FACULDADE CENECISTA DE NOVA PETRÓPOLIS – FACENP CURSO DE ADMINISTRAÇÃO GISELE CLEONICE FENNER ROTATIVIDADE DE PESSOAL: ESTUDO DE CASO SUPERMERCADO PIÁ DE NOVA PETRÓPOLIS - RS Nova Petrópolis - RS 2012 GISELE LEONICE FENNER ROTATIVIDADE DE PESSOAL: ESTUDO DE CASO DO SUPERMERCADO PIÁ DE NOVA PETRÓPOLIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Administração da Faculdade de Nova Petrópolis como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. ORIENTADOR: PROF: LUCIANO LUIS LIMA Nova Petrópolis -RS 2012 GISELE CLEONICE FENNER ROTATIVIDADE DE PESSOAL: ESTUDO SUPERMERCADO PIÁ DE NOVA PETRÓPOLIS DE CASO DO Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Administração no Curso de Administração da Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis. Habilitação: Administração Data de Aprovação: ___/___/___ Banca Examinadora: ___________________________________________ Prof. Luciano Luis Lima Orientador Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis ___________________________________________ Prof. Dr. Márcio Kny Presidente da Banca ___________________________________________ Prof. Laura Giusti Secretário da Banca . DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a meus pais Ana e Hilário Fenner que sempre me incentivaram a buscar pelos meus sonhos e que nos momentos difíceis sempre me apoiaram e me incentivaram a continuar, e por terem me ensinado valores e princípios inapreciáveis. A minha irmã Letícia Fenner que sempre esteve do meu lado me incentivando e me ajudando no que fosse preciso. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a minha família, que me apoiou e incentivou a não desistir ao longo desse caminho e que sempre estiveram ao meu lado nas horas difíceis. Ao meu orientador Luciano Luis Lima pela paciência e pela sua ajuda para que esse trabalho tivesse o resultado desejado. A todos que de alguma forma contribuíram para que esse trabalho pudesse ser realizado. A Cooperativa Piá pela oportunidade de realizar este trabalho com o auxilio de suas informações. E por fim, a Deus que me guiou até esse ponto da minha vida, mostrando que quem é persistente em alguma coisa sempre consegue o que quer. “Não podemos fazer tudo Imediatamente, mas fazer alguma coisa já.” (Calvin Coolidge) RESUMO Com a competitividade no mundo dos negócios cada vez maior, exigindo das organizações mais qualidade e agilidade nos serviços e produtos oferecidos para o cliente, as organizações precisam encontrar diferenciais para se destacarem nesse cenário. E o grande diferencial das organizações está nas pessoas que nelas trabalham, pois são sua principal fonte de vantagem competitiva. Não basta só atrair o talento, pois tão importante quanto ter um talento é mantêlo na empresa e para isso é fundamental acompanhar os índices de rotatividade dentro da organização. Diante dessa realidade, a rotatividade de pessoas/turnover passou a ser um dos mais importantes fatores organizacionais que merecem a atenção por parte dos gestores. Neste contexto, esse estudo buscou identificar os possíveis fatores que motivam a rotatividade de pessoas no Supermercado Piá de Nova Petrópolis- RS. Foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre os assuntos pertinentes ao tema como gestão de pessoas e cultura organizacional. Quanto aos objetivos trata se de um estudo exploratório descritivo de natureza qualitativa com base em um estudo de caso. Foi aplicado um questionário com os colaboradores da organização para identificar o seu nível de satisfação com relação a temas específicos. A análise dos dados da pesquisa revelou que os temas comunicação, valorização e relacionamento são potenciais motivadores da rotatividade no Supermercado Piá de Nova Petrópolis - RS. Palavras-chave: Gestão de pessoas. Rotatividade de pessoas/turnover. Nível de satisfação dos colaboradores. ABSTRACT As the competitiveness in the business world is increasing, organizations are required to offer more agility and quality in services and products offered to the customer, organizations must find differentials to excel in this scenario. The great advantage of the organizations are its employees, they are the main source of competitive advantage. It is not enough just to attract talent because as important as having a talent is keeping it and to do so it is essential to monitor the rates of employee turnover within the organization. Given this reality, turnover has become one of the most important organizational factors that deserve attention by managers. In this context, this study sought to identify the factors that motivate staff turnover in the Supermarket Piá of Nova Petrópolis - RS. We conducted a research on relevant matters on the topic such as people’s management and organizational culture. Regarding the purpose of the study, it is an exploratory qualitative descriptive research based on a case study. A questionnaire was given to the employees to identify their level of satisfaction on specific issues. The analysis result revealed that themes as communication, appreciation and relationship are potential causes of turnover in Supermarket Piá of Nova Petrópolis- RS. Keywords: People Management. Employee turnover. Level of employee satisfaction. LISTA DE FIGURAS Figura 01- Hierarquia das necessidades segundo Maslow.............................................. ......25 Figura 02-Relação dos fatores com o ambiente de trabalho.................................................... 26 Figura 03- O oposto de satisfação não é insatisfação. ............................................................. 27 Figura 04- Fórmula do índices de rotatividade ....................................................................... 31 Figura 05- Índice da rotatividade de pessoal. .......................................................................... 31 Figura 06- Índice de rotatividade de pessoal ........................................................................... 32 Figura 07- Índice de rotatividade de pessoal ........................................................................... 32 Figura 08- Organograma da Cooperativa Piá .......................................................................... 42 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1- Setor de atuação do público pesquisado................................................................. 50 Gráfico 2- Idade dos colaboradores. ........................................................................................ 51 Gráfico 3-Estado civil dos colabores………………………………………………………...51 Gráfico 4-Tempo de empresa dos colaboradores…………………………………………....52 Gráfico 5-Escolaridades dos colaboradores………………………………………………….52 Gráfico 6- Gênero dos pesquisados ......................................................................................... 53 Gráfico 7-Nível de motivação dos respondentes da pesquisa………………………………..54 Gráfico 8-Comunicação……………………………………………………………………...55 Gráfico 9- Remuneração e benefícios dos colaboradores……………………………………56 Gráfico 10- Ambiente .............................................................................................................. 57 Gráfico 11- Valorização .......................................................................................................... 58 Gráfico 12- Nível de relacionamento ...................................................................................... 59 Gráfico 13-Avaliação geral dos pesquisados………………………………..……………….60 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Índice de rotatividade da organização......................................................................17 Tabela 2 - Critérios utilizados para a premiação......................................................................47 Tabela 3- Pontuação máxima dos indicadores.........................................................................47 Tabela 4- Tabela com maior índice de satisfação dos respondentes........................................61 Tabela 5: Perguntas com maior índice de rejeição “muito insatisfeito”. ................................. 62 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Diferenças entre as duas teorias..............................................................................28 Quadro 2-Síntese do Referencial Teórico……………………………………………………37 Quadro 3- Quadro de desligamento de colaboradores............................................................48 Quadro 4- Sugestões de melhoria............................................................................................65 SUMÁRIO SUMÁRIO ............................................................................................................................... 12 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14 1.1 Definição do problema………………………………………………………15 1.2 Objetivos……………………………………………………………………...16 1.2.1 Objetivo Geral……………………………………………………………….....16 1.2.2 Objetivos Específicos………………………..…………………….................16 1.3 Justificativa…………………………………………………………………..16 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 19 2.1 Gestão de pessoas………………………………………………………………..19 2.2 Atração e retenção de talentos………………………………………………….21 2.3 Cultura organizacional………………………………………………………….22 2.4 Motivação………………………………………………………………………...23 2.4.1 Teoria da hierarquia das necessidades…………………………………......24 2.4.2 Teoria dos dois fatores……………………………………………..………....25 2.4.3 Teoria X e Y…………………………………………………………...............27 2.5 Rotatividade de pessoal/turnover………………………………………………28 2.5.1 Causas e fatores que geram a rotatividade de pessoas…………………..29 2.5.2 Índice de rotatividade de pessoal…………………………………………...30 2.5.3 Consequências negativas do turnover para a organização…………...…33 2.5.4 Consequências positivas do turnover para a organização……………….34 2.5.5 Consequências individuais negativas……………………………………….35 2.5.6 Consequências individuais positivas………………………………………..35 2.5.7 Controle do turnover……………………………………………….………….35 3 MÉTODO ………………………………………………………………………………...38 3.1Tipos da pesquisa………………………………………………………………...38 3.1.1 Quanto a sua natureza…………………………………………….……….....39 3.1.2 Quanto aos fins…………………………………………………………………39 3.1.3 Quanto aos meios………………………………………………………………39 3.1.4 Quanto aos métodos de coleta de dados……………………………………40 3.2 Unidade de estudo e universo de pesquisa……………………………………..40 4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................. 42 4.1 Programas desenvolvidos pela empresa.……………………………………….43 4.2 Práticas de Gestão de Pessoas………….……………………………………….45 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 50 5.1 Caracterização do público pesquisado………………………………………...50 5.2 Avaliação quanto ao nível de motivação dos pesquisados……………………53 5.3 Avaliação quanto ao nível de comunicação…………………………………….54 5.4 Avaliação quanto ao nível de remuneração do público pesquisado………….56 5.5 Avaliação quanto ao ambiente………………………………………………….57 5.6 Avaliação quanto ao nível de valorização dos pesquisados…………………..58 5.7 Avaliação quanto ao nível de relacionamento…………………………………59 5.8 Avaliação geral………………………………………………………………..…60 5.9 Destaques para avaliação muito insatisfeitos…….……………………………61 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 66 APÊNDICE 1 – PESQUISA DE SATISFAÇÃO ................................................................. 68 APÊNDICE 2 - MODELO DE TABULAÇÃO DA PESQUISA…………………..………..70 14 1. INTRODUÇÃO Vive-se em uma realidade que exige padrões de agilidade, qualidade e produtividade cada vez mais elevados. O grande diferencial das organizações está nas pessoas que nelas trabalham, pois são sua principal fonte de vantagem competitiva. Essas mudanças são impulsionadas pelo próprio mercado que obriga as empresas a mudarem de postura, exigindo de seus colaboradores mais profissionalização, capacitação e qualificação. Desta maneira a área de recursos humanos passa a ter um papel fundamental no planejamento dentro das organizações. Estamos no século XXI, em que expressões como concorrência acirrada, globalização e instabilidade tornaram-se vivas no mundo dos negócios. Contudo, não podemos esquecer que esta realidade influencia a cultura da organização, à medida que cada vez mais as empresas têm a necessidade de adaptar-se à realidade do ambiente externo em pouco tempo, sendo forçadas, por vezes, a tomar decisões rápidas e ultrapassar os obstáculos que são formados a cada segundo. (ARAUJO; GARCIA, 2010, p. 09). Nos dias de hoje são grandes os desafios encontrados pelas empresas no que se refere à atração e a manutenção de seus talentos dentro das organizações, e com a realidade do mercado cada vez mais concorrido, isso fica a cada dia mais difícil, pois cada vez mais o mercado busca profissionais qualificados e, quem os tem, corre o risco de perder para a concorrência, que por muitas vezes, não mede esforços para conseguir levar esse talento para o seu lado. É nesse momento que a gestão de pessoas deve trabalhar nas organizações e buscar realizar ações para combater os efeitos da rotatividade que podem impactar de maneira negativa no resultado. Desta forma, o acompanhamento da rotatividade, para que esta se mantenha em níveis aceitáveis dentro das organizações, torna se de suma importância para que estas se mantenham competitivas, uma vez que as pessoas são consideradas como diferencial competitivo da organização. Além disso, existe a perda de recurso humano tendo que ser compensado com uma entrada de um novo colaborador, que precisa se adequar ao restante da equipe, o que requer tempo, e esse período de adaptação pode impactar negativamente no resultado da empresa, até que tudo esteja funcionando com a mesma eficiência de antes. 15 O recrutamento e a seleção de pessoas, feito de maneira equivocada, podem trazer várias consequências para a organização. Segundo Banov (2011, p.38), “O recrutamento é importante porque não trata apenas da divulgação de vagas, mas de atrair pessoas qualificadas dentro da necessidade da organização”. Já para Lacombe (2005, p.65), “o recrutamento abrange o conjunto de práticas e processos usados para atrair candidatos para as vagas existentes ou potenciais”. É importante fazer um recrutamento e uma seleção com todo o empenho possível, buscando selecionar o melhor perfil na vaga em aberto para a organização. Isto é relevante, uma vez que além do custo em si da contratação, o não acerto na contratação pode refletir no resultado da empresa, uma vez que estão entrando na empresa profissionais que não são adequados para a vaga. Esse fator pode trazer um aumento no nível de rotatividade de pessoas, queda na produtividade, e uma elevação nos custos, uma vez que a empresa não pode parar por um erro cometido. Para Chiavenato (2002a, p.184), “a rotatividade de pessoas em uma organização pode ser causada por vários fatores. Dentre eles, pode ser citada a política de recrutamento e seleção”. Sendo assim, esse trabalho tem como foco de estudo o tema rotatividade de pessoal buscando caracterizá-la, identificar suas possíveis causas dentro da organização. 1.1 Definição do problema A rotatividade de recursos humanos é um dos aspectos que mais preocupam as organizações de hoje, pois caracteriza a troca constante de pessoas e a perda de conhecimento, por isso a gestão da rotatividade de pessoal, (turnover em inglês) é de fundamental importância para todas as empresas se manterem competitivas. Pois muitas vezes os colaboradores deixam a empresa em busca de melhores oportunidades e chances de crescimento profissional indo procurar na concorrência por diversas vezes. De acordo com Chiavenato (2002a) um dos grandes problemas encontrados nas empresas é a intensa saída de colaboradores ou a perda de recursos humanos por parte das organizações, provocando assim a necessidade de contratar pessoas para suprir essas necessidades. 16 A troca constante de colaboradores representa para o Supermercado Piá a perda de relacionamento com clientes, que muitas vezes tem o seu colaborador preferido para atendêlo. Além de comprometer o nível de qualidade do serviço oferecido, que no caso do Supermercado Piá é de fundamental importância para fidelização do cliente. Este projeto visa responder a seguinte questão como problema de pesquisa: quais as possíveis causas da rotatividade de pessoas no supermercado Piá de Nova Petrópolis? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Identificar quais os principais motivos que podem influenciar na rotatividade dos colaboradores do supermercado Piá de Nova Petrópolis. 1.2.2 Objetivos Específicos Elencar os possíveis motivadores da rotatividade dos colaboradores dentro de uma organização; Identificar as principais causas que levam o colaborador a sair da empresa e buscar novas oportunidades; Propor ações para diminuir a rotatividade de pessoas no Supermercado Piá de Nova Petrópolis. 1.3 Justificativa Considerando que as pessoas se tornaram uma fonte de vantagem competitiva para as organizações, deixando aquela imagem do passado de mero recurso produtivo da empresa, essa pesquisa se justifica, inicialmente, pela importância que a gestão de pessoas passou a ter 17 no planejamento, sua importância no resultado das organizações, e o quanto importante é para estas reterem seus talentos. Observa-se a necessidade de uma abordagem mais detalhada da rotatividade de pessoal no Supermercado Piá de Nova Petrópolis, visto que este problema pode prejudicar a imagem da empresa, bem como o nível de atendimento, já que a atividade fim do supermercado é a prestação de serviço. A tabela a seguir mostra que ao longo dos anos houve uma oscilação dos índices de rotatividade na organização, com o pico em 2008, quando 46,55% de um total de 116 empregados deixaram a empresa. E nos três anos posteriores percebe-se que a taxa rotatividade ficou entre 30 e 45% do total de colaboradores. Tabela 1: Índice de rotatividade da organização ÍNDICE DE ROTATIVIDADE % 2008 2009 2010 2011 JANEIRO 5,19 2,43 0 6,9 FEVEREIRO 3,56 4,05 2,33 1,52 MARÇO 4,46 3,16 4,56 5,19 ABRIL 4,55 4,6 3,83 6,02 MAIO 10,48 0,76 6,9 1,49 JUNHO 2,76 0,75 0 0,73 JULHO 1,71 3,75 2,18 3,61 AGOSTO 0,82 6,06 5,93 2,84 SETEMBRO 4,08 3,89 4,53 2,14 OUTUBRO 3,32 2,36 6,72 4,36 NOVEMBRO 2,45 2,36 3,7 1,45 DEZEMBRO 4,05 7,23 5,22 1,43 MÉDIA/MÊS 3,95 3,45 3,83 3,14 ACUMULADO 46,55 41,4 45,9 37,68 Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados disponibilizados pela área de recursos humanos da Cooperativa Piá. 2012 2,16 7,89 2,11 2,79 0,70 2,08 1,38 2,73 19,11 Segundo estatísticas do DIEESE1 “a rotatividade no Brasil subiu de 34, 3% em 2008, para 36% em 2011”. 1 Departamento intersindical de estatística e estudos socioeconômicos. 18 É sabido que a rotatividade de pessoal sempre existirá nas organizações, a questão está em quanto de volume isto representa. Observando a tabela 1 e as informações do DIEESE, verifica se que o volume histórico anual da empresa é representativo e se aproxima dos índices oficiais, o que exige que seja exercida gestão efetiva sobre o assunto. Segundo Silva (2001), a taxa ideal de rotatividade seria aquela onde se pudesse reter o pessoal de boa qualidade, trocando os que não têm a mesma qualidade de forma equilibrada tanto de maneira financeira quanto operacional. 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO Em um mercado cada vez mais acirrado e competitivo, quem tiver algum diferencial para oferecer para o cliente levará vantagem sobre a concorrência. Para se manter no mercado, com um nível de serviço aprovado pelo cliente, é essencial manter os colaboradores que fazem a diferença para a empresa, tornando-se fundamental reter as pessoas na organização. E para isso acontecer, é fundamental que a gestão vá ao encontro das estratégias da organização. O presente capítulo tem o objetivo de elaborar e apresentar temas como a gestão de pessoas, cultura organizacional, motivação, retenção de talentos e rotatividade de pessoas essenciais para a elaboração e fundamentação do presente estudo. 2.1 Gestão de pessoas A gestão de pessoas é uma área complexa, que vem mudando ao longo dos tempos que tem como objetivos encontrar, atrair e manter na empresa os profissionais que ela necessita. A antiga administração de recursos humanos dentro das organizações deu lugar a uma nova abordagem na gestão de pessoas, onde o fator pessoas passou a ter um papel de fundamental relevância para as empresas conseguirem atingir seus resultados, alinhando, por assim dizer, a parceria entre organizações e pessoas com objetivos comuns. As empresas de hoje parecem ter entendido, o verdadeiro sentido da gestão de pessoas dentro das organizações. (CHIAVENATO, 2010, p.14) define gestão de pessoas como: No seu trabalho, cada administrador seja ele diretor, gerente, chefe ou supervisor desempenha as quatro funções administrativas que constituem o processo administrativo, a saber: planejar, organizar, dirigir e controlar. A área de recursos humanos procura ajudar o administrador a desempenhar todas essas funções porque ele não realiza seu trabalho sozinho, mas através das pessoas que formam uma equipe. É com sua equipe de subordinados que o administrador executa as tarefas e alcança metas e objetivos. 20 Já para Zouain (2003 apud ARAUJO;GARCIA, 2010, p.178), a gestão de pessoas compreende o processo gerencial de identificação e análise das necessidades organizacionais de gestão de pessoas e consequentemente desenvolvimento de políticas, programas que satisfaçam essas necessidades. Para Gil (2001, p.17), “a gestão de pessoas é a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais”. Esse novo papel que a gestão de pessoas passou a desempenhar pode ser interpretado como um reconhecimento da importância que a gestão de pessoas passou a ter dentro das organizações. O papel estratégico do RH com enfoque no cenário estratégico organizacional projeta as necessidades da empresa, recebe informações sobre o perfil de seus colaboradores, e interage no sentido de desenvolver talentos alinhados à visão e aos objetivos da organização. Segundo Ribeiro (2006, p.18), “o objetivo do departamento de recursos humanos é criar oportunidades para as pessoas crescerem dentro da empresa”. Neste contexto, o gestor de recursos humanos é desafiado a buscar novas maneiras de aperfeiçoar o modo de lidar com pessoas. O profissional de recursos humanos deve prover a organização de meios para avaliar as pessoas em todos os sentidos, desde a sua formação profissional até a coleta de informações que possam lhe dar uma indicação, ainda que parcial, o caráter delas. (RIBEIRO, 2006 p. 01). Esta nova fase da gestão de pessoas tem exigido das organizações, mudar e encontrar as melhores maneiras de lidar com as pessoas, e para isso acontecer, e para se conseguir chegar ao resultado desejado, um conjunto de políticas internas se fazem necessárias. Segundo Chiavenato (2002a, p.157) “políticas são regras estabelecidas para governar funções e assegurar que elas sejam desempenhadas de acordo com os objetivos desejados”. De acordo com levantamento do Portal HSM<www.hsm.com.br> Acesso em:17 jan. 2012. 88% das organizações dizem que têm investido recursos não financeiros para melhorar sua gestão, como, por exemplo, políticas para capacitar e motivar colaboradores, ações socioambientais e programas de ouvidoria e fidelização de clientes. 21 As organizações que vão se destacar no cenário de competitividade serão aquelas que priorizarão o desenvolvimento e o bem-estar de seus talentos, gerando políticas de gestão de pessoas que priorizem sua maior valorização. Isso porque se acredita que a capacidade de uma organização de ser competitiva está diretamente relacionada a sua capacidade de reunir e produzir conhecimento (DEMO, 2008). 2.2 Atração e retenção de talentos São grandes os desafios dos gestores de recursos humanos nos tempos de hoje, pois a atração e a retenção de talentos são fundamentais para a sobrevivência da organização. Porém, atrair e reter talentos requer comprometimento não só do colaborador contratado, mas também do cumprimento das promessas que lhe são feitas pela empresa no momento da contratação. Nessa busca por talentos, Chiavenato (2010, p. 52) afirma que: Gerir talento humano está se tornando indispensável para o sucesso das organizações. Ter pessoas não significa necessariamente ter talentos. E qual a diferença entre pessoas e talentos? Um talento é sempre um tipo especial de pessoa. E nem sempre toda pessoa é um talento. Para ter talento a pessoa precisa ter algum diferencial que a valorize. Ainda segundo Chiavenato (2010, p. 53), “talentos são dotados de conhecimentos, habilidades e competências, que são constantemente reforçados, atualizados e recompensados”. Assim sendo, o talento é um elemento de alto valor estratégico e como tal deve ser agregado, atualizado e protegido. As pessoas são os talentos que diferenciam positivamente a empresa em seu mercado e trazem vantagem competitiva. Porém, as empresas não estão em busca apenas de pessoas para comporem suas equipes, mas sim de talentos, profissionais com potencial e capacidade para se desenvolverem e crescerem dentro da organização, pessoas que se identifiquem com a missão, visão e valores da organização. O Brasil vive hoje uma falta de mão de obra qualificada, e essa carência de profissionais qualificados são sentidas nos diversos setores da economia brasileira. Por isso quem tem esses profissionais faz inúmeros esforços para não os perder para a concorrência. (Bispo, 2012, p. 70). Nessa linha de pensamento, Mayo (2003, p. 101) diz que: 22 É claro que as pessoas continuarão a deixar seus empregos. Em mercados que são competitivos por qualificações escassas, pessoas e grupos serão cortejados e seduzidos. Em uma empresa comercial, perder um ativo vital para um competidor é um prejuízo duplo – não somente não teremos o benefício, como ainda poderia trabalhar ativamente contra nós. Alguns dizem que, quanto mais concorrentes estiverem tentados a contratar o seu pessoal, maior será o conceito externo sobre o valor do capital humano da empresa. O que, se por um lado pode ser verdade, por outro poderia estar sinalizando fatores negativos, como, por exemplo, sua inabilidade de oferecer oportunidades atraentes. Algumas empresas são notoriamente mais capazes de manter seu pessoal do que outras, mesmo em setores que empregam habilidades altamente vendáveis no mercado de trabalho. O dinheiro, por si só, pode não ser motivo suficiente para que as pessoas se mudem. Lealdade, relacionamentos, um tipo especial de trabalho ou o fato de se sentir confortável como a cultura da organização pode ser suficiente para manter o funcionário. Entretanto, quanto mais as pessoas se mudam de um trabalho para outro, mais se acostumam a essas mudanças. A primeira mudança é sempre a mais difícil. Ainda, segundo Ribeiro, (2006, p.16) “para reter talentos dentro da empresa a área de recursos humanos deve criar medidas para estimular e desenvolver o potencial de seus colaboradores”. 2.3 Cultura organizacional A cultura organizacional é o espelho do modo como a empresa é gerenciada, e tem por característica apresentar por base os valores da organização, ou seja, um modo de vida, como ela conduz os seus negócios, como gerencia sua carteira de clientes e colaboradores. Para Gil (2001, p.42), Todas as empresas apresentam uma cultura organizacional que se caracteriza pelos valores que esposam, pela regularidade do comportamento de seus membros, pela filosofia que guia suas políticas e pelo clima expresso tanto por seu layout físico quanto pela interação de seus membros entre si e com público externo. Pode-se perceber a cultura da empresa presente em várias partes da organização como, por exemplo, na divisão do poder decisório, na maneira como ela trata as questões no seu dia a dia e, também pelo hábito de seus colaboradores. Uma empresa costuma selecionar pessoas que possuem padrões semelhantes com os da empresa, que compartilhem dos mesmos pensamentos, crenças e valores. Esses mesmos valores são os pilares da cultura organizacional, ou seja, é o que define o que a empresa realmente é, assim sendo, “a cultura organizacional se refere a um sistema de valores compartilhado pelos membros que diferencia uma organização das demais” (ROBBINS, 2010, p. 375). 23 Seguindo essa linha de pensamento Chiavenato (2010, p.172) afirma que: “A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhado por todos os membros da organização” Já para Maximiano, (2011, p.158), “a cultura organizacional abrange as normas informais da conduta, os hábitos, crenças e valores e preconceitos, cerimônias e rituais, símbolos e outros comportamentos da organização”. Em geral, observando as considerações de Gil (2001), Robbins (2010), Chiavenato (2010) e Maximiano (2011), verifica se que a cultura organizacional tem sua base nos valores e crenças que uma organização possui e compartilha com as pessoas que a integram. Estes fatores contribuem significativamente para gerar a motivação, ou seja, o motivo pelo qual as pessoas se relacionam com a empresa. 2.4 Motivação No ambiente de competitividade em que as organizações estão inseridas, conforme já ponderado, faz-se necessário manter as pessoas motivadas para realizarem seu trabalho, pois tendem a proporcionar melhores resultados, uma vez que a motivação é considerada o principal combustível para a produtividade da organização, (GIL, 2001). Conforme Robbins (2010, p.132), “motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta”. Já para Ribeiro (2006, p.36), “a motivação é aquilo que é capaz de levar alguém a determinada forma de comportamento”. Ainda segundo Araujo e Garcia (2010a p.45), “motivação é o resultado da satisfação das necessidades e anseios de cada pessoa”. Em complemento, Gil (2001, p.202) afirma que “a motivação é a força que estimula as pessoas a agir. Na verdade, motivação é a consequência das necessidades não satisfeitas. Essas necessidades são intrínsecas das pessoas”. 24 A motivação é algo que vem de dentro das pessoas, o termo motivação é uma força, uma energia que nos dirige na direção de algo que a pessoa busca (VERGARA, 2006). É a vontade de uma pessoa atingir seus objetivos pessoais. Está diretamente ligada à satisfação das necessidades, objetivos e perspectivas das pessoas dentro da organização. É resultado de atitudes de uma administração de recursos humanos voltadas ao bem- estar e a satisfação do colaborador dentro da organização. A complexidade do fenômeno da motivação e suas possíveis variações deram origem a várias teorias as quais tentam explicar o fenômeno. Essas teorias são divididas em dois grupos, o que motiva e como motivar. A seguir, serão abordadas algumas das principais teorias sobre o assunto, como a hierarquia das necessidades de Maslow, a teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg, e a teoria x e y de McGregor. 2.4.1 Teoria da hierarquia das necessidades A teoria das necessidades parte do principio de que os motivos do comportamento humano têm sua origem na própria pessoa. A motivação de cada um varia conforme a força interior existente em cada um para agir e se comportar. Algumas dessas necessidades são conscientes enquanto outras são inconscientes (CHIAVENATO, 2002b). Em 1950 Abraham Maslow, constatou que as necessidades humanas apresentam diferentes níveis de força, e nesse sentido estabeleceu uma hierarquia de necessidades humanas para explicar a motivação humana. Segundo essa teoria, a hierarquia das necessidades se classifica em cinco grupos onde a base da pirâmide estaria ordenada conforme as necessidades primarias (necessidades básicas) do ser humano, que são as fisiológicas e de segurança que dizem respeito à sobrevivência das pessoas até chegar às necessidades secundarias onde estão localizadas as necessidades sociais, de auto-estima e no topo da hierarquia está a auto-realização (MAXIMIANO, 2011). 25 Figura 01. Hierarquia das necessidades segundo Maslow. Fonte: Adaptado pela autora com base na obra de Maximiano (2011, p.185). Para Maslow, à medida que as necessidades mais baixas da hierarquia vão sendo satisfeitas, vão dando lugar às mais altas. Isto significa que no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la e consequentemente isso gera a busca para novos desafios, uma vez que faz com que as pessoas busquem maneiras de terem suas necessidades atendidas (MAXIMIANO, 2011). 2.4.2 Teoria dos dois fatores Enquanto Maslow fundamenta suas teorias nas necessidades humanas, Herzberg baseia sua teoria no ambiente externo e no trabalho do individuo (CHIAVENATO, 2002b). A teoria criada por Frederick Herzberg estudou o resultado de desempenho do trabalhador, estabelecendo como crença a relação das pessoas com o seu ambiente de trabalho, e essa relação como sendo básica para o sucesso ou o fracasso do individuo na organização. Para Herzberg, faz-se necessário separar os conceitos de satisfação e motivação, pois os fatores que geram cada sentimento não podem ser comparados, uma vez que cada um depende de uma situação determinada. 26 Seguindo este raciocínio Herzberg afirma que, o ambiente de trabalho e o próprio trabalho se interagem para existir a motivação. Deste modo, a motivação resulta de fatores que podem ser divididos em duas categorias que são: os fatores motivacionais e os fatores higiênicos, de onde se origina a teoria dos dois fatores. Os fatores relacionados ao próprio trabalho, também são chamados fatores motivacionais ou intrínsecos. E os fatores relacionados com as condições de trabalho, chamados também de fatores higiênicos ou extrínsecos. Divisão dos fatores segundo Herzberg Fatores Higiênicos (Extrínsecos) Fatores Motivacionais (Intrínsecos) - Segurança - Responsabilidade - Salário - Desafio e sucesso - Benefícios colaterais - Satisfação no trabalho - Politica da organização - Supervisão do chefe -Relação pessoal com colegas - Reconhecimento - Sentimento de realização - Trabalho desafiante a cada dia -Possibilidade de crescimento Figura 02: Relação dos fatores com o ambiente de trabalho. Fonte: Quadro elaborado pela autora com base na obra de Maximiliano p. 188. Essa teoria complementa a teoria de Maslow, pois segundo Herzberg os fatores motivacionais atendem as necessidades secundarias dos indivíduos enquanto os fatores higiênicos atendem as necessidades primarias (MAXIMIANO, 2011). Em síntese a teoria dos dois fatores afirma que: 27 A satisfação do cargo é a função do conteúdo ou atividades desafiadoras e estimulantes do cargo: são os fatores motivadores. A insatisfação no cargo é função do ambiente, da supervisão, dos colegas, e do contexto geral do cargo: são os fatores higiênicos. Figura 03: O oposto de satisfação não é insatisfação. Fonte: Maximiano, (2011, p.190). 2.4.3 Teoria X e Y. O comportamento das pessoas é influenciado de maneira significativa conforme a maneira de pensar e agir dos gerentes (GIL, 2001). Essa teoria é defendida por Mc Gregor, em que propõe duas visões opostas do ser humano. A teoria X, basicamente negativa, tem como visão os métodos tradicionalistas da administração, sendo imposta para o individuo; enquanto a teoria Y, basicamente positiva, se baseia em uma concepção moderna da valorização do ser humano como pessoa (ROBBINS, 2010). De acordo com a teoria X o trabalhador, tem verdadeira aversão ao trabalho e atua por obrigação nas suas atribuições e tarefas, sendo considerado preguiçoso e sem iniciativa por novos desafios, mantendo posição de estagnação. Conforme Chiavenato (2003, p.337), “A Teoria X força as pessoas a fazerem exatamente aquilo que a organização pretende que elas façam independentemente de suas opiniões ou objetivos pessoais”. Já na teoria Y é justamente o oposto, onde existe a preocupação com as pessoas, dando lhes a liberdade de opinar, lhes sendo atribuídas responsabilidades e desafios, os quais elas também procuravam para satisfazer as suas necessidades. O trabalhador é esforçado e busca 28 sempre melhorar. Segundo Chiavenato (2003, p. 339), “a Teoria Y propõe um estilo de administração participativo e baseado nos valores humanos e sociais.” Como complemento, no quadro abaixo são apresentados as principais diferenças entre as duas teorias abordadas por Mc Gregor. Quadro 1: Diferenças entre as duas teorias Teoria X Teoria Y As pessoas são preguiçosas e indolentes. As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer. As pessoas evitam o trabalho. O trabalho é uma atividade tão natural como o lazer. As pessoas evitam a responsabilidade, a fim As pessoas procuram de se sentirem mais seguras. responsabilidades e desafios. e aceitam As pessoas precisam ser controladas e As pessoas podem ser automotivadas e dirigidas. autodirigidas. As pessoas são sem iniciativa. As pessoas são criativas e competentes. Fonte: Adaptado pela autora com base na obra de Robbins, (2010). 2.5 Rotatividade de pessoal/turnover A rotatividade de pessoas nos dias de hoje é um dos aspectos relevantes para gestões das empresas. As causas podem se dar por diversos motivos entre as quais podemos mencionar a falta de sensibilidade por parte de quem está realizando a contratação, que por vezes contrata de forma equivocada. A falta de treinamento na função onde as pessoas são colocadas para trabalhar, a insatisfação do colaborador com a organização, o não cumprimento do que a empresa se propôs quando colaborador foi contratado sem contar a insegurança gerada com as políticas internas, são algumas possíveis causas dos desligamentos dos colaboradores. Para Chiavenato (2009), a rotatividade de pessoal pode ser definida como a flutuação de pessoal entre uma organização e seu ambiente, em outras palavras, é o volume de entradas e saídas de pessoas da organização. 29 Ainda segundo Chiavenato (2010), a rotatividade de pessoal é caracterizada pelo fluxo de saída de um colaborador na organização e a entrada de outro para substituí-lo no ambiente de trabalho. Já para Pomi (2005), “turnover é um termo, do idioma inglês, utilizado para caracterizar o movimento de entradas e saídas, admissões e desligamentos, de profissionais empregados de uma empresa, em um determinado período”. Segundo Silva (2001) o turnover é a suspensão da condição de membro de uma organização por parte do colaborador que recebia compensação monetária desta. O desligamento do colaborador pode ocorrer de duas formas; quando a empresa não deseja mais os seus serviços e abre mão dessa fonte de trabalho; ou quando o colaborador toma a iniciativa para romper o vínculo com a organização. 2.5.1 Causas e fatores que geram a rotatividade de pessoas Para Chiavenato, (2009), a rotatividade de pessoal não é uma causa, mas o efeito ou consequência de certos fenômenos internos e externos ligados a organização. Conforme Silva, (2001) o administrador de recursos humanos deve ser capaz de diagnosticar a natureza e os prováveis determinantes do turnover em sua organização, a fim de avaliar seus efeitos sobre o desempenho da organização e implementar programas, práticas e políticas para poder ter um tratamento efetivo deste fenômeno. Ainda segundo Chiavenato (2009), a rotatividade é o efeito de algumas variáveis internas e externas de onde a empresa está inserida. As variáveis externas estão diretamente ligadas à oferta e procura de mão de obra no mercado, se o colaborador não está motivado na organização em que atua com certeza ele irá procurar algo que o faça novamente ser motivado. Quanto às internas, pode-se destacar as políticas de recursos humanos da organização, se ela cumpre as promessas que ela faz quando contrata o colaborador, as políticas dos benefícios e a política salarial que a empresa oferece. Dentre os fenômenos internos, Chiavenato (2009, p.144) cita: Política salarial da organização; Política de benefícios da organização; 30 Tipo de supervisão exercido sobre o pessoal; Oportunidades de crescimento profissional; Tipo de relacionamento humano dentro da organização; Condições físicas ambientais de trabalho da organização; Moral do pessoal da organização; Cultura organizacional da organização; Critérios e programas de treinamento de recursos humanos; Política disciplinar da organização; Grau de flexibilidade das políticas da organização; Política de recrutamento e seleção de recursos humanos. E como fenômenos externos Chiavenato (2009, p.144) destaca: Situação de oferta e procura de recursos humanos no mercado; Conjuntura econômica favorável ou desfavorável a organização; Oportunidades de empregos no mercado de trabalho. 2.5.2 Índice de rotatividade de pessoal Para que a organização saiba como está o seu nível de rotatividade de pessoas é necessário que ela realize seus levantamentos internos para conseguir calcular os seus índices de rotação de pessoas e poder compara- los seja em relação a si mesma ou com os índices do mercado, podendo por consequência, avaliar se suas políticas necessitam serem revistas e melhoradas ou não. O índice de rotatividade de pessoal é baseado no volume de entradas e saídas de pessoal em relação aos recursos humanos disponíveis dentro da organização, em um determinado período de tempo, em termos de percentuais (CHIAVENATO, 2009). Conforme Lacombe (2005), a rotatividade pode ser calculada em períodos que a empresa pode escolher, ou seja, se ela quer um levantamento mensal, semestral, ou anual. Segundo Marras (2000, p.66) “o índice pode medir uma parte da organização (toda uma área de vendas ou somente um parte) ou medir o índice geral (todas as áreas componentes do organograma da empresa)”. 31 Pode se medir ainda: Somente os demitidos. Somente os demissionários. Demitidos e demissionários. Para tal utiliza se a seguinte fórmula: [IR= ND x 100 (EIP + EFP) ______ 2 Figura 04:Fórmula do índices de rotatividade Fonte: Marras (2000, p.66). Onde: ND = número de desligados ( somente demitidos, somente demissionários ou ambos). EIP = número de efetivos no inicio do período. EFP = número de efetivos no fim do período. IR = índice de rotatividade. De acordo com Chiavenato (2009), para se analisar as perdas de pessoal e suas causas, não se consideram as admissões de pessoal, mas somente os desligamentos, sejam por iniciativa dos colaboradores ou da organização. Para se poder calcular o índice de rotatividade de pessoas de uma organização Chiavenato (2009, p.142) traz a seguinte fórmula. Índice de rotatividade = D x 100 EM Figura 05: Índice da rotatividade de pessoal. Fonte: Chiavenato, (2009,p.142). Onde: 32 D = desligamentos da organização. EM = efetivo médio de colaboradores no período. Quando se trata de medir o índice de rotatividade para efeitos de planejamento de recursos humanos, é utilizada a seguinte fórmula. (A + D) x100 Índice de rotatividade (A + D) =x100 2 __________ ___________ EM Figura 06: Índice de rotatividade de pessoal Fonte: Chiavenato, (2009, p.142). A = Admissões (entradas) de pessoas no período utilizado para o cálculo. D = Desligamentos (saídas) de colaboradores, levando se em conta os que foram demitidos e os que se desligaram por opção. EM = Média de colaboradores durante o período utilizado para o cálculo. Essa média pode ser obtida pela soma dos efetivos existentes no início e no final do período utilizado para o cálculo dividido por dois. Quando se trata de analisar as causas e determinantes dos desligamentos voluntários é utilizado a seguinte fórmula. Índice de rotatividade de pessoal= __D x 100__ (N1 + N2 + ... Nn ) A Figura 07: Índice de rotatividade de pessoal Fonte: Chiavenato, (2009, p.142) Onde: D = demissões espontâneas a serem substituídas. 33 N1 + N2 +Nn= somatória dos números de empregados no inicio de cada mês. A = número de meses do período. Observa-se que, segundo os autores, há mais de um modo de calcular a rotatividade de pessoal na empresa, dependendo de qual a leitura que o gestor pretende realizar sobre a mesma. 2.5.3 Consequências negativas do turnover para a organização A rotatividade gera custos ou investimentos financeiros, com admissões e desligamentos, tempo para integração e orientação do novo profissional, treinamento e desenvolvimento da pessoa recém-contratada, tempo do profissional de RH e de outros profissionais envolvidos no processo, desde o recrutamento até a capacitação da nova pessoa, sem considerar a menor produtividade, enquanto a pessoa está no tempo de aprendizado, segundo Pomi (2005). Segundo Paschoal, (2006 p. 83), “o custo da substituição é pelo menos uma vez e meia o seu salário anual, incluídos ai a perda de produção e os custos com recrutamento e treinamento do novo colaborador”. Os custos gerados pela rotatividade de pessoas são considerados altos para a empresa, se forem levados em conta os custos com recrutamento, seleção de candidatos, admissão, integração do novo colaborador, sem contar os gastos de desligamento do ex- colaborador. Já os custos de instrução são incluídos o tempo para ambientação e orientação, treinamento do novo colaborador e sem contar a perda de produtividade da equipe no período de aprendizagem (SILVA ,2001). E os custos de desligamentos incluem as despesas administrativas com a saída, todos os encargos e pagamentos devidos para o trabalhador, os custos associados à vaga deixada em aberto pelo colaborador depois do desligamento (SILVA, 2001). Alguns aspectos são mais relevantes, tais como: Queda de nível de desempenho: a diminuição no nível de eficiência do colaborador que sai da empresa, antes de seu desligamento, e o custo de ter um cargo vago 34 durante a busca por um substituto são custos indiretos, ligados ao desligamento, salienta Silva, (2001). Queda no moral: a rotatividade pode afetar negativamente atitudes dos colaboradores que ficam, pode provocar uma taxa de rotatividade adicional, ao perturbar os outros em suas atitudes e ao dar ênfase ao fato de ter outros cargos disponíveis, conforme Silva (2001). Custos de oportunidades estratégicas: segundo Silva (2001), o turnover pode fazer muitas vezes empresas a cancelarem ou adiarem projetos que seriam de grande potencial para a organização. Demissões não planejadas para a organização em muitas vezes custa caro para a empresa, que entrega “de mão beijada” mão de obra qualificada para a concorrência. Com a escassez de profissionais qualificados no mercado de trabalho, o controle adequado do turnover é uma ferramenta importante para ajudar a empresa no seu planejamento e agregar vantagem competitiva através das pessoas para a empresa. 2.5.4 Consequências positivas do turnover para a organização Observa-se que alguns aspectos podem ser positivos para a organização a partir da existência da rotatividade de pessoal, conforme se aborda a seguir. Afastamento de empregados de baixo desempenho: a substituição de colaboradores de baixo desempenho por aqueles de melhor desempenho é uma das consequências positivas do turnover, segundo Silva (2001). Inovação flexibilidade e adaptabilidade: o turnover cria oportunidades de mudanças na organização, e estas podem trazer mudanças como novos conhecimentos, novas idéias. Essas mudanças podem vir acompanhadas de redução de custos através de reestruturação de cargos, conforme Silva (2001). Redução de conflitos: conflitos pessoais referentes a tarefas não são facilmente solucionados, Neste caso, à medida que esse conflito influi no funcionamento da organização, o turnover pode ser visto de forma positiva, salienta Silva (2001). 35 2.5.5 Consequências individuais negativas Normalmente as pessoas têm informações incompletas ou erradas sobre a organização na qual estão entrando. Isso pode criar grandes expectativas por parte dos novos colaboradores que imaginam uma realidade que muitas vezes é irreal, e esse encontro com a realidade pode levar a atitudes negativas e à desilusão com a nova empresa, (SILVA, 2001). O desligamento pode envolver a perda de benefícios, o status de empregado mais antigo e gratificações. A mudança de emprego pode ser estressante, ainda mais se a pessoa não está preparada para lidar com essa situação. E o corte de relações sociais pode ter consequências negativas tanto para o individuo como para a sua família, (SILVA, 2001). 2.5.6 Consequências individuais positivas O indivíduo que se desliga de um emprego pode ser motivado por expectativas positivas em um novo cargo, isso pode ser motivado pela expectativa de um melhor salário, melhores oportunidades de crescimento profissional. A saída de um colaborador muitas vezes está ligada a sua acomodação no ambiente organizacional, que não busca mais qualificação profissional. Isso faz com que esses colaboradores acordem para a realidade de que eles precisam acompanhar os novos tempos, pondera Silva (2001). A situação de saída de um colaborador pode criar oportunidades de mobilidade interna, isto porque, de acordo com Silva (2001), se os colaboradores que permanecerem na organização têm um bom desempenho, a chance de serem promovidos aumenta consideravelmente, tendo como efeito uma maior satisfação com a organização. 2.5.7 Controle do turnover Segundo Silva, (2001 p. 14) “gerenciar efetivamente o turnover, encorajá-lo, quando tiver consequências positivas, e procurar minimizá-lo, quando suas consequências forem negativas”. E complementa afirmando que “as áreas que mais necessitam de gerenciamento 36 com mais ênfase são: recrutamento, seleção, e socialização inicial, conteúdo dos cargos, praticas de remuneração, gestão, (...)”, Silva (2001, p.14). Outras informações sobre a rotatividade podem ser obtidas por meio das entrevistas de desligamento feitas com as pessoas que deixam a organização, seja com aquelas demitidas ou aquelas que se desligaram. As informações obtidas dessas entrevistas podem ajudar no futuro a diagnosticar e a reparar as falhas existentes na política da organização, as quais levam as pessoas a saírem da organização, salienta Chiavenato (2009). O Quadro 2 a seguir , apresenta um resumo dos temas, principais ideias e autores que norteiam este referencial. 37 ASSUNTO DEFINIÇÃO AUTORES Gestão de pessoas É a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais. Gil (2001) Gestão de pessoas Ribeiro (2006) Atração e retenção de talentos o objetivo do departamento de recursos humanos é criar oportunidades para as pessoas crescerem dentro da empresa. Talentos são dotados de conhecimentos, habilidades e competências, que são constantemente reforçados, atualizados e recompensados. Atração e retenção de talentos Para reter talentos dentro da empresa a área de recursos humanos deve criar medidas para estimular e desenvolver o potencial de seus colaboradores. Ribeiro Cultura organizacional Refere-se a um sistema de valores compartilhado pelos membros que diferencia uma organização das demais. Robbins Cultura organizacional Abrange as normas informais da conduta, os hábitos, crenças e valores e preconceitos, cerimônias e rituais, símbolos e outros comportamentos da organização. A motivação é a força que estimula as pessoas a agir. Maximiano Motivação Chiavenato 2010) (200(6) (2010) 2011) Gil 2001) Motivação Motivação é o resultado da satisfação das necessidades e anseios de cada pessoa. Araujo: Garcia (2011) Motivação Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta. Rotatividade de É a flutuação de pessoal entre uma organização e seu pessoas/turnover ambiente, em outras palavras, é o volume de entradas e saídas de pessoas da organização. Rotatividade de É a suspensão da condição de membro de uma pessoas/ organização por parte do colaborador que recebia turnover compensação monetária desta. Rotatividade de Utilizado para caracterizar o movimento de entradas e pessoas/turnover saídas, admissões e desligamentos, de profissionais empregados de uma empresa, em um determinado período. Quadro 2: Sintese do referencial teórico. Fonte: Elaborado pela autora com base no referencial teórico utilizado. Robbins (2010) Chiavenato (2002) Silva (2001) Pomi (2005) 38 3 MÉTODO O presente capítulo tem como objetivo apresentar os métodos de pesquisa que são utilizados para viabilizar a realização do presente estudo. Com a escolha dos métodos de pesquisa adequados será apresentada a importância de se escolher o método certo de pesquisa para dar sustentação para a proposta do trabalho. A metodologia científica faz com que seja levada em conta uma série de normas, necessárias para que se alcance o conhecimento necessário para a elaboração deste estudo. Quanto à metodologia de pesquisa, Marconi e Lakatos (2010, p. 01), definem que “é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para se descobrir verdades parciais”. A pesquisa científica engloba investigações que serão feitas na obtenção de respostas para buscar soluções para o problema proposto neste estudo, ( MARCONI; LAKATOS 2010). Já para Acevedo e Nohara (2009, p.06) “pesquisar de forma científica significa utilizar um conjunto de procedimentos para buscar respostas para uma questão apresentada”. 3.1Tipos da pesquisa Para atingir o resultado proposto do estudo, que visa identificar os fatores de rotatividade de pessoas no Supermercado Piá de Nova Petrópolis faz-se necessário escolher indicadores de estudo que servirão de auxilio para a pesquisa. Será um estudo exploratório descritivo, quantitativo e qualitativo através de pesquisa de campo e bibliográfica. Segundo Vergara (1997, p.27), existe duas classificações para os tipos de pesquisas: quantos aos fins e quantos o aos meios. Dentro de uma pesquisa classificada por fins, pode ser subdividida em pesquisa exploratória, descritiva, explicativa e intervencionista. E quanto aos seus meios pode ser como pesquisa de campo, pesquisa de laboratório, documental, bibliográfica, experimental e estudo de caso. 39 3.1.1 Quanto a sua natureza Quanto a sua natureza este estudo será uma pesquisa aplicada. Para Gil (2010, p.27), “a pesquisa aplicada são pesquisas aplicadas à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação específica”. Ander Egg (1978) apud Marconi e Lakatos (2010, p.06), “a pesquisa aplicada, caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade”. 3.1.2 Quanto aos fins “A pesquisa exploratória tem como finalidade uma caracterização do problema, e sua definição’” (RUIZ, 2002, p.56.). Para Marconi e Lakatos, (2010, p.188), “são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura”. A pesquisa descritiva tem o objetivo, segundo Vergara (1997, p.28) de esclarecer quais os fatores contribuem de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno. E para (MARKONI e LAKATOS, 2010) são estudos que tem por objetivo descrever determinado fenômeno. 3.1.3 Quanto á sua abordagem No que se refere a sua abordagem, será um estudo com abordagem qualitativa, pois tratou se dos dados para evidenciar da melhor maneira possível e compreensão do problema que se pretende analisar. As respostas obtidas nos questionários foram tabuladas em planilhas de Excel, gerando informações de frequência de respostas por pergunta e consolidadas por tema, caracterizando assim a análise quantitativa. 40 Já a análise qualitativa também foi usada, considerando-se a relação entre os resultados dos questionários com a revisão bibliográfica. Conforme Staw (1977) apud Roesch (2006, p.154), “as pesquisas qualitativas baseiam-se em um número menor de integrantes, fornecendo uma compreensão melhor do problema e são apropriadas para fases exploratórias”. Também trata se de um estudo quantitativo, pois os dados que serão obtidos por meio de entrevistas serão em seguida analisados estatisticamente. Roesch (2006, p.130) “o método quantitativo usa-se quando o propósito da pesquisa implica em medir relações entre variáveis (associação ou causa-efeito) ou avaliar o resultado de algum sistema ou projeto”. 3.1.4 Quanto aos métodos de coleta de dados O tipo de pesquisa utilizado foi a pesquisa bibliográfica, onde se fez uma busca na bibliografia disponível sobre o assunto. Através da pesquisa de campo e bibliográfica buscase identificar os fatores que causam a rotatividade de pessoas no Supermercado Piá de Nova Petrópolis. Conforme Köche (1997, p.122), “a pesquisa bibliográfica compreende a seleção e exploração de textos a respeito de um determinado tema ou assunto com a finalidade de se encontrar uma fundamentação teórica que possa solucionar o problema levantado ou proposto.” 3.2 Unidade de estudo e universo de pesquisa A unidade de estudo deste trabalho tem como foco o Supermercado Piá de Nova Petrópolis, que tem como finalidade de atuação a prestação de serviços. A escolha desta empresa para se realizar este estudo se deve em razão do vínculo trabalhista da autora deste trabalho com a empresa em questão, e também para identificar os possíveis fatores que fazem com que a rotatividade de pessoal seja tão elevada na organização. A pesquisa foi aplicada em forma de questionário com os colaboradores do Supermercado Piá, onde cada pergunta tinha a opção de múltipla escolha, sendo solicitado 41 que em cada questão o entrevistado marcasse o seu nível de satisfação conforme o tema de cada pergunta. As perguntas foram estruturadas a partir do referencial teórico, e distribuídas nos seguintes temas: motivação, comunicação, remuneração, ambiente, valorização, e relacionamento. A pesquisa foi aplicada no dia 26 de setembro no turno do dia e no turno da noite. Em ambos os turnos a autora do trabalho distribuiu os questionários, divididos por setores para facilitar o controle dos formulários e a entrega dos mesmos. A autora entregou todos os formulários em um determinado setor primeiro e esperou os colaboradores do local terminarem de responder a pesquisa para passar para o setor seguinte. Com esse procedimento foi possível coletar 110 pesquisas realizadas com os colaboradores de um total de 140 colaboradores da empresa, sendo que os outros 30 que não foram pesquisados, não estavam na empresa durante a aplicação da pesquisa, por motivos de férias, folgas e alguns em razão do horário que são escalados. 42 4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA As informações que serão apresentadas da Cooperativa Piá foram extraídas do banco de dados da empresa e em entrevista aberta com o Gerente de Recursos Humanos da Cooperativa Piá Ltda. Em 1967, a Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda., foi fundada por um grupo de 213 associados. Seu projeto inicial foi construído em parceria com o governo alemão e tinha como objetivo juntar os agricultores, promovendo o desenvolvimento da produção e o acompanhamento de cada etapa desta fase, apoiando o produtor em todas as suas necessidades, garantindo com isso a qualidade dos produtos que chegam às mãos dos consumidores. A Piá está dividida em três unidades distintas: indústria de alimentos, agronegócio e supermercados como poder ser visto na figura 8 onde é apresentado o organograma da empresa . Figura 08: Organograma da Cooperativa Piá Fonte: Banco de dados da Cooperativa Piá. 43 Além da indústria de laticínios e doces de frutas, a Piá conta ainda com duas fábricas de rações e uma rede de supermercados e agropecuárias com 17 lojas. A distribuição dos produtos da cooperativa, que levam a marca Piá, está concentrada nos três Estados do Sul Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. No segmento de negócio supermercado, a Cooperativa possui oito unidades, estas recentemente reformuladas e padronizadas, sendo umas destas unidades, o Supermercado Piá de Nova Petrópolis, o objeto de estudo deste trabalho. Desde sua fundação, a Piá se preocupa com a qualidade da matéria-prima que utiliza, aprimorando constantemente sua produção, investindo em inovação e tecnologia e disponibilizando aos seus associados produtores uma qualificada equipe de apoio, formada por técnicos em agropecuária e fruticultura, veterinários e especialistas em inseminação. Essa iniciativa, e o amplo comprometimento de todos os envolvidos no projeto, garantem a qualidade dos produtos que chegam ao mercado. Sua meta é manter o ciclo de inovação, com constantes lançamentos, e conquistar novos mercados. Hoje são 16.445 associados e 1.083 colaboradores que trabalham de forma direta com a cooperativa. Os 1.083 colaboradores estão divididos nos diversos segmentos de atuação da empresa. Destes 140 trabalham no supermercado de Nova Petrópolis que servirá de base de estudo para o tema proposto. A razão social do supermercado Piá de Nova Petrópolis é Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda., mais conhecido pelo seu nome fantasia de Supermercado Piá. 4.1 Programas desenvolvidos pela empresa: Sistema dos 7S’s: A empresa tem implantado desde 2002 o programa 7’s. É realizada uma avaliação mensal por setor, onde são avaliador requisitos que geram uma pontuação. A verificação é feita por um fiscal da qualidade que avalia todos os requisitos para se ter a qualidade e verifica o nível de qualidade do setor. 44 ISO 14001- gestão do meio ambiente: A empresa tem desde 2000 o atendimento aos requisitos da ISO 14001, certificando sua preocupação com o meio ambiente. São estabelecidos objetivos e metas que visam à prevenção da poluição, buscando a sua minimização e reciclagem dos resíduos sólidos e líquidos e o uso eficiente da energia. A separação dos resíduos é feita através de coletores, onde cada coletor é de uma cor e cada cor identifica o material que será depositado o resíduo correspondente. A água usada na indústria de laticínios antes de voltar para o arroio passa por quatro açudes onde em cada um deles é feio um processo de tratamento e ao término desse processo volta para o arroio limpa. Esta avaliação é feita por um comitê da própria ISO que verifica os níveis de qualidade da empresa. Esta avaliação ocorre uma vez por ano. Appcc – analise de perigos e pontos críticos de controle: A empresa é a primeira empresa gaúcha a conseguir este certificado. Objetivo: Segurança e qualidade dos produtos Piá através da higiene nas instalações, manipuladores de equipamentos, garantindo assim a excelência dos produtos. Times de melhoria A empresa também tem implantado os times de melhoria. Os comitês de melhoria são vários grupos de melhorias subdivididos em várias áreas que buscam atingir as metas estabelecidas por cada um. Os comitês estão classificados em: Comitê de redução de desperdício; Comitê de diminuição de perdas; Comitê de diminuição de luz / água; Comitê de introdução de novos produtos. 45 Os comitês são formados por grupos de colaboradores, onde cada colaborador pode escolher através de inscrição em qual comitê gostaria de atuar e trabalhar para conseguir alcançar a meta estabelecida. A cada mês é feita uma verificação dos resultados através das informações de cada comitê e é feia uma análise em comparação ao mês anterior para se acompanhar a evolução. Esta análise depois é passada para gráficos e repassada para os demais colaboradores. Alguns times têm duração temporária, outros permanecem por mais tempo dependendo das metas fixadas por cada um. 4.2 Práticas de Gestão de Pessoas Em relação às contratações, cada unidade faz suas contratações, sendo o gerente de cada unidade o responsável pelo recrutamento e seleção. Entretanto, a parte burocrática da contratação é feita pela área geral de recursos humanos da empresa, que fica localizada na matriz. Essa equipe é formada por quatro colaboradores. O recrutamento de funcionários é feito por meio de currículos ou preenchimento de uma ficha de solicitação de emprego. No momento em que o candidato acaba de preencher a ficha com suas informações, o responsável da empresa faz uma entrevista com o candidato. Neste momento o entrevistador confirma as informações da ficha, pede mais esclarecimentos e dá informações sobre o cargo e suas atribuições. No momento da entrevista, o funcionário da empresa registra suas impressões do candidato. O funcionário selecionado é contratado por um período de trinta dias prorrogável por mais sessenta. Se a empresa aprovar seu desempenho e ele também desejar permanecer no cargo, o contrato de trabalho passa a vigorar por tempo indeterminado. Caso contrário ocorre o desligamento do colaborador. Em relação ao treinamento: não existe um programa de treinamento permanente na empresa. Os funcionários contratados recebem uma orientação inicial acerca dos procedimentos de trabalho para seu cargo e o treinamento é feito durante a execução das atividades. Na prática, o treinamento fica, em parte, sob a responsabilidade de um coordenador da área em que o funcionário irá atuar e, em parte, a cargo de funcionários já contratados, que já 46 ocupam o mesmo cargo para o qual estão dando treinamento. Este treinamento ocorre com mais consistência apenas nos primeiros dias de atividade do novo funcionário. Já em relação à remuneração a empresa adota a remuneração variável, para quase todos os funcionários. Os funcionários do escalão estratégico ganham salários fixos. Os valores dos salários são estipulados com base na legislação, nas convenções coletivas, e nos valores praticados pelo mercado. Além do salário, os funcionários recebem vale-transporte, em função do qual são descontados 6% do salário principal, e mais o benefício da alimentação, que tem um valor reduzido para o funcionário. Programas internos Programa amigos do coração: Tem como objetivo reforçar a imagem da instituição. Esse grupo é formado por voluntários que buscam fazer ações sociais para a comunidade, buscando melhorar a qualidade de vida da comunidade. Programa de integração colaborador Piá: O objetivo do programa é interagir com os colaboradores revisando metas e acompanhando as ações criando o comprometimento com a cooperativa. Essa integração ocorre em encontros realizados na associação dos funcionários da Piá, a Assespia e na sala de reuniões da diretoria, onde colaboradores de todas as filiais são convidados a participar. Em razão da quantidade de colaboradores, estes são divididos em turmas, para a realização da integração que ocorre ao longo de uma semana inteira. Nesses encontros são realizadas tarefas que incentivam o trabalho em equipe e incentivam a integração entre todos. Participação dos resultados: A empresa tem implantado desde 2004 o programa de participação de resultados. É um prêmio dado pela empresa para os colaboradores pelas metas alcançadas. Esse prêmio é pago duas vezes ao ano. A primeira é paga em janeiro e a outra em julho conforme o desempenho alcançado pelas unidades. O valor do prêmio varia conforme as metas alcançadas, sendo possível ganhar um salário extra se todas as metas forem atingidas. A tabela que segue apresenta os critérios de premiação: 47 Tabela 2: Critérios utilizados para a premiação. Critério Pontuação Atingindo até 50% das metas zero pontos De 50 á 69,99% das metas 55 % dos pontos De 70 á 79,99% das metas 50% dos pontos De 80 á 89,99 das metas 75% dos pontos De 90 ou mais das metas 100% dos pontos Fonte: Adaptado pela autora com base no banco de dados da Cooperativa Piá. Nos supermercados e indústria de alimentos: Tabela 3: Pontuação máxima dos indicadores. Rentabilidade 55 pontos Indicador da qualidade 10 pontos Despesas operacionais 25 pontos SQT Piá 10 pontos Fonte: Adaptado pela autora com base no banco de dados da Cooperativa Piá. A empresa oferece incentivos para os funcionários que desejam continuar a estudar, com auxilio universitário de 50% do valor mensal e auxílio supletivo com 35% do valor mensal. Tem à disposição do colaborador o plano de saúde Piá, que mantém convênios com médicos e laboratórios, sendo que é extensivo aos dependentes. Tem convênios com dentistas que atendem na própria empresa. Mantém convênios com farmácias sendo possível comprar e descontar em folha de pagamento. Existe a associação de funcionários Piá (Asespia). Cada colaborador paga mensalmente um valor simbólico, que é revertido para a manutenção do prédio e pode usufruir da quadra de bolão, futebol sete e do salão de festas mediante reserva de horário. Em relação à comunicação interna a empresa possui um jornal interno, conhecido como “Piazito”, mensalmente distribuído para os colaboradores contendo as informações atualizadas sobre a empresa. Outra ferramenta de comunicação que a empresa disponibiliza é a revista “Essência” onde são apresentadas as principais novidades dos produtos lançados. Outros canais de comunicação utilizados pela empresa são a intranet e o mural de informações localizado próximo ao cartão ponto. 48 No quadro 3 são apresentados os setores que mais trocaram de colaboradores no supermercado Piá Quadro 3: Quadro de desligamentos de colaboradores Setor Confeitaria Confeitaria Confeitaria Confeitaria Confeitaria Setor Caixa Caixa Caixa Caixa Caixa Caixa Setor Motivo Pediu demissão Demitida Pediu demissão Pediu demissão Demitida Motivo Pediu demissão Demitida Pediu demissão Pediu demissão Pediu demissão Pediu demissão Lancheria Motivo Pediu demissão Demitida Setor Repositor Repositor Repositor Motivo Demitido Demitido Demitido Setor Motivo Pediu demissão Lancheria Hortifruti Setor Cozinha Motivo Pediu demissão Colaborador Funcionário 1 25/7/11 Funcionário 2 25/7/11 Funcionário 3 18/7/11 Funcionário 4 25/10/11 Funcionário 5 28/02/12 Funcionário 6 1/8/11 Funcionário 7 09/11/11 Funcionário 8 19/11/11 Funcionário 9 14/11/11 Funcionário 10 29/02/12 Funcionário 11 04/07/12 Funcionário 12 21/6/11 Funcionário 13 02/05/12 Funcionário 14 Funcionário 15 Funcionário 16 11/7/11 11/2/12 20/2/12 Funcionário 17 8/8/11 Funcionário 18 28/11/11 49 Setor Limpeza Motivo Demitida Funcionário 19 29/10/11 Setor Motivo Pediu Fiambreria Funcionário 20 demissão Fonte: Elaborada pela autora com dados disponibilizados pela Cooperativa Piá. 31/1/12 Como podem ser observados na Tabela 4 os nomes em azul são de colaboradores que não pertencem mais ao quadro de funcionários da unidade. Fazendo uma analise da tabela pode se perceber que os setores que mais trocaram de colaboradores são a confeitaria com 5 trocas e o atendimento de frente de caixa com 6 trocas. Demais setores da tabela tiveram entre 1 a 3 trocas de colaboradores. Os dados apresentados na tabela 4 foram coletados através de levantamentos no período entre fevereiro a agosto de 2012, não sendo possível fazer uma análise mais completa devido a não ter informações de períodos anteriores disponíveis. 50 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo são apresentado os resultados obtidos através da pesquisa de campo realizada, por meio de pesquisa de satisfação interna, relacionando o com o referencial teórico utilizado para fundamentar este estudo de caso. 5.1 Caracterização do público pesquisado Dando início à análise da pesquisa realizada, é fundamental apresentar a caracterização do público pesquisado, sendo que para tanto, são utilizados os elementos, setor, tempo de empresa, sexo, idade, escolaridade e estado civil. Gráfico 1: Setor de atuação do público pesquisado. Fonte: Elaborado pela autora, conforme pesquisa realizada. Como pode ser observado no Gráfico 01, o público pesquisado está dividido nos diversos setores da empresa onde a maior concentração de colaboradores se dá nos setores do administrativo e frente de caixa com 16,20% dos pesquisados cada. Os setores padaria, depósito, agropecuária e restaurante também se destacam dos demais. 51 Gráfico 2: Idade dos colaboradores. Fonte: Elaborada pela autora, com base na pesquisa realizada. Com relação à idade dos pesquisados, 50,9% dos funcionários são jovens que estão entre 16 (dezesseis) e 25 (vinte e cinco) anos, 23,6% estão entre 26 (vinte e seis) e 35 (trinta e cinco) anos, 15,5% estão entre 36 ( trinta e seis) e 45 ( quarenta e cinco) anos e 10% têm mais de 45 (quarenta e cinco) anos. De maneira geral o quadro de colaboradores é formado em sua maioria por jovens. No Gráfico 3 será mostrado a composição do estado civil do público pesquisado. Gráfico 3: Estado civil dos colaboradores. Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. O Gráfico 3 mostra que a grande maioria dos colaboradores pesquisados é formado por solteiros e esse número representa 65,5% dos pesquisados. 52 Gráfico 4: Tempo de empresa dos colaboradores. Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. Observa-se no Gráfico 4, que aproximadamente 58,1% da população pesquisada tem até 3 anos de empresa, movimento justificado pelo crescimento da empresa nos últimos anos, mas também fator relevante para análise da rotatividade de pessoal. Gráfico 5: Escolaridade dos colaboradores. Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. No Gráfico 5, pode-se verificar quanto ao nível de escolaridade dos colaboradores, que a maior parte possui o segundo grau completo, este representado por 30% do público 53 pesquisado, em seguida por aqueles que buscam por uma formação superior que chega a 26,4%, índice expressivo. Gráfico 6: Gênero dos pesquisados. Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa elaborada. Como pode ser visualizado no Gráfico 6 a maioria da população pesquisada é do sexo feminino, representando 63,6% do total do público pesquisado. A seguir são apresentados os resultados da pesquisa aplicada com os colaboradores. A análise será apresentada por tema de acordo com o questionário aplicado, sendo inicialmente analisado o resultado do tema em comparação com a média geral da pesquisa e posteriormente as questões específicas que compõe o tema. 5.2 Avaliação quanto ao nível de motivação dos pesquisados Quanto ao nível de motivação comparando com a pesquisa de modo geral, os colaboradores se sentem motivados e isso pode ser visto no Gráfico 7, onde são apresentados os percentuais de motivação dos colaboradores, dando destaque que 68,5% dos colaboradores afirmam estar motivados em trabalhar na organização. 54 Gráfico 7: Nível de motivação dos respondentes da pesquisa. Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. Ao fazer uma análise mais detalhada do conjunto de perguntas que formam o tema motivação, a pergunta “como avalio o horário e a escala de trabalho que faço” teve destaque com 30,9%, afirmando que estão muito satisfeitos com o seu horário e escala de trabalho, e os que estão satisfeitos com seu horário representa 58,2% do público pesquisado. Outra pergunta que teve destaque neste tema foi a pergunta “como avalio a minha motivação em relação à função exercida atualmente”, que teve 18,2% dos pesquisados afirmando que estão muito motivados com a função exercida e 70,9% estão satisfeitos com a motivação em relação a função exercida. A empresa promove palestras onde os colaboradores são convidados a participar. A empresa também promove um almoço para comemorar a festa do trabalhador onde o colaborador pode participar de torneios de futebol e vôlei com premiação para os melhores. 5.3 Avaliação quanto ao nível de comunicação Em relação ao nível de comunicação da empresa percebe se que ficou abaixo do nível geral da pesquisa, onde 30,5% afirmam estar insatisfeitos da maneira de como a comunicação é tratada dentro da empresa. 55 Gráfico 8: Comunicação. Fonte: Elaborada pela autora com base na pesquisa elaborada. Neste cenário as perguntas que mais tiveram destaque, para colaborar com este percentual, foram “como avalio a comunicação interna da organização”, onde 40% dos pesquisados afirmam estar insatisfeitos com a comunicação interna e 10% estão muito insatisfeitos do modo como a empresa trata a questão da comunicação interna. Outra pergunta que merece destaque nesse cenário foi à pergunta “como avalio a abertura da empresa para minhas sugestões de melhoria” onde 35,5% dos respondentes da pesquisa afirmam estar insatisfeitos de como a empresa avalia as sugestões de melhoria dadas, e 10% dizem estar muito insatisfeitos de como a empresa avalia as sugestões de melhoria dadas. A empresa disponibiliza vários meios pela qual disponibiliza as informações do que está ocorrendo dentro da empresa. Entre elas merece destaque o jornal Piazito que é um jornal de circulação interna mensal para os colaboradores. A intranet é uma página para uso dos funcionários que é atualizada diariamente com tudo que é relacionado com a participação da empresa. O mural é utilizado em dois ambientes, um deles está próximo ao cartão ponto e o outro na sala de funcionários onde são colocados todos os avisos. Merece destaque o site Piá que é um site de uso interno e externo, caracterizado para divulgar os novos produtos que a empresa está lançando no mercado. 56 5.4 Avaliação quanto ao nível de remuneração do público pesquisado Fazendo uma comparação entre todos que responderam a pesquisa, percebe-se que o conjunto de perguntas que fazem parte do tema remuneração e benefícios, ficou muito parecido com o índice geral da pesquisa como pode ser observado no Gráfico 9. Gráfico 9: Remuneração e benefícios dos colaboradores. Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. Quanto ao tema remuneração e benefícios percebe-se que 38,2% do público pesquisado estão insatisfeitos com a remuneração que recebe, entretanto 46,4% estão satisfeitos com a sua remuneração. Em contrapartida a remuneração os benefícios que a empresa oferece para os seus colaboradores apresentam índices de satisfação de 69,1% e os índices de insatisfação representa 10%. A escolha dos benefícios oferecidos é definida pela diretoria juntamente com o RH da empresa. Com o decorrer do tempo a empresa vai ajustando os benefícios conforme a necessidade e solicitações dos funcionários. A empresa possui um plano de saúde próprio para os funcionários e dependentes, também tendo atendimento odontológico gratuito, convênios com farmácias, convênios com lojas da cidade que oferecem descontos na hora da compra de produtos e serviços. Desconto no valor do almoço, pois o supermercado não possui refeitório específico para o almoço, onde o colaborador paga 60% do valor do kg. 57 Outro programa que a empresa oferece é a participação nos resultados, um prêmio dado pelas metas alcançadas que é dado a cada semestre, este podendo totalizar 100% do salário até o final do ano. Quanto a questão salários a empresa oferece salários conforme o valor de mercado. Para Milkovich e Boudreau (2000 p.381) “a remuneração inclui o retorno financeiro e os serviços e benefícios tangíveis que os empregados recebem como parte do pagamento em uma relação de trabalho”. 5.5 Avaliação quanto ao ambiente Quanto ao tema ambiente, este apresenta um percentual de satisfação e de muita satisfação de 83,6%, enquanto o geral pesquisa apresenta um percentual de satisfação e de muita satisfação de 72,%., ou seja está acima. Gráfico 10: Ambiente. Fonte: elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. As perguntas que merecem destaque nesse bloco de perguntas são “como avalio a disponibilidade de equipamentos e materiais para a realização do meu trabalho”, onde o nível 58 de muita satisfação teve destaque de 20,9% dos pesquisados e 65, 5% afirmam estar muito satisfeitos. Outra pergunta que se destaca foi a “como avalio de modo geral a limpeza higiene, e organização do meu local de trabalho”, onde 16,4% dos respondentes da pesquisa afirmam estar muito satisfeitos e 70% afirma estar satisfeitos com as condições quanto a limpeza e organização do local de trabalho. A empresa possui programas específicos para descarte de materiais o (7”s,) com convênio com a empresa recicladora, para quem ela vende o seu material reciclável. Em relação aos programas de segurança, a empresa possui técnicos da segurança do trabalho, onde são feitas visitas periódicas para verificar as condições de trabalho dos colaboradores, para verificar a necessidade de alguma material ou equipamento de E.P.I para realização da função desempenhada pelo colaborador. 5.6 Avaliação quanto ao nível de valorização dos pesquisados Em relação ao tema valorização, 32 % dos pesquisados afirmam estar insatisfeitos com as práticas de valorização que a empresa adota, e 6,5% estão muito insatisfeitos, levando como base o geral da pesquisa, onde 22,6% estão insatisfeitos e 4,55 estão muito insatisfeitas. Gráfico 11: Valorização. Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. 59 A pergunta “como avalio a oportunidade de crescimento dentro da empresa” merece destaque, pois da população pesquisada 37,3% afirmam estar insatisfeitos e 7,3% dizem estar muito insatisfeitos com as oportunidades de crescimento dentro da organização. Outra pergunta que merece destaque nesse conjunto de perguntas foi “como avalio o reconhecimento e a valorização que a empresa dá para o meu trabalho” onde 38,2% afirmam estar insatisfeitos, e 8,2% dizem estar muito insatisfeitos com o reconhecimento e a valorização que a empresa oferece. A empresa possui um programa de promoções de vagas, onde o colaborador se inscreve para a vaga existente e participa de uma seleção para se escolher o melhor candidato para a vaga. Quanto aos treinamentos que a empresa oferece eles são pontuais, eles sendo feitos quando a empresa percebe a necessidade de promover um treinamento. 5.7 Avaliação quanto ao nível de relacionamento Em relação ao relacionamento, os níveis de satisfação estão acima se estes forem comparados com a pesquisa geral, onde 16% afirmam estar muito satisfeitos, e 62,2% afirmam estar satisfeitos, enquanto na pesquisa geral estes índices são de 13% muito satisfeitos e 59,8% estão satisfeitos. Gráfico 12: Nível de relacionamento. Fonte: Elaborada pela autora com base na pesquisa realizada. 60 Quanto ao assunto relacionamento as perguntas “como avalio a relação com os demais colegas de serviço” e “como avalio o meu sentimento em fazer parte da equipe” se destacaram pois 30% dos pesquisados dizem estar muito satisfeitos e 58,2% dizem estar satisfeitos com relação ao relacionamento no setor onde trabalham, e o sentimento em relação a fazer parte da equipe dizem estar muito satisfeitos 26,4% e 66,4% dizem estar satisfeitos em fazer parte da equipe. Em contrapartida, também chama atenção outras duas perguntas desse bloco devido ao alto nível de insatisfação, que são “como avalio o modo de como os conflitos são resolvidos dentro da empresa” onde 36,4% dizem estar insatisfeitos, e 7,35 dizem estar muito insatisfeitos pelo modo o qual a empresa resolve os conflitos existentes. A segunda pergunta é “como avalio a liderança dentro da empresa” onde 30,9% dos pesquisados dizem estar insatisfeitos e 4,5% dizem estar muito insatisfeitos com questões ligadas à liderança. 5.8 Avaliação geral De um modo geral a maioria dos colaboradores que responderam a pesquisa sentemse satisfeitos com a organização levando em conta os aspectos pesquisados, como pode ser observado no Gráfico 13. Gráfico 13: Avaliação geral dos pesquisados. Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. 61 Apesar de o trabalho tratar do tema rotatividade de pessoas dentro do Supermercado Piá de Nova Petrópolis, não pode se deixar de ressaltar os indicadores positivos da pesquisa onde 12,9% dos colaboradores que responderam a pesquisa afirmam estar muito satisfeitos. Levando se em conta as perguntas que tiveram maior índice de muito satisfeito dos respondentes chegou-se à formação da seguinte tabela. Tabela 3: Tabela com maior índice de satisfação dos respondentes. Tema Motivação Relacionamento Relacionamento Comunicação Perguntas com maior índice de satisfação Como avalio o horário e a escala de trabalho que faço? Como avalio a minha relação com os demais colegas de serviço? Como avalio o meu sentimento em fazer parte da equipe? Como avalio a disponibilidade de equipamentos e materiais para a realização do meu trabalho? Ambiente Como avalio o meu ambiente de trabalho em relação á segurança? Motivação Como avalio a minha motivação em relação à função exercida atualmente? Remuneração Como avalio os benefícios que a empresa oferece para os colaboradores? Ambiente Como avalio de modo geral a limpeza, higiene, organização do meu local de trabalho? Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. Avaliação 30,9% 30% 26,4% 20,9% 18,2% 18,2% 18,2% 16,4% Na Tabela 3 são apresentadas as perguntas com maior índice de satisfação por parte dos respondentes, onde perguntas “como avalio o horário e a escala de trabalho que faço?” ligado ao tema motivação teve uma avaliação positiva de 30,9% dos pesquisados e com um índice de satisfação de 30% do total de respondentes no que se refere ao modo “como avalio a minha relação com os demais colegas de serviço?” ligado ao tema relacionamento aparecem no topo das perguntas que mais trazem satisfação para os colaboradores. 5.9 Destaques para avaliação muito insatisfeitos Levando em conta as perguntas que tiveram o maior índice de avaliação “muito insatisfeito” chegou se à formação da seguinte tabela a seguir: 62 Tabela 4: Perguntas com maior índice de rejeição “muito insatisfeito”. TEMA PERGUNTAS COM MAIOR INSATISFAÇÃO Avaliação Comunicação Como avalio a comunicação interna da organização? Como avalio a abertura da empresa para minhas sugestões de Relacionamento melhoria? Como avalio as oportunidades para meu crescimento e realização Valorização profissional? Como avalio o reconhecimento e a valorização que a empresa da Valorização para o meu trabalho? Como avalio a disponibilidade que meu superior tem em me Relacionamento atender? Como avalio a minha possibilidade de crescimento dentro da Valorização empresa? Como avalio o modo como são resolvidos os conflitos dentro da Relacionamento empresa? Como avalio o retorno que recebo do meu superior em relação ao Relacionamento meu trabalho? Como avalio as oportunidades de treinamentos que a empresa Valorização oferece? Como avalio a minha remuneração em relação ao trabalho que Remuneração realizo? Comunicação Como avalio a liderança dentro da organização? Valorização Como avalio o quanto o meu trabalho é valorizado pela empresa? Como avalio o treinamento que recebo para realizar o meu Valorização trabalho? Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada. 10,0% 10,0% 9,1% 8,2% 8,2% 7,3% 7,3% 7,3% 5,5% 5,5% 4,5% 4,5% 4,5% Na Tabela 4 são apresentadas as perguntas com maior índice de rejeição por parte dos entrevistados, onde pode-se ver que perguntas ligadas aos temas valorização, comunicação, relacionamento, remuneração merecem uma maior atenção por parte da organização. O tema comunicação teve o maior índice de rejeição por parte dos respondentes que foi de 10%, questões ligadas a comunicação interna, foram as que mais geraram a insatisfação dos colaboradores. Outra questão que também merece atenção é a questão do relacionamento em relação à abertura da empresa para novas sugestões, onde também 10% dos respondentes dizem estar muito insatisfeitos em relação à abertura que a empresa dá para sugestões de melhoria. Tanto a questão da comunicação quanto a questão do relacionamento são questões ligadas de acordo com que a empresa desenvolve os processos da gestão de pessoas. Quanto à valorização, os colaboradores dizem estar muito insatisfeitos com a oportunidade que a empresa dá para o seu crescimento profissional, onde são raras as oportunidades de 63 participarem de uma seleção para uma vaga existente, onde normalmente são contratadas pessoas de fora da organização. 64 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A gestão de pessoas com seu novo papel dentro das organizações, fazendo parte da estratégia que a empresa busca para o seu futuro, tem vital importância para que essa estratégia tenha sucesso. Uma das funções da gestão de pessoas é a retenção de colaboradores qualificados para a empresa. Diante dessa realidade é necessário manter um controle da rotatividade para que isso não traga maiores problemas para a organização. Para atender o objetivo geral e os específicos do trabalho foi feito um estudo de caso do supermercado Piá de Nova Petrópolis, onde se buscou colher informações da organização, em especial da área de gestão de pessoas e de como geri os seus processos. Foi aplicada uma pesquisa de satisfação com os colaboradores uma vez que a empresa não possui entrevista de desligamento, para responder à pergunta a que este trabalho se propôs que é “quais as possíveis causas da rotatividade no supermercado Piá de Nova Petrópolis?” e se chegou à conclusão conforme exposto no capítulo 5 deste trabalho que temas como comunicação, valorização e relacionamento são os possíveis fatores que podem ocasionar a rotatividade no supermercado Piá de Nova Petrópolis. Com base no referencial teórico usado nesse trabalho, observa-se que a empresa pode melhorar muito os processos relacionados com a comunicação interna, uma vez que esse tema apresentou alto nível de rejeição por parte dos pesquisados rever e melhorar alguns processos ligados à gestão de pessoas, como o de realizar mais seleções internas com o objetivo de preencherem vagas disponíveis, e não sendo possível encontrar internamente aí sim buscar fora da organização. Dessa forma a partir do estudo realizado observa se a oportunidade de propôr ações para a empresa diminuir o seu índice de rotatividade de pessoas. 65 Assunto Sugestão de melhoria Entrevista de desligamento Implantar um roteiro de perguntas pra ser usado como entrevista de desligamento para ser feito com o colaborador que está se desligando, para identificar possíveis fatores que podem ser melhorados. Treinamentos Promover treinamentos com mais frequência pois hoje eles são realizados de maneira pontual. Avaliação de desempenho Elaborar um processo onde a empresa avalie o desempenho do colaborador onde o funcionário tenha um retorno sobre como ele está realizando o seu trabalho. Quadro 4: Sugestão de melhoria Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa realizada Esse trabalho possui algumas limitações que devem ser observadas. A autora desse estudo é colaboradora da empresa pesquisada e pode vir a influenciar em respostas por também ser parte interessada no estudo. Outro fator de limitação foi devido à empresa não ter em seus processos de recursos humanos a entrevista de desligamento como parâmetro para poder avaliar os reais motivos aos quais as pessoas estão se desligando da empresa. E um terceiro aspecto, é que este estudo de caso não permite generalizações para a empresa como instituição, nem para o setor industrial como um todo, em função de ter pesquisado somente a unidade de Nova Petrópolis como foco de pesquisada. Como continuação do estudo realizado, sugerem-se os seguintes assuntos para uma pesquisa futura. Pesquisar demais unidades da Cooperativa Piá para identificar fatores para a empresa como um todo que podem influenciar na rotatividade de pessoas. Pesquisar com empresas do mesmo segmento de atuação como elas tratam a questão da rotatividade em suas empresas. Pesquisar junto com os colaboradores maneiras de melhorar os temas com maior índice de insatisfação por parte dos respondentes da pesquisa. 66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACEVEDO, Claudia R.:NOHARA, Juliana J. Monografia no curso de administração: 3ª ed São Paulo: Atlas, 2009. ARAUJO, Luis César G. de.: GARCIA, Adriana Amadeu. Teoria geral da administração: São Paulo: Atlas, 2010 a. ______. Luis César G. de.:GARCIA,Adriana Amadeu. Gestão de pessoas: São Paulo: Atlas, 2010b. BANOV, Márcia Regina. Recrutamento , seleção e competências. São Paulo: Atlas, 2011. BISPO , Patrícia. Das empresas que se preocupam com excelência da gestão.Disponível em:< www.hsm.com.br/edi/gestão/93> Acesso em: 17 abr. 2012. BISPO, Vicente. Capital humano.Revista SUPERHIPER. Rio de Janeiro: 2012, p. 70. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. ______. Gestão de pessoas. Enfoque nos papéis profissionais. 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Agradeço desde já a sua colaboração e peço a gentileza de seguir as instruções abaixo para o preenchimento. Instruções: em cada pergunta, escolha UMA opção entre as disponíveis, indicando o seu nível de satisfação, considerando os critérios MUITO SATISFEITO, SATISFEITO, INSATISFEITO e MUITO INSATISFEITO. Sua satisfação Nº Perguntas 1 Como avalio a minha satisfação em trabalhar na Piá? 2 Como avalio o quanto o meu trabalho é valorizado pela organização? 3 E quanto às oportunidades que você recebe são suficientes para você se sentir realizado profissionalmente? 4 Como avalio o horário e a escala de trabalho que faço? 5 Como avalio a minha possibilidade de crescimento dentro da empresa? 6 Como avalio o meu ambiente de trabalho? 7 Como avalio a minha relação com os demais colegas de serviço? 8 9 Como avalio a relação do setor onde trabalho com os demais setores da empresa? Em relação aos conflitos como você avalia a maneira como eles são resolvidos dentro da empresa? 10 Como avalio o meu sentimento em fazer parte da equipe? 11 Como avalio a comunicação interna da organização? 12 Como avalio a disponibilidade que meu superior tem em me atender? 13 Quanto aos equipamentos e materiais disponibilizados para realizar o meu trabalho como você avalia? 14 Como avalio as condições de trabalho que a empresa oferece para você? 15 Como avalio o reconhecimento e a valorização que a empresa da para o meu trabalho? 16 Como avalio as oportunidades de treinamentos que a empresa oferece? Muito Satisfeito Satisfeito Insatisfeito Muito Insatisfeito 69 17 Como avalio o retorno que o seu superior da em relação as suas funções? 18 Como avalio a abertura da empresa quanto a sugestões de melhoria que são sugeridas? 19 Como avalio o treinamento que recebo para realizar o meu trabalho? 20 De modo geral como você avalia a limpeza, higiene, segurança do seu local de trabalho? 21 Como avalio a liderança dentro da organização? 22 Como avalio a estabilidade no seu emprego? 23 Como avalio a minha remuneração em relação ao meu trabalho? 24 Como avalio os benefícios que a empresa oferece para os colaboradores? 25 Levando em consideração todos os aspectos questionados, como avalio a minha relação de trabalho com a empresa? 26 Setor ( ) Açougue ( ) Administrativo ( ) Agropecuária ( ) Convênios ( ) Depósito ( ) Fiambreria ( ) Frente de caixa ( ) Hortifruti ( ) Lancheria ( ) Padaria ( ) Plano de saúde ( ) Restaurante ( ) Tele vendas ( ) Vestuário 27 Tempo de empresa ( ) Até 1 ano ( ) De 2 a 3 anos ( ) De 4 a 6 anos ( ) De 7 a 10 anos ( ) Mais de 10 anos 28 Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 29 Idade ( ) De 16 a 26 anos ( ) De 27 a 37 anos ( ) De 38 a 48 anos ( ) Acima de 49 anos 30 Escolaridade ( ) 1º Grau Completo ( ) 2º Grau Incompleto ( ) 2º Grau Completo ( ) Faculdade Incompleta ( ) Faculdade Completa ( ) PósGraduação 31 Estado civil ( ) solteiro ( ) casado Obrigado pela sua participação!! 70 APÊNDICE 2-MODELO DE TABULAÇÃO DA PESQUISA