1 Terapias Manuais e sua Abordagem na Ciatalgia Thayse Christine Pires de Figueredo Rodrigues1 Dayana Priscila Maia Mejia² [email protected] Pós-graduação em Traumato Ortopedia e Terapias Manuais – Faculdade Ávila Resumo A Ciatalgia pode ser considerada como uma síndrome dolorosa, na qual a dor é percebida na extremidade do membro inferior, sendo como causas vários fatores. A Terapia Manual são conjunto de técnicas que envolvem manipulações e mobilizações e tem como objetivo estimular a autocura do corpo. O objetivo deste artigo de revisão bibliográfica é o conhecimento da ciatalgia e os tratamentos com terapias manuais, tendo como objetivos específicos o entendimento da ciatalgia, relação da anatomia e biomecânia e apresentação dos tipos de tratamentos com terapia manual. Conclui-se que a terapia manual são várias técnicas com objetivos específicos devolvendo ao paciente a melhora e até em certos casos a possível cura. Palavras-chave: Ciatalgia; Coluna Lombar; Terapia Manual. 1. Introdução Os nervos periféricos são alvos constantes de lesões como esmagamento, compressão e transecção. Tais lesões resultam em dor e redução, ou perda, da sensibilidade e motricidade no território inervado. Entre as afecções mais comuns estão as relacionadas com o nervo isquiático, chamada ciatalgia. Os sinais e sintomas da ciatalgia incluem dor na região lombar e ao longo do trajeto do nervo, distúrbios sensoriais, paresia, marcha com claudicação intermitente e rigidez. As principais causas da ciatalgia são: hérnias de disco, infecções, compressão vascular, anomalias congênitas, doenças neurológicas degenerativas, luxações traumáticas do quadril e estenose do canal lombar. A síndrome dolorosa afeta principalmente indivíduos entre 30 e 50 anos de idade. Estima-se que, no mundo, sejam diagnosticados 500.000 novos casos todos os anos, dos quais 2,8% desses indivíduos adquirem incapacidades vitalícias em virtude do elevado tempo de regeneração nervosa (GAFFURI et al., 2001). A terapia manual é uma das áreas da Fisioterapia onde o fisioterapeuta aprende a avaliar como um todo seu paciente, avaliando a dor e disfunção, detectando anormalidades do movimento e testando tecidos estruturais anatômicos. Kisner (2005) define a mobilização articular como técnicas da terapia manual usadas para modular a dor e tratar disfunções articulares que limitam a amplitude de movimento, abordando especificamente a mecânica da articulação que esta alterada. A alteração na mecânica articular pode ocorrer em razão de dor e defesa muscular, efusão articular, contraturas ou aderencias nas cápsulas articulares ou nos ligamentos de suporte, ou ainda devido ao desalinhamento ou à subluxação das superfícies ósseas. Este estudo tem por objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre as principais técnicas da terapia manual para tratamento da ciatalgia, com objetivos gerais de descrever a ciatalgia, estudar a anatomia e biomecânica e conhecer os tratamentos fisioterapêuticos dentro das terapias manuais. 1 Pós-graduando em Traumato Ortopedia e Terapias manuais ²Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Graduada em Fisioterapia. 2 2. Nervo ciático Miranda (2004) define o nervo isquiático ou ciático como o principal nervo do plexo sacral, e também o maior nervo do corpo, formado pelos ramos anteriores de L4, L5, S1, S2, S3. Sai da pele pelo forame isquiático maios e passa entre o túber isquiático e o trocanter maior. Na região glútea, localiza-se logo abaixo do músculo piriforme. Desce verticalmente na região posterior da coxa, entre o músculo adutor magno e a porção longa do bíceps femoral. Ao chegar na face poplítea, divide-se em dois troncos: o nervo tibial e o nervo fibular comum. Hoppenfeld (1980) localiza o nervo ciático no ponto em que deixa a pelve através do grande forâmen ciático, sob cobertura do músculo piriforme, passando por entre o grande trocanter e a tuberosidade isquiática. Para apalpar o ciático, peça ao paciente para fletir o quadril e localize o ponto médio entre as tuberosidades isquiáticas e os grandes trocanteres. Pressione firmimente, palpando o nervo, que, em geral, é de fácil palpação. Uma hérnia de disco ou uma lesão que ocupe espaço capaz de comprimir as raízes nervosas podem sensibilizar o nervo à palpação. O maior nervo do corpo humano tanto em extensão quanto em diâmetro, abrange a maior parte do membro inferior e, por isso, é a injúria nervosa mais frequente nesta região. Consiste em um nervo misto, responsável portanto, pela motricidade e propriocepção da musculatura posterior da coxa, proximal da perna e de todos os músculos do pé, além da sensibilidade da maior parte da perna e pé. Apesar do nervo passar pela região glútea, ele não supre a musculatura desta região (ZABOT, 2010). Vincente et al. (2007) em sua pesquisa, observou que os nervos tibial e fibular comum representam duas divisões no interior do nervo ciático que estão manifestadas na origem do nervo, em estágios precoces do desenvolvimento embrionário e conservam sua identidade em toda a sua extensão, embora reunidas em um nervo comum por uma bainha de tecido conjuntivo. Estudo posterior de Mandiola et al. (1986), realizados em fetos humanos a termo, evidenciaram que o nervo ciático se constitui como tronco único, no plexo, em 48% dos casos, sendo que a porcentagem restante corresponde à existência individualizada dos nervos tibial e fibular comum no plexo sacral. A separação observada durante o desenvolvimento embrionário pode permanecer no adulto, refletindo nas relações topográficas do nervo ciático na região glútea. Em aproximadamente 10% a 12% das pessoas, esse nervo entra na região glútea já dividido, com a porção tibial passando pela borda inferior do músculo piriforme e a porção fibular comum atravessando o músculo piriforme. Vincente et al. (2007) conclui que Odajima e Kurihara (1963) encontraram o nervo ciático dividido mais freqüentemente no sexo masculino. Pace e Nagle (1976) observaram maior incidência no sexo feminino e Trotter (1932) encontrou essa variação mais freqüentemente em brancos que em negros. O conhecimento da divisão alta do nervo ciático, bem como do seu trajeto, tem importância durante as abordagens cirúrgicas, em casos de lesões que o afetam em suas partes glúteas ou femorais e também correlacionadas com a passagem anormal através do músculo piriforme, levando a uma síndrome de compressão nervosa. Há 31 pares de nervos espinhais (8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais, 1 coccígeo), que contem uma mistura de fibras sensoriais e motoras. Eles se originam da medula espinal como séries continuas de radículas nervosas posteriores e anteriores. Grupos adjacentes de radículas se fundem formando raízes posteriores e anteriores, que se unem então formando os nervos espinais propriamente ditos. As raízes posteriores dos nervos espinais contêm fibras nervosas aferentes de corpos celulares localizados em gânglios das raízes posterior. Essas células emitem processos dirigidos tanto cerebral como perifericamente e não tem sinapses em seu corpo celular. As raízes anteriores dos nervos espinais contêm fibras eferentes de corpos celulares localizados na substancia cinzenta espinal. Elas incluem os neurônios motores que inervam os músculos esqueléticos e neurônios pré-ganglionares autônomos (STANDRING, 2010). 3 Considerada como uma série de segmentos de tecido nervoso, a medula espinhal é o principal centro reflexo e via de condução entre o corpo e o encéfalo. É na medula espinhal que se originam, como radículas, os nervos espinhais. Da medula espinhal saem duas raízes nervosas: a raiz anterior, cuja qual é formada por fibras motoras (eferentes) que transmitem o sinal das saídas do SN para o órgão efetor e, por fim, a raiz posterior, formada por fibras sensitivas (aferentes) que recebem informações sensoriais do corpo. Essas raízes se unem bem próximas ao forame intervertebral, formando um nervo espinhal misto, o qual, imediatamente, divide-se em dois ramos, um posterior e um anterior, conduzindo fibras motoras e sensitivas, dirigindo-se, então, para todo o corpo (COHEN, 2001; BRODAL, 2005; MOORE; DALLEY, 2007; comentado por ZABOT, 2010). O sistema nervoso é o mecanismo altamente complexo no nosso corpo que controla, estimula e coordena todos os outros sistemas do corpo. O plexo lombossacral é formado pelos ramos anteriores de L1a S3. As regiões do plexo, assim, uma vez mais, o nível da lesão será importante para saber que os músculos estarão funcionando. Os músculos fleroxes do quadril e os músculos extensores do joelho são inervados entre L2 e L4. A seguir vem os músculos adutores do quadril em L2 e L3 e os músculos abdutores do quadril em L4 e L5. Os músculos extensores do quadril e flexores do joelho são inervados de L5 e S2. Os últimos a receber inervação são os controles do intestino e bexiga urinária em S4 e S5 (LIPPERT, 2003). A anatomia lombar é composta por cinco vértebras lombares distingue-se das vértebras de outra região, Os processos transversos, em geral, são finos e longos, com exceção daqueles na vértebra LV, que são maciços e mais ou menos em forma de cone para fixação dos ligamentos iliolombares na conexão com os processos transversos e os ossos do quadril. O corpo de uma vértebra lombar típica é cilíndrico, e o forame vertebral tem forma triangular e é maior do que nas vértebras torácicas (DRAKE et al., 2005). A quinta vértebra lombar possui uma peculiaridade em seu corpo vertebral, sendo mais alta anteriormente, devido a maior descarga de peso aplicada posteriormente ao corpo da vértebra. As estruturas lombares sofrem pressão permanente, fazendo com que a região lombar seja o centro de massas do corpo humano (KAPANDJI, 2000). A fáscia toracolombar é uma forma de invólucro aponeurótico, forte e complexo, que atua como um imenso ligamento que conecta as costelas, vértebras e sacro. Envolve os músculos da coluna lombar, formando três compartimentos: anterior, médio e posterior. A camada posterior envolve os músculos posteriores da coluna da região sacral até a fáscia nucal. Ela é composta de duas lâminas claramente definidas que se inserem nos processos espinhais torácicos, lombares e ligamentos interespinhais e supraespinhais. A lâmina superficial é de orientação caudomedial, formando a aponeurose dos músculos grande dorsal e serrátil posterior e inferior, além de receber fibras do oblíquo externo e trapézio inferior. Constituindo-se de quatro porções principais: o grupo inferior de suas fibras insere-se na crista ilíaca, o segundo grupo insere em L5 e segmentos sacrais, um terceiro grupo insere em L3 e L5 e a porção final cobre o eretor espinhal. Abaixo de L4 as fibras cruzam para o lado contra-lateral. Ao nível sacral, a camada superficial é contínua com a fáscia do glúteo máximo (ALMEIDA et al., 2006). Os ligamentos longitudinais são comuns a todos os discos intervertebrais, estão posicionados anterior e posteriormente as vértebras, participam da estabilidade da coluna vertebral principalmente na flexão e extensão, realizando duas funções: limitando o movimento, e protegendo os discos intervertebrais. Ligamento longitudinal anterior é uma faixa resistente que se estende ao longo das faces anteriores dos corpos vertebrais caracterizando-se como ligamento muito denso e potente, inserido anteriormente ao disco e nos corpos vertebrais de um segmento móvel, este ligamento limita a hiperextensão da coluna e restringe o movimento para frente de uma vértebra sobre a outra. O Ligamento longitudinal posterior localiza-se no canal vertebral, nas faces posteriores dos corpos vertebrais, inserido no corpo de Áxis e 4 continuando no osso sacral A face póstero-lateral do segmento não é coberta por este ligamento, o que torna esse local vulnerável a protrusão do disco, ajudando, no entanto a impedir a hiperflexão da coluna vertebral e herniação da parte posterior (SILVESTRE et al., 2005). A coluna lombar é funcionalmente dividida em três compartimentos: anterior, o qual compreende os corpos vertebrais e o disco intervertebral, cuja função é suportar peso e absorver choques, sendo assim a parte estática da coluna; médio, formado pelo canal raquidiano e pelos pedículos do arco vertebral; e posterior, que protege posteriormente os elementos neurais e é responsável pelo direcionamento dos movimentos executados por essa região. Estas eminências ósseas fixam ligamentos (supra-espinhoso, intertransversos), músculos e são submetidas a forças de tração (GREVE e AMATUZZI, 1999). De acordo com Tortora (2003), os músculos abdominais são de origem esquelética e consistem fibras musculares estriadas não-ramificadas, as quais são unidas por um tecido areolar frouxo. São músculos do tipo achatado, semelhantes à lâminas conhecidos como fusiformes. Exercícios com a extremidades fixas (cadeia fechada),têm sido recomendados para casos de instabilidade. A razão pelas tais recomendações é oriunda da co-contração e do aumento da compressão articular. Isto também pode ser obtido pelas extremidades livres (cadeia aberta), com o método de flexibilidade facilitação neuromuscular proprioceptiva. Exercícios de alongamento anatomia e fisiologia (ACHOUR,2006). O tecido contrátil da coluna vertebral é composto pelos músculos, junção musculotendinosa, tendão e inserção do tendão ao osso através do periósteo. Os músculos abdominais, os superficiais e os profundos da região vertebral estabilizam a coluna vertebral. Os músculos mais superficiais, o eretor da espinha, o reto do abdome e o oblíquo externo do abdome agem como movimentadores primários, sendo sua função secundária a estabilização, os músculos profundos (centrais), os multífidos, os rotadores, o transverso do abdome, o oblíquo interno do abdome e o quadrado lombar estão mais próximos do eixo e agem primariamente na estabilização (KISNER, 2005; GOULD, 1993). Palmato (2010) explica que as articulações que formam a coluna vertebral permitem que a mesma realize movimentos nos três planos: sagital, frontal e transversal. A mobilidade vertebral engloba um número grande de articulações pois, o movimento entre duas vértebras adjacentes é pequeno. A coluna vertebral é capaz de realizar movimentos de flexão, extensão, flexão-lateral (direita e esquerda) e rotação. A cintura pélvica ou cíngulo do membro inferior funciona como a unidade integrada de todos os três ossos que se movem em todas as três articulações, influenciada pelas extremidades inferiores, pela coluna vertebral e tronco. Os dois ossos do quadril estão firmemente fixados através de articulações posteriores do osso do sacro, formando a articulação sacro-ilíaca, e um outro por uma articulação anterior, formando a sínfise púbica. Esta articulação é ricamente inervada tanto por nociceptores (receptores de dor) quanto por proprioceptores (sensores de movimento e posição). Essa rica inervação (plexo sacral e lombar) pode se dar pelo fato de a articulação monitorar o movimento e a posição da cintura pélvica, contribuindo dessa forma, para manter o corpo equilibrado e ereto (GARDNER et al, 1988; LEE, 2001; SPENCE, 1991 comentado por GREENMAN, 2001). 3. Ciatalgia Os nervos periféricos são alvos constantes de lesões como esmagamento, compressão e transecção. Tais lesões resultam em dor e redução, ou perda, da sensibilidade e motricidade no território inervado. Entre as afecções mais comuns estão ás relacionadas com o nervo isquiático, chamada ciatalgia (STAFFORD et al., 2007 citado por GAFFURI et al., 2011). 5 Em 1928, Yeoman foi o primeiro a descrever o músculo piriforme como fator etiológico de ciatalgia. Entre o nervo ciático e o músculo piriforme existem muitas variações anatômicas e alguns autores relacionaram essa condição com a síndrome do piriforme. A síndrome do piriforme é uma patologia de etiologia mecânica causada pela compressão do nervo isquiático (nervo ciático) pelo músculo piriforme quando da transposição deste pelo nervo na região glútea. O principal fator causador da compressão e, em decorrência, da isquiatalgia (ciatalgia) é um possível encurtamento muscular, proveniente de má postura, hipertrofia muscular ou uma variação anatômica (JÚNIOR e JÚNIOR, 2003; POSELLO et al., 2003). O diagnóstico da ciatalgia proveniente da compressão do músculo piriforme, se baseia na ausência de fatores causais vertebrais e na distribuição dos sintomas a partir do sacro em direção ao quadril, por sobre a região glútea e em direção a fossa poplítea. A palpação do tendão do piriforme afetado, próximo ao trocânter, irá desencadear dor e o membro afetado provavelmente estará em rotação lateral. Os sintomas consiste em uma dor persistente, intensa, que se irradia da região lombar do sacro até o quadril sobre a região glútea e na parte posterior da coxa ate a fossa poplítea (CHAITOW, 2008). Nos casos mais severos, o paciente não é capaz de se deitar ou ficar em pé confortavelmente, e as mudanças de posição não aliviam a dor. Dor intensa pode ocorrer quando o paciente senta ou se agacha, porque esse tipo de movimento necessita de rotação lateral do quadril e flexão do joelho. A compressão também resulta no comprometimento da circulação para a genitália de ambos os sexos (CHAITOW, 2008; POSELLO et al., 2013). Cecin (1997) explica que a ciatalgia pode ser de origem mecânico degenerativa, sua produção começa com desordens estruturais, desvios biomecânicos, ou na interação desses dois fatores. Existe consenso quanto a participação de um processo degenerativo estrutural (primitivo ou secundário ao desvio biomecânico) na deflagração das principais causas, abaixo mencionadas, da síndrome dolorosa lombar: discartroses, protusões discais focais, protusões discais difusas, osteoartrose zigoapofisária, espondilolistese, hérnias discais, degeneração do ligamento amarelo escolioses e hiperlordoses. A lombalgia idiopática, que hoje é denominada de lombalgia mecânica comum, é a forma anatomoclínica inicial de apresentação e a mais prevalente das causas de natureza mecânico degenerativa, se limita a região lombar e nádegas. A coluna vertebral, bem como todas as articulações do corpo humano, está sujeita a repetidas cargas e estresses que podem ser indolores. Porém, eventualmente, estas mesmas cargas podem favorecer o processo de degeneração de uma articulação. No caso específico da coluna lombar, por ser uma região onde passam grandes forças descendentes, principalmente a do peso corporal, poderão ocorrer disfunções somáticas, resultando em um processo degenerativo que irá interferir na biomecânica articular, levando a episódios de dor (BRAZIL, et al., 2004). Apenas 15% das algias na região lombar têm diagnósticos específicos, pois há uma infidedignidade entre os achados clínicos e de imagem, dificultando a descoberta da verdadeira origem da lombalgia. Além disso, esta região é composta por uma difusa rede nervosa de difícil interpretação. Mesmo com associação de dores irradiadas (Lombociatalgia), a lombalgia pode evoluir de maneira favorável e com rápida resolução, podendo, entretanto, ter prognóstico ruim, evoluindo de forma crônica levando a incapacidade (LIMA et al, 1999; BRAZIL et al, 2001). Lima e Quintiliano (2005) relata que a espondilolistese tambem pode ser uma das causas de ciatalgia, se consiste no lento e escorregamento anterior de uma vértebra inferior. É dividida em cinco tipos: congênita, ístmica, traumática, degenerativa, patológica. O tipo congênito existe deficiência estrutural por má formação das facetas articulares, que leva sustentabilidade do L5-S1. O tipo ístmico é mais comum, ocorre por fratura entre as facetas articulares superior e inferior. Tem alta incidência em adolescentes práticantes de ginástica olímpica, levantamento de peso e esportes similares. A traumática ocorre por grandes traumas agudos 6 com instabilidade da coluna, causada por fratura de vértebra com luxação do corpo vértebral. A espondilolistese do tipo degenerativa acomete mais o segmento L4-L5 de mulheres de mais de 40 anos, a formação de osteófitos nessa articulação leva a compressoes das raízes nervosas e da cauda equina. A patologica ocorre por fragilidade da estrutura óssea ou osteogênese imperfeita, neurofibromatose, neoplasias e outras. A hérnia discal é uma patologia frequente na coluna lombar e acomete estruturas articulares alterando o funcionamento biomecânico da região e das propriedades naturais dos tecidos adjacentes. A expressão hérnia de disco é usada como termo coletivo para descrever um processo em que ocorre ruptura do anel fbroso, com subsequente deslocamento da massa central do disco nos espaços intervertebrais, comuns ao aspecto dorsal ou dorso-lateral do disco. No tecido da hérnia de disco as células inflamatórias migram através do endotélio dos vasos neoformados, sendo esse um dos fatores relacionados com a intensidade de dor nos pacientes com lesão discal. O edema intraneural causado pela pressão e duração da compressão foi também relacionado com o processo álgico causado pela hérnia de disco (NEGRELLI, 2001; PIRES, 2008; RODRIGUES et al., 2011). Cerca de 95% das hérnias de disco lombar paramedianas são devidas as comprenssões das raízes L5 e S1. São típicas do paciente na faixa etária do 30 aos 60 anos e tem uma história natural bem conhecida: geralmente são recorrentes e as crises tendem a durar em média 2 a 3 meses. Na maior parte dos casos, são hérnias de bom prognóstico e raramente necessitam de tratamento cirúrgico. As hérnias foraminais, mais raras, frequentemente acometem pacientes acima de 60 anos. São mais comuns as compressões de L4-L5 (60% dos casos) e L3-L4 (30% dos casos). Em apenas 10 % dos casos há comprometimento de L5-S1. A apresentação clássica é a dor irradiada para a perna – face posterior; no trajeto do nervo ciático nas hérnias L4-L5-S1; face anterior da coxa nas hérnias L2-L3-L4 (as hérnias de l1 são extremamente raras). A dor piora quando o paciente está sentado ou em pé e melhora quando deitado. Geralmente há uma piora aguda da dor às manobras do tipo Valsalva (DIAS, 2001). As protusões posteriores são mais comuns. Com uma pequena lesão posterior ou pósterolateral, pode haver pressão contra o ligamento longitudinal posterior, contra a dura-máter ou suas extensões em torno das raízes nervosas. O paciente pode descrever uma dor intensa na linha média da região lombar alastrando-se através da coluna para as nádegas e coxas. Uma protusão posterior larga pode causar sinais medulares como perda de controle da bexiga e anestesia em sela. Uma protusão póstero-lateral larga pode causar sinais parciais de medula espinhal ou raiz nervosa (KISNER, 2005). Uma protusão anterior pode causar pressão contra o ligamento longitudinal anterior, resultando em dor na coluna. Pode não haver sinais neurológicos. Os níveis mais comum de protusão são os segmentos entre a quarta e a quinta vértebra lombares e entre a quinta vértebra lombar e o sacro, embora possam ocorrer protusão em qualquer nível (KISNER, 2005). Assim como a hérnia discal, a subluxação vertebral e os traumas também podem acarretar um quadro de ciatalgia, principalmente quando esses atingem o forame intervertebral. Traumas agudos tendem a causar irritação foraminal, especialmente se as estruturas próximas ao forame estiverem deformadas ou desalinhadas. De acordo com estudos, o trauma está inteiramente relacionado com a origem de dores lombar e ciatalgia e, além disso, o trauma, assim como má postura, espasmos musculares, envelhecimento, dentre outros, pode causar subluxação vertebral. Esta, por sua vez, é considerada um desalinhamento articular e predispõe a compressão da raiz nervosa (LEACH, 1994; GATTERMANN, 2005 comentado por ZABOT 2010). Em 50% dos casos é relatado algum tipo de trauma nesta região. Devido ao nervo isquiático e ao músculo piriforme se localizarem profundamente ao músculo glúteo máximo, parece claro que qualquer trauma nesta região pode desencadear a síndrome. Qualquer lesão na articulação 7 sacrilíaca pode causar uma reação inflamatória no músculo piriforme, levando-o ao edema e consequente à síndrome do piriforme por compressão do nervo isquiático (JÚNIOR e JÚNIOR, 2003). A lesão da medula espinhal (LME) ocorre em cerca de 15 a 20% das fraturas da coluna vertebral e a incidência desse tipo de lesão apresenta variações nos diferentes países. Estimase que, na Alemanha, ocorram anualmente dezessete casos novos por milhão de habitantes, nos EUA, essa cifra varia de trinta e dois a cinqüenta e dois casos novos anuais por milhão de habitantes e, no Brasil, cerca de quarenta casos novos anuais por milhão de habitantes, perfazendo um total de seis a oito mil casos por ano, cujo custo aproximado é de U$ 300 milhões por ano. A lesão ocorre, preferencialmente, no sexo masculino, na faixa etária entre 15 a 40 anos. Acidentes automobilísticos, queda de altura, acidente por mergulho em água rasa e ferimentos por arma de fogo têm sido as principais causas de traumatismo raquimedular (TRM). A freqüência dos TRM em decorrência de ferimentos por projéteis de arma de fogo tem aumentado de modo considerável, refletindo o alto nível de violência nos grandes centros, e a relação entre a velocidade dos veículos no momento da colisão e a ocorrência de fraturas da coluna toracolombar foram demonstradas em estudos de perícia técnica, realizados após os acidentes automobilísticos (DEFINO, 1999). Estenose vertebral é uma recogruência entre a capacidade e o conteúdo do canal vértebral, levando a compressão das raízes da cauda equina. O nível mais comum de estenose é entre L3-L4 (LIMA e QUINTILIANO, 2005). 4. Tratamentos O termo estabilização refere-se ao controle mecânico articular, onde os músculos agem como limitadores e controladores do movimento e previnindo danos a ligamentos e cápsulas. O complexo lombo-pelve-quadril, é onde se localiza nosso centro de gravidade e de onde são iniciados todos os movimentos (PANJABI 1992 comentado por LIMA e QUINTILIANO, 2005). A estabilidade da cintura pélvica e da coluna lombar tem grande importância no equilíbrio do corpo como um todo. A pelve é o berço do centro de gravidade corporal e todo o peso dos membros superiores, tronco e cabeça é transmitido para os segmentos inferiores por meio desta região. E junto a ela a coluna lombar que é a principal região do corpo responsável pela sustentação das cargas ascendentes. Sendo assim, podemos pensar que a sobrecargas impostas nesta região, propicia micro lesões e até mesmo desgaste articular (SANTOS et al. 2011). Gouveia (2008) explica que o programa de estabilização melhora o controle postural dinâmico, garante equilíbrio muscular apropriado e artrocinematica articular ao redor do complexo lombo-pelve-quadril, permitindo a expressão de força funcional dinâmica e melhora da eficiência neuromuscular ao longo de toda cadeia cinética. Segundo Panjabi (1992), a estabilização segmentar lombar (ESL) se constitui de exercícios realizados de forma específica destinados a devolver a estabilidade ou reduzir e instabilidade articular, normalmente afetadas pelas dores, lesões, e disfunções musculoesqueléticas, esta técnica se caracteriza basicamente por isometria, baixa intensidade e sincronia dos músculos profundos do tronco, pois a falta ou enfraquecimento dos músculos estabilizadores perpetua ou agrava a disfunção e a dor devido a fisiologia articular deficiente. Evidências encontradas em revisões sistemáticas sugerem que exercícios de estabilização segmentar que promovem cocontração dos músculos transverso do abdômen e multífido são eficazes para reduzir a dor e a incapacidade em lombalgias e para aumentar o retorno às atividades diárias normais e ao trabalho. Exercícios de estabilização parecem também ser mais eficazes do que o exercício de fortalecimento tradicional (PEREIRA et al., 2010). 8 A técnica de liberação muscular, segundo Brodin, é denominada de TEM a qual foi criada por Fred Mitchell em 1958, sendo aperfeiçoada por vários outros profissionais. Essa técnica de terapia manual que tem como princípio a utilização da contração muscular, de forma a produzir maior amplitude de movimento nas articulações, aumento de flexibilidade muscular, reduzindo assim dores gerados pelo desequilíbrio músculo-esquelética. Ela utiliza os seus músculos, controlando a posição do segmento corporal direcionando-o especificamente (PALMATO 2010). A osteopatia é um tratamento recente surgido nos Estados Unidos, cujo criador foi o Dr. Andrew Taylor-Still (1828-1917), que apresentou os grandes princípios desta medicina natural. A osteopatia é uma técnica relativamente nova em nosso meio, mas bastante difundida na Europa e nos Estados Unidos. É uma técnica que tem como princípio a abordagem global do paciente numa visão holística de tratamento (PAREA, 2003; GÓIS, et al, 2006). Segundo (BANDY; SANDERS, 2003), Still desenvolveu uma teoria que ele denominou a Lei da Artéria. Inicialmente sua alegação era de que todos os processos mórbidos eram conseqüências diretas da interferência do sangue arterial, que levava nutrientes vitais a uma parte do corpo. Ele achava que efetuando a manipulação articular podia manter e melhorar o fluxo sanguíneo. As manipulações osteopáticas são um instrumento a serviço dos terapeutas manuais. Mas a osteopatia é bem mais do que isso: é uma ciência e uma arte que se permite fazer o diagnóstico palpatório de bloqueios tissulares, em geral, e articulares, em particular, igualmente chamados de lesões ou disfunções, necessitando utilizar manipulações. Finalmente é o raciocínio que se permite fazer a ligação entre essas observações e a patologia funcional apresentada pelo paciente (GÓIS, et al, 2006). Marques e Yatabe (2009) relatam alguns autores em suas pesquisas com sucesso no tratamento com osteopatia. Nwoga (1982) aponta que o tratamento mediante as manipulações propicia uma diminuição das dores em 80% dos casos de neuralgia ciática. Já, D`OrdanoCourozier-Bossard-Boch-Vignon (1990), assinala que as manipulações em rotação em inúmeros casos controlados radiologicamente, provocam uma diminuição do tamanho da hérnia discal. Outros estudos mostram que além da eliminação da dor, o tamanho da hérnia não varia. Explica também que durante uma manipulação em rotação, a faceta articular superior se abre, não estando assim o centro do movimento no disco intervertebral e sim, na faceta articular oposta, permitindo, desta forma, alongar os ligamentos e os músculos monoarticulares, além de abrir a faceta articular. Já o principio da técnica de mobilização neural, que é um comprometimento da mecânica e ou fisiologia do sistema nervoso, pode resultar em outras disfunções do sistema nervoso, ou em estruturas musculoesqueléticas que recebam sua inervação. A mobilização neural e utilizada para restaurar o movimento e a elasticidade do sistema nervoso, com objetivo de melhorar a neurodinâmica e restabelecer o fluxo axoplasmático, restabelecendo a homeostasia dos tecidos nervosos. A mobilização do sistema nervoso afeta a dinâmica vascular, os sistemas de transporte axonal e a restauração da mecânica das fibras nervosas e tecidos conjuntivos. Alteração das pressões no sistema nervoso, durante o movimento, podem auxiliar na dispersão de um edema intraneural, com melhora do suprimento sanguíneo as fibras nervosas em hipoxia. Alem disso, um tratamento vigoroso poderia causar uma pequena lesão no nervo e estimular a liberação de fatores de crescimento (GLADSON et al, 2009; MALLMANN et al., 2012). Tambascia et al. (2008) define o conceito Maitland como sendo um método fisioterapêutico criado por Geoff Maitland, australiano, que estabeleceu princípios de mobilização e manipulação articulares, usado para aliviar dores e desbloquear com segurança determinadas estruturas, com objetivo de restaurar a amplitude de movimento normal, indicado para pacientes com disfunções neuro-músculoesqueléticas (podendo estar envolvidas as 9 articulações periféricas e/ou da coluna vertebral), duas formas de aplicação das técnicas passivas articulares: sustentadas ou oscilatórias, que podem ser utilizadas através de movimentos passivos fisiológicos e acessórios, essa aplicação proporciona ao tecido conjuntivo uma resposta mecânica. A Crochetagem é indicada em qualquer afecção osteomioarticular que apresente uma fibrose ou formação de aderências, assim como nas neuralgias, a técnica tem como objetivo principal o rompimento de pontos de fibrose, geralmente causados pelo acúmulo de cristais de oxalato de cálcio encontrados em locais de estase circulatórias e próximos às articulações nos planos aponeuróticos, causando irritação (BAUMGARTH, 2007). Cox (2002) descreve o objetivo da terapia manual que é alongar permanentemente os tecidos moles que estiverem restringindo a mobilidade através da aplicação de forças externas específicas. O tecido conectivo denso, regular, é uma categoria histológica do tecido conectivo que inclui ligamentos, tendões, fáscias e aponeuroses. É importante observar que um dano ao tecido conjuntivo de baixo nível deve ocorrer para produzir um alongamento permanente. A ruptura do colágeno será seguida por um ciclo clássico de inflamação de tecido, reparação e remodelação que deveriam ser gerenciados terapeuticamente para manter o alongamento desejado do tecido. 5. Metodologia O presente artigo foi realizado por meio de revisão bibliográfica. A busca de artigos foi realizada nas bases de dados Lilacs, Scielo e Google Acadêmico e Livros, no período de Março a Maio de 2013. As palavras-chaves utilizadas foram: “ciatalgia”, “nervo isquiático”, “terapia manual”. O presente artigo teve pesquisa de fácil acesso em livros e revistas científicas. Os artigos estudados e selecionados foram analisados de acordo com o título e resumo dos estudos, de acordo com as palavras chaves e conteúdos que pudessem correlacionar com o estudo proposto. 6. Resultado e Discussão A medicina manual é tão antiga quanto a ciência e a arte da medicina propriamente dita. Greenman (2001) explica que há fortes indícios de que o uso dos procedimentos da medicina manual na Tailândia antiga, como mostram esculturas de pelo menos 4000 anos. O foco da medicina manual é o sistema músculo esquelético, que abrange mais de 60% do organismo humano, e é por intermédio dele que deve ser feita a avaliação dos outros sistemas de órgãos. O diagnóstico estrutural não apenas avalia o sistema músculo esquelético em relação a sua doença em particular, como também pode ser usado para avaliar as manifestações somáticas da doença e os desarranjos das vísceras internas. Macedo e Briganó (2009), em seu estudo evidenciaram o uso da terapia manual como tratamento da dor lombar com redução da incapacidade e aumento da qualidade de vida, já que indicaram melhora significativa nas avaliações pré e pós-tratamento fisioterápico. Confirmando a indicação desses recursos, aponta-se que técnicas de terapia manual são eficazes e podem ser utilizadas nos quadros de lombalgia aguda. Afirma-se que a terapia manual mostrou significativamente melhora quando comparada à terapia de exercício em pacientes com lombalgia crônica. Também, estudos recentes têm demonstrado o benefício da terapia tradicional em conjunto ao tratamento interdisciplinar. Alguns estudos evidenciaram que a terapia manual é capaz de aumentar a tolerância a dor. Alguns autores relataram um aumento de 8% dos níveis de endorfina no plasma sanguíneo 5 minutos após a manipulação vertebral. Outro estudo comparou o efeito de duas técnicas da terapia manual: manipulação (thrust) e mobilização no limiar de dor a pressão. Houve diferença significativa entre os grupos, resultando em melhora de 45% no limiar de dor a 10 pressão do grupo manipulação, enquanto que não houve melhora no grupo mobilização, sugerindo que a manipulação foi superior a mobilização na redução do limiar de dor a pressão (PEREIRA, et al., 2010). Sobre manipulação e mobilização, Kisner (2005) define a mobilização articular refere-se às técnicas de terapia manual usadas para modular a dor e tratar as disfunções articulares que limitam a amplitude de movimento, abordando especificamente alterações na mecânica articular. Para que a mobilização articular seja usada efetivamente como tratamento, o profissional precisa conhecer e ser capaz de examinar a anatomia, a artrocinemática, a osteocinemática e os mecanismos neurofisiológicos musculoesqueléticos (KISNER, 2005). Já as manipulações, os médicos ingleses foram os primeiros a usar essas técnicas de manipulações articulares e vários livros a respeito foram publicados no início do século XX. Ao contrário das mobilizações, que são aplicadas uma ou várias vezes dentro ou na amplitude fisiológica dos movimentos articulares. As técnicas de manipulações articulares envolvem thrusts alta velocidade nas articulações, forçando-as além do limite restrito de movimento. A mobilização articular utiliza vários graus de amplitude, enquanto a manipulação articular emprega, geralmente, o thrust de alta velocidade e de baixa amplitude (DUTTON, 2010). O movimento brusco (thrust) é um movimento de alta velocidade e curta amplitude que não pode ser impedido pelo paciente. O movimento é realizado no final do limite patológico, ou seja, no final da amplitude de movimento da articulação e visa alterar as relações de posicionamento, soltar aderências ou estimular receptores articulares. Quando uma força específica é aplicada às articulações corporais para permitir sua distração, ouvem-se alguns estalidos conhecidos por cavitação. Contudo, o objetivo das técnicas de thrust não é produzir cavitação, mas produzir hipermobilidade temporária que restaure o jogo articular normal (DUTTON, 2010; KISNER, 2005). Alguns autores descrevem os efeitos da manipulação espinhal sobre a dor (analgesia) pela estimulação do sistema nervoso simpático (simpato-excitação), conquanto o mecanismo pelo qual isto acontece não seja ainda bem esclarecido. A analgesia produzida pela manipulação espinhal pode ser uma resposta neurofisiológica específica devido ao estímulo produzido sobre o sistema descendente inibidor da dor, localizado principalmente na coluna lateral da substância periaquedutal cinza (WRIGHT, 2000). Para Vialle et al (2010) citado por Zabot (2010) a origem da dor ciática como sendo multifatorial, envolve estimulos mecânicos nas terminações nervosas, ocasionando uma compressão direta da raiz nervosa. Nesse sentindo ajustes ccom manipulação ou mobilizaçoes sao eficazes na ciatalgia. Zabot (2010) em sua pesquisa, concluiu que o tratamento com quiropraxia se mostrou eficaz na redução dos sinais e sintomas de dor da paciente que aprsentava quadro crônico de ciatalgia. Dor ciática devido á compressao do nervo, proveniente de uma lesão do tipo neuropráxico, é caracterizada por uma diminuição da condutividade do nervo e provoca atrofia selectiva das fibras musculares inervados por comprometimento dos neurônios motor. A técnica de mobilização neural é usada para recuperar movimento e a elasticidade do sistema nervoso com o objetivo de melhorar a neuroodinâmica e restabelecer o fluxo axoplasmatico, restaurando assim a homeostase do tecido nervoso que promove o retorno ás suas funções normais (Gladson, 2009). Em estudos observados, o grupo de mobilização neural obteve melhora no trofismo muscular, indicado pela comparação no membro lesado e o não lesado. E se a etiologia dos sintomas forem originados de edema intraneural, as alterações na pressão intraneural, que acompanham a mobilização neural, podem ser suficientes para dispersar o edema, entao aliviando a hipóxia e reduzindo os sintomas associados (MALLMANN, et al. 2012). 7. Conclusão 11 A dor referida nos pacientes com ciatalgia constitui um alarme a saúde pública mundial, sendo a razão mais comum de visitas a centros de saúde básicos e especializados. Entre os idosos, a dor crônica proveniente da lombalgia é uma condição comum que pode ter consequências devastadoras, associadas com depressão, diminuição da qualidade de vida (CIENA et al., 2009). A ciatalgia pode-se ser considerada como uma síndrome dolorosa, no qual a dor é percebida na extremidade do membro inferior, mesmo na ausência de qualquer distúrbio local. Este quadro deve-se a compressão do nervo isquiático, sendo a hérnia de disco a causa mais comum e, além dessa, pode-se citar ainda: processos degenerativos, infecções, luxações traumáticas do quadril, anomalias congênitas, síndrome do piriforme e estenose do canal lombar. Os sintomas incluem a dor lombar, dor ao longo do trajeto do nervo, distúrbios sensoriais e fraqueza dos músculos do membro inferior inervados pelo nervo isquiático (NORTH et al., 1996; DOSANI et al., 2004, comentado por ZABOT, 2010). Um dos objetivos da terapia manual é alongar permanentemente os tecidos moles que estiverem restringindo a mobilidade através da aplicação de forças externas específicas. O tecido conectivo denso, regular, é uma característica histológica do tecido conectivo, que inclui os ligamentos, tendões, fáscias e aponeuroses. A terapia manual é frequentemente usada para produzir uma quantidade desejada de deformação plástica do tecido conjuntivo. As manobras utilizadas em terapia manual contribuem para melhorar a circulação local e sistêmica e promover alívio da pressão dentro dos tecidos. A terapia manual tornou-se amplamente aceitável pelos profissionais de saúde e pelos pacientes, por facilitar o relaxamento e mediar os progressos físicos e psicossomáticos, desta forma, os benefícios funcionais estão intimamente associados à melhora dos aspectos biopsicossociais (CORREIA et al., 2010; COX, 2002). Muitos autores relacionaram a origem da dor ciática a disfunções biomecânicas na coluna lombar, sendo assim, os autores analisaram os efeitos dos exercícios na prevenção e tratamento da dor lombar inespecífica, e concluíram que o exercício é eficaz na prevenção primária e secundária da dor lombar. Quando usado para o tratamento curativo o exercício diminui as incapacidades e a intensidade da dor, melhorando simultaneamente a aptidão e o status ocupacional em pacientes que têm lombalgia subaguda, recorrente ou crônica (FERNANDES et al., 2010). Há um consenso entre os autores nesta pesquisa que elegem a terapia manual como tratamento de mais sucesso e sem recorrências futuras, pois partindo do princípio da biomecânica lombar, quando há lesão ou disfunções, há um desencadeamento de alterações histomorfológicas gerando a síndrome de descondicionamento, que seria os sintomas já relatados no referente trabalho. As várias técnicas de terapia manual, corrige o problema, solucionando a lesão idiopática, não somente as consequências ou os sintomas da ciatalgia. Sugere-se que novas pesquisas neste campo sejam realizadas, para que o tema em questão seja abordado de maneira diferente, contendo um maior número de pesquisas científicas. 8. Referências ACHOUR Jr, Abdallah. Exercícios de alongamento, anatomia e fisiologia. 2.ed. barueri, sp: manole, 2006. ALMEIDA, C.C.V.; BARBOSA, C.G.D.; ARAÚJO, A.R.; BRAGA, N.H.M. Relação da fáscia tóraco lombar com o mecanismo ativo de estabilização lombar. 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