DECRETO N.º 3.617, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2013. “REGULAMENTA O PROTOCOLO DE ACONSELHAMENTO PARA PRÉ-TESTE EM DST/HIV/AIDS E HEPATITES VIRAIS NA SECRETARIA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE ORLEANS E DA OUTRAS PROVIDÊNCIAS” MARCO ANTÔNIO BERTONCINI CASCACES, prefeito municipal de Orleans, no uso de suas atribuições legais e de acordo com a Lei Orgânica do Município e, CONSIDERANDO a necessidade de padronização procedimentos e ações na Secretaria Municipal de Saúde; e regulamentação dos CONSIDERANDO inexistência de legislação específica sobre os atendimentos ao aconselhamento para pré-teste em DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais no Município de Orleans, DECRETA: Art. 1.º O presente Decreto regulamenta e a padroniza os procedimentos e ações para aconselhamento para pré-teste em DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde de Orleans. Art. 2.º Os procedimentos e ações para aconselhamento para pré-teste em DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais obedecerão às determinações constantes do Protocolo para aconselhamento para pré-teste em DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais no Município de Orleans integrante do Anexo I deste Decreto. Art. 3.º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Orleans, 18 de setembro de 2013; 128º anos da Fundação e 100º anos da Emancipação Político Administrativa. MARCO ANTONIO BERTONCINI CASCAES Prefeito Municipal de Orleans PUBLICADO O PRESENTE DECRETO NESTA SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO, AOS DEZOITO DIAS DO MÊS DE SETEMBRO DO ANO DE DOIS MIL E TREZE. MARCELO GALVANE Secretário Municipal de Administração ANEXO I PROTOCOLO PARA ACONSELHAMENTO PRÉ-TESTE EM DST/HIV/AIDS E HEPATITES VIRAIS Orleans, junho de 2013 CRUZETA, Alana Patrício Stols. PROTOCOLO PARA ACONSELHAMENTO PRÉ-TESTE EM DST/HIV/AIDS E HEPATITES VIRAIS. Secretaria Municipal de Saúde de Orleans. Vigilância Epidemiológica. Junho/2013. “A gente tem que aprender que a gente vai vencer a aids, seguramente. E vencer a aids significa que vamos vencer o vírus, vamos vencer a epidemia, mas vamos vencer também o preconceito, a discriminação, a ignorância , a violência, tudo isso que mata mais do que o vírus. A gente tem que aprender viver com a aids e saber que a gente tem um grande remédio contra a injustiça, o preconceito, a discriminação, a violência e tudo isso que faz da aids essa doença tão dramática como ela tem sido. A nossa idéia é usar a solidariedade para vencer essa epidemia. E solidariedade significa nossa capacidade de olharmos uns aos outros e nos alegrarmos com a diferença. A solidariedade significa que nós vamos nos contaminar uns aos outros com algo que nós temos dentro da gente que é profundamente contagioso, incurável e mortal, que é a vida. A solidariedade significa que nós vamos, para vencer a epidemia, e eu tenho certeza que nós vamos vencer, nós vamos fazer vigorar nesse planeta inteiro um belo grito de VIVA A VIDA!” (Herbert Daniel – Vídeo AMOR, VIVA A VIDA). Introdução Aconselhamento em DST/HIV/AIDS/HV O aconselhamento consiste em um processo educativo e pode se desenvolver mediante um diálogo interativo, baseado em uma relação de confiança. Tem um papel importante na promoção da saúde, pois visa proporcionar à pessoa condições para que avalie seus próprios riscos e tome decisões realistas quanto à sua prevenção e aos problemas que possam estar relacionados às DST/HIV/Aids e às hepatites virais, levando o indivíduo a reconhecer-se como sujeito na prevenção e manutenção da sua saúde. Este processo precisa ser desenvolvido levando-se em consideração o contexto de vida e os aspectos socioculturais nos quais os sujeitos estão inseridos. Nesse contexto, o profissional que o desenvolve tem um papel diferenciado e deve possuir algumas habilidades e características, entre as quais se destacam: habilidade de comunicação, especialmente relacionada à capacidade de escuta; sensibilidade às demandas do indivíduo; conhecimento técnico e compromisso ético. O processo de aconselhamento transcende, portanto, o âmbito da testagem e pode se desenvolver em vários momentos quer de forma coletiva ou individual. O aconselhamento coletivo é um momento de interação grupal, quando é favorecida a participação de todos e as trocas intersubjetivas, não devendo se configurar como uma simples palestra. Nele, pode-se desenvolver o processo de orientação/informação, suporte emocional e avaliação dos riscos pessoais (auto-avaliação), componentes do processo de aconselhamento. Estes componentes, de um modo geral, estão presentes tanto no aconselhamento coletivo, como no individual pré e pós-teste, e devem ocorrer de forma dinâmica e integrada, interagindo entre si, podendo em determinadas situações prevalecer um e/ou outro. Portanto, não existe um momento específico ou determinado em cada aconselhamento para se educar, prestar apoio emocional ou avaliar riscos. O diferencial do profissional consiste em estar atento e perceptivo às necessidades do usuário, dando ênfase ao componente que seja mais pertinente durante o processo. A informação/orientação, embora por si só não favoreça a mudança de comportamento, inquestionavelmente representa a primeira etapa do processo, sensibilizando o indivíduo para a necessidade de mudança. O profissional de saúde pode aproveitar este momento para realizar a avaliação de riscos e oferecer suporte emocional, ação para a qual deve estar devidamente preparado. Para que o aconselhador desenvolva esta ação de forma adequada, é necessário o conhecimento prévio de conteúdos sobre DST/HIV/Aids e hepatites virais que serão apresentados a seguir. 1- Avaliação de risco A avaliação de risco pode realizar-se tanto no aconselhamento coletivo quanto no individual. Durante o aconselhamento coletivo devem-se evitar exposições pessoais e favorecer a auto-avaliação. Nesse sentido, a pessoa poderá avaliar sua exposição a riscos e sua necessidade de submeter-se ou não à testagem. O aconselhamento individual necessariamente pressupõe: • a etapa de exploração do comportamento do usuário, refletindo e avaliando conjuntamente as possíveis exposições de risco para as hepatites virais; • o desenvolvimento de um plano viável de redução de riscos, sempre contextualizado à vida da pessoa. Pontos a serem abordados na avaliação de risco a) Investigar uso de drogas e compartilhamento de materiais utilizados para o uso de drogas; b) Investigar histórico de: • transfusão de sangue e/ou derivados; • hemodiálise, tratamento cirúrgico; • tratamento dentário; • acupuntura, tatuagem, piercings; • doenças sexualmente transmissíveis; • contato com paciente/portador de hepatite B ou C; • exposição ocupacional; • vacinação contra hepatite B; • icterícia, hemofilia, alcoolismo, imunodepressão e transplante; • uso de preservativos. c) Investigar também a presença atual de DST. O profissional precisa evitar as atitudes prescritivas e impositivas e, em vez disso, interagir com o usuário e sensibilizá-lo sobre o processo de cuidar-se. É importante compreendê-lo como sujeito de seu processo de saúde e doença e, juntos, – profissional de saúde e usuário – programarem uma estratégia singular de prevenção. Durante a avaliação de risco, quando as medidas preventivas são elaboradas conjuntamente, os componentes de orientação/informação e apoio emocional devem estar presentes. Por esse motivo, neste momento, é importante reforçar as orientações e enfatizar informações sobre as formas de transmissão das hepatites, medidas de controle, levando-se em conta as situações de risco do usuário. Pontos a serem abordados: Comportamento sexual - Número de parceiro(a)(s) sexual(is) no último ano. - Prática sexual com parceiro(a)(s) novo(a)(s) ou diferente nos últimos três meses; - Tipo de práticas sexuais: anal, vaginal, oral. - Tem ou teve relação sexual com pessoas do mesmo sexo? * Ajudar o usuário a avaliar e a perceber seus riscos de infecção pelas hepatites; * Identificar barreiras para a mudança das situações de risco; * Contribuir para a elaboração de um plano viável de redução de riscos; * Reforçar a necessidade de triagem sorológica do(s) parceiro(s) sexual(is), principalmente na hepatite B; * Enfatizar a relação entre a hepatite B e DST/HIV/Aids no que diz respeito aos modos de transmissão; Uso de drogas - Usa álcool ou outras drogas antes ou durante o sexo? - Usa droga injetável? - Compartilha seringa e/ou equipamentos? * Lembrar que o consumo de álcool e outras drogas, lícitas ou ilícitas, pode alterar a percepção de risco; * Considerar com o usuário o impacto em sua vida dos possíveis resultados do teste; Outros fatores de risco - Têm ou já teve alguma DST? - Recebeu transfusão de sangue e/ou hemoderivados? Quando? - Tem alguma tatuagem? Foi feita com material descartável? Reforçar as práticas seguras já adotadas pelo usuário frente às DST/HIV/Aids e hepatites virais; Reforçar o benefício e o uso correto do preservativo; Reforçar os benefícios do uso exclusivo dos equipamentos para o consumo de drogas. É importante aqui proceder à investigação dos comunicantes do paciente que apresente alguma sorologia positiva, com o objetivo de verificar o status sorológico destes. É necessário, portanto, problematizar com o usuário a comunicação de seus resultados sorológicos. 2- Levantamento do conhecimento sobre DST/HIV/Aids e hepatites virais É importante levar em consideração os distintos níveis de conhecimento da população sobre a transmissão, prevenção e viver com HIV/Aids. Tais diferenças podem estar associadas ao nível de escolaridade e renda, bem como a percepção individual sobre o risco e a vulnerabilidade. A busca espontânea pela testagem pode traduzir a percepção de risco, permitindo abreviar este momento. Neste momento é necessário considerar: • Os conhecimentos assimilados sobre a infecção pelo HIV/Aids e outras DSTs; • Práticas sexuais com e sem proteção (tipos de vínculo com parceria sexual, orientação e práticas sexuais, dificuldades no uso de preservativo); • Contextos de vulnerabilidades; • Uso de drogas (tipo e formas de uso, contextos de utilização, hábitos dos parceiros, dificuldades no uso de preservativos sob efeito de álcool e outras drogas); • Histórico de DST; • A possibilidade de “janela imunológica”. As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são muitas e podem ser causadas por diferentes agentes. Apesar disso, elas podem ter sintomas parecidos. Veja, abaixo, os principais sintomas das doenças mais comuns. Sintomas: Corrimento pelo colo do útero e/ou vagina (branco, cinza ou amarelado), pode causar coceira, dor ao urinar e/ou dor durante a relação sexual, cheiro ruim na região. DSTs prováveis: Tricomoníase, gonorreia, clamídia. Sintomas: Corrimento pelo canal de onde sai à urina, que pode ser amarelo purulento ou mais claro - às vezes, com cheiro ruim, além de poder apresentar coceira e sintomas urinários, como dor ao urinar e vontade de urinar constante. DSTs prováveis: Gonorreia, clamídia, tricomoníase, micoplasma, ureoplasma. Sintomas: Presença de feridas na região genital (pode ser uma ou várias), dolorosas ou não, antecedidas ou não por bolhas pequenas, acompanhadas ou não de “íngua” na virilha. DSTs prováveis: Sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose, linfogranuloma venéreo. Sintomas: Dor na parte baixa da barriga (conhecido como baixo ventre ou "pé da barriga") e durante a relação sexual. DSTs prováveis: Gonorreia, clamídia, infecção por outras bactérias. Sintomas: Verrugas genitais ou “crista de galo” (uma ou várias), que são pequenas no início e podem crescer rapidamente e se parecer como uma couve-flor. DSTs prováveis: Infecção pelo papilomavírus humano (HPV) Também é de fundamental importância: • Explicar o que é o teste anti-HIV; como ele é feito; o que mede e quais são suas limitações, explicitando o significado dos resultados negativo, indeterminado e positivo; • Explicar os benefícios do diagnóstico precoce na gravidez, tanto para o controle da doença materna quanto para a prevenção da transmissão vertical, reforçando as chances dessa prevenção; • Mencionar o caráter confidencial e voluntário do teste anti-HIV; No caso do teste rápido, o período de espera do resultado poderá ser ocupado no aprofundamento da avaliação de riscos com o paciente e com a realização de atividades como, por exemplo, a disponibilização ou leitura de material educativo, esclarecimento de dúvidas com a equipe de saúde, atividades de sala de espera tais como vídeos, palestras ou grupos de discussão, que dependem da organização de cada serviço para sua realização. Hepatite B Inflamação hepática secundária à infecção pelo vírus da hepatite B (HBV). A infecção pelo HBV pode cronificar e suas principais complicações são a cirrose hepática e o carcinoma hepatocelular. As taxas de cronificação variam com a idade do indivíduo no momento da infecção, sendo de cerca de 5-10% para adultos e 90% nos neonatos. Transmissão A transmissão, na maioria das vezes, se dá por exposição de mucosas aos fluidos corporais infectados (sangue, saliva, sêmen, secreções vaginais) ou percutânea (intravenosa, intramuscular, subcutânea ou intradérmica). A transmissão intra-familiar, na infância, é comum em áreas de maior endemicidade. Na mulher grávida, é importante salientar a possibilidade de ocorrer a transmissão maternofetal (transmissão vertical). Como a profilaxia da transmissão vertical é muito eficiente, é de suma importância a testagem de toda gestante durante o pré-natal. Quadro clínico O período de incubação da Hepatite B aguda varia de 15 a 180 dias. Nos pacientes sintomáticos, a hepatite B usualmente evolui nas seguintes fases: Prodrômica: sintomas inespecíficos de anorexia, náuseas e vômitos, alterações do olfato e paladar, cansaço, mal-estar, artralgia, mialgias, cefaléia e febre baixa. A grande maioria dos pacientes vai apresentar somente estes sintomas inespecíficos e não evoluirão para a fase ictérica. Ictérica: ocorre em apenas 30% dos indivíduos. Inicia-se após 5 a 10 dias da fase prodrômica, caracterizando-se pela redução na intensidade dos sintomas e ocorrência de icterícia. Colúria precede esta fase por 2 ou 3 dias. Convalescença: a sintomatologia desaparece gradativamente, geralmente em 2 a 12 semanas. Hepatite C A hepatite C é causada por um vírus denominado VHC (vírus da hepatite C). A infecção pelo VHC é menos freqüente do que a do tipo B, mas apresenta elevada taxa de cronificação (80% dos casos). Assim como a hepatite B, os casos de hepatite C crônica podem evoluir para cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. Transmissão Ocorre através de contato com sangue e hemoderivados contaminados (principalmente indivíduos que receberam hemotransfusão antes de 1993); uso de drogas ilícitas (compartilhamento de seringas ou de material utilizado na aspiração da droga); tatuagem e piercing com instrumentos contaminados; manipulação de material perfuro cortante contaminado com material biológico; hemodiálise (pelo compartilhamento de materiais contaminados). A transmissão através de relação sexual é rara, porque os níveis do vírus nas secreções genitais são baixos. A transmissão na gestação ou parto pode ocorrer, mas o risco é menor do que a transmissão do HIV e do HBV. Não existe profilaxia eficaz para prevenir a transmissão vertical. É importante destacar que em um percentual significativo dos casos não se consegue detectar a via de infecção. Quadro clínico O período de incubação varia de 2 semanas a 6 meses, com média de 80 dias.Os sintomas da fase aguda da infecção pelo VHC são leves ou ausentes; quando acontecem, podem incluir fadiga, anorexia e náuseas. A forma ictérica ocorre em menos de 20% dos pacientes. Os sintomas da infecção crônica em sua fase inicial também são leves. Na fase crônica, pode haver fadiga, mal-estar, mialgia, hiporexia, náuseas. Pacientes com doença mais avançada que apresentem cirrose hepática vão apresentar sintomas relacionados à insuficiência hepática. Como os sintomas são leves e inespecíficos, a infecção pelo VHC muitas vezes é diagnosticada acidentalmente durante exames de sangue de rotina (elevação de transaminases e/ou plaquetopenia) ou nos exames de triagem para doação de sangue. Até 20% dos pacientes com doença crônica progridem para a cirrose, 20 a 25 anos após a infecção inicial. Cerca de 10% a 20% dos pacientes com cirrose podem evoluir para o câncer de fígado em um período médio de 10 anos. Diagnóstico Os quadros clínicos agudos das hepatites virais são muito diversificados, variando desde formas subclínicas ou oligossintomáticas (mais freqüentemente) até formas fulminantes (raramente). A maioria dos casos cursa com predominância de fadiga, anorexia, náuseas, mal estar geral e adinamia. Nos pacientes sintomáticos podem estar presentes icterícia, colúria e hipocolia fecal. Avaliação da cronificação da infecção nas hepatites virais A infecção crônica pelo HBV é definida pela presença persistente, por mais de 6 meses, do antígeno viral (HBsAg). A infecção crônica pelo HCV é definida pela detecção do RNA do HCV através de técnicas de biologia molecular, 6 meses após o diagnóstico da infecção (este exame só é realizado em serviços de referência). Pacientes com hepatite B crônica ou com sorologia positiva para HCV (antiHCV) devem ser encaminhados para avaliação em serviço de referência. Nos casos de hepatite viral crônica, a biópsia hepática estará indicada em algumas situações e permitirá avaliação da atividade inflamatória e estadiamento da doença. Os exames bioquímicos de perfil hepático (transaminases, bilirrubina, fosfatase alcalina) podem estar normais ou pouco alterados nas infecções crônicas. HIV HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. O acompanhamento médico da infecção pelo HIV é essencial, tanto para quem não apresenta sintomas e não toma remédios (fase assintomática), quanto para quem já exibe algum sinal da doença e segue tratamento com os medicamentos antirretrovirais, fase classificada como Aids. Nas consultas regulares, a equipe de saúde precisa avaliar a evolução clínica do paciente. Para isso, solicita os exames necessários e acompanha o tratamento. Tomar os remédios conforme as indicações do médico são fundamentais para ter sucesso no tratamento. Isso é ter uma boa adesão. Exames de rotina No atendimento inicial, são solicitados os seguintes exames: hemograma completo, testes para hepatites B e C, tuberculose, sífilis, citomegalovírus, transaminases (TGO, TGP). Outros dois testes fundamentais para o acompanhamento médico são o de contagem dos linfócitos T CD4, CD8 e o de carga viral (quantidade de HIV que circula no sangue). Eles são cruciais para o profissional decidir o momento mais adequado para iniciar o tratamento ou modificá-lo. Como servem para monitorar a saúde de quem toma os antirretrovirais ou não, o Consenso de Terapia Antirretroviral recomenda que esses exames sejam realizados a cada quatro meses. Os exames são realizados na Vigilância Epidemiológica e encaminhados ao Laboratório de Saúde do Estado (LACEN-SC). Levam em média 20 dias para virem os resultados e os mesmos são entregues via correio, em envelope lacrado, direcionado ao programa. APÊNDICE Apêndice A – Fluxograma de atendimento Suspeita de HIV/DST/HV ESF – realizar aconselhamento pré-teste VE – realiza coleta e reforça orientações. Agenda busca do resultado. Aconselhamento pós-teste na VE Resultado - Resultado + Janela Imunológica Sim Segunda coleta Não - Repete o exame após três + Exames Orientação 3ª coleta meses laboratoriais e encaminhamento ao infectologista¹ _____________ ¹ Casos de HBV +, após dois exames, solicita-se transaminases e anti HBC IgM, se normais e IgM não reagente, aguarda por seis meses e repete o monitoramento de Hepatite B, caso alterado, faz acompanhamento ambulatorial. ANEXOS REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Hepatites virais: o Brasil está atento. 3 ed. Brasília: 2008. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de aconselhamento em hepatites virais. Brasília: 2005. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. HIV/Aids, hepatites e outas DST. Brasília: 2006.