Informativo do HCor - Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio Ano 09 - Nº 36 - 2006 Cardiologia Intervencionista ganha mais agilidade e precisão com nova angiografia Equipamento adquirido pelo HCor facilita o tratamento da doença coronária e reduz em cerca de 30% a dose de radiação para o paciente página 06 HCor mostra importância da doação de órgãos e tecidos na cirurgia de transplantes Evento científico sobre transplantes e campanha interna de incentivo à doação de órgãos marcaram a programação do HCor durante a Semana Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, comemorada no final de setembro página 10 Novas tecnologias Setor de Gastroenterologia adquire novos equipamentos e oferece aos pacientes o que há de mais moderno em tratamento, diagnóstico e procedimentos cirúrgicos página 05 -- O ...Editorial... setor de cardiologia intervencionista do Hospital do Coração é considerado um dos mais avançados do mercado. Para aprimorar ainda mais a qualidade dos serviços oferecidos aos pacientes, o HCor adquiriu uma nova angiografia, que vai imprimir mais agilidade e precisão na realização dos procedimentos. Comandado pelo prof. dr. Eduardo Sousa, diretor médico do Hospital do Coração, o setor possui três modernos laboratórios e faz cerca de 20 exames por dia. Ainda referente aos novos equipamentos, há duas reportagens interessantes. Uma delas sobre o novo Eco 3D em Tempo Real, que permite o estudo detalhado do coração e uma visibilidade apurada do órgão, eliminando, em muitos casos, a necessidade de procedimentos invasivos. Outro destaque é a área de gastroenterologia, que adquiriu novos aparelhos que oferecem recursos avançados em tratamento, diagnóstico e procedimentos cirúrgicos. Aprogramação de eventos científicos do HCor obteve ampla repercussão, tanto na mídia quanto junto ao público interno do Hospital. O I Simpósio Internacional de Alimentação Saudável é um bom exemplo disso. Com a participação de 200 convidados e apresentações de renomados profissionais de saúde das mais variadas instituições de Portugal, México e países da América do Sul, o evento teve como destaque um coffee break saudável, exemplificando quais são os alimentos que podem ser consumidos em quantidades permitidas, moderadas e restritas. O I Simpósio de Transplante do HCor também teve presença marcante na área de conteúdo científico do hospital. Realizado durante a Semana Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, no final de setembro, o evento discutiu os avanços no setor de cirurgias de transplantes e a dificuldade de captação de órgãos. Já em relação à programação de atividades internas, vale ressaltar os resultados bastante positivos da I Exposição da Qualidade. O evento premiou as idéias mais criativas dos funcionários dos setores administrativo, assistencial e de apoio. O Programa de Qualidade de Vida do HCor também promoveu ações diferenciadas visando ao bem-estar dos colaboradores, envolvendo áreas como Recursos Humanos, Nutrição e Psicologia. E, por fim, temos um interessante artigo do dr. Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do HCor, sobre Obesidade Abdominal e Síndrome Metabólica. Boa leitura ! -- Expediente Conselho Diretor: Presidente Antonio Carlos Kfouri Conselho Editorial: Dr.Carlos Alberto Buchpiguel, Dr. Edson Romano, Fumico Sonoda, Helio Raia, Dr. Ibraim Pinto, Ivani Yunes, Mauro Garcia, Dr.Pedro Mathiasi Neto. Jornalista Responsável: Antoninho P. Rossini - MTB. 3.174 Coordenação e Edição: Ronald Nicolau Colaboração: Aline Moura Produção Editorial: Target Consultoria em Comunicação Empresarial Tel:.(11) 3063-0477 Editoração Eletrônica: Adriano Cristian Fotos:Roberto Loffel Impressão: YM Stúdio Gráfico Tel: (11) 3283-5040 Diretoria do HCor - Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio Presidente da Associação: Ivone Sallum Maksoud Diretor Geral: Prof. Dr. Adib Jatene Diretor Clínico: Prof. Dr. Luiz Carlos Bento de Souza Diretor Médico: Prof. Dr. José Eduardo Sousa Diretor Administrativo: Luciano Jacyr Chuahy Superintendente: Antonio Carlos Kfouri Correspondências: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 - Paraíso - São Paulo - SP - CEP 04004-030 Tel:.(11)3053-6611 Home Page: www.hcor.com.br e-mail: [email protected] I Simpósio Internacional sobre Alimentação Saudável reúne especialistas no HCor O diretor geral do HCor, prof. dr. Adib Jatene, participou da abertura do Simpósio, coordenado pelo dr. Daniel Magnoni O I Simpósio Internacional sobre Alimentação Saudável do HCor, realizado em 19 de setembro, reuniu pela primeira vez cardiologistas e nutricionistas vindos de vários países. O evento, que contou com abertura do diretor geral do HCor, prof. dr. Adib Jatene, trouxe à tona assuntos importantes que relacionam a qualidade da alimentação a uma vida saudável. A polêmica da gordura trans, as mais recentes descobertas sobre os benefícios do azeite, o consumo de carne vermelha, como anda a alimentação nos países da América Latina e qual o segredo da dieta mediterrânea para a manutenção da saúde foram alguns temas de destaque. Na prática, os participantes puderam conferir o poder dos alimentos. Ao contrário dos coffee breaks convencionais dos eventos científicos, no HCor os intervalos também foram direcionados para orientações sobre nutrição. Pela manhã, um coffee break “saudável”, organizado pela nutricionista Larissa Lins, apresentou três mesas sinalizadas com as cores verde, amarela e vermelha, indicando o que era consumo “permitido”, “moderado” e “restrito”. À tarde, outro coffee break, denominado “mediterrâneo”, serviu alimentos que Maria Helena Cid, nutricionista portuguesa, falou sobre os benefícios do azeite e da dieta mediterrânea para a saúde O vice-presidente da Confederação Internacional de Sociedades de Nutrição, Luis Alberto Nin, e o presidente da Federação Latino-Americana de Nutrição, Juan Manuel Mijares compõem a tradicional dieta, reconhecida mundialmente pelos benefícios que proporciona à saúde. Segundo o coordenador do evento, dr. Daniel Magnoni, responsável pelo setor de Nutrologia e Nutrição Clínica do HCor, o objetivo principal foi atingido. “Conseguimos mostrar a diferença entre alimentar, nutrir e comer, além de alertar as pessoas sobre a importância de alguns nutrientes para a prevenção de doenças e de outros que devem ser evitados a qualquer custo. Não é somente a saúde do coração, mas de todo o organismo que está em jogo quando se ingere algo maléfico”, avalia. -- U Novo ECO 3D permite diagnóstico detalhado do coração em tempo real m dos mais recentes avanços referente a diagnóstico de problemas cardíacos está disponível no setor de Ecocardiografia do HCor – Hospital do Coração. Trata-se do Ecodopplercardiograma Tridimensional em Tempo Real, um equipamento que permite o estudo detalhado do coração, em imagem 3D, possibilitando ao médico uma visibilidade bem detalhada do órgão. “Este equipamento já se tornou um importante auxiliar no diagnóstico das mais variadas patologias que afetam o coração”, avalia a responsável pelo setor de Eco do HCor, Vera Márcia Gimenes. “Trata-se de um aparelho de ultra-som que projeta em sua tela a imagem em três dimensões do coração em movimento”, explica. Entre os aplicativos, é possível realizar cortes, girar as imagens para análise da anatomia do coração sob diferentes perspectivas, possibilitando que as estruturas internas sejam estudadas com precisão e eliminando, em alguns casos, a necessidade de procedimentos invasivos. Com o aparelho, é possível analisar o funcionamento – em tempo real – de toda a anatomia cardiovascular, permitindo uma melhor avaliação das válvulas, câmaras, vasos e artérias. “É um recurso fundamental para o tratamento de certas patologias”, define dra. Vera. Segundo ela, a técnica permite um diagnóstico detalhado sobre a capacidade de contração do coração, um importante alerta para doenças obstrutivas das artérias que levam a alterações da contração global ou de alguns segmentos do músculo cardíaco. “A ecocardiografia tradicional não é capaz de obter imagens tão precisas”, pondera. Outra grande utilidade do exame é detectar com precisão a área do coração a ser estimulada pelo marca-passo ressincronizador. Este aparelho, um avanço na especialidade, é implantado no coração do paciente e é capaz sincronizar a contração de todo o coração, inclusive em áreas que apresentam falhas de batimento. O HCor foi o primeiro da América do Sul a adquirir o equipamento. Considerado um dos mais solicitados do hospital – cerca de 1,3 mil por mês – o ecocardiograma é um exame rotineiro indicado para o diagnóstico e o acompanhamento de doenças cardíacas adquiridas ou congênitas. A modalidade tridimensional em tempo real, apesar de ser mais sofisticada, não requer preparo especial do paciente nem a suspensão de qualquer medicamento sem a devida orientação médica. Além disso, não possui nenhuma contra-indicação. “Este é um dos exemplos de como a evolução tecnológica aplicada à medicina vem proporcionando aos seres humanos uma maior longevidade e, o que é mais importante, uma melhor qualidade de vida”, afirma dra. Vera. Imagens detalhadas, em tempo real, permitem diagnóstico preciso de possíveis problemas do coração, dificilmente detectados pela ecocardiografia convencional -- Setor de Gastroenterologia expande atendimento com renovação de tecnologias O Serviço de Gastroenterologia do HCor – Hospital do Coração nasceu em 1979, com objetivo de atender os pacientes cardiológicos que apresentassem problemas no aparelho digestivo. No entanto, a demanda cresceu ao longo dos anos e o setor, que antes funcionava como apoio, consolidouse como um dos melhores serviços de ponta na área de gastroenterologia clínica e cirúrgica. Segundo o dr. Mounib Tacla, chefe do setor de gastroenterologia do HCor, a grande procura fez com que o hospital investisse cada vez mais em qualidade e tecnologia, promovendo recentemente a renovação dos equipamentos que permitem a realização de exames mais detalhados. “Todos de última geração, os equipamentos de endoscopia são dotados de um sistema de captação de imagem digital, mais detalhada, que funciona por meio de microchip. Os tradicionais funcionam por meio de fibra ótica”, ressalta o médico. Entre as novidades, figuram os equipamentos de vídeo-endoscopia digestiva e bronco-pulmonar de última geração, que permitem examinar não apenas os problemas ligados ao aparelho digestivo, mas também aqueles que decorrem nas vias respiratórias. A colangio-pancreatografia também integra o rol de novidades. O exame, considerado uma modalidade da endoscopia, permite introduzir uma sonda lateral pelos canais do fígado e do pâncreas, possibilitando também a drenagem destes canais e a retirada de cálculos localizados. “Seguindo as diretrizes de renovação e investimento em qualidade, o HCor acaba de adquirir uma máquina específica para lavagem e esterilização de todos os instrumentos de endoscopia, permitindo assim maior segurança e melhor prevenção de contaminação durante os procedimentos endoscópicos”, conta dr. Tacla. Segundo ele, esta máquina garante um padrão de qualidade muito mais elevado do que a lavagem manual, porque utiliza altas temperaturas combinadas a produtos químicos. Com a aquisição destes novos equipamentos, o setor de gastro do HCor desponta como um dos mais completos do segmento. “Proporcionamos aos pacientes o que há de mais moderno em tratamento, diagnóstico e procedimentos cirúrgicos”, ressalta dr. Tacla, acrescentando que “além de proporcionar um método cirúrgico avançado, o HCor ainda conta com uma equipe multiprofissional, formada por médicos, nutricionistas, psicólogos e enfermeiros, que atuam antes, durante e depois da cirurgia, zelando pelo bem-estar dos pacientes”. Dra. Paula Poletti, médica da Endoscopia -- Nova angiografia realiza exame co Cerca de 20 exames por dia são realizados pelo setor de Cardiologia Intervencionista do HCor, comandado pelo prof. dr. Eduardo Sousa, Diretor Médico do Hospital do Coração O Hospital do Coração acaba de adquirir um novo equipamento para o setor de Cardiologia Intervencionista que torna os procedimentos percutâneos (angioplastia com balão ou stent) mais rápidos e precisos. Além de gerar imagens bem mais definidas, o que facilita expressivamente o tratamento da doença coronária, a nova angiografia reduz em cerca de 30% a dose de radiação para o paciente. “Essa nova tecnologia imprime mais segurança na aplicação das técnicas de cateterismo, pois o médico consegue realizar os procedimentos terapêuticos com alta precisão”, explica o prof. dr. Eduardo Sousa, chefe do setor de Cardiologia Intervencionista e Diretor Médico do HCor – Hospital do Coração. O HCor possui três modernos laboratórios para procedimentos de cardiologia invasiva, que reúnem todos os equipamentos necessários para a realização de exames diagnósticos e procedimentos terapêuticos. O setor, que faz cerca de 20 exames por dia, é considerado referência na área de saúde. Boa parte desta reputação deve-se aos trabalhos científicos desenvolvidos pelo prof. dr. Eduardo Sousa, médico reconhecido mundialmente pelo trabalho pioneiro com os stents recobertos com medicamentos, um marco na história da Cardiologia. Desde que estes stents começaram a ser utilizados, em maio de 2002, o HCor já implantou mais de 2 mil próteses, com resultados excelentes. “Enquanto que com a aplicação dos stents convencionais há uma incidência média de 20% de reestenose (reobstrução da artéria), no caso de stents com medicamentos esta -- om mais precisão e menos radiação taxa não ultrapassa 5%”, afirma dr. Sousa, que implantou o primeiro stent em humanos no mundo em 1987 e, atualmente, já superou a marca de 10 mil pacientes tratados com próteses metálicas. A contribuição científica do Diretor Médico do HCor é considerada um dos principais avanços da Cardiologia nas últimas décadas, tanto que foi matéria de capa da revista Circulation, uma das mais respeitadas na área, publicada pela American Heart Association (AHA). Além de outros três artigos sobre o tema publicados nesta mesma revista, o assunto também foi destaque nos principais veículos da mídia internacional e rendeu ao médico o Prêmio TCT Carrer Achievement Award 2003, conquistado por apenas 13 cardiologistas em todo o mundo. A técnica ganhou notoriedade internacional por sanar um dos maiores problemas referentes à revascularização percutânea: a reestenose coronária. Só para se ter uma idéia, são colocados no Brasil cerca de 30 mil stents convencionais por ano, sendo que cerca de um em cada cinco volta a ficar obstruído seis meses depois do procedimento. Isso porque, quando em contato com a parede da artéria o stent causa pequeno dano e o processo de cicatrização ou de reparo parietal pode ser excessivo, gerando a reobstrução do vaso tratado e, com isto, dificultando a passagem do sangue. Já no caso do stent revestido, a liberação local do medicamento impede o crescimento exagerado do tecido cicatrizante. “É uma técnica que foi aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration) e já beneficiou mais de 3 milhões de pessoas em todo o mundo”, afirma dr. Sousa. Outra gratificante conquista para o cardiologista é poder ensinar a aplicação correta da técnica para profissionais vindos de vários países. Na América Latina, por exemplo, os principais centros de referência já utilizam os stents com medicamento, com uma taxa de penetração de 30% a 50% da rotina dos laboratórios de cateterismo cardíaco, segundo o Registro da Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista. “Tenho apresentado a técnica nos principais congressos internacionais de Cardiologia. É muito importante disseminar, junto à comunidade científica, os resultados que nossa equipe vem obtendo no tratamento desta grave doença com esta técnica altamente eficaz e segura”, conclui o Diretor Médico do HCor. 1 2 1 - Imagem inicial de uma coronária esquerda, responsável pela irrigação do ventrículo esquerdo, apresentando séria obstrução 2 - Logo após a colocação do stent revestido, o local é desobstruído, evitando assim infarto e outros problemas cardiológicos 3 - Quatro anos depois, o stent revestido continua atuando de forma eficaz, sem risco de reestenose coronária (excesso de cicatrização que leva à nova obstrução) -- 3 Hospital do Coração assina convênio com a Apex F omentar o turismo de saúde no país é uma das novas metas estabelecidas pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para expandir as atividades neste setor, a entidade assinou um convênio com o HCor – Hospital do Coração e mais seis centros médicos, durante a Feira Hospitalar 2006, realizada de 20 a 23 de junho no Expo Center Norte, em São Paulo. Historicamente, o HCor possui íntima ligação com ascendentes do Oriente Médio e já atende estrangeiros vindos de vários países. No entanto, com o convênio e o envolvimento direto da Apex Brasil, o objetivo é aumentar a visibilidade como exportador de serviços com tecnologia agregada. Embora tenha o setor de cardiologia como principal foco de atuação, o hospital também pretende oferecer serviços nas áreas de ortopedia, oncologia, neurologia, medicina preventiva, entre outras. Inédita no Brasil, a iniciativa nasceu da própria demanda já existente, de pacientes estrangeiros que vêm para o país a negócios ou a passeio. Para se ter uma idéia, hoje o HCor recebe cerca de dez pacientes estrangeiros por mês. A idéia é fazer com que os estrangeiros viajem exclusivamente para realizar tratamentos médicos. O presidente da Apex-Brasil, Juan Quirós (à dir.), durante cerimônia de assinatura do convênio As vantagens, segundo o superintendente do HCor, Antonio Carlos Kfouri, são inúmeras. “Somos um hospital de referência em cardiologia. Portanto, temos condições de oferecer serviços de qualidade internacional. Além disso, nosso atendimento é mais caloroso em relação aos países desenvolvidos e temos preços bem mais competitivos em relação a hospitais americanos ou europeus”, destaca. ATLETAS NO HCOR Professor titular Fabio Jatene é indicado para prof. titular do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da USP Dr. René Abdalla opera atletas da seleção D uas célebres visitas agitaram a rotina do HCor – Hospital do Coração nos meses de junho e julho. O Brasil ainda se preparava para a Copa do Mundo quando o volante Edmilson, cortado da seleção brasileira às vésperas do Mundial, foi submetido a uma cirurgia para retirada de parte do menisco lateral, no joelho direito, em 2 de junho. Depois da Copa, e da derrota brasileira para a França, quem desembarcou da Alemanha direto para o HCor foi o atleta Zé Roberto para a realização de uma artroscopia no joelho esquerdo, em 13 de julho. Ambos procedimentos foram realizados pelo ortopedista do HCor, dr. René Abdalla. O dr. Fabio Biscegli Jatene, supervisor de cirurgia cardio-torácica do HCor, foi aprovado, no último dia 14 de agosto, no concurso para professor titular do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), na Área de Cirurgia Torácica. Diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital das Clínicas da FMUSP desde 1993, Fabio Jatene concorreu ao cargo na condição de candidato único. -- I Exposição da Qualidade estimula criatividade C om objetivo de reforçar os conceitos de melhoria contínua e disseminar a aplicação de métodos e Menção honrosa para Iraci Eugênio da Silva, Margarida ferramentas ligadas à gestão da qualidade, o HCor – Hospital Medina, Ermelinda de Souza Garcia, Aparecida Ferreira de Faria e Demóstenes de Freitas, da área de Higiene do Coração promoveu, de 3 a 7 de julho, a sua I Exposição da Qualidade. Os trabalhos apresentados, desenvolvidos pelas áreas administrativa, assistencial e de apoio do hospital, foram julgados e premiados em suas respectivas categorias. A iniciativa, segundo o Coordenador da Qualidade, Allan Kern, “foi uma oportunidade única de apresentar publicamente e registrar os projetos de melhoria contínua do HCor”. Entre os setores premiados figuram: Hotelaria, que desenvolveu um projeto de auditoria prévia nas contas do Pronto-Socorro; Controladoria, que apresentou proposta para reduzir a data de entrega do fechamento contábil; Enfermagem, que levou primeiro e segundo lugares em sua categoria com projetos sobre infiltração de contraste por bomba injetora e ações integradas entre áreas distintas; Laboratório, com projeto que reduz o Selma Tieko Outi Teruya, Cecilia Ayako Suto, Neide tempo de liberação de resultados; Nutrição, com proposta para Eiko Uekubo, Cleber Patrício dos Santos e Claudia melhoria da assistência nutricional, entre outros. Reiko Akamoto Sato, da área assistencial A ação deu continuidade ao treinamento iniciado em fevereiro deste ano, destinado a gerentes, supervisores e coordenadores de todas as áreas do hospital. A meta inicial foi transmitir os conceitos do ciclo PDCA (da sigla em inglês Plan, Do, Check and Action) e demonstrar as ferramentas necessárias para promover a melhoria contínua dos processos. Ao final do curso, com duração de quinze horas-aula, a missão dos alunos era elaborar estratégias de melhoria da qualidade, cada um dentro de sua área. “A maior dificuldade é sempre abandonar as velhas práticas e paradigmas. Mas a implementação do ciclo PDCA mostrou que é possível incrementar o desenvolvimento de um processo de Acreditação, com objetivo de aprimorar a qualidade da assistência à saúde, muitas vezes sem a aplicação Da área de apoio, os contemplados Geraldo Alécio de Oliveiadicional de recursos”, avalia Kern. ra, Alberto José da Silva Duarte e Claudia Vaz Carenzi Vencedores Área Administrativa: 1º lugar – “Auditoria prévia das contas do Pronto-Socorro” (Hotelaria) - 2º Lugar - “Reduzir a data de entrega do fechamento contábil” (Controladoria) - 3º Lugar - “Segurança e economia a ‘troque’ de botão” (Engenharia) Área AssistenciaL: 1º Lugar - “Infiltração de contraste por bomba injetora” (Enfermagem) - 2º Lugar - “Ações integradas entre áreas, um caminho para melhoria contínua” (Enfermagem) - 3º Lugar - “Em busca da excelência no Prontuário do Paciente” (Multiárea) Área de Apoio: 1º Lugar - “Estratégia para redução do Tempo de Liberação de Resultados – TLR” (Laboratório) - 2º Lugar - “Que Bicho é Esse?” (SCIEH) - 3º Lugar - “Melhoria da Assistência Nutricional: Orientação De Alta” (Nutrição) Menção Honrosa: “Mudança na Rotina da Limpeza” (Higiene) -- Os vencedores da área administrativa, Marcos Paulo de Sousa, Alexsandro Marques dos Santos, Emerson Luis da Silva e Antonio Cláudio de Oliveira HCor faz evento sobre transplantes durante semana nacional de doação de órgãos e tecidos Corpo clínico e demais funcionários reuniram-se para acompanhar o I Simpósio de Transplantes do HCor Pioneiro nas realizações de transplante infantil e transplante duplo (coração-pulmão), o HCor – Hospital do Coração trabalha há 20 anos com a difícil missão de salvar vidas que dependem de um novo coração. No entanto, um dos grandes problemas destas últimas décadas tem sido a escassez da oferta de órgãos. A falta de doadores e os empecilhos impostos pelas famílias das vítimas de morte cerebral são os fatores que mais dificultam a concretização deste tipo de cirurgia. Com o objetivo de reverter este quadro, o HCor mobilizou corpo clínico e demais funcionários para a Semana Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, comemorada no final de setembro. No dia 27, por exemplo, foi realizada uma campanha interna, primeira do gênero, voltada a todos os funcionários da instituição. Organizada pela Comissão Multidisciplinar de Transplantes e pelo Setor de Educação Continuada do HCor, o evento contou com a presença do diretor técnico da divisão de transplantes da Secretaria Estadual de Saúde, dr. Reginaldo Carlos Boni, do médico coordenador da Organização de Procura de Órgãos da Santa Casa de São Paulo, dr. Wangles Soler, e da enfermeira Bernadete Fonseca, também da Santa Casa. Para o diretor geral do Hospital do Coração, prof. dr. Adib Jatene, o programa de transplante traz à instituição enormes benefícios, porque demanda um trabalho multidisciplinar. “Desta forma, elevamos cada vez mais o nosso padrão de qualidade”, afirmou o médico durante a abertura do I Simpósio de Transplantes do HCor, realizado no dia 30 de setembro. Assim como a campanha, o Simpósio foi uma ação inédita, voltada para reforçar o compromisso de todo o corpo clínico com a questão da doação e captação de órgãos. Além, é claro, de trazer à luz os principais avanços dos procedimentos cirúrgicos e clínicos de um transplante. Segundo o diretor clínico do HCor e coordenador do Simpósio, dr. Luiz Carlos Bento de Souza, o transplante deixou de ser algo experimental e hoje é uma ferramenta da medicina para salvar vidas. Responsável pela realização do primeiro transplante infantil de coração da América Latina, em 1985, o médico traçou um balanço positivo da trajetória do transplante ao longo de duas décadas. “Um paciente que possui cardiopatia em fase terminal, se não fizer o transplante, tem 80% de chance de morrer no primeiro ano com a doença. Com a possibilidade de transplante, colocamos à disposição do paciente uma solução que não pretendendo ser milagrosa, devolve ao doente uma qualidade de vida mais digna e uma sobrevida seguramente mais longa do que aquela permitida pela doença”. Atualmente, os resultados obtidos mostram sobrevida de 90% no primeiro ano pós-transplante, 60% no quinto ano e 50% aos dez anos. Mas nem sempre foi assim. Segundo o dr. Ricardo Pavanello, os maiores problemas enfrentados no pósoperatório eram os riscos de rejeição hiperaguda – aquela que provoca a falência imediata – e da rejeição crônica, que provoca principalmente uma espécie de aterosclerose acelerada. Essas dificuldades foram observadas já no primeiro transplante realizado no mundo, em 1967, pelo cirurgião Christian Barnard, da Cidade do Cabo, na África do Sul. O paciente, então com 55 anos, sofria de uma cardiopatia incurável, recebeu um novo coração na esperança de ganhar alguns anos de vida, mas resistiu apenas 18 dias. Apesar da tentativa frustrada, o caso tornou-se um marco na história da medicina mundial. A partir de então, diversos países se lançaram ao desafio de obter sucesso na realização de transplantes cardíacos. No entanto, os problemas com a rejeição foram solucionados apenas alguns anos mais tarde. O I Simpósio de Transplantes do HCor contou ainda com palestras e discussões sobre outras modalidades de transplantes, como renal, de medula óssea e cartilagem. Além dos aspectos médicos, foram abordados temas como avaliação nutricional de pacientes pré e pós transplante, fatores psicológicos e sociais de familiares e transplantados, dificuldades para se conseguir um órgão, sistema de notificação, entre outros. Para a enfermeira Rosa Bosquetti, integrante da Comissão Multidisciplinar de Transplantes e Doação do HCor, “a doação de órgãos é um grande ato humanitário”. Segundo ela, fatores como medo, falta de informação e religião, impedem as famílias de optar pela doação. Rosa Bosquetti, enfermeira coordenadora do Programa de Transplantes do HCor - 10 - Programa de qualidade de vida promove ações diferenciadas Coordenado pela área de Recursos Humanos do HCor – Hospital do Coração, o Programa de Qualidade de Vida possui diversos focos de atuação voltados para o bemestar dos colaboradores. “Fizemos uma pesquisa para conhecermos quais são os interesses dos colaboradores. Neste mesmo levantamento obtivemos também indicadores de estresse, tabagismo, obesidade, entre outros. Nossas ações agora estão mais focadas”, enfatiza Silvana Castellani, Gerente de Recursos Humanos do HCor. Seguem algumas das ações realizadas recentemente: Força de uma equipe Montanaro ao lado O ex-jogador de vôlei, José Montanaro Junior, do funcionário da consagrado nas Olimpíadas de Los Angeles de 1984 Manutenção, Edmilson como vice-campeão, esteve no dia 21 de junho Ramos da Silva no auditório do HCor para falar sobre trabalho em equipe. O atleta utilizou como exemplo os desafios do esporte para ensinar que, dentro de qualquer empresa, não deve existir individualismo. Em sua carreira, Nas Olimpíadas de Los Angeles e no Mundial Montanaro conheceu a consagração e a derrota, e de Buenos Aires, por exemplo, nos quais o time integrou o time de vôlei que ficou conhecido como brasileiro era favorito, a equipe acabou como vice. geração de prata. Segundo ele, é possível levar para Para ele, um exemplo de que não é possível cantar a vida os ensinamentos do esporte, como disciplina, vitória antecipadamente. A palestra foi um sucesso e determinação, dedicação, empenho e humildade. lotou o auditório do hospital. C Luta contra a balança onsiderado um problema de saúde pública, a obesidade no Brasil anda a passos largos. Já são cerca de 10,5 milhões de obesos no país e mais de 38 milhões de pessoas que apresentam sobrepeso. No HCor, o cenário não é diferente. Segundo a pesquisa realizada no hospital, cerca de 31% dos funcionários que responderam ao questionário estão acima do peso, ou seja, com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 24,9 kg/m2. Cerca de 10% sofrem com a obesidade grau I (IMC entre 30-34,9 kg/m2) e 1% com a obesidade grau II (IMC entre 35 e 39 kg/m2). No grau III (IMC > 40 kg/ m2), a obesidade torna-se mórbida. A constatação levou à elaboração de um Programa de Orientação Médico/Nutricional envolvendo grupos de funcionários com problemas de obesidade. Segundo a Gerente de Nutrição do HCor, Rosana Perim, a prioridade agora é atender os pacientes com grau mais severo de obesidade. “Sempre nos preocupamos com o estilo de vida dos funcionários, principalmente com a alimentação. Mas agora a nossa prioridade será orientar os funcionários com obesidade mais acentuada”, observa. O grupo já passou por consultas médicas e terá acompanhamento nutricional e psicológico. Posteriormente, vamos atender as pessoas que estão com sobrepeso, para evitar que cheguem à obesidade. “Teremos palestras sobre gorduras boas e ruins e sobre os aspectos emocionais ligados à obesidade. É preciso reeducar a população. Não são só as crianças que consomem alimentos inadequados. Os adultos também comem salgadinhos, bolachas e fast food, às vezes até em maior quantidade”, destaca Rosana. Além da falta de disciplina na hora de se alimentar, o problema também pode estar ligado a aspectos emocionais. “A ansiedade é a grande vilã. Uma pessoa ansiosa e descontrolada come compulsivamente e não consegue parar. Há muitos casos também de mulheres que páram de fumar e engordam, porque descontam na comida a ausência de nicotina”, revela Silvia Cury, chefe do setor de Psicologia do HCor. Mais do que impor dificuldades à rotina diária do trabalho, a obesidade pode causar problemas respiratórios, dificuldades de locomoção, dores articulares, alterações gastrointestinais, entre outros. “O risco de cardiopatias é um dos mais graves. E hoje fala-se muito sobre a relação entre o aumento da circunferência abdominal e as doenças cardiovasculares. Por isso, estamos fazendo um trabalho sério e individualizado”, finaliza Rosana. - 11 - Obesidade abdominal e síndrome metabólica * Ricardo Pavanello ...Artigo... O acúmulo predominante de células gordurosas na região abdominal leva a um aumento de risco de doença cardiovascular e morte prematura. As principais alterações metabólicas associadas com obesidade abdominal são as dislipidemias e a resistência à insulina. Nos últimos anos, os estudos clínicos deixaram claro que o tipo de distribuição de gordura corporal pode ajudar a estratificar o risco cardiovascular. Na década de 40 o risco era mais associado com a obesidade “andróide” (obesidade abdominal ou corpo em “forma de maçã”) do que com a obesidade “ginóide” (obesidade corporal mais baixa ou corpo “em forma de pêra”). Atualmente, sabe-se que há uma relação entre o risco cardiovascular e o volume de gordura intraabdominal (dentro da cavidade abdominal, ao redor dos órgãos). Podemos quantificá-la através de exames sofisticados como a ressonância magnética ou de uma maneira bem simples: a medida da circunferência da cintura, que não deve ultrapassar 102cm nos homens e 88 cm nas mulheres, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A Síndrome Metabólica (SM) é um conjunto de fatores de risco que associados elevam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes além de aumentar a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes. Nos Estados Unidos estima-se que 24% da população adulta seja portadora da SM e que aproximadamente 50 a 60% dos americanos com mais de cinqüenta anos também fazem parte dessa preocupante população de alto risco cardiovascular. No Brasil, o Estudo do Rio de Janeiro, iniciado em 1983, avaliou a pressão arterial em mais de 7 mil jovens e seus familiares, analisando seus fatores de risco cardiovascular. Os resultados deste estudo mostraram uma relação direta entre a pressão arterial e o peso corporal dos jovens e seus familiares. Segundo dados do IBGE, houve uma evolução no perfil antropométrico-nutricional de toda a população brasileira, incluindo crianças e adolescentes entre 1974-1975 e 2002-2003. - 12 - Alguns fatores contribuem para o aparecimento da SM: os genéticos, o excesso de peso (especialmente na região abdominal) e a vida sedentária. Os fatores de risco são os seguintes: acúmulo de gordura abdominal; HDL colesterol inferior a 40mg/dl em homens e 50mg/dl nas mulheres; níveis de triglicerídeos maiores que 149mg/dl; pressão arterial maior que 134/84 mmHg e finalmente glicemia elevada, 110mg/dl ou superior. Quando três ou mais fatores de risco estão presentes estamos diante da síndrome metabólica. Segundo as pesquisas, um em cada cinco adultos nos Estados Unidos têm a SM, que ocorre com mais freqüência entre os africanos, hispânicos e asiáticos e aumenta com o envelhecimento e mais ainda se o paciente tem uma vida sedentária. A maioria não tem sintomas, entretanto, corre o risco de desenvolver doenças graves, como o infarto do miocárdio e o diabetes. Está comprovado que exercício físico e dieta são considerados terapia de primeira escolha levando a redução expressiva da circunferência abdominal e da gordura visceral, podendo ainda melhorar a sensibilidade à insulina, reduzindo os níveis de glicose. Simultaneamente há redução da pressão arterial e nos níveis de triglicérides, bem como aumento do HDLcolesterol. Há recomendações em relação ao plano alimentar como reduzir a ingestão de calorias sob a forma de gorduras e mudar o consumo de gorduras saturadas para gorduras insaturadas assim como reduzir o consumo de gorduras trans (hidrogenada) e aumentar a ingestão de frutas, hortaliças, leguminosas e cereais integrais, diminuindo a ingestão de açúcar e sal, consumidos habitualmente em excesso. A boa notícia é que não só os pesquisadores e médicos estão atentos à presença dos fatores de risco, mas também os nutricionistas e os profissionais do esporte, facilitando a identificação do problema, podendo-se evitar o aparecimento de futuras doenças cardíacas e suas complicações. * Ricardo Pavanello é supervisor de cardiologia do HCor – Hospital do Coração