avanço de mandíbula Bimaxilar Avanço de mandíbula e intrusão de maxila 6a4 m 2 PS extralonga 18,5 mm + 11 parafusos 2,0 x 5 mm NÃO NÃO 54 a 5 m NÃO 4a3 m 4a5 m 4a2 m NÃO 3a6 m NÃO 3a5 m NÃO 3a3 m NÃO 3a1 m Intrabucal NÃO 3a0 m Intrabucal NÃO 3a0 m Intrabucal Perda das placas mandibulares e necessidade de refixação com novas miniplacas e parafusos bicorticais 5 m PO Obs: grande avanço de mandíbula 2 a 11 m continua 77 5 Artigo Científico continuação nº Gênero Idade Padrão facial Procedimento cirúrgico Material de osteossíntese Acesso cirúrgico Complicação Pósoperatório 12/ 2014 NÃO 2 a 11 m 20 F 20 a 0m Padrão II e laterognatismo de mandíbula (assimetria facial) Avanço de mandíbula com correção de laterognatismo 2 PS extralongas + 12 parafusos 2,0 x 5 mm 21 F 37 a 6m Padrão II Bimaxilar Avanço de mandíbula e maxila 2 PS longas + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal Alteração oclusal relacionada à reabsorção condilar após 14 meses 2 a 10 m 22 F 20 a 4m Padrão II e laterognatismo de mandíbula (assimetria facial) Avanço de mandíbula com correção de laterognatismo 2 PS médias + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 2a7 m 23 F 17 a 0m Padrão II e face longa 2 PS longas + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 2a6 m 24 F 34 a 9m Padrão II e face longa 2 PS extralongas 18,5 mm + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 2a4 m 25 M 39 a 9m Padrão III 2 PS médias + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 2a0 m 26 F 34 a 6m Padrão II 1 PS longa + 1 PS extralonga + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 2a0 m 27 F 16 a 7m Padrão II Avanço de mandíbula 2 PS extralongas + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 1 a 11 m 2 PS extralongas 18,5 mm + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 1 a 11 m 2 PS médias + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 1a7 m 2 PS longas + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 1a6 m 2 PS médias + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 1a5 m 2 PS longas + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 1a1 m 2 PS extralonga + 12 parafusos 2,0 x 5 mm Intrabucal NÃO 1a1 m Bimaxilar Avanço de mandíbula, mento e maxila e intrusão de maxila Bimaxilar Avanço de mandíbula e mento e intrusão de maxila Bimaxilar Avanço de mandíbula e maxila Bimaxilar Avanço de mandíbula e maxila e aumento vertical de maxila 28 F 43 a 8m Padrão II e face longa Bimaxilar Avanço de mandíbula e maxila e intrusão de maxila 29 F 33 a 5m Padrão II Avanço de mandíbula 30 F 32 a 8m Padrão II 31 M 39 a 4m Padrão III e face longa 32 F 34 a 6m Padrão II 33 F 59 a 2m Padrão II e face longa 34 F 18 a 1m Padrão II e assimetria facial por microssomia hemifacial Bimaxilar Avanço de mandíbula e maxila e aumento vertical de maxila Bimaxilar Avanço de mandíbula, mento e maxila Bimaxilar Avanço de mandíbula e maxila e aumento vertical de maxila Bimaxilar Avanço de mandíbula e maxila e intrusão de maxila Intrabucal Não houve complicação do lado D e houve perda de Fixação híbrida unilateral D 1 PS longa + 6 parafusos 2,0 Intrabucal do fixação do lado E Avanço de mandíbula x 5 mm + 1 parafuso (lado E) e com necessidade de e mento com correção bicortical (lado D) e 1 placa Intrabucal e nova fixação com de assimetria de reconstrução mandibular transcutâneo placa de reconstrução e parafusos do sistema mandibular e (lado D) 2,4 mm parafusos do sistema 2,4 mm e enxerto ósseo 1a0 m M= masculino; F= Feminino; a= anos; m= meses; d= dias; D= Direito; E= Esquerdo; PS= Placa sagital; PO= Pós-operatório. Fig. 9. Quadro com a lista de pacientes submetidos à OSRM. 5 Artigo Científico 78 Discussão A osteossíntese empregada na OSRM ainda se encontra em alvo de discussões e investigações. Os objetivos destes estudos são garantir uma adequada estabilidade dos segmentos mandibulares, permitindo um processo de cicatrização sem falha e o correto tratamento dos pacientes. Há alguns anos sugeriu-se que para a osteossíntese garantir uma adequada estabilização óssea esta não necessita ser totalmente rígida1. Sabe-se que a fixação estável pode ser conseguida com o uso de miniplacas e parafusos monocorticais ou com parafusos bicorticais, porém, à medida que o domínio técnico aumenta novos desafios necessitam ser ultrapassados, e assim é na cirurgia ortognática. Atualmente a presença de pacientes portadores de deformidades dento faciais esqueléticas severas levam cirurgiões a procedimentos mais complexos que exigem um conhecimento avançado das melhores técnicas de osteossínteses para garantir a estabilidade cirúrgica. Sato et al.23 realizaram, como neste estudo, uma avaliação clínica comparando a estabilidade esquelética da fixação da OSRM com os três métodos osteossínteses após avanço mandibular. Demostraram não haver diferenças estatisticamente significantes na estabilidade pós-operatória após 6 meses de avaliação. Portanto, todas as técnicas podem ser usadas para se obter resultados pós-operatórios estáveis. As fixações com minipacas ainda oferecem como vantagem, comparando com a fixação com parafusos bicorticais, o acesso fácil e manipulação sem a necessidade de fixação pelo sistema de acesso transbucal (ou transcutâneo) e proporciona uma manipulação facilitada do segmento proximal e do posicionamento condilar, além de movimentos de grandes avanços não estarem restritos como acontece na fixação com parafusos bicorticais onde há necessidade de contato ósseo pela fixação com os parafusos bicorticais. O que foi possível notar nos casos clínicos aqui avaliados. Em um estudo em macacos26 realizaram uma comparação da fixação monocortical com miniplacas e parafusos com a bicortical. Demonstraram microscopicamente que maiores alterações patológicas no NAI após fixação mandibular com parafusos bicorticais do que após fixação monocortical. Stoelinga e Borstlap1 relataram várias vantagens do uso de miniplacas e parafusos monocorticais na OSRM em relação à fixação com parafusos bicorticais compressivos (lag screws) ou parafusos posicionais: 1. Não necessidade de incisões na pele; 2. A remota possibilidade de danificar um ramo do nervo facial; 3. A placa pode ser dobrada de forma a acompanhar a posição dos fragmentos; 4. Menor torque condilar; 5. Parafusos monocorticais 5 Artigo Científico 79 podem ser facilmente colocados de modo a evitar danos no nervo alveolar inferior e/ou lingual, seja por compressão dos fragmentos ósseos ou por danos mecânicos por toque do parafuso na estrutura nervosa. O uso de miniplacas e parafusos para fixação da OSRM ainda facilita o correto posicionamento do segmento proximal e distal. A correção dos segmentos pode ser feito no momento da cirurgia, quando parece que a oclusão não é coincidente com a oclusão planejada. É possível também ser feita quando a oclusão não parece ser correta depois de alguns dias da cirurgia. O reajuste pode ser feito com o paciente sob sedação e com anestesia local1. O ajuste transoperatório foi realizado em dois dos pacientes estudados neste trabalho. O uso deste formato de miniplaca (duplo “Y”) nos permitiu realizar a fixação de dois parafusos no segmento distal, remover a fixação maxilomandibular (FMM) no transoperatório, checar se a oclusão planejada foi conseguida, se sim, o paciente era novamente submetido à FMM e o terceiro furo era realizado para a fixação total da placa no segmento distal. Se a oclusão planejada não era conseguida os dois parafusos eram removidos e uma nova posição do segmento proximal era procurada, visando a oclusão planejada. Isto oferece maior possibilidade de perfuração da lateral mandibular, visto que inicialmente apenas 2 furos são realizados. Outra vantagem relatada1 é que foi possível realizar neste trabalho em dois pacientes, é na ocorrência de pequenas infecções com perda parcial de parafusos de osteossíntese. No uso de miniplacas como osteossínteses é possível remover as miniplacas e parafusos através de anestesia local em ambiente ambulatorial. Esta foi a técnica realizada em dois pacientes em nosso trabalho, visto que ambos tiveram perda e parafusos e em um a osteossíntese foi removida totalmente com 60 dias da cirurgia e em outro 3 parafusos foram removidos 75 dias após o procedimento de OSRM. Ambos procedimentos realizados com anestesia local sem desconforto para os pacientes. Isto se torna uma vantagen para as miniplacas quando ocorre inflamação / infecção ou quando o paciente pede para remover as placas. Por último, mas não menos importante, há uma maior facilidade da técnica cirúrgica e instrução aos residentes. O procedimento é bastante tolerante porque correções podem facilmente ser realizadas. Os residentes em sua fase de aprendizagem beneficiam-se muito porque este procedimento permite-lhes aprender que é necessário para um assentamento do côndilo corretamente na fossa. Ochs39 realizou uma discussão sobre a fixação com parafusos bicorticais, concluindo que em geral o uso de 3 parafusos bicorticais apresentam o melhor custo-benefício, rigidez e previsibilidade na fixação da OSRM. Existem muitos padrões de disposição dos parafusos em 5 Artigo Científico 80 diferentes posições, (dependendo do contato ósseo e da localização do NAI) podem ser usadas aproveitando a localização, angulação e regiões de contato ósseo ou de espaços vazios. Segundo Ochs39 existem situações selecionadas onde as miniplacas e parafusos monocorticais ou técnica híbrida são indicadas. Claramente em casos de fraturas desfavoráveis ou grandes espaços vazios com pouca área de contato ósseo, como nos casos de remoção concomitante de terceiros molares inferiores, a técnica de fixação com miniplaca pode ser a única alternativa para uma adequada fixação e estabilização dos segmentos proximal e distal. Com o planejamento adequado do tratamento e desempenho técnico, isso deve ocorrer na minoria dos casos. Os cirurgiões devem conhecer bem ambas as técnicas e ser capaz de ajustar durante a cirurgia dependento do resultado da separação e da posição dos segmentos ósseos na OSRM. Outra situação clínica em que as miniplacas são favoráveis é nos grandes avanços mandibulares, em pacientes com severos micrognatismo. Nesta condição clínica a falta de contato ósseo dos segmentos na região posterior da mandíbula pode impossibilitar a colocação de parafusos bicorticais na região posterior. Assim como visto em alguns dos nossos casos onde a falta de contato ósseo impediu o uso de parafusos bicorticais. Alpha et al.37 realizaram um estudo retrospectivo para avaliar o índice de infecção (problemas de cicatrização da ferida cirúrgica na região da osteotomia) e de necessidade de remoção do material de osteossíntese. Neste estudo foram avaliados uma amostra de 533 pacientes com 1066 OSRM realizadas usando a fixação apenas com miniplacas retas de 4 furos e parafusos monocorticais. Os resultados desse estudo demonstraram haver um índice (15%, 160/1066) de complicações relacionadas a cicatrização na região das osteotomias (complicações relacionadas a estabilidade da fixação e de infecção) e um índice de infecção (6,5%, 10/533) no local da osteossíntese com necessidade de remoção das miniplacas e parafusos. Porém, o uso de miniplacas de 4 furos, sendo dois furos de cada lado da osteotomia, nos faz refletir na seguinte situação, no caso de perda de um dos parafusos de qualquer dos segmentos a osteossíntese estará perdida. Isto acontece porque não é possível manter estabilizado qualquer segmento ósseo colocado sobre ação muscular com apenas 1 parafuso. Assim poderíamos pensar em utilizar uma miniplaca reta de 6 furos sendo 3 furos de cada lado da osteossíntese. O comprimento desta placa muitas vezes dificultará sua prévia adaptação antes da OSRM, por dois motivos o primeiro porque a mandíbula é curta devido a micrognatia, e o segundo porque existirá interferência do ramo mentoniano do NAI, que no mínimo será mais traumatizado para a adaptação da miniplaca reta. Assim já há alguns anos 5 Artigo Científico 81 pensamos em colocar 3 parafusos de cada lado da OSRM, porém estes três furos não precisariam estar dispostos de forma linear, como se encontram na miniplaca reta. Deste modo, a placa com 6 furos, 3 de cada lado, e um desenho com furos divergentes entre si (placa sagital da Neoortho®), mantendo uma equidistância entre furos de 6 mm possui a vantagem de poder ser colocada com um menor descolamento mucoperiostal na mandíbula (Fig. 2) e com um menor trauma ao nervo mentoniano, e ainda sim mantendo 3 furos e 3 parafusos de cada lado da osteotomia. Inicialmente em estudo biomecânico realizado 12 foram comparados 3 formas de osteossínteses com miniplacas em OSRM, sendo um grupo as placas duplo “Y” da Neoortho®, utilizadas nesta série de casos, que comparada com um grupo composto de miniplacas retas de 4 furos e um outro grupo composto de miniplacas retas de 6 furos. Foi possível concluir in vitro que as placas com e furos de cada lado em forma de um duplo “Y” ofereceram maior estabilidade na fixação das OSRM. No presente estudo clínico foi possível demonstrar que esta placa sagital, com seus 4 tamanhos disponíveis, permitiu a utilização em diversos tipos de movimentos mandibulares (avanço, correção de laterognatismo, giro horário e anti-horário) e deformidades dentofaciais esqueléticas. Apenas o movimento de recuo não foi realizado nesta amostra de pacientes. Esta placa sagital permitiu uma adequada estabilização sem a necessidade, na maioria das vezes, de uso da fixação adicional com parafuso bicortical (técnica híbrida), o que pode contribuir na diminuição do tempo cirúrgico e do risco de complicações como as alterações neurosensoriais no NAI, por um possível dano ao feixe vasculo nervoso alveolar inferior causado pela compressão dos segmentos ósseos ou por um trauma direto da broca durante as perfurações, e alteração da posição condilar, que é maior quando é realizado fixação pela técnica bicortical ou híbrida. No presente estudo clínico, os resultados mostraram que não houve a necessidade na maioria dos casos de fixações adicionais com parafusos bicorticais (técnica híbrida). Houve apenas 4 fixações híbridas em 67 osteossínteses realizadas (5,97%). As fixações hibridas foram realizadas em três pacientes, um paciente com padrão facial classe III que foi submetido a um avanço de maxilomandibular e mentoplastia, onde foram utilizadas 2 placas extralongas e 11 parafusos monocorticais (lado esquerdo somente com 5 parafusos) sendo necessário o uso do parafuso bicortical deste mesmo lado (caso 11), um de padrão facial classe II e face longa, também submetido a avanço maxilomandibular e mentoplastia, onde o avanço mandibular foi de 18,5 mm do lado direito e de 20 mm do lado esquerdo, e que também não permitiu o uso dos três parafusos no segmento distal do lado esquerdo, mesmo utilizando a placa sagital extralonga de 18,5 mm (caso 15; Fig. 6). O outro paciente em que a 5 Artigo Científico 82 técnica hibrida foi utilizada foi um paciente com microssomia hemifacial onde uma placa de reconstrução mandibular foi utilizada do lado esquerdo, que era o lado afetado pela microssomia, e uma placa sagital foi utilizada em conjunto com um parafuso bicortical do lado direito para garantir a fixação mandibular bilateral. As complicações com perda da fixação ocorreram em 4 sítios de osteossínteses (5,97%; 4/67) em 3 pacientes (casos 5 e 6 unilateral e 19 bilateral). A cirurgia para nova osteossíntese foi necessária em apenas um paciente (caso 19) após cinco meses da primeira cirurgia. Este paciente era portador de severa classe II associada à face longa com grande inclinação horária do plano oclusal. Foi submetido à cirurgia de avanço bimaxilar com espaço entres os segmentos mandibulares, de 19,8 mm do lado esquerdo e de 18,3 mm do lado direito. O paciente também era portador de severo apertamento, que mesmo com o controle medicamentoso evoluiu por perda das osteossínteses mandibulares e ainda o mesmo possuía no pré-cirúrgico severos desgastes de cúspides, deixando sua oclusão com pouca estabilidade. Na cirurgia para nova osteossíntese utilizamos a técnica hibrida de fixação (Fig. 7). As duas outras complicações associadas à miniplaca ocorreram em um único paciente onde parafusos autorrosqueantes foram utilizados, este teve perda de 3 parafusos do lado direito da OSRM após 60 dias da cirurgia. Neste momento foi constatado fistula mucosa e radiolúcidez junto ao parafuso. O terceiro paciente com perda de osteossíntese era um paciente classe III que teve a presença de fistula após 60 dias e com 75 dias após a cirurgia a placa e os 6 parafusos foram removidos sem necessidade de refixação. As duas outras complicações nesta série de casos foram uma infecção no sitio da OSRM esquerdo, que foi tratada com anbioticoterapia e drenagem. E a outra complicação foi uma alteração oclusal pós-operatória em um paciente com história de recidiva oclusal após um tratamento ortodôntico por reabsorção condilar. Este paciente era portador de severa micrognatia com necessidade de intubação assistida por fibroscopia. Este paciente tinha grandes desgastes das cúspides dentárias possuindo também pouca estabilidade oclusal. Quando foi usada uma única placa sagital (técnica de fixação monocortical) o índice de complicações com perda da fixação foi baixo (6,34%; 4/63). Em apenas 2 fixações em um paciente que teve um grande avanço de mandíbula acima de 15 mm houve a necessidade da realização de outro procedimento cirúrgico para nova fixação (3,17%; 2/63). Os resultados verificados neste estudo são compatíveis com os achados em outros estudos clínicos recentes23,37. Deste modo estimulamos o uso deste tipo de desenho em miniplacas empregadas para a osteossíntese das OSRM. 5 Artigo Científico 83 Esta minplaca sagital permitiu uma boa estabilização usando apenas uma placa sem a necessidade, na maioria dos casos, de uso de fixação adicional com parafusos bicorticais. Sua instalação e fixação podem ser realizadas utilizando apenas o acesso intrabucal, na maioria das vezes, o que pode contribuir para redução do tempo cirúrgico. Esta placa sagital mostrou ser eficiente na estabilidade da fixação da OSRM, possibilita o seu uso, com seu 4 tamanhos, em movimentos mandibulares de avanço, giro horário e anti-horário e correção de laterognatismo de mandíbula (assimetria facial) em diferentes tipos de deformidades dento faciais esqueléticas, porém em severos avanços mandibulares, maiores que 15 mm de distancia interóssea, e na presença de outros fatores clinicos que podem afetar a estabilidade óssea os parafusos bicorticais na região retromolar devem ser estimulados. Referências 1. Stoelinga PJW, Borstlap WA. The fixation of sagittal split osteotomies with miniplates: the versatility of a thechnique. J Oral Maxillofac Surg 2003;61:1471–6. 2. Teltzrow T, Kramer FJ, Schulze A, Baethge C, Brachvogel P. Perioperative complications following sagittal split osteotomy of the mandible. J Craniomaxillofac Surg 2005;33:307– 13. 3. Peterson GP, Haug RH, Van Sickels J. 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Sua instalação e fixação podem ser realizadas utilizando apenas o acesso intrabucal, na maioria das vezes, o que pode contribuir para redução do tempo cirúrgico. Como geralmente não é necessário o uso de fixação adicional com parafusos bicorticais, utilizando esta placa sagital na fixação da OSRM, há um menor risco de complicações como as alterações neurosensoriais no NAI e alteração da posição condilar. Esta placa sagital mostrou ser eficiente na estabilidade da fixação na OSRM, possibilita o seu uso, com seus 4 tamanhos, em movimentos mandibulares de avanço, giro horário e anti-horário e correção de laterognatismo de mandíbula (assimetria facial) em diferentes tipos de deformidades dentofaciais esqueléticas, porém em severos avanços mandibulares, maiores que 15 mm de distancia interóssea, e na presença de outros fatores clínicos que podem afetar a estabilidade óssea os parafusos bicorticais na região retromolar devem ser estimulados. REFERÊNCIAS 90 Referências * REFERÊNCIAS 1. 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Comparison of postoperative stability of three rigid internal fixation techniques after sagittal split ramus osteotomy for mandibular advancement. J Craniomaxillofac Surg. 2014;42:e224-9. 40. Bortlap WA, Malta JC, Stoelinga PJW, Von Den Hoff JW. The influence of the sagittal split osteotomy on the condylar cartilage structure and the subchondral vascularization of the temporomandibular joint: a preliminary study in goats. Oral surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2005;100:138-45. Referências 93 41. Doucet JC, Morrison AD, Davis BR, Gregoire CE, Goodday R, Precious DS. The presence of mandibular third molars during sagittal split osteotomies does not increase the risk of complications. J Oral Maxillofac Surg. 2012;70:1935-43. 42. Hu J, Zhao Q, Tang J, Zheng Z, Qi MC. Changes in the inferior alveolar nerve following sagittal split ramus osteotomy in monkeys: A comparison of monocortical and bicortical fixation. Br J Oral Maxillofac Surg. 2007;45:265-71. 43. Yamashita Y, Mizuashi K, Shigematsu M, Goto M. Masticatory function and neurosensory disturbance after mandibular correction by bilateral sagittal split ramus osteotomy: a comparison between miniplate and bicortical screw rigid internal fixation. Int. J Oral Maxillofac Surg. 2007;36:118-22. 44. Yamashita Y, Otsuka T, Shigematsu M, Goto M. A long-term comparative study of two rigid internal fixation techniques in terms of mastigatory function and neurosensory disturbance after mandibular correction by bilateral sagittal split ramus osteotomy. Int J Oral Maxillofac Surg. 2011;40:360-5. 45. Politis C, Sun Y, Lambrichts I, Agbage JO. Self-reported hypoesthesia of the lower lip after sagittal split osteotomy. Int J Oral Maxillofac Surg. 2013;42:823-9. 46. Kuroyanagi N, Miyachi H, Ochiai S, Kamiya N, Kanazawa T, Nagao T, et al. Prediction of neurosensory alterations after sagittal split ramus osteotomy. Int J Oral Maxillofac Surg. 2013;42:814-22. 47. Agbage JO, Sun Y, De Munter S, Schepers S, Vrielinck L, Lambrichts I, et al. CBCTbased predictability of attachment of the neurovascular bundle to the proximal segment of the mandible during sagittal split osteotomy Int J Oral Maxillofac Surg. 2013;42:30815. 48. Ellis E, Esmail N. Malocclusions resulting from loss of fixation after sagittal split ramus osteotomies. J Oral Maxillofac Surg. 2009;67:2528-33. 49. Ghang MH, Kim HM; You JY, Kim BH, Choi JP, Kim SH, et al. Three-dimensional mandibular change after sagittal split ramus osteotomy with a semirigid sliding plate system for fixation of a mandibular setback surgery. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2013;115:157-66. 50. Borstlap WA, Stoelinga PJW, Hoppenreijs TJM, Van’t Hof MA. Stabilisation of sagittal split advancement osteotomies with miniplates: a prospective, multicentre study with two-year follow-up. Part I. Clinical parameters. Int J Oral Maxillofac Surg. 2004;33:433-41. 51. Borstlap WA, Stoelinga PJW, Hoppenreijs TJM, Van’t Hof MA. Stabilisation of sagittal split advancement osteotomies with miniplates: a prospective, multicentre study with two-year follow-up. Part II. Radiographic parameters. Int J Oral Maxillofac Surg. 2004;33:535-42. 52. Borstlap WA, Stoelinga PJW, Hoppenreijs TJM, Van’t Hof MA. Stabilisation of sagittal split advancement osteotomies with miniplates: a prospective, multicentre study with two-year follow-up. Part III. Condylar remodelling and resorption. Int J Oral Maxillofac Surg. 2004;33:649-55. Referências 94 53. Borstlap WA, Stoelinga PJW, Hoppenreijs TJM, Van’t Hof MA. Stabilisation of sagittal split set-back osteotomies with miniplates: a prospective, multicentre study with 2-year folow-up. Int J Oral Maxillofac Surg. 2005;34:487-94. 54. Alpha C, O'rian F, Silva A, Poor D. The incidence of postoperative wound healing problems following sagittal ramus osteotomies stabilized with miniplates and monocortical screws. J Oral Maxillofac Surg. 2006;64:659-68. 55. Oliveira RB, Silva DN, Vogt BF, Bergoli RD, Azanbuja FG. Miniplaca sagital para fixação de avanço mandibular em cirurgia ortognática. J ILAPEO. 2009;3(1):13-5. Portuguese 56. Ochs MW. Bicortical screw stabilization of sagittal split osteotomies. J Oral Maxillofac Surg. 2003;61:1477-84. 57. Joss CU, Vassalli IM. Stability after bilateral sagittal split osteotomy advancement surgery with rigid internal fixation: a systematic review. J Oral Maxillofac Surg. 2009;67:301-13. 58. Joss CU, Vassalli IM. Stability after bilateral sagittal split osteotomy setback surgery with rigid internal fixation: a systematic review. J Oral Maxillofac Surg. 2008;66:163443. APÊNDICES Apêndices APÊNDICE A – FICHA DE AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA DE PACIENTES SUBMETIDOS À OSTEOTOMIA SAGITAL DO RAMO MANDIBULAR PACIENTE: ____________________________________________________________ INSTITUIÇÃO: USC ( ) IOCP ( ) PRONTUÁRIO: ___________________________ DATA DE NASCIMENTO: ____/ ____ / ________ IDADE: _______ GÊNERO: MASCULINO ( ) FEMININO ( ) DATA DA CIRURGIA: ____/ ____/ ________ TEMPO DE ACOMPANHAMENTO PÓS-OPERATÓRIO EM 12/2014: ________ DIAGNÓSTICO: PROGNATISMO MANDIBULAR ( ) RETROGNATISMO MANDIBULAR ( ) EXCESSO VERTICAL DE MAXILA ( ) RETROGNATISMO MAXILAR ( ) MORDIDA ABERTA ANTERIOR ( ) MORDIDA ABERTA POSTERIOR ( ) MORDIDA CRUZADA POSTERIOR ( ) ASSIMETRIA FACIAL ( ) FACE LONGA ( ) SAOS ( ) 3OS MOLARES RETIDOS PADRÃO FACIAL: CLASSE I ( ) CLASSE II ( ) CLASSE III ( ) PROCEDIMENTO CIRÚRGICO: AVANÇO MANDÍBULAR ( ) RECUO MANDIBULAR ( ) MENTOPLASTIA ( ) AVANÇO MAXILAR ( ) IMPACCÃO MAXILAR ( ) REMOÇÃO DE 3OS MOLARES ( ): _______________________________________ CORREÇÃO DE MORDIDA ABERTA ( ) CORREÇÃO DE ASSIMETRIA ( ) SISTEMA DE FIXAÇÃO INTERNA RÍGIDA PARA A OSRM: PLACAS SAGITAIS: MÉDIA 9,5 mm (A), LONGA 12,5 mm (B), EXTRALONGA DE 15,50 mm (C) E EXTRALONGA DE 18,5 mm (D) LADO DIREITO: _______________; LADO ESQUERDO: ________________ CONVENCIONAL ( ) LOCKING ( ) TIPO DE PARAFUSOS: REGULAR ( ) AUTOPERFURANTE ( ) QUANTIDADE DE PARAFUSOS MONOCORTICAIS: D: _________ E: _________ QUANTIDADE DE PARAFUSOS BICORTICAIS: D: _________ E: _________ LOCALIZAÇÃO DOS PARAFUSOS BICORTICAIS: _________________________ ACESSO CIRÚRGICO: LADO DIREITO: INTRABUCAL ( ) TRANSCTÂNEO ( ) LADO ESQUERDO: INTRABUCAL ( ) TRANSCUTÂNEO ( ) COMPLICAÇÕES: LADO DIREITO ( ) LADO ESQUERDO ( ): _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ OBSERVAÇÕES: _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ FIXAÇÃO NAS OUTRAS OSTEOTOMIAS: _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ 96 97 Apêndices APÊNDICE B – PRONTUÁRIO COM TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PRONTUÁRIO AMBULATORIAL DE CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL DA USC 1. IDENTIFICAÇÃO: NOME: _______________________________________________ CADASTRO: __________________ 2. QUEIXA PRINCIPAL: _________________________________________________________________ 3. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: _______________________________________________________ 4. 4.1. 4.2. HISTÓRIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA: Esta em tratamento médico atualmente? S ( ) N ( ) qual(is)? __________________________________ Sofre de alguma doença? S ( ) N ( ) qual(is)? Hipertensão S ( ) N ( ) diabetes S ( ) N ( ) Problema de coração S ( ) N ( ) problema respiratório S ( ) N ( ) problema de tireóide S ( ) N ( ) Osteoporose S ( ) N ( ) outras: _________________________________________________________ Está fazendo uso de algum medicamento? S ( ) N ( ) qual(is)? 4.3. Nome 1. 2. 3. 4. 5. 4.4. 4.5. 4.6. 4.7. 4.8. 4.9. 4.10. 4.11. 4.12. 4.13. 4.14. 4.15. Dose / frequência Nome 6. 7. 8. 9. 10. Dose / frequência Faz uso de anticoncepcional? S ( ) N ( ) qual(is)? _________________________________________ Faz uso de anticoagulante? S ( ) N ( ) qual(is)? ___________________________________________ Tomou muito antibiótico (benzetacil) quando criança? S ( ) N ( ) motivo: ______________________ Tem alergia a algum medicamento ou substância? S ( ) N ( ) qual(is)? ________________________ Urina bem (renal) S ( ) N ( ) cor? ( ) normal ( ) anormal Quantidade de vezes? ( ) normal ( ) anormal Esteve doente ou foi operado nos últimos 05 anos? S ( ) N ( ) motivo: _________________________ Quando se fere sangra muito? S ( ) N ( ) A cicatrização é normal? S ( ) N ( ) Problema de estômago (azia, gastrite) S ( ) N ( ) Faz algum tratamento? S ( ) N ( ) Já foi submetido a anestesia geral ( ) local ( )? Foi tudo normal? S ( ) N ( ) Sofre de ansiedade S ( ) N ( ) depressão S ( ) N ( ) Já teve desmaio S ( ) N ( ) convulsões S ( ) N ( ) Você ou algum familiar tem ou teve alguma dessas doenças? Hepatite a, b ou c; aids S ( ) N ( ) Está grávida ou amamentando? S ( ) N ( ) Tem algum hábito ou vício? S ( ) N ( ) qual (is): __________________________________________ Observações: ______________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 5. ATUALIZAÇÃO DA HISTÓRIA MÉDICA: Data Informações adicionais Ass. Paciente 98 Apêndices 6. EXAME FÍSICO EXTRABUCAL: __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 7. ODONTOGRAMA/ EXAME FÍSICO INTRABUCAL: LEGENDA DO ODONTOGRAMA: A) AUSENTE E) EXTRAÍDO I) INCLUSO OU IMPACTADO R) RAIZ RESIDUAL PPF) PRÓTESE PARCIAL FIXA IMP) IMPLANTE PSI) PRÓTESE SOBRE IMPLANTE O) RESTAURADO C) CAVIDADE DE CÁRIE NP) NECROSE PULPAR OUTROS: ___________________ 8. EXAMES COMPLEMENTARES SOLICITADOS: __________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Resultados: ________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 9. HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS:__________________________________________________________ Exame histopatológico? S ( ) N ( ) diagnóstico final: ________________ CID: ________________ 10. PLANO DE TRATAMENTO: DATA PLANEJAMENTO / TÉCNICA A SER EXECUTADA (EX.: VIA ALVEOLAR COM SECCIONAMENTO, ETC.) 11. ASS. PROFESSOR TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECDO: Eu, ___________________________________________________________________________ portador do RG:_________________________ CPF:______________________ (como responsável de _________________________________________) declaro para todos os fins legais que estas informações são verdadeiras e que nada foi omitido. Por este termo assinado por mim ou pelo responsável legal, autorizo a realização do tratamento planejado. Fui esclarecido que ocasionalmente podem surgir circunstâncias em que necessite a modificação do tratamento e fui informado dos potenciais de riscos e complicações que possam surgir decorrentes dos procedimentos realizados. Compreendo que sou responsável pelo meu tratamento e que cumprirei todas as recomendações dos profissionais assistentes, e que qualquer mudança no meu histórico de saúde durante o tratamento será informado. Autorizo que meus exames e fotografias e quaisquer outras informações referentes ao meu tratamento poderão ser utilizadas com fins científicos e/ou didáticos, Conforme Resolução 466/2012 DO CONEP. Bauru, ____de______________de________. Assinatura do responsável: ________________________________________ Responsável: __________________________________________________ CPF: _______________ RG: _______________ Apêndices APÊNDICE C – ILUSTRAÇÕES Tamanhos: média (A), longa (B), extralonga (C) e extralonga de 18,5 mm (D). Forma: Similar a um duplo “Y”, com furos 3 não lineares em cada extremidade, divergentes entre si, com 6 mm de equidistância e com uma extensão variável entre as extremidades de forma semi-curva. Dimensões: Altura: 10,90 mm; Espessura: 1,00 mm; Extensão total: (A) 25,20 mm, (B) 28,20 mm, (C) 31,20 mm e (D) 34,20 mm. Distância entre furos: (A) 9,50 mm, (B) 12,50 mm, (C) 15,50 mm e (D) 18,50 mm. Figura 1 - Imagem representativa das placas sagitais convencionais do sistema Neoface da Neoortho® – tamanhos, forma e dimensões. Cor: dourada: sistema convencional (não locking); verde: sistema de bloqueio (locking). Tamanhos: média, longa, extralonga e extralonga de 18,5 mm (de cima para baixo). Figura 2 - Imagem representativa dos tipos placas sagitais do sistema Neoface da Neoortho® e fotografia das placas sagitais convencionais usadas no estudo. 99 100 Apêndices Figura 3 - Imagem da placa sagital na fixação da osteotomia sagital do ramo mandibular. Padrão Facial Padrão II - 10 2 1 Padrão II e face longa - 15 1 2 10 1 Padrão II e laterognatismo de mandíbula (assimetria facial) - 2 Padrão II e assimetria facial (microssomia hemifacial) - 1 2 Padrão III - 2 Padrão III e face longa - 1 15 Padrão III e laterognatismo de mandíbula (assimetria facial) - 2 Padrão III, face longa e laterognatissmo de mandíbula (asimetria facial) - 1 Figura 4 - Gráfico do padrão facial. 101 Apêndices Tipo de cirurgia ortognática Mandíbula - 9 9; 27% 10; 29% Mandíbua e mento - 2 2; 6% Bimaxilar - Mandíbula e maxila - 13 13; 38% Bimaxilar - Mandíbula, mento e maxila - 10 Figura 5 - Gráfico do tipo de cirurgia ortognática. Acesso cirúrgico 5; 7,46% 62; 92,54 % Intrabucal Figura 6 - Gráfico do acesso cirúrgico. Intrabucal e transcutâneo ANEXOS Anexos ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA 103 Anexos 104 Anexos 105 ANEXO B – NORMAS DA REVISTA SUBMETIDA: INTERNATIONAL JOURNAL OF ORAL AND MAXILLOFACIAL SURGERY Guide for Authors [Internet]. Oxford: International Association of Oral and Maxillofacial Surgeons, Inc.: Elsevier, 2015 [2015, acesso em 13/03/2015] Disponível em: http://www.elsevier.com/journals/internationaljournal-of-oral-and-maxillofacial-surgery/0901-5027/guide-for-authors Would authors please note that the reference style for the journal has now changed. Please pay special attention to the guidelines under the heading "References" below Authors wishing to submit their work to the journal are urged to read this detailed guide for authors and comply with all the requirements, particularly those relating to manuscript length and format. This will speed up the reviewing process and reduce the time taken to publish a paper following acceptance. Online Submission Submission and peer-review of all papers is now conducted entirely online, increasing efficiency for editors, authors, and reviewers, and enhancing publication speed. Authors requiring further information on online submission are strongly encouraged to view the system, including a tutorial, at http://ees.elsevier.com/ijoms A comprehensive Author Support service is available to answer additional enquiries at [email protected] a paper has been submitted, all subsequent correspondence between the Editorial Office ([email protected]) and the corresponding author will be by e-mail. Editorial Policy A paper is accepted for publication on the understanding that it has not been submitted simultaneously to another journal, has been read and approved by all authors, and that the work has not been published before. The Editors reserve the right to make editorial and literary corrections. Any opinions expressed or policies advocated do not necessarily reflect the opinions and policies of the Editors. Declarations Upon submission you will be required to complete and upload the declarations page (pdf version or word version) to declare funding, conflict of interest and to indicate whether ethical approval was sought. This information must also be inserted into your manuscript under the acknowledgements section with the headings below.Upon submission you will be required to complete and upload this form (pdf version or word version) to declare funding, conflict of interest, and to indicate whether ethical approval and patient consent were sought. Lastly you must confirm that all authors have agreed to the submission. PLEASE NOTE that all funding must be declared at first submission, as the addition of funding at acceptance stage may invalidate the acceptance of your manuscript. Authorship All authors should have made substantial contributions to all of the following: (1) the conception and design of the study, or acquisition of data, or analysis and interpretation of data (2) drafting the article or revising it critically for important intellectual content (3) final approval of the version to be submitted. Normally one or two, and no more than three, authors should appear on a short communication, technical note or interesting case/lesson learnt. Full length articles may contain as many authors as appropriate. Minor contributors and non-contributory clinicians who have allowed their patients to be used in the paper should be acknowledged at the end of the text and before the references. The corresponding author is responsible for ensuring that all authors are aware of their obligations. Before a paper is accepted all the authors of the paper must sign the Confirmation of Authorship form. This form confirms that all the named authors agree to publication if the paper is accepted and that each has had significant input into the paper. Please download the form and send it to the Editorial Office. (pdf version or word version) It is advisable that to prevent delay this form is submitted early in the editorial process. Anexos 106 Acknowledgements All contributors who do not meet the criteria for authorship as defined above should be listed in an acknowledgements section. Examples of those who might be acknowledged include a person who provided purely technical help, writing assistance, or a department chair who provided only general support. Authors should disclose whether they had any writing assistance and identify the entity that paid for this assistance. Conflict of interest At the end of the main text, all authors must disclose any financial and personal relationships with other people or organisations that could inappropriately influence (bias) their work. Examples of potential conflicts of interest include employment, consultancies, stock ownership, honoraria, paid expert testimony, patent applications/registrations, and grants or other funding. If an author has no conflict of interest to declare, this should be stated. Role of the funding source All sources of funding should be declared as an acknowledgement at the end of the text. Authors should declare the role of study sponsors, if any, in the study design, in the collection, analysis and interpretation of data; in the writing of the manuscript; and in the decision to submit the manuscript for publication. If the study sponsors had no such involvement, the authors should so state. Open access This journal offers you the option of making your article freely available to all via the ScienceDirect platform. To prevent any conflict of interest, you can only make this choice after receiving notification that your article has been accepted for publication. The fee of $3,000 excludes taxes and other potential author fees such as color charges. In some cases, institutions and funding bodies have entered into agreement with Elsevier to meet these fees on behalf of their authors. Details of these agreements are available at http://www.elsevier.com/fundingbodies. Authors of accepted articles, who wish to take advantage of this option, should complete and submit the order form (available at http://www.elsevier.com/locate/openaccessform.pdf). Whatever access option you choose, you retain many rights as an author, including the right to post a revised personal version of your article on your own website. More information can be found here: http://www.elsevier.com/authorsrights. Ethics Any manuscript concerned with human subjects, medical records, or human tissue that is submitted to the International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery should comply with the principles stated in the Declaration of Helsinki â œEthical Principles for Medical Research Involving â ˜Human Subjectsâ , adopted by the 18th World Medical Assembly, Helsinki, Finland, June 1964, and as amended most recently by the 64th World Medical Assembly, Fontaleza, Brazil, October 2013. The manuscript should contain a statement that the work has been approved by the appropriate Ethical Committee related to the institution(s) in which the work was performed, and that subjects gave informed consent to the work. The International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery requires institutional Ethics Committee approval for all human studies. For retrospective studies of records either a statement of approval or a statement of exemption from the Committee is appropriate. This statement should be provided upon submission of the manuscript. Studies involving experiments with animals must state that their care was in accordance with institution guidelines. Patient confidentiality Patients have a right to privacy. Therefore identifying information, including patients' images, names, initials, or hospital numbers, should not be included in videos, recordings, written descriptions, photographs, and pedigrees unless the information is essential for scientific purposes and you have obtained written informed consent for publication in print and electronic form from the patient (or parent, guardian or next of kin where applicable). If such consent is made subject to any conditions, The Editor and Publisher must be made aware of all such conditions. Written consents must be provided to the Editorial Office on request. Even where consent has been given, identifying details should be omitted if they are not essential. If identifying characteristics are altered to protect anonymity, such as in genetic pedigrees, authors should provide assurance that alterations do not distort scientific meaning and editors should so note.If consent for publication has not been obtained, personal details of patients included in any part of the paper and in any supplementary materials (including all illustrations and videos) must be removed before submission. Anexos 107 Language Editing Services Papers will only be accepted when they are written in an acceptable standard of English. Authors, particularly those whose first language is not English, who require information about language editing and copyediting services pre- and post-submission should visit http://www.elsevier.com/wps/find/authorshome.authors/languagepolishing or contact [email protected] for more information. Please note, Elsevier neither endorses nor takes responsibility for any products, goods or services offered by outside vendors through our services or in any advertising. For more information please refer to our Terms and Conditionshttp://www.elsevier.com/wps/find/termsconditions.cws_home/termsconditions. Article Types The following contributions will be accepted for publication. Please take careful note of the maximum length where applicable. Overlength articles will be returned to the authors without peer review: • editorials (commissioned by the editor) • clinical papers: no more than 5000 words and 30 references • research papers: no more than 6000 words and 40 references • review papers - no limit on length or number of references • technical notes (surgical techniques, new instruments, technical innovations) - no more than 2000 words, 10 references and 4 figures • case reports - no more than 2000 words, 10 references and 2 figures • book reviews • letters to the editor - please see detailed guidelines provided at the end of the main guide for authors • IAOMS announcements • general announcements. Please note: Case reports will be considered for publication only if they add new information to the existing body of knowledge or present new points of view on known diseases. All authors must have contributed to the paper, not necessarily the patient treatment. Technical notes and case reports are limited to a maximum of 4 authors, in exceptional circumstances, 5. Criteria for Publication Papers that will be considered for publication should be: • focused • based on a sound hypothesis and an adequate investigation method analysing a statistically relevant series, leading to relevant results that back the conclusion • well written in simple, scientific English grammar and style • presented with a clear message and containing new information that is relevant for the readership of the journal • Note the comment above relating to case reports. Following peer-review, authors are required to resubmit their revised paper within 3 months; in exceptional circumstances, this timeline may be extended at the editor's discretion. Presentation of Manuscripts General points Papers should be submitted in journal style. Failure to do so will result in the paper being immediately returned to the author and may lead to significant delays in publication. Spelling may follow British or American usage, but not a mixture of the two. Papers should be double-spaced with a margin of at least 3 cm all round. Each line must be numbered. Format Observational or Case Cohort Studies, as well as Case Series must be presented in conformance with STROBE guidelines: www.strobe-statement.org Randomized Controlled Trials must be presented in conformance with CONSORT guidelines: www.consortstatement.org Systematic Reviews and Meta-Analyses must be presented according to PRISMA guidelines: www.prismastatement.org Papers should be set out as follows, with each section beginning on a separate page: • title page • abstract • text Anexos 108 • acknowledgements • references • tables • captions to illustrations. Please note that the qualifications of the authors will not be included in the published paper and should not be listed anywhere on the manuscript. Title page The title page should give the following information: • title of the article • full name of each author • name and address of the department or institution to which the work should be attributed • name, address, telephone and fax numbers, and e-mail address of the author responsible for correspondence and to whom requests for offprints should be sent • sources of support in the form of grants • key words. If the title is longer than 40 characters (including spaces), a short title should be supplied for use in the running heads. Abstract 200 words maximum. Do not use subheadings or abbreviations; write as a continuous paragraph. Must contain all relevant information, including results and conclusion. Text Please ensure that the text of your paper conforms to the following structure: Introduction, Materials and Methods, Results, Discussion. There is no separate Conclusion section. There should be no mention of the institution where the work was carried out, especially in the Materials and Methods section. Introduction • Present first the nature and scope of the problem investigated • Review briefly the pertinent literature • State the rationale for the study • Explain the purpose in writing the paper • State the method of investigation and the reasons for the choice of a particular method • Should be written in the present tense Materials and Methods • Give the full details, limit references• Should be written in the past tense• Include exact technical specifications, quantities and generic names• Limit the number of subheadings, and use the same in the results section• Mention statistical method• Do not include results in this section Results • Do not describe methods • Present results in the past tense • Present representations rather than endlessly repetitive data • Use tables where appropriate, and do not repeat information in the text Discussion • Discuss - do not recapitulate results• Point out exceptions and lack of correlations. Do not try to cover up or 'fudge' data• Show how results agree/contrast with previous work• Discuss the implications of your findings• State your conclusions very clearly Headings: Headings enhance readability but should be appropriate to the nature of the paper. They should be kept to a minimum and may be removed by the Editors. Normally only two categories of headings should be used: major ones should be typed in capital letters; minor ones should be typed in lower case (with an initial capital letter) at the left hand margin. Quantitative analysis: If any statistical methods are used, the text should state the test or other analytical method applied, basic descriptive statistics, critical value obtained, degrees of freedom, and significance level, e.g. (ANOVA, F=2.34; df=3,46; P<0.001). If a computer data analysis was involved, the software package should be mentioned. Descriptive statistics may be presented in the form of a table, or included in the text. Anexos 109 Abbreviations, symbols, and nomenclature: Only standardized terms, which have been generally accepted, should be used. Unfamiliar abbreviations must be defined when first used. For further details concerning abbreviations, see Baron DN, ed. Units, symbols, and abbreviations. A guide for biological and medical editors and authors, London, Royal Society of Medicine, 1988 (available from The Royal Society of Medicine Services, 1 Wimpole Street, London W1M 8AE, UK). The minus sign should be -. If a special designation for teeth is used, a note should explain the symbols. Scientific names of organisms should be binomials, the generic name only with a capital, and should be italicised in the typescript. Microorganisms should be named according to the latest edition of the Manual of Clinical Microbiology, American Society of Microbiology. Drugs: use only generic (non-proprietary) names in the text. Suppliers of drugs used may be named in the Acknowledgments section. Do not use 'he', 'his' etc where the sex of the person is unknown; say 'the patient' etc. Avoid inelegant alternatives such as 'he/she'. Patients should not be automatically designated as 'she', and doctors as 'he'. References The journal's reference style has changed. References should be numbered consecutively throughout the article, beginning with 1 for the first-cited reference. References should be listed at the end of the paper in the order in which they appear in the text (not listed alphabetically by author and numbered as previously). The accuracy of references is the responsibility of the author. References in the text should be numbered with superscript numerals inside punctuation: for example "Kenneth and Cohen14 showed..."; "each technique has advantages and disadvantages5-13." Citations in the text to papers with more than two authors should give the name of the first author followed by "et al."; for example: "Wang et al37 identified..." All references cited in the text must be included in the list of references at the end of the paper. Each reference listed must include the names of all authors. Please see section "Article Types" for guidance on the maximum number of reference for each type of article. Titles of journals should be abbreviated according to Index Medicus (see www.nlm.nih.gov.uk). When citing papers from monographs and books, give the author, title of chapter, editor of book, title of book, publisher, place and year of publication, first and last page numbers. Internet pages and online resources may be included within the text and should state as a minimum the author(s), title and full URL. The date of access should be supplied and all URLs should be checked again at proof stage. Examples: Journal article: Halsband ER, Hirshberg YA, Berg LI. Ketamine hydrochloride in outpatient oral surgery. J Oral Surg 1971: 29: 472-476. When citing a paper which has a Digital Object Identifier (DOI), use the following style: Toschka H, Feifel H. Aesthetic and functional results of harvesting radial forearm flap. Int J Oral Maxillofac Surg 2001: 30: 45-51. doi: 10.1054/ijom.2000.0005 Book/monograph: Costich ER, White RP. Fundamentals of oral surgery. Philadelphia: WB Saunders, 1971: 201220. Book chapter: Hodge HC, Smith FA. Biological properties of inorganic fluorides. In: Simons JH, ed.: Fluorine chemistry. New York: Academic Press, 1965: 135. Internet resource: International Committee of Medical Journal Editors. Uniform requirements for manuscripts submitted to biomedical journals. http://www.icmje.org [Accessibility verified March 21, 2008] Tables Tables should be used only to clarify important points. Double documentation in the form of tables and figures is not acceptable. Tables should be numbered consecutively with Arabic numerals. They should be double spaced on separate pages and contain only horizontal rules. Do not submit tables as photographs. A short descriptive title should appear above each table, with any footnotes suitably identified below. Care must be taken to ensure that all units are included. Ensure that each table is cited in the text. Figures All illustrations (e.g. graphs, drawings or photographs) are considered to be figures, and should be numbered in sequence with Arabic numerals. Each figure should have a caption, typed double-spaced on a separate page and numbered correspondingly. The minimum resolution for electronically generated figures is 300 dpi. Anexos 110 Line illustrations: All line illustrations should present a crisp black image on an even white background (127 x 178 mm (5 x 7 in), or no larger than 203 x 254 mm (8 x 10 in). The size of the lettering should be appropriate, taking into account the necessary size reduction. Photographs and radiographs: Photomicrographs should show magnification and details of any staining techniques used. The area(s) of interest must be clearly indicated with arrows or other symbols. Colour images are encouraged, but the decision whether an illustration is accepted for reproduction in colour in the printed journal lies with the editor-in-chief. Figures supplied in colour will appear in colour in the online version of the journal. Size of photographs: The final size of photographs will be: (a) single column width (53 mm), (b) double column width (110 mm), (c) full page width (170 mm). Photographs should ideally be submitted at the final reproduction size based on the above figures. Funding body agreements and policies Elsevier has established agreements and developed policies to allow authors who publish in Elsevier journals to comply with potential manuscript archiving requirements as specified as conditions of their grant awards. To learn more about existing agreements and policies please visit http://www.elsevier.com/fundingbodies Proofs One set of page proofs in PDF format will be sent by e-mail to the corresponding author, which they are requested to correct and return within 48 hours. Elsevier now sends PDF proofs which can be annotated; for this you will need to download Adobe Reader version 7 available free from http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html. Instructions on how to annotate PDF files will accompany the proofs. The exact system requirements are given at the Adobe site: http://www.adobe.com/products/acrobat/acrrsystemreqs.html#70win.If you do not wish to use the PDF annotations function, you may list the corrections (including replies to the Query Form) and return to Elsevier in an e-mail. Please list your corrections quoting line number. If, for any reason, this is not possible, then mark the corrections and any other comments (including replies to the Query Form) on a printout of your proof and return by fax, or scan the pages and e-mail, or by post. Please use this proof only for checking the typesetting, editing, completeness and correctness of the text, tables and figures. Significant changes to the article as accepted for publication will only be considered at this stage with permission from the Editor. We will do everything possible to get your article published quickly and accurately. Therefore, it is important to ensure that all of your corrections are sent back to us in one communication: please check carefully before replying, as inclusion of any subsequent corrections cannot be guaranteed. Proofreading is solely your responsibility. Note that Elsevier may proceed with the publication of your article if no response is received. Offprints The corresponding authorwill be provided, at no cost, with a PDF file of the article via e-mail. The PDF file is a watermarked version of the published article and includes a cover sheet with the journal cover image and a disclaimer outlining the terms and conditions of use. Additional paper offprints can be ordered by the authors. An order form with prices will be sent to the corresponding author. Accepted Articles For the facility to track accepted articles and set email alerts to inform you of when an article's status has changed, visit: http://authors.elsevier.com/TrackPaper.html There are also detailed artwork guidelines, copyright information, frequently asked questions and more. Contact details for questions arising after acceptance of an article, especially those related to proofs, are provided after registration of an article for publication. Instructions for Letters to the Editor The IJOMS welcomes Letters to the Editor. To facilitate submission of the highest quality of Letters to the Editor, the following guidelines should be followed: 1. Letters are meant to be focus pieces and, therefore, are limited to no more than 600 words, 6 references and a maximum of 2 figures. One reference should include a reference to the IJOMS article being addressed. 2. It is recommended that you limit your letter to one or two important and critical points to which you wish to provide a clear and precise discussion regarding the previously published article. 3. One should support all assertion by peer review literature which should be a primary research or large clinical studies rather than a case report. 4. Please include any financial disclosures at the end of the letter. This would include the potential conflicts of Anexos 111 interest not just related to the specific content of your letter but also the content of the IJOMS article and other related areas. 5. Please recognize that letters that are essentially in agreement with the author's findings and offer no additional insights provide little new information for publication. Likewise, letters that highlight the writer's own research or are otherwise self promotional will receive a low publication priority. 6. There may be a need for additional editing. Should editing be required the letter will be sent back to the author for final approval of the edited version. 7. It is important to use civil and professional discourse. It is not advisable that one adopt a tone that may be misconstrued to be in anyway insulting. 8. Finally, it is not advisable to provide a letter that is anecdotal. While personal experiences can have great value in patient care, it is generally not strong evidence to be placed in a letter to the editor.