236 Artigo de Revisão/Review Article/Artículo de Revisión Laminotomia unilateral para microdescompressão bilateral de estenose do canal lombar Unilateral laminotomy for bilateral microdecompression of stenosis of the lumbar canal Laminotomía unilateral para microdescompresión bilateral de la estenosis del canal lumbar Guilherme Gontijo Soares1 RESUMO Com o envelhecimento da população mundial, o tratamento da estenose do canal lombar tornou-se uma questão importante na abordagem das doenças degenerativas da coluna. A prevalência dessa patologia tende a aumentar, assim como o número de cirurgias e o impacto sobre os custos da saúde. Este trabalho tem como objetivo descrever com detalhes a técnica de laminotomia unilateral para microdescompressão bilateral (LUMB) de estenose do canal lombar (ECL) e os resultados clínicos atuais, incluindo suas vantagens, desvantagens e complicações comuns, com base na literatura disponível. Estudos importantes demonstraram evidências de que o tratamento cirúrgico da ECL é mais eficaz do que o conservador, porém sem avaliar a LUMB. Vários trabalhos sobre LUMB foram realizados desde a década de 90, mostrando os resultados dessa técnica, porém, a maioria consiste em séries de casos, estudos retrospectivos, ou coortes sem grupo controle adequado ou com análises estatísticas fracas para provar alguma evidência. Foi encontrado um ensaio clínico duplo cego randomizado, porém com período curto de acompanhamento. Conclui-se que são necessários trabalhos com evidências mais sólidas para comprovar a eficácia da LUMB, apesar de seus resultados clínicos serem semelhantes aos da cirurgia clássica encontrados na literatura especializada. Descritores: Estenose espinal; Análise custo-benefício; Microcirurgia; Cirurgia; Anatomia. ABSTRACT With the aging of the world population, the treatment of stenosis of the lumbar canal has become an important issue in addressing degenerative diseases of the spine. The prevalence of this disease tends to increase as the number of surgeries and the impact on health care costs. This paper aims to describe in detail the technique of unilateral laminotomy for bilateral microdecompression (ULBM) of stenosis of the lumbar canal (LSC) and current clinical results, including their advantages, disadvantages and common complications, based on the available literature. Important studies have shown evidence that surgical treatment for LSC is more effective than the conservative, but without evaluating ULBM. Several studies on ULBM have been conducted since the 90s, showing the results of this technique, however, most of these are case series, retrospective studies or cohorts without proper control group or with weak statistical analysis to prove some evidence. A double-blind randomized clinical trial was found, but with short follow-up. We conclude that studies are needed with more solid evidence to prove the effectiveness of ULBM despite the clinical results being similar to those of classical surgery found in the literature. Keywords: Spinal stenosis; Cost-benefit analysis; Microsurgery; Surgery; Anatomy. RESUMEN Con el envejecimiento de la población mundial, el tratamiento de la estenosis del canal lumbar se ha convertido en un tema importante en el tratamiento de las enfermedades degenerativas de la columna vertebral. La prevalencia de esta enfermedad tiende a aumentar y también el número de operaciones y el impacto en los costos de salud. Este trabajo tiene por meta describir en detalle la técnica de laminotomía unilateral para microdescompresión bilateral (LUMB) de la estenosis del canal lumbar (ECL) y los resultados clínicos actuales, incluyendo sus ventajas, desventajas y complicaciones comunes, con base en la literatura disponible. Importantes estudios han mostrado evidencia de que el tratamiento quirúrgico para la ECL es más eficaz que el conservador, pero sin evaluar LUMB. Varios trabajos se han realizado sobre LUMB desde los años 90, los cuales demuestran los resultados de esta técnica, sin embargo, la mayoría de ellos son series de casos, estudios retrospectivos o cohortes sin grupo de control adecuado o con un débil análisis estadístico para probar algunas evidencias. Se encontró un ensayo clínico aleatorizado y doble ciego, pero con seguimiento corto. Se concluye que son necesarios trabajos que presenten evidencia más sólida para demostrar la eficacia de la LUMB, a pesar de sus resultados clínicos muy semejantes a los resultados de la cirugía clásica encontrados en la literatura especializada. Descriptores: Estenosis espinal; Análisis costo-beneficio; Microcirugía; Cirugía; Anatomía. INTRODUÇÃO Com o envelhecimento da população mundial, principalmente na Europa, Estados Unidos, outros países desenvolvidos e em desenvolvimento, como no caso do Brasil, o tratamento da estenose do canal lombar (ECL) tornou-se uma questão importante na abordagem das doenças degenerativas da coluna. Esta patologia representa o motivo mais comum para a cirurgia da coluna lombar em pessoas com mais de 65 anos de idade nos Estados Unidos.1 A prevalência da ECL e seu custo associado devem acompanhar o crescimento do número de pessoas com 60 anos ou mais, que tende a quadruplicar para aproximadamente 2 bilhões em todo mundo no ano de 2050.1 1. Hospital da Unimed, Belo Horizonte, MG, Brasil. Estudo realizado no Hospital Madre Tereza, Belo Horizonte e Hospital da Unimed, Belo Horizonte, MG, Brasil. Correspondência: Rua dos Guajajaras 556 - Centro, Belo Horizonte, MG, Brasil. 30180-100. [email protected] Recebido em 04/05/2015, aceito em 19/06/2015. http://dx.doi.org/10.1590/S1808-185120151403147834 Coluna/Columna. 2015;14(3):236-9 Laminotomia unilateral para microdescompressão bilateral de estenose do canal lombar Nos Estados Unidos, a incidência de cirurgia para ECL aumentou oito vezes entre 1979 e 1992.2 Estudos de alto nível de evidência comprovaram que a descompressão cirúrgica é mais eficaz, tanto do ponto de vista clínico, quanto na análise de custo-benefício, quando comparados à terapia conservadora.3-5 Os procedimentos cirúrgicos clássicos utilizados no tratamento da ECL, resultam na destruição ou disfunção das articulações zigoapofisárias, do complexo ligamentar posterior e dos músculos paravertebrais, levando a instabilidade do segmento vertebral abordado.6-8 Nas duas últimas décadas, os procedimentos minimamente invasivos têm aflorado como alternativa de tratamento para diversas patologias da coluna. Estes procedimentos têm o objetivo comum de evitar complicações biomecânicas associadas a alguns métodos tradicionais de cirurgia.7 A Laminotomia Unilateral para Microdescompressão Bilateral (LUMB), foi primeiramente descrita na década de oitenta, sendo modificada, reproduzida e publicada por Weiner et al.6 e McCullosh et al.8 e outros autores europeus na década de noventa.9 Este procedimento tem como característica manter a integridade e a estabilidade da coluna, preservar os tecidos não envolvidos na fisiopatologia da ECL e proporcionar suficiente descompressão das estruturas neurais localizadas no canal espinal.7 237 foram operados e acompanhados prospectivamente. Destes, 16 mulheres e 14 homens com idade média de 68 anos. A média do score de claudicação neurogênica subiu de 32 para 67 no pós-operatório, em que o máximo é 100 (representa o paciente assintomático). 26 pacientes acharam seu resultado excelente ou bom. Não foram observados complicações intraoperatória. 4 pacientes tiverem drenagem abundante de secreção na ferida, sendo um destes com cultura positiva para S.aureus.6 MÉTODOs Este trabalho tem como objetivo descrever com detalhes a técnica de laminotomia unilateral para microdescompressão bilateral da estenose do canal lombar e os resultados clínicos atuais, incluindo suas vantagens, desvantagens e complicações comuns, com base na literatura disponível. Para isso, realizou-se busca de artigos no portal CAPES, usando os seguintes termos: “Microdecompression + spinal + stenosis”, “Microsurgical + spinal + stenosis” e “unilateral laminotomy for bilateral decompression”, sem restrição de tempo, encontrando-se 55 artigos para a primeira pesquisa (23 revisados por pares), 164 para a segunda (83 revisados por pares) e 135 para a terceira (55 revisados por pares). Destes, foram selecionados apenas aqueles que apresentaram resultados clínicos do procedimento em questão, descrição detalhada ou revisões sobre o tema. Figura 1. Acesso LUMB, com afastadores especulares. RESULTADOS O paciente é colocado em decúbito ventral, no posicionamento padrão para procedimentos na coluna lombar. Abordagem unilateral é feita a partir do lado com a estenose mais pronunciada ou mais sintomática. A descompressão é realizada pela ressecção parcial da parte superior e inferior do arco laminar do nível abordado para um ou mais níveis ou por hemilaminectomia na descompressão de dois níveis consecutivos, ressecção parcial medial das facetas ipsilaterais e de pequena parte central da base do processo espinhoso, e remoção completa do ligamento amarelo. O ligamento amarelo contralateral e a porção medial da faceta contralateral também são removidos para descompressão contralateral.6,8,9 Este processo permite a visualização de toda face posterior do saco dural, da raiz do nervo contralateral e do forame. Se necessário, discectomia e foraminotomia também podem ser realizadas. (Figuras 1,2,3 e 4) Em estudo biomecânico com modelos porcinos, publicado na BMC Musculoskeletal Disorders em 2008, os autores mostraram que sob o movimento de flexão, o deslocamento dos segmentos intervertebrais submetidos a laminectomia completa em L4-L5, foi significativamente maior do que aqueles intactos ou de laminotomia bilateral (p=0,0000963 e p=0,000418, respectivamente). Além disso, não foram encontradas diferenças entre os grupos intactos e de laminotomia bilateral (p> 0,05). Sob o movimento de extensão não houve diferença significativa no deslocamento entre os três grupos.10 Weiner et al.6 após descrever com detalhes a técnica de LUMB, em 1999 apresentaram os resultados de sua série. Trinta pacientes Coluna/Columna. 2015;14(3):236-9 Figura 2. Após laminectomia parcial, retirada do ligamento amarelo e de parte da faceta. Figura 3. Ressecção da base do espinhoso com Drill diamantado. 238 Figura 4. Palpacao contralateral, over the top. Kato et al.11 identificaram, numa análise prospectiva, cistos sinoviais facetários em 38 pacientes (16,5%) de 230 submetidos a LUMB em um ano de acompanhamento, 24 destes tiveram cistos em até três meses. Em 10 pacientes, os cistos se resolveram espontaneamente em até um ano de pós-operatório. A pontuação média do Japanese Orthopedic Association score (JOA) de pacientes com cistos um ano pós-operatório foi significativamente menor do que a de pacientes sem cistos. Este resultado foi gerado pela presença de dor lombar, que não melhorou apesar do tratamento conservador. A maioria dos pacientes que cursaram com desaparecimento espontâneo do cisto estavam sem os sintomas um ano mais tarde. Os fatores de risco pré-operatórios para a formação do cisto foram instabilidade, translação maior que 3mm antero-posterior na flexo-extensão (OR 2,47, P=0,26), disco escoliótico com cunha >5° em radiografia AP (OR 2,23, P=0,048), e alteração do balanço sagital, distância > 50mm do promontório para linha de prumo de C7 (OR 2,22, P=0,045).11 Em um follow-up de 5 anos, publicado em 2011, Toyoda H et al. apresentaram o seguinte resultado de 57 pacientes (27 com ECL sem instabilidade, 20 com Espondilolistese Degenerativa (ED) e 10 com Escoliose Lombar Degenerativa (ELD) com claudicação neurogênica submetidos a LUMB. A pontuação média do JOA foi de 13,8 ± 3,6 pontos antes da cirurgia, e melhorou para 24,9 ± 3,1 pontos em três meses e 22,6 ± 4,7 pontos no final do seguimento. Sem diferença entre os grupos de doenças. Quatro pacientes (7%) foram reoperados; dois tinham ED e dois ELD. As porcentagens de listese pré-operatórias com ECL, ED e ELD foram de 0,4 % ± 2,2%, 13,2% ± 5,9%, e 0,0% ± 1,3%, respectivamente, enquanto os graus de progressão da listese no último acompanhamento foram de 1,2 % ± 3,1% , 2,4 % ± 4,7 % , e 0,0 % ± 0,0 %, respectivamente. Sem diferenças entre os grupos.12 Costa et al.13 publicaram uma série de casos com follow-up de 5 anos, concluída com 374 (79,1% -183 homens e 191 mulheres) dos 473 pacientes submetidos a LUMB entre os anos 2000-2004. Destes, 285 pacientes (76,2%) apresentavam estenose em nível único, 86 (22,9%) em dois níveis, e 3 (0,9%) em três níveis. Trezentos e vinte e nove pacientes (87,9 %) apresentaram benefício clínico, que foi definido como melhora neurológica (ausência de claudicação neurogênica), melhora na Escala Visual Analógica da Dor (em que a média foi de 8.9 para 4.2, p < 0.0001) e na escala econômico e funcional Prolo (2 ± 1 antes da cirurgia para 4 ± 1, nos dois quesitos, p < 0.0001). Dos 95 pacientes que apresentavam radiculopatia - déficit sensitivo ou motor - na admissão 38 (40,0%) ainda tinham algum déficit. Não foi observada disfunção radicular adicional após a cirurgia em nenhum caso da série. Apenas três pacientes (0,8%) apresentaram instabilidade segmentar no nível tratado, mas sem necessidade de estabilização cirúrgica e todos foram tratados conservadoramente com melhora.13 Em um follow-up clínico retrospectivo de 133 pacientes submetidos a LUMB entre 1994-1999, Oertel et al.14 verificaram que 130 (97,7%) apresentaram melhora imediatamente após a cirurgia. 94 (92,2%) dos 102 pacientes disponíveis para exame de acompanhamento de no mínimo 4 anos mantiveram a melhora, e 85,3% tiveram um resultado operatório bom ou excelente. A incidência de complicações foi de 9,8%. Novos procedimentos foram necessários para abordar complicações cirúrgicas em três pacientes, para tratar nova estenose em sete pacientes, e para instabilidade vertebral em dois pacientes, correspondendo a uma taxa de reoperação total de 11,8%.14 Em estudo de coorte prospectivo Papavero et al.2 apresentaram os seguintes resultados: redução da dor em 85,9% dos pacientes uma semana após a cirurgia; redução do uso de analgésicos pós-operatório quando comparado ao pré-operatório com descontinuação em 38% do uso de não opioides e 74% do uso de opioides, enquanto o consumo de AINES aumentou 13%. Um ano após a cirurgia, a dor permaneceu diminuída em 83,9 % dos pacientes e o desempenho de caminhada melhorou em 92,2%. O Índice de Massa Corporal maior que 30 foi o único fator prognóstico negativo para a redução da dor (p=0,012) e melhora do score para claudicação neurogênica (p=0,019). Sete reoperações foram feitas, 5 durante a mesma internação (3 por descompressão insuficiente, 1 porque a cirurgia foi feita no nível errado, e 1 para tratar fístula liquórica). As outras duas foram feitas dentro do primeiro ano para reabordar o mesmo nível.2 Vinte e um pacientes (10 homens, 11 mulheres) com idades entre 53-82 anos (64,1±8,9 anos) foram acompanhados por um período mínimo de três anos (36-69 meses) por Yang et al.15 Durante o seguimento, dois pacientes foram submetidos a reoperação. A pontuação média do JOA melhorou significativamente comparando o pré operatório com a última avaliação do follow up, exceto a dor lombar já existente. Não houveram diferenças significativas nos achados radiológicos no pré-operatório e pós-operatório. Treze pacientes (61,9%) tiveram resultados bons ou excelentes. Dois pacientes foram submetidos a cirurgia lombar subsequente, que consistiu em artrodese para tratar estenose foraminal e instabilidade lombar com lombalgia persistente. Foram observadas duas (10.5%) complicações relacionadas à cirurgia, uma deiscência de sutura e uma infecção profunda de ferida operatória. Os dois se recuperaram sem sequelas.15 O único ensaio clinico randomizado encontrado que comparou LUMB com Laminectomia mostrou melhoras significativas no Oswestry Disability Index (ODI) e Escala Visual Analógica de dor (EVA) nas duas intervenções (p < 0,001 para ambos os grupos). Além disso, os pacientes tratados com LUMB tiveram melhora significativamente melhor na escala VAS (p = 0,013), mas não no ODI (p=0,055) quando comparado com os pacientes laminectomizados. O grupo tratado com LUMB apresentou menor tempo de permanência hospitalar pós-operatória (55,1 x 100,8 horas, p=0,0041) e de mobilização (15,6 vs 33,3 horas, p < 0,001) e usaram menos opioides para dor pós-operatória (51,9% vs 15,4 %, p=0,046).16 DISCUSSÃO A maioria dos estudos de tratamento cirúrgico da ECL demonstraram que a LUMB, assim como a Laminectomia podem melhorar significativamente o ODI, a EVA, os Questionários de Qualidade de Vida e o índice de satisfação entre os pacientes.2 E apresentam similaridade nas taxas de reoperações e de complicações, como citado num artigo de revisão de 2012 por Smith e Fessler.17 A Laminectomia apresenta características negativas como a retirada de grande massa óssea, lesão do complexo ligamentar posterior e da musculatura paravertebral, que podem levar à instabilidade em flexão, fraqueza e atrofia muscular paraespinhal, e ainda permite um grande espaço morto, um meio ideal para a colonização bacteriana e/ou formação de cicatriz ao redor do nervo e da dura-mater. Estas complicações podem levar à dor crônica diminuindo o resultado funcional da cirurgia.6 É o proceColuna/Columna. 2015;14(3):236-9 Laminotomia unilateral para microdescompressão bilateral de estenose do canal lombar dimento padrão para tratar a ECL, porém, ultimamente a LUMB vem aumentando sua importância.18 Em todos trabalhos analisados a LUMB pode alcançar resultados de excelente a bons na maioria dos pacientes. Além disso, alguns estudos mostram redução do tempo operatório, menor perda de sangue, uso de narcóticos, permanência hospitalar e tempo para iniciar mobilização.19 O que é uma grande vantagem, já que a população submetida a este tratamento é idosa e está mais exposta a complicações pós-operatórias, como trombose venosa profunda, infecções do trato urinário, problemas cardiorrespiratórios, embolia pulmonar, dentre outros, interferindo também no custo do tratamento. As possíveis desvantagens da LUMB incluem dificuldade em manipular os instrumentos através de um pequeno portal, o que aumentaria o risco de lesão do saco dural e de fístula liquórica, maiores taxas de recorrência e de reoperação por descompressão inadequada e aumento do tempo de operação devido à curva de aprendizado íngreme.17 Contudo, esta revisão revela uma falta de estudos com grupo controle e desenho metodológicos adequados que comparem a 239 efetividade entre LUMB e laminectomia. Além disso, a disparidade entre as variáveis medidas, tempo de follow-up, tamanho e heterogeneidade das amostras até o momento publicado, inviabiliza a comparação dos resultados dos estudos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os artigos revisados neste trabalho mostram em linhas gerais que a LUMB é uma técnica segura, com eficácia a longo prazo para o tratamento da ECL, mesmo em pacientes de alto risco e com estenose multiníveis. As complicações são poucas e incluem lesão dural, lesão da raiz nervosa, e a necessidade de reoperação.19 Conclui-se que trabalhos de melhor evidência são necessários para comprovar a eficácia da LUMB, apesar de seus resultados clínicos serem semelhantes aos resultados da cirurgia clássica encontrados na literatura especializada. Todos os autores declaram não haver nenhum potencial conflito de interesses referente a este artigo. REFERÊNCIAS 1. Markman JD, Gaud KG. Lumbar spinal stenosis in older adults: current understanding and future directions. Clin Geriatr Med. 2002;24(2):369-88. 2. Papavero L, Thiel M, Fritzsche E, Kunze C, Westphal M, Kothe R. Lumbar spinal stenosis: prognostic factors for bilateral microsurgical decompression using a unilateral approach. Neurosurgery. 2009;65(Suppl 6):182-7. 3. Tosteson AN, Tosteson TD, Lurie JD, Abdu W, Herkowitz H, Andersson G, et al. 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