caracterização fenotípica da população de vetor transmissor da

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CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DA POPULAÇÃO DE VETOR
TRANSMISSOR DA MALÁRIA NO CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES
DE BARROS/UFPI
Márcia Regina de Sousa de Andrade (bolsista do ICV/UFPI), Ana Carolina Landim
Pacheco (Orientadora, Depta de Ciências Biológicas – UFPI/CSHNB).
INTRODUÇÃO: As doenças negligenciadas são doenças relacionadas as condições de
pobreza, as precárias condições de vida e a um serviço de saúde pública deficiente. São
responsáveis por quase metade do número de casos em países em desenvolvimento, entre as
quais encontra-se a malária (PENNA, 2008). A malária é uma doença infecciosa, caracterizada
pelo estado febril agudo do indivíduo, sendo causada por protozoários do Gênero Plasmodium,
agente etiológico transmitido pela picada da fêmea de mosquitos do Gênero Anopheles
(BRASIL, 2008). O Anopheles darlingi é o principal vetor de importância epidemiológica da
Malária no Brasil, por possuir comportamento antropofílico e endofílico intenso, além de ter
ampla distribuição territorial (BRASIL, 2008). Este trabalho se justifica pela ocorrência de
casos de malária, a partir do ano 2000, inclusive casos autóctones, no estado do Piauí,
demostrando a vulnerabilidade da região para ocorrência de surtos de malária. A partir disso
torna-se imprescindível conhecer as características dos mosquitos vetores da doença e de sua
fauna. Coletados no ambiente da Universidade Federal do Piauí-CSHNB, a caracterização
fenotípica da população de anofelinos, para gerar um mapa das áreas de risco de infecção, fazse um dado epidemiológico importante que pode ser utilizado como informação útil para a
saúde pública da região no combate/controle da doença no estado do Piauí, já que esta região
se confirma como potencial à ocorrência da doença porque, existe o fluxo de pessoas infectadas
da região endêmica para este estado. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada no
CSHNB/UFPI, localizado no município de Picos-PI, onde foram feitas coletas mensais em pelo
menos 5 locais diferentes do Campus, totalizando 54 coletas entre agosto de 2015 e julho de
2016. Em cada semana de coleta, as armadilhas foram alternadas entre intradomicílio e
peridomicílio, e sempre colocadas na quinta-feira e retiradas na terça-feira. As espécies foram
capturadas por armadilhas Adultrap colocadas em carteiras inutilizáveis e presas com barbante,
em que a borda superior das armadilhas ficava a 24,5cm do solo. A forma de atração dos insetos
foi feita a partir de uma solução aquosa de consistência viscosa composta 200ml de água
potável, 50g de açúcar mascavo e 1g de fermento químico. RESULTADOS E DISCUSSÕES:
A partir da pesquisa foram obtidos resultados relevantes para descrever e discutir a respeito da
presença diversificada de mosquitos na área do CSHNB. Foram capturados vários tipos de
insetos entre os quais destacam-se: Anopheles darlinge, Aedes aegypti e Lutzoyia longipalpis.
As coletas realizadas permitiram a obtenção de uma amostra total de 964 dípteros nematoceros
capturados nas armadilhas até julho de 2016. Em 2015, de agosto a dezembro, foram capturados
169 (17,5%) e no ano de 2016, de janeiro a julho, foram capturados 795 (82,5%). A expressão
quantitativa de amostras coletadas, a partir de agosto de 2015, apresentou como saldo, 36
mosquitos em agosto (3,7%), 77 mosquitos em setembro (8%), 27 em outubro (2,8%), 18 em
novembro (1,9%), 11 em dezembro (1,1%), 267 em janeiro (27,7%), 262 em fevereiro (27,2%),
45 em março (4,7%), 43 em abril (4,5%), 95 em maio (9,9%), 35 em junho (3,6%) e 48
mosquitos em julho (5%). Em relação aos locais em que as armadilhas foram distribuídas para
a captura dos mosquitos foi observado que 654 (67%) mosquitos foram capturados no
intradomicílio e 315 (33%) mosquitos no peridomicílio. Através da análise fenotípica foram
identificadas e classificadas 45 amostras de mosquitos pertencentes à família Mycetophylidae,
um Lutzomyia longipalpis, dois Anopheles darlingi e um Aedes aegypti. Assim, do total de 964
amostras, 11 pertencia à família Psychodidae (0,1%), 45 amostras à família Mycetophilidae
(1,9%), e 908 à família Culicidae (98%). Além destas famílias, também foram capturados
alguns representantes das famílias Tipulidae e Muscidae, no entanto, só foram identificados,
não foram quantificados. Do total de mosquitos catalogados nesta pesquisa, evidencia-se
mosquitos com importância parasitológica, sendo estes dois Anopheles darlingi (0,6%), um
Aedes aegypti (0,1%) e um (0,1%) mosquito da espécie Lutzomya longipalpis sendo esse
percentual calculado a partir do total de amostras. A presença do vetor pode ter sido favorecida
pela lagoa, que serviu como criadouro para o desenvolvimento do ciclo biológico do mosquito
durante o período seco. Já no período chuvoso, ocorreu principalmente por conta da maior
disponibilidade de coleções líquidas, pequenas e de menor profundidade (valas, poças, entre
outras). Devido a sua importância epidemiológica como principal mosquito vetor da malária no
Brasil, sua presença no Campus pode se tornar um risco a comunidade acadêmica visto que o
anofelino possui comportamento antropofílico e endofílico, o que significa que estão em
contato com as pessoas nos ambientes intradomiciliares (CONSOLI; OLIVEIRA, 1994).
CONCLUSÃO: A partir desta pesquisa, pode-se comprovar a existência do mosquito
Anopheles darlingi vetor da malária no Campus. Fato extremamente importante, pois, torna o
ambiente da universidade um local potencial de transmissão da patologia, caso os mosquitos
estejam infectados com o agente etiológico da enfermidade (o plasmódio). Desta forma, é
necessário que se façam estudos contínuos para buscar entender como ocorre a distribuição e o
desenvolvimento adaptativo da espécie no ambiente da universidade, visando informar e
contribuir para o conhecimento das pessoas sobre a gravidade da doença que pode até levar à
morte. Além de planejar métodos de combate ao vetor para que se interrompa o ciclo de
contaminação pelo plasmódio, sabendo-se que o fluxo de pessoas doentes pode desencadear a
reincidência de novos casos.
PALAVRAS-CHAVE: Doenças negligenciadas, Anopheles darlingi, Malária.
APOIO: UFPI
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. – 7. ed. – Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Rev. Brasília:
Ministério da Saúde, 2008.
CONSOLI, R. A. G. B.; OLIVEIRA, R. L. Principais mosquitos de importância sanitária
no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1994.
PENNA, GERSON. Disciplina de epidemiologia, I. V. Doenças negligenciadas. Brasilia:
Ministério da Saúde, 2008. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/comissoes/cas/ap/AP_20080604_Doencas_Negligenciadas.pdf >
Acesso em: Jan. 2016.
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