ensino do desenho com apoio de vídeos

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ENSINO DO DESENHO COM APOIO DE VÍDEOS
Evandro de Morais Ramos
UFAM, Departamento de Artes
[email protected]
Rosemara Staub Barros
UFAM, Departamento de Artes
[email protected]
Resumo
Historicamente, em todas as épocas, as pessoas buscaram comunicar-se
através de imagens e sons. O sistema educacional, seja na modalidade
EaD ou presencial, também explora as imagens e sons para difundir seus
conteúdos. No caso do curso de Artes Plásticas – EaD, ministrado pela
Universidade Federal do Amazonas, temos experimentado, com êxito, a
utilização de recursos audiovisuais. Vídeos, bem preparados,
desenvolvidos por empresas especializadas, ou os do tipo “caseiro” têm
sido de muita utilidade para os estudantes universitários. É oportuno tirar
proveito dos equipamentos eletrônicos audiovisuais que estão cada vez
mais baratos e mais fáceis de serem manuseados. No Brasil, ainda é
escassa a literatura disponível sobre vídeos educativos, mas a produção
de vídeos está crescente. Porém, o uso e compartilhamento desse material
paradidático estão em alta. Conhecimentos semióticos devem estruturar
estes vídeos para que os conteúdos comunicados tornem-se agradáveis e
dinâmicos aos usuários. Portanto, é nossa intenção incentivar a produção
e uso de vídeos no ensino do desenho.
Palavras-chave: Ensino do desenho, Vídeo, EaD, TIC, Comunicação.
Resumen
Históricamente, en todas las épocas, las personas han buscado
comunicarse a través de imágenes y sonidos. El sistema educativo, sea en
EaD o presencial, también utiliza imágenes y sonidos para difundir sus
contenidos. En el caso del curso de Artes Plásticas – EaD suministrado por
la Universidad Federal de Amazonas, tenemos experimentado, con éxito,
la utilización de recursos audiovisuales. Videos, bien elaborados,
desarrollados por empresas especializadas, o los del tipo “casero” tienen
sido muy útiles a los estudiantes universitarios. Es oportuno aprovechar los
aparatos electrónicos audiovisuales están cada vez más asequibles y más
fáciles de ser manoseados. En Brasil, aún es escasa la literatura disponible
sobre los videos educativos. Pero, la producción de vídeo está creciente, el
uso y el compartir de ese material para-didáctico están en alta.
Conocimientos semióticos deben estructurar eses videos para que los
contenidos comunicados sean agradables y dinámicos a los usuarios. Por
lo tanto, es nuestra intención incentivar la producción y uso de videos en la
enseñanza de dibujo.
Palabras-clave: Enseñanza de dibujo, Vídeo, EaD, TIC, Comunicación.
1
Introdução
Inegavelmente, a melhor maneira de aprender a desenhar é contando com o máximo
apoio de um professor atencioso e bem próximo do aprendiz interessado. Mas,
geralmente, pelo menos, algum destes itens não pode ser usufruído pelo estudante.
Não é raro ocorrer que alguém pretendendo aprender a desenhar tome iniciativas
isoladas procurando em revistas e livros orientações que lhe possibilite apropriar-se,
sozinho, das técnicas e regras das diversas modalidades de desenho. Ou seja, são
estudantes que, por iniciativa própria, de maneira autodidata, não necessitam de um
professor para lhe motivar, orientar, ou cobrar lições. Vale lembrar a distinção entre
aluno e estudante: o aluno é aquele que necessita de professor, enquanto que o
estudante é independente, aprende com seu próprio esforço. Neste texto o termo
aprendiz é usado como sinônimo de iniciante.
Mas, pode ser complicado, demorado, ou estressante, que a cada dúvida, o estudante
ter que folhear diversas páginas de impressos, ou assistir vídeos, em busca de
respostas para sanar suas dúvidas.
A melhor informação é aquela que é transmitida de forma segura e imediata no
momento em que ela nos é útil para resolvermos problemas. Por isto, a presença do
professor ainda é a melhor forma de aprender. Mas, quando isto não for possível, os
recursos audiovisuais bem elaborados, podem ser o suficiente „tutor‟ desta
aprendizagem.
O processo comunicativo ocorre quando alguém passa uma informação para outra
pessoa. Aquele que emite o dado é o emissor, o que recebe é o receptor. Os dados
são transmitidos do emissor para o receptor através de algum meio de comunicação
(internet, papel, ar, DVD, telefonia, CD, cabos, etc.).
No processo educativo é priorizada a comunicação oral seguida da comunicação
escrita, as imagens e sons também são utilizadas para complementar o
esclarecimento de determinados assuntos.
Na comunicação presencial, favorecida por ser síncrona, aqueles que almejam
comunicar algo, podem fazer uso da voz (com suas distintas entonações), movimentos
de partes do corpo (membros, mão, expressões faciais), entre outros gestos. Como
reforço pode valer-se de recursos visuais e/ou sonoros. Ou seja, para que a
comunicação seja eficiente, quanto mais sentidos forem acionados, mais eficiente e
duradoura será a comunicação.
O sucesso do processo educacional depende do nível comunicativo nos
pronunciamentos dos conteúdos. Ou seja, para cada assunto apresentado é
necessário que o educador seja profundo conhecedor do que é explanado e, utilize
recursos didáticos adequados.
Por outro lado, a comunicação não-presencial, ou „mediada‟, aquela que
necessita de meios eletrônicos para que a mensagem seja transportada até o
receptor, requer cuidados e habilidades específicas para ser eficiente. Estes cuidados
para com as comunicações são muito valorizados no processo educacional, seja no
presencial ou mediado.
Principalmente em EaD, onde os conteúdos são expostos por palavras escritas e
figuras. Ou seja, sem o apoio das expressões corporais que muito contribuem na
comunicação presencial, a escritura dos textos devem ser claras e objetivas para
evitar mal-entendidos e consumo demasiado de tempo.
Para ilustrar essa afirmação, imagine quantas páginas de textos e fotos serão
necessárias para que um professor possa ensinar um aluno (não presencial) a realizar
um desenho do rosto humano, ou representar a perspectiva de uma casa. Por isso,
temos presenciado professores que atuam com EaD trocando, entre si, pequenos
vídeos, de autoria própria, com esses conteúdos – trocando informações.
O desenho é a representação gráfica da forma. Considerando que estamos
tratando do curso de licenciatura em Artes Plásticas, área de estudo em que, por
excelência, privilegia as representações gráficas. Presenciamos rotineiramente, os
alunos exercitarem com satisfação e ansiedade os efeitos das expressões gráficas em
seus trabalhos acadêmicos.
Este texto não tem a intenção de ensinar técnicas de elaboração de audiovisual.
Temos sim, a finalidade de motivar os educadores a utilizar e, principalmente,
produzirem seus próprios audiovisuais para apoios didáticos no ensino do desenho. O
conteúdo deste texto foi desenvolvido com base em leituras, observações e
experimentações vivenciadas pelos autores em atuações no ensino do desenho, nas
expressões gráficas: desenho geométrico, geometria descritiva, desenho artístico,
desenho de modelo vivo, criação da forma bidimensional, criação da forma
tridimensional, xilogravura, pintura e introdução à fotografia ministrados em cursos
presenciais e em cursos na modalidade EaD.
2
Audiovisuais didáticos
A preocupação do Educador ao fazer uso de audiovisuais reside no fato de fazer
escolhas segundo os objetivos didáticos que se deseja alcançar. Hernández chama o
emprego desse tipo de material audiovisual na educação de ‘uso educativo do vídeo’.
Os audiovisuais classificados como vídeos educativos trazem, desde seu
planejamento, passando pela produção até sua pós-produção, um caráter pedagógico.
O uso educativo do vídeo reclama por uma metodologia de análise e crítica de seu
conteúdo relacionado ao tema que se esteja estudando (HERNÁNDEZ).
Este mesmo autor considera, ainda, que o vídeo educativo é então, aquele que
carrega a intenção e o tratamento orientado a um enfoque informativo ou formativo,
cuja finalidade é complementar processos de ensino-aprendizagem.
No caso de EaD, ao produzir e utilizar um vídeo educativo, deve-se ter em mente
que esse tipo de material deve servir como um meio de comunicar conteúdos no
processo ensino-aprendizagem planejado com a intenção de substituir a figura do
professor. Deve conseguir alcançar ser uma eficaz ferramenta de instrução. O vídeo
reclama por metodologias estruturadas com o intuito de promover a construção de
conhecimento (LOPES, 2009).
Hernández apresenta sete tipologias de vídeos educativos. Destacaremos cinco: o
primeiro são os vídeos científicos, também conhecidos como documentários. Em geral
abordam temas dos mais diversos com um aprofundamento científico. O segundo tipo
são os vídeos didáticos, objetivam o desenvolvimento do processo ensinoaprendizagem. Funcionando como ferramenta pedagógica para a construção do
conhecimento. Diferentemente dos vídeos didáticos, os vídeos pedagógicos,
funcionam como base para a formação, possuindo uma ênfase particular em questões
filosóficas ou para o desenvolvimento de habilidades diversas. O quarto tipo de vídeo
educativo é o vídeo social, que tem como principal característica o tratamento de
temas sociais de interesse de uma coletividade.
O vídeo-arte, ou vídeo como forma de expressão, explora as possibilidades
criativas da imagem. Vai desde a manipulação imagética, passando pela pesquisa no
campo do tratamento da linguagem visual, até a criação de novas formas de
expressão.
Deve-se preferir utilizar imagens e sons que sejam carregados de simbolismos,
isso facilita o entendimento do conteúdo e apraz aos usuários, além de qualificar o
produto final.
3
Equipe de trabalho e equipamentos
Temos presenciado que para esta modalidade de vídeo, é comum a equipe de
trabalho ser formada por dois ou três indivíduos. Estes, dentro de suas limitações,
realizam as diversas atividades para toda a produção do vídeo – atividades que vão
desde o planejamento à pós-produção: roteirista, maquiador, direção, eletricista,
iluminador, operador de câmera, operador de som, edição, etc.
De modo geral, estas iniciativas são de grupos de estudos formados por
educadores de universidades. Estes produtores não têm a intenção de desenvolver
vídeos com nível profissional, muito menos, tem a intenção de comercializar esse
produto. O objetivo é registrar, para divulgar depois, conteúdos de seus
conhecimentos na busca de facilitar o aprendizado de seus alunos. Inclusive e,
principalmente, pretendendo suprir a ausência do instrutor.
No caso de nossa experimentação, para atender necessidades da licenciatura em
Artes Plásticas - EaD, no início do ano 2008 optamos pela criação de uma equipe de
trabalho que pudesse desenvolver vídeos com explicações para o ensino do desenho.
Por este motivo, tomamos a iniciativa de realização de oficinas com o objetivo de
capacitar pessoas para atender as diversas necessidades no desenvolvimento dos
audiovisuais úteis às expressões gráficas anteriormente citadas.
Para isso, foram realizados treinamentos de uso de comandos em softwares
apropriados para captura e edição de vídeo e áudio. Inicialmente, para uma turma de
doze estudantes universitários. A intenção é que estes transmitam estas habilidades a
outras pessoas que possam e queiram contribuir nestas atividades.
Principalmente para os alunos, estes demonstram entusiasmo durante todas as
fases do processo. Como consequência, a determinação dessas equipes tem
conseguido tornar o Departamento de Artes da UFAM uma referência para produções
desta natureza, simultaneamente os alunos aperfeiçoam habilidades, expandem
conquistas, ocupam os novos postos de trabalho e, elevam sua auto-estima.
Ainda é comum o pensamento de que a captura e edição de vídeos é uma
atividade complexa e cara. Nesse caso, neste momento, o desafio é desmistificar esse
conceito.
Quanto aos equipamentos, foram utilizados microcomputadores, microfones,
filmadoras digitais, mesa de som, e um estúdio de música equipados com tratamento
acústico e iluminação adequada, disponíveis no Departamento de Artes da UFAM.
Deste modo, montamos ambientes suficientemente equipados e uma da equipe de
trabalho qualificada e motivada.
Estes vídeos, por cobiçarem serem tão úteis, foram produzidos com boa qualidade
- tanto nos conteúdos quanto nas imagens e nos sons.
Mas este recurso não é recente. De acordo com a história, foram os militares que
introduziram os audiovisuais no processo de treinamento profissional. Mas, como era
previsível, a cada dia, o sistema educacional se apropria e amplia o uso desse
recurso.
Para EaD esta é, então, mais uma maneira de levar informações a grupos de
estudos que se encontram em regiões longínquas ou de difícil acesso. Esta é uma das
missões da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) – que através do Centro de
Educação a Distância (CED) promove cursos de formação superior para todos os
municípios da gigantesca Amazônia brasileira.
No Amazonas, o uso planejado das tecnologias da informação e da comunicação
(TIC) tem contribuído para com o processo de formação pessoal e profissional na
educação. Principalmente para os povos da selva, essa iniciativa está melhorando a
qualidade de vida. Nessa região, a internet já existe, mas de forma muito precária. Por
isso, o vídeo gravado é mais útil do que as teleconferências.
Planejar e construir material didático demanda trabalho e tempo, mas ao mesmo
tempo facilita o ato de ensinar e, consequentemente, de aprender. Entretanto, como
recompensa por tal esforço, tanto os professores quanto os alunos ganham tempo – e,
como diz um provérbio popular: “tempo é dinheiro”.
Quando for possível, devem-se envolver os estudantes durante o planejamento e
construção de vídeos educativos. Pois, como consequência, esta participação direta
na produção e, depois no uso de vídeos desse tipo levará os atuais alunos a serem
futuros educadores a produzirem seus próprios vídeos. Esta será uma positiva
experiência que poderá gerar uma legião de educadores produtores de seu próprio
material didático.
É necessário considerar que os audiovisuais são formados por imagens e sons
realistas. Tão parecidas com a realidade que em diversos momentos estes vídeos
devem servir para simular a presença do professor que explica conteúdos aos
estudantes. Por isso, devem ser bem elaborados. Com comodidade, os estudantes
poderem assistir, e quantas vezes quiserem, e nos momentos de sua preferência, as
explicações contidas em vídeos. Mas, sabe-se que a explicação presencial do
professor é melhor ainda.
Vídeos amadores são produzidos a baixo custo. Para que o vídeo seja atraente o
assunto deve ser de interesse do usuário e apresentado de maneira fascinante. Para
isso, devem-se empregar trilhas sonoras com sons estimulantes, imagens atraentes,
efeitos de transições adequados, frases de efeito, entre outros estímulos audiovisuais.
Com esses estímulos pode-se reter a atenção do usuário durante tempo mais
prolongado. Ang (2007) considera que “Som de boa qualidade é vital para o sucesso
de um filme, e ele depende de habilidades de discernimento e competência técnica, do
mesmo modo que o elemento visual”.
Para que todo esse esforço obtenha êxito, é necessário que seja guiado por um
bem elaborado planejamento pedagógico. Conhecedor deste assunto, Salinas (1999)
apud Ramos (2005), ao comentar sobre a introdução das TIC no setor educativo,
opina que é necessário promover mudanças nos usuários da informação, mudanças
nos cenários de aprendizagem, mudanças nos modelos e concepções.
De acordo com Freire (1999), ensinar não é transferir conhecimento, porém criar
possibilidades para sua própria produção ou sua construção.
4
Afetividade na Educação
Para reter a atenção do estudante, em qualquer modalidade de ensino, o elemento
„afetividade‟ pode fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso. A aprendizagem
está associada à cumplicidade do aluno naquilo que é comunicado. Criar condições
propícias ao aprendizado significa que o aluno confia que o professor tem a finalidade
facilitar a compreensão de conteúdos. Com isso, sua mente fica aberta ás informações
e ao diálogo. Em decorrência, o estudante aprende com satisfação. Desse modo, é
recomendável que nesses vídeos, os alunos devem sentir laços afetivos com o
instrutor.
Rossini (2001) comenta que efetivar as diversas relações em sala de aula é
oferecer oportunidade para que a afetividade seja elemento presente no contexto,
fortalecendo os vínculos sociais e facilitando o acontecer pedagógico, através de um
clima de satisfação, confiança e liberdade; pois “aprender deve estar ligado ao ato
afetivo, deve ser gostoso, prazeroso”.
Ballone (2003) considera que:
A afetividade compreende o estado de ânimo ou humor, os
sentimentos, as emoções e as paixões e reflete sempre a capacidade
de experimentar sentimentos e emoções. A Afetividade é quem
determina a atitude geral da pessoa diante de qualquer experiência
vivencial, promove os impulsos motivadores e inibidores, percebe os
fatos de maneira agradável ou sofrível, confere uma disposição
indiferente ou entusiasmada e determina sentimentos que oscilam
entre dois polos, a depressão e a euforia.
Por isso, consideramos que a produção de vídeos com conteúdos destinados ao
aprendizado do desenho, entre as demais expressões gráficas, simultaneamente, tem
facilitado a vida produtiva do professor e dos alunos.
5 Disciplinas experimentais
Principalmente as disciplinas consideradas „experimentais‟ são as que mais podem
tirar proveito de explicações através de vídeos. Por isto, é preferível realizar a
gravação de vídeos demonstrando os diversos movimentos e detalhes das mãos que
desenham as formas, como manuseiam os equipamentos e substâncias, os
movimentos corporais empregados durante a construção dos desenhos, entre outros.
Para experimentar, registramos e disponibilizamos aos alunos do curso de
licenciatura em Artes Plásticas - EaD vídeos com explicações complementares às que
estavam registradas no material impresso que estudavam em disciplinas como
desenho geométrico, geometria descritiva, desenho de modelo vivo, entre outras.
Com efeito, os alunos revelaram que tais vídeos eram muito mais esclarecedores
que o material impresso e, que, agora, estavam mais seguros e confiantes no que
haviam estudado e experimentado. Disseram que era muito complicado entender
alguns conteúdos, com linguagem específica, com os quais jamais haviam tido algum
contato. Ou seja, aprenderam mais e, com mais confiança através dos vídeos do que
com o material impresso. Alem disso, podiam assistir quantas vezes desejassem e, no
momento que for mais conveniente. Outra vantagem foi ouvir pronúncias corretas de
palavras estrangeiras.
Vivemos na época em que os estudantes estão mais exigentes quanto à forma de
ensinar e aprender, só a palavra do professor e o livro texto não bastam. Maria Cecília
Martinsi ao explanar sobre a Integração de materiais e mídias diversificadas na prática
educacional comenta que: “No desencadeamento da prática educacional, destaca-se
também a integração de materiais e mídias diversificadas para que os alunos possam
interpretar e dar respostas ao que acontece no mundo que os cerca”. Essa é uma
oportunidade para que o professor seja um profissional mais flexível, disposto a
introduzir em suas aulas novas ferramentas de ensino e aprendizagem.
Escolas como o SENAI empregam, a muito tempo, vídeos com qualidade
profissional para ensinar, por exemplo, leitura e interpretação de desenho técnico
mecânico.
As tecnologias da informação e da comunicação (TIC) são aliadas do educador, a
maioria destes já sabe disso, mas ainda não conseguiu usufruir de todo seu potencial.
Produzir seu próprio material didático é um orgulho e desafio para o educador
comprometido - ser capaz de produzir e não, apenas consumir a produção alheia - é
sobre essa necessidade de produzir seu próprio material que José Manuel Moran
afirma que: “A tendência é que cada um possa ser também produtor e não só
receptor”.
6
Conclusão
Deve-se considerar que, na atualidade, os estudantes não mais aceitam ficar
“copiando do quadro”. Os educadores já sabem disso, mas por lhe ser mais cômodo,
alguns procuram não levar isso em consideração. Por outro lado, esses estudantes,
percebem o grau de habilidade e de interesse de cada um de seus professores.
Ao comparar as vantagens e as desvantagens consequentes da produção e uso
de audiovisuais como recurso didático - como resultados finais são contabilizados
esforços mentais, financeiros e físicos momentâneos – entretanto, proporcionam
comodidade e progresso por tempo indeterminado.
Como educadores, nossa meta deve sempre ser facilitar a aprendizagem. Por
isso, o desenvolvimento desses vídeos tem como intenção descomplicar o processo
de construção do conhecimento no estudo das diversas expressões gráficas.
Reduzimos ao mínino as teorias, nosso objetivo é tornar a aprendizagem fácil, objetiva
e agradável.
Por fim, é oportuno lembrar que, não faz muito tempo que se questionou sobre a
possibilidade de os computadores chegarem a substituir o professor. Do mesmo modo
pode-se afirmar aqui que os vídeos têm forte valor comunicativo e explicativo no
ensino do desenho. Entretanto, sabe-se do inestimável valor que tem a „presença do
mestre‟ seja no ensino do desenho, ou em outras áreas do conhecimento. Aquele que
orienta as idéias do aprendiz no mesmo momento da dúvida e, que tem a iniciativa de
propor novas soluções - coisas que não cabem aos computadores nem aos vídeos.
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