H.3.1 – Literatura A poesia plural do Romantismo francês Jéssica D Angeli1, Guacira M Machado2. 1. Estudante de Letras da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP; *[email protected] 2. Professora do Departamento de Letras Modernas e docente do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UNESP, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara/SP. Poesia, romantismo, francês. Introdução Mme Philippe Van Tieghem (1968), baseando-se em de Staël, afirma que o espírito de um povo é profundamente influenciado pelo clima, instituições políticas, religião e leis. Se o conjunto dessas condições muda, a literatura, uma vez que exprime a mentalidade do público e, por isso, está igualmente sujeita a esses fatores, deve evoluir à sua volta. Assim, o luxo da corte de Luís XIV, cujo estilo de vida suntuoso e a detenção de todo o poder renderam a ele o apelido de “Rei Sol”, refletiu-se no Classicismo, uma literatura elevada o bastante para louvar as grandezas do país. A poesia clássica não era apenas uma manifestação artística, mas uma verdadeira expressão do verdadeiro espírito francês, de modo que obras que não se encaixassem nas exigências do estilo clássicos eram descartadas sem chegar ao grande público. A Revolução Francesa, entretanto, mudou drasticamente a sociedade e a literatura acompanha sua mudança de gosto: “o acontecimento da Revolução Francesa produziu na Europa inteira - e no continente americano - uma profunda emoção, exprimindo-se em uma literatura de tipo emocional, que se deu a si mesma o nome de ‘romantismo’”. (CARPEAUX, 1962, p. 1651). À estética fechada e impermeável às influências externas sucedeu uma estética aberta, que se alimentou das fontes estrangeiras de arte. Os escritores, logo que se viram libertos da rigidez das regras do Classicismo, deixaram extravasar todas as inspirações que foram reprimidas durante tanto tempo: “eles perceberam que existia neles uma alma que não havia podido se exprimir nesse círculo polido [o clássico] em que o coração começava a ser somente tolerado”. (TIEGHEM, 1968, p. 159-160, tradução minha). O brusco surgimento do Romantismo trouxe consigo uma liberdade estética – que foi da forma às fontes de inspiração – que reuniu, em um mesmo período, obras sobre temas bastante diversos. O objetivo do estudo é compreender a que se deve o atraso da chegada do Romantismo – ou a resistência do Classicismo às novas tendências - na França, em relação à Alemanha e à Inglaterra, por exemplo. E, depois de apontar os aspectos mais importantes da instalação do movimento romântico na França, o trabalho visa a fornecer uma teoria que explique o porquê da diversidade de estilos nas obras dos poetas que fazem parte dessa escola literária. Romantismo francês é um em cada autor, e que, por isso, ele é múltiplo e sem par na Literatura. Para isso, foram utilizadas as obras História da Literatura Ocidental, de Otto Maria Carpeaux, Teorias Poéticas do Romantismo, de Luiza Lobo, O Romantismo, organizado por Jacó Guinsburg, Les Grands Doctrines Littéraires en France, de Philippe Van Tieghem, Estudo Analítico do Poema e Na Sala de Aula, ambos de Antonio Candido. Além disso, para analisar o que se propõe na pesquisa, foram selecionadas poesias de Victor Hugo, Théophile Gautier e Charles Baudelaire. Conclusões Essa pluralidade de formas e temas encontrada no Romantismo francês evidencia e confirma a riqueza do movimento e suas múltiplas influências que se espalharam para diversos outros poetas. No Brasil, por exemplo, Baudelaire influenciou Augusto dos Anjos e sua missão de fazer poesia sobre o que é feio, sobre o que está fora dos ideais clássicos de beleza. Agradecimentos Agradeço à minha orientadora pela paciência, aos meus pais pela confiança, aos meus amigos pela força e ao PIBIC/CNPq pelo apoio. ____________________ CARPEAUX, O. M. O Romantismo, In: História da Literatura Ocidental. Rio de Janeiro: Alhambra, 1962. Parte VII. TIEGHEM, P. V. Les Grandes Doctrines Littéraires en France. Paris: Presses Universitaires de France, 1968. Resultados e Discussão A súbita libertação da rigidez clássica permitiu que eles produzissem obras que, embora façam parte do mesmo movimento, em muito pouco se parecem, e têm, em comum, por vezes, apenas o fato de serem diferentes do Classicismo. O estudo dá suporte à afirmação de que o 67ª Reunião Anual da SBPC