Impacto da adubação nitrogenada na incidência de insetos de imp

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Impacto da adubação nitrogenada na incidência de traça-das-crucíferas em
plantas de repolho.
Danielle Corrêa Pantaleão; Ana Maria Resende Junqueira - Universidade de Brasília, Faculdade
de Agronomia e Medicina Veterinária, Núcleo de Apoio à Competitividade e Sustentabilidade da Agricultura, Caixa
Postal 4508, 70910-970, Brasília – DF. [email protected].
RESUMO
O experimento foi conduzido na Fazenda Água Limpa, Universidade de Brasília, Brasília
– DF, utilizando-se repolho cv. Kenzan, com o objetivo de avaliar o impacto de diferentes fontes
e doses de nitrogênio na incidência da traça das crucíferas em plantas de repolho. O
delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com sete tratamentos e cinco repetições. Os
tratamentos foram: T1: 3,0 kg/m2 de esterco bovino; T2: 13,45 ; T3: 4,00 ; T4: 7,00 ; T5: 10,00
g/m2 ; T6: 17,00 ; T7: 20 O experimento foi conduzido na Fazenda Água Limpa, Universidade
de Brasília, Brasília – DF, utilizando-se repolho cv. Kenzan. O experimento teve como objetivo
avaliar o impacto de diferentes fontes e doses de nitrogênio na incidência da traça-dascrucíferas em plantas de repolho. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com sete
tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram: T1: 3,0 kg/m2 de esterco bovino; T2:
13,45 ; T3: 4,00 ; T4: 7,00 ; T5: 10,00 ; T6: 17,00 ; T7: 20 g/m2 de uréia. Todas as parcelas
receberam 20 g/m2 de cloreto de potássio e 118 g/m2 de superfosfato simples na adubação de
plantio. As adubações de cobertura foram realizadas aos 20-40-60 dias após o transplantio. A
adubação de cobertura foi realizada conforme cada tratamento: T1: 1 kg/m2 de esterco de
gado; T2: 6,0 g/m2 ; c) T3: 1,5 g/m2 ; d) T4: 3,0 ; T5: 4,5 g/m2 ; 6: 7,5 ; T7: 9 g/m2 de uréia. A
quantidade de cloreto de potássio foi de 3,0 g/m2 para todos os tratamentos. A incidência da
traça das crucíferas foi avaliada de forma indireta, através da atribuição de notas para as
cabeças de repolho no momento da colheita, em quatro plantas por parcela. Não foi observado
efeito significativo do nitrogênio na incidência da traça das crucíferas.
PALAVRAS-CHAVE: Brassica oleracea var. capitata, Plutella xylostella, nitrogênio, danos.
ABSTRACT
An experiment was carried out at Fazenda Água Limpa, Universidade de Brasília,
Brasília – DF, with cabbage plants cv. Kenzan, aiming to evaluate the impact of different
sources and doses of nitrogen in the incidence of diamondback worm. The experimental design
was random blocks with seven treatments and five replicates. The treatments were: T1: 3,0
kg/m2 of cattle manure; T2: 13,45 ; T3: 4,00 ; T4: 7,00 g/m2 ; T5: 10,00 g/m2 ; T6: 17,00 g/m2 ;
T7: 20 g/m2 of urea. All treatments received 20 g/m2 of potassium clorete and 118 g/m2 of simple
superphosphate at planting. The covering fertilization took place 20-40-60 after planting,
according to each treatment: T1: 1 kg/m2 of cattle manure; T2: 6,0 g/m2 ; c) T3: 1,5 ; d) T4: 3,0 ;
T5: 4,5 ; T6: 7,5 ; T7: 9 g/m2 of urea. All parcels were fertilized with 3,0 g/m2 of potassium
clorete. The incidence of diamondback worm was evaluated indirectly by grades attributed to
four plants per parcel during harvest. No difference was observed among treatments for the
parameter evaluated.
KEYWORDS: Brassica oleracea var. capitata, Plutella xylostella, nitrogen, damage.
O repolho é uma das hortaliças que mais se destaca na alimentação humana. Além de
ser um alimento dinâmico, pois pode ser consumido tanto ao natural ou sob as diversas formas
processadas, constitui-se numa das mais baratas e ricas fontes de vitaminas e sais minerais
entre as plantas cultivadas (Silva & Barros, 1984).
Entre as variedades botânicas da espécie Brassica oleraceae, o repolho é a de maior
expressão econômica na produção mundial e brasileira, situando-se em torno de 42,2 milhões
de toneladas, sendo que no DF e região do entorno a produção anual é de 6931,5 t/ano
(Emater, 1996).
Dentre as pragas que atacam a cultura, a traça-das-crucíferas é considerada a principal,
sendo um fator limitante na produção - as larvas perfuram as cabeças de repolho diminuindo o
valor comercial do produto (Shelton et al. citado por Oliveira, 2000).
Os nutrientes, quando convenientemente aplicados, contribuem com o aumento da
qualidade dos produtos vegetais além de afetar a capacidade da planta em resistir à atividade
metabólica de espécies - praga. A elevada necessidade de nutrientes, sobretudo de nitrogênio
(N) e potássio (K), aliada à alta capacidade do sistema radicular em absorver os elementos do
solo, tornam o repolho uma das hortaliças mais esgotantes de nutrientes do solo. A grande
quantidade de N e K, acumulada principalmente nas folhas interiores da cabeça do repolho,
supera a acumulação que ocorre nas demais partes da planta, sugerindo que esses nutrientes
são muito importantes na base de formação de cabeças (Hara & Sonoda, citado por Silva,
1986).
De modo geral, o N em alta quantidade predispõe as plantas à ação de certas moléstias,
provavelmente devido a maior suculência. Outra possibilidade é que um alto fornecimento de N
proporciona alto teor deste nutriente na seiva das plantas, servindo de substrato nutricional às
pragas.
Além dos efeitos benéficos conhecidos da adubação nitrogenada, este tipo de adubação
provoca alterações na quantidade e qualidade do nitrogênio presente na planta, aumentando
os níveis de N solúvel, particularmente aminoácidos livres, facilmente assimiláveis por diversas
espécies de insetos. A quantidade e a qualidade dos compostos solúveis de nitrogênio
produzidos dependem da fonte de nitrogênio utilizada, fato este que pode provocar maior ou
menor resistência da planta a pragas.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o impacto da adubação nitrogenada na
incidência de traça das crucíferas em plantas de repolho.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Fazenda Água Limpa, Universidade de Brasília, Brasília
– DF, utilizando-se repolho cv. Kenzan, de julho a setembro de 2003. O experimento teve como
objetivo avaliar o impacto de diferentes fontes e doses de nitrogênio na incidência da traça-dascrucíferas em plantas de repolho. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com sete
tratamentos e cinco repetições. Cada parcela continha 20 plantas distribuídas em 5 fileiras. O
experimento foi irrigado pelo método de gotejamento. Os tratamentos foram: T1: 3,0 kg/m2 de
esterco bovino; T2: 13,45 ; T3: 4,00 ; T4: 7,00 ; T5: 10,00 ; T6: 17,00 ; T7: 20 g/m2 de uréia.
Todas as parcelas receberam 20 g/m2 de cloreto de potássio e 118 g/m2 de superfosfato
simples na adubação de plantio. As adubações de cobertura foram realizadas aos 20-40-60
dias após o transplantio. A adubação de cobertura foi realizada conforme cada tratamento: T1:
1 kg/m2 de esterco de gado; T2: 6,0 ; c) T3: 1,5 ; d) T4: 3,0 ; T5: 4,5 ; T6: 7,5 ; T7: 9 g/m2 de
uréia. A quantidade de cloreto de potássio foi de 3,0 g/m2 para todos os tratamentos.
A incidência da traça das crucíferas foi avaliada de forma indireta através da
atribuição de notas a quatro plantas centrais da parcela por cinco avaliadores. As notas foram
atribuídas conforme escala sugerida por CASTELO BRANCO et al. (1996): 01 = folhas
raspadas ou sem dano; 02 = folhas com furos pequenos (pouco dano); 03 = folhas com furos
grandes (com dano); 04 = plantas com folhas totalmente danificadas (muito dano).
Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste
de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre tratamentos para
incidência da traça das crucíferas em plantas de repolho (Tabela 1). Este resultado concorda
com o observado por PIRES (2003), onde não foram encontradas diferenças estatísticas
significativas entre as diferentes doses de adubo químico nitrogenado utilizadas e entre as
mesmas e a utilização de cama de frango como fonte de nitrogênio, na dosagem de 3,0 kg/m2.
na nota atribuída às plantas de repolho. No entanto, o mesmo autor verificou diferença
estatística significativa entre tratamentos, quanto ao número de furos observados por planta,
média de 6 contagens, que foi superior no tratamento com cama de frango e diferiu
estatisticamente dos demais tratamentos com adubação química.
Importante ressaltar que mesmo não tendo sido observada diferença estatística
significativa entre tratamentos no presente experimento, verificou-se que a menor nota foi
atribuída às plantas adubadas com esterco bovino e a maior foi atribuída às plantas que
receberam 100% da adubação nitrogenada recomendada.
Tabela 1. Notas atribuídas às plantas de repolho em função da adubação nitrogenada. Brasília,
2003.
Tratamento
Esterco Bovino (3,0 kg/m2)
100 ***
Notas*
2,08**
2,45
25
2,19
50
2,30
75
2,19
125
2,33
150
2,19
CV (%)
28,22
 Média de 4 plantas por parcela (5 avaliadores). **Escala de notas 1 = folhas raspadas ou sem dano; 2 = folhas
com furos pequenos (pouco dano); 3 = folhas com furos grandes (com dano); 4 = plantas com folhas totalmente
danificadas (muito dano). ***Corresponde à adição de nitrogênio conforme análise do solo.
LITERATURA CITADA
BORTOLLI, S.A; MAIA, I.G. Importância da aplicação de fertilizantes na ocorrência de pragas.
In: SÁ, M.E; BUZZETI, S. Importância da adubação na qualidade dos produtos agrícolas, p. 5363, 1994.
CASTELO BRANCO, M.; VILLAS BÔAS, G.L.; FRANÇA, F.H. Nível de dano de traça-dascrucíferas em repolho. Horticultura Brasileira, Brasília. v. 14, n. 2, p. 154-157, 1996.
EMATER-DF. Produção de repolho em 1994-95 no Distrito Federal e região do entorno.
Informativo da Produção Agrícola – IPAGRICOLA, 1996.
OLIVEIRA, A.T.; JUNQUEIRA, A.M.; FRANÇA, F.H. Impacto da irrigação por aspersão
convencional na dinâmica populacional da traça-das-crucíferas em plantas de repolho.
Horticultura Brasileira, v. 18, n. 1, Mar. 2000.
PIRES, J.F. Impacto da fertilização química e orgânica na produtividade e em alguns aspectos
qualitativos de alface e repolho produzidos no Distrito Federal. Brasília: UnB, 2003. 147 p.
Dissertação de Mestrado.
SILVA, A. A.; BARROS, I.B. Adubação mineral e orgânica em repolho (Brassica oleracea L.
var. capitata L.) I. Produção total e comercial. Horticultura Brasileira, v. 2, n. 1, Mai, 1984.
SILVA, A A. Adubação mineral e orgânica em repolho III. Qualidade comercial e ocorrência de
Xanthomonas campestris pv. campestris. Horticultura Brasileira, v. 4, no 2, novembro 1986.
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