1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS DE SANTA HELENA COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MANUAL DE PRÁTICAS LABORATORIAIS - QUÍMICA GERAL APLICADA Prof.ª Dr.ª Adriana Maria Meneghetti Prof.ª Dr.ª Jociani Ascari SANTA HELENA – PR Fevereiro – 2017 2 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Câmpus Santa Helena Licenciatura em Ciências Biológicas Disciplina: Química Geral Aplicada – Profª Jociani Ascari Carga Horária Total: 80 h Regras Gerais: OBRIGATÓRIO o uso do jaleco, óculos de segurança e luvas (calça e calçado fechado); Deverá ser item constante a caneta marca vidro; Antes dos experimentos, é importante a leitura da aula prática; Os relatórios das aulas práticas deverão ser entregues sempre na aula seguinte à aula prática. 3 01 – PRÁTICA: NORMAS DE SEGURANÇA - MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO DE QUÍMICA 1 Procedimentos e Normas de Segurança no Laboratório. Abaixo estão relacionadas algumas normas que objetivam um trabalho laboratorial seguro. Somada a essas normas, deve ser utilizada a intuição e o bom senso para reconhecer perigos em potencial. Familiarizem-se com os equipamentos de segurança do laboratório, tais como: extintor de incêndio, cobertores para abafar fogo, chuveiro de emergência, lava olhos e caixa de primeiros socorros, perguntando sobre sua localização e seu funcionamento ao responsável pelo laboratório. Regra geral: TODA SUBSTÂNCIA DESCONHECIDA É POTENCIALMENTE PERIGOSA, ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO. Assim, o máximo cuidado deve ser empregado ao manusear qualquer substância química. A toxidez das substâncias químicas varia enormemente, e nem todas as substâncias, mesmo as mais usualmente empregadas, tiveram seus aspectos toxicológicos suficientemente estudados. Portanto, todo cuidado é pouco. Além disso: 1. Laboratório é um lugar de trabalho sério. 2. No laboratório deve-se trabalhar uniformizado, jaleco branco, de preferência longo e com mangas compridas para proteção das pernas e braços. Calçados muito abertos não são aconselháveis para o uso em laboratórios, pois vidros quebrados e produtos químicos (p. ex. ácidos concentrados) podem cair ou formar uma poça no chão. 3. Estudar as experiências antes de executá-las. Realizar as experiências cuidadosamente, registrando as técnicas desenvolvidas e os resultados obtidos em um caderno apropriado. 4. Não utilizar lentes de contato durante o trabalho no laboratório. No caso de qualquer reagente químico entrar em contato com os olhos, lavá-los com água em abundância. 5. Não fumar no laboratório. Não deixar frascos de substâncias inflamáveis próximos ao fogo. 6. Em várias práticas, é necessário aquecer soluções em tubos de ensaio. Nunca aplicar calor no fundo do tubo e deixá-lo estático. Deve-se aplicar calor na região do tubo correspondente ao nível superior da solução e com movimentos suaves. Deve-se tomar cuidado quanto à direção para onde o tubo está voltado, evitando colocá-lo na direção de sua face ou de um colega. 4 7. Realizar somente as experiências prescritas ou aprovadas pelo professor. As experiências não autorizadas são proibidas. Não trabalhar jamais sozinho no laboratório. 8. Deve-se trabalhar com quantidades indicadas e, se possível, reduzidas de substâncias, evitando desperdícios de reagentes, material, gás, luz, etc. Além disso, ao final da prática, não descarte na pia os resíduos gerados, nem os misture, reserveos em frascos adequados e rotulados, indicados pelo professor. 9. Não tocar os produtos químicos com as mãos, a não ser que isso lhe seja expressamente indicado. Não ingerir líquidos ou alimentos dentro do laboratório. Lavar bem as mãos antes de sair. 10. Quando se prepara uma solução ou quando se faz uma diluição, deve-se usar água destilada. 11. Verificar cuidadosamente o rótulo do frasco que contém um dado reagente antes de tirar dele qualquer porção do seu conteúdo. Ler o rótulo duas vezes para se certificar de que tem o frasco certo. 12. Deve-se tomar o máximo de cuidado para não contaminar os reagentes. As substâncias que não chegarem a ser usadas nunca devem ser colocadas de volta no frasco de onde foram retiradas. Por isso, procure retirar apenas alíquotas suficientes para o uso. 13. A abertura, bem como a manipulação de frasco contendo substâncias que produzem vapores deve ser realizada na câmara de exaustão (capela). Todas as reações onde houver desprendimento de gases tóxicos deverão ser executadas também na capela, assim como a evaporação de soluções ácidas, básicas e amoniacais. 14. Quando não se sabe a voltagem de um aparelho, deve-se olhar nele a placa indicativa ou procurar saber com o professor ou técnico responsável. 15. Manter sempre limpa a aparelhagem e a mesa de trabalho. Evitar derramamentos, mas, caso ocorra, efetuar a limpeza imediatamente. Havendo quebra de material por motivos alheios ao desenvolvimento da prática, o responsável deverá repor o equipamento. 16. Ao deixar o laboratório, verificar se as torneiras de gás estão fechadas e se todos os equipamentos utilizados estão devidamente desligados. 17. Se ocorrer algum acidente, chamar o professor imediatamente. 18. É expressamente proibida a retirada de vidrarias, materiais ou reagentes dos laboratórios pelos alunos, salvo em casos em que haja requerimento pelo professor, formal e por escrito, encaminhado ao setor responsável. 5 19. Sempre que você proceder a diluição de um ácido concentrado, ADICIONE-O LENTAMENTE, SOB AGITAÇÃO, SOBRE A ÁGUA E NUNCA O CONTRÁRIO. 20. Jogue todos os sólidos no recipiente a eles destinado (lixo). Nunca jogue nas pias, pedaços de papel, palitos de fósforos ou qualquer tipo de sólido, ainda que ligeiramente solúvel. 21. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco diretamente sob o nariz. Desloque com a mão em sua direção, os vapores (ou gases) que se desprendem do frasco. 22. Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite aquecimento prolongado ou que desenvolva grandes quantidades de energia. 23. Ao introduzir tubos de vidro em rolhas, umedeça-os convenientemente e enrole a peça de vidro numa toalha para proteção das mãos. 24. Ao se retirar do laboratório, verifique se há torneiras (água ou gás) abertas. Desligue todos os aparelhos, deixe todo o equipamento limpo e lave as mãos. 25. Faça apenas a experiência prevista; qualquer atividade extra não deve ser realizada sem a prévia consulta ao professor. 26. Procure não usar roupas de tecido sintético, facilmente inflamáveis. 27. Não pipetar nenhum tipo de produto com a boca. 28. Lembre-se sempre que o laboratório é um local de trabalho sério. 29. No laboratório não se fala alto e anda-se o mínimo possível para não perturbar o ambiente de trabalho. 30. Seguir rigorosamente as instruções especificadas pelo professor. 2 Materiais e Equipamentos básicos de laboratório. A execução de qualquer experimento na Química envolve geralmente a utilização de uma variedade de equipamentos de laboratório, a maioria muito simples, porém com finalidades específicas. A seguir, são listados os equipamentos de uso mais freqüente em laboratórios químicos. O emprego de um dado equipamento ou material depende dos objetivos e das condições em que a experiência será executada. Contudo, na maioria dos casos a seguinte divisão pode ser feita: 6 A) Material de vidro: Tubo de ensaio: utilizado para efetuar transferência de líquidos de um reações químicas em pequena frasco para outro ou para efetuar escala. Pode ser aquecido com filtrações simples. principalmente movimentos circulares sob Funil de vidro: utilizado na a chama do Bico de Bunsen. Béquer: recipiente com ou sem Vidro graduação, o geralmente para cobrir béqueres soluções, contendo soluções e finalidades utilizado preparo de aquecimento para de líquidos, de relógio: usado diversas. recristalizações, etc. Erlenmeyer: frasco utilizado para Pesa-filtro aquecer líquidos ou para efetuar recipiente destinado à pesagem titulações. de sólidos. Kitassato: frasco de paredes Dessecador: espessas, saída armazenamento de substâncias lateral e usado em filtrações sob quando se necessita de uma sucção (a vácuo). Utilizado em atmosfera com baixo teor de conjunto com o funil de Büchner umidade. Também utilizado para munido de ou Picnômetro: utilizado substâncias no pode ser manter as sob pressão reduzida. Balão de fundo Florence: frasco chato ou destinado a armazenar líquidos. Bastão equipamento separação: para separar líquidos não miscíveis. Balão de Utilizado em sistemas de refluxo e líquidos. Quando envolvido em evaporação a vácuo, acoplado a uma de suas extremidades por um evaporador rotativo. e vidro: de na agitação de Funil usado transferência de fundo redondo: um tubo de látex é empregado na remoção quantitativa de precipitados. Balão Volumétrico: recipiente Condensador: calibrado, de precisão, destinado destinado à condensação de a conter um determinado volume vapores, em destilações ou de aquecimento sob refluxo. líquido, a uma dada temperatura; utilizado no preparo de soluções de concentrações definidas. equipamento 7 Proveta ou Cilindro graduado: Bureta: equipamento calibrado frasco para medida precisa de volume com destinado graduações, a aproximadas medidas de volume de líquidos de líquidos. Permite o escoamento do líquido e é muito utilizado em titulações. Pipeta: equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Existem dois tipos de pipetas: pipeta graduada (a) e pipeta volumétrica (b). A primeira é utilizada para escoar volumes variáveis e não pode ser aquecida, a segunda para escoar, medir volumes fixos de líquidos. B) Material de porcelana: Funil de Büchner: utilizado em Cápsula de porcelana: usada filtrações por sucção, devendo para ser acoplado a um kitassato. líquidos. Almofariz e pistilo: destinados à Cadinho de porcelana: usado pulverização de sólidos. Além de para calcinação de substâncias. porcelana, podem ser feitos de ágata, vidro ou metal. C) Material metálico: Suporte (a), mufa (b) e garra (c): peças metálicas usadas para montar aparelhagens em geral. Pinças: peças de vários tipos, como Mohr (a) e Hofmann (b), cuja finalidade é impedir ou reduzir o fluxo de líquidos ou gases através de tubos flexíveis. Existe um ou usado principalmente como suporte em aquecimento de cadinhos (c). efetuar evaporação de 8 Tripé de Ferro: usado como Tela de amianto: utilizada suporte, principalmente de telas e para triângulos. uniformemente distribuir o calor, durante o aquecimento de recipientes de vidro à chama de um bico de gás. Bico de gás (Bunsen): fonte de Banho de água ou banho- calor destinada ao aquecimento maria: de materiais não inflamáveis aquecimento até cerca de utilizado para 100ºC. Argola: usada como suporte para Triângulo de ferro com funil de vidro tipo de pinça usado porcelana: para segurar objetos aquecidos. suporte para funil ou tela usada como metálica. Espátula: usada para transferir Garra para condensador: substâncias sólidas. usada para prender o condensador à haste do suporte ou outras peças como balões, erlenmeyers. D) Material diversos: Suporte para tubos de ensaio Pipetador Instrumento sugar segurar tubos de ensaio. instrumento determinação frasco usado para com a Analítica: preciso de de massa (pesagem). lavador: Centrífuga: instrumento frasco geralmente contendo água que serve para acelerar a destilada, outros sedimentação de sólidos solventes, usado para efetuar a em suspensão em líquidos. lavagem álcool de ou recipientes pipeta. Balança ou Pera: líquidos Pinça de madeira: utilizada para Pisseta e ou materiais com jatos do líquido nele contido. Estufa: equipamento empregado Mufla ou forno: utilizada na secagem de materiais, por na aquecimento, em geral até 200 substâncias, ºC. calcinação aquecimento de por em altas temperaturas (até 1000ºC ou 1500ºC). 9 02 – PRÁTICA: NORMAS PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS FORMATAÇÃO: Papel formato A4; Margens 2,5 cm na parte superior e inferior e 3,0 cm no lado esquerdo e no lado direito. Espaço entre linhas de 1,5 cm e 2 espaços simples entre o título e o texto e 1,5 cm entre o subtítulo e o texto. Fonte Arial 11. As páginas capa e contracapa não devem ser paginadas. A página deve ser numerada no canto superior direito. Um relatório, em geral, é composto de sete partes: TÍTULO, INTRODUÇÃO, OBJETIVO, MATERIAL E MÉTODOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO, CONCLUSÃO e REFERÊNCIAS. TÍTULO: através de um título, que pode ser o mesmo já contido no material referente à experiência, deve-se explicitar o problema resolvido através da experiência realizada. 1 INTRODUÇÃO: Deve ser feita uma revisão de literatura breve, com citações dos trabalhos mais importantes feito sobre o assunto. Exemplo: As medidas analíticas quantitativas também desempenham um papel fundamental em muitas áreas de pesquisa na química, geologia física e outras áreas da ciência (SKOOG et al., 2006). Segundo Mendham (2002), as vantagens do método são: precisa e acurada, fácil identificação. Também deve explicitar, de forma clara e breve, quais os princípios fundamentais que se baseiam os métodos utilizados no experimento. Deve conter informações teóricas sobre o assunto explorando várias literaturas que devem ser citadas à medida que são usadas no texto através de números ou por nome dos autores e relacionadas no item Referências Bibliográficas. Uma boa introdução deverá localizar o assunto de modo amplo, primeiramente, enfatizando sua importância e justificando o trabalho. Em uma segunda etapa, a introdução deverá ser mais específica com relação aos experimentos e métodos utilizados. O último parágrafo da introdução deve-se mencionar sucintamente o objetivo. 2 OBJETIVOS: Iniciar sempre com verbo no infinitivo: Analisar, Determinar. Exemplo: Determinar através da análise volumétrica uma solução padrão; 10 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS 3.2 REAGENTES 3.3 EQUIPAMENTOS - Tubos de ensaio - Água destilada - Banho-maria - Suporte para tubos de - NaOH 10%. - Balança semi-analítica ensaio - Bico de Bunsen - Sulfato de Cobre ( 0,1mol). - Pipeta de Pasteur - Banho de gelo - Espátula - Capela de exaustão 3.3 Procedimento Usar sempre verbo no passado ou infinitivo Exemplo: - Colocou-se, em um tubo de ensaio seco e limpo, 3 mL de formol e 0,5 mL de anilina. - Observou-se a formação do precipitado de trimetileno-trifenil-triamina. - Anotou-se os resultados na Tabela 01. Esta seção deve conter relatos exatos e claros de como foi feita a experiência, de modo que, baseada nestes relatos, qualquer pessoa possa repeti-la. Note que não basta copiar o procedimento experimental contido no material referente à experiência, pois, na melhor das hipóteses, toda forma de redação deverá ser mudada. Lembrar-se de que a forma deverá ser impessoal, usando voz passiva no tempo passado. Além disto, cada equipamento utilizado deverá ser claramente especificado. Assim, esta seção deverá conter só uma descrição detalhada de como a parte experimental foi realizada, sem que se inclua os resultados obtidos experimentalmente ou os cálculos realizados. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Apresentar os resultados e discutir com a literatura citada na introdução, ou seja, confrontar os seus resultados, comentando-se sobre sua adaptação ou não. Nesta parte do relatório, devem ser colocados os dados coletados durante a experiência e os cálculos realizados. Uma maneira eficiente e rápida de se registrar dados é sob forma de tabelas e gráficos que devem ser apresentadas no texto. Exemplo de apresentação dos resultados: A primeira etapa da prática foi a elaboração de reações com a anilina, que contem o grupo funcional amina. Os resultados das análises estão presentes na Tabela 1, abaixo. 11 Tabela 1- Teste químico para aminas Reação com Amostra Diazotação formol Amarelo e Precipitado Anilina liberação de gás branco Reação com β- Teste de naftol pH Laranjado 8 Exemplo de discussão: No teste de diazotação houve reação, pois, observou-se a liberação de gás N2 proveniente da reação com o ácido clorídrico e nitrito de sódio, onde o grupo funcional amina na anilina, é substituído por uma hidroxila, formando um fenol. Como mostrado na reação abaixo: Assim, comprova-se a presença do grupo funcional amina na anilina. 5 CONCLUSÃO: Deve ser clara, sucinta atender aos objetivos. 6 REFERÊNCIAS Apenas as que foram utilizadas no trabalho e em ordem alfabética. Exemplos Livros: VOGEL, A. I. Análise Orgânica; Ao Livro Técnico S.A.; 3a ed.; Vol. 1, 2, 3; 1984. RUSSEL, J.B. Química Geral. 2 ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2006, 560 p. YURKANIS, B. P. Química Orgânica. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. FELTRE, R. Química Orgânica. 6 Ed. São Paulo: Moderna, 2006. Internet: ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 15 de janeiro de 2014. Artigos de Revista FARONI, C. E.; FRANCO, H. C. J. Produtividade da cana-de-açúcar relacionada ao nitrogênio residual da adubação e do sistema radicular. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, v.42, n.2, p.249-256, fev. 2007. 12 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS DE SANTA HELENA COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS TÍTULO TRABALHO (Ex. PRÁTICA 01 – NORMAS DE SEGURANÇA - MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO) NOME DO GRUPO EM ORDEM ALFABÉTICA SANTA HELENA – PR Fevereiro – 2017 13 NOME DO GRUPO TÍTULO TRABALHO (EXEMPLO) PRÁTICA 01 – NORMAS DE SEGURANÇA E MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO) Relatório apresentado à disciplina de Química Aplicada para obtenção de nota parcial do 1º período do curso de graduação de Licenciatura de Ciências Biológicas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, sob a supervisão da Prof.ª Dr.ª Jociani Ascari. SANTA HELENA– PR Fevereiro – 2017 14 03 – PRÁTICA: TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO DE QUÍMICA 3.1 MEDIDAS DE MASSA DE SÓLIDOS A massa de um corpo é determinada por comparação com padrões de massas conhecidas, como a utilização de balanças. Embora se trate de medida de massa, o procedimento é comumente denominado de “pesagem”. Há uma grande variedade de balanças de laboratório, desde as mais grosseiras até as de mais alta sensibilidade. É comum se encontrar, por exemplo, balanças de escala tríplice, para determinação de massas até centenas de gramas, com precisão de ± 0,1g ou ± 0,01g, e balanças analíticas, para carga máxima de 160g, com precisão de ±0,0001g. a. Cuidados gerais com balanças de laboratório: As balanças são instrumentos delicados e caros que devem ser manejados com cuidado, para que permaneçam em boas condições de funcionamento. Recomendam-se os seguintes cuidados gerais: A balança deve ser mantida limpa. Caso algum material caia sobre o prato da balança ou outra parte da balança, deve ser imediatamente removido. Os reagentes não devem ser colocados diretamente sobre o prato da balança, mas em recipientes apropriados (pesa-filtro, béquer, vidro de relógio etc.) que devem estar limpos e secos. Os objetos a serem pesados devem estar em temperatura ambiente. Terminada a pesagem, os objetos devem ser removidos dos pratos e a balança deve ser zerada (caso venha ser utilizada novamente) ou desligada. b. Técnicas de determinação em massa: As balanças analíticas, mais utilizadas atualmente nos laboratórios, são balanças eletrônicas de um só prato. Além dos cuidados gerais mencionados no item anterior, estas balanças exigem precauções adicionais, tais como: Quando não estiver sendo utilizada, a balança deve ser mantida com as portas laterais fechadas e desligada. Quando o objeto a ser pesado é colocado ou retirado do prato, deve-se tomar cuidado de não bater com a espátula no frasco. Os objetos a serem pesados não devem ser pegos com a mão, mas com uma pinça ou uma tira de papel. O operador ou outra pessoa não deve se apoiar no balcão da balança, durante a pesagem. Geralmente, as balanças analíticas eletrônicas são de fácil operação e apresentam um procedimento padrão para a utilização, porém, recomenda-se consultar o manual da balança para obter instruções específicas sobre o seu uso, caso haja alguma dúvida. 3.2 MEDIDA DE VOLUME DE LÍQUIDOS De modo geral, para as medidas aproximadas de volumes líquidos, usam-se cilindros graduados ou provetas, enquanto para medidas precisas, usam-se pipetas, buretas e balões volumétricos, que 15 constituem o chamado material volumétrico. Aparelhos volumétricos são calibrados pelo o fabricante e a temperatura padrão da calibração é 20 ºC. A medida do volume do líquido é feita comparando-se o nível do mesmo com os traços marcados na parede do recipiente. A leitura do nível para líquidos transparentes deve ser feita na parte inferior do menisco, estando a linha de visão H do operador perpendicular à escala graduada (observe a figura abaixo), para evitar erro de paralaxe. (Leitura do menisco de um líquido.) a. Técnicas de uso de material volumétrico: Líquidos voláteis, tóxicos ou corrosivos não devem ser aspirados com a boca, em uma pipeta. Nestes casos a sucção deve ser feita usando-se um pedaço de tubo de borracha ligado a uma pêra de sucção. Ao se utilizar uma bureta, deve-se inicialmente verificar se ela está limpa e seca e com a torneira adequadamente lubrificada. A seguir, prende-se a bureta verticalmente em um suporte e adiciona-se o líquido até o acima de zero da escala. Abre-se a torneira e deixa-se escoar líquido suficiente para encher a ponta da bureta abaixo da torneira, tomando-se o cuidado de não deixar bolhas de ar. Acerta-se o zero. Coloca-se sob a bureta o frasco que vai receber o líquido e deixa-se o líquido escoar, gota a gota, geralmente a uma velocidade não superior a 10 mL por minuto. Controla-se a torneira da bureta com a mão esquerda e utiliza-se a mão de maior habilidade (geralmente a direita) para realizar leves movimentos de agitação na solução a se titulada. Após o escoamento da quantidade necessária de líquido, espera-se alguns segundos e lê-se o volume retirado. 3.3 Limpeza e secagem de material volumétrico Os aparelhos volumétricos devem estar perfeitamente limpos, para que os resultados das medidas possam ser reprodutíveis. Recomenda-se limpar o material com solução de detergente, enxaguá-la várias vezes com água de torneira e por último com jatos de água destilada. Verifica-se a limpeza deixando-se escoar uniformemente. Se não ficarem gotículas presas, a superfície está limpa. Caso seja necessário limpeza mais drástica, existem soluções especiais, como a mistura sulfocrômica ( dicromato de sódio em ácido sulfúrico concentrado), que é corrosiva e, por isso, exige muito cuidado no emprego. Para a secagem de material volumétrico, pode-se utilizar secagem comum, por evaporação à temperatura ambiente ou secagem em corrente de ar, por exemplo, ar aspirado por meio de um trompa de água e filtrado em algodão ou papel filtro. Uma secagem mais rápida pode ser obtida após enxaguar o material com álcool ou acetona. Caso não se disponha de tempo para secar as pipeta ou buretas, deve-se enxaguá-las repetidas vezes com pequenas quantidades do líquido que será usado para enchê-las, isto garante que não ocorra diluição da solução durante o uso. Material volumétrico não deve ser seco em 16 estufa, nem tampouco se aquecido, pois podem ocorrer mudanças nas escalas de volume e o material ficaria inutilizado. 3.4 Preparo de soluções Para preparar uma solução em balão volumétrico, primeiramente transfere-se ao mesmo o soluto ou a solução a ser diluída. Adiciona-se a seguir solvente até ¾ da capacidade total do balão. Misturam-se os componentes e deixa-se em repouso até atingir a temperatura ambiente, tendo o cuidado para não segurar o balão pelo o bulbo. Então, adiciona-se solvente até “acertar o menisco”, isto é, até o nível do líquido coincidir com a marca no gargalo. As últimas porções do solvente devem ser adicionadas com um conta-gotas, lentamente, e não devem ficar gotas presas no gargalo, fecha-se bem o balão e vira-o de cabeça para baixo várias vezes, agitando-o para homogeneizar se conteúdo. 3.5 Técnica de titulação Coloca-se um erlenmeyer a amostra a ser titulada, cuja massa ou volume deve ser conhecido com exatidão. Conforme o caso adiciona-se a seguir as substâncias que forem necessárias à titulação (solvente, indicador). Separadamente, coloca-se a solução que será usada como titulante em uma bureta, conforme as recomendações do item 3.2a. Acerta-se o zero. Em seguida, coloca-se o erlenmeyer sob a bureta e deixase o titulante escoar gota a gota. Controla-se a torneira da bureta com a mão esquerda e agita-se continuamente o erlenmeyer com a mão direita, observando-se atentamente a solução do erlenmeyer. Cada gota do titulante que cai na solução provoca uma alteração visual (geralmente mudança de cor), que desaparece com a agitação. Á medida que se aproxima o ponto final da titulação, a alteração demora mais tempo para desaparecer. Diminui-se então a velocidade de edição do titulante, de modo que a gota se misture completamente com a solução antes que caia a gota seguinte. Quando ocorrer uma alteração permanente na solução, interrompe-se a adição de titulante e lê-se o volume de líquido na bureta. 3.6 Secagem de substâncias sólidas A secagem de um sólido pode ser efetuada de várias maneiras, dependendo da natureza do mesmo e do tipo de quantidade de impurezas voláteis que devem ser removidas, bem como de fatores como o tempo e equipamento disponíveis. Nos casos mais gerais, a substância é colocada em uma cápsula, vidro de relógio ou pesa-filtro, e submetida a um dos seguintes processos: Secagem ao ar, à temperatura ambiente: expõe-se o sistema ao ar que sua massa não varie mais; Secagem por aquecimento, em banhos ou em estufa: aquece-se o sistema a uma temperatura apropriada (por ex. 5 a 10 ºC acima da temperatura de ebulição do líquido que impregna o sólido). Após o aquecimento, a substância é geralmente colocada em um dessecador para que volte à temperatura ambiente sem absorver umidade do ar. A maneira correta de se abrir um dessecador é segura-lo na base com a mão, a qual não se possui tanta força e coloca-se a mão a que se possui mais força, geralmente a direita, sobre a tampa do dessecador, fazendo força para que a tampa deslize abrindo o dessecador. Para manter uma atmosfera com baixo teor de humidade, o dessacador deve conter um agente desitratante na sua parte inferior e só 17 deve ser aberto quando houver necessidade, os principais usados em dessecadores dão sílica-gel ou cloreto de cálcio anidro. 3.7 Princípios básicos A química é uma ciência basicamente experimental. O estabelecimento de teorias e leis fundamentais da natureza e do comportamento da matéria dependem de medidas cuidadosas de várias quantidades, como, por exemplo, massa, volume, temperatura, tempo e magnitudes elétricas. O sistema métrico de unidades é especialmente conveniente por tratar-se de um sistema decimal. As unidades métricas padrões foram originalmente relacionadas a certas quantidades na natureza. O múltiplo e submultiplos do metro (representantes por m) de utilização mais comuns são: 1 km = 1 kilômetro = 103 m 1 dm = 1 decimetro = 10-1 m 1 cm = centímetro = 10-2 m 1mm = 1 milímetro = 10-3 m 1 𝜇m = 1 micrômetro = 10-6 m 1 nm = 1 nanômetro = 10-9 m Uma unidade relacionada ao metro de uso comum em ciência é o angstrom: 1 Å = 10-8 cm = 10-10 m O kilograma (Kg) foi definido como sendo a massa de um decímetro cúbico (100 cm3 = 1 L) água. O presente padrão de massa é um cilindro da liga platina-irídio, mantido no Bureau Internacional de Pesos e Medidas, com uma massa de 1 Kg. Cada país tem seus próprios padrões métricos, mas todos eles são baseados e cuidadosamente comparados como os originais mantidos na França. Os submúltiplos mais comuns do kilograma (kg) são o grama (g) e o miligrama (mg). Os termos massa e peso apresentarem conceitos diferentes. Massa é definida em termos do padrão de kg em Paris; peso é uma força caracterizada pela ação da gravidade sobre uma massa (peso = massa x aceleração da gravidade). Em química, a preocupação primária é com a massa, mas devido a que virtualmente todas as pesagens no laboratório envolvem a comparação de uma massa desconhecida com uma massa padrão, a operação chamada de pesagem é realmente uma medida de massa. Esta dupla terminologia quase sempre causa problemas. A unidade de volume é o litro (L) Esta é uma unidade derivada, tento as unidades de comprimento elevadas ao cubo (10-3m3), significando o volume encerrado em 1 decímetro cúbico. O mililitro (mL), a mais comum das unidades de volume em um laboratório químico, é igual a 10-3 L. Atualmente o mililitro foi redefinido precisamente como 1 mL = 1 cm3. As inúmeras definições apresentadas são aplicadas quando da realização de medidas físicas. Estas medidas, por sua vez, estão intrinsecamente relacionadas com a precisão dos equipamentos escolhidos para realizá-las. Os equipamentos devem ser consistentes com a precisão desejada, como por exemplo, para uma precisão de 1% no peso de uma amostra de 50 g, uma balança com ± 0,5 g de precisão é suficiente, contudo, se a amostra é da ordem de 1 g, será necessária uma balança com precisão de 0,01 g. Para massas menores, a precisão tem que ser ainda maior. Através de medidas de massa (m) e volume (v) é possível determinar uma propriedade física importante da matéria: a densidade (d), definida pela razão entre a massa e o volume (d = m/V). No 18 sistema métrico esta razão pode ser expressa como gramas por centímetro cúbico (g/cm3) ou gramas por mililitro (g/mL). Cada substância, em um determinado estado (sólido, líquido ou gasoso), tem sua densidade característica, como por exemplo: água (1,00 g/cm3); ouro (19,30 g/cm3); gás hidrogênio (0,0899 g/L). Os líquidos e os sólidos têm uma densidade muito maior que os gases, sendo que a densidade dos primeiros tem uma pequena dependência com a temperatura, enquanto que a densidade dos gases sobre enormes alterações com mudanças pequenas na temperatura. 3.8 Procedimento experimental Materiais necessários Bureta de 25ml Suporte Universal Pipeta volumétrica de 25ml Garra para Bureta Pipeta graduada de 10ml Pipetador (Pêra) Proveta de 25ml Termômetro Béquer de 50ml Pisseta com água destilada 3 Erlenmeyers de 50ml com Rolha Balão volumétrico de 25 mL Parte A Verifique se os erlenmeyers que lhe foram fornecidos estão devidamente limpos e secos. Em seguida, use etiquetas para marcá-los como Frasco 1, Frasco 2 e Frasco 3. Pese estes fracos, com as rolhas correspondentes, em uma balança analítica e anote suas medidas no caderno. Utilize um papel ou luva para segurar os erlenmeyers a fim de evitar alterações de peso devido à gordura das mãos. Utilizando o suporte universal e a garra apropriada, monte a bureta e em seguida chame o responsável para verificar a sua montagem e orientá-lo sobre a correta manipulação da bureta. Encha a bureta com água, observando para que não haja bolhas de ar retidas na região abaixo da torneira. Se forem observadas bolhas de ar, abra a torneira, deixando o fluxo de água arrastá-as. Transfira aproximadamente 25 mL de água contida na bureta ao Frasco 1, espere cerca de 30 segundos para que a água escorra pelas paredes da bureta e feche o frasco com a rolha correspondente. Utilizando a pipeta volumétrica, transfira com o auxílio de um pipetador (chame o resposável para explicar-lhe a correta manipulação da pipeta e do pipetador) 25 ml de água ao Frasco 2, tampando-o em seguida com a rolha correspondente. Repita o procedimento utilizando a pipeta graduada, transferindo a água para o Frasco 3. Observe a temperatura e, com a mesma balança utilizada anteriormente, pese os frascos com as rolhas e anote os novos valores na folha de relatório. Parte B Agora você determinará a precisão das medidas volumétricas utilizando a proveta e béquer. Complete o volume da bureta, utilizando a proveta preencha a bureta até marcar 25 ml tão exatamente quanto possível. Em seguida leia o volume marcado na bureta, esvazie a bureta e repita o procedimento mais uma vez. 19 Repita o mesmo procedimento do parágrafo anterior duas vezes, agora utilizando o béquer no lugar da proveta. Anote os volumes iniciais e finais da bureta na sua folha de relatório e compare os resultados com aqueles obtidos por medidas na Parte A. Repita o mesmo procedimento do parágrafo anterior duas vezes, agora utilizando o balão volumétrico no lugar do béquer. Anote os volumes iniciais e finais da bureta na sua folha de relatório e compare os resultados com aqueles obtidos por medidas na Parte A. 04 – PRÁTICA: ESTRUTURA DA MATÉRIA - TESTE DE CHAMA DE SAIS 1 INTRODUÇÃO Manuseio do bico de Bunsen: Geralmente o aquecimento em laboratório é feito utilizando-se queimadores de gases combustíveis, sendo o mais simples deles o bico de Bunsen (Figura 01). Outros tipos desses queimadores também são utilizados, o bico de Meker e o bico de Tirril, os quais são modificações do bico de Bunsen. Basicamente, o bico de gás consiste em um tubo metálico que apresenta em sua base um dispositivo para entrada de gás e outro dispositivo rotatório que controla a entrada de ar. À medida que o gás sobe pelo tubo do queimador, o ar é injetado através de orifícios situados um pouco acima da base. A quantidade de ar pode ser controlada girando-se o anel que fica sobre os orifícios. O combustível usado comumente nos laboratórios é o gás liquefeito de petróleo (GLP). Quando o bico está em uso, o combustível mistura-se com o ar no interior do tubo metálico e queima na sua extremidade superior. A etapa inicial para acender um bico de gás é fechar a entrada de ar e posicionar o queimador longe de objetos ou frascos com substâncias inflamáveis. A seguir, deve-se riscar o fósforo, abrir o gás e acender o queimador. A chama obtida será grande, luminosa, amarela e não muito quente, devido ao fornecimento insuficiente de oxigênio para a queima completa do combustível. Essa chama é “fria” e inadequada ao uso porque a mistura é pouco oxidante. Para que uma chama mais quente seja obtida, deve-se deixar o ar entrar gradualmente no sistema até que sua coloração se torne azulada. Notam-se, então, duas regiões cônicas distintas: o cone interno é a região mais fria, chamada de zona redutora; e o cone externo, quase invisível, é chamado de zona oxidante. A região mais quente (zona de fusão), com temperatura em torno de 1500 ºC, está situada na superfície entre os dois cones (região luminosa e brilhante onde ocorre a maior parte da combustão). 20 Figura 01. Bico de Bunsen Testes de chama: Sólidos inorgânicos típicos são compostos iônicos, o que faz com que, em solução, existam dois tipos de íons provenientes da dissociação do composto: um cátion e um ânion. A Química Analítica Qualitativa é a área da Química que cria, desenvolve, estuda e aplica métodos para a determinação da natureza de uma substância ou dos seus constituintes. A identificação de cátions e ânions através da análise qualitativa envolve geralmente uma reação com formação de um produto facilmente perceptível aos nossos sentidos (formação de precipitado, liberação de gases, mudança de cor, etc.). Entretanto, alguns cátions, entre eles os cátions dos metais alcalinos, tais como sódio e potássio, formam compostos normalmente muito solúveis, o que dificulta a detecção desses íons em solução por meio de reações de precipitação. Além disso, formam soluções incolores. Esse problema é contornado através dos testes de chama. Nesses testes, a amostra é levada à chama de um bico de Bunsen, onde inicialmente há a evaporação do solvente, deixando um resíduo sólido. Em seguida, há vaporização do sólido e dissociação do mesmo em seus átomos componentes que, inicialmente, estarão no estado fundamental. Alguns átomos podem ser excitados pela energia térmica da chama a níveis de energia mais elevados, isto é, elétrons dos íons são promovidos de níveis energéticos mais baixos para níveis energéticos mais altos (níveis excitados). A posterior transição desses elétrons, dos estados excitados para níveis de menor energia, é acompanhada de emissão de radiação característica de cada íon. Se o comprimento de onda da radiação estiver na faixa de 400 a 760 nm, observa-se a emissão de luz visível. Comprimento de onda aproximado das cores Violeta Azul Verde Amarelo Alaranjado vermelho 400 - 450 nm 450 - 500 nm 500 - 570 nm 570 - 590 nm 590 - 620 nm 620 - 760 nm 2 OBJETIVOS Verificar a cor da chama de determinados sais; Comparar com o padrão de cores do espectro de emissões para os elementos conhecidos. 21 3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Material necessário HCℓ 6 mol L-1 (100 mL) NaCℓ(s) KCℓ(s) CaCℓ(s) LiCℓ(s) Na2SO4 K2SO4(s) SrCℓ2(s) BaCℓ2(s) CuCℓ2(s) 2 béqueres (100 mL) 9 vidros de relógio 9 hastes metálicas (15 cm) Bicos de Bunsen Cápsula de porcelana Fio de cobre Fio de alumínio Fio de ferro a) Manuseio do bico de Bunsen Examine o bico de gás cuidadosamente, notando todas as partes, principalmente as ajustáveis. Acenda o bico de gás conforme as instruções descritas anteriormente. Através da regulagem da entrada de ar, obtenha a chama luminosa e não luminosa. Para ter uma ideia das temperaturas relativas nas diferentes regiões da chama não luminosa proceda da seguinte forma: Mantenha uma cápsula de porcelana cheia de água fria na chama luminosa por 2-3 segundos. Mantenha, por 30 segundos em cada ponto, uma haste metálica na chama: a) primeiro na metade do cone interno azul; b) no topo do cone interno; c) cerca de 1,5 cm do cone interno; d) cerca de 3 cm acima do cone interno; e e) perto do topo da chama. Ajuste o bico de gás para dar uma chama luminosa e examine-a com a mesma haste metálica. b) Testes de chama PERIGO: Ácido clorídrico tem um forte efeito corrosivo na pele e em mucosas em geral. Os gases desprendidos, se inalados, podem afetar a mucosa nasal e os pulmões. Em caso de contato externo (inclusive os olhos), lave a região atingida com água em abundância. Serão empregadas hastes metálicas com cerca de 15 cm de comprimento (pode-se utilizar um pedaço de clipe fixado em um suporte). Inicialmente, limpe o fio por imersão em solução de ácido clorídrico 6 mol L-1 contida em um copo de béquer e coloque-o a seguir na zona de fusão da chama. Repita isso até que a chama não apresente alteração de cor ao contato com o fio. A haste metálica limpa é então mergulhada num béquer com água destilada e então colocada em contato com um dos sais a ser analisado, de modo que um pouco do sólido fique aderido. O fio é então introduzido na zona oxidante inferior da chama e observa-se a cor transmitida à chama. Anote a coloração correspondente. Após o estudo de cada amostra, limpe novamente o fio com a solução de HCℓ 6 mol L-1 e repita o procedimento para todas as amostras. Correlacionar a cor da chama com seu comprimento de onda dominante, usando a Tabela 01. 22 Tabela 01 Teste de chama Sal NaCℓ(s) KCℓ(s) CaCℓ(s) LiCℓ(s) Na2SO4 K2SO4(s) SrCℓ2(s) BaCℓ2(s) CuCℓ2(s) Cuº Aℓº 400 450 UV Violeta Comprimento de onda (nm) 500 600 650 Azul Verde Amarelo 700 750 Vermelho IV 4 QUESTÕES 1. Discutir as diferenças entre os tipos possíveis de chama produzidas num bico de gás considerando as proporções relativas dos gases. 2. Em que consiste o depósito escuro formado na cápsula de porcelana? 3. Com base nos resultados obtidos, mudando-se o ânion, muda-se a coloração da chama? O responsável pela coloração da chama é o ânion (não metal) ou o cátion (metal)? 4. O que ocorre com os sais estudados durante os testes de chama? 05 – PRÁTICA: REAÇÕES EM SOLUÇÃO AQUOSA - FORMAS DE RECONHECER A OCORRÊNCIA DE UMA REAÇÃO 1 INTRODUÇÃO A maioria das reações que ocorrem em solução aquosa envolvem íons gerados em processos de dissociação (quando a espécie já é iônica antes da dissolução) ou de ionização (quando a espécie é molecular antes da dissolução). Considere-se, por exemplo, a reação que se processa quando soluções aquosas de nitrato de alumínio e hidróxido de potássio são misturadas de acordo com a estequiometria: Aℓ(NO3)3 (aq) + 3 KOH (aq) → Aℓ(OH)3 (s) + 3 KNO3 (aq) (equação global ou "molecular") Pode–se deduzir, a partir desta equação e do conceito de eletrólitos, que os dois reagentes e um dos produtos estarão dissociados no meio da reação. Por este motivo, é conveniente substituir a equação global ou "molecular" pela equação "iônica", que expressa o que realmente ocorre em solução: Aℓ3+(aq) + 3 NO3 -(aq) + 3 K+(aq) + 3 OH-(aq) → Aℓ(OH)3 (s) + 3 K+(aq) + 3 NO3-(aq) (equação iônica) O cátion potássio e o ânion nitrato, que não são alterados no decorrer da reação são denominados íons espectadores e não são incluídos na equação iônica simplificada, que mostra o que ocorre efetivamente na reação: Aℓ3+(aq) + 3 OH-(aq) → Aℓ(OH)3 (s) (equação iônica simplificada) 23 Esta equação, além de destacar apenas as espécies químicas que participam efetivamente da transformação, sugere que qualquer substância que forneça íons OH(aq) reage com qualquer substância que forneça Aℓ3+(aq) (independente do cátion e ânion aos quais estes porventura estejam ligados), produzindo um precipitado de hidróxido de alumínio. A equação iônica simplificada evidencia ainda a conservação da carga (assim como de massa) na transformação química, à medida que expõe o balanço de cargas elétricas e de átomos nos dois lados da equação. A equação iônica é importante porque a partir dela é possível concluir se uma equação química global representa realmente uma reação química que ocorre efetivamente. Assim, o exemplo a seguir mostra a equação química de uma reação que não ocorre efetivamente: Equação Global: NaNO3(aq) + KCℓ (aq) →NaCℓ(aq) + KNO3(aq) Equação Iônica: Na+(aq) + NO3-(aq) + K+(aq) + Cℓ-(aq) →Na+(aq) + Cℓ-(aq) + K+(aq) + NO3-(aq) Equação Simplificada: não há reação – todos são íons espectadores a) Eletrólitos fortes e fracos: Um eletrólito é toda substância que ao dissolver-se, fornece íons à solução. Sob condições normais, o movimento dos íons em solução é aleatório. Como conseqüência, os íons distribuem-se normalmente na solução, num fenômeno conhecido como “solvatação”, em que cátions e ânions são completamente envoltos por moléculas de água que se orientam em função da carga do íon o qual circundam. Assim, independentemente da fórmula molecular da espécie química pura no estado sólido, líquido ou gasoso, quando estas estão dissociadas ou ionizadas em solução, seus cátions e ânions constituintes não estão mais em contato íntimo, visto que em soluções aquosas são as moléculas de água que se encontram em grande maioria, sendo a equação química iônica aquela que melhor representa a realidade da solução. Quando se coloca em contato com uma solução eletrolítica dois eletrodos conectados a uma bateria, cada eletrodo assume uma polaridade (ou seja, carga positiva ou negativa) e o os íons passam a migrar na solução de acordo com estas polaridades: os cátions migram para o pólo negativo e os ânions para o pólo positivo. Assim, há um movimento orientado de íons na solução, sendo esta capaz de conduzir eletricidade. Há substâncias que quando dissolvidas não liberam íons em solução, neste caso, as partículas dispersas são neutras (não possuem carga elétrica) e o soluto é então um não-eletrólito. As soluções de não-eletrólitos não conduzem eletricidade. Há duas categorias de eletrólitos: os eletrólitos fortes (como a maioria dos sais e os ácidos e bases fortes) e os eletrólitos fracos (como os ácidos e as bases fracas). Um eletrólito forte é aquele em que praticamente 100% das suas moléculas em solução estão na forma dissociada ou ionizada (íons solvatados), enquanto um eletrólito fraco ocorre como uma mistura entre íons e moléculas não dissociadas em equilíbrio, sendo que quanto mais fraco for o eletrólito, menor será a quantidade de íons em relação às moléculas não dissociadas e como consequência, menores será a capacidade de condução de eletricidade desta solução. b) Ocorrência de uma reação química em solução aquosa: Formação de eletrólito fraco 24 Quando a combinação de íons em solução aquosa dá origem a compostos solúveis com baixo grau de dissociação ou a compostos insolúveis (eletrólitos fracos), a ocorrência da reação pode ser evidenciada por alguma propriedade organoléptica (propriedade que impressiona os sentidos e o organismo) da substância produzida, sendo esta a forma de se identificar se houve ou não uma reação química. As propriedades organolépticas que indicam a ocorrência de uma reação química são citadas a seguir: i) Formação de produtos voláteis Geralmente quando há liberação de gás como produto de uma reação, isto é indício de formação de eletrólito fraco, visto que em condições normais de temperatura e pressão, os gases são substâncias moleculares. Um exemplo é a reação de formação de SO2: HSO3-(aq) + H+(aq) → SO2(g) + H2O (l) Em que, o dióxido de enxofre (SO2) é um gás marrom facilmente observável. ii) Liberação de odor: A liberação de odor é também um indício de formação de produtos voláteis. Um exemplo é a reação de formação de H2S: S2-(aq) + 2H3O+(aq) H2S(aq) + H2O(l) Em que, o sulfeto de hidrogênio (H2S) é um gás incolor, molecular e solúvel em água, que possui odor característico, semelhante ao odor de ovo cozido. É este cheiro que impressiona o olfato e evidencia a ocorrência da reação. iii) Obtenção de produtos insolúveis: Outro aspecto a considerar quando se verifica a ocorrência de uma determinada transformação química é a solubilidade dos compostos que podem ser formados a partir dos reagentes, segundo o qual, pode-se observar a formação ou não de precipitados (produtos sólidos) em uma reação em solução aquosa. A precipitação de um sólido pouco solúvel é uma das evidências mais comuns de ocorrência de reação química. As seguintes regras gerais de solubilidade em água são utilizadas para a previsão de formação de precipitados: o Todos os ácidos inorgânicos são solúveis; o Todos os sais de metais alcalinos são solúveis, com exceção do perclorato de potássio, que é pouco solúvel; o Todos os sais contendo nitrato, clorato, perclorato e acetato são solúveis, exceto o acetato de Ag + e o de Hg2+; o Todos os cloretos, brometos e iodetos são solúveis, exceto os de Ag+, Pb2+ e Hg2+. o Todos os sulfatos são solúveis, exceto os de Pb2+, Sr2+, Ba2+; os de Ca2+ e de Ag+ são pouco solúveis. o Todos os óxidos metálicos são insolúveis, exceto os de metais alcalinos e os de Ca2+, Sr2+, Ba2+. o Todos os hidróxidos são insolúveis, exceto os de metais alcalinos e os de Ca2+, Sr2+, Ba2+. o Todos os carbonatos, fosfatos, sulfetos e sulfitos são insolúveis, exceto os de amônio e os de metais alcalinos. iv) Mudança de cor: Uma forte evidência da ocorrência de uma reação química é a mudança de cor. Neste sentido, os principais responsáveis pela presença de coloração nos produtos formados são os íons dos metais do bloco d, chamados de metais de transição (Ex: Ni, Fe, Mn, V, Ti, Cr, Cu, Cd, Co, etc.), os quais 25 apresentam como principal característica uma química de coordenação, com formação preferencial de íons complexos que podem apresentar diversas cores. Assim, na reação: Cu2+(aq) + 2 OH- (aq) →Cu(OH)2(s) (azul) (verde) A coloração azul, que na verdade é a cor do complexo [Cu(H2O)6]2+, se converte na coloração verde, que é na verdade a cor do complexo [Cu(OH–)4]2–. v) Variação da temperatura: Outra forma de se observar a ocorrência de uma reação é quando há absorção de calor (processo endotérmico) ou liberação de calor (processo exotérmico) durante a conversão de reagentes em produtos, ou vice-versa. Isto pode ser evidenciado através da variação da temperatura do sistema. Um exemplo é a reação de neutralização de um ácido forte com uma base forte, a qual, não pode ser observada através de outras propriedades organolépticas: H+(aq) + OH- (aq) → H2O(l) + Calor (processo exotérmico) Neste caso, a forte tendência dos íons H+ e OH- de se combinarem e formarem água é evidenciada através da liberação de calor que ocorre no processo, uma vez que a energia dos produtos é bem menor que a energia dos reagentes. vi) Dissolução de precipitado: Quando há dissolução de um precipitado, este pode ser indício de formação de íon complexo, sendo também uma forma de se identificar a ocorrência de uma reação, como no exemplo a seguir: Aℓ(OH)3(s) + OH- (aq) → [Aℓ(OH)4]-(aq) Na reação acima, o precipitado de hidróxido de alumínio é formado quando Aℓ3+ é tratado com solução básica. Entretanto, em excesso de base o precipitado desaparece devido à formação de um íons complexo solúvel. 2 OBJETIVO Reconhecer uma reação química. 3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Material necessário Hidróxido de sódio, NaOH Carbonato de sódio, Na2CO3 Ácido sulfúrico, H2SO4 Sulfato de cobre, CuSO4 Sulfeto de sodio, Na2S Acetato de zinco, Zn(Ac-)2 6 Balões volumétricos de 50 mL 15 Tubos de ensaio pequenos 6 Pipetas de Pasteus Estante para tubos de ensaio Caneta para rotular vidraria Preparam-se inicialmente 06 soluções envolvendo diferentes cátions e ânions: 1. Solução de NaOH a 0,5 M (50 mL) 2. Solução de Na2CO3 a 0,5 M (50 mL) 3. Solução de H2SO4 a 0,5 M (50 mL) 4. Solução de CuSO4 a 0,5 M (50 mL) 5. Solução de Na2S a 0,5 M (50 mL) 6. Solução de Zn(Ac-)2 a 0,5 M (50 mL); Em seguida, pega-se 15 tubos de ensaio e rotula-se de forma a identificar as 15 reações diferentes possíveis entre as 06 soluções: (1,2); (1,3); (1,4); (1,5); (1,6); (2,3); (2,4); (2,5); (2,6); (3,4); (3,5); (3,6); 26 (4,5); (4,6); (5,6). Em cada tubo, faz-se a combinação entre dois reagentes diferentes, misturando cerca de 2 mL de cada solução e observando a ocorrência ou não de reação química. Anota-se detalhadamente as propriedades organolépticas observadas, se for o caso. Obs: Uma vez que o experimento a ser realizado tem caráter qualitativo, não é necessário medir volumes com precisão. Por outro lado, é importante minimizar o consumo de reagentes e a produção de resíduos. a) Apresentação dos dados Apresentar as equações globais balanceadas das reações de dupla troca. Em seguida, escrever a equação iônica e identificar os produtos responsáveis pelas propriedades organolépticas, quando observadas. Por fim, riscar os íons espectadores (não participantes da reação efetiva) e escrever a equação química simplificada da reação efetiva. 4 QUESTÕES 1. Indicar quais são os íons presentes na solução aquosa de cada um dos seguintes compostos: HCℓ, Hg(NO3)2, NaNO3, CuCℓ2, K2CO3, CH3COONa, NH4HCO3, Ag2CrO4, KMnO4, H3PO4, Na2SO4, Cr(OH)3, NaCℓO, KCℓO3, NaCℓO4, Na2SO3, CuS, Fe2O3, Na2Cr2O7. 2. Nomeie os compostos acima de acordo com as normas da IUPAC. 06 – PRÁTICA: FORÇAS INTERMOLECULARES - SOLUBILIDADE E POLARIDADE DAS SUBSTÂNCIAS 1 INTRODUÇÃO Solubilidade Por que existe grande diferença entre a solubilidade de diferentes sais? Para que um sólido se dissolva, as forças de atração que mantém a estrutura cristalina devem ser vencidas pelas novas interações formadas entre o soluto e o solvente. O que faz com que um sólido seja mais solúvel que outro, é a maior facilidade de se romper as ligações entre cátions e ânions no retículo cristalino para que estes formem novas ligações com as moléculas de água durante a solvatação. Durante o processo de solvatação de um sal em água, tanto os cátions quanto os ânions tornam-se hidratados. Estas novas ligações formadas têm de ser mais fortes que aquelas dos cátions e dos ânions no retículo cristalino, para que os íons apresentem caráter solúvel. Em geral, existe uma regra simples para a solubilidade de sólidos em líquidos e para a miscibilidade entre líquidos: “solutos com polaridade similar à polaridade do solvente, dissolvem-se; aqueles com polaridade muito diferentes não se dissolvem”. Assim, enquanto o NaCℓ e a água são substâncias muito polares e a aspirina é pouco polar, o NaCℓ é bastante solúvel em água e a aspirina é muito pouco solúvel neste meio. “O semelhante dissolve o semelhante”. Para líquidos esta regra é mais facilmente compreendida. Então, para dois líquidos A e B, as interações do tipo A–A existentes no líquido A não podem ser muito mais intensas que aquelas do tipo B–B experimentadas no líquido B, para que durante a mistura ocorra o rompimento destas ligações e a formação de novas ligações A–B, e consequentemente, estes líquidos sejam miscíveis. Para que isto aconteça, é preciso que os líquidos não sejam muito diferentes, caso contrário, as interações A–A ou B–B nos líquidos puros se sobressaem e a miscibilidade não acontece. 27 Entretanto, não é somente a natureza do soluto e do solvente que influencia a solubilidade, a temperatura também é importante. A solubilidade de quase todos os compostos orgânicos aumenta com um aumento de temperatura. Este fato é utilizado na técnica de purificação chamada de recristalização. O efeito da temperatura na solubilidade dos compostos inorgânicos varia muito: enquanto a maioria tem a solubilidade aumentada com um aumento da temperatura, alguns tem a solubilidade diminuída, e em outros, como o NaCℓ, a solubilidade praticamente não é afetada pela temperatura. Polaridade A polaridade está associada com assimetrias na distribuição de cargas em uma molécula, provocadas pela formação de ligações químicas com elementos que apresentam diferentes eletronegatividades, ou seja, diferentes capacidades de atraírem os elétrons da ligação para perto de si. Assim, enquanto alguns elementos, como por exemplo O, Cℓ, F, Br têm maior tendência a ficar com os elétrons, outros elementos, como por exemplo C, S, N, H tem menor capacidade de ficar com os elétrons, quando ligados aos primeiros. Isto se reflete diretamente na presença de dipolos elétricos nas moléculas, que se manifesta através da presença de polaridade. A presença ou não de polaridade em uma ligação química pode ser estimada pela diferença das eletronegatividades de dois átomos, a partir da seguinte regra: quando a diferença das eletronegatividades for menor que 0,4, a ligação é considerada covalente apolar; uma diferença de eletronegatividade entre 0,5 e 1,7 indica uma ligação covalente polar; e quando a diferença for maior do que 1,7 a ligação é considerada iônica. Mas é preciso ter bem claro que não existe um limite exato entre um tipo de ligação ou outro. É possível encontrar compostos que apresentam caráter intermediário entre dois tipos de ligação. Separação e purificação Reagentes químicos são adquiridos de firmas especializadas em produtos químicos. Esses compostos ou são extraídos de fontes naturais ou são sintetizados a partir de outros compostos (através de reações químicas). Qualquer que seja a origem, extrações ou sínteses raramente produzem produtos puros, e algum tipo de purificação é necessário. Convém observar que compostos comerciais apresentam diferentes graus de pureza, e frequentemente são somente 90 a 95% puros. Para algumas aplicações 95% de pureza pode ser satisfatório enquanto que para outras finalidades uma purificação é necessária. As técnicas de purificação mais comuns são: Extração, recristalização, cromatografia e destilação. Para a purificação de sólidos, o método mais utilizado é a recristalização, em que se utiliza das diferentes solubilidades dos sólidos em função da temperatura, para forçar a sua cristalização seletiva. Já para a separação de líquidos, um método simples de separação é a extração, em que se aproveita da maior solubilidade de um líquido em um meio em relação a outro, para extraí-lo por completo de uma mistura. Um exemplo é a extração do álcool da gasolina utilizando-se água. Neste caso, o álcool é solúvel em ambos os meios, mas por ter interações mais intensas com a água (ambos são polares), é totalmente extraído da gasolina (apolar) quando colocado em contato com a água. 28 2 OBJETIVO Verificar a solubilidade e polaridade das substâncias 3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Material necessário Água destilada Etanol 1-Butanol Hexano Naftaleno Cloreto de sódio Sacarose 6 Tubos de ensaio grandes 9 Tubos de ensaio pequenos 4 Pipetas de 5 mL 4 Béqueres de 50 mL Bureta de 25 mL Papel alumínio Bico de gás Tripé Tela de amianto Régua de plástico Espátula de metal a) Miscibilidade de líquidos Rotule 06 tubos de ensaio grandes e adicione em cada um deles misturas dos líquidos: água, etanol, 1-butanol e tolueno, dois a dois, de acordo com o esquema abaixo: 1. 5 mL de H2O + 3 mL de etanol 2. 5 mL de H2O + 3 mL de 1-butanol 3. 5 mL de H2O + 3 mL de tolueno 4. 5 mL de etanol + 3 mL de 1-butanol 5. 5 mL de etanol + 3 mL de tolueno 6. 5 mL de 1-butanol + 3 mL de tolueno. Agite bem cada mistura e observe o que acontece. Anote as observações. Tome cuidado, pois etanol, 1-butanol e tolueno são inflamáveis. Após o término do experimento não jogue os conteúdos dos tubos na pia, nem os misture. b) Identificação de amostras sólidas Pegue três amostras sólidas desconhecidas fornecidas pelo professor. Estes sólidos podem ser cloreto de sódio, sacarose ou naftaleno. Monte um sistema de aquecimento com bico de gás, tripé e tela de amianto e coloque sobre um pedaço de papel alumínio quantidades iguais e bem pequenas de cada sólido e os aqueça. Observe o que acontece com os diferentes sólidos e anote as observações. c) Estudo da solubilidade Pegue 9 tubos de ensaio pequenos, rotule-os e adicione 2 mL de água em cada um dos três primeiros, 2 mL de etanol em outros três tubos e 2 mL de tolueno nos três últimos. Adicione a cada solvente uma ponta de espátula de cada um dos três sólidos (cloreto de sódio, sacarose e naftaleno) e verifique se há solubilização ou não. Anote os resultados em uma tabela como a mostrada abaixo: Água Etanol Tolueno Cloreto de sódio 1 4 7 Sacarose 2 5 8 Naftaleno 3 6 9 29 d) Estudo da polaridade Com um béquer pequeno, um pouco de água em uma bureta, abra a torneira e deixe o líquido escoar lentamente de modo a obter um filete fino e contínuo. Atrite uma régua de plástico com um tecido e aproxime-a ao filete de água. Observe o que ocorre e anote. Reaproveite o líquido recolhido no béquer se necessitar realizar novamente o experimento. Repita o procedimento acima utilizando etanol e depois tolueno (tome cuidado com os vapores). e) Apresentação dos dados Discuta a miscibilidade entre os líquidos, a identificação das amostras sólidas e as solubilidades dos sólidos, em termos das estruturas moleculares das substâncias, tipos de ligações químicas, tipos de forças intermoleculares e presença ou não de polaridade nas moléculas. 4 QUESTÕES 1. Escreva as definições dos seguintes termos químicos: solubilidade; miscível; imiscível; solução; solvente; soluto; ligação covalente polar; ligação covalente apolar; molécula polar; molécula apolar; eletronegatividade; extração. 2. Usando os valores de eletronegatividade, classifique as ligações nas moléculas a seguir como covalente apolar, covalente polar ou iônica: O2; BaO; CO; Cℓ2O; BeH2; KI; Br2; NaF; NH3; CH4 . 3. Quais dos compostos a seguir são solúveis em água? Justifique sua resposta: NaCℓ; CH3CH2OH; CH4; Br2. 4. Mistura-se 2 mL de água com 2 mL de um outro líquido incolor, formando um par imiscível (isto é, duas fases). Sem saber a densidade de cada um, como é possível saber se a água constitui a fase inferior ou a superior? 07 – PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÕES A PARTIR DE REAGENTES SÓLIDOS E AQUOSOS 1 INTRODUÇÃO Medidas de concentração São infinitas as soluções diferentes formadas a partir de um soluto e de um solvente, pela variação da proporção entre ambos. Na tentativa de quantificar essa proporção, surgiram vários tipos de medidas das soluções, agrupáveis em duas classes: a) Medidas de título (ou de massa), que expressam uma proporção entre a massa de soluto e a massa de solvente ou de solução; b) Medidas de concentração, que expressam uma proporção entre a massa de soluto e o volume da solução. Uma medida típica de título é a porcentagem em massa (T): m m1 T 1 100 100 m m1 m2 m1 = massa de soluto (g) m2 = massa de solvente (g) m = massa de solução (g) 30 Uma medida típica de concentração é a concentração em quantidade de soluto por unidade de volume (M), expressa em mols/L: M1 = massa molar do soluto (g) n m1 M 1 V M1 V V = volume final da solução (L) n1 = quantidade de soluto (mol) A concentração comum (C) relaciona a massa do soluto (m1) pela volume da solução, geralmente em g L-1. C M1 = massa molar do soluto (g) m1 V V = volume final da solução (L) Preparo de soluções As soluções podem ser preparadas por dois métodos: Método direto – Utiliza-se como soluto uma substância primária padrão. Este tipo de soluto se caracteriza: por ser de fácil obtenção, purificação, dessecação e conservação; por apresentar impurezas facilmente detectáveis; por não ser higroscópico ou eflorescente; por ser bastante solúvel. Exemplo: Na2CO3 , Na2C2O4 , K2Cr2O7 , H2C2O4 Para preparar soluções por este método mede-se a massa do soluto em balança analítica. O volume é medido em balão volumétrico (volume exato). Como resultado, obtém-se uma solução de concentração perfeitamente conhecida. Observação: precisão nas medidas, leituras, medidas de massas... é de grande importância, pois erros nestas operações acarretam uma solução cuja concentração não é exata. Método indireto – O soluto não é uma substância primária padrão. Exemplo: NaOH que é higroscópico. Neste caso o soluto pode ter sua massa medida em balança semi-analítica e dissolvido num volume aproximado. Como resultado obtém-se uma solução de concentração aproximada. Para determinar exatamente a concentração desta solução, devemos padronizá-la. Por ambos os métodos obtém-se as soluções padrão, as quais se caracterizam por serem: - Estáveis; - De concentração constante e perfeitamente conhecida. Diluição: É o processo de adição de mais solvente a um volume de solução. Neste processo a quantidade de soluto não se altera. A mesma quantidade de soluto presente na solução original está presente na solução obtida por diluição: Número de mols do soluto inicial = Número de mols do soluto final M1V1 = M2V2 Com isto podemos efetuar diluição de soluções. 31 2 OBJETIVOS Preparar corretamente soluções a partir de reagentes sólidos e aquosos; Aplicar algumas medidas de concentração; 3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Materiais 2 béquers de 100 ml; 2 bastões de vidro; 1 pisete com água destilada; 2 funis; 1 pipeta graduada de 5,0 ml; 2 balões volumétricos de 250 ml; 2 balões volumétricos de 50 ml; 1 frasco de polietileno 1 frasco âmbar 1 espátula 1 pêra de borracha Reagentes Hidróxido de sódio sólido Ácido Clorídrico 37% Preparação de 250,0 mL de solução 0,10 mol L-1 de Hidróxido de sódio (NaOH) a- Calcular a massa de reagente necessária para preparar a solução, a partir das informações disponíveis no rótulo do frasco de hidróxido de sódio. b- Pesar a quantidade necessária de reagente em um béquer de 100,0 mL. c- Adicionar ao béquer cerca de 50 mL de água destilada e com auxílio de um bastão de vidro solubilizar o soluto. Esperar o estabelecimento do equilíbrio térmico com o ambiente. d- Transferir a solução, com auxílio de um funil e um bastão de vidro, para um balão volumétrico de 250,0 mL. e- Lavar repetidas vezes, com água destilada, o béquer, o funil e o bastão de vidro, vertendo as águas de lavagem para o balão volumétrico. f- Adicionar água destilada ao balão volumétrico até que o menisco inferior do líquido tangencie a marca de aferição do mesmo. g- Tampar o balão e inverter o mesmo, de modo a homogeneizar a solução. h- Transferir a solução do balão para um frasco estoque de polietileno limpo e seco. i- Rotular o frasco. Preparação de 250,0 mL de solução 0,10 mol L-1 de Ácido clorídrico (HCℓ) a- Calcular o volume de solução de ácido clorídrico concentrado necessário para preparar a solução a partir das informações disponíveis no rótulo do frasco do ácido concentrado. b- Adicionar cerca de 50 mL de água destilada em um béquer de 100,0 mL. e- Medir o volume necessário de ácido concentrado, na capela, utilizando uma pipeta graduada de 5,00 mL e um pipetador. d- Transferir lentamente o ácido para o béquer, agitando a solução com auxílio de um bastão de vidro. Esperar o estabelecimento do equilíbrio térmico com o ambiente. 32 e- Transferir a solução, com auxílio de um funil e um bastão de vidro, para um balão volumétrico de 250,0 mL. f- Lavar repetidas vezes, com água-destilada, o béquer, o funil e o bastão de vidro, vertendo as águas de lavagem para o balão volumétrico. g- Adicionar água destilada ao balão volumétrico até que o menisco inferior do líquido tangencia marca de aferição do mesmo. h- Tampar o balão e inverter o mesmo de modo a homogeneizar a solução. i- Transferir a solução do balão para um frasco estoque de vidro limpo e seco. j- Rotular o frasco. Diluição de Soluções A partir das soluções preparadas efetue os cálculos necessários para o preparo por diluição de 50 mL de uma solução na concentração 0,01 mol L-1 de NaOH e 50 mL de outra na concentração 0,005 mol L-1 de HCℓ. Lembre-se de que as medidas de volume devem ser exatas, logo devem ser utilizadas pipetas e as soluções devem ser preparadas em balão volumétrico. 08 – PRÁTICA: PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÃO DE NaOH 0,1 mol L-1 e HCℓ 0,1 mol L-1 1 INTRODUÇÃO Em análise volumétrica, a concentração ou massa da amostra é determinada a partir do volume da solução titulante de concentração conhecida. Qualquer erro na concentração da solução titulante levará a um erro na análise. A padronização de uma solução convém para determinação de sua concentração real (ou pelo menos um valor muito próximo do real). Por meio deste possível encontrar o fator de correção, um valor adimensional utilizado para conformidade da concentração. Após a padronização a concentração real da solução (normalidade verdadeira) é definida pelo produto. Uma solução padrão é a solução cuja concentração é conhecida, esta pode ser preparada a partir de uma substância primária, a qual medida a massa, que depois de dissolvida num solvente apropriado e posteriormente diluída num balão volumétrico; ou de padrões comerciais, que são fornecidos em ampolas hermeticamente fechadas e que se diluem num balão volumétrico. Sendo uma substância primária ou padrão primário, a substância deve atender alguns requisitos: grau de pureza superior a 99,95%, fácil secagem, estável tanto em solução como no estado sólido, não higroscópico, nem volátil, não reagir com 33 a luz, elevado pelo molecular. Para determinação de uma quantidade desconhecida de uma substância em particular utiliza-se a titulação. 2 OBJETIVO Padronizar uma solução utilizando padrão primário; 3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Materiais Erlenmeyer 2 buretas Fósforos Tela de amianto Tripé Vidro de relógio Balão volumétrico Bastão de vidro Estufa Balança analítica Reagentes NaOH 0,1 mol L-1; HCℓ 0,1 mol L-1; Na2CO3; KHC8H4O4. Padronização de solução de NaOH 0,1 mol L-1 Titulação com Biftalato de potássio - KHC8H4O4 (1 mol = 204,23 g) o Use biftalato de potássio seco em estufa a 110 C por 1-2 horas. o Pese de 0,40 a 0,45g de biftalato em balança analítica, anotando o valor da massa até a quarta casa decimal. o Após adicionar o biftalato ao erlenmeyer, junte cerca de 30 mL de água DESTILADA e agite até a dissolução completa do sal. NÃO COMECE A ADIÇÃO DE NaOH ANTES DA DISSOLUÇÃO COMPLETA. o Junte DUAS GOTAS de fenolftaleína. o Certifique-se que a bureta esteja limpa e lavada com solução de NaOH antes de preenchê-la com a solução que será usada na titulação. Verifique se não há vazamento na bureta. Preencha com a solução, verifique se não há bolhas (se houver, REMOVA!) e acerte o volume no zero. o Coloque um fundo branco sob o erlenmeyer para facilitar a visualização da viragem do indicador. 34 o Comece a adição da solução de NaOH ao erlenmeyer, sob agitação. Se ficar solução de NaOH nas paredes do erlenmeyer, lave com água destilada e continue a adição de NaOH. o O aparecimento de uma LEVE coloração rosada na solução do erlenmeyer, que persista por mais de 30 segundos, indica o final da titulação. Anote o volume da solução de NaOH consumido. Esse volume será usado no cálculo da concentração. o O procedimento deve ser feito pelo menos em duplicata. Observações Fique atento a vazamentos e bolhas. Não prossiga a titulação nesses casos. Não adicione mais indicador que o recomendado. Não adicione NaOH até que solução fique intensamente rosa. Padronização de solução de HCℓ 0,1 mol L-1 Padronização com Carbonato de sódio - Na2CO3 (1 mol = 105,99 g) o Pese 0,10 a 0,12 g (balança analítica) de Na2CO3 seco em mufla a 270 300 C por 1 hora. o Junte cerca de 15 mL de água DESTILADA ao sal num erlenmeyer e agite até a dissolução completa do sal. NÃO COMECE A TITULAÇÃO antes DA DISSOLUÇÃO COMPLETA. o Junte DUAS GOTAS de verde de bromocresol. A solução fica azul. o Coloque um fundo branco sob o erlenmeyer para facilitar a visualização da viragem do indicador. o Comece a adição da solução de HCℓ ao erlenmeyer, sob agitação. Se ficar solução de HCℓ nas paredes do erlenmeyer, lave com água destilada e continue a adição de HCℓ. o Proceda a adição de HCℓ até que a solução torne-se esverdeada. o Neste ponto, interrompa a adição de HCℓ e ferva a solução por 2 min. para eliminação do CO2. A coloração deve voltar para azul. o Reinicie a adição de HCℓ até o aparecimento de coloração verde. Anote o volume de solução HCℓ consumido, para o cálculo da concentração. o O procedimento deve ser feito pelo menos em duplicata. Observações Na titulação de carbonato de sódio, devem ocorrer 2 "protonações" CO32- + H+ →HCO3HCO3- + H+ → H2O + CO2 35 Mas o gás carbônico em solução leva ao estabelecimento do equilíbrio abaixo: H2O + CO2 → H2CO3 →HCO3- + H+ Isto representa a viragem do indicador verde de bromocresol com a adição de um volume de HCℓ menor que o necessário para reagir com todo Na2CO3. Para evitar isso, deve-se aquecer a solução para favorecer a eliminação o CO2. Quando isto ocorre, o verde de bromocresol retoma a cor azul. Não reversão da cor indica excesso de ácido adicionado. Prosseguindo a adição de ácido após a eliminação de CO2, protona-se totalmente o carbonato e o verde de bromocresol assume coloração verde definitiva. 09 – PRÁTICA: TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE: TEOR DE ÁCIDOS E BASES EM PRODUTOS COMERCIAIS a. Dosagem da concentração de ácido acético no vinagre: O ácido acético é um ácido franco (Ka = 1,8 x 10-5 e grau de ionização = 3%). Por esse motivo, o acetato de sódio resultante da sua neutralização com base forte sofre hidrólise alcalina e o pH da solução é básico. Devido a este fato, deve-se utilizar um indicador de viragem em pH básico, como por exemplo a fenolftaleína. É amplamente empregado na indústria química na forma de ácido acético glacial (grau de pureza 99,8%) como reagente para a síntese de muitos outros produtos químicos. Também pode ser consumido na forma de uma solução diluída (Vinagre) com concentração entre 6 e 8% (m/V). Somente o vinagre incolor pode ser titulado diretamente. O vinagre colorido, obtido a partir do vinho, pode ser titulado somente após tratamento com carvão ativo para retirar o corante. O vinagre é obtido através da fermentação acética do vinho ou da cachaça e por diluição do ácido acético. A reação de neutralização do ácido acético com hidróxido de sódio é mostrada a seguir: CH3COOH + NaOH CH3COONa + H2o No ponto de equivalência da reação tem-se a seguinte relação: n (CH3COOH) = n (NaOH) n (CH3COOH) = [ ] (NaOH) . V (NaOH) A partir do número de mols de ácido acético, determina-se a massa do ácido acético na amostra: m(CH3COOH) = n (CH3COOH) . M.M (CH3COOH) Então se faz a razão entre a massa de ácido acético presente na amostra e a massa total da amostra, para se determinar o título da solução: 36 T% = m (CH3COOH) m (Vinagre) x 100% Durante a titulação, é preciso ter cuidado para se adicionar a base lentamente, sob risco de se obter um ponto de viragem antecipado da reação. Isto porque, como o ácido acético é um ácido fraco, este não tem os íons H+ disponíveis em solução para neutralizar imediatamente os íons OH- adicionamos, aumentando momentaneamente o pH da solução e dando a falsa impressão de que o ponto de equivalência já foi atingido. Entretanto, com a adição lenta de base e sob a agitação constante, a cor rosa persistente desaparece após algum tempo, dando indício de que o ponto de equivalência ainda não foi atingido. b. Dosagem da concentração de hidróxido de magnésio no leite de magnésia: O leite de magnésia é usado como laxante e é uma suspensão que pode ser conseguida em farmácias e supermecados, contendo um teor mínimo de 7% em peso de hidróxido de magnésio. Sua dosagem não pode ser determinada de forma direta como no caso do ácido acético, porque o hidróxido de magnésio é muito pouco solúvel e não disponibiliza todo seu conteúdo de OH- em solução para ser titulado. Por isso, para se determinar o hidróxido de magnésio é necessário lançar mão de um método de titulação indireta, no qual se adiciona uma quantidade excedente e bem estabelecida de ácido, de maneira a forçar a dissolução total da base e neutralizá-la por completo. Em seguida, o excesso de ácido é então titulado com uma solução padrão de base, em um procedimento conhecido como “retrotitulação”. Mg(OH)2 + HCl (excesso) MgCl2 + 2 H2O + HCl (excedente) HCl (excedente) + NaOH NaCl + H2O A diferença entre essa quantidade de ácido excedente e a quantidade inicial de ácido é exatemente a quantidade de ácido consumida durante a neutralização completa so hidróxido de magnésio, determinando-se indiretamente o teor deste último na solução: HCl (consumido) = HCl (excedente) n HCl (consumido) = 2.n Mg(OH)2 Os demais cálculo são realizados de modo semelhante àqueles usados na determinação ácido acético . 37 Procedimento experimental Materiais necessários Amostra de vinagre Indicador de fenolftaleína Pipetas volumétricas de 2 a 50 ml Amostra de leite de magnésia Indicador azul de bromotimol 2 copos de béquer de 50 ml NaOH 0,1 mol/L (padronizada) Pisseta com água destilada 4 Erlenmeyers de 250 ml HCl 0,1 mol/L (padronizado) Bureta 25 ml Suporte Universal e garras a. Dosagem da concentração de ácido acético no vinagre: Com uma pipeta volumétrica transfira 2 mL de uma amostra de vinagra para um erlenmeyr de 250 mL, adicione cerca de 30 mL de água destilada, acrescente 3 gotas de indicador fenolftaleína. Prepare a bureta com a solução padronizada de NaOH 0,1 mol/L. Titule lentamente a solução de vinagre até o ponto que a cor rosa torne-se persistente. Anote o volume de base utilizado. Repita o procedimento uma vez. b. Dosagem da concentração de hidróxido de magnésio no leite de magnésia: Pese com precisão cerca de 1,0 g do leite de magnésia (previamente homogeneizado, por se tratar de uma suspensão) e transfira para um erlenmeyer de 250 mL com jatos de água destilada para garantir que toda a massa seja aproveitada. Adicione à suspensão aquosa resultante 50,0 mL de solução padronizada de HCl 0,1 mol/L com uma pipeta volumétrica. Homogeneíze a solução resultante, na qual há excesso de ácido clorídrico que não reagiu. Para determinar a quantidade de ácido em excesso, adicione a essa solução 3 gotas de solução de azul de bromotinol, prepare uma bureta com solução padronizada de NaOH 0,1 mol/L e titule a solução do ácido até o ponto de viragem. Anote o volume de base utilizado. Repita o procedimento uma vez. REFERÊNCIAS VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. São Paulo, Editora Mestre Jou, 1981, p 153-161 e 429-432. SILVA, R. R; BOCCHI, N.; ROCHA FILHO, R. C. Introdução à Química Experimental. São Paulo, McGraw-Hill, 1990. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química - Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. GIESBRECHT, E. (coord.), Experiências de Química: Técnicas e Conceitos Básicos, PEQ - Projetos de Ensino de Química, São Paulo, Ed. Moderna, 1982. 38 FERNANDES, J. Química Analítica Qualitativa, São Paulo, Hermus Editora, 1982. VAITSMAN, D. S.; BITTENCOUT, O. A.; PINTO, A. A. Análise Química Qualitativa. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1981. 39