Aula 32 33 Junção pn [Modo de Compatibilidade]

Propaganda
FÍSICA PARA ENGENHARIA ELÉTRICA
José Fernando Fragalli
Departamento de Física – Udesc/Joinville
A JUNÇÃO
PN
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção pn
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. A Equação de Schockley
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. INTRODUÇÃO
A importância da junção PN
As principais aplicações da Física do Estado Sólido estão
na área da eletrônica.
Nesta área, com certeza a junção PN desempenha um
papel fundamental.
É a partir da junção PN que construímos uma série de
dispositivos semicondutores que formam a base da moderna
tecnologia.
LED’s
Diodos
Transistores
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. INTRODUÇÃO
Aplicações da junção PN
A junção PN não tem interesse apenas tecnológico.
A junção PN ilustra também uma larga faixa de
fenômenos interessantes de grande importância em Física do
Estado Sólido aplicada.
Células
Solares
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. INTRODUÇÃO
Definição de junção PN
Mas, o que é uma junção PN?
Em poucas palavras, definimos junção PN como sendo a
região do espaço onde ocorre uma transição brusca de um
semicondutor do tipo p para um semicondutor do tipo n.
Junção pn
Em quase todos os dispositivos semicondutores existe
pelo menos uma junção PN.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. INTRODUÇÃO
Curva característica de uma junção PN
O comportamento dos elétrons e buracos em cada
junção pn de um dispositivo determina as características
corrente-tensão (curva I-V) de seus diversos terminais.
Junção PN em
polarização reversa
Curva característica da
junção PN
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
Junção PN em
polarização direta
JUNÇÃO PN
1. INTRODUÇÃO
Fabricação de uma junção PN
Iniciaremos nossos estudos com uma descrição sobre o
atual desenvolvimento da tecnologia de fabricação de uma
junção PN.
Os processos mais utilizados pela indústria para a
fabricação da junção PN são a difusão de impurezas e a
implantação iônica.
Difusão de
impurezas
Implantação
iônica
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. INTRODUÇÃO
Junção PN em equilíbrio
A seguir vamos descrever de maneira qualitativa os
processos que ocorrem na formação da junção pn.
Na sequência, a partir de um modelo unidimensional
simples, vamos determinar quantitativamente os principais
parâmetros da junção PN.
Estes parâmetros são o potencial de contato V0 e a
largura da região de carga espacial W0.
Estes parâmetros dependem das concentrações de
dopantes e das propriedades do semicondutor.
V0 =
kB ⋅T  Na ⋅ Nd
⋅ ln
2
e
 ni



Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
W0 =
2 ⋅ε
e
 1
1 
 ⋅V0
⋅ 
+
 Na Nd 
JUNÇÃO PN
1. INTRODUÇÃO
Junção PN polarizada
Por fim, vamos estudar tanto qualitativa, quanto
quantitativamente o que acontece quando uma diferença de
potencial é aplicada nos terminais da junção pn.
O objetivo final é obtermos a chamada Equação de
Shockley.
 ke⋅V⋅T

I (V ) = I SR ⋅  e B − 1




Curva característica da
junção PN
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
A JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção PN
a. Difusão de Impurezas
b. Implantação Iônica
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. A Equação de Schockley
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Ideias gerais
Os processos de fabricação de uma junção PN dependem
do material semicondutor a partir do qual iniciamos o
processo.
Junções PN a partir do semicondutor silício cristalino (cSi) são fabricadas pelo processo conhecido como difusão de
impurezas.
Tal processo é conduzido a uma temperatura
relativamente alta (≈ 1.000 C), tal que apenas o c-Si a suporte
sem que este semicondutor entre em estado de fusão.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Mais generalidades
Assim, o processo de difusão de impurezas é inviável
para materiais que se decomponham em temperaturas mais
baixa do que esta.
É o caso de materiais semicondutores tais como GaAs,
GaP, InAs, InP e demais ligas ternárias e quaternárias
fabricadas a partir destes constituintes atômicos.
Nos casos destes materiais semicondutores, as junções
PN são fabricadas pelo processo conhecido como
implantação iônica.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Materiais semicondutores e processos de fabricação
Abaixo, mostramos uma tabela com o ponto de fusão dos
principais materiais semicondutores, acompanhado do
processo utilizado para a fabricação da junção PN.
Material
Temperatura de Fusão (C)
Processo
Si
1414
Difusão de Impurezas
Ge
938
Difusão de Impurezas
GaAs
1238
Implantação Iônica
GaP
1477
Implantação Iônica
InAs
1062
Implantação Iônica
InP
942
Implantação Iônica
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção PN
a. Difusão de Impurezas
b. Implantação Iônica
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. A Equação de Schockley
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
O processo de difusão
Nós já definimos o termo difusão quando discutimos os
processos de transporte de portadores fora do equilíbrio.
Como vimos, naquele caso trata-se do movimento de
portadores de carga de uma região de alta concentração para
uma de baixa concentração.
Como vimos, este processo leva ao aparecimento de uma
corrente elétrica de difusão.
Uma consideração similar
movimento de átomos de
semicondutor.
pode ser
impurezas
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
aplicada
através
ao
do
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
A difusão de impurezas
Os mecanismos envolvidos
ligeiramente diferentes.
neste
processo
são
Por outro lado, os princípios de movimento de átomos de
uma região de alta concentração para uma de baixa são os
mesmos.
Também as leis que governam o processo de difusão de
átomos de impurezas são as mesmas que regem a difusão de
portadores de carga.
A seguir vamos discutir sucintamente o processo de
difusão de impurezas em semicondutores.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Níveis de impurezas
Existem quatro elementos a serem considerados ao
escolher um elemento químico para agir como dopante em
um semicondutor, a saber:
a) a condutividade desejada, se do tipo n ou do tipo p;
b) a solubilidade da impureza no hospedeiro, isto é,
quantos átomos dopantes podem permanecer em sítios
ativos da rede cristalina;
c) a energia de ativação do átomo de impureza, a qual
define a temperatura mínima necessária para iniciar o
processo de difusão;
d) as características de difusividade do átomo dopante;
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Condutividade e energia de ativação em c-Si
A figura abaixo mostra os níveis de energia de vários
tipos de dopantes, tanto do tipo n como do tipo p, no c-Si.
c) a energia de ativação do átomo de impureza, a qual
define a temperatura mínima necessária para iniciar o
processo de difusão;
d) as características de difusividade do átomo dopante;
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Fontes de impurezas
As impurezas podem ser adicionadas ao semicondutor a
partir de fontes sólidas, líquidas ou gasosas.
A escolha do tipo de fonte de impureza depende da
disponibilidade de um meio adequado e seu manuseio,
especialmente no que diz respeito à toxicidade.
Especial atenção deve ser dada às temperaturas
necessárias no processo de difusão para liberar as
impurezas doadoras ou aceitadoras.
Em especial, fontes líquidas são escolhidas apenas
quando um gás portador pode ser borbulhado através do
líquido para prover uma fonte de dopante na fase vapor.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Fontes sólidas
Quantidades controladas de impurezas podem ser
adicionadas aquecendo o wafer numa atmosfera gasosa que
contém o dopante.
Normalmente de 25 a 100 wafers são processados em um
forno de quartzo.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Outras montagens para fontes sólidas
Outras possibilidades de montagem no forno são
mostradas abaixo.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Fontes gasosas
Abaixo mostramos arranjos quando são usados gases
como introdutores de impurezas nos semicondutores.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
A dependência com a temperatura
O gradiente de concentração que existe na superfície do
semicondutor faz com que os átomos do dopante se
difundam através do material.
Neste
processo
são
exigidas
temperaturas próximas de 1.000 C.
O coeficiente de difusão para as
impurezas dentro do sólido cristalino
varia fortemente com a temperatura.
D(T ) = D0 ⋅ e
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
−
Ea
k B ⋅T
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
A Lei de Fick
O comportamento da concentração de impurezas ao
longo da profundidade e do tempo é governada por uma
equação de difusão conhecida como Lei de Fick.
∂N (x, t )
∂ N ( x, t )
= D⋅
2
∂t
∂x
2
Equações diferenciais parciais não
são fáceis de serem resolvidas, mas dois
casos particulares são importantes para
a fabricação de dispositivos.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
O processo de pré-deposição
O processo de pré-deposição é de difusão intensa e
ocorre em curto período de tempo.
Neste processo a concentração da impureza na
superfície é mantida no valor máximo que o semicondutor
pode suportar.
Este valor é conhecido como limite se solubilidade da
impureza no semicondutor.
N (0, t ) = N 0
N (∞, t ) = 0
∀t
∀t
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
O perfil após o processo de pré-deposição
O perfil do processo de pré-deposição é resultado da
solução da equação da Lei de Fick com as condições de
contorno dadas acima.
 x 
N ( x, t ) = N 0 ⋅ erfc

 2 D ⋅t 
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
O processo drive-in
Neste caso nenhuma nova impureza é adicionada, mas as
já presentes são redistribuídas pelo semicondutor.
Os dopantes penetram no volume do semicondutor e a
concentração de impurezas na superfície cai drasticamente.
Esta redistribuição prepara o caminho para a adição de
mais dopantes, possivelmente do lado oposto do material.
dN
x =0 = 0
dx
N (∞, t ) = 0
∀t
∀t
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
O perfil após o processo drive-in
O perfil do processo de drive-in é resultado da solução da
equação da Lei de Fick com as condições de contorno dadas
acima.

Q0
x2 

N ( x, t ) =
⋅ exp −
π ⋅ D ⋅t
 4⋅ D ⋅t 
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
A criação da junção PN após o processo de difusão
Abaixo, mostramos um exemplo completo de formação
da junção PN com o processo de difusão de impurezas.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
O uso de máscaras no processo de difusão
Pode-se usar também uma máscara para que o processo
de difusão ocorra apenas em uma parte do semicondutor.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Inconvenientes do processo de difusão de impurezas
Apresentamos a seguir algumas
processo de difusão de impurezas.
desvantagens
do
a) é um processo que ocorre no equilíbrio, e portanto a
concentração de dopantes nunca vai exceder o limite se
solubilidade da impureza no semicondutor;
b) qualquer impureza no ambiente onde ocorre o
processo também adentrará o semicondutor;
c) como o processo ocorre em altas temperaturas,
alguns defeitos indesejáveis podem ser criados, além da
perda de estequiometria devido a diferentes pressões de
vapor dos elementos presentes no processo;
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Mais inconvenientes do processo de difusão de impurezas
Apresentamos a seguir mais algumas desvantagens do
processo de difusão de impurezas.
d) a profundidade de difusão e o grau de difusão lateral
não são muito controláveis;
e) perfis de concentração em função da profundidade
são limitados pelo processo de difusão;
f) a escolha do dopante é limitada pela magnitude do
coeficiente de difusão e da energia de ativação;
g) a concentração total do dopante não pode ser
precisamente monitorada durante o processo.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Implantação iônica
Mostramos abaixo uma visão esquemática de um
implantador iônico.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Vantagens da implantação iônica
Apresentamos a seguir algumas vantagens do processo
de implantação iônica.
a) a profundidade do dopante implantado é controlado
pela energia do feixe, e como o feixe é bastante direcional, o
espalhamento lateral das espécies implantadas é mínimo;
b) um controle preciso do perfil de concentração em
função da profundidade pode ser obtido através da energia
do feixe, orientação do cristal e temperatura de implantação;
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Vantagens da implantação iônica
Apresentamos a seguir mais algumas vantagens do
processo de implantação iônica.
c) o processo de implantação iônica é de não equilíbrio
e desta forma as impurezas podem estar presentes em
concentrações acima do seu limite de solubilidade no
material;
d) temperaturas muito mais baixas do que aquelas
usadas no processo de difusão são exigidas aqui, reduzindo
assim problemas de formação de defeitos induzidos por
temperatura e sublimação de átomos do hospedeiro.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Desvantagens da implantação iônica
Apresentamos a seguir algumas desvantagens do
processo de implantação iônica.
a) à medida que os íons perdem energia via colisões
com átomos do hospedeiro, a rede cristalina se torna
avariada, podendo inclusive se tornar amorfa;
b) íons implantados não são eletricamente ou
opticamente ativos, uma vez que eles não vem do repouso
para ocupar sítios substitucionais na rede cristalina;
c) um tratamento térmico adicional (recozimento) tem
que ser realizado após a implantação afim de restaurar a
estrutura cristalina e incorporar dopantes nos sítios ativos da
rede cristalina.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Mecanismos de perda de energia
Mostramos abaixo o alcance do íon implantado em um
semicondutor.
2


(
)
x
−
R
N0
p

n( x ) =
⋅ exp −
 2 ⋅ (∆R )2 
2 ⋅ π ⋅ ∆R p
p


Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
Perfis de impureza após o processo de implantação
Mostramos abaixo perfis de dopantes após a implantação
iônica.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
A JUNÇÃO PN
2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE JUNÇÃO PN
O processo de recozimento
Como mencionado acima, uma enorme quantidade de
defeitos cristalinos são causados durante o processo de
implantação iônica.
Isto leva a necessidade de haver um processo chamado
de recozimento logo após a implantação.
Física para Engenharia Elétrica – A Junção PN
JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção pn
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. A Equação de Schockley
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Um modelo físico para a junção PN
As principais aplicações da física do estado sólido
estão na área da eletrônica do estado sólido.
Nesta área, com certeza a junção PN desempenha um
papel fundamental, uma vez que é a partir dela que
construímos uma série de dispositivos semicondutores que
formam a base da moderna tecnologia.
A junção PN não tem interesse apenas tecnológico, uma
vez que, além deste aspecto, ela ilustra uma larga faixa de
fenômenos interessantes de grande importância em física do
estado sólido aplicada.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Características da junção PN
Considere um semicondutor no qual exista uma alteração
do tipo p para o tipo n em uma distância muito pequena,
como mostrado abaixo.
Como vemos, no lado p existem NA impurezas
aceitadoras enquanto que no lado n existem ND impurezas
doadoras.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Estrutura de bandas de energia na junção
Na figura ao lado abaixo
mostramos o diagrama de bandas
de energia quando a junção PN
ainda não foi criada.
No instante em que os dois
semicondutores são aproximados
para formar a junção PN a estrutura
de bandas não é alterada, mantendo
a mesma EVAC.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção pn
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. A Equação de Schockley
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A corrente de difusão de portadores através da junção
Como vimos, logo após a criação da junção o lado n
apresenta um excesso de elétrons enquanto que o lado p
apresenta um excesso de buracos.
Assim, existe um gradiente de concentração de ambos os
portadores na junção entre os dois tipos de semicondutores.
No sentido de atingir o
equilíbrio das concentrações o
processo de difusão de elétrons e
buracos
começa
a
ocorrer,
governado
pelos
respectivos
gradientes de concentração.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
O sentido destas correntes de difusão
Como vemos as correntes de difusão são tais que:
a) elétrons se difundem do lado n para o lado p;
b) buracos se difundem do lado p para o lado n.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Consequências do processo de difusão de portadores
Os buracos se difundem adentrando o lado n onde eles
se recombinam com elétrons livres presentes naquela região.
Relembremos que a recombinação de um elétron e um
buraco livres aniquila ambos os portadores.
Logo, a o resultado da
difusão de buracos ao
longo da junção é remover
elétrons livres do lado n.
Assim, o lado n fica
com centros de carga
positiva fixas no espaço.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A recombinação de portadores em cada lado da junção
Os elétrons se difundem adentrando o lado p onde eles
se recombinam com buracos livres presentes naquela região.
Relembremos que a recombinação de um elétron e um
buraco livres aniquila ambos os portadores.
Logo, a o resultado da
difusão de elétrons ao
longo da junção é remover
buracos livres do lado p.
Assim, o lado p fica
com centros de carga
negativa fixas no espaço.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Efeitos da recombinação sobre as bandas de energia
Abaixo mostramos o diagrama de bandas de energia da
situação do semicondutor neste estágio, após a difusão de
portadores se completar e o equilíbrio ser atingido.
Os sinais + e – representam
respectivamente, átomos de
impurezas
doadoras
e
aceitadoras ionizadas e fixas no
espaço.
A região de carga espacial
(RCE) é a região entre as linhas
tracejadas verticais.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A região de carga espacial
Fora da RCE, distante
recombinação de portadores.
da
junção
não
ocorre
Vemos também que fora da RCE, a neutralidade de carga
continua a ser mantida.
As regiões fora da RCE são
chamadas de regiões neutras n e
p.
Notamos que toda a estrutura
do
semicondutor
permanece
neutra, já que nenhuma carga foi
criada ou destruída no processo.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Criação de um campo elétrico embutido na junção
A criação destas duas regiões de cargas espaciais de
sinais opostos estabelece um campo elétrico embutido na
RCE.
O sentido do campo
elétrico embutido na RCE é
do lado n para o lado p.
A figura acima mostra o sentido das forças que este
campo elétrico embutido exerce sobre elétrons e buracos.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Correntes de deslocamento na junção PN
É fácil verificar que a força exercida pelo campo elétrico
embutido se opõe à difusão de elétrons do lado n para o lado
p, bem como a difusão de buracos do lado p para o lado n.
Neste
sentido,
o
desenvolvimento deste campo
elétrico embutido traz de volta a
condição de equilíbrio da junção
PN.
Correntes de deslocamento de elétrons (do lado p para o
lado n) e de buracos (do lado p para o lado n) fluem através
da junção.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Diferença de potencial na junção
O campo elétrico embutido implica na existência de um
gradiente do potencial eletrostático ao longo da junção,
como mostra a figura abaixo.
Por simplicidade, fazemos a
hipótese que o campo elétrico
embutido é confinado à RCE.
Isto significa que o potencial
eletrostático
é
constante
nas
regiões neutras fora da RCE.
dV ( x )
>0
dx
V n − V p = V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Influência no diagrama de bandas de energia
A existência desta diferença de potencial entre as
extremidades da RCE faze com que os elétrons sofram uma
queda na energia potencial.
∆U e = −e ⋅ (Vn − V p ) = −e ⋅ V0
Temos então que no
diagrama de bandas de
energia
o
efeito
é
o
abaixamento das bandas do
lado n de um valor e⋅V0.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Consequências sobre o Nível de Fermi
Uma maneira muito útil de discutir o equilíbrio entre
semicondutores do tipo n e do tipo p na junção PN é
considerar o Nível de Fermi no diagrama da bandas de
energia.
Um resultado importante da Mecânica Estatística é
mostrado abaixo.
“Dois sistemas que podem trocar energia e partículas
estão em equilíbrio quando a temperatura e o Nível de Fermi
de cada sistema são iguais”.
Na junção PN o lado n e o lado p formam dois sistemas
onde existe troca de energia e de partículas (elétrons e
buracos).
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Nível de Fermi antes do equilíbrio
Vamos considerar inicialmente os semicondutores do
tipo n e do tipo p em contato antes do equilíbrio ser atingido.
A figura ao lado mostra o Nível
de Fermi na junção, antes do
equilíbrio ser atingido.
No lado p vemos o Nível de
Fermi próximo do topo da BV,
enquanto que no lado n ele está
próximo da BC.
Vamos considerar agora o que acontece após o equilíbrio
termodinâmico ser atingido.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Nível de Fermi após o equilíbrio
Os novos diagramas de bandas de energia da junção PN
em equilíbrio podem ser obtidos a partir da figura anterior
impondo que o Nível de Fermi em cada lado da junção seja
igual .
O
resultado
é
aquele
mostrado na figura ao lado, onde
vemos a mudança de energia
entre os lados n e p ocorrendo de
maneira descontínua em um dado
ponto da junção.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Uma melhor descrição
Uma descrição mais realista indica que tais alterações
devam ser tais que ocorra uma variação contínua da energia,
como mostra a figura abaixo.
A figura ao lado mostra
que igualar o Nível de Fermi
em ambos os lados da junção
é equivalente a diminuir a
energia do elétron no lado n da
junção.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Aspectos quantitativos
Isto é exatamente o que já foi descrito anteriormente
sobre a alteração no potencial eletrostático dos elétrons,
devido ao campo elétrico embutido.
Comparando as duas figuras ao lado,
vemos graficamente que o deslocamento de
energia entre os dois diagramas é
exatamente a “altura” da barreira de energia
entre os dois lados, e⋅V0.
e ⋅ V0 = E − E
n
F
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
p
F
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Neutralidade da carga na RCE
Finalmente, podemos calcular a largura da RCE.
Sejam Q+ é a quantidade de cargas
positivas no lado n da junção e Q- é a
quantidade de cargas negativas no lado p.
Q+ = Q−
N A ⋅ x p = N D ⋅ xn
Admitimos que existam ND impurezas
doadoras ionizadas por unidade de
volume no lado n e NA impurezas
aceitadoras ionizadas por unidade de
volume no lado p.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção pn
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. A Equação de Schockley
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A condição de equilíbrio
Vimos que a condição de equilíbrio para as correntes
elétricas em uma junção PN é que tenhamos
simultaneamente, tanto a corrente total de elétrons como a
de buracos igual a zero.
r dif r des
Jn + Jn = 0
r dif r des
Jp + Jp = 0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
As correntes de difusão e de deslocamento
As correntes de difusão são expressas em termos dos
respectivos gradientes de concentração.
r dif
r
J n = +e ⋅ Dn ⋅ ∇n
r dif
r
J p = − e ⋅ D p ⋅ ∇p
Já as correntes de deslocamento, por sua vez são
expressas em termos do campo elétrico.
r
r des
r r des
J n = e ⋅ n ⋅ µn ⋅ E J p = e ⋅ p ⋅ µ p ⋅ E
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
O equilíbrio para as correntes dos “elétrons”
Olhemos agora apenas para a corrente dos elétrons
(estados ocupados na BC).
Vamos impor a condição de equilíbrio para estes estados.
r
r
e ⋅ Dn ⋅ ∇n + e ⋅ n ⋅ µ n ⋅ E = 0
⇓
r
r
Dn ⋅ ∇n = −n ⋅ µ n ⋅ E
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A Relação de Einstein
Podemos utilizar aqui a Relação de Einstein.
Como vimos, ela relaciona o coeficiente de difusão Dn
com a mobilidade dos portadores de carga µn.
kB ⋅T
Dn =
⋅ µn
e
Substituímos a Relação de Einstein na condição de
equilíbrio.
r
r
kB ⋅T
⋅ µ n ⋅ ∇n = − n ⋅ µ n ⋅ E
e
⇒
r
∇n = −
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
r
e
⋅n⋅E
kB ⋅T
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Simplificação para o caso unidimensional
Lembremos também que existe uma relação entre o
campo elétrico e o potencial elétrico.
r
r
E = −∇V
⇒
r
∇n =
r
e
⋅ n ⋅ ∇V
kB ⋅ T
Vamos simplificar esta equação, escrevendo-a no caso
unidimensional.
r
dn( x ) ˆ
∇n =
⋅i
dx
r
dV ( x ) ˆ
∇V =
⋅i
dx
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Obtenção de uma equação integrável
Substituímos estas
condição de equilíbrio.
dn
e ⋅ n dV
=
⋅
dx k B ⋅ T dx
relações
unidimensionais
⇒
na
e⋅n
dn =
⋅ dV
kB ⋅T
Após uma manipulação simples, obtemos uma relação
facilmente integrável.
dn
e
=
⋅ dV
n kB ⋅T
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Obtenção do potencial de contato
Integramos esta equação levando em conta os limites de
integração.
nn
Vn
 nn 
e
ln  =
⋅ (Vn − V p )
 n  k ⋅T
B
 p
dn
e
∫n n = V∫ k B ⋅ T ⋅ dV
p
p
nn = N d
2
i
n
np =
Nd
V n − V p = V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN




N D  e ⋅ V0

ln 2  =
ni
kB ⋅T


 NA 
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Análise da expressão para o potencial de contato
Façamos uma análise desta última expressão.
kB ⋅T  N D ⋅ N A 

⋅ ln
V0 =
2

e
 ni

Observemos que V0 depende apenas da temperatura (T),
do material utilizado (ni), além de poder ser controlado pela
dopagem realizada no semicondutor (Nd e Na).
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Potencial de contato – exemplo numérico
Consideremos, como exemplo de cálculo uma junção PN
com as seguintes características:
a) T = 300 K;
b) hospedeiro Si: ni = 1,5×1016 m-3;
c) dopagem tal que Nd = Na = 1,10×1022 m-3.
V0 = 0,70
V
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Obtenção da largura da região de carga espacial (RCE)
Para a determinação da largura da RCE precisamos
conhecer a distribuição de portadores ao longo desta região.
O cálculo anterior permite apenas que conheçamos a
relação entre as concentrações de portadores fora da RCE.
 e ⋅ V0 
pn n p

=
= exp −
p p nn
 kB ⋅T 
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A Equação de Poisson
Em qualquer ponto do espaço, inclusive dentro da RCE a
Equação de Poisson para o potencial eletrostático deve ser
satisfeita.
A Equação de Poisson relaciona o potencial elétrico na
região com a densidade de carga contida nela.
r
∇ V (r ) = −
2
r
ρ (r )
ε
d V (x )
ρ (x )
=−
2
ε
dx
2
1D ⇒
ρ ⇒ densidade de carga
ε ⇒ constante dielétrica do meio
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A densidade de carga espacial
Sabemos escrever uma expressão para a densidade de
carga espacial ρ(x) em qualquer ponto ao longo da direção x.
ρ ( x ) = −e ⋅ n( x ) + e ⋅ p ( x ) − e ⋅ N a + e ⋅ N d
Para determinar o potencial eletrostático ao longo de
todo espaço, temos que resolver a Equação de Poisson.
d V (x )
1
= − [− e ⋅ n( x ) + e ⋅ p ( x ) − e ⋅ N a + e ⋅ N d ]
2
ε
dx
2
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Aproximação para a densidade de carga espacial
A solução desta equação é bastante complexa, pois não
sabemos exatamente as expressões para n(x) e p(x).
Para obtermos uma solução aproximada vamos fazer a
hipótese bastante razoável que a quantidade líquida de
portadores livres p(x) – n(x) é pequena se comparada tanto
com NA quanto com ND.
Assim, escrevemos uma expressão para ρ(x).
x < −xp
0

− xp ≤ x ≤ 0
− e ⋅ N A
ρ (x ) = 
,
0 ≤ x ≤ xn
+ e ⋅ N D
0
x > xn

Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A neutralidade da carga na junção
Olhemos para o gráfico abaixo que mostra a densidade
de carga ao longo de toda a direção x.
Vamos impor a já conhecida condição da neutralidade de
carga na junção.
N D ⋅ xn = N A ⋅ x p
Isto mostra que as duas áreas retangulares do gráfico
acima são iguais.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A Equação de Poisson ao longo da junção
De posse da expressão para a densidade de cargas em
todo o espaço, escrevemos a Equação de Poisson ao longo
de toda a direção x.
0 x < − x p

e ⋅ Na

− xp ≤ x ≤ 0
2
d V ( x)  ε
=
,
2
dx
− e ⋅ N d 0 ≤ x ≤ x
n

ε

0 x > x n
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
O campo elétrico na junção
Nós podemos agora integrar a Equação de Poisson, e
com isto obter o campo elétrico ao longo da junção
r
dV ( x ) ˆ
E (x ) = −
i
dx
Integramos então a Equação de Poisson e com as
condições de contorno adequadas, E(xp) = E(xn) = 0, obtemos
o campo elétrico embutido.
0 x < − x p

− e ⋅ N a ⋅ (x + x ) − x ≤ x ≤ 0
p
p
dV ( x) 
ε
E (x ) = −
=
,
dx
e
⋅
N
d

⋅ (x − xn ) 0 ≤ x ≤ xn
 ε
0 x > x
n

Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
O campo elétrico na junção em x = 0
Observe que, para ∀ x, temos que E(x) ≤ 0, o que indica
apenas que o sentido do campo elétrico é na direção
negativa de Ox.
Podemos também calcular o mínimo valor para o campo
elétrico E(x), o que ocorre quando x = 0, como pode ser
observado pelo gráfico de E(x).
E 0 = E ( x = 0) =
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
e
ε
⋅ Na ⋅ xp =
e
ε
⋅ N d ⋅ xn
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
O potencial elétrico ao longo da junção
Integramos agora a expressão para E(x) para obtermos a
equação para o potencial eletrostático na junção, V(x).
As duas condições de contorno agora são V(x = xp) = Vp e
V(x = xn) = Vn.
V p x ≤ − x p

 e ⋅ N a ⋅ (x + x )2 − x ≤ x ≤ 0
p
p
 2 ⋅ε
,
V (x ) = 
− e ⋅ N d ⋅ ( x − x )2 0 ≤ x ≤ x
n
n
 2 ⋅ε
V x ≥ x
n
 n
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Influência sobre o diagrama de bandas de energia
A figura abaixo mostra a energia do elétron em função da
das coordenadas da junção.
Para obtê-la apenas multiplicamos a expressão de V(x)
por –e.
∆U e = −e ⋅ (Vn − V p )
∆U e = −e ⋅ V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
O potencial de contato
De posse desta expressão para V(x), podemos determinar
o potencial de contato V0.
Para isto, basta impor que V(x = 0-) = V(x = 0+), pois o
potencial é uma função contínua em todo o espaço.
e
e
2
⋅ Na ⋅ xp + Vp = −
⋅ N d ⋅ x n2 + Vn
2 ⋅ε
2⋅ε
⇓
(
e
V0 = V n − V p =
⋅ N d ⋅ x n2 + N a ⋅ x 2p
2⋅ε
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
)
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
As equações para determinar xn e xp
Temos então duas
comprimentos xn e xp.
N d ⋅ xn = N a ⋅ x p
equações
relacionando
(
e
V0 =
⋅ N d ⋅ xn2 + N a ⋅ x 2p
2 ⋅ε
os
)
As incógnitas de nosso problema são xn e xp, cuja soma é
exatamente o valor da largura da RCE.
W0 = xn + x p
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
A determinação de W0
Este sistema é de fácil solução.
xn =
2 ⋅ ε ⋅ V0 N a
1
⋅
⋅
xp =
e
N d (N a + N d )
2 ⋅ ε ⋅ V0 N d
1
⋅
⋅
e
N a (N a + N d )
Com uma simples manipulação obtemos W0.
W = xn + x p
2 ⋅ ε ⋅V0 ( N a + N d )
W0 =
⋅
e
Na ⋅ Nd
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
W0 em termos das propriedades do semicondutor
Escrevemos V0 em termos das propriedades da junção
PN e obtemos W0 em termos das propriedades do
semicondutor.
2 ⋅ k B ⋅ T ⋅ ε (N A + N D )  N D ⋅ N A 

⋅
W0 =
⋅ ln
2
2
e
N A ⋅ ND
 ni

Observemos que W depende da temperatura (T), das
propriedades do semicondutor (ni e ε), além de poder ser
controlado pela dopagem realizada no semicondutor (NA e
ND).
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Largura da RCE – exemplo numérico
Consideremos, como exemplo de cálculo uma junção PN
com as seguintes características:
a) T = 300 K;
b) hospedeiro Si: ni = 1,5×1016 m-3 e ε = 16,0⋅ε0;
c) dopagem tal que Nd = Na = 1,10×1022 m-3.
V0 = 0,70
V
W0 = 0,47
µm
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Relações para xn e xp
Obtemos ainda uma relação entre xn e xp em termos de
W 0.
W
xn =
ND
1+
NA
W
xp =
NA
1+
ND
N a > N d ⇒ x p < xn
As equações acima mostram que quanto maior for a
concentração de impurezas ionizadas de um lado da junção,
menor será a penetração da região de carga espacial naquele
lado da junção.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção pn
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. A Equação de Schockley
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Generalidades
Considere uma barra de material semicondutor de
comprimento L e seção transversal constante.
Seja uma extremidade da barra colocada em x = 0 e a
outra em x = L, e apliquemos uma diferença de potencial V ao
longo desta amostra.
V
V (x ) = ⋅ x
L
Se nós admitimos que o
zero de potencial (V = 0)
ocorra em x = 0, então o
potencial V(x) é dado pela
expressão ao lado, sendo
válida para 0 ≤ x ≤ L.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Generalidades
Desta forma, em qualquer ponto x da amostra o efeito do
potencial V(x) é alterar a energia do elétron por uma
quantidade U(x) dada abaixo.
Assim, se nós olhamos para a
energia do elétron em função da
distância x na amostra sob a ação
do potencial aplicado
V, este
comportamento é aquele mostrado
na figura abaixo
V
U ( x ) = −e ⋅ ⋅ x
L
Nela vemos a BC e a BV do
semicondutor
em
função da
distância x.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Generalidades
A aplicação do potencial, neste caso equivalente a um
campo elétrico aplicado constante E = V/L, abaixa os níveis
de energia dos elétrons em relação ao zero de potencial no
ponto x = 0.
Assim, na extremidade x = L a
diminuição na energia do elétron é
igual a e⋅V.
Este efeito é básico da
aplicação de um campo elétrico
externo, e às vezes é chamado de
“inclinação das bandas”.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Generalidades
Notamos especificamente que, em nosso modelo de
junção PN abrupta a “inclinação das bandas” ocorrerá
apenas nos pontos da RCE.
Isto porque nosso modelo de
junção PN é um no qual apenas a
RCE é exaurida de elétrons livres e
portanto tem elevada resistividade
elétrica comparada às regiões
neutras.
Assim, em nosso modelo de junção todo o potencial
aplicado aparecerá ao longo da RCE.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção pn
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. A Equação de Schockley
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Generalidades
Como vimos, no equilíbrio as densidades de corrente de
elétrons e buracos devido a difusão e deslocamento
cancelam-se mutuamente.
r dif r des
r dif r des
Jn + Jn = 0 J p + J p = 0
Isto significa que para ambos os tipos de portadores
elétrons e buracos, existem dois tipos de densidades de
correntes que se movem em direções opostas.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Efeito da ação de um campo eletrostático
Caso um potencial eletrostático seja aplicado ao longo da
junção PN, a situação se altera.
O equilíbrio entre as correntes
elétricas não mais se mantém.
Uma corrente elétrica resultante
flui através da junção PN.
Para investigar esta situação fora de equilíbrio, faremos
a hipótese que todo o potencial eletrostático Va aplicado
aparece apenas ao longo da RCE de largura W, como já
discutido anteriormente.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Lembremos que a região de carga espacial (RCE) é
exaurida de portadores de carga, pois as cargas elétricas
estão fixas no espaço.
Logo, a RCE é uma região de maior resistividade elétrica
do que as regiões neutras do tipo n e do tipo p.
Lembremos também que
o campo elétrico embutido na
junção em equilíbrio tem o
sentido do lado n para o lado
p.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Assim, ao aplicarmos o potencial negativo à região do
tipo n isto fará com que o módulo do campo elétrico
embutido diminua.
Isto é mostrado na figura ao
lado.
E R = E − Ea
Neste caso, com o lado n
polarizado
negativamente
escrevemos facilmente o módulo
do campo elétrico.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Por outro lado, ao aplicarmos o potencial negativo à
região do tipo p isto fará com que o módulo do campo
elétrico embutido aumente.
Isto é mostrado na figura ao
lado.
E R = E + Ea
Neste caso, com o lado p
polarizado
negativamente
escrevemos facilmente o módulo
do campo elétrico.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Polarização direta
Desta forma, no caso de uma junção PN polarizada,
existem duas situações possíveis:
a) polarização direta: quando o terminal positivo da
fonte está ligado no lado p da junção e consequentemente o
terminal negativo está ligado no lado n da junção.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Polarização reversa
No caso de uma junção PN polarizada, existem duas
situações possíveis:
b) polarização reversa: quando o terminal positivo da
fonte está ligado no lado n da junção e consequentemente o
terminal negativo está ligado no lado p da junção.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo direto sobre a RCE
Precisamos agora considerar o efeito de um potencial
elétrico aplicado Va sobre W, a largura da RCE.
E R = E − Ea
Sob a ação de polarização
direta, o módulo do campo
elétrico na RCE diminui.
Este menor campo elétrico significa que devem existir
menos átomos de impurezas ionizadas compensadas na
RCE.
Por sua vez, isto significa que a RCE deve ser mais
estreita em extensão, tal que a polarização direta diminui a
largura da RCE em relação à situação de equilíbrio.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo reverso sobre a RCE
Por outro lado, sob a ação de polarização reversa, o
módulo do campo elétrico na RCE aumenta.
E R = E + Ea
Este maior campo elétrico
significa que devem existir mais
átomos de impurezas ionizadas
compensadas na RCE.
Por sua vez, isto significa que a RCE deve ser mais larga
em extensão, tal que a polarização reversa aumenta a largura
da RCE em relação à situação de equilíbrio.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Efeito sobre o potencial eletrostático em polarização direta
Para analisar o efeito do potencial aplicado Va sobre o
potencial eletrostático entre os lado n e o lado p da junção,
partimos do fato que ambos, o campo elétrico e a largura da
RCE diminuem em caso de polarização direta.
Uma vez que V(x) = W⋅V(x), a diferença de potencial
eletrostático entre a região n e a região p é menor sob
polarização direta do que aquela em equilíbrio.
V = V0 − Va
Sob polarização direta a
diferença de potencial entre a
região n e a região p é dada
pela fórmula ao lado.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Análise gráfica do potencial eletrostático em polarização
direta
Os gráficos abaixo revelam o comportamento
potencial eletrostático sob polarização direta.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
do
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Efeito sobre o potencial eletrostático em tensão reversa
Para analisar o efeito do potencial aplicado Va sobre o
potencial eletrostático entre o lado n e o lado p da junção,
partimos do fato que ambos, o campo elétrico e a largura da
RCE aumentam em caso de polarização reversa.
Uma vez que V(x) = W⋅V(x), a diferença de potencial
eletrostático entre a região n e a região p é maior sob
polarização reversa do que aquela em equilíbrio.
V = V0 + Va
Sob polarização reversa a
diferença de potencial entre a
região n e a região p é dada
pela fórmula ao lado.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Análise gráfica do potencial eletrostático em polarização
reversa
Os gráficos abaixo revelam o comportamento do
potencial eletrostático sob polarização reversa.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Efeito sobre as bandas de energia em polarização direta
Nós também podemos construir um gráfico superpondo
as bandas de energia do elétron com a ação da diferença de
potencial entre o lado n e o lado p da junção.
Na situação de equilíbrio a barreira de energia entre os
lado n e o lado p da junção é igual a e⋅V0.
A aplicação de um potencial Va em polarização direta
diminui a “altura” da barreira para e⋅(V0 – Va).
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Análise gráfica do potencial eletrostático em polarização
direta
Os gráficos abaixo revelam o comportamento das bandas
de energia sob polarização direta.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Efeito sobre as bandas de energia em polarização reversa
Nós também podemos construir um gráfico superpondo
as bandas de energia do elétron com a ação da diferença de
potencial entre o lado n e o lado p da junção.
Na situação de equilíbrio a barreira de energia entre os
lado n e o lado p da junção é igual a e⋅V0.
A aplicação de um potencial Va em polarização reversa
aumenta a “altura” da barreira para e⋅(V0 + Va).
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Análise gráfica do potencial eletrostático em polarização
reversa
Os gráficos abaixo revelam o comportamento das bandas
de energia sob polarização reversa.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente de difusão dos elétrons através da junção
Vamos agora considerar o efeito das alterações descritas
acima sobre as correntes de portadores fluindo ao longo da
junção.
Considerando inicialmente os elétrons, lembremos que
existem duas correntes devido a eles, as quais fluem em
sentidos opostos.
A primeira, chamada de Jdifn1 é
composta dos elétrons majoritários
do lado n, que tem energia suficiente
para superar a barreira de potencial
de “altura” e⋅V0 em equilíbrio,
mostrada na figura (a) ao lado.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente de geração dos elétrons através da junção
A segunda, chamada de Jdesn2 é composta dos elétrons
minoritários do lado p, que difundem na RCE e são varridas
para baixo da barreira de energia e se dirigem para o lado n.
Uma vez que os elétrons
minoritários são gerados por
excitação térmica ao longo do
gap de energia esta corrente
Jdesn2 é chamada de corrente
de geração.
Esta corrente Jdesn2
acima.
(Jgern2) é mostrada na figura (b)
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
O comportamento dos elétrons minoritários
Os elétrons minoritários que compõem a corrente Jgern2
serão aqueles criados dentro de um comprimento de difusão
Ln da RCE.
Isto porque os elétrons gerados no lado p irão se
recombinar e se aniquilar antes que eles possam atingir a
RCE para serem varridos para baixo da barreira de energia.
Estas afirmações são também verdadeiras para os
buracos, isto é, para a corrente de difusão de buracos por
difusão Jdifp1 e para a corrente de geração de buracos Jgerp2.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente de difusão dos buracos através da junção
Também no caso dos buracos, lembremos que existem
duas correntes devido a eles, as quais fluem em sentidos
opostos.
A primeira, chamada de
Jdifp1 é composta dos buracos
majoritários do lado p, que
tem energia suficiente para
superar
a
barreira
de
potencial de “altura” e⋅V0 em
equilíbrio, no sentido oposto
ao da seta mostrada na figura
(a) ao lado.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente de geração dos buracos através da junção
A segunda, chamada de Jdesp2 é composta dos buracos
minoritários do lado n, que difundem na RCE e são varridas
para cima da barreira de energia e se dirigem para o lado p.
Uma vez que os buracos
minoritários são gerados por
excitação térmica ao longo do
gap de energia esta corrente
Jdesp2 é chamada de corrente
de geração.
Esta corrente Jdesp2 (Jgerp2) tem o sentido oposto ao da
seta mostrada na figura (b) acima.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente de difusão em função do potencial eletrostático
A corrente de difusão de elétrons Jdifn1 é composta da
pequena fração dos elétrons majoritários do lado n, que têm
energia suficiente para superar a barreira de energia.
Assim, Jdifn1 depende da magnitude da barreira de
energia.
Quanto menor a barreira de energia, maior será a fração
dos elétrons majoritários que podem superá-la e adentrar o
lado p da junção.
Assim, se a “altura” da barreira de
potencial diminuir, a magnitude da
corrente de difusão Jdifn1 irá aumentar.
(e ⋅VR ) ↓⇒ (J
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
dif
n1
)↑
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente de geração em função do potencial eletrostático
Já a corrente de geração de elétrons Jgern2 é composta
por todos os elétrons minoritários que conseguem
atravessar a junção a partir do lado p.
Em uma boa aproximação, Jgern2 é praticamente
independente da magnitude da barreira de energia.
Isto porque tem a mesma facilidade um elétron “descer”
uma alta barreira de potencial quanto uma de menor “altura”.
Todos os poucos elétrons minoritários que são gerados
no intervalo do comprimento de difusão Ln irão compor a
corrente de geração de elétrons do lado p para o lado n.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente total em função do potencial eletrostático
No equilíbrio as correntes de difusão e de geração são
iguais em magnitude e tem sentidos opostos.
Neste caso, a corrente de difusão do lado n para o lado p
é devida a uma pequena fração dos elétrons majoritários.
Por outro lado, a corrente de geração do lado p para o
lado n é devida a uma grande fração dos elétrons
minoritários.
Podemos agora entender como um potencial aplicado Va
afeta a corrente de elétrons através da junção.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente de elétrons em
eletrostático em polarização direta
função
do
potencial
A polarização direta diminui a “altura” da barreira de
energia para os elétrons entre o lado n e o lado p.
Desta forma, a corrente de difusão Jdifn1 aumenta,
enquanto que corrente de geração Jgern2 é praticamente
inalterada.
A corrente
de
elétrons
resultante Jdifn1 + Jgern2 então
aumenta sob polarização direta.
J ∝V
R
n
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
dir
a
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente total em polarização direta
A polarização direta também diminui a “altura” da
barreira de energia para os buracos entre o lado p e o lado n.
Desta forma, a corrente de difusão Jdifp1 aumenta,
enquanto que corrente de geração Jgerp2 é praticamente
inalterada.
Analogamente ao caso dos elétrons, vemos que a
polarização direta aumenta a corrente resultante de buracos
Jdifp1 + Jgerp2.
Por fim, vemos que a corrente resultante total (devida a
elétrons e buracos) aumenta com o aumento da polarização
direta aplicada à junção.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente dos elétrons em polarização reversa
Já a polarização reversa aumenta a “altura” da barreira
de energia para os elétrons entre o lado n e o lado p.
Desta forma, a corrente de difusão Jdifn1 é diminuída pela
polarização reversa.
Por outro lado, a corrente de geração Jgern2 é
praticamente inalterada, já que este tipo de corrente é
independente da “altura” da barreira.
Com o aumento da magnitude da polarização reversa, a
corrente de difusão Jdifn1 diminui até que ela assuma um valor
muito pequeno em relação à corrente de geração Jgern2 .
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
A corrente total em polarização reversa
Com o aumento da polarização reversa nós alcançamos
um estado no qual a corrente total dos elétrons através da
junção é a corrente de geração Jgern2 a qual é independente
da magnitude da polarização reversa aplicada Va.
A mesma conclusão é verdadeira para a corrente de
geração de buracos Jgerp2 através da junção.
A corrente total (de elétrons e buracos) através da junção
diminui com o aumento da polarização reversa até que a
corrente sature em um valor igual à soma das correntes de
geração Jgern2 + Jgerp2.
Jgern2 + Jgerp2 é a corrente de saturação reversa da junção.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
O comportamento da corrente total com polarização
A partir destas conclusões qualitativas nós esperamos
que a corrente total J (de ambos, elétrons e buracos) tem o
comportamento descrito abaixo.
J=J
dif
+J
ger
A corrente J será grande
e aumenta em polarização
direta e pequena e constante
em
polarização
reversa,
como mostrado ao lado.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção pn
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. Ruptura Reversa na Junção PN
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Vamos agora fazer o tratamento quantitativo da junção
PN polarizada, a partir das ideias tratadas qualitativamente.
Vimos que quando a polarização direta é aplicada à
junção elétrons se difundem no lado p e buracos se
difundem no lado n.
Isto aumenta as concentrações
minoritários nos limites da RCE.
de
portadores
Este processo é conhecido como injeção de portadores
minoritários.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Quando estudamos a junção PN em equilíbrio obtivemos
a relação entre as concentrações dos portadores minoritários
e majoritários nesta junção.
 e ⋅ V0 
pn n p

=
= exp −
p p nn
 kB ⋅T 
As
concentrações
na
equação ao lado referem-se á
situação de equilíbrio.
p peq
pneq
=
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
nneq
n peq
 e ⋅V0 

= exp
 kB ⋅T 
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Nós esperamos que para a situação de não-equilíbrio o
potencial externo Va aplicado ao longo da junção apareça na
diferença de potencial total no termo exponencial da equação
anterior.
 e ⋅ (V0 − Va ) 
nn
=
= exp

pn n p
k
⋅
T
B


pp
p p (− x p )
pn ( xn )
Esta equação é válida
para as densidades de
portadores nas regiões
neutras.
 e ⋅ (V0 − Va ) 
nn ( xn )
=
= exp

n p (− x p )
 kB ⋅T 
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Nós fazemos agora a hipótese que a concentração de
portadores majoritários nn(xn) e pp(-xp) ficam inalteradas em
relação às concentrações de equilíbrio, sob a aplicação do
potencial aplicado Va.
p p (− x p ) ≅ p peq
nn ( xn ) ≅ nneq
Estas hipóteses
levam
então
ao
seguinte
par
de
equações.
 e ⋅ (V0 − Va )
=
= exp

pn (xn ) n p (− x p )
 kB ⋅T 
p peq
nneq
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Ao substituirmos as concentrações de equilíbrio nesta
última equação uma simplificação leva ao seguinte par de
equações.
 e ⋅Va 

n p (− x p ) = n peq ⋅ exp
 kB ⋅T 
 e ⋅Va 

pn (xn ) = pneq ⋅ exp
 kB ⋅ T 
Como sob polarização direta Va > 0, ambas as
concentrações de portadores minoritários np e pn nos limites
da RCE (x = -xp e x = xn) aumentam para valores maiores do
que os seus respectivos valores de equilíbrio npeq e pneq.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Este aumento na concentração de portadores
minoritários é o processo conhecido como injeção de
portadores minoritários.
Por outro lado, como sob polarização direta Va < 0, ambas
as concentrações de portadores minoritários np e pn nos
limites da RCE (x = -xp e x = xn) diminuem para valores
menores do que os seus respectivos valores de equilíbrio
npeq e pneq.
Esta diminuição na concentração de portadores
minoritários é o processo conhecido como extração de
portadores minoritários.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Vamos definir a quantidade ∆np como sendo a
concentração em excesso dos portadores minoritários no
limite da RCE (x = -xp).
∆n p = n(x = − x p ) − n peq
Com esta definição nós
obtemos uma equação simples
para a concentração em excesso
∆np.
  e ⋅ Va  
 − 1
∆n p = n peq ⋅ exp
  kB ⋅T  
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Analogamente, vamos definir a quantidade ∆pn como
sendo a concentração em excesso dos portadores
minoritários no limite da RCE (x = xn).
∆pn = p( x = xn ) − pneq
Com esta definição nós
obtemos uma equação simples
para a concentração em excesso
∆pn.
  e ⋅Va  
 − 1
∆pn = p peq ⋅ exp
  kB ⋅T  
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Nós queremos agora calcular a corrente que flui através
da junção.
As expressões para as correntes elétricas de elétrons e
buracos já levando em conta os processos de difusão e
deslocamento são bem conhecidas.
r
r dif r des
Jn = Jn + Jn
r
r dif r des
Jp = Jp + Jp
r r r
J = Jn + J p
r
r
r
J n = e ⋅ Dn ⋅ ∇n + e ⋅ n ⋅ µ n ⋅ E
r
r
r
J p = −e ⋅ D p ⋅ ∇p + e ⋅ p ⋅ µ p ⋅ E
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
As correntes J e J devem satisfazer a já conhecida
Equação da Continuidade.
r
r
 p − peq 
 n − neq 
∂n
∂
p

 + e ⋅ + ∇ • J p = −e ⋅ 
− e ⋅ + ∇ • J n = +e ⋅ 
 τ

∂t
∂t
 τn 
p


Além disso, a Equação de Poisson também deve ser
satisfeita.
r
∇•E =
r
ρ (r )
ε
A solução geral deste conjunto de
equações é difícil de ser obtida, e para
tanto vamos utilizar um modelo simples
para obtê-la.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Após algumas manipulações, obtemos a conhecida
Equação de Schockley.

 Dn
  ke⋅V⋅Ta
Dp
J = e⋅
⋅ n p0 +
⋅ pn 0  ⋅ e B − 1
L
 
L

n
p

 
e⋅Va




Dp
Dn
k
⋅
T
2
B
 ⋅ e
J = e ⋅ ni
+
− 1
 N ⋅L N ⋅L  

D
p  
 A n
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
1. Introdução
2. Processos de Fabricação de uma Junção pn
3. Junção PN em Equilíbrio
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
4. Junção PN Polarizada
a. Discussão Qualitativa
b. Discussão Quantitativa
5. Ruptura Reversa na Junção PN
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
5. RUPTURA REVERSA NA JUNÇÃO PN
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
A habilidade da junção PN em resistir à passagem de
corrente elétrica em polarização reversa não é ilimitada.
Em algum ponto a junção PN irá sofrer ruptura e permitir
que a corrente elétrica possa fluir.
Existem três principais mecanismos de ruptura:
a) Ruptura por avalanche;
b) Ruptura túnel;
c) Ruptura por punch.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
5. RUPTURA REVERSA NA JUNÇÃO PN
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
A habilidade da junção PN em resistir à passagem de
corrente elétrica em polarização reversa não é ilimitada.
Em algum ponto a junção PN irá sofrer ruptura e permitir
que a corrente elétrica possa fluir.
Existem três principais mecanismos de ruptura:
a) Ruptura por avalanche;
b) Ruptura túnel;
c) Ruptura por punch.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
5. RUPTURA REVERSA NA JUNÇÃO PN
Ação do campo eletrostático externo sobre a RCE
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
3. JUNÇÃO PN EM EQUILÍBRIO
Consequências do processo de difusão de portadores
As principais aplicações da física do estado sólido estão
na área da eletrônica do estado sólido.
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Descrição Quantitativa: obtenção do potencial de contato
V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Descrição Quantitativa: obtenção do potencial de contato
V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Descrição Quantitativa: obtenção do potencial de contato
V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Descrição Quantitativa: obtenção do potencial de contato
V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Descrição Quantitativa: obtenção do potencial de contato
V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Descrição Quantitativa: obtenção do potencial de contato
V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Descrição Quantitativa: obtenção do potencial de contato
V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
JUNÇÃO PN
4. JUNÇÃO PN POLARIZADA
Descrição Quantitativa: obtenção do potencial de contato
V0
Física para Engenharia Elétrica – Junção PN
Download