Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ECONOMIA
PÓS-GRADUAÇÃO
TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº09/2007
APORTES DA ECONOMIA INSTITUCIONAL E DA
PSICOLOGIA COGNITIVA: HÁBITOS E COSTUMES NA
CONSTRUÇÃO DA ESCOLHA E DO COMPORTAMENTO
DOS AGENTES ECONÔMICOS
Carla Estefanía Albert
Marcelo Pereira de Quadros
Izete Pengo Bagolin
Porto Alegre
2007
Campus Central
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“Aportes da Economia Institucional e da Psicologia Cognitiva: hábitos e costumes
na construção da escolha e do comportamento dos agentes econômicos”.
Carla Estefanía Albert1
Marcelo Pereira de Quadros2
Izete Pengo Bagolin3
“Institutionalism is a relation of man to man”
John R. Commons. Institutional Economics.
American Economic Review, vol. 2 (1931), pp. 648-657.
Resumo
As escolhas econômicas dos indivíduos são recorrentemente explicadas por conceitos
tais como racionalidade, utilidade, maximização, etc. Há na vertente da economia
institucional uma fonte vasta de teóricos que, valendo-se da multidisciplinaridade da
ciência econômica, chama à contribuição outras disciplinas que adicionam a
composição complexa do processo de escolhas e do comportamento do agente
econômico. Nesse sentido, hábitos, costumes e principalmente, o comportamento
humano são objetivos de estudo da Psicologia, e participam das bases de fundamentação
deste artigo. A alegação motivadora desta pesquisa consiste em lançar aportes para
alguns questionamentos: Até que ponto as escolhas e o comportamento são
preponderantemente racionais, objetivos e conduzidos de forma hedonística? Até que
ponto os preceitos da economia clássica encontram suporte na psicologia moderna?
Neste sentido o presente artigo contribui com o diálogo em torno da economia
institucional e de como esta, de forma extremamente perceptível, encontra correlação
com parte das chamadas teorias modernas da psicologia.
Palavras Chaves: Economia Institucional, Comportamento dos Agentes, Psicologia
Moderna.
Abstract
The personal economic choices are systematically explained through concepts such as
rationality, utility, maximization, and so on. In a branch of the institutional economics
there is a vast source of thinkers which use aspect of multidimensional economic
science and try to work together with other disciplinary research fields. Such attempts
put together the complex composition of choices with the agent behaviour. In such a
sense, habits, costume and especially the human behaviour. These are the main subjects
of the Psychological studies and are the main foundations of this article. The main
contribution of this paper is to give the theoretical foundations to answers the following
questions. Are Choices and behaviour mostly rational, objectives and guided by
hedonist behaviour? In which sense the classic economic foundations are able support
the modern Psychology? Following this line, the present paper contributes to improve
de dialogue about the institutional economics. It also tries to understand how the
mentioned institutional economic discussiont correlates with the modern Psychology.
Key Words: Institutional Economics, Agent behavior, Modern Psychology.
1
Mestranda em Economia, PPGE/PUCRS
Bacharel em Psicologia com Especialização em Hipnoterapia.
3
Professora do PPGE/PUCRS
2
2
1. Introdução – surgimento do Institucionalismo e da Psicologia
Vários são os esforços teóricos construtivos, que prezam pela complementaridade que
as teorias Econômica e Psicológica permutam enquanto tentativas de melhor
compreender o processo que permeia as escolhas dos agentes, a autoconsciência e
liberdade, intrinsecamente definida como a capacidade humana que se traduz em
autodeterminação da vontade, que permite aos seres humanos atuar como desejarem a liberdade no sentido individual, do ser econômico endógeno, não modelado.
Com os escritos de Gabriel Tarde e Thorstein Veblen encontra-se o ponto de partida
para postular Economia e Psicologia como ciências não alheias uma a outra. As
respectivas obras La psychologie économique (1902-3) e The Theory of the Leisure
Class (1899), entrevem atingir o processo cognitivo e econômico que envolve a escolha
humana, revelando, através desse processo, o homem como um ser social, inserido
dentro de um padrão organizado de comportamento coletivo, constitutivo do universo
cultural de forma única e particular.
Veblen contribui de forma consistente para o nascimento do arcabouço teórico da
Economia Institucionalista, contrapondo-se aos postulados da economia liberal clássica.
Para pensadores e economistas como Veblen – autor da obra “A Teoria da Classe
Ociosa”, e outros como Commons e Mitchell, na atividade econômica é possível
discernir padrões de ação coletiva que não se reduzem à pura soma dos atos individuais
ALMEIDA (2003). No mesmo sentido e no âmbito da Psicologia, os Institucionalistas
do século XIX, resistiam a explicação que pressupunha uma natureza humana
hedonista, racional e de indivíduos guiados pela disposição de obter prazer e evitar a dor
– opunham-se ainda as postulações comportamentais no tangente a conhecimento
completo, preferências estáveis e maximização da utilidade das chamadas Leis
imutáveis da Economia – e sua clara preocupação com a idéia da tendência espontânea
do mercado em direção ao equilíbrio. Os Institucionalistas acreditavam na vigência de
mudanças cumulativas (background histórico e cultural), derivadas de um conjunto de
usos e costumes, leis e códigos de conduta, modos de pensar e de agir culturalmente.
Esses termos certamente não são estranhos aos psicólogos, qualquer que seja a linha
psico-terapêutica trilhada. Costumes, códigos de conduta podem remeter facilmente à
Psicanálise – Superego; a Gestalt sendo a mente configurada através de certas leis (...)
3
em nossas experiências do meio ambiente, esta configuração tem um caráter primário
(...). Alguns Institucionalistas incitam e citam a correlação entre Institucionalismo e
Psicologia no tocante ao social. Commons (1931) contrapõem-se veemente a Freud e
em parte a Watson que, aos olhos dos Institucionalistas da época, apontavam para uma
visão dos indivíduos e sua relação com a natureza (impulsos) – num primeiro estágio –
como sendo preponderantemente, objetos da natureza sem direitos ou obrigações.
Avançando no tempo, já na contemporaneidade, encontramos pesquisadores como
Tversky e Kahneman e sua respectiva obra – Maps of bounded rationality: a
perspective on intuitive judgment and choice – e suas respectivas pesquisas que
renderam a Kahneman em 2002, o Prêmio Nobel de Economia; com um
questionamento efetivo à teoria da racionalidade, constituído de teorizações
provenientes de vertentes da Psicologia Social-Cognitiva, enfocando de fato a tomada
de decisão e o tangente ao comportamento econômico.
Dentro da Psicologia Social, o pesquisador Daniel Goleman, autor do best-seller
Inteligência Emocional cita que, nem sempre o consumo de mais bens significa que as
pessoas estão melhores. O bem-estar das pessoas tem a ver com a satisfação das
relações pessoais e com o propósito da vida das pessoas. (Inteligência Social, pág. 447).
(2006) Goleman (2006) cita os estudos realizados por Kahneman por ter este último
observado que, ainda não há correlação documentada entre as vantagens econômicas e a
felicidade. Recentemente, discorre o autor, os economistas percebem que seus modelos
hiper-racionais ignoram as emoções em geral e que, por essa razão fracassam ao tentar
prever com observância rigorosa as opções que as pessoas farão e ainda muito menos, o
que os fará felizes. (Inteligência Social, pág. 448).
Na abordagem da Inteligência Emocional, uma leitura mais atual e amplamente
divulgada, como fator relevante ao desenvolvimento de um país, cita Ryback (1998),
uma base psicológica, moral e cívica adequada na população. Neste aspecto, podemos
remeter a questão à dimensão social da inteligência emocional, cuja procura é "no
sentido da empatia, de colocar-se no lugar dos demais” Ryback (1998) apud Goleman
(2006).
Autores vinculados ao debate sobre direitos humanos e abordagem das capacitações
como Nussbaum (2000, 2004, 2006) e sobre felicidade como Layard (2005) também
destacam a importância das emoções humanas quando se está tratando de bem-estar,
desenvolvimento, direitos humanos, pobreza dentre outros.
4
Na trajetória de economistas como Ray (1998) a questão das normas, regras e da ação
coletiva chama para si à questão do processo de desenvolvimento. Há situações que
exigem a mudança das normas, tendo em consideração a mudança de situação ou
comportamento da sociedade. Como exemplo o autor cita a mudança de comportamento
em Bangladesh do valor social que nesse país é dado à fertilidade. Em uma situação de
altas taxas de mortalidade infantil, essa utilidade social de gerar muitos filhos ainda teria
uma razão para ser mas, em uma outra realidade, na qual as taxas de mortalidade
infantil decrescem perpetuar essa regra social de conceber vários filhos, deixa de ser
útil. Mesmo assim, o desejo de cumprir as normas permite que elas perdurem.
O objetivo deste artigo é concentrar esforços na apresentação dos argumentos existentes
na literatura que discutam a existência de pontos em comum entre estudiosos das duas
áreas da Economia e Psicologia – centrando essa pesquisa na visão do indivíduo
endógeno. Busca-se ainda identificar quais seriam então as vertentes das duas áreas –
ora complementares – que assumiriam esta definição de indivíduo e as escolhas
pertinentes?
A pesquisa dos autores da Economia Institucional e da Economia Neo-Institucional será
concentrada em Thortein Veblen, John Commons, Douglass North e Geoffrey Hodgson.
A pesquisa das Teorias Psicológicas será concentrada na Teoria Cognitiva e no histórico
evolucionário da própria concepção de Psicologia,, verificando simultaneamente partes
em comum com a importância da sociedade ou arcabouço institucional como variável
explicativa do processo de formação do comportamento econômico do indivíduo.
Exploram-se as vertentes da economia institucional de Veblen até Hodgson, ou seja,
uma recapitulação teórica que compreende um amplo período cronológico que se
estende de 1899 até os dias atuais. Ao mesmo tempo, são expostas as teorias
psicológicas pela respectiva ordem cronológica da publicação. O objetivo de expor a
contemporaneidade das teorias é guiado pela possibilidade de agrupar a busca do
conhecimento por parte das ciências econômica, filosófica, histórica e psicológica de
forma bastante convergente. Desta forma, o artigo aborda inicialmente, uma panorâmica
geral do que são instituições, com uma breve exposição da evolução do conceito e
referenciais da Psicologia e da Psicologia Cognitiva.
Num segundo momento são agrupados as teorias e respectivos expositores, como segue
respectivamente Thorstein Veblen, William James, John Commons e John B. Watson
por representarem os primeiros ensaios da economia institucional e da psicologia; no
terceiro ponto Douglass North, Geoffrey M. Hodgson, Albert Bandura e Walter Mischel
5
– abordando o ambiente evolucionário no institucionalismo e o início da teoria
Cognitiva.; no quarto ponto são abordadas as teorias e relações contemporâneas da
Psicologia e da Economia e o último e quinto ponto uma breve conclusão.
É importante destacar aos leitores deste artigo que, o principal foco teórico é a
economia. Portanto, não é objetivo primeiro expor de forma extensa acometimentos a
favor ou contra determinada linha de pensamento da psicologia.
1.2 Instituições: Generalidades da análise dos fenômenos.
A análise institucionalista é abertamente interdisciplinar, reconhecendo aportes da
política, da sociologia, da psicologia e outras ciências. A análise não recorre ao uso do
agente racional e maximizador de utilidade. Há claramente, uma proposta de enfoque do
indivíduo tanto no predomínio do hábito, assim como a possibilidade de uma novidade,
uma vontade.
Entre os institucionalistas, não existe una série de guias definitivamente acordados, mas
surge um número de temas em comum Hodgson (1998). É requerida então, uma
metodologia que diferencie os aspectos gerais dos específicos dos fenômenos que o
institucionalismo visa entender. Através desta diferenciação e talvez utilizando material
comparativo de outros sistemas sócio-econômicos, seja possível construir e desenvolver
hipóteses a respeito dos vínculos, por trás dos fenômenos observados.
Hodgson (1998) reconhece que a definição dos fundamentos metodológicos e da meta
teórica do enfoque institucionalista não é completo, reproduzindo parte das críticas na
questão da limitação que o enfoque institucionalista colheu ao longo dos anos. Tais
temas pertinentes à metodologia tornaram-se tópicos presentes nos artigos das décadas
de 1980 e 1990, com a publicação de vários livros sobre metodologia econômica. Com
uma
particular
maneira,
os
economistas
institucionais
têm
contribuído
no
desenvolvimento de enfoques apropriados a análise econômica, fora dos padrões da
modelagem, mas nem por isso, menos propensos a reproduzir e explicar a realidade
humana.
1.3 Psicologia e Teorias Cognitivas
O século XIX marca o começo da Psicologia como uma disciplina científica com
Wundt (1879) fundando o primeiro laboratório dedicado exclusivamente à pesquisa
psicológica, em Leipzig, na Alemanha e os primeiros trabalhos de Ebbinghaus (1885),
6
Dewey (1887), James (1890), Wertheimer & Kofka (1912/1932), Watson (1913),
Kohler (1925), Pavlov (1927) e Freud (1934).
A Revolução Burguesa transfere o processo de exploração para a capacidade de
apropriação do trabalho alheio. Nesse momento, a Psicologia emancipa-se da Filosofia.
O refletir sobre o homem transforma-se em intervenção (RIVOIRE, 2006). Assim, é
possível dizer que a Psicologia é produto direto dessa transformação social do homem.
Por sua vez a origem do estudo da cognição, pode ser encontrada no desenvolvimento
que Wilhelm Wundt (Fisiologista alemão, conhecido como fundador da psicologia
experimental), fez da técnica de introspecção, a pesquisa inicial da memória ou ainda,
na elaboração teórica de William James (Psicologia Pragmática ou Experimental) sobre
os processos cognitivos. James fundamenta sua teoria no psicologismo behaviorista de
John B. Watson (1913), admitindo o cérebro humano como, um órgão responsável pela
coordenação dos estímulos provenientes dos sentidos e dos reflexos condicionados.
Além disto, o cérebro seria responsável por aceitar os princípios da evolução orgânica,
na qual o sistema nervoso, ou a inteligência têm a função mediadora de tornar possível
suas respostas ao ambiente: a reflexão como resposta indireta ao ambiente, origina-se no
comportamento biológico de adaptação – diz James (Dewey, 1959a : 211).
De forma objetiva para o desenvolvimento do artigo, tomamos o conceito de cognição
ou atividade mental, segundo Matlin (2004), o qual descreve-a como: aquisição, o
armazenamento, a transformação e a aplicação do conhecimento. Ela explora processos
mentais como a percepção, memória, linguagem, resolução de problemas, raciocínio e
tomada de decisão.
Dentro da psicologia as teorias da personalidade propõem-se estudar indivíduos
buscando descobrir, entender e explicar o quê eles são, como se tornaram daquela
forma, e porque eles se comportam de certa maneira. Lawrence Pervin, pg. 24. (2001).
As teorias da personalidade podem ser comparadas com relação aos conceitos que
utilizam para determinar o quê, o como e o por que da personalidade. Essa comparação
refere-se à estrutura da personalidade (aspectos mais estáveis e duradouros). Conceitos
estruturais como resposta, hábitos e traços, são todas tentativas de conceber a forma
como as pessoas são. Dentre as várias teorias da personalidade, como psicanálise,
gestalt,
bahaviorista,
cognitiva,
comportamental
e
sócio-comportamental,
há
divergência quanto aos tipos de unidades ou conceitos estruturais que utilizam; elas
também diferem na conceituação quanto à forma de organização destas unidades. Pervin
(2001).
7
Além da comparação estrutural das teorias, estas podem ser comparadas em relação a
conceitos de crescimento e desenvolvimento. Este ponto representa um dos desafios
mais profundos que os psicólogos da personalidade enfrentam, que é explicar o
desenvolvimento de diferenças individuais e o desenvolvimento do indivíduo único que
cada um de nós é. Tradicionalmente os determinantes da personalidade foram divididos
em determinantes genéticos e determinantes ambientais. Pervin (2001).
Os fatores genéticos são geralmente mais importantes em características como a
inteligência e o temperamento, e menos importantes com relação a valores, idéias e
crenças.
O “como” refere-se aos determinantes da personalidade de uma pessoa.
1.3.1 Relações entre determinantes genéticos e ambientais
Sinteticamente, a personalidade é determinada por muitos fatores que interagem,
incluindo fatores genéticos, da classe social e da família. A hereditariedade estabelece
os limites da amplitude de desenvolvimento de características; dentro dessa amplitude,
as características são determinadas por forças ambientais.
Para Pervin (2001), os determinantes ambientais abrangem influências que tornam
muitos de nós semelhantes uns aos outros, assim como as experiências que nos tornam
únicos.
Dentre as três peças significativas dos determinantes ambientais da personalidade
iniciamos com as experiências que os indivíduos têm como resultado de pertencerem a
uma determinada cultura. Cada cultura tem os seus próprios padrões institucionalizados
e sancionados de comportamento, rituais e crenças. O impacto da cultura na formação
da personalidade é enorme e influencia virtualmente cada aspecto da nossa existência –
como definimos nossas necessidades e nossa maneira de satisfazê-las; nossas
experiências de diferentes emoções e como expressamos o que estamos sentindo Cross e
Markus (1999); Fiske, Kitayama, Markus e Nisbett (1998); Markus e Katayama (1991).
Embora certos padrões de comportamento desenvolvam-se como resultado de o
indivíduo pertencer a certa cultura, outros são desenvolvidos como resultado de
pertencer a uma classe social. O grupo social do indivíduo tem importância particular
Pervin (2001). Os fatores relacionados com a classe social influenciam a maneira como
os indivíduos vêem a si mesmos e como eles percebem os membros de outras classes
sociais. Assim como os fatores culturais, os fatores relacionados com a classe social
influenciam a maneira como as pessoas definem situações e como respondem a elas.
8
Um dos fatores ambientais mais importantes é a influência da família. Cada padrão de
comportamento parental afeta o desenvolvimento da personalidade do indivíduo, por
exemplo, quando criança os pais podem ser afetuosos e amorosos ou hostis e
indiferentes.
2. Thorstein Veblen, William James, John Commons e John B. Watson:
respectivas interconexões teóricas.
2.1 Thorstein Veblen – criticas a racionalidade econômica e a psicologia
hedonística
No texto publicado em 2001, Malcon Rutherford cita que os estudos de Veblen foram
diretamente críticos a chamada psicologia hedonista e a racionalidade implícita,
apontando assim, para uma psicologia alternativa baseada no instinto e no hábito. O
trabalho de Veblen segundo Rutherford, foi influenciado pela psicologia de William
James a quem Veblen considerava inserido na busca de uma psicologia moderna.
Na década de 1920 especialmente na Universidade de Columbia, foram intensificados
os trabalhos em torno dos fundamentos psicológicos da economia que hablaban sobre
las nuevas fronteras de la ecomía, queriendo decir la perspectiva psicológica a los
problemas económicos.Rutherford( 2001) apud Morton, pág. 197.
Walter Morton (1973). Retirado Rutherford (2001).
Aqui tem que apresentar a
referência correta...que não sei se é assim...).
Veblen foi um crítico da visão econômica neoclássica¹ adotada na época. Discordava da
economia neoclássica no tocante as leis (axiomas) que regeriam uma ordem natural, em
uma concepção hedonista da humanidade – um mundo não ergótico. As críticas
formuladas eram principalmente, pelo afastamento da ação coletiva nas modelagens
econômicas da época. Para Veblen, o valor é um produto social e não determinado pelo
mercado.
Em sua obra ‘A Teoria da Classe Ociosa’, Veblen apresenta um estudo econômico das
instituições, cunhando o termo "consumo conspícuo" (o consumo que se faz ver, que se
faz conhecido) afirmando que, o consumo era simplesmente uma afirmação de status
perante outros indivíduos, fazendo assim severas críticas ao comportamento do
consumidor conforme abordado pelos economistas neoclássicos.
Para os institucionalistas da época, os preços são convenções sociais, reforçados por
hábitos e afirmados por instituições específicas, nesse sentido argumentava Veblen, se
9
os preços são convenções então, dependem em parte das idéias e hábitos; o homem não
seria então um mero “calculador do prazer e da dor, que oscila como um glóbulo de
desejo de felicidade, sob o impulso de estímulos que o levam de um lado para outro,
deixando-o, contudo, inalterado” Almeida (1983). Veblen dava grande importância à
análise do comportamento coletivo e transformações operadas (processo), para ele, a
mudança é sempre, em última instância, mudança nos hábitos de pensamento. O
comportamento humano revela tendências definidas que configura um padrão de ação
coletiva, tornando este padrão uma instituição. No padrão de necessidades do homem
Vebleriano a socialização e a irracionalidade do homem econômico, são conceitos
centrais e promotores da conseqüente evolução deste. Portanto, nessa linha teórica, a
instituição é resultado dos instintos humanos, de um conjunto de hábitos, de costumes e
modos de pensar cristalizados em práticas aceitas - do cognitivo à ação/
comportamento.
Ainda na perspectiva evolucionista, Veblen conclui que, o comportamento humano é
dominado por hábitos de pensamento, por sua vez, os hábitos estão enraizados como
instintos. Os hábitos, porém não estão baseados apenas nos instintos, mas também na
cultura humana e na ação habitual – trazendo novamente o conceito Institucional:
Instituições são resultado de processos rotinizados de pensamento que são divididos por
um número de pessoas numa dada sociedade Veblen, (1899).
2.2 As unidades básicas do pensamento – a visão de William James.
As hipóteses do psicólogo William James enquanto adição à teoria institucionalista
ponderam, primeiramente, o tema central de estudo da Psicologia - O que determina
uma opção sobre outra? Assim, James dirige sua atenção para os principais
determinantes do processo seletivo: atenção e hábitos.
William James se concentrou na compreensão e explicação das unidades básicas do
pensamento. Conceitos fundamentais, tais como as características do pensamento,
atenção, hábito e sentimento de racionalidade. Fadiman, Frager. (1980).
James dizia que a experiência é aquilo a que concordamos prestar atenção. Apenas
aqueles itens que notamos formam a mente e sem um interesse seletivo, a experiência
seria um caos absoluto. Somente o interesse dá acento e ênfase, luz e sombra, figura e
fundo numa palavra, a perspectiva inteligível. Embora a atenção seja comumente
predeterminada pelos hábitos mentais, é possível fazer uma opção real mesmo contra
estas correntes de respostas habituais.
10
Nesse sentido para James, os hábitos são ações ou pensamentos que aparecem
aparentemente como respostas automáticas a uma dada experiência. Diferem dos
instintos pelo fato de que um hábito pode ser criado, modificado ou eliminado pela
direção consciente. Os hábitos são valiosos e necessários. O hábito simplifica o
movimento necessário para obter um dado resultado, tornando-o mais acurado e
diminuindo a fadiga. Neste sentido, os hábitos constituem uma faceta da aquisição de
habilidades. Fadiman, Frager. (1980).
A racionalidade, também é abordada pelo psicólogo, na visão deste, o sentimento de
racionalidade seria, em parte, uma decisão emocional; aceitando uma (hipótese racional)
em relação à outra porque nos capacita a entender os fatos de uma forma
emocionalmente mais satisfatória. O sentimento de racionalidade de James é primoirmão do conceito de racionalização de Freud. Fadiman, Frager. (1980).
Para formar hábitos, as instruções de James a professores enfatizavam a importância de
ensinar hábitos corretos. Fadiman, Frager. (1980).
Recomendava para que, na aquisição de novos hábitos ou no abandono de velhos
(dentro da perspectiva evolucionária) nunca enfrentemos uma reprovação até que o
novo hábito esteja seguramente enraizado (tornando-se parte da personalidade,
endógeno), em nossa vida. A continuidade do treinamento é o grande meio de fazer o
sistema nervoso agir de forma infalivelmente correta. Fadiman, Frager. (1980).
2.3 John Commons
Destacado economista da corrente teórica do velho institucionalismo, a produção
literária de Commons não se limita apenas à esfera econômica. Nascido em 1862,
professor na University of Wisconsin-Madison, foi um dos precursores em matéria de
Justiça Social e teve como professor, grande influência no então aluno de PhD Edwin E.
Witte, posteriormente considerado como ‘pai da seguridade social’. Em seu artigo de
1931, Institutional Economics, Commons transita livremente pela Economia, pelo
Direito, pela Psicologia e Sociologia.
De fato, ele introduziu ao vocabulário da Economia Institucionalista as idéias de custo
de transação, organização, regras, obrigações, enforcement, ação de controle coletivo,
entre outros. Dessa necessidade ao chamado das outras ciências, Commons propõem a
adição do conceito que cada uma delas aportaria à questão institucional. Desde o início
do Institutional Economics, Commons cita várias possibilidades de conceituação do que
seria uma Economia Institucional sem anular o aporte ou mesmo o conceito oriundo de
11
cada framework. Em alguns momentos ele sugere que a Economia Institucional (EI),
parece significar um framework de leis ou direitos naturais dentro do qual, atos
individuais como que emanam de dentro da pessoa. Commons (1931). No âmbito da
Psicologia, pareceria ser a própria personalidade interna – behavior of the inmates
themselves, ele acrescenta, deixando claramente em aberto uma definição da Economia
Institucional, podendo ser um comportamento econômico, algo dinâmico ao invés de
estático, uma atividade ao invés de um sentimento, como uma ação em massa ao invés
de uma ação individual. Nesse sentido, sinaliza à necessidade de analisar de forma
unificada - em síntese de sistema de princípios - o comportamento econômico, numa
similaridade de causa, efeito ou proposta.
Se tentarmos encontrar uma definição universal para Economia Institucional discorre o
autor, para todo comportamento tido como Institucional, poderíamos tentar defini-lo
como uma ação de controle coletivo, liberação e expansão de um ato individual. A ação
coletiva alcança todas as formas - desde custos não organizados – como famílias até as
empresas e o estado. Esse controle dos atos de um indivíduo resultaria (e há essa
tentativa para que resulte) em um ganho ou perda para outros indivíduos. A relação
social resultante desse processo é o status econômico que consiste nas expectativas
direcionadas de cada parte, conduzida pelo seu comportamento econômico (economic
behavior). A liberdade de uma pessoa deve ser acompanhada pela perspectiva de ganho
ou perda de uma pessoa correlativa e, portanto, o status econômico gera exposição à
liberdade de um outro.
Para Commons, o princípio comum entre as várias adições que multidisciplinarmente
convergiam à questão institucionalista (encontrava-se o princípio), das Regras de
Funcionamento (Working rules). As regras de funcionamento de uma ação individual
poderiam ser expressas pelos verbos, nos quais o indivíduo: pode, não pode, deve, não
deve; provavelmente poderia ou provavelmente não poderia fazer. O indivíduo ‘pode’
ou ‘não pode’ porque a ação coletiva virá ou não virá ao seu auxílio.
Esse Princípio Universal da Ação Coletiva, esta em constante mudança na história das
instituições, e diferem entre diferentes instituições, mas indicam o que os indivíduos
podem ou não podem, devem ou não devem fazer, sustentadas pelas sanções do
enforcement coletivo.
É importante destacar que, há partir desta noção de enforcement, outros
institucionalistas fundamentaram suas vertentes da Economia Institucional que se
sucederam ao longo dos anos. A idéia de uma “sanção” ou “regra” coletiva para
12
determinar a ação do indivíduo no meio social aplicou-se em diversas áreas como
demonstraram os anos que sucederam Commons. Há uma clara noção de que o processo
de decisão passa do coletivo para o individual.
Tomando a economia institucionalista como comportamental e, o comportamento em
questão não é outro se não aquele comportamento dos indivíduos que participam de
transações, ela deve propor uma análise do comportamento econômico dos indivíduos.
A escolha pode ser voluntária ou pode ser uma escolha involuntária imposta pela ação
coletiva ou individual. Em qualquer caso a escolha é completa em corpo e ação - isso é
à vontade – onde a ação física e reação com as forças da natureza ou a atividade
econômica mutuamente, induz outros indivíduos na transação.
Se a economia institucional é deliberativa então requer um acompanhamento da
psicologia institucional. Essa é a psicologia da transação Commons (1931) que, poderia
ser apropriadamente nomeada de psicologia da negociação. Isso se deve que para
Commons, cada participante esforça-se para influenciar ao outro em direção à
realização (performance), a evasão (avoidance) ou a abstenção (forbearance). Dessa
forma, a Psicologia das Transações, entende que o comportamento individual (do
participante na transação), dependerá da personalidade dos participantes e das
circunstâncias - escassez, eficiência, expectativa, fatores limitados e regras de
funcionamento. Tendo em consideração a mudança constante dessas circunstâncias, as
Regras de Funcionamento (Working Rules), não são harmônicas nem pré-determinadas
de interesses (determinadas de forma natural), como pressupõem a economia clássica e
a psicologia de época – condicionando o comportamento humano – deterministicamente
- à sua natureza. As Regras de Funcionamento surgem então, a partir do conflito de
interesses que estão continuamente mudando.
Há partir de 1945, a economia institucionalista declinou em posição e prestígio se
comparado ao período anterior às duas guerras mundiais. Particularmente cita
Rutherford (2001), o institucionalismo não cumpriu a tarefa de estabelecer exatamente
que fundamentos da ‘psicologia moderna’ supunha ter. Na segunda metade da década
de 1920, os psicólogos abandonaram a proposta do instinto/ habito em favor do
behaviorismo. Para alguns institucionalistas a corrente behaviorista dificultou o
entendimento de um fundamento psicológico da economia.
13
2.4 O Comportamentalismo – as idéias de John B Watson
Dentro do ambiente da aprendizagem, o psicólogo John Watson estudou as descobertas
feitas por Ivan Pavlov (pioneiro do behaviorismo) e desenvolveu pesquisas semelhantes
em biologia, fisiologia, comportamento de animais e, também, sobre o comportamento
da criança, concluindo que o comportamento humano era sob vários aspectos
semelhantes ao comportamento animal. Como professor de psicologia animal,
desenvolveu investigações, fundamentalmente sobre o comportamento de ratos e
macacos. São as suas experiências com animais, controladas de forma rigorosa e
objetiva, que lhe vão inspirar o modelo de psicologia. Os mesmos procedimentos
poderão ser aplicados pelos psicólogos, segundo Watson, se eles se debruçarem sobre o
estudo do comportamento humano. Na década de 1910, Watson lançou a corrente
behaviorista (comportamentalismo), numa direta crítica a preocupação da Psicologia
que, até então pesquisava a consciência de forma demasiado subjetiva e imprecisa
propondo o estudo exclusivo do comportamento, ou seja, daquilo que é observável na
conduta do homem, Watson (1913), Segundo ele, seria cientificamente observável a
ação de um estímulo sobre o organismo e a reação deste em face do estímulo (reflexos
condicionados e incondicionados). Criticou também a hereditariedade como responsável
por tipos de personalidade, que atribuía exclusivamente à experiência e ao
condicionamento do comportamento.
No texto considerado como sendo o primeiro manifesto comportamentalista, sob o título
Psychology as the behaviorist views it, Watson discorre:
A psicologia que eu tentaria construir consideraria como ponto de partida,
em primeiro lugar, o fato observável de que os organismos, tanto humanos
quanto animais, se ajustam a seus ambientes através de bagagem hereditária
e de hábitos. Tais ajustamentos podem ser muito adequados ou podem ser
tão inadequados que o organismo mal mantém sua existência; em segundo
lugar alguns estímulos levam os organismos a apresentar as respostas. Num
sistema de psicologia inteiramente desenvolvida, dada a resposta é possível
predizer o estímulo; dado o estímulo é possível predizer a resposta. Esse
conjunto de afirmações é extremamente grosseiro e rude, tal como deve
ocorrer com todas as generalizações desse tipo. No entanto, é difícil dizer
que são mais grosseiras e menos realizáveis do que as afirmações que
aparecem atualmente nos manuais de psicologia. Psychological Review,
número 20, pág. 158-177, (1913).
Segundo a abordagem da aprendizagem-comportamental, o indivíduo manipula as
variáveis do ambiente e observa as conseqüências dessas manipulações no
14
comportamento. Enquanto as abordagens anteriores (psicodinâmicas) enfatizaram as
causas do comportamento que estão dentro do organismo (por exemplo, os instintos), as
teorias de aprendizagem enfatizam causas que estão no ambiente externo. A teoria
comportamental sugere que qualquer consistência verificada no comportamento resulta
da similaridade de condições ambientais que evocam esses comportamentos.
Comparativamente, o enforcement aplicado no agente econômico e abordado por
Commons não difere em muito do condicionamento dos primeiros postulados teóricos
de Pavlov e Watson. As regras de funcionamento de uma ação individual externada
pelos verbos, nos quais o indivíduo: pode, não pode, deve, não deve; provavelmente
poderia ou provavelmente não poderia fazer. O indivíduo ‘pode’ ou ‘não pode’; são
claramente condicionamentos institucionais com resultados mensurados em perdas e
ganhos decorrentes das atitudes e ações dos indivíduos.
Commons (1931) também abordou de forma mais enfática a importância das leis e
como estas fundamentam o arcabouço institucional no processo de construção das ações
individuais. As leis reforçam determinados hábitos, transmitem comportamentos,
normas, condicionam atos. Nesse sentindo, o conceito de estrutura postulado por
Skinner (behavioristas), relaciona-se com qualidades de organização que são
relativamente duradouras e é importante para explicar diferenças individuais.
Ainda na perspectiva da Economia, o “ajustamento” mencionado por Watson encontra
relação com a questão institucional e os preceitos de Commons na tangente, por
exemplo, a escolha involuntária, em Commons (1931) pode ser voluntária ou pode ser
uma escolha involuntária imposta pela ação coletiva ou individual. Em qualquer caso a
escolha é completa em corpo e ação - isso é à vontade – onde a ação física e reação com
as forças da natureza ou a atividade econômica mutuamente, induz outros indivíduos na
transação.
Com o advento de outros teóricos do institucionalismo e da psicologia, os escritos dos
pioneiros das duas matérias serviram de base para reformulações ou até contestação da
validade de seus postulados. De certa forma, se ambas correntes fundamentam-se no
entendimento evolucionista do ser humano, dos hábitos e conseqüentemente, do
comportamento, era natural a tendência de adições teóricas que tentassem construir o
entendimento das ações humanas no círculo virtuoso do aporte das matérias. Um fator
importante surge nas teorizações que se seguem: especialmente a questão da eficiência.
15
Tanto na economia quanto na psicologia há tendência à mensuração do que é eficiente e
o que não é; e ainda, quais as ferramentas e processos para mensurar resultados? O que
seria o parâmetro para a eficiência ou ineficiência? Novamente, para esta interrogação
em ambas as disciplinas a palavra adaptação é peça imprescindível.
Sob essa perspectiva que autores como North e Hodgson na área econômica, Bandura e
Mischel na psicológica, se aprofundam na análise de seus antecessores para estabelecer
conceitos fundidos com os questionamentos da época.
3. Douglass North, Geoffrey M. Hodgson, Albert Bandura e Walter Mischel –
ambiente evolucionário e a teoria Cognitiva.
3.1 Douglass North
Na página web do Prêmio Nobel de Economia, North discorre e oferece sua visão
enquanto ao poder das instituições no determinante das regras enquanto promotoras da
eficiência ou ineficiência. (…) “In Structure and Change in Economic History (1981) I
abandoned the notion that institutions were efficient and attempted to explain why
"inefficient" rules would tend to exist and be perpetuated”. North, (1993).
Deste mesmo texto a afirmação de North da necessidade de entender a cognição das
pessoas para entender como e o por que das escolhas.
It is clear that we had to have an explanation for why people make the
choices they do; why ideologies such as communism or Muslim
fundamentalism can shape the choices people make and direct the way
economies evolve through long periods of time. One simply cannot get at
ideologies without digging deeply into cognitive science in attempting to
understand the way in which the mind acquires learning and makes choices
(…)
http://nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/1993/northautobio.html). Acessado em: 20 de janeiro de 2008.
Destes dois enunciados, uma importante questão é desvendada. Para North há mudança
com o passar do tempo, logo o indivíduo é um ser evolutivo, pensante e sobressalente.
No mesmo direcionamento Vebleriano do ‘economic change is a process’ o contexto
evolucionário da economia descrito por North, está inserido em um ambiente não
estático, conseqüentemente, a eficiência dessa evolução é adaptativa. Por isso destaca
North, uma instituição existente em vários países, por exemplo, a Instituição Judiciária,
terá uma performance ou contribuirá significativamente no processo de evolução da
16
economia de forma única no local onde estiver situada. A performance das instituições é
variada, por isso algumas são eficientes e outras não e, isso implica para North que, o
conceito de eficiência é adaptativo à realidade do ambiente institucional. Esse ambiente
institucional é constituído pelo background histórico – em torno do conceito de path
dependence.
Para North a compreensão do que está por trás do processo de mudança, poderia
auxiliar na formulação de hipóteses mais limitadas sobre a mudança que pode aumentar
a utilidade da teoria das ciências sociais no confronto com os problemas humanos.
As instituições encontram-se por trás do ambiente evolucionário, para compreender a
mudança econômica é necessária uma rede muito mais ampla que puramente
econômica, pois ela é resultado de mudanças (i) na quantidade e na qualidade de seres
humanos; (ii) no estoque de conhecimento humano e (iii) na moldura institucional que
define a estrutura de incentivos de uma sociedade.
Tendo, fortemente, em consideração a questão histórica como variável explicativa do
processo de mudança o enforcement institucional para North, faz que as pessoas
cumpram as regras formais e informais, construindo assim as rules of the game,
promovendo mudança (evolução) sem ruptura e estabelecendo um ambiente propício à
tomada de decisão, de escolhas. As mudanças institucionais na perspectiva
evolucionária da economia são transmitidas segundo North, mediante o papel das
instituições como portadoras dessa carga ‘genética’ do processo evolutivo. Essa
percepção é a crença que indivíduos, grupos e sociedade determinam escolhas
conseqüentes do aprendizado através do tempo – e não apenas por lapsos individuais.
Esse aprendizado é personificado (embodied) e transmitido às próximas gerações pela
cultura da sociedade. As construções mentais dos indivíduos são derivadas de
experiências, contemporâneas e históricas. O aprendizado humano é mais do que a
acumulação de experiências de um indivíduo ao longo da vida, o aprendizado é também
composto das experiências acumuladas das gerações passadas. A estrutura que impomos
na nossa vida descreve North, para reduzir a incerteza é o resultado da acumulação de
receituários juntamente com artefatos que foram desenvolvidos como parte dessa
acumulação de experiências. O resultado é um complexo mix de restrições formais e
informais. Essas restrições estão arraigadas na linguagem e nas crenças que
conjuntamente, definem o padrão de comportamento da interação humana.
17
Os seres humanos fazem um esforço deliberado para controlar o seu ambiente com o
objetivo de reduzir as incertezas. Para diminuir a incerteza, promovem tentativas de
diminuição da mesma mediante imposição de estruturas e, mesmo assim, a incerteza
não será eliminada completamente. As regras estabelecidas têm em si mesmas,
resultados incertos que refletem a compreensão imperfeita do meio e, da mesma forma,
da natureza imperfeita das regras formais e dos mecanismos informais que são usados
para impor restrições.
Ao longo do tempo o desenvolvimento da economia aconteceu em partes, cita North
(1993), porque a intencionalidade dos jogadores não era com o bem estar social ou
ainda, esses lapsos de desenvolvimento poderiam ser resultado da falta de compreensão
do meio por parte dos jogadores (imperfeição ao entender as regras) que desviaram
significativamente a intenção do resultado. Ainda, conforme North a economia é uma
ciência cognitiva e, dessa forma a importância de compreender como os indivíduos se
apropriam das regras.
Os fundadores do ‘antigo’ institucionalismo promoveram uma concepção alternativa da
agência humana. Tal alternativa foi desenvolvida de acordo com os estudos do início do
século XX nos escritos influentes de William James e William McDougall e filósofos
como Charles Pierce para os quais, a influência da biologia darwiniana foi ponto de
conexão com os institucionalistas. Seguindo esses destacados psicólogos e filósofos de
seu tempo, os primeiros institucionalistas observaram o hábito como fundamento da
ação humana e das crenças. Um hábito é uma forma de comportamento, não reflexivo e
auto-sustentável que surge em situações repetitivas. Hodgson (1998).
3.2 Geoffrey M. Hodgson
No artigo “O enfoque da Economia Institucional” (1998), Geoffrey M. Hodgson
posiciona-se como teórico de um novo institucionalismo, há partir da linha Vebleriana e
do resgate da importância do hábito, das metas e das crenças individuais. Neste trabalho
o autor examina e compara a literatura no 'novo' institucionalismo (North, Williamson,
etc.) com o ‘antigo' (Veblen, Commons, Mitchell). Um critério para distinguir estas
escolas é sugerido, junto com o individualismo metodológico e a idéia de que deve ser
feito um exame do indivíduo. Para Hodgson, os novos institucionalistas pouco citaram o
velho institucionalismo, e em parte, essa omissão poderia ser explicada pela crença
errônea que, o institucionalismo é anti-teórico e descritivo. Segundo o teórico, há uma
forte ênfase na importância e prioridade das tarefas de explicação teórica e o
18
desenvolvimento teórico. Quaisquer fossem as limitações, cita Hodgson, os primeiros
institucionalistas direcionavam seus estudos a assuntos teóricos cruciais. Por exemplo,
Veblen foi o primeiro cientista social que tentou desenvolver uma teoria econômica e
institucional da evolução em termos essencialmente darwinianos Hodgson (1998).
Adicionalmente, tem se reconhecido a influencia que Commons sob a economia
comportamental de Herbert Simons (1979) e na NEI de O. Williamson (1975).
Sobre a tentativa tanto dos ‘velhos’ e ‘novos’ institucionalistas em formalizar uma
teoria geral, Hodgson descreve sucintamente que, em parte, isso é fruto da crença
ingênua e insustentável de que a economia pode proceder apenas com dados e sem
nenhuma teoria. Particularmente, o autor mostra, que com o surgimento do estudo do
institucionalismo, as mudanças nas ciências sociais do período de 1910 – 1940 e o
surgimento do estilo matemático da economia neoclássica nos anos de 1930,
explicariam o fracasso dessa teoria geral.
Com a utilização de técnicas formais, os economistas matemáticos atraíram a
imaginação, tanto de teóricos quanto dos agentes que realizam as políticas.
Comparativamente a economia neoclássica, o institucionalismo era considerado como
tecnicamente menos rigoroso e inferior Hodgson (1998).
3.3 Hábitos e regras
Na perspectiva institucionalista, o conceito de hábito está crucialmente articulado com a
análise das instituições. A economia institucional observa as regularidades reforçadas
por meio de efeitos positivos de feedbacks que atuam, em parte, nos elementos
microeconômicos. Essa retroalimentação, segundo Hodgson, não é estática, não poderia
ser dada como ocorre na ortodoxia econômica. A institucionalização significa que a
ordem e a estabilidade se reforçam juntamente com a variedade e a diversidade em nível
microeconômico. O institucionalismo aponta para o conceito de uma ordem sócioeconômica que surge sobre a variedade em nível micro.
Os hábitos individuais reforçam as instituições, assim como estas, são reforçadas pelos
hábitos. Hodgson (1998).
Através desse círculo de enfrentamento mutuo, as instituições são dotadas de uma inerte
qualidade estável Hodgson (1998). As instituições fornecem um marco cognitivo para
interpretar os dados da experiência, promover hábitos intelectuais ou em rotinas para
transformar informação em conhecimento útil.
19
A forte influência das instituições sobre a cognição individual dota de significante
estabilidade os sistemas econômicos, em parte, separando e limitando as ações diversas
e variáveis dos diferentes agentes. Hábitos ou rotinas podem adaptar-se lentamente ou
podem transformar-se conforme os agentes tentam melhorar seus propósitos.
Adicionalmente, segundo Hodgson (1998), existe um processo de seleção pelo qual
alguns hábitos e rotinas são retidos e imitados, e outros ficam fora de uso. O
institucionalismo é congenitamente uma “economia evolucionária”, focada para uma
teorização dinâmica. No lugar do pressuposto dos indivíduos dados, existe a idéia de
agentes interatuantes e parcialmente maleáveis mutuamente articulados em uma rede
parcialmente duradoura de instituições auto-reforzáveis. Para Hodgson a pergunta
central é o que se entende por “aprendizagem racional” Hodgson (1998). A
racionalidade é descartada ou mesmo comprometida, já que os agentes não possuem
toda a informação, por estarem precisamente adquirindo conhecimento. O processo de
informação é muito mais que a aquisição de informação; é o desenvolvimento de novos
meios e modos de cognição, de cálculo e avaliação. Isto significa que os agentes estão
construindo novas representações do ambiente no qual atuam para colocar no lugar das
previas concepções e hábitos de pensar. Para Hogdson, os institucionalistas introduzem
uma perspectiva diferente de análises do aprendizado, observando-o como um processo
de transformação que se reconstitui, que involucra a criação de novos hábitos,
propensões e marcos conceitos Veblen (1991); James Murphy (1994); Henry Plotkin
(1994).
3.4 Dos hábitos as Instituições
Todas as instituições supõem a interação dos agentes, num ciclo constante de
informação. Segundo Hodgson, as instituições sustentam e são sustentadas por
concepções e expectativas compartilhadas. Não são imutáveis, nem imortais; as
instituições têm uma qualidade relativamente durável, auto-reforçadas, e persistentes.
As habilidades aprendidas são personificadas parcialmente em hábitos. Quando os
hábitos se passam a constituir-se parte comum do grupo ou da cultura social, eles se
transformam em rotinas ou costumes. (Commons 1931, p. 45). Hábitos e rotinas,
portanto preservam o conhecimento, particularmente o conhecimento tácito com relação
às habilidades e as instituições agindo através do tempo como uma corrente de
transmissão. As instituições são vistas como uma parte importante dos processos
coletivos através dos quais os dados da experiência são captados pelos agentes. O hábito
20
fornece aos indivíduos os meios cognitivos pelos quais as informações recebidas podem
ser interpretadas e concebidas conseqüentemente, as instituições são tanto idéias
“subjetivas” na mente dos agentes quanto estruturas “objetivas” que são enfrentadas.
4. Abordagens contemporâneas da Psicologia e da Economia
4.1 A teoria sócio-cognitiva e as contribuições de Albert Bandura e Walter Mischel
Assim como Skinner, da linha behaviorista da Psicologia, enxerga o comportamento
humano com um viés cognitivo, Bandura autor da Teoria Social Cognitiva, enfatiza a
modificação do comportamento do indivíduo durante a sua interação. Ao contrário da
linha behaviorista radical, acredita que o ser humano é capaz de aprender
comportamentos sem sofrer qualquer tipo de reforço. Para ele, o indivíduo é capaz de
aprender também através da observação do comportamento dos outros e de suas
conseqüências, com contato indireto ou com o reforço. Entre o estímulo e a resposta, há
também o espaço cognitivo de cada indivíduo.
A teoria sócio-cognitiva encontra suas raízes na teoria da aprendizagem tradicional que
originalmente, ficou conhecida como teoria da aprendizagem social. Ela rompe com a
teoria tradicional da aprendizagem porque reforça (behaviorismo), em decorrência da
ênfase que é dada aos processos cognitivos e à sugestão de que a aprendizagem ocorre
na ausência de recompensas.
A teoria sócio-cognitiva enfatiza as origens sociais do comportamento e a importância
de processos de pensamentos cognitivos em todos os aspectos do funcionamento
humano.
As características definidoras da teoria sócio-cognitiva podem ser focadas nos seguintes
pontos:
i)
Ênfase nas pessoas como agentes ativos;
ii)
Ênfase nas origens sociais do comportamento;
iii)
Ênfase em processos cognitivos;
iv)
Ênfase no comportamento como sendo específico para a situação;
v)
Ênfase na aprendizagem de padrões complexos de comportamento na ausência
de recompensas.
A visão sobre a pessoa é uma visão geral. Bandura (1977) observa que visões da
natureza humana influenciam quais aspectos do funcionamento psicológico são
estudados de formas mais detalhadas e quais permanecem sem ser examinados. A atual
21
teoria sócio-cognitiva enfatiza uma visão sobre a pessoa com um ser ativo e que utiliza
processos cognitivos para representar eventos, prever o futuro, escolher entre diferentes
rumos de ação e comunicar-se com os outros Bandura (1999); Mischel, (1999); Mischel
e Shoda, (1999). Visões alternativas sobre a pessoa que a consideram como uma vítima
passiva de pulsões inconscientes e de sua história passada ou como alguém que
responde passivamente aos eventos do ambiente, são rejeitadas.
Rejeitando tanto a visão de que as pessoas são motivadas por forças interiores
(impulsos) quanto à visão de que são bombardeadas por estímulos ambientais, a teoria
sócio-cognitiva sugere então, que o comportamento pode ser explicado em termos de
uma interação entre a pessoa e o ambiente, um processo que Bandura (1999) chama de
determinismo recíproco. As pessoas são influenciadas por forças ambientais, mas
também escolhem como se comportar. A pessoa responde à situação e interpreta e
influencia as situações ativamente.
Além da importância da experiência direta, a teoria sócio-cognitiva enfatiza a
importância dos modelos e da aprendizagem por observação para o desenvolvimento da
personalidade. Os indivíduos adquirem respostas emocionais e comportamentos através
da observação. Através da experiência de conseqüências externas diretas, os indivíduos
aprendem a esperar recompensas e punições por comportamentos específicos em
contextos específicos. Segundo Bandura (1999) e Mischel (1999), as pessoas
desenvolvem capacidades e competências em certas áreas. Essa visão enfatiza a
capacidade das pessoas de discriminar entre situações e regular comportamento de
forma flexível, de acordo com as metas internas e as exigências da situação.
Em pesquisas posteriores já na década de 70, estudos sobre Economia&Psicologia
receberam maior destaque acadêmico. É o caso do economista Herbert A. Simon, que
obteve o Prêmio Nobel de Economia em 1978, por sua pesquisa pioneira sobre o
processo de tomada de decisões nas organizações econômicas, na referida pesquisa o
autor abordou a idéia de informação limitada. Nesta mesma vertente, o economista
Daniel Kanheman, obteve em 2002 conjuntamente com o psicólogo Tversky, o prêmio
Nobel de Economia por integrar a pesquisa psicológica na ciência econômica,
especialmente no tocante ao juízo humano e a adoção de decisões sob ambiente de
incerteza. Mediante estudos experimentais, a pesquisa demonstrou que a falta de
objetividade
tende
a
seguir
padrões
regulares
que
podem
ser
descritos
matematicamente.
22
4.2 Abordagem contemporânea: Tversky, Kahneman e Smith – diálogo direto da
Psicologia Cognitiva e da Economia.
As pesquisas em Psicologia Experimental Cognitiva e tomada de decisão surgiram na
década de 70 Tversky & Kahneman (1974). No cenário da Psicologia Cognitiva, o
julgamento é considerado como a avaliação de duas ou mais opções, e a tomada de
decisão, a escolha realizada entre as alternativas dadas, sendo essas funções
independentes e complexas, mas inter-relacionadas Plous (1993); Tversky & Kahneman
(1981). As pesquisas desenvolvidas desde 1974 violaram a concepção de que o ser
humano é capaz de dominar a racionalidade, concepção oriunda das pesquisas clássicas
das Ciências Econômicas. Com a Psicologia, então, o conceito de racionalidade passou
a ser reexaminado. Muitos teóricos passaram a se preocupar em desvelar como as
pessoas encontram decisões eficientes, adaptativas e satisfatórias Mellers, Schwartz &
Cooke (1998).
Essa impossibilidade de domínio da racionalidade se deve ao fato de que as informações
sobre as alternativas de dada tarefa decisória são freqüentemente perdidas ou incertas.
Além disso, a percepção é seletiva e a memória é sujeita a vieses, bem como os
resultados atribuídos às alternativas podem ser erroneamente considerados, e a
comparação de todas as opções, seria possível somente com auxílios da memória, tendo
em vista a enorme demanda mnemônica exigida para essa tarefa. Tonetto, Kalil, Melo,
Schneider, Stein. (2006).
4. Conclusão
Pela revisão e análise das teorias que ao longo do tempo permeiam o desenvolvimento
da economia e da psicologia e, pela ampla vertente de abordagens de ambas disciplinas
é esperado que, a produção acadêmica em torno desta factível união persista.
A tese de doutorado, Psicologia Econômica: Origens, Modelos, Propostas. Ferreira
(2007), assim como o artigo “O papel das heurísticas no julgamento e na tomada de
decisão sob incerteza” Tonetto, Kalil, Melo, Schneider, Stein. (2006); são claros
exemplos da evidente e crescente inquietação do meio acadêmico em relação à busca de
complementaridade entre as disciplinas no âmbito de entender a escolha e/ou decisão
dos agentes.
Essa inquietação cabe ressalvar, geralmente parte da Psicologia e não da área
Econômica. Em parte, essa verificação é percebida porque a pesquisa em economia
institucional na própria Economia não é tão bem conceituada quando comparada ao alto
conceito e atribuída eficiência dada à economia clássica em modelar comportamentos
econômicos.
Certamente que a falta de modelagem da economia institucional, neste caso, não
configura uma falta de “conteúdo” ou ainda um erro de “forma” no intuito de explicar
as escolhas econômicas, mas sim, uma questão chave desta vertente: a não modelagem
do indivíduo. E é certamente neste aspecto o ponto primordial da tangência entre o
institucionalismo e a psicologia moderna, entende-se, a condição de que cada ser é
único. Tanto no questionamento veemente do fator preponderante instintual e hedonista
da economia clássica e da psicanálise, quanto na concepção convergente de fatores
como os hábitos, a cultura, os costumes perpetuados pelas instituições e pelo próprio
comportamento do agente, como sendo variáveis que compõem a escolha única desse
ser. A assimetria da informação desde que assumida pelos teóricos, compromete a
assertividade de modelos criados com o objetivo de dar trajetória ou tendência às
escolhas, o que poderia ser interpretado como sendo uma circunstância determinística,
baseando as escolhas em fatores básicos como instinto, condição genética ou ação
exógena e conseqüentemente, relevando a cognição humana e as instituições.
Em praticamente todas as publicações das áreas econômica-institucional pesquisadas
para a construção deste artigo, a palavra que por mais vezes salientava-se a leitura, era
behavior.
É
Assombroso
que
uma
ciência
classificada
por
muitos
como
preponderantemente ‘exata’ como foi a economia, construa ao longo da evolução
característica de toda ciência, elucubrações e uma importante linha de pensamento como
é a institucional, em fatores subjetivos como comportamento, hábitos, cultura, etc.
Auspiciantemente, estudos que congregam estas duas ciências, já foram devidamente
reconhecidos pelo prêmio Nobel de Economia. Esse reconhecimento indica que, de
fato, o estudo da Economia esta sistematicamente descobrindo novamente produções e
pesquisas voltadas a mais complexa e rica fonte das ciências: o ser humano.
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