0 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES PORTADORES DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO, EMBASADO NA TEORIA DE PATERSON-ZDERAD VASCONCELOS, Dayse Paixão e RODRIGUES, Karla Simone Teixeira FREITAS, Cibelly Aliny Siqueira Lima SOUSA, Sandra Maria Melo O acidente vascular cerebral (AVC) é uma infartação de parte do cérebro devido a irrigação sanguínea insuficiente que ocorrer por oclusão de vasos que nutrem o cérebro ou por hemorragia intracerebral. A cada ano, mais de meio milhão de pessoas sofrem o primeiro episódio; entre os 75% que conseguem sobreviver, 10 a 12% apresentam outro AVC no decorrer de um ano. Sabendo que a enfermagem tem papel importante na reabilitação de pacientes neurológicos, objetivamos com esse estudo acompanhar pacientes acometidos de AVC à luz da teoria de Paterson-Zderad. Trata-se de um estudo de caso, realizado com pacientes acometidos de AVC e internados no Setor de Neurologia da Santa Casa de Sobral nos meses de fevereiro e março/2004. A coleta deu-se através de uma entrevista semi-estruturada, exame físico e neurológico. Foram obedecidos os princípios da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os principais diagnósticos de enfermagem foram: déficit no autocuidado; risco para incidência de AVC; mobilidade física comprometida; adução do ombro afetado e potencial para manutenção do lar prejudicada. As intervenções foram: repassar informações claras; falar da importância da higienização; orientar sobre os fatores de risco do AVC; explicar os procedimentos realizados; ensinar a manter o equilíbrio sentado e em pé; improvisar tipóia para evitar a separação da articulação do ombro; proporcionar momentos de conversas sobre o processo de adaptação que seria necessário em sua reabilitação. A experiência de cuidar de pessoas com AVC foi algo de singular relevância, uma vez que tivemos a oportunidade de ver a evolução satisfatória dos pacientes que se mostraram ativos na reabilitação .Palavras-chave : AVC; Assistência de Enfermagem; Reabilitação. ___________________________ Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 1 NURSERY ASSISTANCE TO PATIENTS ATTACKED BY HEMORRHAGIC BRAIN VASCULAR ACCIDENT, BASED ON PATERSON-ZDERAD THEORY The brain vascular accident(BVA) is an infarct in part of the brain, due to insufficient blood irrigation which can happen by the closing of vessels that feed the brain or by intracerebral hemorrhage. Every year, more than half a million people have their first BVA; among the 75% of those who survive, 10 to 12 per cent present another brain accident along the year. Knowing that nursery has an important role in the rehabilitation of neurological patients, we aim to assist patients attacked by BVA out of the nursery process guided by Paterson and Zderad´s theory. This research is a study of case done with two patients attacked by BVA who were interned in the Neurology Area of “Santa Casa” Hospital in Sobral, Ceará, during the months of February and March/2004. The collection was done through a semistructured interview and a general physical and neurological examination. It was obeyed the principles of the Resolution 196/96 of the National Council of Health. The main diagnoses of nursery were: lack of self care; risk of BVA recurrence; implications on physical mobility; adduction of the affected shoulder, and impairment for household chores. The applied interventions were: to pass in a clear; to talk about the importance of hygiene; to orientate about the factors of risk of BVA; to explain about the procedures used during internment; to teach how to keep the balance while standing or sitting; to improvise an arm sling to prevent separation of the shoulder articulation, and to provide with moments of talks about the process of the necessary adaptation during rehabilitation. The experience of taking care of people with BVA was very relevant, since we had the opportunity to see the satisfactory evolution of patients who showed good will during the process of rehabilitation. Key words: BVA(Brain Vascular Accident); nursery assistance; rehabilitation __________________________________ Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES PORTADORES DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO, EMBASADO NA TEORIA DE PATERSON-ZDERAD VASCONCELOS, Dayse Paixão e RODRIGUES, Karla Simone Teixeira FREITAS, Cibelly Aliny Siqueira Lima SOUSA, Sandra Maria Melo 1 INTRODUÇÃO E OBJETIVO O Acidente Vascular Cerebral – AVC ou derrame cerebral é uma infartação (morte) de uma parte específica do cérebro devido a irrigação sanguínea insuficiente, podendo ocorrer por oclusão (bloqueio) de um dos principais vasos que nutrem o cérebro, por um dos principais vasos que nutrem o cérebro, por obstrução parcial ou completa de um grande vaso intracraniano, ou por hemorragia intracerebral (BLACK e MATASSARIN – JACOBS, 1996). Oliveira (1999) classifica o derrame como isquêmico ou hemorrágico. O primeiro ocorre por obstrução embólica ou trombótica de um vaso a um infarto isquêmico, tendo como principais etiologias a artereosclerose e hipertensão arterial. O segundo AVC, hemorrágico, ocorre com hemorragias intracranianas ou subaracnóideas, sua causa mais freqüente é a hipertensão arterial, a ruptura de aneurisma e malformação arteriovenosa. De acordo com Brasil (2001), os acidntes vasculares cerebrais (AVCs) constituem a primeira causa de morte entre as doenças cardiovasculares no Brasil, principalmente entre mulheres, onde os coeficientes são dos mais elevados quando comparados a países do hemisfério ocidental. Conforme Leal (1999), as pesquisas realizadas mostram que aproximadamente 80% dos AVCs são causados por um baixo fluxo sanguíneo cerebral (isquemia) e outros 20% por hemorragias tanto intraparenquimatosas como subaracnóideas. A cada ano, mais de meio milhão de pessoas sofrem o seu primeiro episódio; entre os 75% que conseguem sobreviver a essa tragédia, 10 a 12% apresentam outro AVC no decorrer de um ano, aumentando o total de vítimas incapacitadas pelo AVC, cujo número total ultrapassa os dois milhões. Cerca de 15% desses pacientes dependem de enfermagem permanente em hospitais e abrigos para deficientes; outros 30 a 40% dependem de seus Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 3 familiares ou de outras pessoas em seus afazeres diários. O número de pessoas que são afetados pelo AVC não compreende apenas as próprias vítimas, mas também as pessoas que se dedicam ao seu tratamento (TOOLE, 2002). Os sinais neurológicos variam, conforme a localização do AVC, no cérebro. Em geral, os pacientes terão paralisia, confusão, desorientação e perda de memória. Um paciente com um AVC num lado do cérebro terá paralisia no lado oposto do corpo (himiplegia), porque as vias nervosas motoras atravessam o cérebro de um lado para outro, no tronco cerebral. Além disso, pacientes com AVC que envolva o hemisfério cerebral esquerdo podem apresentar dificuldades na fala ou na compreensão da palavra falada (afasia) e pacientes com danos ao hemisfério direito do cérebro tendem a apresentar problemas de percepção. Outros problemas associados ao AVC incluem dificuldades para engolir (disfagia), incontinência urinária e fecal e perda da visão, na direção do lado paralisado (hemianopsia) (HOOD & DINCHER, 1995). Os fatores considerados de risco para o derrame citados por Smeltzer e Bare (2000) são: hipertensão, cardiopatias, colesterol elevado, obesidade, hematócrito elevado, diabetes mellitus, contraceptivos orais, tabagismo, abuso de drogas, consumo de bebidas alcoólicas, história familiar de AVC, idade avançada e estresse emocional. Faz-se necessário portanto, a prevenção desses fatores que de acordo com Black e Jacobs (1996) pode ser de três maneiras: a primeira é a através da prevenção primária, proporcionando orientações para as pessoas manterem o peso corporal adequado, controlar os níveis de colesterol e abster-se do fumo; a segunda é através da prevenção secundária, onde é necessário tratamento médico e o controle do diabetes, hipertensão e doença cardíaca; e a terceira maneira é a prevenção terciária; esta destina-se aqueles indivíduos que já tinham experimentado um AVC sendo portanto, necessário prevenir complicações relacionadas com a presença do derrame e infartações futuras. De acordo com André (1999), o AVC é a primeira causa de incapacitação funcional no mundo ocidental e constitui a terceira causa de morte no mundo, atrás somente das cardiopatias em geral e do câncer. Diante dessa problemática e sabendo que a enfermagem tem um importante papel na reabilitação de pacientes neurológicos, propomo-nos a realizar um estudo de caso múltiplo, que tem como objetivo prestar assistência de enfermagem à pacientes acometidos por Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico enquanto internados no Serviço de Neurologia, à luz da teoria humanística de Paterson e Zderad. Consideramos importante a realização desse estudo, já que a sistematização proposta pelas humanística revela uma abordagem existencialista, visando uma compreensão da vida e Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 4 das possibilidades de escolhas, sempre postulando uma enfermagem interativa, o que contribui para a estimulação de idéias criativas na prática clínica. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Aspectos gerais sobre o Sistema Nervoso De acordo com Smeltzer e Bare (2002), o sistema nervoso é separado em duas divisões: o sistema nervoso central (SNC) que compreende o cérebro e a medula espinhal, e o sistema nervoso periférico (SNP), constituídos dos nervos cranianos e espinhais. Juntos, SNC e SNP, controlam as atividades motoras, sensoriais, autonômicas, cognitivas e comportamentais de todo o corpo. Já Zurzetto (1999) nos fala que o sistema nervoso é dividido nessas duas grandes partes com finalidade exclusivamente didática. Nos fala também o líquor (Líquido produzido nos flexos corióides) está presente no SNC. Conforme Smeltzer e Bare (2002), o cérebro é dividido em cérebro (parênquima cerebral), também conhecido como encéfalo, cerebelo, responsável em grande parte pela coordenação dos movimentos, e tronco cerebral que consiste em cérebro médio, ponte e medula oblonga. O cérebro também é dividido em dois hemisférios, direito e esquerdo, e cada hemisfério é dividido em lobos: frontal, parietal, temporal e occipital. O lobo frontal controla a concentração, o pensamento abstrato, o armazenamento de informações (memória) e a função motora. O parietal é o lobo da sensibilidade. Já o lobo temporal contém áreas receptoras auditivas e desempenha a função mais dominante de qualquer área do córtex na cerebração. Por fim, o lobo occipital, o menor dos lobos, localizado na região posterior o cérebro, é responsável pela interpretação visual (SMELTZER & BARE, 2002). Os dois hemisférios do cérebro que são separados de forma incompleta pela grande fissura longitudinal. Esse sulco separa o cérebro em hemisférios direito e esquerdo. A porção externa (córtex cerebral) é constituída de substâncias cinzenta, que contém bilhões de neurônios, dando-lhe um aspecto acinzentado. A substância branca constitui a camada mais interna, sendo composta de fibras nervosas e da neurologia (tecido de sustentação), que forma os tratos ou vias conectoras das diversas partes do cérebro entre si (vias transversais ou de associação) e o córtex com as porções inferiores do cérebro e a medula espinhal. Os hemisférios cerebrais são divididos em pares de lobos frontal, parietal, temporal e occipital. As fibras nervosas de todas as partes do córtex convergem em cada hemisfério e saem na forma de feixes apertados, conhecidos como cápsula interna. Tendo adentrado na ponte e Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 5 na medula, cada feixe cruza com o feixe correspondente a partir do lado oposto. Alguns desses axônios fazem conexões com os axônios do cerebelo, gânglios da base, tálamo e hipotálamo; alguns conectam-se às células nervosas cranianas. Outras fibras advindas do córtex e de centros subcorticais são canalizadas através da ponte e da medula para dentro da medula espinhal (SMELTZER &BARE, 2002). O tronco cerebral consiste em cérebro médio, ponte e medula oblonga. O cérebro médio conecta a ponte e o cerebelo com os hemisférios cerebrais, ele contém vias sensoriais e motoras e serve como o centro para os reflexos auditivos e visuais. Os nervos cranianos III e IV originam-se no mesencéfalo. Os nervos cranianos V a VIII conectam-se ao cérebro na ponte. A medula oblonga transmite fibras motoras do encéfalo para a medula espinhal e fibras sensoriais da medula espinhal para o encéfalo. A maioria dessas fibras sofrem cruzamento ou decussam nesse nível. Os nervos cranianos IX ao XII conectam-se ao cérebro na medula. O cerebelo é separado dos hemisférios cerebrais por uma dobra de duramáter, o tentório do cerebelo. O cerebelo possui ações excitatórias e inibitórias, sendo responsável, em grande parte, pela coordenação dos movimentos. O líquido cefalorraquiano (LCR), claro e incolor, é produzido nos ventrículos e circula ao redor do cérebro e da medula espinhal pelo sistema ventricular. Existem quatro ventrículos: os laterais, direito e esquerdo, e o terceiro e quarto ventrículo. Os dois ventrículos laterais abrem-se para dentro do forâmen interventricular (ou Monro) do ventrículo esquerdo. O quarto ventrículo fornece LCR para o espaço subaracnóidea e para baixo, para a medula espinhal na superfície dorsal. O LCR volta ao cérebro e, em seguida, circula em torno dele, onde é absorvido pelas vilosidades aracnóides. 2.2 Descrição Geral da Circulação Cerebral A circulação cerebral depende fundamentalmente de dois sistema nutridores: o sistema carotídeo, dominante e responsável pela irrigação dos três quartos anteriores dos hemisférios cerebrais, através das artérias cerebrais anterior; e o sistema vertebrobasiliar, que vasculariza o tronco cerebrais através da artéria cerebral posterior (ACP). A apresentação clínica e a evolução de pacientes com lesões nos territórios destes dois sistemas diferem substancialmente, sendo importante sua distinção precoce (ANDRÉ, 1999). Ainda de acordo com André (1999), sabemos que estes dois sistemas vasculares conectam-se amplamente, através principalmente do polígono de Wivis, mas também no Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 6 trajeto extracraniano em direção ao encéfalo. Ramos superficiais e profundos de cada uma das artérias destes sistemas vasculares também compartilham fronteiras. Além disso, uma rede anastomótica superficial conecta com maior ou menor eficácia os setores mais distais dos territórios de irrigação da ACA, ACM e ACP. É compreensível, portanto, a grande variabilidade de apresentação clínica de uma lesão isquêmica secundária a oclusão de uma artéria cerebral ou seus ramos. O tamanho do vaso afetado e a maior ou menor eficácia da rede anastomótica definirão a existência e o grau de fluxo sanguíneo colateral na área afetada, portanto a extensão da lesão final. Conforme Smeltzer e Bare (2002), A circulação cerebral recebe aproximadamente 15% do débito cardíaco ou 750 mL por minuto. O cérebro não armazena nutrientes e possui uma elevada demanda metabólica que exige o alto fluxo sanguíneo. O trajeto sanguíneo do cérebro é o único porque ele flui contra a gravidade; suas artérias se enchem de baixo para cima e suas veias drenam de cima para baixo (SMELTZER & BARE, 2002). 2.3 Compreendendo o Acidente Vascular Cerebral (AVC) O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é o distúrbio neurológico mais freqüente em adultos, além de ser uma doença muito prevalente, apresenta altíssima morbidade, sendo a principal causa de incapacidade permanente em muitos lugares do mundo (KNOBEL, 2002). O referido autor retrata ainda que o AVC é uma emergência médica, sendo que os paciente com tal afecção devem ser imediatamente transportados para um hospital durante a fase aguda da doença para avaliação e tratamento. André (1999) diz que a grande maioria dos pacientes com AVC agudo deve ser hospitalizado, sendo que a internação se justifica pela necessidade de rápida investigação da natureza do problema e pelo grande potencial de desenvolvimento de complicações clínicas e neurológicas, onde há hoje, uma sólida evidência de que a hospitalização em local em que há especialização no tratamento dos AVC pode melhorar o prognóstico. Segundo Smeltzer e Bare (2002), os AVC podem ser divididos em não-hemorrágicos (85%) e hemorrágicos (15%) os não-hemorrágicos ou isquêmicos geralmente resultam de trombose (coágulo sanguíneo dentro de um vaso do cérebro ou pescoço); embolia cerebral (coágulo sanguíneo ou outro material transportado para o cérebro a partir de outra parte do Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 7 corpo); ou isquemia (diminuição do fluxo sanguíneo para uma área do cérebro). Já o hemorrágico é resultante de uma hemorragia cerebral (ruptura de um vaso sanguíneo cerebral com sangramento para dentro do tecido cerebral ou dos espaços que circundam o cérebro). Brunner e Suddarth (1982 apud MACHADO, 1995), explicam à doença vascular cerebral, como qualquer anormalidade funcional do sistema nervoso central, causada pela interferência no suprimento sanguíneo normal para o encéfalo. Pode ser causado por hemorragia que ocasiona laceração cerebral, pela oclusão de um vaso ou por completa da luz de um vaso cerebral. O Acidente Vascular Cerebral é definido como a perda súbita das funções cerebrais, resultante da intenuação do suprimento para uma parte do encéfalo. Os Acidentes Vasculares Cerebrais isquêmicos são subdivididos em cinco tipos diferentes: trombose de grande artérias (20%), trombose de pequenas artérias perfurantes (25%), acidente vascular cerebral embólico cardiogênico (20%), criptogênico (30%) e outros (5%). Os hemorrágicos podem ser causados por malformações arteriovenosas, ruptura de aneurisma, determinadas substâncias (p. ex., anticoagulantes e anfetaminas) ou hipertensão descontrolada, podendo resultar em hemorragia craniana (HC), extradural, subdural, subaracnóidea ou intracraniana (SMELTZER & BARE, 2002). Para André (1999), os fatores de risco para o AVC incluem: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), tabagismo, dislipidemias e o uso abusivo de álcool. A presença de arritmias cardíacas – especialmente fibrilação arterial crônica – e cardiopatias trombogênicas (chagásica, aneurisma), de complicações clínicas da HAS, como hipertrofia ventricular ao ECG, e da doença arteriosclerótica – doença coronariana, vascular periférica ou estenose carotídea assintomática – também associa-se a aumento de risco. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um fator de risco, inegável à instalação do AVC isquêmico, porém, ela desempenha um papel mais relevante na etiologia (FIGUEIRA do AVC et al, hemorrágico 1980 apud MACHADO, 1995). Hood e Dincher (1995) descreve a trombose cerebral, hemorragia cerebral e embolia cerebral como as três principais causas de AVC. A trombose cerebral (a causa mais comum), resulta da oclusão de um vaso sanguíneo, no cérebro. Em pacientes com arteriosclerose, acredita-se que a trombose cerebral seja uma Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 8 conseqüência de coágulos no sangue, no local em que seu fluxo seja impedido por uma placa anteriosclerótica. Estas mudanças arterioscleróticas estão associadas ao envelhecimento, hipertensão e diabetes. A incidência maior de trombose cerebral situa-se entre os 50 e 70 anos. A hemorragia cerebral resulta da ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro; e essa ruptura costuma ocorrer em um vaso arteriosclerótico. O coágulo sanguíneo rompe-se, substitui o tecido cerebral adjacente e interrompe a transmissão de impulsos nervosos, através da área afetada. A análise do fluído cérebro-espinhal (líquor) mostra uma grande quantidade de sangue, no caso de o sangue comunicar-se com os ventrículos ou com o espaço subaracnóidea. Descobertas associadas costumam incluir um histórico de hipertensão e doença cardiovascular. Costuma ser encontrada a hemorragia cerebral, em pacientes entre 40 a 70 anos. Devinsky et al (2001) diz que a hemorragia intracerebral (também chamada de intraparenquimatosa), origina-se das pequenas artérias penetrantes que se ramificam de vasos intracranianos mais importantes como a artéria cerebral média e são infiltradas por lipoialinose e por necrose fibrinóide. Essas artérias eventualmente se enfraquecem e saneram, em geral em um cenário de hipertensão crônica. O citado autor nos diz também que a localização do sangramento é no putâmen e na cápsula interna em 40% dos casos, nos lobos (frontal, temporal, ou occipital) em 30%, no cerebelo, 15% no tálano, 10%, e na ponte, 5%. O paciente se apresenta usualmente com pressão sanguínea elevada, porém sem crises prévias ou ataque isquêmica transitório (AIT). Os sintomas neurológicos começam subitamente, enquanto o paciente está em atividade, e envolvem gradualmente de minutos até horas, com raros episódios de ressangramento. Podem ocorrer náuseas, vômitos, cefaléia e comprometimento do estado de alerta. Os sintomas persistem por meses até que o sangue seja reabsorvido. Os sintomas e os sinais refletem o tamanho e o local do sangramento. As hemorragias com mais de 3 cm de diâmetro e as mais próximas da linha média, provocando compressão do tronco cerebral, têm um prognóstico mais sombrio (DEVINSKY et al, 2001). A hemorragia intracraniana é mais comum nos pacientes com hipertensão e arterosclerose cerebral, porque as alterações degenerativas a partir dessas patologias causam a ruptura vascular. Nas pessoas com menos de 40 anos de idade, as hemorragias intracerebrais são usualmente causadas por malformações arteriovenosas, hemangioblastomas e trauma. Elas também podem ser provocadas por certos tipos de patologia arterial, tumor cerebral e pelo uso de medicamentos – anticoagulantes orais, anfetaminas e várias substâncias geradas de vício (SMELTZER & BARE, 2002). Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 9 Já na embolia cerebral, outra causa de AVC, tem-se um bloqueio de um vaso sanguíneo do cérebro, por um pequeno coágulo de sangue, de gordura, de ar ou de outra substância que esteja em circulação com na corrente sanguínea. Após o bloqueio do vaso, ocorre a morte do tecido nervoso, na área que era suprida pelo vaso ocuso. Uma embolia cerebral pode ocorrer em crianças com doença cardíaca reumática, ou em pacientes de meia idade e idosos, com trombose coronariana e fibricação atrial. Os AVCs podem ser também causados por espamo arterial que produz o fluxo sanguíneo a uma determinada área do cérebro, ou por compressão de vasos devido a tumores, edema, grandes coágulos sanguíneos ou outras doenças (HOOD & DINCHER, 1995). 2.3.1 Tratando o Acidente Vascular Cerebral (AVC) De acordo com Knobel (2002), a redução abrupta da pressão arterial (PA) pode levar à diminuição da pressão de perfusão, acarretando isquemia encefálica, especialmente em pacientes com hipertensão intracraniana e situações em que há deficiência da auto-regulação do fluxo sanguíneo cerebral, como é o caso do AVC. O risco de aumentar a área isquêmica é ainda maior quando há estenose grave dos grandes vasos craniocervicais. O mesmo aconselha que as drogas se escolha para o tratamento da hipertensão arterial (HA) em pacientes na fase aguda do AVC devem ser de ação curta e manejo fácil, de modo a reduzir os riscos de hipotensão acentuada, abrupta ou duradoura. As drogas comumente recomendadas são os beta-bloqueadores (labetalol, não disponível no Brasil) e nitroprussiato de sódio; sendo o uso subligmal de bloqueadores de canal de cálcio evitado, pois pode causar reduções abruptas e acentuadas na Pressão Arterial (PA). O tratamento farmacológico específico para o AVC isquêmico inclui o uso de drogas trombolícas e agentes antitrombóticos (antiagregantes e anticoagulantes), como o ácido acetilsalicílico e a heparina. O tratamento trombolítico é feito com ativador do plasminogênio tecidual (rt – PA), que melhora a evolução de pacientes com AVC. É recomendado para pacientes com menos de 3 horas de instalação dos sintomas. Os pacientes tratados com rt-PA dentro desse período têm cerca de 30% a mais de chance de ter uma boa evolução neurológica (KNOBEL, 2002). Devinsky (2001) diz que o tratamento agudo do AVC consiste em evitar reduções extremas da pressão sanguínea porque uma modesta hipotensão nesses pacientes pode provocar uma isquemia cerebral global. A pressão sanguínea só deve ser reduzida se maior do que 200/100 mmHg, e apenas para os limites superiores da normalidade. Os anticonvulsivantes padrão são usados se o paciente apresentar convulções. Para a hipertensão Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 10 intracraniana externa e aguda, os pacientes são tratados com hiperventilação e com agentes hiperosmolares. O uso de esteróides e controverso e não recomendado de rotina. Se existir uma causa tratável sangramento, como deficiência de vitamina K, tratamento com cumarínico ou plaquetopenia, a terapia adequada de reposição tem que ser instituída. A cirurgia para a hemorragia intracerebral, resultado possível de um AVC hemorrágico, é controversa e usualmente reservada para as hemorragias lombares ou cerebelares grandes (13 cm) ou para as hemorragias profundas com hipertensão intracraniana sem controle clínico (DEVINSKY, 2001). Conforme Smeltzer e Bare (2002), as complicações de um AVC incluem hipóxia cerebral, fluxo sanguíneo diminuído e a extensão da área da lesão. A hipóxia cerebral é diminuída ao se fornecer oxigenação adequada do sangue para o cérebro. Já o fluxo sanguíneo é dependente da pressão arterial, do débito cardíaco e da integridade dos vãos sanguíneos cerebrais. Deve-se assegurar a hidratação adequada (líquidos endovenosos) para diminuir a viscosidade sanguínea e melhorar o fluxo sanguíneo cerebral. Em relação a extensão da lesão, os extremos de hipertensão ou hipotensão precisam ser evitadas para prevenir contra as alterações no fluxo sanguíneo cerebral e contra o potencial para estender a área de lesão. 2.3.2 Avaliando um paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC) Conforme Rogers ET AL (1992), a avaliação de um paciente com AVC inclui uma análise clínica, neurológica e por neuroimage. O referido autor nos diz que na anamnese deve-se obter informações relacionadas ao aparecimento e natureza do déficit neurológico; a história médica passada deve incluir os medicamentos tomados, diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão e outros fatores de risco e etiológicos potenciais. No exame físico recomenda verificar os sinais vitais, onde a freqüência cardíaca geralmente é normal mas deve ser observado se o ritmo está irregular, a pressão arterial habitualmente está aumentada, ocasionalmente em níveis muito altos; a freqüência cardíaca (e padrão da respiração) é muito importante e deve ser avaliada. Os padrões respiratórios normais (cheyne-stones, hiperventilação neurogênica central, respiração atáxica, apnéia) ocorrem mais freqüentemente nos eventos do tronco cerebral e podem pressagiar insuficiência respiratória aguda; a temperatura deve ser normal se está elevada, considerar a existência de infecção). Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 11 É importante examinar a cabeça cuidadosamente para excluir trauma, porque trauma craniano significativo pode ser o resultado de uma queda com perda da consciência (ROGERS ET AL, 1992). Deve-se avaliar também os sinais neurológicos: nível de consciência e de orientação; completar a escala de coma de Glasgow (ECG); avaliar o tratamento e a reação das pupilas, bem como atividade motora; verificar todos os nervos cranianos; os reflexos; a função motora e sensorial; fazer o teste de Babinski; avaliar o reflexo de amordaçamento; capacidade para engolir e prejuízos de comunicação (afasia), e anotar sinais de pressão intracraniana aumentada (ROGERS ET AL, 1992). O autor nos fala também que a tomografia computadorizada (TC) de crânio é o exame de escolha, devido a sua disponibilidade, rapidez e baixo custo. Apresenta boa sensibilidade na detecção de hemorragia aguda e no diagnóstico de outras doenças importantes no diagnóstico diferencial do AVC, entre elas: hematomas, tumor e abscesso. 2.3.3 Retratando a assistência de enfermagem De acordo com Smeltzer e Bare (2002), retrataremos abaixo os cuidados necessários para uma assistência de enfermagem satisfatória a um paciente com AVC. 2.3.4 Melhorando a mobilidade e prevenindo as deformidades O posicionamento correto é importante para evitar contraturas; são usadas medidas para avaliar a pressão, auxiliar no controle do bom alinhamento corporal e evitar neuropatias compressivas, especialmente dos nervos olhar e fibular. * Prevenindo a adução do ombro Quando o controle dos músculos voluntários é perdido, os fortes músculos flexores exercem controle sobre os extensores. O braço tende a aduzir (os músculos são mais fortes que os abdutores) e a girar internamente. Para evitar a adução do ombro afetado, um travesseiro é colocado na axila quando existe rotação externa limitada; isso mantém o braço afastado do tórax, um travesseiro ´´e Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 12 colocado sob o braço, e este é colocado em uma posição neutra (ligeiramente flexionada), com as articulações distais posicionadas mais elevadas que as articulações mais proximais. Dessa maneira, o cotovelo fica mais elevado. Isso ajuda a evitar o edema e a fibrose resultantes, os quais evitarão mais amplamente de movimento normal quando o paciente recupera o controle do braço. * Promovendo mudança de posições A posição do paciente deve ser mudada a cada duas horas. Para colocar um paciente em uma posição lateral (delúbito lateral), coloca-se um travesseiro entre as pernas antes que o paciente seja virado. A coxa não deve ser agudamente flexionada. O paciente pode ser virado de um lado para outro, mas a quantidade de tempo despendido no lado afetado deve ser limitada, em virtude da sensação comprometida. Quando possível, o paciente é colocado em posição de decúbito ventral durante 15 a 30 minutos, várias vezes ao dia. Isso ajuda a promover a hipertensão das articulações do quadril e a evitar as contraturas em flexão do joelho e do quadril. Ajuda também a orientar as secreções brônquicas e impede as deformidades em contratura dos ombros e joelhos. É importante reduzir a pressão durante o posicionamento. * Estabelecendo um programa de exercícios O paciente deve ser estimulado a movimentar os membros oito a cinco vezes por dia, de forma a manter a mobilidade articular, recuperar o controle motor, evitar a deterioração adicional do sistema neuromuscular e estimular a circulação. O exercício é valioso na prevenção da estase venosa, a qual pode predispor o paciente à trombose e embolia pulmonar. O paciente também deve ser lembrado para exercitar o lado não afetado a intervalos durante todo o dia. 2.3.4.1 Prevenindo a dor no ombro Até 70% dos pacientes com AVC sofrem de dor intensa no ombro, o que os impede de aprender novas habilidades, pois a função do ombro é essencial para obtenção do equilíbrio e realização de transferências e atividades de auto-cuidado. Podem ocorrer três problemas: ombro doloroso, subluxação do ombro e síndrome do ombro e da mão. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 13 Esses problemas podem ser evitados através do posicionamento e movimentação adequadas do paciente. 2.3.4.2 Tratando a disfagia O AVC pode resultar em problemas de degutição (disfagia) devido à função comprometida da boca, língua, palato, laringe ou parte superior do esôfago. As dificuldades de degutição colocam o paciente em risco de aspiração, pneumonia, desidratação e desnutrição. Pode ser necessário a utilização de sonda nasogástrica ou nasoentérica. 2.3.4.3 Obtendo o controle intestinal e vesical Os pacientes podem ter problemas com o controle intestinal, com a constipação sendo mais comum. Exceto quando contra-indicada, uma dieta rica em fibras e a ingestão adequada de líquidos (2 a 3 litros por dia) devem ser fornecidas, sendo estabelecido um horário regular (geralmente depois o café da manhã) para a ida ao banheiro. Ainda podem apresentar incontinência urinária transitória devido à confusão, incapacidade de comunicar as necessidades e incapacidade de usar o vaso sanitário / comadre por causa do compartimento dos controles motor e postural. Ocasionalmente, depois de um AVC, a bexiga torna-se atônica, com comprometimento da sensação em relação externo é perdido ou está diminuído. Durante esse período, realiza-se o cateterismo intermitente com técnica estéril. 2.3.4.4 Melhorando a comunicação A afasia, que compromete a capacidade do paciente de compreender o que está sendo dito e de se expressar, pode tornar-se evidente de várias maneiras. A área cortical responsável pela compreensão e formação da linguagem é denominada de área de broca. A área de broca está tão próxima da área motora esquerda que, com freqüência, um distúrbio na área motora afeta a área da fala. Quando se conversa com o paciente, é importante prender sua atenção, falar lentamente e manter a linguagem consistente das orientações. Uma instrução é fornecida por vez e se concede tempo para que o paciente processe o que foi dito. O uso de gestos pode estimular a compreensão. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 14 No trabalho com o paciente afásico, a enfermeira deve lembrar de conversar com o paciente durante as atividades de cuidado. Isso propicia contato social para o paciente. 2.3.4.5 Mantendo a integridade cutânea O paciente que sofreu um AVC pode estar em risco de ruptura cutânea e tecidual por causa da sensibilidade alterada e da incapacidade de responder à pressão e o desconforto através da mudança de posição e movimentação. Portanto, a prevenção da ruptura cutânea e tecidual exige um freqüente histórico da pele. Um esquema regular de mudança de decúbito deve ser seguido para minimizar a pressão e evitar a ruptura cutânea (pelo menos a cada duas horas). Quando o paciente é posicionado ou virado, deve-se ter cuidado para minimizar as forças de cisalhamento e atrito, as quais provocam lesão para os tecidos e predispõem a pele à ruptura. 2.4 Referencial Teórico-metodológico Segundo George (1993), a palavra teoria origina-se do grego theoria que significa “visão”. Fala-nos também que as teorias de enfermagem, em sua totalidade, descrevem e explicam as condições humanas em termos do ambiente e da doença, embora seguem limitadas em sua capacidade de prever ou controlar uma situação de enfermagem. Popper (1995 apud LIMA, 2003), ao destacar a importância das teorias de enfermagem, afirma que estas redes lançadas para capturar o que chamamos “o mundo”, a fim de racionaliza-lo, explica-lo e domina-lo. As teorias de enfermagem oferecem insight quando à avaliação e planejamento dos cuidados profissionais, contribuindo de forma significativa para o fortalecimento da sistematização da assistência em enfermagem, constituindo a base para a prática da enfermagem. Essas teorias devem ser encaradas através da inter-relação dos conceitos de homem ou indivíduo, sociedade ou ambiente, saúde e enfermagem (GEORGE, 1993). Para Leopardi (1999), as teorias em enfermagem aparecem no desenvolvimento histórico da profissão como o estágio mais recente, desde que a produção científica da categoria passou por etapas, em relação à ênfase dos estudos. 2.4.1 Teoria Humanista de Paterson e Zderad Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 15 Descreveremos a teoria humanística abaixo de acordo com George (1993). Para Paterson e Zderad, a teoria é a visão articulada da experiência, por isso sua teoria é conhecida como uma teoria para a “prática humanista da enfermagem”, que se desenvolve através de experiências vividas pela enfermeira e pelo enfermo. Fundamenta-se no existencialismo e tenta ter uma visão mais ampla do potencial dos seres humanos e, em lugar de tentar suplantar outras visões, volta-se para suplementá-las. Na teoria da prática da enfermagem humanista, os seres humanos são encarados a partir de uma estrutura existencial de vir-a-ser; isto, em contrapartida, permite que a individualidade única de cada pessoa se realize. A saúde é entendida como uma questão de sobrevivência pessoal, como uma qualidade de vida e morte. Os indivíduos estar melhor. Bem-estar implica um estado de estabilidade, ao passo que estar melhor refere-se a estar no processo de tornar-se uso que é humanamente possível. Pela compreensão da premissa existencial dessa teoria, fica claro que a saúde é um processo de encontrar sentido na vida. A saúde é vivenciada no processo de viver, de estar envolvido com cada momento. Paterson e Zderad sugerem, ao longo de seu texto, que nós nos tornamos mais (estar melhor), através de relações uns com os outros. Já a enfermagem, para Paterson e Zderad, trata-se de uma resposta de cuidado de uns pessoa para com outra, num período de necessidade que visa ao desenvolvimento do bemestar e do estar melhor. A situação de enfermagem é um tipo particular de situação humana em que a relação inter-humana é intencionalmente voltada ao cuidado com o bem-estar ou o estar melhor de uma pessoa, com necessidades perceptíveis, relacionadas com a qualidade de vida da saúdedoença. Paterson e Zderad preconizam uma enfermagem fenomenológica que constitui um método de busca da compreensão da experiência enfermeiro(a) –enfermo, de modo que a enfermeira possa estar com o enfermo de uma maneira humana, e, conseqüentemente, curativa. A comunidade é a experiência de pessoas, e é através dela que é possível “vir-a-ser”. 2.5 Período Perioperatório Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 16 O período perioperatório consiste de três etapas. Uma pré, o pré-operatório, uma trans, que consiste no momento do procedimento cirúrgico, o trans-operatório e um pós, o pós – operatório. 2.5.1 Período Pré-operatório O período pré-operatório inicia-se, de acordo com Smeltzer e Bare (2002), quando a decisão para a intervenção cirúrgica é feita e termina com a transferência do paciente para a mesa de operação cirúrgica. Faz-se necessário que o paciente realize alguns exames complementares durante o préoperatório como hemograma completo, uréia e creatinina, sumário de urina, radiografia de tórax e eletrocardiograma. A enfermagem atua explicando o procedimento cirúrgico com a finalidade de reduzir o medo e a ansiedade; transmitir apoio emocional e confiança dentre outros. 2.5.2 Período Trans-operatório O período trans-operatório inicia quando o paciente é transferido para a mesa cirúrgica e termina quando ele é admitido na unidade cuidados pós-anestésicos (URPA), também conhecida como sala de recuperação. A enfermagem é responsável pela segurança e bem-estar do paciente, pela coordenação da equipe na sala de operação e pelo desempenho das atividades das enfermeiras (instrumentadoras e circulantes); deve também estar sempre preocupada com o estado emocional ao paciente. 2.5.3 Período Pós-operatório O período pós-operatório inicia com a admissão do paciente na unidade de cuidados pós-anestésicos e termina com a evolução de acompanhamento na unidade clínica ou no domicílio(SMELTZER & BARE, 2002). De acordo com Knobel (2002), as complicações pós-operatório de neurocirurgia podem ser divididas em encefálicas (isquemias, hemorragias, convulsões, hipertensão intracraniana, hidrocefalias, vasoespasmo) e não-encefálicas (complicações cardíacas, pulmonares, infecções, trombose venosa profunda (TVP) e embolia, etc.). Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 17 Deve-se sempre considerar a necessidade de manter o paciente na unidade de terapia intensiva (UTI) no período pós-operatório (POI) e o principal objetivo do intensivista no pósoperatório neurocirúrgico é evitar as lesões secundárias (hipotensão, hipoxia, sepse, embolia gasosa, vasoespasmos, lesões vasculares, hipertensão intracraniana), pois as mesmas influenciam de maneira decisiva na morbimortalidade neurocirúrgica (KNOBEL, 2002). 3 METODOLOGIA 3.1 Tipo de Estudo Trata-se de um estudo de caso por ser um método de abordagem qualitativa de pesquisa, pois seu foco de interesse dirige-se para aquilo que ele tem de particular, de único. Gil (1999), caracteriza o estudo de caso como sendo um estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados. Relata ainda que este tipo de pesquisa possui diferentes propósitos, tais como: explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos, descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; e explicar as variáveis causas de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamento e experimentos. 3.2 Local da Pesquisa O estudo foi realizado na Santa Casa de Misericórdia de Sobral, instituição filantrópica considerada centro de referência para a região Norte do estado do Ceará, tendo como espaço investigatório o serviço de neurologia. Esse serviço foi implantado na Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS), em janeiro de 1990, pelo Dr. Francisco Ramos Júnior, especialista em neurologia e neurocirurgia. No ano seguinte, o Dr. Gerardo Cristino Filho, com a mesma especialização, veio integrar o corpo clínico da SCMS, permanecendo ainda hoje, chefe do serviço. (ARAGÃO et al, 2002, p. 114). 3.3 Sujeito de Estudo Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 18 Os participantes da nossa pesquisa foram pacientes admitidos no setor de neurologia da SCMS no período de 29 de fevereiro de 2004 a 13 de março do mesmo ano, os quais submeteram-se a tratamento cirúrgico e/ou clínico de acidente vascular cerebral. Demos o nome fictício de “Nobre” a um de nossos pacientes, visto que percebemos nele a dignidade com que via os fatos e as mudanças da vida. E por falar em vida, foi tal nome que demos a nossa outra paciente, que carregava sempre consigo um sorriso inebriante no rosto. 3.4 Coleta e Organização dos Dados A coleta de dados deu-se durante o internamento de “Nobre” e “Vida” no Serviço de Neurologia, da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, através de uma entrevista (ANEXO A) tida como protocolo do serviço. A reflexão da entrevista como dispositivo de investigação, além de técnicas importante para a obtenção de dados complementares, surge da emergência das situações vivenciadas na pesquisa do imaginário social. A entrevista se presta à pesquisa, à seleção, ao aconselhamento e à orientação sócio-psicológica, sendo sua aplicação individual ou coletiva (GAUTHIER et al, 1998). Realizamos também exame físico geral e neurológico durante a admissão no Serviço, além de consultas ao prontuário. Para Smeltzer e Bare (2002), o exame neurológico é um processo sistemático que inclui inúmeros exames, observações e históricos destinados a avaliar um sistema complexo, o sistema nervoso. 3.5 Aspectos Legais e Éticos da Pesquisa O Conselho Nacional de Saúde aprovou em 1996 a resolução de 196/96, também conhecida como “Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos”. A resolução fundamenta-se nos principais documentos internacionais que narraram declarações e diretrizes sobre pesquisas que envolvem seres humanos. A resolução teve duplo mérito de definir os princípios essenciais que devem nortear a pesquisa envolvendo seres humanos no país e de catalisar a criação da infra-estrutura necessária a implementação das exigências ali contidas. Foram criados Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) em todas as instituições na qual se desenvolve pesquisa dessa natureza, subordinadas à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, órgão do Ministério da Saúde. A eticidade da pesquisa implica em: consentimento livre e esclarecido dos indivíduos – alvo e a proteção a grupos Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 19 vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia); ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivos (beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos; garantia de que danos previsíveis serão evitados; relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis (SPECTOR, 2002) De acordo com Oguisso e Schmidt (1999), ética um ramo da filosofia que estuda os juízes de apreciação que se refere à conduta humana, susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal. Vem de Ethos (grego) e significa caráter, costume, hábito ou modo de ser. Compreende os comportamentos que caracterizam uma cultura ou um grupo profissional, utilizando valor e uma escala de valores. Todas as teorias éticas contém um ou mais princípios, que são guias para a tomada de decisões e ações maiores e sustentam a formação de juízos morais na pratica profissional. Os princípios éticos mais comuns são: beneficência, não-maleficência, fidelidade, justiça, veracidade, confidencialidade e autonomia. A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação de saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais (OGUISSO & SCHIMDT, 1999). Ressaltamos que foi solicitado aos pacientes a permissão para participação no estudo através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Descrevemos aqui o contexto situacional de cada participante da pesquisa através do processo de enfermagem, visto que, segundo Smetzer e Bare (2002), trata-se de uma abordagem de solução de problemas para satisfazer as necessidades de enfermagem e de cuidado de saúde de uma pessoa. Benedet e Bub (1998) complementam que o processo de enfermagem tem como objetivo principal guiar as ações de enfermagem afim de que possa atender as necessidades individuais do cliente. Através dele é possível identificar as respostas do cliente e atender as suas necessidades afetadas. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 20 CONHECENDO O CONTEXTO SITUACIONAL DE NOBRE Nobre, é do sexo masculino, moreno e traz na sua cor e nos seus 72 anos de vida a experiência e a sabedoria de quem nasceu, cresceu e está até hoje na roça, cultivando frutos e simplicidade. É casado e mora com sua companheira num sítio modesto chamado Martislândia que fica na zona rural do município de Guaraciaba do Norte. Lá , eles possuem uma residência simples mas com boas condições hidro-sanitárias. Seu árduo trabalho rendeu-lhe muitos frutos, e dentre eles está uma simbólica aposentadoria de um salário mínimo que ajuda na manutenção da casa. Porém, o amor e a devoção pelo trabalho, de mãos dadas com tempos difíceis, fazem com que Nobre exerça sua profissão de agricultor até hoje, o que ao mesmo tempo, o faz sentir-se útil. É católico, porém não vai muito a igreja, o que não diminui em nenhum aspecto sua devoção à Deus. Relatou ter sido etilista e tabagista durante quarenta e oito anos, fato comum entre as “pessoas da roça” que matam o ócio em meio as conversas à noite, fumando em cachimbo, cigarro ou mascando fumo enquanto ouvem o barulho do vento sobre o mato que traduz, serenamente, o oposto da fumaça ora inalada, ora expelida pelos fumantes. No entanto, deixou esse hábito há quatro anos após ter realizado um cirurgia de próstata. Há um ano, durante uma consulta médica, foi diagnosticado ser hiper-tenso, diagnóstico que mostrou que apesar de muito suor derramado em anos de batalha, tinha uma vida sedentária e uma alimentação hipercalórica. A medicação prescrita pelo profissional médico foi um comprimido de Captopril 25 mg por dia, conduta que Nobre não seguia. Foi numa manhã de fevereiro (27/02/03) que Nobre descobriu que a estabilidade da vida é incerta, mesmo quando já se vivenciou muita coisa. E foi essa descoberta que trouxe Nobre, e sua nobreza de ser, até nós. Enquanto caminhava por seu sítio, local onde sempre experimentou as graças de um verdadeiro lar, sentiu repentinamente uma cefaléia súbita e intensa, a qual fez Nobre permanecer num quadro de desorientação. Foi levado ao hospital local, permanecendo lê por um dia, tempo suficiente para a equipe profissional perceber que seu quadro não melhorara e encaminha-lo à Santa Casa de Misericórdia de Sobral, onde chegou no serviço de emergência com pico hiper-tensivo de 180X100 mmHg, desorientado, disártrico, com cefaléia e sem força motora (paresia) nos membros inferiores. Foi realizada uma tomografia computadorizada de crânio (TCC) (ANEXO B) e o paciente foi admitido no serviço de neurologia da mesma Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 21 instituição com diagnóstico médico de acidente vascular Cerebral (AVC) de origem hemorrágica, em que a causa provavelmente seria uma hipertensão arterial sistêmica não controlada; e foi aí que Nobre ficou sob os cuidados da equipe multiprofissional do serviço, inclusive nossos, extensionistas do curso de neurologia, que se fizeram presentes durante seu internamento hospitalar, ou seja, fizeram-se presentes num dos momentos mais críticos e mais vulneráveis de sua existência. Nobre chegou ao nosso setor numa cadeira de rodas, cabisbaixo, porém atento a todos e a qualquer movimento, o que nos pareceu estar assustado, ora desconhecendo o ambiente. Ao aproximarmos, percebemos que mantinha um quadro de desorientação, embora não tão acentuado, e disartria. Nobre foi acomodado no leito em que ia ocupar alguns dias, local também onde nasceu, em forma de rascunho, esse histórico que agora lê no presente momento, através de informações dadas por acompanhantes que também exerceram papel de cuidadores. * Exame Físico Geral e Neurológico Realizamos exame físico geral e neurológico de Nobre, onde descrevemos abaixo um concomitante ao outro, no sentido céfalo-caudal. Barros e Cols (2002) descrevem que o exame físico geralmente representa o primeiro momento de contato físico com o paciente e que o exame neurológico caracteriza-se por identificar disfunções presentes no sistema nervoso, determinar os efeitos dessas disfunções na vida diária do mesmo e detectar situações de risco de vida. Nobre apresentou-se responsivo, porém com idéias que nos pareceu desconexas, o que nos fez acreditar que estava num estado de confusão mental, porém este não durou muito tempo, o que nos fez acreditar que a medicação foi responsável por tal evolução positiva, e também, o que nos deu suporte para realizar seu exame físico e neurológico horas depois de sua admissão, estava disártrico e apático. Nobre possuía pele morena e íntegra, sem presença de lesões cutâneas. Apresentava sujidade nas extremidades (unhas das mãos e dos pés). Estava normotérmico, eupnéico, com pulso nos padrões de normalidade e elevação da pressão arterial sistêmica (180X100mmHg). Tinha crânio normal, couro cabeludo higienizado, cabelos de cor preta e também higienizados. Olhos sinétricos, com boa acuidade visual, fotoreagentes e reflexo corneal preservado, além de movimentação ocular satisfatória, o que nos deu suporte para creditar que os nervos óptico, locomotor, troclear abducente estavam inalterados. Naroz simétrico e sem dificuldade para identificar odores (nervo olfatório preservado). Ouvido higienizado e sem alterações da audição. Apresentava lábios rosados, Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 22 uso de prótese superior e inferior e sem alterações gustativas, com movimentos da língua sem desvios, no entanto notávamos uma discreta alteração nos músculos faciais , o que nos levou a crê que seria a causa da sua disartria, que também como a confusão mental, foi efêmera. Presença de halitose. No pescoço apresentava saliência da cartilagem cricóide, conhecida por pomo-de-adão e tireóide não palpável. Auscultas, cardíaca e pulmonar, nos padrões de normalidade , toráx, abdome e membros sem presença de nossa e/ou cicatrizes e apresentava sensibilidade térmica, tátil e dolorosa preservadas. Reflexos bicipital, tricipital, branquiorradial, patelar e de aquiles preservados e Sinal de Babinski normal. Na marcha, apresentava uma discreta diminuição do equilíbrio, que associamos a paresia dos membros inferiores. De acordo com a análise realizada pela equipe médica na tomografia, foi perceptível que precisaria submeter-se a procedimento cirúrgico, visto que a neuroimagem evidenciava uma hemorragia intracraniana num único ponto nobolo occi. A partir dessa decisão foram acertados todos os encaminhamentos necessários, dentre eles a realização de exames préoperatórios e nobre realizou cirurgia após dois dias de internamento (02/03/04), recebendo alta hospitalar três dias após o procedimento cirúrgico (05/03/04). Descrevendo o procedimento cirúrgico A cirurgia iniciou-se às 16:50 do dia 02 de março de 2004onde após a preparação da sala, transferência do paciente à mesa operatória e ato anestésico (anestesia geral), momento em que Nobre foi entubado com um tubo endotraqueal nº 09 e sondado com sonda uretral nº 14. O mesmo foi colocado na posição adequada. Permaneceu em posição de decúbito dorsal durante o procedimento que consistiu numa craniotomia occipital esquerda, que consiste na incisão do crânio com a finalidade de expor as estruturas cerebrais e tratar cirurgicamente uma patologia intracraniana. É importante relatar que apesar do procedimento de escolha ter sido uma craniotomia, neurocirurgias neste local do cérebro geralmente são feitas através de uma craniectomia que consiste na incisão do crânio e remoção de osso por aumento, de um ou mais orifício de broca, utilizando ruginas para obter acesso as estruturas subjacentes (MEEKER & ROTHROCK, 1997). Após realização da tricotomia e da anti-sepsia do campo operatório foi realizada a marcação da incisão cirúrgica através de uma agulha descartável (25X08) pelo cirurgião. Concomitante a esse processo foi realizada a degermação da equipe. Logo após a Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 23 paramentação dos membros uma anti-sepsia mais rigorosa com polivinilpirrolidona foi feita, com a finalidade de reduzir ao máximo os germes encontrados na flora de transição da pele. Após a instalação dos campos cirúrgicos, antes da diérese foi injetada no local da incisão, em forma de leque, solução salina normal com adrenalina com intuito de obter uma vasoconstricção impedindo sangramento excessivo, já que o couro cabeludo é bastante irrigado. Foi realizada uma incisão occipital paramediana esquerda através de bisturi frio e elétrico, e a craniotomia realizada através de um trepano elétrico e um craniótomo, que perfuram e cortam o retalho ósseo, também chamado de “janela óssea”, e é tal passo que caracteriza um craniotomia. O perióstio, membrana fibrosa do crânio, foi descolado, momento em que se usou a cera óssea para realizar hemostasia local. Logo em seguida a dura-mater, membrana meníngea mais externa, foi aberta, chegando-se a região intracerebral onde realizou-se o processo de aspiração do hematoma formado pela hemorragia cerebral. Após a aspiração, a cavidade foi fechada, fechando-se a dura-mater com fio prolene 4.0 (Polipropypoint 4.0), colocando-se um dreno de sucção e a janela óssea posta no lugar, suturando em seguida o tecido subcutâneo com vicril 2.0 e o couro cabeludo com mononylon 2.0. Após a sutura a área foi limpa e uma atadura de crepon (15cm) foi colocado e o paciente transferido para a unidade de recuperação pós-anestésica, às 18:00 horas, retornando ao serviço de neurologia às 2:00 horas do dia seguinte. Descrevendo a assistência de enfermagem baseada nos pressupostos de Paterson e Zderad *Diagnósticos, intervenções e evoluções encontradas Foi possível diagnósticas mobilidade física prejudicada relacionada à fraqueza dos membros inferiores (paresia) visto que a princípio, Nobre não conseguiu deambular e/ou deambulava com dificuldade. Tal situação nos fez sentir a necessidade de ensiná-lo a manter o equilíbrio em posição sentada e em seguida, em posição ereta (equilíbrio em pé). O que nos lembra os escritos de Paterson e Zderad sobre o homem, que é um ser individual, necessariamente relacionado com outros homens, no tempo e no espaço, rebelando a “interdependência como inerente à situação humana”. Percebemos também processos de pensamento alterados relacionados à lesão cerebral onde para Carpenito (1999), tal diagnóstico descreve o indivíduo com a percepção e a Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 24 cognição alteradas, interferindo na vida diária. Portanto nosso enfoque foi o de reduzir o pensamento perturbado através de orientações para a realidade; abordando-o de maneira calma e fortalecedora. Para o diagnóstico cefaléia intensa relacionada à lesão cerebral intervimos através da administração das medicações prescritas, Hidantal (2ml + 8ml de água destilada – 8/8 h EV) e tylex (30 mg – 6/6 h VO), com a finalidade de estabilizar o quadro. Devido a presença de deficiências da comunicação verbal associada à disartria, ao conversarmos com Nobre, dávamos tempo suficiente para expressar-se e/ou responder nossos questionamentos, nunca mostrando-nos com pressa ou desinteresse. As nossas informações também eram repassadas de forma clara e lenta para que o mesmo pudesse entender melhor o que dizíamos. Constipação relacionada á crenças culturais sanitárias, diagnóstico que nos fez realizar massagens abdominais no sentido horário (1X1 dia) com intuito de diminuir a constipação. Acreditamos que tal problema surgiu da mudança ambiental sofrida, visto que muitas vezes o ambiente hospitalar diminuem a privacidade dos pacientes. No diagnóstico déficit no autocuidado para higiene relacionada a inadequação para perceber uma parte do corpo ou relação espacial, falamos da importância da higienização e realizamos a mesma. Para o diagnóstico dentição alterada relacionada à falta ou ausência completa de dentes, conversamos sobre como deveria realizar a higienização da cavidade oral, posto que a higiene da língua é tão importante quanto a higiene da prótese dentária. Outro diagnóstico importante encontrado foi risco para incidência de acidente vascular cerebral (AVC) relacionado ao tabagismo e eticismo e a não adesão do tratamento anti-hipertensivo. Orientamos para a importância à adesão correta ao tratamento medicamentos para hipertensão arterial sistêmica (HAS); para a ingestão de uma dieta hipossódica e hipocalórica; para a realização de exercícios físicos diários por pelo menos trinta minutos; continuar com o hábito de não ingerir bebidas alcóolicas e não fumar; verificar a pressão arterial regularmente, dentre outras. Vemos como importa ressaltar que todas as orientações ditas acima foram repassadas ao acompanhante antes de sua alta, já que Nobre traz junto de seus 72 anos, além de experiência e simplicidade, o esquecimento de uma mente cansada de tanto batalhar para o pão de cada dia, e a graciosa “teimosia” de quem já viveu muito. Percebemos ainda que Nobre possuía um déficit de conhecimento relacionado a patologia e ao tratamento onde fornecemos informações destinadas a compreensão dos Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 25 procedimentos realizados durante a internação hospitalar e medidas preventivas para a reincidência de AVC durante sua volta ao ambiente domiciliar. Acreditamos que a maior contribuição que podemos dar à Nobre foi em forma de interesse (por sua pessoa) e informações que sempre visaram contribuir para seu bem estar e mas ainda para seu estar melhor, como Paterson e Zderad preconizavam, já que a enfermagem, também preconizada pelas teorias, trata-se de uma resposta de cuidado de uma pessoa para com a outra, num período de necessidade que visa ao desenvolvimento do bemestar e do estar melhor, ou seja, potencial humano. Vemos como importante declaram nesse estudo que todos os diagnósticos encontrados foram perceptível no período pré-operatório, visto que alguns, antes mesmo do trans, já haviam sido resolvidos como a mobilidade física prejudicada através da administração da terapia de medicamentos e dos cuidados de enfermagem, dentre outros. Entretanto, um único continua a coexistir durante todas as fases de internamento (pré, trans, pós), cujo se refere a constipação, onde cremos que tal problema fundamenta-se nas barreiras sócio-culturais e ambientais. Antes do procedimento cirúrgico, primeiro dia de Nobre em nosso serviço, este permaneceu em repouso no leitão, apresentando o quadro citado anteriormente de desorientação, cefaléia, disartria e paresia (apesar de já diminuída) que diminuíram com o passar do tempo. Neste primeiro dia (01/03/04), estava normotérmico, com temperatura variando de 36ºC a 36,5ºC; eupnéico (Fr=20rpm), com pulsação arterial variando de 80 a 86 Gpm e pressão arterial sistêmica de 160X100 mmHg. No segundo dia (02/03/04) de sua internação, no fim da tarde, foi realizzado procedimento cirúrgico. Nobre encontrava-se orientado no tempo e espaço, agora sem déficit motor e disartria. Queixava-se de cefaléia, que conforme descrição apareceu-nos ser uma cefaléia moderada. Aceitava bem a dieta hospitalar, cuja prescrição foi uma dieta branda, manteve um padrão de sono satisfatório durante a noite, com diurese presente e eliminação intestinais ausentes. Apresentou sinais vitais dentro dos padrões de normalidade, com exceção da pressão arterial de 160X100 mmHg. Nobre retornou da cirurgia as duas da madrugada do dia seguinte (03/03/04), acordado, orientado e responsivo. Realizou sua própria transferência da cama-maca para o leito. Chegou com uma faixa crepom em volta da cabeça e um dreno de sucção que saia da região occipital esquerda, local da incisão cirúrgica. Nesse mesmo dia, pela manhã, foi realizado curativo onde foi perceptível que a incisão apresentava-se limpa e sem secreções de qualquer natureza. Não foi evidenciado edema nem rubor, a não ser aqueles poucos requícios deixados pelo corte durante a cirurgia. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 26 Durante seu período pós-operatório, Nobre não referiu mais queixas , com exceção da constipação, citada anteriormente permaneceu com seus sinais vitais nos padrões de normalidade, padrão de sono satisfatório aceitando bem a dieta hospitalar e fazendo uso de Hidantal ( 1comp. 100mg – 8/8 h VO), Tylex ( 1comp. 30 mg – 6/6h VO), Diripona ( 2ml em 8ml de água destilada) e Famox ( 40mg – 12/12 h). No segundo dia de pós-operatório, durante a troca de curativo, foi retirado o dreno. Apresentava bom estado geral. Realizou tomografia computadorizada de crânio (TCC) (ANEXO C) para controle da patologia, o que deu subsídio para sua alta hospitalar dia cinco de março de dois mil e quatro. CONHECENDO O CONTEXTO SITUACIONAL DE VIDA Vida existe há 50 anos e como o nome já diz, é os sexo feminino e carrega consigo o frescor de uma leve rajada e o brilho e a alegria de uma rosa que desabrocha sem pensar que um dia vai murchar. Estudou pouco, conseguiu terminar o ensino fundamental, e hoje, sem qualquer tipo de espinhos, leva uma vida admirável de costureira e dona do lar. É casada, e esperamos que não seja com um “cravo”, onde dessa união resultou uma filha que ainda hoje permanece no leito materno, provocando as delícias de, como dizem os ingleses, um home steet home. Vivem numa casa com boas condições hidrosanitárias na pequena cidade de Santana do Acaraú, terra descrita para nós, enquanto vida sorria, como calma, modesta e alegre, o que nos fez experimentar um pouco de sua felicidade. Há quinze anos é hipertensa, e tal condição a fez ser merecedora de uma prescrição médica de dois comprimidos de captopril de 25 mg ao dia, mas como a vida tem lá suas contradições, essa prescrição não era seguida. Aliás, isso não é nada novo para gente já que a vida, às vezes, faz suas próprias regras, e entretanto, uma de suas regras, consistia em verificar sua pressão arterial com freqüência onde eventualmente mantinha picos hipertensivos assintomáticos, já que relaxa que nada sentia, porém momentos como esses evidenciavam-nos que nesse período a vida pulsava mais forte, ou melhor, o que corria em suas veias. E foi numa madrugada de março (07.03.2004) que vida sentiu seu maior instrumento, o corpo, tremer; uma das maiores provas de sua existência estava abalada. Tal episódio mostrou-se em forma de espasmos musculares de seu membro inferior esquerdo, de mãos Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 27 dadas com uma parestesia, que com o passar das honras evoluiria a uma paresia, e um pico hipertensivo de 240 x 120 mmHg. Foi trazida a Santa Casa de Misericórdia de Sobral na ambulância disponibilizada pelo hospital local, permanecendo primeiramente no serviço de eletrocardiograma, que nada evidenciou de anormal. Retornou a Santa Casa onde realizou exame de tomografia computadorizada de crânio (TCC) (ANEXO 04), sendo evidenciado um Acidente Vascular Cerebral de origem hemorrágica. Foi admitida no serviço de neurologia, conduta que nos proporcionou o encontro com a vida, que desde o princípio, mostrou-se sorridente e simpática com todos que cruzavam com ela, contagiando rapidamente suas companheiras de quarto. Não foi nenhum sacrifício, nem difícil acesso, mantermos contato com vida, que se mostrava sempre disposta a responder nossas indagações, o que nos fez relacionar-se verdadeiramente consigo, como as teorias de Paterson e Zderad comemtam ao falar da vivência de saúde. Durante sua internação hospitalar fez uso de terapia medicamentosa com captopril, hidantal e tylex. Manteve uma comunicação adequada, não apresentando nenhum déficit na fala, aceitando bem a dieta e com eliminações intestinais e urinárias presentes. Durante exame físico geral e neurológico, constatamos que vida mostrava-se orientada, responsiva e alerta. Possuía pele branca, sem presença ou menor sinal de lesões cutâneas, sem sujidades. Olhos vivos e expressão alegre. Conservava sempre consigo um sorriso nos lábios e um afago nas mãos. Estava com os sinais vitais dentro dos padrões aceitáveis pelo modelo biomédico (T: - 36ºC; pulso: 88; PA: 140 x 80 mmHg; FR: 18). Tinha crânio normal, couro cabeludo higienizado. Olhos simétrico e amplo, pupilas fotoreagentes e reflexo corneal presente, nariz simétrico, higienizado e sem dificuldades para identificar odores. Ouvido higienização e diminuição da acuidade auditiva esquerda. Cavidade higienizada, com boa movimentação da língua e os músculos faciais. Tireóide não palpável. Auscutas cardíaca e pulmonar normais. Presença de adução do ombro esquerdo, com flexão do cotovelo e punho devido a hemiparesia esquerda. Tórax, abdome e membros sem presença de massas, com sensibilidade tátil alterada e dolorosa presente no hemisfério afetado. Reflexos bicipital, tricipital, braquiorradial, patelar e de Aquiles preservados. Sinal de Babinski presente e normal na região plantar dos pés, com marcha prejudicada devido a hemiparesia do lado esquerdo. Evidenciado micose na região plantar no pé direito, com aspecto descamativo e prurido intenso. Descrevendo a assistência de enfermagem baseada nos pressupostos de Paterson e Zderad Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 28 Diagnósticos, intervenções e evoluções encontradas. Diagnosticamos mobilidade física comprometida relacionada a hemiparesia no hemisfério esquerdo do corpo em que primeiramente ensinamos-a a manter o equilíbrio enquanto sentada, em seguida em pé, e ao deambular, orientamos a utilizar o lado do corpo não afetado como comandante dessas operações, buscando sempre o “estar melhor” de Paterson e Zderad. Outro diagnóstico encontrado foi alteração sensorial tátil e auxiliar relacionada a percepção sensorial alterada. Tal diagnóstico, assim como o citado anteriormente, fazem-nos perceber que certas seqüelas do AVC podem ser recuperadas, com o tempo, através de tratamento medicamento adequado, aliado à exercícios de fisioterapia que ajudarão no processo de reabilitação do paciente, onde este, age como peça fundamental no mecanismo de enfrentamento. Para a diminuição da acuidade auditiva, adotávamos sempre o cuidado de falar de forma clara, e com altivez, para que pudesse nos escutar bem. Risco para incidência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) relacionado a não adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Falamos da importância a adesão ao tratamento medicamento para hipertensão arterial sistêmico (HAS); para a ingestão de uma dieta hipossódica e hipocalórica; para a realização de exercícios físicos diários por pelo menos trinta minutos; verificar a pressão arterial regularmente, como uma medida de controle. Para o diagnóstico adução do ombro afetado relacionado a hemiparesia, foi utilizado uma espécie de tipáia improvisada com uma faixa de crepom no membro superior esquerdo para evitar a separação da articulação do ombro (subluxação) quando ela deambulava, o que para nós representou uma forma de expressar a resposta de cuidado de uma pessoa para outra, num período necessário, de acordo com as teóricas citadas nesse estudo. Diagnosticamos ainda potencial para déficit de auto-cuidado relacionado a seqüelas do Acidente Vascular Cerebral, onde orientamos vida que diante das dificuldades que possam surgir, utilize o lado não afetado na realização de todas as atividades de auto-cuidado como: pentear-se, escovar os dentes, realizar higiene pessoal e outros. O fato de ser destra e de o membro afetado ter sido o esquerdo, ajudara bastante no processo de adaptação. Orientamos também para que não esquecesse de realizar exercícios diários com o membro afetado, no sentido de prevenir a atrofia e promover uma reabilitação mais rápida. Pensamos que vida também possa vir a ter potencial para manutenção do lar prejudicada relacionada as seqüelas do Acidente Vascular Cerebral (AVC), o qe possivelmente dificultara também seu trabalho de costureira, porem, vida terá que superar essas barreiras e correr atrás do “potencial para o bem-estar” de Paterson e Zderad, utilizando- Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 29 se de muita paciência, perseverança e adaptação, com o intuito de facilitar seu processo de reabilitação, e foi essa a orientação dada por nós (e recebida com muita maturidade). E por fim, encontramos o diagnóstico integridade da pele prejudicada relacionada a lesão primária e prurido, onde nossa conduta foi solicitar avaliação médica, no entanto, por motivos maiores, vida voltou para casa apresentado ainda a micose na região plantar no pé direito. Durante sua internação hospitalar no serviço de neurologia, que durou três dias, vida sempre mostrou-se alegre, alerta, responsiva e cooperativa. Sempre manteve um padrão de sono satisfatório, diurese e eliminações intestinais presentes e um bom-humor inigualável. Deambulava com dificuldade pelos corredores de nosso serviço, sempre espalhando a semente do bom-humor. Realizou sessões de fisioterapia e relatava que sentia-se melhor da “dormência” sentida e da “perda de força do braço”. Algo que a incomodava muito era a micose presente em seu pé direito, cujo prurido era intenso e em meio as nossas conversas, mostrava-se desejosa de voltar para casa, para sua vida diária e seus afazeres domésticos. Realizou uma tomografia de controle e recebeu alta hospitalar no terceiro dia de internamento, momento em que demos algumas orientações de cuidados e despedimo-nos de vida. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Tal estudo foi de suma importância para o aprendizado global da fisioterapia do AVC, bem como da aplicabilidade do processo de enfermagem na prática profissional. Podemos observar as repercussões do AVC em seres individuais, caracterizados por Paterson e Zderad como existencialismo humanístico, onde os indivíduos possuem potencial para o “bem-estar” e o “estar melhor”. Foi perceptível com esse estudo que o AVC de origem hemorrágica manifesta-se, clinicamente com déficits distintos, dependendo o hemisfério e/ou lobo afetado, podendo, ou não, ser necessário uma intervenção neurocirúrgica. E que a pessoa acometida pelo AVC pode permanecer um pouco tempo com alguns déficits, como no caso de Nobre, ou permanecer com eles por um período de tempo mais longo, como no caso de Vida. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 30 Algo também considerado, foi o de termos experienciado a convivência com duas coisas essenciais ao ser humano, a nobreza (NOBRE) de espírito e a alegria de viver (VIDA). 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRÉ, C. Manual de AVC. Rio de Janeiro: Revinter, 1999. ARAGÃO, Antônia Eliana de Aragão et al. Diretrizes do Serviço de Enfermagem da Irmandade da santa Casa de Misericórdia de Sobral. Sobral: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, 2002. BARROS, Alba Lúcia Botura Leite & COLS. Anamnese e Exame Físico: a avaliação diagnóstico de enfermagem no adulto. Porto Alegre: Artmed, 2002. BLACK, J. M; MATASSARIN – JACOBS, E. Enfermagem médico-cirúrgica: uma abordagem psicofisiológica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993 v.2. BRASIL. Manual de Condutas Médicas / Instituto para o desenvolvimento da saúde. Universidade de São Paulo. Ministério da Saúde. Brasília, 2002. DEVINSKY, Orrin et al. Manual do Residente em Neurologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. GAUTHIER, Jacques Henri et al. Pesquisa em Enfermagem: Novas Metodologias profissional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. GEORGE, Júlia B. Teorias de Enfermagem: Os fundamentos para a Prática Profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 1999. HOOD, G. H.; DINCHER, J. R. Fundamentos e prática da enfermagem: problemas que afetam a função neurológica. 8ª ed. Porto Alegre: artes Médicas, 1995. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 31 KNOBEL, Elias. Terapia Intensiva: Neurologia. São Paulo: Atheneu, 2002. LEAL, M. E. S. Derrame: acidente vascular cerebral. São Paulo: NEPE, PUC, 1996. LEOPARDI, Maria Tereza. Teorias em Enfermagem: Instrumentos para a prática. Florianópolis: Ed. Papa-livros, 1999. MACHADO, H. B. Enfermagem a condição crônica de saúde após umacidente vascular cerebral: um estudo de caso. Florianópolis, 1995. MEEKER, Margaret Muth & ROTHROCK, Jane C. Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION – NADA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificações. Porto Alegre: Artmed, 2000. OLIVEIRA, R. M. C. Atualização terapêutica: manual prática de diagnóstico e tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. ROGERS, J. H. et al. Enfermagem de emergência: manual prático. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Enfermagem médico-cirúrgica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. SMELTZER, Suzanne C. & BARE, Brenda G. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 9ª ed. Vol. 01 e 04. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. SPECTOR, Nelson. Manual para Redação de Teses, projetos de Pesquisas e Artigos Científicos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. TOOLE, J.F. Distúrbios cerebrais de origem vascular. 5ª ed. São Paulo: Santos, 2002. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 32 ANEXOS Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 33 ANEXO A HISTÓRICO DE ENFERMAGEM DADOS PESSOAIS Nome: __________________________ Mat. ________________ Sexo: _______________ Estado Civil: ______________ Cor: ______________ Idade: ________________________ Instrução: ________________________ Ocupação: _______________________________ Religião: __________________________ Informante: _____________________________ Diagnóstico Médico: ________________________________________________________ ENTREVISTA 1) Motivo da internação: _____________________________________________________ _________________________________________________________________________ 2) Outras doenças: __________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 3) Antecedentes familiares: ___________________________________________________ _________________________________________________________________________ 4) Uso de medicamentos? Quais? ______________________________________________ _________________________________________________________________________ 5) Alterações relacionadas ao tratamento? Quais? _________________________________ _________________________________________________________________________ 6) Interrupções no tratamento? ________________________________________________ _________________________________________________________________________ 7) Com quem mora e quem lhe ajuda? __________________________________________ 8) Condições habitacionais? __________________________________________________ _________________________________________________________________________ 9) Alimentação habitual? ____________________________________________________ _________________________________________________________________________ 10) Modificações da alimentação após a doença? _________________________________ 11) Alteração de peso? ______________________________________________________ 12) Hidratação: ____________________________________________________________ 13) Eliminações intestinais e urinárias __________________________________________ _________________________________________________________________________ Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 34 14) Atividade física rotineira (trabalho, esporte, outros) ____________________________ _________________________________________________________________________ 15) Sono e repouso _________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 16) Tabagismo, etilismo e outras drogas: ________________________________________ _________________________________________________________________________ Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 35 ANEXO B Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 36 ANEXO C Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 37 APÊNDICE Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 38 APÊNDICE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Solicito sua colaboração no sentido de participar da presente investigação. O objetivo dessa investigação é prestar assistência de Enfermagem com pacientes acometidos por Acidente Vascular Cerebral ã luz da teoria humanística de Paterson e Zderad. Não detenho nenhum cargo administrativo nesta instituição, sendo que esta tomará conhecimento dos resultados quando forem publicados no relatório final, no qual estará assegurado o anonimato dos componentes da pesquisa (amostra). Os resultados desta entrevista são estritamente confidentes e em nenhum caso acessíveis e outras pessoas. Pelo presente consentimento, declaro que fui informado de forma clara e detalhada sobre objetivos e a justificativa da entrevista que responderei e, dos benefícios do presente projeto de pesquisa. Fui igualmente informado: * Da garantia de requerer resposta a qualquer pergunta ou dúvida a cerca dos procedimentos, riscos e benefícios e outro assuntos relacionados à investigação; * Da liberdade de retirar meu consentimento, a qualquer momento, e deixar de participar do estudo, sem que isso traga prejuízos a mim; * Da segurança de que não serei identificado e que manterá o caráter confidencial das informações relacionadas a minha privacidade; * Do compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando. As pesquisadoras responsáveis por esta pesquisa, Dayse Paixão e Vasconcelos, Karla Simone Teixeira Rodrigues, acadêmicas do Curso de Enfermagem da Universidade estadual Vale do Acaraú- UVA e extensionista do Curso de Neurologia da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, tendo esse documento sido revisado e aprovado. Telefone de contato: (088) 9955.4541; (088) 9955.6294. __________________________________ ________________________________ Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version 39 Assinatura do participante ou responsável Assinatura da pesquisadora Data: _________ / ________/ ___________ Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version