COOP-Coordenação de Pós Graduação e Pesquisa Pós Graduação em Enfermagem do Trabalho1 SUPERVISÃO DE ENFERMAGEM NO USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Márcia de Paula² Claudemir Santos de Jesus³ RESUMO Este estudo cujo a temática é a supervisão de enfermagem no uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é uma forma ambígua de instrumento, pois atua no autocuidado e no cuidado prestado aos pacientes, portanto a partir de sua utilização consegue-se evitar numerosas doenças oportunistas existentes mo meio intra e extra-hospitalar. O objetivo deste estudo foi investigar e descrever a supervisão de enfermagem no uso de equipamentos de proteção individual. Trata-se de um estudo exploratório, de abordagem qualitativa, que teve como cenário a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), utilizamos a temática: equipamentos de proteção Individual e EPIs versus a enfermagem. A equipe de enfermagem como um todo pode correr riscos no ambiente de trabalho com a relação do não uso dos EPIs, justificando a sua utilização em virtude dos grandes riscos que os trabalhadores estão expostos, a proposta da educação continuada é uma peça fundamental para pôr fim as ideias equivocadas sobre a necessidade e a eficácia dos EPIs. Palavra chaves: 1. Revisão. 2. Enfermagem do Trabalho. 3. Supervisão de Enfermagem. ABSTRATIC Keywords: 1. Review. 2. Occupational Health Nursing. 3. Nursing, Supervisory. _______________________________________________________________ INTRODUÇÃO Os ambientes laborais que são desenvolvidas as atividades ligadas com os profissionais de enfermagem são locais insalubres, onde são admitidos vários pacientes com inúmeras patologias, onde há necessidade de realizar procedimentos que podem gerar danos à saúde dos profissionais, uma vez que a profissão é responsável pela prestação de cuidados adequados, promoção do ambiente seguro e preservação da saúde dos enfermos.1 A motivação para a escolha da temática que versa sobre os equipamentos de proteção individual (EPIs) vem da atuação de 14 anos como profissional de enfermagem no ramo da indústria, e durante este período pude observar que os profissionais não estão se precavendo. Os profissionais de saúde precisam adotar uma postura segura em relação ao uso dos EPIs, muitos destes não utilizam e ficam expostos a materiais contaminados, colocando em risco a sua própria vida e a saúde dos pacientes quando estão prestando cuidados a eles. De acordo com a Norma Reguladora (NR) 6, os equipamentos de proteção individual são considerados como todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador.2 As vantagens da prática de uso dos EPIs são inquestionáveis, indo desde a redução de acidentes de trabalho até a redução de custos associados ao tratamento e afastamento de profissionais por doenças ocupacionais. A relevância da pesquisa baseou-se na necessidade de abordar a importância do uso dos EPIs, e os riscos no ambiente laboral, tendo em vista que muitos profissionais não utilizarem ou utilizarem de maneira erronia os EPIs, colocando em riscos sua vida e as do próximo, diante desta oportunidade deixo este estudo como contribuição voltada para o ensino de pós-graduação para o acréscimo ao conhecimento. METODOLOGIA Para a realização deste trabalho científico do tipo exploratório, bibliográfico com análise integrativa, qualitativa, com perspectiva de compreender o universo simbólico que permeia na supervisão de enfermagem no uso de EPI. A base de dados escolhida para este estudo foi a Biblioteca virtual de saúde, através de revisão de literatura nacional relacionada a temática, cuja as fontes foram: equipamentos de proteção individual e EPI versus enfermagem, e a partir desta busca na BVS foram encontrados 281 artigos. Foi adotados como critérios de inclusão de artigo compatíveis com a temática atribuída e publicada nos anos de 1995, 2000 à 2013 e excluídos aqueles que não se adequaram ao tema e que foram publicados em anos anteriores à 2000, considerando a relevância de um livro do ano de 2004 e uma Lei do Diário Brasileiro da União, a partir destes, selecionamos 10 artigos para compor a bibliografia deste artigo. ÍNDICE DE REFÊRNCIA Nº DE PUBLICAÇÕES % LILACS 2 18 % SCIELO 5 45 % OUTROS 4 36 % TOTAL 11 100 % TABELA 1- Base de dados indexados em que foram pesquisados só artigo Os artigos utilizados para a composição deste trabalho científico com base de dados na LILACS (Sistema Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciência da Saúde) foram 2 com a temática: Acidentes de trabalho em ambiente hospitalar e riscos ocupacionais para os profissionais de enfermagem e Elaboração e implementação do mapa de riscos ambientais para a prevenção de acidentes de trabalho em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário, que corresponde à 18%. Os artigos com índice de referência na Scielo (Scientific Eletronic Library Online) foram 5 com a temática: Estudos sobre acidentes de trabalho com exposição aos líquidos corporais humanos em trabalhadores da saúde de um hospital universitário, Acidentes com material biológico e vacinação contra hepatite B entre graduandos da área da saúde, Biossegurança em DST/AIDS: condicionantes da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções, Uso de equipamentos de proteção individual pela equipe de Enfermagem de um hospital municipal, que corresponde à 4518%. O uso de equipamentos de proteção individual e a prática da equipe de enfermagem no centro Cirúrgico. Outro conteúdo literário foi o livro de Segurança e Medicina do Trabalho e por fim a Lei n° 8974 de Biossegurança Brasileira. CATEGORIA ARTIGO ORIGINAL TEMÁTICAS DO ESTUDO TITULO - A CIDENTES DE TRABALHO EM AMBIENTE HOSPITALAR E RISCOS OCUPACIONAIS PARA OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM . - ACIDENTES COM AMTERIAL BIOLÓGICO E VACINAÇÃO CONTRA HEPATIE B ENTRE OS GRADUANDOS DA ÁREA DE SAÚDE. - ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - BIOSSEGURANÇA EM DST/AIDS: CONDICIONANTES DA ADESÃO DO TRABALHADOR DE ENFERMAGEM ÀS PRECAUÇÕES. - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E BIOSSEGURANÇA HOSPITALAR - UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM DA UNIDADE CLÍNICOCIRÚRGICA. REVISÃO DE LITERATURA - ACIDENTRES DE TRABALHO EM AMBIENTE HOSPITALAR E RISCOS OCUPACIONAIS PARA PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM. LIVRO - MANUAIS DE LEGISLAÇÃO: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO LEI - LEI DA BIOSSEGURANÇA BRASILEIRA. DIÁRIO BRASILEIRO DA UNIÃO. PESQUISA DE CAMPO - USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL MUNICIPAL. TABELA 2 – Temática dos estudos. No quadro supra citado temos como categoria cinco artigos originais sendo eles relacionados com acidentes de trabalho são eles: acidentes de trabalho em ambientes hospitalar e riscos ocupacionais para profissionais de enfermagem; acidentes com material biológico e vacinação contra hepatite B entre os graduandos de enfermagem da área de saúde; elaboração e implantação do mapa de risco ambientais para prevenção de acidentes de trabalho em uma unidade de terapia intensiva; Biossegurança em DST /AIDS : condicionantes da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções; Equipamentos de proteção individual e biossegurança hospitalar; A utilização de equipamento de proteção individual pela equipe de enfermagem da unidade clínico cirúrgica. Na categoria como revisão de literatura temos o artigo de tema: acidentes de trabalho em ambiente hospitalar e riscos ocupacionais para profissionais de enfermagem. Na categoria de livros temos o atlas de medicina e segurança do trabalho; temos também a Lei da Biossegurança Brasileira e por fim pesquisa de campo com o título: uso de equipamento de proteção individual pela equipe de enfermagem de um hospital municipal. DISCUSSÃO Os profissionais de enfermagem são responsáveis prestação de cuidados aos pacientes e por promoverem e preservarem a saúde dos mesmos 3. Que durante o exercício da profissão poderá haver contato físico com materiais e equipamentos contaminados e com substancias tóxicas, podendo submeter á riscos de doenças infecto-contagiosas e de acidentes laborais, que por sua vez é considerado um ambiente insalubre por admitir pacientes com diversas patologias e utilizar procedimentos que podem gerar danos à saúde dos profissionais 4. O enfermeiro na atribuição de seus serviços como um profissional deverá fazer o papel de educador, detectando problemas que possam ser nocivos e procurar corrigi-los, orientando e promovendo um ambiente de trabalho mais seguro. Entre os profissionais da área da saúde, os trabalhadores da enfermagem são expostos a variados riscos, causados por agentes químicos, físicos, biológicos, psicossociais e ergonômicos5. Os riscos ocupacionais que a equipe de enfermagem se expõe relacionam-se em maior número, ao contato direto com pacientes (presença de sangue, secreções, fluídos corporais por incisões, sondagens e cateteres por incisões, sondagens e cateteres por incisões, sondagens e cateteres). Daí a importância da orientação e educação destes profissionais em controlar os agentes de riscos, utilizar os EPIs e participar dos controles administrativos, programas de exames médicos e sempre adotar medidas de segurança 6 A enfermagem executa trabalhos em diversos locais, porém são os hospitais que encontram o maior número de profissionais, e neste que podem produzir alterações leves, moderadas e graves. Os principais EPIs que são mais utilizados na cabeça são máscaras, óculos de proteção, gorro, estes são utilizados para evitar o respingo de sangue e outros fluídos corpóreos nas mucosas da boca, do nariz e dos olhos dos profissionais, o capacete facilita a proteção à cabeça contra agentes meteorológicos e trabalhos em locais confinados, impactos provenientes de quedas ou na projeção de objetos, queimaduras, irradiação solar e choque elétrico, para a proteção auditiva utilizase o protetor auricular tipo concha em locais com ruídos excessivos, para proteção respiratória encontra-se disponível o purificador de ar descartável, o com filtro e o de adução de arque é a máscara autônoma. Para a proteção dos membros superiores utiliza-se de luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores devem se usados em trabalhos em que haja perigo de lesões provocadas por:, cortantes materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes; produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos, solventes orgânicos e derivados de petróleo; materiais ou objetos quentes; choque elétrico; radiações perigosas; frio; agentes biológicos. Proteção para os membros inferiores: botas, sapatos fechados. Proteção para o tronco: aventais, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em que haja perigo por lesões provocadas por riscos radioativos, biológicos e químicos7. Segundo a Norma Regulamentadora (NR) 6, aprovada pela portaria nº3214 de 8 de junho de 1978, EPI é todo dispositivo destinado a proteger à saúde e a integridade física do trabalhador e afirma que a empresa é obrigada à fornece-los aos empregados gratuitamente e responsabiliza o empregador a realizar treinamentos sobre a sua utilização.2 Para não pôr em risco a saúde do trabalhador é preciso seguir as exigências das precauções padrões, estas são definidas como um conjunto de medidas preventivas que devem ser adotadas por todos os profissionais de saúde para prevenção de doenças causadas por patógenos veiculadas pelo sangue2,8, também estão incluídas a lavagem das mãos, cuidados na manipulação de instrumentos e materiais cortantes e de punção, cuidados com ambientes e equipamentos, com roupas e campos de uso nos pacientes, vacinação e o uso de EPI’s9 . Todos devem conhecer estas precauções e colocá-las em prática, pois sua adoção é fundamental no atendimento a todos os pacientes independentemente a sua doença ou do conhecimento de sua infecciosidade 8. Os principais equipamentos que fazem parte da prática profissional de enfermagem podem ser assim descritos: máscara para proteção respiratória; óculos para amparar os olhos contra impactos, radiações e substâncias; luvas para proteção contra riscos biológicos e físicos; avental ou capote descartável e gorro para evitar aspersão de partículas dos cabelos e do couro cabeludo no campo de atendimento. Todos esses EPI’s são utilizados para prevenir o usuário de adquirir doenças em virtudes do contato profissional – paciente e contra riscos de acidentes de trabalho visando à conservação da própria saúde10,11. Pode-se dividir os equipamentos de proteção individual por áreas, como proteção para a cabeça, proteção para os membros superiores, proteção para os membros inferiores, proteção para o tronco, proteção da pele, proteção respiratória. A utilização inadequada dos EPIs tem gerado inúmeros problemas disciplinares, provocando agressões à saúde do trabalhador, como: dermatites de contato, dermatites irritativas por atrito, calosidade e desconforto, é importante que o trabalhador seja orientado quanto ao devido modo de utilização, higiene e manutenção do EPI, assim como os efeitos adversos oriundos da má utilização e os riscos gerados pela ausência do uso 7,11. Para a devida adesão ao uso dos EPI’s cabe ao enfermeiro com a educação continuada difundir as informações e treinamento adequado aos profissionais adotar medidas cabíveis para minimizar os riscos de acidentes ocupacionais e por fim a idéias equivocadas sobre a necessidade e a eficiência dos EPIs e assim promover a saúde e o bem estar dos trabalhadores. Portanto deve existir uma concentração de esforços e recursos para o reconhecimento dos riscos no ambiente de trabalho, sendo importante destacar a aplicação de treinamentos constantes e conscientização de práticas seguras, para o aumento da adesão, além do fornecimento de forma contínua e adequada dos EPI’s para promover a saúde dos funcionários e pacientes. CONCLUSÃO Concluímos a ocorrência no presente estudo que o trabalho desenvolvido pelos enfermeiros, expõe o profissional a inúmeros fatores que podem levar a ocorrência de exposição ocupacional por agentes biológicos durante a prestação da assistência, devido à complexidade do serviço. Este estudo torna-se importante pois permite o conhecimento sobre a sua utilização, higiene e manutenção para a prevenção de possíveis agressões à saúde do trabalhador como: dermatites, calosidades entre outros, quando utilizados de forma inadequada e/ou incorreta. Torna se um desafio para todos os envolvidos neste cenário, pois a doção destas medidas, visam a mudança de estratégias para a prática segura de trabalho. Salientamos que estas mudanças não é uma tarefa fácil e necessita de esforços conjuntos com os próprios trabalhadores na promoção da saúde e prevenção de seus agravos. Logo a força de esforços em equipe, junto com o treinamento de boas práticas seguras devem ser promovidas para a promoção de saúde dos trabalhadores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Muradian LBA. Equipamentos de proteção individual e coletiva. In: Hirata MH; Mancini FJ. Manual de biossegurança: Manole, 2004.16 2- Atlas. Manuais de legislação: segurança e medicina do trabalho.54. Ed.São Paulo: atlas 2004. 3- Sêcco IAO; Gutierrez PR; Matsuo T. Acidentes de trabalho em ambiente hospitalar e riscos ocupacionais para os profissionais de enfermagem. Semina: ciências biológicas e da saúde. Londrina, V.23; p.19-24; Jan./dez. 2002. 4- Balsamo AC; Felli VEA. Estudo sobre os acidentes de trabalho com exposição aos líquidos corporais humanos em trabalhadores da área da saúde de um hospital universitário. Rev. Latina Americana de enferm. Ribeirão Preto, V.14, n. 3, p.346-53, maio/jun. 2006 5- Gir E; Caffer NJ; Malagute SE; Canini SRMS; Hayashida M; Machado AA. Acidente com material biológico e vacinação contra hepatite B entre graduados da área de saúde. Rev. Latino Am. Enferm. 2008; 16(3): 4016. 6- Nishide VM; Benatti MCC. Elaboração e implantação do mapa de riscos ambientais para prevenção de acidentes de trabalho em uma unidade de terapia intensiva. Rev. Esc. Enferm. USP; São Paulo, v.38; n.4; ago. 2004.V 7- Instituto Oswaldo Cruz. Departamento de ensino. IOC (online). Rio de Janeiro, Brasi;l 2009. (capturado em 27de abril de 2013) disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?hl=pt&q=cache:2YOw8h HIcxQJ:http://www.redentor.inf.br/arquivos/pos/publicacoes/14032013TC C%2520Shirley%2520Maria%2520de%2520Oliveira.pdf%2BVitari+FC.+E quipamentos+de+prote%C3%A7%C3%A3o+individual+:+trabalho+com+ seguran%C3%A7a&gbv=2&ct=clnk 8- BRASIL. Ministério da ciência e tecnologia. Lei nº 8974 de 5 de fevereiro de 1985. Lei da Biossegurança da Brasileira. Diário Brasileiro da União, Brasília, 1995. 9- Gir E, Takahashi RF, Oliveira MA, Nichiata LYI, Ciosak SI. Biossegurança em DST/AIDS: condicionantes da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções. Rev. Esc. Enferm. USP. 2004; 8(3): 245-3. 10- Vasconcelos BM, Reis ALRM, Vieira MS. Uso de equipamentos de proteção individual pela equipe de enfermagem de um hospital do município de Coronel Fabriciano. Rev. Enferm. Integrada - Ipatinga. Unileste - MG. 2008; 1(1). 11- Bezerra VNP; Pereira MLD. Utilização de equipamento de proteção Individual pela equipe de enfermagem da unidade clínico-cirúrgica. Rev. RENE. Fortaleza, V.5, p.56-61, Jan./jun.2004.