UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA RUA GENERAL CARNEIRO, 460 / 6º ANDAR CEP 80060-150 - CURITIBA- PR 41-360-51-06 FAX 360-51-66 Disciplina: HS 046 – Antropologia IV TURMA “B” Sala 406 Professor: Lorenzo Macagno 2º Semestre de 2008 – 3ª feira das 09:30 às 11:30 e 6ª feira das 07:30 às 09:30 Ementa: Tópicos Especiais em teorias contemporâneas. APRESENTAÇÃO: Esta disciplina reconstitue e discute alguns debates produzidos no seio da antropologia “pós-moderna”. A partir da década de 1960 e 1970, os presupostos teóricos de uma antropologia que pretendia adquirir um estatuto científico segundo o modelo das ciências naturais começaram a serem questionados. Este questionamento foi promovido, primeiro, pela denominada “virada interpretativa”, que buscou inspiração teórica em alguns aportes da hermenêutica e da semiótica. Se a antropologia – sobretudo na sua vertente anglo-saxã – buscou implementar modelos explicativos, através do método comparativo e da formulação de leis, a antropologia interpretativa, ao contrário, buscará “compreender” um conjunto de significados socialmente compartilhados em contextos específicos. A partir dos anos 80, tanto o paradigma explicativo como o paradigma interpretativo são colocados em questão pelo chamado pós-modernismo. Neste sentido, uma grande parte da antropologia norte-americana assume a crítica contra as formas “naturalistas” da escrita etnográfica e implementam novas formas de etnografia – dialógicas, multivocais, polifônicas e heterogloxas. Neste impasse, a antropologia começa, também, a incorporar alguns debates sobre “cultura” e globalização e a pensar nos desafios de uma etnografia contemporânea que se debruça sobre grupos “trans-locais” (imigrantes, diásporas religiosas, exilados). CONTEÚDO: MÓDULO 1. Os fundamentos explicativos do pensamento antropólogico DA MATTA, Roberto (2000). “Trabalho de campo”. In: Relativizando. Uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Rocco. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA RUA GENERAL CARNEIRO, 460 / 6º ANDAR CEP 80060-150 - CURITIBA- PR 41-360-51-06 FAX 360-51-66 STOCKING, George W. Jr. (2003). “La magia del etnógrafo. El trabajo de campo en la antropología británica desde Tylor a Malinowski” In: Honorio M. V. Maillo Lecturas de antropología para educadores. Madrid: Editorial Trotta. RADCLIFFE BROWN, A. R. (1973). “Sobre a estrutura social”. In: Estrutura e função na sociedade primitiva, Petrópolis: Vozes. PEIRANO, Marisa (1995). A favor da etnografia. Brasilia: UnB. MÓDULO 2. Da explicação à interpretação: a cultura como texto GEERTZ, Clifford (1989). “Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura”. In: A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC Editora. GEERTZ, Clifford (2004). “Mistura de gêneros: a reconfiguração do pensamento social” In: O saber local. Petrópolis: Editora Vozes. FISCHER, Michael (1985). “Da antropologia interpretativa à antropologia crítica”. In: Anuário Antropológico vol. 83: 55-72. MÓDULO 3. Pós-modernismo e o problema da representação etnográfica CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto (2003). “A categoria de (des) ordem e a pós-modernidade da Antropologia”. In: Sobre o pensamento antropologico. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro. CALDEIRA, Teresa Pires do Rio (1988). “A presença do autor e a pósmodernidade em antropologia”. In: Novos Estudos, CEBRAP. São Paulo, vol. 21: 133-157. GEERTZ, Clifford (2002). “Testemunha ocular: os filhos de Malinowski”. In: Obras e vidas. O antropólogo como autor.. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. RABINOW, Paul (1999). “Representações são fatos sociais: modernidade e pós-modernidade na antropologia”. In: Antropologia da razão. Rio de Janeiro: Relume Dumará. MARCUS, George e FISCHER, Michael (2000). La antropologia como crítica cultural. Um momento experimental en las ciencias humanas. Buenos Aires: Amorrortu Editores, (capítulos a serem selecionados). UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA RUA GENERAL CARNEIRO, 460 / 6º ANDAR CEP 80060-150 - CURITIBA- PR 41-360-51-06 FAX 360-51-66 MÓDULO 4. Perspectivas contemporâneas: a antropologia depois do “pessimismo” pós-moderno SAHLINS, Marshall (2004). “Que é iluminismo antropológico? Algumas lições do século XXI”. In: Cultura na Prática. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. SAHLINS, Marshall (1997). “O ‘pesimismo sentimental’ e a experiência etnográfica: porque a cultura não é um ‘objeto’ em via de extinção” In: Mana. Rio de Janeiro, 3 (1), (2). Parte I e II. MARCUS, George (1991). “Identidades passadas, presentes e emergentes: requisitos para etnografias sobre a modernidade no final do século XX ao nível mundial”. In: Revista de Antropologia. Vol. 34: 197-221. KUPER, Adam (2002). Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru: Edusc. Caps. 6 e 7. APPADURAI, Arjum (1997). “Soberania sem territorialidade: notas para uma geografia pós-nacional”. In: Novos Estudos, CEBRAP. São Paulo, vol. 49. HANNERZ, Ulf (1997). “Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras-chave da antropologia transnacional”. In: Mana. Revista de Antropologia Social. Rio de Janeiro, Vol. 3 (1). AGIER, Michel (2001). “Distúrbios identitários em tempos de globalização”. In: Mana. Revista de Antropologia Social. Rio de Janeiro, vol. 7 (2): 7-33, APPADURAI, Arjun (2004). Dimensões culturais da globalização. Lisboa: Editorial Teorema. AVALIAÇÃO: prova escrita, seminários orais e/ou pequeno exercício etnográfico. OBSERVAÇÃO: a bibliografia deste programa poderá estar sujeita a modificações ao longo do semestre. Chefe do Departamento: