03-02-2011 MICROBIOLOGIA INTRODUÇÃO Arlete Mendes Faia 2010/2011 Licenciatura em enfermagem Microbiologia O QUE É A MICROBIOLOGIA? Microbiologia é a Ciência que estuda os microrganismos. Os microrganismos são as formas de vida que, por serem demasiado pequenos, não são vísiveis com detalhe a olho nú (auxílio do microscópio óptico e microscópio electrónico). Incluem Bactérias, Fungos, Vírus, Protozoários, Algas unicelulares, Viróides e Prions. A célula procariota vs eucariota O tamanho de células procariotas, relativamente a outras células e biomoléculas 1 03-02-2011 A célula procariota vs eucariota Some major episodes in the history of life. Teoria endosimbiótica (Lynn Margulis, 1970’s) 2 03-02-2011 Classificação dos Microrganismos Linnaeus (1735) estabeleceu o sistema científico de nomenclatura: Animaliae e Plantae Haeckel (1866) propôs mais um reino: Protista (microrganismos) Classificação dos Microrganismos Com o aparecimento do microscópio electrónico e o avanço da Ciência Robert Whittaker (1969) apresenta a classificação em 5 Reinos: Animalia (nutrição por ingestão) Plantae (fotosíntese) Protista (eucariotas unicelulares, protozoários e algas) Fungi (nutrição por absorção) Monera ou Procaryotae Não distingue Eubacteria de Archaebacteria Classificação dos Microrganismos Carl Woese (1977) baseando-se na composição bioquímica das membranas e nos estudos de rRNA Três domínios Eukarya – Eucariotas (animais,plantas, fungos, protistas e stramenopila/chromista) Bacteria – procariotas, bactérias Archaea- procariotas,Archaeabacteria 3 03-02-2011 Nomenclatura Cada espécie é identificada por 2 nomes: O primeiro em maíscula _ género ; O segundo em minúscula_ o epíteto da espécie. Pode ser descritivo ou em honra do cientista Exºs - Staphylococcus aureus Descreve o agrupamento em cacho de células (staphylo-) e a cor dourada das colónias Escherichia coli Reconhecimento pela descoberta a Theodor Escherich, e descreve o habitat da bactéria, no intestino ou cólon Diversidade dos Microrganismos Figure 1 Diversidade dos Microrganismos Bacteria Procariotas Parede celular com peptidoglicano Cisão binária Obtêm energia, oxidando compostos orgânicos, inorgânicos ou da luz Figure 1.1a 4 03-02-2011 Formas básicas das bactérias Bastão (bacilos) bacilos) Espirilos Esféricas (cocos) cocos) Morfologia das bactérias As três principais formas das Bactérias 1. Cocci 2. Bacilli (Rods) 3. Pleomorphic – bacteria that take more than one shape (Grk pleon = many, morphe = form) Mycoplasma (walking pneumonia) Yersinia pestis (plague) Corynebacterium diphtheriae (diphtheria) 5 03-02-2011 Morfologia das bactérias coccus diplococcus (diplo = 2) Streptococcus pneumoniae pneumonia streptococcus (Streptos = Grk for twisted, because long chains tend to twist) staphylococcus (Staphyle= Grk For bunch of grapes) Streptococcus mutans cavities Staphylococcus epidermidis Normal flora do not memeorize the shape of these particular bacteria – they’re here to convince you that the shapes are relevant to medical microbiology Morfologia das bactérias E. coli bacillus Bordetella pertussis (whooping cough) coccobacillus Short bacilli Vibrio cholera (cholera) vibrio Curved rods diphtheroids Most often seen as palisades – Rods side by side or in X, V or Y figures Corynebacterium acnes Normal flora acne Morfologia das bactérias spirillium rigid spiral Helicobacter pylori ulcers Campylobacter jejunum food poisoning spirochete Flexible, undulating spiral Borrelia burgdorferi Lyme Disease Treponema pallidum syphilis 6 03-02-2011 Helicobacter pylori Brucella Legionella (doença dos legionários, Pneumonia) Treponema pallidum (sífilis) Borrelia burgdorferi Diversidade dos Microrganismos Archaea Procariotas Ausência de peptidoglicano Prevalecem em ambientes extremos Incluem: – Metanogénicas – Halófilas extremas – Termófilas extremas – Psicrófilas extremas Halobacteria sp. 7 03-02-2011 Diversidade dos Microrganismos 4 grupos – Metanogénicas – halofilas extremas – Termófilas extremas – Psicrófilas extremas Archaea Diversidade dos Microrganismos Reino Fungi Penicillium sp Fusarium sp. Mucor sp Colónias de fungos Aspergillus sp Botrytis sp. Rhizopus nigricans Estima-se que existam mais de 1,5 milhão de espécies no mundo, embora apenas ~70.000 estão descritas Diversidade dos Microrganismos Reino Fungi Microrganismos com células eucariotas Multicelulares consistindo uma massa de micélio (conjunto de hifas) Fusarium sp. Não fotossintéticos Nutrição por absorção Imóveis Parede celular com quitina Armazenam glicogénio Leveduras são unicelulares Penicillium sp Mucor sp Colónias de fungos Aspergillus sp Botrytis sp. Rhizopus nigricans 8 03-02-2011 Diversidade dos Microrganismos Penicillium, comum bolor do pão, cresce em matéria orgânica em decomposição. Algumas espécies produzem antibióticos Penicillium notatum produz a penicilina (Alexander Fleming, efeito contra S. aureus). Penicillium marneffei P. marneffei no solo apresenta forma micelial e no interior das células forma unicelular (levedura). Causa a mais frequente peniciliose, com infecção dos pulmões (pneumonia). Diversidade dos Microrganismos Outro fungo dimórfico micelial (saprófita), levedura (parasita) Coccidioides immitis - fungo aparece no solo e poeiras Diversidade dos Microrganismos Penicillium glaucum usado no queijo Gorgonzola Penicillium candida usado nos queijos Brie e Camembert Penicillium roqueforti usado no queijo Roquefort Penicillium camemberti usado nos queijos Brie e Camembert 9 03-02-2011 Diversidade dos Microrganismos Leveduras Fungos unicelulares C. albicans Diversidade dos Microrganismos Protozoários Organismos unicelulares, eucariotas (1 a 150 um) São, na maioria, heterotróficos Movimento por flagelos, cílios, pseudópodos ou microtúbulos Conhecem-se cerca de 65 000 espécies,10 000 espécies parasitam animais vertebrados ou invertebrados Balanditium Diversidade dos Microrganismos Protozoários Possuem uma vida livre, algumas espécies vivem como parasitas do homem e de outros seres vivos A reprodução dos protozoários geralmente é assexuada, alguns produzem esporos, alguns apresentam reprodução sexuada Paramecium sp- protozoário ciliado Balanditium coli 10 03-02-2011 Diversidade dos Microrganismos Protozoários Entamoeba histolytica (diarreias graves , amebíase) Trypanosoma brucei (doença do sono) Babesia sp Balantidium coli Ciliados simbiontes rúmen da vaca www.nhc.ed.ac.uk/index.php?page=24.25.366 Diversidade dos Microrganismos Microalgas Eucariotas Fotosintéticos Responsáveis pela fixação de quantidades enormes de CO2, produzindo o oxigénio atmosférico Spirulina Estima-se que existam cerca de 200 000 - 800 000 espécies , das quais apenas cerca de 35 000 espécies estão descritas Diversidade dos Microrganismos Microalgas A maioria das microalgas produzem produtos únicos como os carotenos, antioxidantes, ácidos gordos, enzimas, polímeros, peptídeos, toxinas e esteróis. badger.uvm.edu/dspace/handle/2051/4812 11 03-02-2011 Diversidade dos Microrganismos Vírus Acelular, parasitas intracelulares obrigatórios Apenas contêm DNA ou RNA Rodeado por proteína Que pode estar rodeada por um envelope lipidico Viroses só se replicam em células vivas Replicação de um fago (vírus bactéria) Diversidade dos Microrganismos Os Vírus Vírus da Influenza Vírus do mosaico do tabaco (montagem) vírus HIV Replicação do T4 Parasitologia Ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles. Engloba os protozoários, nemátodes, anelídeos, platelmintes, e artrópodes, do reino Animal. Os protozoários são unicelulares, enquanto os nemátodes, anelídeos, platelmintes e artrópodes são organismos multicelulares • • Formas parasíticas larvares Alguns estádios do ciclo de vida, visível ao microscópio 12 03-02-2011 Microrganismos e Doenças Doenças podem se espalhar em muitas maneiras diferentes: Pessoa a pessoa - as bactérias e os vírus podem ser transmitidas de pessoa para pessoa através do sangue, da saliva ou pela tosse ou espirro. Infecção alimentar – as bactérias e os vírus podem ser transmitidas pelos alimentos não armazenados correctamente, ou que o tenham sido por mais tempo do que se deveria. Além disso, se uma pessoa infectada ou sem cuidados de higiene preparar o alimento, a infecção pode passar para as pessoas que comem o alimento. Infecção através da água - quando a água não é tratada adequadamente. Infecção através do ar - Algumas doenças podem se espalhar pelo ar. Exemplo a doença dos legionários, pode ser transmitida pelos sistemas de ar condicionado mal conservados. Infecção através insectos - Muitas doenças podem ser transmitidas por insectos Microrganismos e Doenças No início do Século XX as doenças infecciosas eram a principal causa de morte………Hoje o nosso problema são os estilos de vida Doenças provocadas por microorganismos Doenças provocadas pelo estilo de vida 38 Microrganismos e Doenças Controlo dos microrganismos Controlo das doenças infecciosas é o resultado de: Avanço da Ciência – maior conhecimento dos processos da doença Melhoria das condições sanitárias Descoberta dos antibióticos ….. No entanto, ainda milhões morrem de doenças infecciosas como a malária, tuberculose, cólera e diarreias graves 39 13 03-02-2011 Importância dos Microrganismos • Mineralização da matéria orgânica • Produção de vários produtos químicos industriais ( álcool etílico, acetona,….) • Produção de alimentos fermentados (pão, iogurte, vinagre, queijos, bebidas alcoólicas…) • Provocam doenças • Relações mutualistícas – microbiota normal do intestino, por exemplo… • Produzem enzimas (celulase, pectinases….) e fármacos (insulina) Aplicações dos Microrganismos 41 Aplicações dos Microrganismos 42 14 03-02-2011 Aplicações dos Microrganismos Bioremediação • Os microrganismos (bactérias) degradam a matéria dos efluentes • Os microrganismos (bactérias) degradam poluentes como por exemplo: crude, mercúrio,…. O conhecimento dos aspectos morfológicos, fisiológicos e bioquímicos dos microrganismos Permitiu: Transformar e conservar alimentos Prevenir e tratar doenças Desenvolver técnicas de assépsia para evitar contaminação e infecção na medicina e nos laboratórios de microbiologia Marcos históricos na Microbiologia 15 03-02-2011 Marcos históricos na Microbiologia Em 1665, Robert Hooke reporta que todas as “coisas” vivas são constituídas por pequenas “caixas” ou células Marcos históricos da Microbiologia • 1673-1723, Antoni van Leeuwenhoek descreveu os microrganismos que observou, utilizando um microscópio rudimentar Figure 1.2b Marcos históricos na Microbiologia Controvérsia da geração espontânea Abiogénese – Hipótese de que os organismos vivos se formam a partir de matéria não viva (geração espontânea). Biogénese – hipótese alternativa de que todos organismos aparecem de outros préexistentes. Teoria celular todos os organismos vivos são constituídos por células que aparecem de outras pré-existentes 16 03-02-2011 Marcos históricos da Microbiologia Opositores à teoria da geração espontânea: Lazzaro Spallanzany (1765) demonstrou que as infusões de carne permaneciam inalteradas, depois de fervidas e hermeticamente fechadas Papel do O2 como força vital (Lavoisier, Cavendish…) Louis Pasteur (1822-1885) demonstrou não existia geração espontânea, utilizando os balões com colo de cisne Tyndall (1820-1893) e a esterilização fraccionada para eliminar endósporos. Em 1858, Teoria celular- Rudolf Virchow afirma que todas as células aparecem de outras pré-existentes Marcos históricos da Microbiologia A Teoria da Biogénese Louis Pasteur demonstrou que os microrganismos estão presentes no ar e que nos balões com colo de cisne eles eram impedidos de entrar em contacto com o meio que assim permanecia estéril. Marcos históricos da Microbiologia Experiências de Pasteur –base das técnicas de assépsia Pasteur demonstrou ainda que: As bactérias (pasteurização) podiam ser mortas pelo calor A fermentação era levada a cabo por microrganismos (vinho, cerveja…..) O crescimento microbiano podia causar alteração dos alimentos (vinagre) As suas descobertas incluem ainda a relação dos micróbios com a doença, a imunidade e drogas antimicrobianas 17 03-02-2011 Marcos históricos da Microbiologia Os microrganismos e a etiologia da doença Berkeley (1845) demonstrou que o emurchecimento da batateira era provocado por um fungo Robert Koch (1876) demonstrou que o carbúnculo hemático era provocado por Bacillus anthracis Postulados de Koch Joseph Lister (1840) assépsia dos equipamentos, instrumentos e ar das salas de operações evitam infecções pós-operatórias Ignaz Semmelweis (1840) advogou que lavar as mãos evitava a transmissão da febre puerperal de umas parturientes para outras Agostino Bassi (1835) demonstrou que a doença do bicho-da-seda era causada por um fungo Marcos históricos da Microbiologia Postulados de Koch Marcos históricos da Microbiologia Limitações aos Postulados de Koch: Nem sempre é possível isolar os microrganismos agentes da doença porque: Há microrganismos não cultiváveis em meios de cultura em laboratório Exºs: Treponema pallidum (sífilis) Mycobacterium leprae (lepra) Há microrganismos em que não se conhece outro hospedeiro susceptível a não ser o Homem Exºs: vírus da hepatite C 18 03-02-2011 Marcos históricos da Microbiologia Vacinas Edward Jenner (1796) inoculou uma pessoa com o vírus da varíola. A pessoa ficou vacinada e protegida contra o vírus Processo denominado vacinação da palavra vaca A protecção é denominada imunidade Louis Pasteur (1881) desenvolveu vacinas contra a cólera das galinhas, o carbúnculo e a raiva PROGRAMA DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA 1-NORMAS A ATENDER NUM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA 2- MATERIAL UTILIZADO NUM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA 3- LIMPEZA E PREPARAÇÃO DE MATERIAL UTILIZADO Manual das aulas práticas de Microbiologia PROGRAMA DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA 1-NORMAS A ATENDER NUM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA - Lavar as mãos com água e sabão -Ligar a camâra de fluxo laminar 15 min antes de iniciar o trabalho - Limpar a área de trabalho com álcool (70%) - Manter o bico de Bunsen aceso sempre que se esteja a transferir culturas - Manter as placas e os frascos abertos por pouco tempo - Não passar o braço ou a mão sobre a área de trabalho - Não conversar - Desligar o bico de Bunsen ao terminar, identificar os frascos, limpar e desligar a camâra de fluxo laminar Manual das aulas práticas de Microbiologia 19 03-02-2011 PROGRAMA DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA 2- MATERIAL UTILIZADO NUM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Microscópio- amplifica e ilumina objectos tal como bactérias e outros microrganismos que de outro modo seriam invisíveis; Autoclave- equipamento destinado à esterilização de materiais e meios de cultura utilizados em Microbiologia, por vapor de água sob pressão; Estufas- equipamento para esterilizar material de vidro (forno de Pasteur), com temperaturas máximas até 180-200°C; para incubações, 5°C acima da temperatura ambiente, com temperaturas máximas de 70-100°C; Incubadora- equipamento de temperatura controlada (0 a 50°C) para cultivo de microrganismos; Manual das aulas práticas de Microbiologia PROGRAMA DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA 2- MATERIAL UTILIZADO NUM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Jarra de anaerobiose- câmara que permite remover o oxigénio do ar, substituindo-o por outro gás, para crescimento de microrganismos anaeróbios; Caixas de Petri- caixas de vidro com tampa rasa, onde se colocam os meios de cultura sólidos (Placa de Petri) para o crescimento dos microrganismos; Tubos de cultura- tubos de vidro para o cultivo dos microrganismos em meios líquidos e sólidos; Tubos Durham- tubos de vidro de dimensões reduzidas utilizados para o aprisionamento do gás produzido pelos microrganismos, em meios líquidos; Manual das aulas práticas de Microbiologia PROGRAMA DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA 2- MATERIAL UTILIZADO NUM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Pipetas- utilizadas para transferências de líquidos, inoculações, etc. Devem ter um tampão de algodão na extremidade superior; Micropipetas- utilizadas para transferências de líquidos, inoculações, quando se pretendem volumes muito reduzidos; Lâminas e lamelas- para observações ao microscópio; Câmaras de contagem- lâminas de vidro padronizadas e desenhadas para permitirem a contagem de microrganismos totais numa suspensão; Ansas e agulhas – instrumento com um fio de platina, enrolado ou recto, esterilizável à chama antes e após utilização, usado para transferir culturas de microrganismos; Manual das aulas práticas de Microbiologia 20 03-02-2011 PROGRAMA DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA 2- MATERIAL UTILIZADO NUM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Para além deste material, há outro tipo de equipamento que é necessário ter num laboratório de Microbiologia nomeadamente – frigorífico, balança, aparelho de destilação e desionização de água, banho-maria, centrífuga, agitadores magnéticos, filtros de esterilização. Manual das aulas práticas de Microbiologia PROGRAMA DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA 3- LIMPEZA E PREPARAÇÃO DE MATERIAL UTILIZADO O chão deve ser lavado e desinfectado diariamente A bancada de trabalho - convenientemente desinfectada com álcool a 70% antes e após utilização; Todo o material contaminado tem que ser esterilizado por autoclave (121°C durante 20-25 min.) antes da lavagem ou antes de ser descartado , incluindo o plástico descartável. As lâminas e lamelas utilizadas nas observações ao microscópio são colocadas numa solução com detergente Manual das aulas práticas de Microbiologia PROGRAMA DE MICROBIOLOGIA PRÁTICA 3- LIMPEZA E PREPARAÇÃO DE MATERIAL UTILIZADO LAVAGEM E DESINFECÇÃO DE MATERIAL Pipetas – máquina automática de lavagem de pipetas. Algumas são ligadas directamente a pontos de água quente e fria. Depois de secas, coloca-se um rolhão de algodão na extremidade superior (apesar de não se pipetar com a boca) são embrulhadas e esterilizadas como o restante material de vidro Fluxograma de lavagem de material de vidro: enxaguamento; detergente; enxaguamento várias vezes, no final com água destilada Secagem em estufa, embrulhar em papel, esterilizar Manual das aulas práticas de Microbiologia 21 03-02-2011 Meios de cultura e material de laboratório http://www.netpath.net/~billbsr/Page26.htm http://www.frilabo.pt/fcms/images/stories/Imagem1.jpg MEIOS DE CULTURA Meio de cultura - solução de nutrientes indispensáveis à biosíntese de material celular e à obtenção de energia, com composição variável com as exigências nutricionais de cada espécie Os meios de cultura podem ser líquidos (caldo), semi-sólidos ou sólidos (1,5 a 2% de Agar). Para além de nutrientes é igualmente necessário que as condições de oxigénio (presença ou ausência), pH e pressão osmótica sejam adequadas ao crescimento desses microrganismos. PREPARAÇÃO DE MEIOS DE CULTURA •Formulações em pó - pré-misturas às quais apenas se adiciona água pura e estéril • Soluções stock: soluções concentradas (10x, 50x, 100x) dos produtos químicos, preparadas no laboratório: • produto isolado • mistura de produtos • meio de cultura completo Objectivos: - facilitar o trabalho - evitar erros de pesagem dos produtos - dissolver sais em água pura e estéril - Verificar a solubilidade dos ingredientes (alguns têm que ser dissolvidos em água pura e estéril com KOH outros com HCl) •Meios já preparados: Economia de tempo, ……. 22 03-02-2011 PREPARAÇÃO DE MEIOS DE CULTURA •Após pesagem rigorosa de todos os ingredientes, acertar o pH antes da esterilização Tampas: Evitar desidratação, evitar contaminação, permitir troca gasosas entre o meio de cultura e o ambiente Algodão Alumínio Plástico Película aderente Película de parafina ("parafilm") Esterilização e assépsia •Métodos de esterilização - calor seco (estufa:180°C pelo menos 2 h - calor húmido (autoclave, 121ºC durante 15 - 20 min) - filtração esterilizante: produtos termolábeis Meios de cultura - Autoclave: calor húmido (121°C durante 15 - 20 min) - Filtração esterilizante por membranas de acetato de celulose (0,22 µ m) Esterilização de tubos, caixas e outro material de vidro calor seco (estufa:180°C) pelo menos 2 h calor húmido (autoclave) seguida de secagem em estufa Esterilização - autoclave Modelos de autoclaves Funcionamento Acessórios 23 03-02-2011 Esterilização por filtração Funil Membrana Mola de suporte Vácuo Kitassato Processo de transferência da membrana, do suporte para a caixa de Petri com o meio de cultura apropriado PREPARAÇÃO DE MEIOS DE CULTURA Distribuição dos meios de cultura - antes da esterilização: frascos e tubos de ensaio - após esterilização : caixas de Petri (placas de Petri) • Armazenamento dos meios de cultura -À temperatura ambiente: 2 semanas evaporação degradação de componentes contaminação - No frigorífico: 4- 8°C - Congelador: meios líquidos/soluções stock) Técnicas de assépsia Flamejar o semeador, deixar arrefecer antes de espalhar a cultura na placa Contagens de microrganismos http://ohs.uvic.ca/biosafety/biosafetycabinets.html 24 03-02-2011 Técnicas de assépsia Sementeira e transferência de microrganismos Técnica de sementeira por esgotamento (streak plate) – isolamento e obtenção de cultura pura • Procedimento Gota de cultura Flamejar e arrefecer S&S Flamejar e arrefecer Flamejar e arrefecer TÉCNICA DE ASSÉPSIA ℃ Inverter a placa e incubar durante 24h a 37 Cultura pura - A pure culture may originate from a single cell or single organism Metallic green E. coli on EMB agar science.kukuchew.com/tag/streaking/ Myrothecium roridum Cultura de Bacillus anthracis 25 03-02-2011 Trabalho prático 1 Diversidade e Ubiquidade dos Microrganismos Os microrganismos existem no ar, na água e principalmente no solo. Do solo podem ser arrastados pelo vento através das partículas de poeira. Desenvolvem-se logo que as condições ambientais (nutrientes, humidade e temperatura) sejam favoráveis à sua sobrevivência e crescimento. Cada organismo aparece pelo menos num habitat natural específico no qual pode ser normalmente encontrado, pode crescer e do qual pode ser isolado. Objectivos: Comprovar a diversidade e ubiquidade dos microrganismos Material necessário -Placas de Petri com meio de Agar nutritivo -Pipetas -Estufa -Zaragatoas Manual das aulas práticas de Microbiologia Trabalho prático 1 Procedimento experimental 2.1- Pesquisa de microrganismos do ar Retirar a tampa de várias placas de Petri com Agar nutritivo e manter abertas durante 5, 10 e 15 minutos. Identificar a placa com o nome do operador e a data. Incubar as placas a 30°C durante 3 dias. 2.2- Pesquisa de microrganismos das superfícies da sala de aulas Passar um cotonete estéril sobre uma superfície da bancada antes e após a sua desinfecção com álcool a 70%. Passar o cotonete (zaragatoa) sobre a superfície do meio de cultura. Identificar a placa com o nome do operador e a data. Incubar as placas a 30°C durante 3 dias. 2.3- Pesquisa de microrganismos de outros ambientes Passar um cotonete estéril entre os dedos, antes e após a lavagem das mãos. Passar o cotonete sobre a superfície do meio de cultura. Identificar a placa com o nome do operador e a data. Incubar as placas a 37°C durante 3 dias. Manual das aulas práticas de Microbiologia Trabalho prático 1 2.4- Pesquisa de microrganismos do solo Pipetar 100ul da solução de solo e colocar numa placa de Petri com o meio de cultura. Espalhar a solução à superfície do meio com a ajuda de um semeador. Identificar a placa com o nome do operador e a data. Incubar as placas a 30°C durante 3 dias. Análise de Resultados: -Examinar as placas e contar o número de colónias totais e o número de colónias diferentes em cada placa; -Descrever o tipo de colónias; -Registar os resultados. Manual das aulas práticas de Microbiologia 26 03-02-2011 Aspecto das colónias Características das colónias 27