QUALIDADE DO HABITAT INFLUENCIA NA FAUNA DE INSETOS

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64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
QUALIDADE DO HABITAT INFLUENCIA NA FAUNA DE INSETOS DO
DOSSEL DE Byrsonima sericea (MALPIGUIACEAE) e Mabea fistulifera
(EUPHORBIACEAE)
Raquel L. Carvalho ¹ *; Barbara C. Barbosa³ ; Diego V. Anjos Silva¹; Roberth Fagundes ¹ ²; Sérvio P.
Ribeiro ¹
(1) Universidade Federal de Ouro Preto; (2) Universidade Federal de Uberlândia (3) Universidade Federal de Minas
Gerais *[email protected]
Introdução
De acordo com a história de vida, as espécies vegetais
das florestas tropicais têm sido categorizadas em dois
grupos: (i) pioneiras, que demandam luz ou de início de
sucessão, o caso de Mabea fistulifera e (ii) persistentes,
tolerantes à sombra ou de sucessão tardia, o caso de
Byrsonima sericea. Teorias correntes sobre as interações
inseto-planta sugerem que espécies de plantas com
diferentes histórias de vida exibem características
variadas de defesa ao ataque de herbívoros².
Neste estudo avaliamos as diferenças entre duas
espécies de planta hospedeira através do contraste entre
as faunas de insetos das ordens de coleóptera e
hemíptera (herbívoros, logo diretamente afetados pelas
plantas). Partimos da hipótese de que a riqueza e
abundância de espécies é maior em Mabea, e a
composição de espécies também é diferente, com mais
espécies exclusivas em Byrsonima sericeae.
Figura: População de Byrsonima sericea na borda com
lagoa.
Conclusões
A qualidade do habitat é um fator determinante da riqueza
e abundância de insetos,independente da estação. A
diversidade média de hemípteras e coleópteras por copa
é mais afetada pelo tipo de habitat, do que pelas
espécies hospedeiras, enquanto que a composição de
hemípteras e coleópteras é determinado pelas espécies
hospedeiras.
Metodologia
A amostragem foi realizada em fevereiro e setembro de
2011 e 2012 (estações seca e chuvosa) em espécies de
planta: Mabea fistulifera e Byrsonima sereiceae,
Utilizou-se da técnica de batimento em ramos e folhas
com auxílio do guarda chuva entomológico, aplicada a 15
árvores por espécie.
Resultados e Discussão
M. fistulifera apresentou 295 indivíduos (média ± desvio
padrão: 4,93±6,33 por árvore/coleta) de 85 espécies
(2,93±2,91) de Coleoptera e Hemiptera enquanto B.
sericea apresentou 392 indivíduos (6,55±6,86) de 72
espécies (3,08 ± 0,30). As espécies de planta
apresentaram semelhante abundância e riqueza de
hemípteros e coleópteros associados (Teste t:
abundância: t=1,67; gl=118; p=0,09; riqueza: t=0,64;
gl=118; p=0,52). Porém, a composição de espécies foi
diferente (Q=6,7; p<0,01). Ambas as espécies
compartilharam 9 espécies, mas M. fistulifera apresentou
38 espécies exclusivas e B. sericea apresentou 36. A
fauna associada a M. fistulifera é caracterizada por
espécies de apenas uma família de Coleoptera, a
Crysomellidae, enquanto que váras espécies de
diferentes
famílias
caracterizam
B.
sericea.
Chrysomellidae é uma família que possui espécies
adaptadas a lidar com o látex, uma defesa contra
herbivoria evoluída por M. fistulifera.
Agradecimentos
Fapemig, CNPq e Prograd
Referências Bibliográficas
¹Strauss, D., & Bazzaz, S.F.A. 1996. Phothosintetic
characteristics of tropical trees along successional gradients. In:
Tropical Forest Plant Ecophysiology., 162-186.
².Coley, P.D. 1983. Herbivory anddefensive characteristics of tree
species in a lowland tropical forest. Ecol. Monogr., 53: 209-233
Ribeiro, S.P., Fernandes, G.W. 2000. Ecologia das Interações
Entre Insetos e Plantas No Cerrado: Teoria e Hipóteses de
Trabalho.
³Schowalter, T.D., Hargrove, W.W. & Crossley-Jr, D.A. 1986.
Herbivory in forest ecosystems. Annual Reviews Entomology.,
31: 177-196.
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