TURMAS: 7ARQN 1 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ

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TURMAS: 7ARQN 1
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ARQUITETURA E URBANISMO NO BRASIL II
PROFª FÁTIMA ANDRADE PELAES
Modernismo no Brasil
Sentindo a necessidade de uma renovação definitiva no panorama arquitetônico nacional,
com vistas a uma homogeneização da paisagem urbana, em meados da década de 20 se forma um
grupo de profissionais em torno da figura do russo Gregorio Warchavchik, contratado pelo grupo
Simonsen para trabalhar na cidade de São Paulo, e seu primeiro projeto foi o da Casa Modernista.
Este grupo de arquitetos colocou o Brasil entre os principais expoentes internacionais da indústria da
construção civil.
O grupo vinha inspirado pela arquitetura de Le Corbusier, Walter Gropius, Mies Van der Rohe
e Frank Lloyd Wrigth, e se ligava a movimentos estéticos como o Futurismo e o Modernismo
Brasileiro das artes plásticas e literatura. Participaram deste período revolucionário Affonso Eduardo
Reidy, Carlos Leão, Ernâni Vasconcelos, Jorge Moreira, Lucio Costa e acima de todos Oscar Niemeyer,
cuja brilhante produção ao longo de uma extensa e frutífera carreira o coloca como um dos gênios da
arquitetura de todos os tempos.
A visita de Le Corbusier ao Brasil em 1929, e sua posterior contratação pelo governo
brasileiro em 1936 para dar assessoria ao projeto do prédio do antigo Ministério da Educação e
Saúde no Rio colocaram o modernismo em evidência, e logo ele veio a se tornar uma espécie de
estilo oficial, de cariz um tanto autoritário e centralizador, cujo coroamento foi a construção de
Brasília na década de 50, um projeto conjunto de Costa e Niemeyer de tamanha importância,
influência e impacto que foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO.
O modernismo trouxe avanços radicais à estética e à técnica de construção, onde
predominam linhas geométricas simples e puras, mas muitas vezes ousadas, e o concreto armado, o
aço e o vidro assumem papel de destaque. Os principais elementos da estética Corbusiana se
resumem da seguinte forma:
- Planta livre: elaboração de uma estrutura independente que permita a livre distribuição das
paredes, já sem exercerem função estrutural.
- Fachada livre: resulta igualmente da independência da estrutura. Assim, a fachada pode ser
projetada sem impedimentos.
- Pilotis: sistema de pilares que elevam o prédio do chão, permitindo o trânsito por debaixo
do mesmo.
- Terraço-jardim: recupera a área ocupada pelo edifício transferindo-o para cima do prédio
na forma de um jardim.
- Janelas em fita: possibilitadas pela fachada livre, permitem uma relação desimpedida com a
paisagem.
Outros arquitetos brasileiros também seguiram os princípios de Le Corbusier, deixando uma
contribuição significativa no cenário nacional. Dentre eles estão Henrique Mindlin, Carmen Portinho,
Francisco Bolonha, Sérgio Bernardes (Rio), Flávio de Carvalho, Álvaro Vital Brazil, Rino Levi, Oswaldo
Bratke e Vilanova Artigas (São Paulo), Luís Nunes, Burle Marx e Delfim Amorim (Recife), Diógenes
Rebouças e José Bina Fonyat (Salvador).
Notas de Aula ..................................................................................................Professora Fátima Andrade Pelaes
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A segunda geração moderna
Na década de 50, e em especial após a construção de Brasília, surge uma tendência
alternativa ao "Corbusierismo", buscando uma aproximação com fontes vernáculas, e diferenças e
necessidades regionais começam a se fazer presentes de forma incontestável, e passam a ser usados
materiais tipicamente regionais como a cerâmica e o tijolo aparente nas construções. Criadores
como Lina Bo Bardi, Luiz Paulo Conde, Severiano Mário Porto, Francisco de Assis Reis e Jaimer Lerner
iniciam um processo de crítica e revisão dos princípios do modernismo ortodoxo e adotando
conceitos flexibilizadores do agudo racionalismo das décadas anteriores. Com isso a unidade de
pensamento arquitetônico que havia se formado em torno da influência de Corbusier se quebra, e
surgem adaptações e releituras do repertório formal protomodernista e modernista.
Pós-modernismo e contemporaneidade
A partir da década de 70 começam a se tornar patentes sérios problemas de urbanismo
ligados à crescente densidade populacional nas grandes cidades e à sua intensa verticalização.
Particularmente em anos recentes tem havido grande demanda por habitação popular e especulação
imobiliária, com conseqüente proliferação de espigões de estrutura "genérica" ou impessoal,
rebaixamento na qualidade de vida, impacto ambiental negativo, infra-estruturas sanitárias e de
abastecimento hídrico e elétrico insuficientes, perda do senso de escala humana nos prédios, vias de
tráfego congestionadas, expansão dos cinturões de pobreza em torno dos grandes centros,
degradação do ambiente social e uma série de problemas associados. Embora sejam questões mais
diretamente ligadas ao urbanismo, a arquitetura desempenha um papel decisivo neste processo, e as
projeções da ONU, apontando que em 2030 60% da população mundial viverá em cidades, forçam
uma reavaliação urgente na tipologia das construções e sua adequação às realidades locais com
vistas a uma sustentabilidade da urbanização futura.
Face a estes desafios os dogmas modernistas, suas soluções homogeneizadoras e sua
estética fria, descolorida e impessoal baseada no concreto aparente são abandonados em uma busca
de resultados humanos, sociais, estéticos e funcionais mais satisfatórios, calorosos e mais adequados
à realidade contemporânea em sua imensa e fluida complexidade. Algumas das soluções sugeridas
são no sentido de se criarem pólos de urbanização compacta mas com ênfase no uso misto e
multifuncional dos espaços e edifícios, com prioridade para a circulação de pedestres e bicicletas,
favorecendo áreas com possibilidade de reurbanização, mantendo-se a preocupação com a
conservação dos recursos naturais e incentivando a participação popular num processo de
autodeterminação de decisões oficiais básicas relativas ao urbanismo e à arquitetura urbana.
Neste complexo desenvolvimento recente a tecnologia de ponta (high-tech) tem servido à
elaboração de uma vasta gama de soluções formais criativas e ousadas, muitas vezes fazendo uso de
um vocabulário formal historicista, impensável para a geração anterior, numa espécie de novo
ecletismo onde os prédios descombinam formas, cores e materiais, assinalando sua multivalência,
complexidade e contradição com total liberdade de leitura.
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Le Corbusier e o projeto do Ministério da Educação
Um projeto que se fundametava em princípios que defendera há sete ou oito anos e que não
mais o sastifaziam integralmente. Estava convencido de que o monobloco era solução mais
apropriada que a disposição clássica de várias alas em torno de um pátio. A criação de um espaço
contínuo, com a construção de edifícios sobre pilotis, era apenas um passo no sentido da máxima
libertação do solo e sua conseqüente utilização como área verde.
No caso do Ministério da Educação e Saúde, era evidente o propósito de criar um edifício
predominantemente horizintal. O terreno original, que pouco mais tarde qualificaria de “terreno
dujo dentro do bairro dos negócios” não lhe convinha, pois era acanhado para abrigar o edifício com
as dimensões que julgava necessárias, premissa que manteve mesmo quando confirmado o uso
desse terreno.
Partindo do esboço elaborado para o terreno original, Lúcio Costa e equipe reexaminaram o
problema, empenhando-se em aplicar os princípios que haviam orientado Le Corbusier quando da
elaboração do primeiro projeto. Assim, dispuseram o bloco principal no sentido de largura do
terreno, ou seja, perpendicular à Av. Graça Aranha (e não mais paralelo, conforme fizera Le
Corbusier), recuperando desta maneira a orientação e a vista para a baía, anteriormente
preconizadas.
A criação do Ministério da Educação e da Saúde Pública deu-se no âmbito do governo Getúlio
Vargas e de seu projeto de centralização e modernização da máquina pública. O intelectual Gustavo
Capanema, ligado a diversos artistas de vanguarda, também tinha em mente o desenvolvimento de
um novo projeto cultural para o país: a apropriação por parte do governo (e, especialmente, por
parte do Estado Novo alguns anos depois) das novas estéticas artísticas internacionais
corresponderia adequadamente ao desejo de propagar o progresso e a modernização do país. Neste
sentido, o modernismo de uma forma geral e a arquitetura moderna em específico viriam a se tornar
sinônimos, do ponto de vista ideológico, de um Estado moderno, centralizado e eventualmente
autoritário e eficiente.
Tendo isto em mente quando da criação do Ministério, foi proposta a realização de um
concurso nacional de projetos arquitetônicos para escolha dos profissionais que viriam a desenhar e
construir o seu edifício-sede. Porém, o júri apontado para analisar as propostas possuía caráter
conservador e academicista, o que levou à escolha do projeto do arquiteto eclético Archimedes
Memoria.
Tal projeto possuía caráter monumental e historicista, o que teria desagradado fortemente o
ministro Capanema: este, mesmo legitimando o vencedor e pagando-lhe o prêmio do concurso,
chamou o então ex-diretor da Escola Nacional de Belas Artes, o arquiteto Lucio Costa, para compor
uma nova equipe e desenvolver um projeto com o caráter desejado de modernidade. Lucio Costa
montou uma equipe formada por Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Affonso Eduardo Reidy e com
participação do então estagiário Oscar Niemeyer e do paisagista Roberto Burle Marx. Tal era a
euforia da equipe (formada essencialmente por arquitetos jovens e desejosos de novas experiências
arquitetônicas) em projetar algo novo, dado que poucos arquitetos modernistas em todo o mundo
tinham-se visto em igual situação (a de projetar um edifício moderno para um Ministério), que Costa
permitiu-se pedir a assessoria do franco-suíço Le Corbusier Corbusier.
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Encantado com a configuração da Baía de Guanabara, propôs que tal projeto fosse
implantado junto ao mar, ao invés da localidade em que se encontrava (no centro do Rio de Janeiro),
mas tal pedido foi negado. No entanto, a influência de seu pensamento no projeto final da equipe
era nítida: verificavam-se aí enunciados praticamente todos os princípios de modernidade que
Corbusier viria a sistematizar na Europa. Seu revestimento externo é decorado por azulejos de
Cândido Portinari, além de pinturas de Alberto Guignard, Pancetti e esculturas de Bruno Giorgi,
Jacqques Lipchltz e Celso Antônio Silveira de Menezes.
O atual Edifício Gustavo Capanema ou Palácio Capanema (também largamente conhecido
pelo seu uso original, o Ministério da Educação e Saúde Pública, ou ainda como MESP) é um edifício
público localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro, à Rua da Imprensa, número 16.
O edifício é considerado um marco no estabelecimento da Arquitetura Moderna Brasileira,
tendo sido projetado por uma equipe composta por Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer,
Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos e Jorge Machado Moreira, com a consultoria do
arquiteto franco-suíço Le Corbusier. O edifício utiliza integralmente os 5-pontos corbusianos. Foi
construído em um momento no qual o Estado intentava passar uma sensação de modernidade ao
país, o que se refletiu tanto no projeto do edifício quanto no contexto histórico em que se insere. A
construção ocorreu entre 1936 e 1945 e o edifício foi entregue em 1947.
O projeto procura seguir de modo bastante fiel as recomendações de Le Corbusier para o
que ele considerava uma "nova arquitetura": seu bloco principal está suspenso sobre pilotis, possui a
estrutura portante livre das paredes e divisórias internas, e está vedado por cortinas de vidro. Foi um
dos primeiros edifícios, em todo o mundo, a fazer uso do recurso do brise-soleil (quebra-sol) a fim de
evitar a incidência direta de radição solar em sua fachada norte.
O edifício possui 14 andares sobre o térreo (em pilotis), o qual possui um pé-direito
monumental de mais de nove metros de altura. A implantação acontece de forma a criar no terreno
(o qual ocupa um quarteirão inteiro no centro do Rio de Janeiro) uma praça pública que tem no
pavimento térreo do edifício um elemento de permeabilidade, ou seja, permite a passagem
desimpedida de pedestres sob o prédio. Do bloco principal projeta-se a ala do auditório, no nível
térreo e uma marquise na posição oposta, sobre a qual foram projetados por Roberto Burle Marx o
terraço-jardim do edifício.
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