Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (1-15), 2013 ISSN 18088597 Consulta farmacêutica e análise de problemas relacionados à medicação em um hospital da regional oeste do estado de Goiás. Ana Paula Daniel de Lima, Ariane David Rios, Jhenys Sara Sardinha Shimokawa Borges, Josimar Moreira Ferreira, Rute Batista Ferreira Carla Rosane Medanha da Cunha 1 Trabalho realizado por discentes das FMB para obtenção do título de Bacharel em Farmácia. Discentes do curso de Farmácia da Faculdade de Montes Belos. 3 Orientadora do trabalho de conclusão de curso e-mail: [email protected] “ 2 Resumo: A Atenção Farmacêutica é um dos campos da Assistência Farmacêutica, a qual congrega ações privativas do profissional, onde o paciente é o principal beneficiário. Objetivou-se identificar as possíveis interações medicamentosas na terapêutica dos pacientes hospitalizados, bem como os Problemas Relacionados com Medicamentos (PRMs) em um hospital da região oeste do estado de Goiás. A pesquisa desenvolveu-se através da análise dos prontuários, anamnese e preenchimento da ficha farmacoterapêutica através da entrevista com os pacientes, sendo encontradas 39% (n=7) de interações medicamentosas, percentual superior ao de outras literaturas consultadas, que varia entre 11% a 37%. Destacando-se a presença de PRMs 1 e 2. Palavras chaves: Atenção medicamentosas. Terapêutica. farmacêutica. Paciente hospitalar. Interações Abstract: The Pharmaceutical attention is one of the fields of Pharmaceutical Assistance, which shares private Professional actions, where the patient is the principal beneficiary. The objective was to identify the possible therapeutic drug interactions of patients hospitalized, and the Problems With Drugs (PRMs) in a west hospital in the region of Goiás. This research is developed by analysis of medical records, clinical history and pharmacotherapeutic completion of form through an interview with patients, and found 39% (n=7) of interactions, the higher percentage of other consulted literature, ranging between 11% to 37%. Pointing to the presence of 1 and 2 PRMs. Key-words: Pharmaceutical attention; Hospital patient; Drug interactions; Therapeutic. 1 Introdução A Atenção Farmacêutica, uma das atividades da Assistência Farmacêutica, engloba ações específicas do profissional farmacêutico, sendo o medicamento imprescindível para a melhora da saúde, porém sua eficácia depende de fatores, como: sua indicação correta, as interações medicamentosas e seu uso racional, cuja orientação é realizada pelo farmacêutico, objetivando o bem-estar do paciente. A Atenção Farmacêutica é um importante aliado na promoção da saúde, onde o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico (FOPPA et al., 2008). As estimativas do número de pacientes que sofrem interações medicamentosas em ambiente hospitalar são variáveis. Estudo realizado em hospitais norte-americanos evidenciou que cerca de 22% das reações adversas foram consequências das interações medicamentosas, enquanto que em Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (2-15), 2013 ISSN 18088597 estudo envolvendo 9.900 pacientes, que utilizavam 83.200 medicamentos, foram identificados 3.600 casos de reações adversas, sendo 234 (6,5%) resultantes das interações medicamentosas (KAWANO et al., 2006). A incidência de interações de fármacos se eleva exponencialmente com o número de medicamentos prescritos. Avalia-se que a assiduidade de interações medicamentosas varie entre 3 e 5% dos pacientes em uso de poucos medicamentos, e aumenta para 10 a 20% naqueles pacientes que utilizam de 10 a 20 medicamentos. Como os pacientes hospitalizados recebem, em média, sete fármacos por dia, a seriedade desse problema é bastante significativa (GOODMAN; GILMAN, 2003; LIMA; CASSIANI, 2009). Os estudos de incidência das interações medicamentosas expõem resultados distintos, variando entre 11,1% a 37%. Estes parâmetros refletem os obstáculos para notificação e registro das interações medicamentosas entre os medicamentos por causas que incluem excesso de trabalho, indiferença e receio de processo jurídico (SILVA, 2010). Com a intenção de verificar as possíveis interações medicamentosas, visto que essas interações podem tanto ser maléficas quanto benéficas ao paciente, necessitando de um olhar criterioso de um profissional farmacêutico. Tendo como objetivo, identificar as possíveis interações na terapêutica medicamentosa dos prontuários dos pacientes hospitalizados, bem como, os Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM) (MACHUCA, FERNÁNDEZ-LLIMÓS; FAUS, 2003). 1.1 Conceito Farmaceutico ao Um termo importante refere-se conceito de Atenção Farmacêutica começou a ser construído em 1975, por meio da publicação de um trabalho que tinha como objetivo nortear e estender a atuação do profissional farmacêutico para as atividades de atenção primária em saúde, tendo o medicamento como insumo estratégico e o paciente como enfoco principal. Nesse trabalho afirmou-se que o farmacêutico deveria oferecer a atenção devida, que cada paciente requer e recebe, com garantias de um uso racional de medicamentos (FIORI, 2009). Atenção farmacêutica abrange a definição das necessidades farmacoterápicas do paciente, a dispensação não apenas dos medicamentos necessários, bem como, os serviços para garantir um tratamento seguro e efetivo. Dispondo de mecanismos de controle que propiciem a continuidade da assistência ao indivíduo (BARROS; SANTOS, 2008). Este termo foi oficializado no Brasil, a partir de discussões conduzidas pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde (MS), e outros. Definindo-se neste encontro o conceito de Atenção Farmacêutica: “um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreendem atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitada as suas especificidades bio-psicosociais, sob a ótica da integralidade das Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (3-15), 2013 ISSN 18088597 ações de saúde” (CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2002) (PEREIRA; FREITAS, 2008). A Atenção Farmacêutica, um dos ramos da Assistência Farmacêutica, incorpora ações privativas do profissional farmacêutico no âmbito da assistência ao paciente, que dispõem à promoção do uso racional de medicamentos. É na ocasião que o farmacêutico assume responsabilidades no cuidado com o indivíduo, através da Atenção Farmacêutica, onde são identificados inúmeros problemas relacionados aos medicamentos (PRM) e dificuldades na aderência ao tratamento medicamentoso (FOPPA et al., 2008). O profissional adquire um maior conhecimento sobre o paciente através da Atenção Farmacêutica. Tornando-se ciente dos medicamentos que ele utiliza e de que forma é realizado, como o paciente se sente com a terapêutica e com seu estado de saúde. No exercício de sua profissão, o farmacêutico, coleta e avalia informações sobre o paciente, abrangendo a identificação de possíveis Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM). Reconhecendo o problema, procura a solução, estabelece e coloca em prática uma estratégia para corrigi-lo (BARROS; SANTOS, 2008). O papel do farmacêutico dentro do âmbito hospitalar deixou de ser apenas administrativo no planejamento de medicamentos e angariação dos recursos financeiros. Atualmente a prática farmacêutica é direcionada para o paciente, tendo o medicamento como instrumento e não mais como a única alternativa. Sendo assim, promove suporte técnico junto à equipe multidisciplinar de saúde, na análise e monitorização da prescrição, tratamento e do quadro clínico do paciente durante a sua internação, entretanto a atividade do farmacêutico não se extingue com a alta do paciente. Pois durante este momento geralmente há prescrição de medicamentos, sendo que o farmacêutico deve orientá-lo e educá-lo, para o paciente ver o medicamento não como um bem de consumo, mas sim como um instrumento útil se utilizado de forma adequada (MELO et al., 2003). Portanto a atenção farmacêutica é uma atividade que deve ser desenvolvida não apenas com pacientes hospitalizados, mas pacientes atendidos em unidades básicas de saúde, farmácias comunitárias e até mesmo em seu domicílio, procurando sempre as melhores condições clínicas e humanísticas dos pacientes, decorrentes da minimização da morbimortalidade causada por medicamentos (FIORI, 2009). Dentro deste contexto, define-se farmácia clínica como toda a atividade executada pelo farmacêutico direcionada ao paciente através do contato direto com este, ou através da orientação a outros profissionais clínicos de saúde. A atenção farmacêutica não envolve exclusivamente a terapia medicamentosa. Mas inclui a seleção de fármacos, posologia, vias, e métodos de administração; o acompanhamento terapêutico; as informações ao paciente e aos componentes da equipe multidisciplinar de saúde; e a orientação dos pacientes (ANTUNES, 2008). 1.2 Interação medicamentosa Vários problemas relacionados aos medicamentos são ocasionados por interações medicamentosas. Esta interação refere-se à interferência de um medicamento na ação de outro medicamento, ou de um alimento/nutriente na ação também de medicamentos (SEHN et al., 2003). Interações medicamentosas são respostas farmacológicas, onde os efeitos de um ou mais medicamentos Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (4-15), 2013 ISSN 18088597 são modificados pela administração simultânea ou anterior de outros, através da administração competidora com alimentos e até mesmo com a interação de outras drogas (SECOLI, 2001). É imprescindível lembrar que existem interações medicamentosas benéficas ou desejáveis, as quais seu objetivo é tratar doenças concomitantes, prolongar a duração do efeito, aumentar a eficácia ou permitir a redução da dose, reduzir efeitos adversos, incrementar a adesão ao tratamento, evitar ou adiar o surgimento de resistência bacteriana. E as interações maléficas ou indesejáveis são as que determinam diminuição do efeito do medicamento ou resultado contrário ao esperado, aumento na incidência de efeitos adversos e no custo da terapia. As interações que reduzem a eficácia da atividade são complicadas de detectar e podem ser responsáveis pela falha da terapia ou pelo progresso da doença (SEHN et al., 2003). Na prática o assunto das interações medicamentosas é complicado, pois além das várias possibilidades teóricas de interferência entre os medicamentos, existem fatores relacionados ao indivíduo (idade, composição genética, tipo de alimentação e estado fisiopatológico) e a administração do medicamento (sequência da administração, dosagem, intervalo e via) influencia na resposta da terapia (SECOLI, 2001). Os medicamentos também podem interagir durante o preparo e até mesmo no momento da absorção, distribuição, metabolização, excreção ou no sítio de ligação do receptor. Sendo assim, as interações medicamentosas podem ser: farmacêutica, farmacocinética e farmacodinâmica (SECOLI, 2001). As interações farmacêuticas são eventos físico-químicos que resultam na perda de atividade de um ou mais medicamentos. As interações farmacocinéticas abrangem os efeitos de um medicamento sobre a absorção, distribuição, metabolismo e excreção de outro medicamento. Estas interações provocam modificações importantes nos níveis de concentrações plasmáticas, área sob a curva, tempo de meia-vida e pico máximo de concentração do fármaco, consequentemente interferindo na resposta clínica. As interações farmacodinâmicas ocorrem quando um medicamento altera o efeito de outro em seu local de ação. Podendo ser interações diretas, como sinergismo ou antagonismo de ação, ou indiretas, quando estão ligadas a alterações no processo de coagulação ou equilíbrio eletrolítico (KAWANO et al., 2006). 1.3 Problemas medicamentos relacionados com No Segundo Consenso de Granada em 1998 definiu-se Problema Relacionado com Medicamentos (PRM) como: Um problema de saúde vinculado com a farmacoterapia, que interfere ou pode interferir nos resultados de saúde almejados no paciente (SANTOS et al., 2004). Segundo a proposta do Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, o termo PRM trata-se de um problema de saúde decorrente ou suspeito de estar ligado à farmacoterapia, e que pode alterar os resultados terapêuticos ou a qualidade de vida do paciente. A prevenção de PRM deve ser embasada no estímulo ao uso racional de medicamentos, que, quando incentivado no nível da atenção básica à saúde, pode prevenir tanto uma internação onerosa, quanto um sofrimento para o paciente e seus familiares (FIORI, 2009). Embora que alguns problemas relacionados aos fármacos serem inesperados, muitos estão associados à ação farmacológica e, em alguns momentos podem ser esperados. No entanto, na prática clínica, este Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (5-15), 2013 ISSN 18088597 conhecimento precedente não é tão suficiente, pois, vários pacientes utilizam muitos medicamentos, com isto, consequentemente a previsão da intensidade e da especificidade da ação do fármaco pode reduzir (SEHN et al., 2003). Estes problemas podem acontecer por diferentes motivos, tais como: doses subterapêuticas ou tóxicas para o paciente, uso do medicamento sem necessidade ou, no caso de necessidade, não acesso dos mesmos, não aderência ao tratamento, reações adversas e interações com outros medicamentos, alimentos e outras drogas em geral (CASTILHO; VENTURE, 2004). Quadro 1: Classificação de Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM). Tipos de PRM Necessidade PRM 1: O paciente sofre um problema de saúde em consequência de não receber um medicamento de que necessita. PRM 2: O paciente sofre um problema de saúde em consequência de receber um medicamento de que não necessita. Efetividade PRM 3: O paciente sofre um problema de saúde em consequência de uma inefetividade não quantitativa do medicamento. PRM 4: O paciente sofre um problema de saúde em consequência de uma inefetividade quantitativa do medicamento Segurança PRM 5: O paciente sofre um problema de saúde em consequência de uma insegurança não quantitativa de um medicamento. PRM 6: O paciente sofre um problema de saúde em consequência de uma insegurança quantitativa de um medicamento. Fonte: segundo consenso de granada sobre problemas relacionados com medicamentos, 2004. Neste âmbito torna-se necessária a intervenção do profissional farmacêutico, no intuito de minimizar o impacto na qualidade de vida, no custo do tratamento e nos resultados clínicos. Fatores que estão diretamente relacionados ao estado de saúde do paciente, expressos nas porcentagens de curas obtidas, aumento de sobrevida, internações evitadas, progresso na manutenção e homeostasia dos parâmetros vitais, minimização da incidência de PRM e consequentemente diminuição do custo da terapêutica (FIORI, 2009). 2 Material e métodos Para o desenvolvimento do presente estudo, foi adotado o delineamento de um estudo descritivo, transversal de caráter quali-quantitativo, com análise prospectiva dos dados, dos prontuários e da anamnese dos pacientes. Regulamentado pela Resolução Nº 196/96 de 10 de outubro de 1996, que tange as normas e diretrizes para pesquisas envolvendo seres humanos, enfatizando que o estudo foi voluntário, e que as informações obtidas foram tratadas com ética e sigilo profissional, alicerçada pela Sexta revisão do tratado de Helsinque de outubro de 2008, que rege os princípios éticos em pesquisas com seres humanos. No embasamento teórico foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de artigos científicos, livros, internet, base de dados na plataforma SCIELO, BVS, bireme, medline e cochrane, em um período de julho a novembro de 2011, para compreender a atenção farmacêutica específica em ambientes hospitalares, bem como, as possíveis interações medicamentosas. Utilizando Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (6-15), 2013 ISSN 18088597 para a pesquisa palavras-chave, como: atenção farmacêutica, assistência farmacêutica, interações medicamentosas, reações adversas e problemas relacionados com medicamentos. Dando prioridades a fontes nacionais e que forem mais recentes, entre os anos de 2001 a 2011, por transcrever a realidade da população brasileira. A pesquisa desenvolveu-se em um hospital da região oeste do estado de Goiás, realizada às segundas-feiras dos meses de outubro e novembro de 2011, tendo início com a análise dos prontuários dos pacientes que se encontravam internados nestes dias, seguidos da anamnese e preenchimento da ficha farmacoterapêutica, a qual foi elaborada pelos farmacêuticos integrantes da pesquisa. Foram instituídos alguns métodos para o esclarecimento dos pacientes, expondo as atividades a serem desenvolvidas, bem como o termo de livre consentimento, no intuito de salientar ao paciente ou acompanhante todos os procedimentos que foram realizados. Os campos da ficha foram preenchidos com dados obtidos nos prontuários, análise dos sinais vitais e por meio de informações fornecidas pelo paciente ou acompanhante. Ao término da anamnese dos pacientes os dados foram analisados no Microsoft Excel versão 2010, apresentando os resultados encontrados na forma de porcentagens transformando-os em gráficos, e utilizando-os posteriormente para discussão. O presente estudo avaliou 18 pacientes que se encontravam internados em um hospital na região oeste do estado de Goiás, nos meses de outubro e novembro de 2011, dentre estes pacientes 11 eram do sexo feminino e 7 masculino. 3 Resultados e discussão Os resultados oriundos da pesquisa dos prontuários e anamnese dos pacientes hospitalizados demonstram que havia mais mulheres (n= 11) do que homens (n=7) hospitalizados no serviço de saúde, porem, não há uma relação entre o sexo do paciente e as causas que os levaram a internações, visto que os sintomas mais citados foram vômito (n=6), febre (n=5) e dor abdominal (n=5). Tais informações são importantes para direcionar a anamnese e o tratamento, sabendo que existe patologias que são diretamente ligadas ao sexo e/ou idade (Figura 1). Como a hipertensão que foi uma das doenças predominantes nos pacientes hospitalizados, à qual é a patologia crônica mais prevalente nos idosos (COSTA, 2009). Figura 1Distribuição dos pacientes em relação à faixa etária. Em relação a faixa etária observa-se que 17% (n=3) dos pacientes enquadrava na faixa de 0 a 10 anos, 22% (n=4) de 11 a 30 anos, 22% (n=4) de 31 a 50 anos, 22% (n=4) de 51 a 70 anos, 6% (n=1) de 71 a 90 anos e 11% (n=2) apresentavam mais de 91 anos. Caracterizando uma heterogeneidade na faixa etária. Sendo importante observar esses dados, pois os idosos em decorrência do envelhecimento apresentam mais patologias e consequentemente utilizam um maior número de medicamentos, tornando-se potencialmente mais propício a Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (7-15), 2013 ISSN 18088597 interações medicamentosas e PRM’s. Outro fator importante a se observar é a profissão, pois cada atividade apresenta um risco inerente à saúde (PIZA, 1997). Figura 2Distribuição pacientes em relação à dos profissão Na figura 2 foi observado que os pacientes possuíam diferentes profissões, as quais 22% (n=4) eram do lar, 11% (n=2) aposentados, 32% (n=6) estudante, 17% (n=3) trabalhador rural, 6% (n=1) vigilante, 6% (n=1) comerciante e 6% (n=1) fisioterapeuta. Observando que a profissão mais citada foi a de estudante. A qual representa uma classe que está sempre em aglomerados de pessoas, onde está sujeita a partículas suspensas no ar que podem transmitir doenças como gripes, resfriados e até mesmo doenças mais graves como tuberculose, além do comportamento sexual de risco que é comum aos estudantes jovens (CAMPO-ARIAS, 2010), não desconsiderando a frequente exposição dos estudantes a situações de estresse, que colabora com o desenvolvimento de patologias (AMARAL, 2008), resultando no uso de medicamentos. Caracterizando a profissão de estudante, como um fator de risco ao consumo de medicamentos. Figura 3Quantidade de medicamentos prescritos por pacientes. Em relação à quantidade de medicamentos prescrito por pacientes, 22% (n=4) foi hospitalizado com 2 medicações prescritas, 22% (n=4) com 3 medicações, 33% (n=6) representando o maior índice com 4 medicações, 11% (n=2) com 5 medicações e respectivamente 6% (n=1), para 7 e 8 medicações por prescrição (Figura 3). Representando uma média de 4 medicamentos por prescrição, considerando-se uma polifarmácia, definida como o uso de vários medicamentos, a qual está coligada ao aumento do risco e da gravidade das RAM (Reações Adversas do Medicamento), antecipar interações medicamentosas, ocasionar toxicidade cumulativa, causar erros de medicação, diminuir a adesão ao tratamento e provocar a morbimortalidade (SECOLI, 2010). Figura 4utilizados Medicamentos mais durante as internações. De acordo com a figura 4, entre os medicamentos mais prescritos nas internações a prevalência foi de 17% (n=11) de complexo B e de dipirona, e 7% (n=5) de plasil. De modo que tais medicamentos podem apresentar PRM’s relacionados à sua necessidade, segurança e efetividade, onde o paciente poder receber um medicamento que não necessita ou até mesmo receber uma dosagem incompatível com a da terapêutica. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (8-15), 2013 ISSN 18088597 Quadro 2- Análise do prontuário em relação a patologia, tratamento e interações medicamentosas. Paciente P1 Patologia Pneumonia P2 Tosse produtiva febre Tratamento Interação Comp. B + Vit. Não C interação houve Não interação houve P3 Fraqueza, tontura cefaléia Comp. B + e Dipirona + Cefalotina + Ambroxol Comp. B + Vit. e C + Dipirona Não interação houve P4 Vômito, febre Comp. B + Vit. e leve dor no C + Dipirona + peito Plasil + Ampicilina Diarréia, Comp. B + vômito e febre Plasil + Dipirona + Ampicilina Fraqueza, dor Buscopam nas pernas e comp. + sem apetite Voltarem Não interação houve Não interação houve Lombalgia, febre e sibilos Não interação houve Não interação houve + Não + interação + houve P5 P6 P7 P8 Buscopam comp. + Plasil + Voltarem + Ampicilina Dor na região Buscopam abdominal e Comp. + Plasil vômito P9 Cefaléia lombalgia e Comp. B Dipirona Cefalotina Voltarem P10 Dispnéico e c/ Aminofilina + sibilos Ambroxol + Ampicilina + Dipirona + Hidrocortisona + Cimetidina + Berotec + Atrovent Interação com anti-hipertensivo Interação entre boncodilatadores, corticoides e cigarro Referência PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (9-15), 2013 ISSN 18088597 P11 Dor abdominal, vômito astenia e P12 Tratamento de Alcoolismo P13 Dor abdominal, vômito tontura P14 P15 P16 e Histerectomia, sangramento vaginal, dor abdominal e cefaléia Paciente debilitado, astenia, fratura no fêmur, imóvel no leito e não se alimenta Febre nas articulações e bradicardia Plasil + Cimetidina + Buscopam Comp. + Comp. B Comp. B + Antietanol + Fluoxetina + Diazepam + Forfig Buscopam comp. + Bromoprida + Ranitidina + Comp. B + Vit. C + Voltarem + Dipirona Dipirona + Cefalexina + Luftal Interação na PORTO, 2011. eficácia e efeitos BPR-GUIA DE terapeuticos REMÉDIOS, 2011. Interação entre os PORTO, 2011. farmacos BPR-GUIA DE psicoativos REMÉDIOS, 2011. Interação com anti-hipertensiva e com benzodiazepínicos Não interação PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. houve PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. Comp. B Ranitidina Dipirona + Interação com PORTO, 2011. + anti-hipertensivo BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. Cefalotina Dipirona + Não interação houve PORTO, 2011. BPR-GUIA DE REMÉDIOS, 2011. P17 Cefaléia, dor Comp. B + Interação entre PORTO, 2011. abdominal e Dipirona + contraceptivo BPR-GUIA DE vômito Cefalexina REMÉDIOS, 2011. P18 Astenia Comp. B + Não houve PORTO, 2011. mediante Dipirona + interação BPR-GUIA DE esforço Gentamicina + REMÉDIOS, Hidrocortisona 2011. infecção. Os pacientes P2, P3, P4, P5, Em relação ao Quadro 2, o P8, P14 e P16 foram tratados conforme paciente P1 não foi tratado conforme a patologia. Por se tratar de uma sua patologia e sintomas de forma pneumonia deve-se considerar o uso de coerente, seguindo os princípios de um antimicrobiano e um expectorante indicação farmacoterapêutica de cada para facilitar a eliminação do muco, que habitualmente é gerado por este tipo de fármaco, apesar de não haver padronização dos medicamentos na Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (10-15), 2013 ISSN 18088597 unidade de saúde (PORTO, 2011). O paciente P6 além de não ser tratado todos os sintomas, como a fraqueza e a falta de apetite, sintomas, os quais não foi relatado há quanto tempo se perduravam,caracterizando PRM1 onde não está recebendo um medicamento que necessita, houve interação entre o enalapril que é um medicamento de uso crônico para hipertensão, com os antiinflamatórios prescritos no hospital, repercutindo na redução do efeito antihipertensivo e natriurético do enalapril, sendo necessário o monitoramento da pressão arterial, e uma reavaliação do paciente e do prontuário, para corrigir o PRM encontrado, e propor para o médico o uso de um antiinflamatório e analgésico, que afete com menor intensidade o efeito do enalapril como o ácido acetilsalicílico e o paracetamol. No paciente, P7 o uso do plasil foi desnecessário, visto que, não houve relatos ou queixas sobre vômitos na anamnese e/ou no prontuário, representando um PRM2, assim como a situação do paciente P9 que utilizou antibiótico desnecessário e/ou sem comprovação diagnóstica, pois de acordo com o prontuário de internação o paciente não apresentou febre, e durante a anamnese não descreveu qualquer queixa ou sintoma que justificasse a antibióticoterapia. Frente a esta situação é interessante lembrar que o uso indiscriminado e/ou desnecessário pode acarretar problemas sérios, como mascarar e retardar diagnósticos, além de facilitar o aparecimento bactérias resistentes (MACHUMA, 2003). No quadro do Paciente P10 à aminofilina em associação com hidrocortisona pode ter efeito aditivo com relação às concentrações séricas do potássio, pois ambos causam hipocalcemia que pode provocar excitabilidade muscular que traduz-se inicialmente por tremores de extremidades, assim como também provocar o aumento do fluxo de cálcio do osso para a corrente sanguínea (HAUACHE, 2007). Podendo também ocorrer sinais de hepátotoxicidade da aminofilina. No caso da aminofilina e fenoterol, tanto nos níveis plasmáticos da aminofilina, hipocalcemia e arritimias, podem aumentar ou diminuir, como casos já relatados, tornado-se necessária a monitoração do paciente durante a administração concomitante para um possível ajuste de dosagem. Este paciente é tabagista, desta forma ocorre a interação com a aminofilina, pois a nicotina pode diminuir a concentração plasmática da aminofilina. A interação entre a cimetidina e a aminofilina é uma interação de risco, aumentando os níveis plasmáticos da aminofilina em 50 a 100%, podendo apresentar efeitos adversos como palpitação, taquicardia, náuseas e tremor, considerando o aumento dos níveis plasmáticos da nicotina, provocado pela cimetidina e o fato do paciente ser fumante, seria uma boa alternativa substituir a cimetidina pela ranitidina (PORTO, 2011). Já o paciente P11 a cimetidina não deve ser administrada no mesmo horário que o plasil, pois há redução da eficácia da cimetidina. Devendo ser administrado com no mínimo 2 horas de diferença da cimetidina, para depois administrar o plasil, evitando a interação medicamentosa. A cimetidina juntamente com o buscopam composto ocorre uma discreta redução da cimetidina sem significado clínico. O paciente utiliza assert (cloridrato de sertralina), o qual por interação com o buscopam composto, aumenta o risco de sangramento do Trato Gastrointestinal (TGI). E a utilização do assert (cloridrato de sertralina), com o plasil pode desenvolver síndrome serotoninérgica e reações extrapiramidais severas. No paciente P12 o tratamento está correto, apesar de não ser convencional e não apresentar Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (11-15), 2013 ISSN 18088597 protocolo. A interação entre diazepam 10mg e fluoxetina 20mg, causando aumento dos efeitos dos benzodiazepínicos (sonolência, tontura, ataxia, hipotensão arterial), sendo necessário observar o risco – beneficio, para verificar se há necessidade de reduzir a dose do diazepam. Por se tratar de um paciente tabagista e etilista, ocorre mais interações com o diazepam, pois, o tabaco reduz o efeito terapêutico do diazepam, já as bebidas alcoólicas aumentam os efeitos depressores centrais do diazepam e do álcool. Além de o diazepam causar interação com bebidas cafeínadas (refrigerantes de cola, chá mate e café) reduzindo os efeitos do diazepam. Paciente P13 é hipertensa e utiliza o propranolol, que associado com o diazepam, os efeitos benzodiazepínicos podem aumentar, por exemplo, o efeito sedativo aumentado. O propranolol utilizado com o voltarem causa diminuição da atividade hipotensora. O uso do diazepam com o omeprazol aumenta os níveis séricos dos benzodiazepínicos, principalmente do idoso, podendo causar sedação excessiva, fraqueza, tontura, distúrbios cognitivos e motores, e ataxia. Substituir o diazepam pelo lorazepam seria a melhor alternativa já que possui menor risco de interação. O paciente P15 utiliza captopril o qual pode interagir com a dipirona causando diminuição do efeito antihipertensivo e natriurético do captoril. Já a paciente P17 foi tratada conforme os sintomas, entre os medicamentos prescritos durante a interação não houve interação. Porém a paciente utiliza selene (Etinilestradiol + Acetato de ciproterona), e ele associado com cefalexina, ocorre interação, reduzindo a eficácia do contraceptivo. E o paciente P18 utilizou o antibiótico e o corticosteróide de forma desnecessária conforme os sintomas apresentados, podendo caracterizar PRM2 onde utilizou um medicamento de que conforme os dados aparentemente não necessitava, porém não houve interação. Figura 5Doenças predominantes nos hospitalizados. crônicas pacientes Dentre as doenças crônicas, a patologia mais comum encontrada foi a hipertensão com 34% (n=3), seguida da bronquite 22% (n=2), cardiopatia 11% (n=1), cólicas de rins 11% (n=1), distúrbio da tireóide 11% (n=1) e mal de Parkinson 11% (n=1). A paciente P6 sofreu interferência na terapêutica contínua do enalapril, pois durante sua internação foi prescrito buscopam composto e voltarem, ambos reduzem o efeito antihipertensivo e natriurético do enalapril (Figura 5). A paciente P15, a qual possui hipertensão e mal de Parkinson sofreu interferência do medicamento prescrito durante sua internação com suas patologias crônicas, pois a dipirona reduz a eficácia do anti-hipertensivo captopril, prejudicando a continuidade da terapêutica hipertensiva (Figura 5). Figura 6Medicamentos mais utilizados a domicílio pelos pacientes hospitalizados. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (12-15), 2013 ISSN 18088597 Conforme a figura 6, os medicamentos mais utilizados a domicílio pelos pacientes hospitalizados são os analgésicos com um percentual de 24% (n=5) tais pacientes mostraram que fazem o uso destes medicamentos sempre que sentem algum sintoma de dor, sem necessariamente passar por uma consulta para analisar o que realmente tem e qual o melhor medicamento, para assim evitar o uso abusivo e irracional de medicamentos, este índice segue proporcionalmente às patologias crônicas, como podem ser observadas na figura 5, representando um percentual de 19% (n=4) dos broncodilatadores e 14% (n=3) dos antihipertensivos, seguido do uso de 9% (n=2) de antimicrobianos e antidepressivos. E as demais classes de medicamentos com uma parcela de 5% (n=1), representando os antitireoidianos, antiparkinsonianos, antivertiginosos, anticoncepcionais e antiarrítmicos. 4 Conclusão Dentre os prontuários analisados, pode-se destacar que foram poucas as interações medicamentosas ocorridas, porém significativas, pois alteraram a resposta farmacológica efetiva dos fármacos utilizados. Evidenciando assim, o trabalho do farmacêutico, que propicia uma maior adesão do paciente ao tratamento e aos regimes farmacoterapêuticos, minimizando custos nos sistemas de saúde ao acompanhar e monitorar reações adversas, interações medicamentosas e problemas relacionados a medicamentos (PRM’s), proporcionando melhora na qualidade de vida dos pacientes (ANTUNES, 2008). Existem trabalhos enfatizados por autores que descrevem a agilidade na análise das prescrições, redução do tempo de internação e dos erros de medicação, os cortes em gastos desnecessários, como vantagens da presença deste profissional no ambiente hospitalar (SHEN et al, 2003). A Política Nacional de Medicamentos brasileira almeja transcrever para a realidade, o uso racional de medicamentos. Prática que integra vários processos que compreende a disponibilidade e o fácil acesso a consultas médicas, a prescrição apropriada, preços acessíveis, a dispensação adequada e bem orientada, para o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no tempo de tratamento adequado para garantir, eficácia, segurança e qualidade dos medicamentos. A implementação desta técnica tem por objetivo aperfeiçoar o atendimento, contribuindo expressivamente com a redução de gastos. Ao contrário, o uso irracional de medicamentos pode trazer efeitos adversos, eficácia limitada, resistência a antibióticos e farmacodependência, resultando em agravos à saúde dos usuários, que podem ser até irreversíveis. Entre os pretextos que colaboram para o uso irracional de medicamentos destacam-se as promoções e às estratégias de vendas das empresas farmacêuticas, não se esquecendo do papel essencial do medicamento na atualidade. (OENNING; OLIVEIRA; BLATT, 2011). Sabe-se que a poliquimioterapia é uma prática comum nos hospitais, contudo tal estratégia carece de uma atenção especial, pois o risco de interação medicamentosa aumenta a cada fármaco inserido na terapêutica (SILVA et al, 2010). A dispensação é uma das últimas oportunidades de constatar, corrigir ou reduzir possíveis riscos à terapêutica medicamentosa, independentemente de ser em ambiente hospitalar ou ambulatorial, pois, na dispensação o farmacêutico deve complementar as informações passadas pelo médico ao paciente, sobre os medicamentos Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (13-15), 2013 ISSN 18088597 prescritos, sobre cuidados na administração e conservação, além das orientações não farmacológicas, cooperando com o uso racional de medicamentos e melhora do quadro clínico do paciente, exercendo um importante papel na utilização correta dos medicamentos (OENNING; OLIVEIRA; BLATT, 2011). A Atenção Farmacêutica próativa trabalha em prol da qualidade de vida do paciente, e demanda que o farmacêutico seja um generalista, ou seja, tenha em seu alicerce profissional, embasamento científico de diversas áreas, assim como também base filosófica e social, para um atendimento mais humanitário. Buscando a concepção clínica de sua atividade e a integração e colaboração com os demais integrantes da equipe de saúde, cuidando diretamente do paciente, tendo-o como o centro de sua atenção, sendo o mais importante beneficiário das ações do farmacêutico e de toda a equipe de saúde (PEREIRA; FREITAS, 2008). Referências bibliográficas AMARAL, G. F. et al. Sintomas depressivos em acadêmicos de medicina da Universidade Federal de Goiás: um estudo de prevalência. Revista Psiquiátrica, v.30, n.2, p. 124-130. ago. 2008. ANTUNES, Michele de Oliveira. A evolução da intervenção farmacêutica hospitalar: o papel atual do farmacêutico no universo hospitalar. 2008. 23 f. Dissertação (Especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares) - Curso de Formação de Oficiais do Serviço de Saúde. Escola de Saúde do Exército, Rio de Janeiro, 2008. BARROS, J. L; SANTOS, T. O. Conceito e desafios. 2008. 24 f. 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