Nota Técnica Vigilância do Zika Vírus no Ceará 25/06/15 Página 1 de 1 OTA TÉCNICA SESA /Nº 01/2015 1. Descrição da doença A febre por Zika vírus (ZIKAV) é uma doença autolimitada, normalmente de evolução benigna, caracterizada pelo quadro clínico de febre, hiperemia conjuntival não pruriginosa e não purulenta, artralgia e exantema maculopapular (manchas avermelhadas na pele) que na maioria dos casos desaparecem após 3 a 7 dias. O ZIKAV é um arbovírus do gênero Flavivirus que foi isolado pela primeira vez em 1947 na Floresta de Zika, em Uganda. Após 20 anos, foi identificado em humanos na Nigéria, em diversos países do continente africano e esporadicamente na Ásia e Oceania. Nas Américas foi identificado no inicio de 2014, na Ilha de Páscoa, Chile. No Brasil, os primeiros casos foram reportados no primeiro semestre de 2015, configurando a Emergência de uma nova doença no país. O principal modo de transmissão da Febre por Zika vírus é vetorial, envolvendo mosquitos pertencentes ao gênero Aedes, responsáveis também pela transmissão da Dengue, Chikungunya e Febre Amarela. O tratamento dos casos sintomáticos Febre por Zika vírus é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti‐histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti‐inflamatórias. Definição de caso suspeito de Febre por Zika vírus Pacientes que apresentem febre baixa (referida ou mensurada até <38,5ºC) OU ausência de febre E exantema máculo‐ papular pruriginoso com início até 48 horas após primeiros sintomas, acompanhado de pelo menos UM dos seguintes sinais e sintomas: hiperemia conjuntival não pruriginosa e não purulenta OU artralgia OU edema de membros. 2. Cenário atual da Febre por Zika vírus no Ceará Na segunda quinzena de maio, após constatação empírica do aumento de atendimentos por doença exantemática indeterminada, iniciou‐se a coleta de amostras dos casos suspeitos da Febre por Zika vírus de pacientes atendidos no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ). Foram coletadas e encaminhadas 55 amostras para o Instituto Evandro Chagas em Belém (IEC), no Pará. Até o momento, das 14 amostras processadas 10 foram confirmadas para ZIKAV. As demais amostras permanecem em análise pelo IEC. O Ceará, assim como outros Estados do País, aguarda orientações oficiais por parte do Ministério da Saúde para a implantação da vigilância da Febre por Zika vírus. Antecipadamente, afirmamos que a doença não é de notificação compulsória, portanto NÃO HÁ OBRIGATORIEDADE da notificação e investigação laboratorial. Reiteramos a importância de intensificar a vigilância da síndrome exantemática aguda, tendo em vista os demais agravos de interesse para a saúde pública que cursam com exantema, tais como Sarampo, Rubéola, Dengue e Chikungunya. Para os casos que atendem o critério de suspeição de Sarampo, Rubéola, Dengue e Chikungunya devem ser mantidas as condutas estabelecidas para todas as unidades de saúde no que se refere à notificação, digitação no SINAN, investigação, coleta, envio de amostra e medidas de controle. ALERTA Em função da circulação do vírus da dengue no estado do Ceará e seu curso clínico por vezes similar ao ZIKAV, alertamos que sejam mantidas as rotinas que garantam o adequado seguimento do protocolo de manejo clínico nos casos de dengue, objetivando a redução da ocorrência de casos graves ou óbitos. Ressalte‐se a maior morbimortalidade da dengue quando comparada ao ZIKAV. Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde / Núcleo de Vigilância Epidemiológica / SESA/Ce – Av. Almirante Barroso, 600 – Praia de Iracema - Fortaleza – CEP: 60.060-440 – Fone: (85) 31015214 / 5215 – FAX: (85) 31015197 – homepage: www.saude.ce.gov.br [email protected]