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A poesia plural do romantismo francês
Jéssica Domingues Angeli¹; profa. Dra. Guacira Marcondes Machado²
1. Estudante de Letras da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP e
bolsista PIBIC; *[email protected]
2. Docente do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UNESP, Faculdade de Ciências
e Letras de Araraquara/SP
Palavras Chave: poesia, romantismo, francês
Introdução
Philippe Van Tieghem (1968), baseando-se em Mme
de Staël, afirma que o espírito de um povo é
profundamente influenciado pelo clima, instituições
políticas, religião e leis. Se o conjunto dessas
condições muda, a literatura, uma vez que exprime
a mentalidade do público e, por isso, está
igualmente sujeita a esses fatores, deve evoluir à
sua volta. Assim, o luxo da corte de Luís XIV refletiuse no Classicismo, uma literatura elevada o bastante
para louvar as grandezas do país. A poesia clássica
não era apenas uma manifestação artística, mas
uma verdadeira expressão do espírito francês; as
obras que não se encaixavam nas exigências do
estilo clássico eram descartadas sem chegar ao
grande público. A Revolução Francesa, entretanto,
mudou drasticamente a sociedade e a literatura
acompanha
sua
mudança
de
gosto:
“o
acontecimento da Revolução Francesa produziu na
Europa inteira - e no continente americano - uma
profunda emoção, exprimindo-se em uma literatura
de tipo emocional, que se deu a si mesma o nome
de ‘romantismo’”¹. À estética fechada e impermeável
às influências externas sucedeu uma estética
aberta, que se alimentou das fontes estrangeiras de
arte. Os escritores, libertos da rigidez do
Classicismo, deixaram extravasar todas as
inspirações reprimidas durante tanto tempo: “eles
perceberam que existia neles uma alma que não
havia podido se exprimir nesse círculo polido [o
clássico] em que o coração começava a ser
somente tolerado”² (tradução minha). O surgimento
do Romantismo trouxe uma liberdade estética – que
foi da forma às fontes de inspiração – que reuniu,
em um mesmo período, obras de características
bastante diversas: a arte pela arte, de Gautier, e a
poesia social de Hugo, por exemplo.
Objetivos
O objetivo do estudo é compreender a que se deve
o atraso da chegada do Romantismo – ou a
resistência do Classicismo às novas tendências - na
França, em relação à Alemanha e à Inglaterra, por
exemplo. E, depois de apontar os aspectos mais
importantes da instalação do movimento romântico
XXVI Congresso de Iniciação Científica
na França, o trabalho visa a fornecer uma teoria que
explique o porquê da diversidade de estilos nas
obras dos poetas que fazem parte dessa escola
literária. Por fim, o estudo visa a dar suporte à
afirmação de que o Romantismo francês é um em
cada autor, e que, por isso, ele é múltiplo e sem par
na Literatura.
Material e Métodos
Foram utilizadas obras de análise poética (Na Sala
de Aula e Estudo Analítico do Poema, de Antonio
Candido), de teoria literária (Teorias Poéticas do
Romantismo, de Luiza Lobo, e O Romantismo,
organizado por Jacó Guinsburg) e de história
literária (História da Literatura Ocidental, de Otto
Maria Carpeaux, e Les Grandes Doctrines Littéraires
en France, de Philippe Van Tieghem), além da
leitura dos poemas selecionados e dos prefácios
dos livros em que eles se encontram.
Resultados e Discussão
A súbita libertação da rigidez clássica permitiu que
eles produzissem obras que, embora façam parte do
mesmo movimento, em muito pouco se parecem, e
têm, em comum, por vezes, apenas o fato de serem
diferentes do Classicismo. O estudo dá suporte à
afirmação de que o Romantismo francês é um em
cada autor, e que, por isso, ele é múltiplo e sem par
na Literatura.
Conclusões
A pluralidade de formas e temas encontrada no
Romantismo francês evidencia e confirma a riqueza
do movimento e suas múltiplas influências que, além
de se espalharem para diversos outros poetas,
anteciparam escolas literárias, como acontece com
Baudelaire e o Simbolismo.
Agradecimentos
À minha orientadora, pela paciência, aos meus pais
e amigos pela força e à Antônia, por tudo.
_________________
1CARPEAUX,
O. M.; O Romantismo, In: História da Literatura
Ocidental. Rio de Janeiro: Alhambra, 1962. Parte VII.
2 Tieghem, P. V.; Les Grandes Doctrines Littéraires en France. Paris:
Presses Universitaires de France, 1968.
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