As Estruturas Vegetais de Angiospermas

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As Estruturas Vegetais de Angiospermas
Adaptações importantes dos vegetais
Introdução
Ate agora já estudamos praticamente todo o processo de reprodução e ciclo de vida das
angiospermas. Entretanto, falta-nos olhar de forma mais atenta para algumas estruturas
especificas que são típicas de alguns vegetais. É possível que já tenhamos nos deparado com
tais estruturas ao longo dos textos e exercícios de botânica e que, por dedução, as tenhamos
compreendido. Nessa aula, serão elucidadas algumas características e adaptações de cada
parte do vegetal, afim de que tenhamos não ó conhecimento, mas um vocabulário mais amplo
em biologia.
As partes do vegetal
De maneira geral, os vegetais superiores com semente são formados por três estruturas
ou partes básicas: Raiz, caule e folha. No caso de gimnospermas, incluímos as sementes, e no
caso de angiospermas incluímos as flores e os frutos, estes envolvendo as sementes.
A raiz, cuja função é absorver agua e sai do solo, também serve para fixar o vegetal ou,
em alguns casos, como reserva de nutrientes. Tem crescimento geotrópico positivo, ou seja, a
favor da força gravitacional. De maneira didática, podemos pensar que o crescimento
geotrópico positivo é em favor da Terra (Geo). O caule serve para sustentar os galhos e folhas
do vegetal, dar-lhe altura e espessura, além, claro, de transportar tanto agua que sai da raiz
para as folhas pelo xilema, como o produto da fotossíntese das folhas para o restante do
vegetal pelo floema. Tem crescimento geotrópico negativo, ou seja, cresce contra a força
gravitacional.
As folhas exercem, no vegetal, um papel análogo aos órgãos nos animais. Dotadas de
cloroplastos, abrigam o processo de fotossíntese, além de estarem relacionadas à transpiração
do vegetal pelos estômatos.
Tipos de Raiz e suas adaptações
Existem, basicamente, três regiões em uma raiz: Coifa, zona de alongamento e zona
pilífera. A coifa consiste em algo próximo a uma pequena capa de revestimento que cobre as
células meristemáticas na região apical da raiz, responsável pelo crescimento. A zona de
alongamento fica imediatamente abaixo da região das células meristemáticas, e consiste na
porção de células jovens que acabaram de se diferenciar. A zona pilífera consiste na porção da
raiz que inicia crescimento secundário, ou seja, espessamento, e cuja epiderme se especializa
em pelos radiculares que tem função absortiva.
As raízes se dividem em três grupos de acordo com sua disposição: Raízes axiais ou
pivotantes, fasciculadas e, por fim, adventícias.
As raízes axiais ou pivotantes apresentam um eixo principal evidente, e as ramificações
partindo dele. Ocorrem normalmente em dicotiledôneas.
As raízes fasciculadas não possuem um eixo principal, e da região da raiz inicial do
embrião, crescem inúmeras novas raízes em forma de “cabeleira”. Típica de monocotiledôneas.
As raízes adventícias, por sua vez, não se originam de raízes iniciais, mas sim de outros
órgãos, como caules, por exemplo.
Além desses tipos radiculares, existem algumas adaptações importantes que fogem
desses padrões. É o caso das raízes tuberosas e das raízes aéreas. As tuberosas são
especializadas em reserva, enquanto as aéreas variam em função.
Algumas raízes aéreas são bastante conhecidas, como é o caso das raízes de sustentação
das orquídeas, e dos pneumatóforos do mangue. As primeiras tem função tanto absortiva como
de fixação da raiz no substrato, enquanto as segundas se projetam para fora da agua a fim de
captar oxigênio para a planta.
Tipos de Caules e suas adaptações
Os caules também apresentam diversas adaptações. Normalmente consistem no órgão
mais resistente dos vegetais, formado por longos feixes de vasos condutores e por uma
epiderme em constante crescimento, de modo que a região mais superficial vai se lignificando e
formando o súber ou casca. Alguns caules, entretanto, não possuem casca, ou são mais finou,
ou são ocos. Existem vários tipos de caules, e a nos, interessam alguns deles:
Caule tipo tronco: o mais comum, robustos, são desenvolvidos na parte inferior e
ramificados no ápice. Aparecem na maioria das dicotiledôneas.
Caule tipo estipe: Normalmente altos e não ramificados. No ápice, apresentam um tufo
de folhas. Típico das palmeiras.
Caule tipo colmo: Semelhantes aos estipes, não são ramificados. Entretanto, são bem
divididos em nos, e podem apresentar o interior oco. Exemplo no bambu e na cana de açúcar.
Caules trepadores: Esta o presentes nas plantas trepadeiras e podem crescer enrolados
em um substrato. Às vezes apresentam expansões laterais chamadas gavinhas, cuja função
também é fixar no substrato.
Caule tipo estolão: crescem paralelamente ao solo e podem conter gemas que darão
origem a novas plantas. Ex: morangueiro
Caule tipo rizoma: são caules subterrâneos que acumulam reservas nutritivas. Podem
ser distinguidos de raízes por apresentarem gemas laterais. Ex: batata inglesa, bananeira.
Caule tipo cladódio: São modificados para a retenção de agua e realização da
fotossíntese. Ex: cacto.
Folhas, sua morfologia e adaptações.
As folhas, na maioria dos vegetais, são os órgãos clorofilados, ou seja, especializados na
fotossíntese. Não obstante, também apresentam estômatos, e assim, estão relacionadas com
as trocas gasosas nos vegetais. São formadas por um pecíolo, que as conectam com o caule, por
uma bainha que reveste a ligação da folha ao caule adjacente; uma região de limbo que
representa a superfície celular e que é repleta de nervuras. As folhas podem ser simples ou
compostas. Quando compostas, vários folíolos são interligados por um único pecíolo.
Existem vários tipos de nervuras, as reticulinerveas e as paralelinérveas. As primeiras
são típicas de dicotiledôneas, enquanto as segundas de monocotiledôneas. As folhas compostas
ainda podem ser paripenadas ou imparepenadas, primeiro se tiverem numero par de folíolos e
segundo se tiverem numero impar.
As folhas também apresentam modificações morfológicas que lhes garante
adaptabilidade. Espinhos, por exemplo, são folhas modificadas que visam reduzir a área de
contato com o ambiente e fornecer proteção ao caule. Outras folhas podem se modificar em
gavinhas ou em brácteas. Gavinhas de origem foliar tem a mesma função das gavinhas de
origem caulinar, ou seja, se fixar no substrato. As brácteas são folhas que se modificam muitas
vezes em formas vistosas para atrair polinizadores. As plantas carnívoras também possuem
adaptações para prender insetos polinizadores.
Outra estrutura importante presente em folhas são os tricomas, pequenas e abundantes
expansões da epiderme em forma de pelos cuja função é proteção e aumento da superfície de
contato. Podem causar urticância ou atuar de forma auxiliar com a cutícula, uma camada de
cera que impermeabiliza o limbo foliar.
Thafarel Pitton- Professor de Ecologia e Botânica no Cursinho
Metamorfose, UNESP- SÃO JOSE DO RIO PRETO
[email protected]
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