0 FACULDADE MERIDIONAL – IMED CENTRO DE ESTUDOS ODONTOLÓGICO MERIDIONAL - CEOM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTISTICA MÁRCIO OMIZOLLO LEVANTAMENTO CLÍNICO DOS PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES EM CRIANÇAS DE 05 A 07 ANOS DE IDADE DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CARLOS GOMES – RS PASSO FUNDO 2012 1 FACULDADE MERIDIONAL – IMED CENTRO DE ESTUDOS ODONTOLÓGICO MERIDIONAL - CEOM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTÍSTICA MÁRCIO OMIZOLLO LEVANTAMENTO CLÍNICO DOS PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES EM CRIANÇAS DE 05 A 07 ANOS DE IDADE DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CARLOS GOMES – RS Monografia apresentada ao curso de Pós graduação da Faculdade Meridional/IMED de Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Dentística. Orientadora: Profª. Drª Simone Beatriz Alberton da Silva PASSO FUNDO 2012 2 MÁRCIO OMIZOLLO LEVANTAMENTO CLÍNICO DOS PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES EM CRIANÇAS DE 05 A 07 ANOS DE IDADE DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CARLOS GOMES – RS Monografia apresentada ao curso de Pós graduação da Faculdade Meridional/IMED de Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Dentística. Aprovada em ___/___/______. BANCA EXAMINADORA: ________________________________________________ Profª. Drª. Simone Beatriz Alberton da Silva - Orientadora ________________________________________________ Prof. Drª. Lilian Rigo ________________________________________________ Prof. Ms. Graziela Oro Cericato 3 DEDICATÓRIA Á Deus, pelo seu eterno amor!!! A minha esposa Ataise e ao meu filho Lorenzo, pelo amor verdadeiro que nos une, pela compreensão e pelo apoio incondicional em todos os momentos da minha vida! MUITO OBRIGADO! A minha mãe Dirce, pelo exemplo de vida e pelo esforço para me oferecer a melhor educação possível. 4 AGRADECIMENTOS À Faculdade IMED. A Profª. Drª. Simone Beatriz Alberton da Silva orientadora e coordenadora do curso de Especialização em Dentística, pelas orientações e pela oportunidade de realizar este trabalho. A Profª. Drª. Lilian Rigo pela amizade, atenção e ensinamentos a mim dispensados e pela atenção em todos os momentos. Aos professores e funcionários do setor de Pós Graduação da Faculdade Meridional IMED. Meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para esta conquista e para a realização deste trabalho. 5 RESUMO O objetivo deste levantamento foi realizar o levantamento clínico dos primeiros molares permanentes dos alunos entre 05 e 07 anos, das escolas municipais de Carlos Gomes – Rio Grande do Sul. A amostra foi composta por 36 escolares da rede municipal de ensino, a coleta dos dados foi realizada na UBS Carlos Gomes, com exame clínico e com a aplicação de um questionário para os pais. Os exames foram realizados utilizando pinça clínica e espelho bucal com iluminação do refletor. O levantamento foi registrado utilizando o índice de CPO-D (cariados, perdidos e obturados) e ceo-d (cariados, esfoliados e obturados em decíduos), fazendo anotações na ficha clínica individual de cada participante. Os alunos apresentaram um CPOD=3 e um ceod=12,08, no qual 58,2% utilizam o fio dental quase todos os dias, 77,6% escovam os dentes duas vezes ou mais por dia, 97,3% possuem escova individual em casa e 80,6% já teve demonstração de como realizar uma higiene oral adequada. A prevalência de cárie dentária nos escolares da rede municipal de Carlos Gomes é alta, o grau de severidade da cárie dentária é moderado, portanto, deve-se enfatizar mais na técnica e tempo de escovação, tentar despertar interesse dos pais e crianças para manter uma saúde bucal adequada. Palavras-chave. Cárie dentária. Prevalência. Pré-escolares 6 ABSTRACT The objective of this study was to analyze the clinical situation of the first permanent molars of students between 05 and 07 years, the municipal schools of Carlos Gomes – Rio Grande do Sul. The sample consisted of 36 municipal schools, data collection was performed at UBS Carlos Gomes, with clinical examination, and application of a questionnaire for parents. The examinations were performed, using tweezers clinic, dental mirror, illumination of the reflector. The survey was recorded using the DMFT index (decayed, missing and filled teeth) and DMFT (decayed, and filled in exfoliated deciduous), and noted in the clinical record of each individual participant. Students showed a DMF = 3, and a dmf = 12.08, 58,2% in which use the floss nearly every day, 77,6% brush their teeth twice or more a day, 97,3% have individual brush at home and 80,6% have had a demonstration of how to perform adequate oral hygiene. The prevalence of dental caries in schoolchildren municipal Carlos Gomes is high, the severity of dental caries is moderate, so you must focus more on technique and brushing time, trying to arouse the interest of parents and children to maintain a health proper oral. Keywords: Dental caries. Prevalence. Child, Preschoole. 7 SUMÁRIO 1 INTRUDUÇÃO..................................................................................................... 08 2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................10 3 OBJETIVO........................................................................................................... 19 3.1 OBJETIVOS GERAIS........................................................................................ 19 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................. 19 4 METODOLOGIA.................................................................................................. 20 4.1 TIPO DE ESTUDO............................................................................................ 20 4.2 CAMPO DE ESTUDO....................................................................................... 20 4.3 POPULAÇÃO A SER ESTUDADA.................................................................... 21 4.4 COLETA DE DADOS........................................................................................ 21 4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO............................................................................. 22 4.6 ASPECTOS ÉTICOS......................................................................................... 22 4.7 TRATAMENTO DOS DADOS........................................................................... 22 5 RESULTADOS.................................................................................................... 23 6 DISCUSSÃO........................................................................................................ 25 7 CONCLUSÃO..................................................................................................... 28 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 29 APÊNDICES........................................................................................................... 32 8 1 INTRODUÇÃO Apesar de se evidenciar uma pequena redução na doença cárie em crianças brasileiras, observadas desde a década de 80, a relação dos escolares de 05 a 07 anos não vem ocorrendo na mesma velocidade. O acompanhamento da cárie neste grupo é considerado recente e realizado através de pesquisas regionais, onde nos três últimos estudos de base nacional iniciado a partir da década de 90, está sem muita clareza das realidades locais. (VAZ et al., 2010). No entanto, segundo Narvai (2004) muitas vezes essas informações existem, mas não são publicadas ou divulgadas. Ao longo das últimas décadas a Odontologia vem progressivamente passando por uma mudança em suas práticas, a qual por volta da década de 90 começou a ser chamada de Odontologia de Promoção de Saúde. Neste contexto então, devemos priorizar a manutenção da saúde, bem como a prevenção da manifestação das doenças (VAZ et al., 2010). Segundo Cardoso e Machado (2003), embora existam relatos de que a doença cárie tem baixado seus índices, é imprescindível inicialmente paralisar a doença, controlando e modificando hábitos alimentares e de higiene através da adequação bucal. A promoção da Saúde Bucal constitui-se uma abordagem educativa – preventiva que se preocupa em orientar o paciente e seus pais ou responsáveis para alcançar a Saúde Bucal. (ANTUNES et.al.,2008). A realização deste projeto de pesquisa é de grande relevância, pois serviu para avaliar o conhecimento dos pais sobre os hábitos de higiene oral das crianças, aumentar o número de consultas por ano, melhorando o relacionamento da criança com o Cirurgião Dentista, bem como evitar que a doença cárie venha a destruir o primeiro molar permanente. No Rio Grande do Sul o CPO-D das crianças de 12 anos é de 3,85 e o ceo-d das crianças com 05 anos é de 4,62, conforme o levantamento epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde no ano de 2003 (BRASIL, 2004 b). 9 Portanto, torna-se importante realizar estudos epidemiológicos integrados às políticas de saúde que permitam a melhoria da saúde bucal da população. Estas políticas de saúde são baseadas nas necessidades da população, para tentar encontrar uma solução à um provável problema. Neste estudo, a proposta é conhecer o perfil dos primeiros molares permanentes na população escolar de 05 a 07 anos de idade da rede municipal de Carlos Gomes e realizar a promoção de saúde bucal, avaliando o conhecimento que os pais e crianças têm sobre cuidados com a higiene oral, alertando-os sobre as consequências que podem ocorrer pela falta de cuidados com os dentes. 10 2 REVISÃO DE LITERATURA Na área da saúde, a construção do Sistema Único de Saúde é um exemplo de luta. No dia-a-dia de nossas cidades e da zona rural, muitas imagens expressam o quanto as desigualdades sociais humilham e fazem sofrer milhões de pessoas. São imagens cruéis que simbolizam a exclusão social. Muitas dessas imagens são do corpo humano, entre elas, imagens de bocas e dentes. (CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL, 2005) O estado dos dentes e as condições de saúde bucal é sem dúvida, um dos mais significativos sinais de exclusão social. Seja pelos problemas de saúde localizados na boca, seja pelas imensas dificuldades encontradas em conseguir acesso aos serviços assistenciais. A cavidade bucal registra o impacto das precárias condições de vida de milhões de pessoas em todo o País. A escolaridade deficiente, a baixa renda, a falta de trabalho, enfim, a má qualidade de vida produzem efeitos devastadores sobre a gengiva, dentes e outras estruturas da boca, as quais levam a dores, infecções, sofrimento físico e psicológico. Por essa razão, o enfrentamento dos problemas nesta área exige mais do que ações preventivas, curativas e de reabilitação, exige enfoque de promoção da saúde, universalização do acesso, responsabilidade pública de todos os segmentos sociais e compromisso do Estado com envolvimento das três esferas do governo, como aliás, determina com toda clareza a Constituição da República (CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL, 2005). A lesão cariosa é causada pela atividade metabólica das bactérias que resulta em um desequilíbrio da desmineralização e remineralização do tecido dentário, levando a um aumento da desmineralização do dente, chegando a formar uma cavidade. Esse processo é influenciado por muitos fatores, o que faz da cárie dentária uma doença multifatorial e crônica, evoluindo até que o dente seja destruído, quando não houver um tratamento adequado pode afetar um único dente ou estar presente nas duas arcadas de um indivíduo. A cárie dentária é considerada uma das doenças mais comuns entre crianças em idade pré-escolar, representando um aspecto crítico das condições de saúde, por seu impacto na qualidade de vida e por causar dor e sofrimento. Os custos elevados para tratar a doença cárie nos 11 levam a acreditar que com medidas preventivas e simples poderemos evitar um dano maior aos dentes (FREIRE, 2000). No Brasil, quase 27% das crianças de 18 a 36 meses e 60% das crianças de 5 anos de idade apresentam pelo menos um dente decíduo com experiência de cárie. Na dentição permanente quase 70% das crianças de 12 anos e cerca de 90% dos adolescentes de 15 a 19 anos apresentam pelo menos um dente permanente com experiência de cárie. Entre adultos e idosos a situação é ainda mais grave, a média de dentes atacados pela cárie entre os adultos (35 a 44 anos) é de 20,1 dentes e 27,8 dentes na faixa etária de 65 a 74 anos. A análise destes dados aponta também para perdas dentárias progressivas e precoces: mais de 28% dos adultos e 75% dos idosos não possuem nenhum dente funcional, em pelo menos uma das arcadas da boca (BRASIL, 2004). Considera-se, hoje, que os estágios anteriores da doença cárie podem ser controlados por ações de promoção à saúde. No planejamento da assistência à saúde bucal é comum a suposição de que o tratamento leva à redução dos índices de cárie dentária, mas somente o tratamento restaurador da cavidade de cárie não garante o controle do processo da doença, sendo necessário intervir também sobre os seus determinantes para evitar novas cavidades e recidivas nas restaurações (CHAVES, 1986; FREIRE et al., 2009). Diariamente as pessoas consomem os mais variados tipos de alimentos, não apenas para satisfazer suas necessidades metabólicas mas também para desfrutar de momentos de prazer que o paladar pode ocasionar, com isto o consumo de certos alimentos podem vir a facilitar o aparecimento de algumas doenças, entre elas a cárie (SOUZA et al., 2010). O povo brasileiro tem em sua cultura o hábito de consumir açúcares, o qual é um dos fatores que desencadeia a doença cárie. Segundo a International Sugar Organization a quantidade de sacarose consumida pelo povo brasileiro e de 55 kg/pessoa/ano. (SOUZA et al., 2010). Tendo em mente isto devemos saber que a introdução de hábitos saudáveis deve ser feito o mais precocemente possível pelos pais e professores. 12 A cárie precoce na infância é considerada um sério problema de saúde pública, ela atinge crianças do mundo todo, e caracteriza-se pelo rápido surgimento e evolução (GUIMARÃES; SILVA; PORTO, 2010; LIMEIRA et al., 2010). De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a cárie dentária é o maior problema de saúde bucal na maioria dos países industrializados, afetando de 60 a 90% das crianças em idade escolar (WHO, 2003), bem aquém da proposta da OMS para o ano de 2000 que era de 50% das crianças com 05 anos livre de cáries. Estudos epidemiológicos têm revelado marcante redução na prevalência de cárie dentária, entretanto, a severidade é refletida entre os diferentes níveis sociais e econômicos de nossa sociedade e demonstra como a cárie dentária continua sendo uma afronta para a saúde pública (ANDERSON, 2002). A prevalência da doença cárie em crianças e adolescentes no Brasil afeta a população menos favorecida. Na maior parte dos municípios brasileiros, em especial os mais pobres, a saúde bucal é um dos grandes desafios do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente no que se refere à universalização e à equidade do atendimento, neste contexto, a doença cárie se configura como um dos principais problemas de saúde bucal a serem equacionados (BRASIL, 2004 a). As características anatômicas, principalmente a face oclusal dos primeiros molares permanentes, permite que o mesmo seja mais suscetível à cárie dentária, por apresentar cicatrículas, fóssulas e fissuras estreitas e profundas, as quais dificultam a autolimpeza e o controle de higiene por parte do paciente, contribuindo para o alto índice de perda deste elemento dentário, ocasionando alterações funcionais e estéticas (NOGUEIRA et al., 1995), que podem gerar desde redução da capacidade mastigatória, migração mesial do segundo molar permanente, hipersensibilidade por retração gengival, ou até mesmo distúrbios da ATM. Apesar da expressiva redução na experiência de cárie em crianças brasileiras, observada desde a década de 80, a relação dos escolares de 05 a 07 anos não vem ocorrendo na mesma velocidade, o acompanhamento da tendência de cárie neste grupo é considerado recente, e realizado através de pesquisas regionais, onde nos três últimos estudos de base nacional iniciado a partir da década de 90, constiuise uma lacuna de conhecimento das realidades locais (VAZ et al.,2010). 13 O Índice de Ataque de Cárie originalmente formulado por Klein e Palmer (1937), conhecido pelas iniciais CPO, permanece sendo o mais utilizado em todo o mundo, mantendo-se como o ponto básico de referência para o diagnóstico das condições dentais e para a formulação e avaliação de programas de saúde bucal. A partir do CPO adaptou-se o índice para a dentição decídua substituindo o componente perdido “P” pelo componente extraído “e”, excluindo-se então os avulsionados por trauma ou esfoliados naturalmente e substituindo as letras maiúsculas por minúsculas para a dentição temporária, ficando ceo-d (VAZ et al., 2010). Com a finalidade de conhecer a prevalência e severidade de cárie dentária em um grupo composto por 1.137 crianças de 5 a 59 meses de idade do município de Macapá, Amapá, foram realizados exames intrabucais, que mostraram uma prevalência de cárie de 42,6% com ceo-d = 2,07, a idade com maior prevalência de cárie dentária foi de 48 a 59 meses com 71,3% e severidade com ceo-d = 3,75, considerada alta para os autores (GRADELHA et al., 2007). Um estudo realizado para determinar a associação entre as atividades odontológicas preventivas do serviço público de odontologia e a saúde bucal de 4.033 jovens de 5 a 19 anos de 85 municípios do estado do Rio Grande do Sul, através de um inquérito epidemiológico de Saúde Bucal, este realizado no período de 2002-2003. Os indivíduos dos 21 municípios com menores taxas de procedimentos (por 100 habitantes) individuais preventivos (limpeza + flúor + selante) tiveram 2,27 vezes mais chance de ter cáries não restauradas do que os residentes nos 21 municípios com maiores taxas. Os autores concluíram que o serviço público de odontologia no Rio Grande do Sul pode ter contribuído para a redução no número de cáries não restauradas em jovens (CELESTE; NADANOVSKY; DE LEON, 2007). Na cidade de Campinas, São Paulo, foi realizado um estudo para determinar a prevalência da cárie dentária em escolares de duas unidades de ensino público. A amostra contou com 273 escolares de 6 a 12 anos, matriculados nestas escolas públicas estaduais com características econômico-demográficas semelhantes, porém localizadas em áreas distintas: uma na área urbana e outra na área rural. Obteve-se o índice CPOD médio igual a 0,50 na escola urbana e 0,75 na escola rural, para dentição decídua, o índice ceod médio foi 2,77 e 2,63. O estudo verificou 14 que os componentes cariados, perdidos e obturados apresentaram participação semelhante nos índices nas escola urbana e rural, respectivamente, C= 68% e 69,3%, O= 30% e 29,33%, c= 70,03% e 69,58%, o= 28,16% e 22,81%. Foi concluído que a história de cárie nas populações avaliadas era semelhante, tendo atingido a meta da OMS para o ano 2000 (CPOD=3) (SOUZA et al., 2007). O objetivo do estudo de Antunes et al. (2008) foi avaliar os conhecimentos sobre saúde bucal dos responsáveis por alunos em idade pré-escolares, de uma Unidade de Educação Infantil em Niterói, RJ. A amostra foi constituída por 40 pessoas, entrevistadas com o auxílio de um formulário para a coleta dos dados. Os principais resultados foram, que 82,5% receberam informação sobre saúde bucal, os responsáveis avaliaram seu conhecimento como bom e razoável, no entanto, somente 40% dos responsáveis escovavam os dentes da criança. Embora 77,5% dos responsáveis tenham afirmado que os alimentos influenciam a saúde bucal, o açúcar foi altamente consumido pelas crianças. Os autores concluíram que embora os responsáveis tenham demonstrado atitudes positivas não corresponderam a sua autoavaliação, havendo a necessidade da criação de programas educativos em saúde bucal. Os pesquisadores Terreri e Soler (2008), realizaram um trabalho para levantar os critérios de prioridade no atendimento odontológico curativo da cárie. Este estudo foi realizado na cidade de Ipiguá no estado de São Paulo, com uma amostra de 538 crianças de 5 a 12 anos de idade. Foi realizado o exame bucal e preenchimento das fichas para as crianças a fim de avaliar as prioridades no atendimento odontológico curativo. Com base na atividade da doença cárie, verificaram que 236 crianças (75,4%) foram consideradas como primeira prioridade no atendimento odontológico, enquanto o critério baseado na quantidade e tamanho da cavidade de cárie incluiu 73 crianças (23,4%). O objetivo buscado pelos pesquisadores foi descrever a prevalência da cárie dentária, em pré-escolares de 5 anos e de escolares de 12 anos, do município de Araras, em 2004. A amostra consistiu de 381 indivíduos, sendo 186 pré-escolares de 5 anos e 195 escolares de 12 anos. Os exames epidemiológicos foram realizados por examinadores calibrados, com luz natural, utilizando-se espelho bucal e sonda, seguindo as recomendações da OMS. A cárie dentária foi registrada utilizando-se os 15 índices ceod e CPOD. Os resultados mostraram que o índice ceod aos 5 anos foi 2,07 e o CPOD aos 12 anos foi de 2,14. Dentre as crianças de 5 e 12 anos examinadas, 52,2% e 42,3% estavam livres de cárie, respectivamente (MEIRELES et al.,2008.). O objetivo do trabalho realizado pelos pesquisadores foi comparar a experiência de cárie dentária de crianças que frequentam instituições públicas de educação infantil com e sem assistência odontológica, na cidade de Goiânia no ano de 2001. A amostra foi composta por crianças de 3 a 6 anos que frequentavam centros municipais de educação infantil beneficiados por um programa odontológico municipal (Grupo 1, n=275) e creches estaduais sem programa odontológico (Grupo 2, n=261). O programa incluía atividades clínicas, preventivas e educativas, com ênfase no tratamento curativo, com retornos anuais, onde não se obteve diferença entre os dois grupos em relação à prevalência de cárie e ao índice ceo-s. O número de superfícies restauradas apresentou diferença estatisticamente significante, sendo mais elevado no Grupo 1.(FREIRE et al., 2009). A doença cárie depende de vários fatores para iniciar nos dentes decíduos e permanentes, entre eles podemos citar dieta cariogênica e ausência de higienização, mas a cárie em dentes decíduos tem sido apontada como forte preditora da doença nos dentes permanentes. Um estudo investigou a relação da cárie nos dentes decíduos anteriores como preditora de cárie nos molares decíduos, e estes como preditores de cárie nos primeiros molares permanentes. A amostra foi composta por 125 crianças com idades entre 2 e 10 anos, atendidos na Clínica de Odontopediatria de uma Instituição de Ensino Superior particular, foram examinados em relação ao CPOD e CEO-d. Foi observado que 73,33% das crianças que apresentavam lesão cariosa nos molares decíduos possuíam cárie nos dentes decíduos anteriores, enquanto que 86,40% das que apresentavam cárie nos molares permanentes já possuíam a doença nos molares decíduos. Com este achado os pesquisadores concluíram que a presença de doença cárie nos dentes decíduos anteriores é preditora da doença nos molares decíduos, e estes são preditores de cárie em primeiros molares permanentes, ficando clara a importância da conscientização quanto à prevenção ou controle de lesões em estágio inicial (PEREIRA et al., 2009). 16 Um estudo com o objetivo de avaliar a condição dentária de crianças de 5 a 14 anos, que frequentam as escolas da rede pública de ensino do município de Américo Brasiliense, SP, através dos índices ceod e CPOD, e porcentagem de crianças sem experiência de cárie. Para esse levantamento epidemiológico foram incluídas 1137 crianças. Os exames clínicos foram realizados por 4 cirurgiões-dentistas calibrados de acordo com a OMS em 1997. Os resultados mostraram que 94% dos escolares de 5 anos não tinham experiência de cárie, no entanto, o índice ceod encontrado foi de 1,44. No que se refere à idade de 12 anos, o valor do CPOD foi 1,19. Dessa forma, concluiu-se que o município de Américo Brasiliense-SP tem desenvolvido programas educativo-preventivos nas escolas e unidades básicas de saúde com sucesso. (DOMINGOS et al., 2010). Foi realizado um levantamento para comparar a prevalência de cárie de préescolares do município de Porto Velho onde foram examinadas 227 crianças, de 5 e 6 anos, sendo 85 (37,4%) de uma escola privada (A), 79 (34,8%) de uma escola municipal localizada no centro da cidade (B), e 63 (27,8%) de uma escola municipal da periferia (C). Com relação aos componentes do índice ceo-d, tanto nas escolas públicas (B=76,4% e C=92,83%) quanto na privada (61,79%), o componente c (cariado) foi o de maior prevalência. Os resultados sugerem que o nível socioeconômico das crianças pesquisadas, a partir da escola em que estudavam e da localização desta tem influência nos índices de cárie, indicando a importância de se planejarem estratégias adequadas para cada grupo da população (GUIMARÃES; SILVA; PORTO, 2010). Segundo Souza, Carvalho, Martins (2010) em virtude de a cárie dentária ser uma das doenças mais comuns entre crianças, realizaram um estudo para investigar a experiência de cárie dentária e o consumo de alimentos ricos em açúcar. O grupo pesquisado contou com 56 pré-escolares atendidos em uma instituição filantrópica. A amostra foi constituída por 56 pré-escolares com idade entre 36 e 78 meses, de uma creche de Teresina-PI. Foram coletadas informações sobre dieta e hábitos de higiene bucal por um único examinador, o qual realizou exame bucal dos alunos que integraram ao estudo para a determinação do índice ceo-d. A proporção de préescolares livres de cárie foi de 19,6%. Quanto à alimentação, mais de 90,0% das 17 crianças consumiam alimentos ricos em açúcar, com este achado ouve associação positiva entre a frequência do consumo de açúcar e a média do ceo-d. Observaram que mais de 89,0% dos pré-escolares escovavam os dentes duas ou mais vezes por dia. Concluíram que a média do ceo-d dos pré-escolares estudados foi maior que a observada no Brasil. A proporção de crianças livres de cárie foi menor que as metas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o ano 2000 e 2010. O ceo-d aumentou com o consumo do açúcar, apesar do relativo cuidado com a higiene bucal. Foi realizado um estudo na cidade de Caruaru – PE, para calcular a prevalência de cárie e a dieta de escolares, entre 06 e 12 anos. Foi avaliado o índice ceo-d e CPO-D, foram feitas entrevistas individuais, sobre hábitos alimentares. Foi encontrada uma prevalência de cárie em ambas as dentições foi de 76,6%, o CPOD médio 1,67 e o ceo igual a 3,00. Do total de crianças, 48,0% nunca tiveram experiência de cárie na dentição decídua e 25,3% apresentaram ceod igual à zero. A maioria dos escolares 92% consumiam alimentos cariogênicos durante o lanche, com a frequência de 2 a 3 vezes ao dia. Com isso concluiu-se que a prevalência de cárie foi alta necessitando uma maior atenção dos programas educativo-preventivos voltados a esse grupo (MENEZES et al., 2010). Um estudo foi realizado para investigar as condições clínicas dos primeiros molares permanentes de crianças entre 6 e 8 anos de idade, atendidas no primeiro semestre de 2002, no Departamento de Odontologia da UFPE. A amostra constou de 49 crianças, 19 do sexo masculino e 30 do sexo feminino. As condições clínicas foram avaliadas pela ausência ou presença de placa visível e sangramento gengival e, ainda, se o dente estava cariado, hígido, restaurado ou com extração indicada. Observou-se deficiência de higienização das crianças atendidas devido ao grande grau de placa visível e um aumento do CPO-D proporcional ao aumento da idade. Os dentes inferiores foram os mais acometidos por cárie. A prevalência de cárie nos primeiros molares permanentes foi de 23%, o percentual de dentes hígidos foi de 54,1%, de dentes com extração indicada foi de 8,1%, e o de dentes restaurados foi de 14,8%. O índice de sangramento gengival foi de 31,6%, sendo que 84,2% dos dentes apresentavam placa visível. Os autores concluíram que a condição clínica dos primeiros molares permanentes das crianças participantes deste estudo é 18 preocupante devido ao elevado índice de cárie e de doença periodontal (BOTELHO et al., 2011). Frazâo (2011) realizou um estudo para estimar o irrompimento dos primeiros molares permanentes em crianças de 5 e 6 anos de idade. Foram examinadas quatro vezes 497 crianças de 60 meses ou mais de idade durante 18 meses. O primeiro molar permanente foi considerado irrompido quando qualquer parte de sua superfície oclusal podia ser tocada por uma sonda. A idade dos participantes foi medida em meses, os valores de prevalência e incidência foram apurados. No grupo de 66,0 a 71,9 meses, de cada três crianças pelo menos uma apresentou os quatro primeiros molares permanentes irrompidos. Onde se concluiu que as tendências de irrompimento observadas justificam a necessidade da adoção de medidas de vigilância e de proteção específica em relação à lesão de cárie oclusal. 19 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Verificar a situação clínica do primeiro molar permanente nas crianças de 05 a 07 anos de idade dos alunos da rede municipal de ensino de Carlos Gomes – RS. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Verificar o índice de ceod nas crianças pesquisadas. - Descrever os hábitos de higiene oral das crianças. 20 4 METODOLOGIA 4.1 TIPO DE ESTUDO Pesquisa clínica, descritiva planejada para gerar conhecimento que orientem as práticas de saúde. 4.2 CAMPO DE ESTUDO O estudo foi realizado junto a Unidade Básica de Saúde com as crianças das duas escolas municipais do município de Carlos Gomes – RS, tendo como responsável o Cirurgião Dentista Márcio Omizollo, CRO 14.903. Tais crianças, bem como, os pais ou responsáveis, foram submetidos a uma avaliação dos conhecimentos sobre a Saúde Bucal, com um questionário simplificado, após participaram de atividades de educação em saúde, onde receberam informações gerais relativas a Saúde Bucal, com destaque na importância da instauração de hábitos de higiene oral, especialmente com foco no primeiro molar permanente. Além do caráter informativo, estas atividades tiveram o objetivo de motivar as crianças para uma escovação dental adequada, bem como alertar e estimular os pais quanto à necessidade de sua participação neste momento da escovação, pois, a criança com idade de 05 anos na maioria das vezes não está apta para a realização destas atividades sozinha. São realizadas mensalmente palestras com as crianças para demonstração de como realizar uma correta higiene oral, utilizando macro modelos para escovação e utilização do fio dental, semestralmente realizamos uma reunião com os pais ou responsáveis pelas crianças. As crianças com idade entre 05 a 07 anos, que apresentaram um ou mais molares permanentes, foram avaliadas em exames pré-agendados, onde foi observada a higiene oral, condição geral da cavidade oral e uma criteriosa observação dos primeiros molares permanentes quanto à presença de lesão cariosa, esta podendo ser ativa ou inativa, além disso, foram registradas as lesões da doença cárie na ficha clínica. Para este exame foram utilizados espelhos, sondas, pinças clínicas, algodão, gaze, guardanapos, fio dental, luva de procedimento 21 descartável e o equipo odontológico que está instalado na Unidade Básica de Saúde de Carlos Gomes. 4.3 POPULAÇAO A SER ESTUDADA Formam convidados todos os alunos das duas escolas municipais com a faixa etária pesquisada. A efetivação deste estudo foi constituída por 36 crianças de 05 a 07 anos de idade das duas escolas municipais, as quais, os pais assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice C), para avaliar as que apresentaram um ou mais primeiros molares presentes em boca. O Cirurgião Dentista Márcio Omizollo realizou os exames da cavidade bucal na Unidade Básica de Saúde do Município de Carlos Gomes, dentro deste critério obtivemos uma amostra de 102 molares permanentes de um total de 778 dentes contando os decíduos e os permanente. 4.4 COLETA DE DADOS Para a realização desta pesquisa, foi analisada a cavidade bucal das crianças que foram incluídas no projeto, onde foi registrado a situação dos primeiros molares permanentes na ficha clínica (modelo de ficha simplificada da OMS para levantamento epidemiológico – Apêndice G), para a determinação dos índices da doença cárie. A coleta de dados foi realizada em março e abril de 2012. Após a fase inicial de exames e realização das manobras não invasivas nos dentes selecionados os que requerem tratamento, foram agendados e estão sendo tratados. Estão sendo realizadas reuniões mensais com as crianças e semestrais com os pais para demonstração das técnicas de higienização oral, também demonstração com recursos áudio – visuais. 22 A reavaliação será para ver se a doença cárie se tornou inativa ou evoluiu para a descontinuidade da superfície dentária atingindo a dentina, tentando identificar as causas para tais mudanças e para ver se o tratamento restaurador está aceitável. 4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Para este estudo, foram incluídas todas as crianças das duas escolas municipais do Município de Carlos Gomes, com idade de 05 a 07 anos, pois nesta época começam a erupcionar os primeiros molares permanentes. 4.6 ASPECTOS ÉTICOS O projeto de pesquisa foi encaminhado para aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Meridional/IMED e aprovado, localizado na Rua Senador Rodrigues, 304, Vila Rodrigues, Passo Fundo, CEP 99.070-220. Para atender a legislação 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que legisla sobre os aspectos éticos da pesquisa em seres humanos, foi elaborado um termo de consentimento livre e esclarecido, o qual foi feito em duas vias de mesmo teor, que foi assinado pelo pesquisador e responsáveis pelas crianças. Neste termo foi assegurado ao pesquisado respeitar a individualidade e a privacidade dos sujeitos de estudo, em não falsificar, modificar ou distorcer informações. Foi solicitada permissão formal do Secretário Municipal de Saúde do Município de Carlos Gomes (Apêndice A). Havendo concordância os responsáveis estes, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice C). Quanto à identificação das crianças incluídas na pesquisa, cada uma foi identificada com um número conforme a sequência dos exames clínicos, bem como para a publicação só foram utilizados os dados coletados, sem citar nomes. 23 4.7 TRATAMENTO DOS DADOS Os dados obtidos foram tratados e analisados descritivamente para verificar os resultados. 24 5 RESULTADOS Participaram da pesquisa 36 crianças, o que resultou em uma soma de 100% dos alunos das duas escolas municipais. Das 36 crianças (100%), 26 (72,3%) apresentaram os primeiros molares permanentes em boca e 10 crianças (27,7%) ainda não apresentavam os primeiros molares em boca. A amostra total de dentes alcançou a soma de 778 elementos dentários, sendo 102 molares permanentes o que nos da 13,2% do total de dentes. Nos molares permanentes foram encontrados 16,8% (17) obturados, 27,4% (28) cariados e 55,8% (57) hígidos, nos dentes decíduos 19,7% (114) obturados, 4,3% (17) perdidos, 28,8% (78) cariados e 47,2% (187) hígidos. Na soma total de dentes resultou em 13,6% (106) cariados, 2,1% (17) perdidos, 16,9% (131) obturados e 67,4% (524) hígidos. 25 Tabela de hábitos e higiene oral Variáveis Número de vezes Número de alunos n (36) % (100) - de 1x/ semana 1 x/ semana 2 a 3 x/ semana 1 x/ dia 07 13 09 07 19,4% 36,1% 25,0% 19,4% - de 1x/ semana 1 x/ semana 2 a 3 x/ semana 1 x/ dia 13 19 04 00 36,1% 52,7% 11,1% 00,0% - de 1x/ semana 1 x/ semana 2 a 3 x/ semana 1 x/ dia 07 09 09 11 19,4% 25,0% 25,0% 30,5% Nunca Quase todos os dias Todos os dias 1 x/ semana 2 x/ semana 04 10 11 06 05 11,1% 27,7% 30,5% 16,6% 13,8% Até 3 x/ semana Quase todos os dias 1 x/ dia 3 x ou mais/ dia 2 x/ dia 00 00 08 14 14 00,0% 00,0% 22,4% 38,8% 38,8% Sim Não 35 01 97,3% 2,7% Sim Não 29 07 80,6% 19,4% Consumo de bolacha ou salgadinho Consumo de refrigerante Consumo de bala, chiclete ou pirulito Frequência que as crianças usam fio dental Frequência que as crianças escovam os dentes A família possui escova individual A família já teve demonstração de como realizar higiene oral 26 6 DISCUSSÃO Do total das crianças que integraram esta pesquisa, foram examinadas 36 (100%), estas matriculadas na rede municipal de ensino, na faixa etária que foi pesquisada. Este levantamento foi de grande relevância, pois, trata de uma faixa etária na qual se pode prevenir várias complicações da doença cárie com informações simples levadas para o dia a dia. A incidência da doença cárie parece estar diminuindo, seguindo a tendência nacional. Entretanto, observam-se, no interior do país, diversas diferenças importantes em termos da prevalência da cárie entre regiões e cidades. Tais diferenças vêm sendo descritas por autores e caracterizam significativas desigualdades em saúde, que requerem a atenção de autoridades e adequadas intervenções de saúde pública (NARVAI et al., 2006). No presente estudo, observou-se que a maioria das crianças come bolacha doce ou salgadinho uma vez por semana ou menos (55,54%), toma refrigerante uma vez por semana (52,7%). Já no tema bala ou chiclete a maioria das crianças come três vezes ou mais por semana chegando a comer todos os dias (55,5%). No que diz respeito à higienização oral a maioria utiliza fio dental quase todos os dias ou todos os dias (58,2%), escova os dentes duas a três vezes por dia (77,6%), também foi identificado que 97,3% das famílias têm escova dental individual em casa e que 80,6% já teve demonstração de como se realiza uma correta escovação. De acordo com estes dados, tudo nos leva a crer que teríamos um CPOD e um ceod, com índices baixos, mas a realidade dental das crianças foi outra, o CPOD=3 levando em conta que os dentes permanentes estavam em boca um a dois anos bem como o ceod que foi de 12,08. No presente estudo foi observado que o CPOD e o ceod tiveram um índice alto, o que é um grande desafio para a saúde pública no município e no Brasil. Existem muitos relatos os quais indicam que a cárie dentária vem diminuindo significativamente e de que continuará a diminuir nas diversas populações. No entanto, outros estudos relatam o alarmante aumento de cárie tanto em crianças como em adultos. O aumento da cárie parece ocorrer em grupos socioeconômicos inferiores e crianças. As causas deste aumento da cárie parecem pouco claras, porém, é possível que os benefícios da prevenção não estejam chegando a todos os 27 grupos (BAGRAMIAN; GARCIA-GODOY; VOLPE, 2009). A análise do perfil epidemiológico da população investigada no município de Carlos Gomes demonstra uma proporção baixa de crianças livres de cárie, nos permitindo afirmar que a situação da cárie dentária nas idades estudadas não está controlada no município. No Rio Grande do Sul o CPO-D das crianças de 12 anos é de 3,85 e o ceo-d das crianças com 05 anos é de 4,62, na pesquisa foi encontrado um CPO-D 3 e um ceo-d 12,08 pelos escolares do município de Carlos Gomes. Devemos encontrar diferentes formas para estimular os pais e as crianças, a manter uma adequada higiene oral, mas também realizar projetos voltados para que as famílias tenham uma alimentação saudável, onde cada componente tenha um pouco mais de responsabilidade pela própria saúde, com isto será mais fácil tentar resolver este problema nacional. O acesso a informações preventivas sobre saúde bucal é repassado mensalmente nas escolas e semestralmente para os pais. Embora 58,7% relatou que utiliza o fio dental quase todos os dias e 77,6% dos escolares tenham declarado que escovam os dentes duas ou mais vezes por dia, isso não indica o controle adequado da técnica de escovação, bem como da sua duração. A educação e a motivação devem despertar o interesse em manter a saúde bucal. Para que ocorra uma melhora na saúde bucal das crianças deve-se criar um vínculo entre as ações que são realizadas na escola e levar para o dia-a-dia com atuação conjunta dos pais, estes devem se conscientizar da real importância da saúde bucal na saúde geral dos seus filhos. Também deve ocorrer uma corresponsabilidade para a manutenção da saúde, assim a responsabilidade é transferida para os pais e não sobrecarrega professores e cirurgião-dentista. Segundo Frazão (2012), o custo efetividade para realizar uma higiene oral adequada é baixo, pois diminui a necessidade de tratamento curativo ou restaurador, no entanto dependem da conscientização de querer mudar. 28 7 CONCLUSÃO Com base nos resultados encontrados no levantamento realizado com os alunos de 05 a 07 anos de idade das duas escolas municipais de Carlos Gomes, concluiuse que: - Os primeiros molares permanentes se encontram com 55,8% hígidos, 16,8% obturados e 27,4% cariados, mesmo tendo atingido no questionário respondido pelos pais ou responsáveis, um resultado de que as crianças comem alimentos com açúcar três vezes ou menos por semana, utilizam o fio dental quase todos os dias ou todos os dias (58,2%) e escovam os dentes duas ou mais vezes por dia (77,6%). - A prevalência de cárie dentária nos dentes decíduos (52,8%) nos escolares da rede municipal de Carlos Gomes é alta. -O grau de severidade da cárie dentária é alto com ceo-d 12,08. - Embora a família (80%) já tenha visto como se realiza uma higienização oral, e que 97,3% tem escova individual em casa à prevalência da cárie dentária continua senda alta. 29 REFERÊNCIAS ANDERSON, M. 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Genebra: WHO, 2003. 32 APÊNDICE APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA TERMO DE CONSENTIMENTO PARA A SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CARLOS GOMES - RS Eu Sr˚. Geferson Artifon Secretário Municipal de Saúde declaro estar devidamente informado sobre o projeto “Levantamento clinico dos Primeiros Molares Permanentes” que será realizado com pacientes que frequentam a Unidade Básica de Saúde, o qual será desenvolvido pelo Cirurgião Dentista Marcio Omizollo, sob orientação do Professora Doutora Simone Alberton. Consinto e estou de acordo com o desenvolvimento do mesmo nos moldes em que está proposto. ______________________________. Secretario da Saúde de Carlos Gomes Carlos Gomes, novembro de 2011. 33 APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA TERMO DE CONSENTIMENTO PARA A SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CARLOS GOMES - RS Eu Sr˚. Geferson Artifon Secretário Municipal de Saúde declaro estar devidamente informado sobre o projeto “Levantamento clinico dos Primeiros Molares Permanentes” que será realizado com pacientes que frequentam a Unidade Básica de Saúde, o qual será desenvolvido pelo Cirurgião Dentista Marcio Omizollo, sob orientação do Professora Doutora Simone Alberton. Consinto e estou de acordo com o desenvolvimento do mesmo nos moldes em que está proposto. ______________________________. Secretario da Saúde de Carlos Gomes Carlos Gomes, novembro de 2011. 34 APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO AOS PACIENTES TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS Informações para o(a) participante voluntário(a) e/ou responsáveis Você está sendo convidado (a) a participar da pesquisa “Levantamento clínico de saúde-doença dos primeiros molares permanentes de crianças de 05 a 07 anos de idade”, sob responsabilidade do(a) pesquisador(a) Cirurgião Dentista Marcio Omizollo, CRO-RS 14.903, portador do RG 9039690791 e CPF 88210421034,telefone de contato (54) 9169-9701.Caso você concorde em participar da pesquisa, leia com atenção os seguintes pontos: a) você é livre para, a qualquer momento, recusar-se a responder às perguntas que lhe ocasionem constrangimento de qualquer natureza; b) você pode deixar de participar da pesquisa e não precisa apresentar justificativas para isso; c) sua identidade será mantida em sigilo; d) caso você queira, poderá ser informado(a) de todos os resultados obtidos com a pesquisa, independentemente do fato de mudar seu consentimento em participar da pesquisa. O objetivo é fazer um levantamento da situação clinica dos primeiros molares permanentes de crianças de 05 a 07 anos de idade, das escolas municipais do Município de Carlos Gomes, pertencente ao estado do Rio Grande do Sul. Através deste diagnóstico precoce, informar aos pais e/ou responsáveis e encaminhar para o tratamento específico que se julga necessário. Nome de seu filho ou instrumento que indique a sua participação permanecerá confidencial. Seu filho (a) não será identificado (a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. O nome e endereço são importantes para que possamos entrar em contato caso seja necessário após o diagnóstico, para possíveis encaminhamentos ou tratamento. A participação na pesquisa não acarretará custos para você e não será disponível nenhuma compensação financeira adicional. Se houver necessidade de tratamento da alteração dental diagnosticada, esta poderá ser feita sem nenhum custo, através do Sistema Único de Saúde, com profissional capacitado. Em caso de dúvidas, poderei entrar em contato com a Professora 35 orientadora Drª. Simone Beatriz Alberton da Silva, CRO-RS n. 8559, portadora do RG n. 304038097 e CPF n. 513616550-20 pelo telefone número (54) 33134542. Declaro que concordo em participar desta pesquisa. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler as explicações e esclarecer minhas dúvidas. Este projeto será enviado para o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade Meridional/IMED, localizado na Rua Senador Pinheiro, 304, Vila Rodrigues, Passo Fundo, CEP 99.070-220. Declaração do (a) responsável pelo (a) participante: Eu pai ou mãe (nome)_________________________________, fui informado (a) dos objetivos desta pesquisa de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que, em qualquer momento poderei solicitar novas informações e mudar minha decisão, se assim desejar. Concordo __________________________________________ respeitando esse termo. ____________________________________________ Assinatura do Responsável pela criança ____________________________________________ Assinatura do pesquisador ____________________________________________ Assinatura do Professor (ª) orientador(ª) que participe meu dessa filho (a) pesquisa 36 APÊNDICE D - QUESTIONÁRIO Nome: ........................................................................ Idade:.................... Sexo:.................... 01- Quantas vezes você come bolacha doce ou salgadinho? 1 - ( ) menos de uma vez por semana 2 - ( ) uma vez por semana 3 - ( ) duas a três vezes por semana 4 - ( ) uma vez por dia 02- Quantas vezes você toma refrigerante? 1 - ( ) menos de uma vez por semana 2 - ( ) uma vez por semana 3 - ( ) duas a três vezes por semana 4 - ( ) uma vez por dia 03- Quantas vezes você come bala, chiclete ou pirulito? 1 - ( ) menos de uma vez por semana 2 - ( ) uma vez por semana 3 - ( ) duas a três vezes por semana 4 - ( ) uma vez por dia 04- Quando seu filho costuma usar fio dental ou linha de costurar para limpar os dentes? 1 - ( )nunca 2 - ( )quase todos os dias 3 - ( ) todos os dias 4 - ( ) 01 vez por semana 5 - ( ) 2 a 3 vezes por semana 37 05- Qual a frequência que seu filho costuma escovar os dentes? 1- ( ) até 3 vezes por semana 2- ( ) quase todos os dias 3- ( ) 1 vez por dia 4- ( ) 3 vezes ou mais por dia 5- ( ) 2 vezes por dia 06- A família possui escova dental individual em casa? A _ ( ) sim B _ ( ) não 07- A família já teve alguma demonstração de como realizar uma correta higienização oral? A _ ( ) sim B _ ( ) não 38 APÊNDICE E - Ficha simplificada da OMS para levantamento epidemiológico NOME:_____________________________ Data de nascimento___________________ Doença cárie ceo.d CPO.D Códigos do CPO-D 012345678T- Hígido Cariado Restaurado, com cárie. Restaurado, sem cárie. Ausente, devido à cárie. Ausente, por outros motivos. Selante de fissuras. Suporte para prótese, coroa protética ou faceta/implante. Dente não erupcionado (coroa não exposta). Traumatismo ( Fratura).