FILOSOFIA NA ESCOLA PÚBLICA: UMA “CHAVE” PARA HABITAR POETICAMENTE O MUNDO? Julia Ramires Krüger Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Edna Olímpia da Cunha Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Vanise de Cássia Araújo Dutra Gomes Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Resumo Este texto propõe como desafio principal pensar alguns desdobramentos da relação entre uma escola pública de periferia (a Escola Municipal Joaquim da Silva Peçanha. Duque de Caxias, Baixada Fluminense do Rio de Janeiro) e a universidade, por meio do projeto de pesquisa e extensão Em Caxias, a filosofia en-caixa? A escola pública aposta no pensamento. A filosofia com crianças tem desafiado uma certa lógica, presa a modelos, afirmados no discurso hegemônico que muitas vezes silenciam e excluem singularidades. As experiências de pensamento com as crianças têm colocado em questão o modo como temos habitado a escola, nos convidando a habitar o impossível como possível, no interior de nossas práticas e na nossa relação com o mundo. Conversando com meninos e meninas de uma escola pública, com filósofos, professores e poetas, interrogamo-nos sobre a criação de uma nova e inusitada linguagem, uma certa “chave” que nos permita habitar poeticamente a educação e a nossa relação com a vida. Palavras-chave: Filosofia. Escola pública. Poesia. Infância. Resumen Este texto propone como principal desafío pensar algunos despliegues de la relación entre una escuela pública de periferia (la escuela municipal Joaquim da Silva Peçanha en Duque de Caxias, Baixada Fluminense de Río de Janeiro) y la universidad, por medio del proyecto de investigación y extensión Em Caxias, a filosofia en-caixa? La escuela pública apuesta al pensamiento. La filosofía con niños ha desafiado una determinada lógica, presa a modelos afirmados en el discurso hegemónico, que muchas veces silencian y excluyen singularidades. Las experiencias de pensamiento con los niños han planteado la cuestión del modo como hemos habitado la escuela, invitándonos a habitar el imposible y a hacerlo posible, en el interior de nuestras prácticas y en nuestra relación con el mundo. Charlando con niños y niñas de una escuela pública, así como con filósofos, profesores y poetas, nos preguntamos sobre la creación de un nuevo e inusitado lenguaje, una suerte de “clave” que nos permita a nosotros habitar poeticamente la educación y nuestra relación con la vida. Palabras-clave: Filosofía. Escuela pública. Poesía. Infancia. FILOSOFIA NA ESCOLA PÚBLICA: UMA “CHAVE” PARA HABITAR POETICAMENTE O MUNDO? Poesia é a infância da língua. Manoel de Barros (2010) II SIFPE – Faced-UFJF – Outubro de 2015 A afirmação de Manoel de Barros (2010, p. 7) poderia desdobrar-se em perguntas que convidam a pensar o modo como temos habitado a escola no interior das experiências que vem ocorrendo, desde 2007, com a chegada do projeto de filosofia Em Caxias, a filosofia en-caixa? A escola pública aposta no pensamento 1, na Escola Municipal Joaquim da Silva Peçanha (Duque de Caxias, RJ). O entrelaçamento entre escola e universidade, com o projeto de filosofia com crianças, tem criado uma nova linguagem? Haveria uma dimensão poética neste encontro? Nesse sentido, em que medida podemos afirmar outras maneiras de habitar a escola? Assim como os poetas, as crianças, em sua forma singular de viver a infância, nos convidam a pensar nos modos como temos habitado a escola, no encontro com o outro, a exemplo deste trecho de transcrição de uma das experiências, do ano de 2014: Vanise: – Estou curiosa (...) talvez vocês possam me ajudar: Alguém aqui sabe dizer o que é poesia? Fernando (11 anos): – Eu quis dizer exatamente o que está aí. A poesia é a chave para abrir o mundo (...). Luan (10 anos): – Poesia é uma arte de expressar seus sentimentos por alguma coisa. Marcos Paulo (10 anos): – É uma leitura cheia de rimas. Thiago (9 anos): – É uma fantasia e uma escrita boa. André Borges (NEFI): – Acho que é algo como o impossível e que a gente consegue ou acha que possa fazer que fique possível. Camille Vitória (10 anos): – Poesia é uma coisa bonita que dá para escrever e dá para ler. Fábio (10 anos): – É uma música que pode cantar e decorar. Jonatas (9 anos): – É uma paixão que os compositores e escritores podem fazer a cada dia. Tiago novamente: – Poesia é entrar na nossa imaginação e fazer qualquer coisa que a gente quiser. Irandy (professora regente da turma): – Qualquer um pode ser poeta (...). Thiago outra vez inquieta-se e complementa: – Quando a gente vai dormir sonha que está no mundo da imaginação e parece que aquele sonho é realidade. Mas quando a gente acorda não parece que foi realidade. Parece que foi uma...uma...(faz gestos com as mãos; elevando-as até a altura da cabeça tentando buscar alguma palavra) Fernando sugere uma palavra: – Mentira? André Borges pergunta: – Não entendi. O que a mentira tem haver com a poesia? Tiago responde: – É assim: sabe aquele copo, o pão? A gente imagina que eles estão falando com a gente. (Risos…) 1 Projeto de pesquisa e extensão desenvolvido pelo Núcleo de Estudos de Filosofias e Infâncias (NEFI), do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/Maracanã), na Escola Municipal Joaquim da Silva Peçanha, situada no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro 2 FILOSOFIA NA ESCOLA PÚBLICA: UMA “CHAVE” PARA HABITAR POETICAMENTE O MUNDO? Vanise: – Ué, vocês nunca viveram isso? Thiago, é como se as coisas tivessem vida? Thiago completa: – É! Lá em casa com os meus brinquedos eu converso com meu boneco e ele conversa comigo, aí eu me transformo também num boneco. Nos encontros para pensar junto com as crianças surge o inusitado, o impensado, quando a imaginação, a criação dão o tom gracioso, com imagens que afirmam interrogando, interrogando-nos… Uma chave? 1. Poesia: chave para abrir o mundo? Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? (Carlos Drummond de Andrade) O menino Fernando e o poeta Drummond trazem a imagem de uma chave que não é qualquer uma, pois o pequeno Fernando a traz um sentido de abertura ao mundo. Que mundo se abre nas experiências de pensamento com as crianças? Como abrir o mundo? Abrir-se ao mundo? O que pode potencializar uma abertura ao mundo e quais seriam as implicações dessa abertura e modo de vida? Nas experiências de pensamento com as crianças, passamos a maior parte do tempo numa roda de conversa em que exercitamos uma certa audiência, que não é qualquer forma de ouvir. Trata-se, pois, de uma audiência que mantêm “los ojos perfectamente abiertos” (LYOTARD, 1964, não paginado). Seria esta audiência, esta escuta, uma chave de abertura ao mundo? Os discursos hegemônicos sobre a educação trazem o ruído estrondoso, que nos impele a seguir determinados modelos com vistas a se obter resultados para alimentar listas de classificação, separando os que “sabem” dos que “não sabem”. A filosofia com as crianças em nossa escola tem feito o exercício de voltarmos a atenção aos pequenos ruídos, às vozes infantis, à voz silenciosa que habita no interior de cada um de nós. Aqui não se trata de um ruído estrondoso, ao contrário, estamos trazendo para o cenário os sonidos abafados, aqueles que muitas vezes estiveram habitando uma zona de silenciamento, de exclusão. 3 II SIFPE – Faced-UFJF – Outubro de 2015 Filosofar com crianças coloca em questão o vigor, a disponibilidade, a coragem para colher, ouvir, escutar. Sim, pois escutar não seria um modo de acolher? Um exercício de hospitalidade e, por assim dizer, de abertura ao mundo? As crianças parecem manusear com desenvoltura esta chave mencionada pelo menino Fernando... Mas quem estará disposto a tocá-la, admirar o(s) mundo(s) que se abre(m), correr o risco do assombro da beleza e a beleza do assombro diante daquilo que até então entendíamos como impossível? Talvez Larrosa também esteja nos apresentando uma certa chave, quando defende que é preciso sensibilidade, a delicadeza das “orelhas pequenas” para ouvir sons inauditos, captar harmonias mais sutis, mais delicadas (LARROSA, 2009, p. 29). Quais são as condições para escutar o ruído das pequenas coisas? Quais são os nossos companheiros nesta audiência habitada pela tensão entre o dito e o não dito, entre palavras e silêncio? 2. Poesia: tornar o impossível possível? “O menino que carregava água na peneira parece uma coisa impossível. Mas quando temos paixão pela poesia podemos fazer qualquer coisa como: fazer uma flor crescer de uma pedra, ou fazer um pássaro parar seu voo colocando um ponto final na frase.” (Fernando, abril de 2014). Nesta fala, Fernando nos traz a ideia de que é através da paixão pela poesia que podemos tornar possíveis as coisas impossíveis. A poesia parece então ter a capacidade de, através de sua linguagem, abrir com sua chave novas possibilidades, fazer com que as coisas que aparentemente não poderiam acontecer, aconteçam. Aristóteles, em sua Poética, explicita que a poesia, diferentemente da narrativa histórica, fala não do que aconteceu, senão do que poderia ter acontecido. O que faz da poesia mais próxima da filosofia do que da história é ser universal e não particular, já que os “fatos históricos” apenas narram um acontecimento específico de um personagem da história e o que ele viveu. O filósofo grego, portanto, nos afirma que o discurso poético não representaria o que de fato aconteceu, mas sim “as coisas possíveis, segundo a verossimilhança e a necessidade” (Poet., 6, 1448 b 5-14). Manoel de Barros, por sua vez, reinventa e reconstrói Aristóteles trazendo a ideia dos “impossíveis verossímeis” (2010, p. 7), pois nesse caso, o impossível é também verdadeiro. Nos perguntamos, então, qual o limite entre o possível e o impossível? Que linha tênue separaria essas duas instâncias? Mais ainda: se o impossível pode ser 4 FILOSOFIA NA ESCOLA PÚBLICA: UMA “CHAVE” PARA HABITAR POETICAMENTE O MUNDO? tornado possível através da poesia, ele realmente um dia foi impossível, ou era apenas uma impossibilidade aparente? Com as experiências de pensamento na escola, ao escutar as infâncias que nos abrem tantas possibilidades, nos deparamos com uma série de acontecimentos que, a princípio, pertenceriam ao impossível ou ao inconcebível na escola. Tratam-se de momentos que não seguem a mesma linha do que se está acostumado a tomar como “acontecido” neste espaço, isto é, são momentos que parecem estar distantes das narrativas “históricas” que se têm sobre a escola. A filosofia na escola parece abrir um espaço para o que “poderia acontecer”, fazendo com que coisas inesperadas aconteçam, e o que antes não era imaginado (e por isso estava no campo do “impossível”), torna-se possível, pois estava ali, latente, pulsando, apenas esperando o momento de se realizar... A poética-filosófica vivida nesses encontros com as pessoas envolvidos no projeto, portanto, escapa, foge dos relatos históricos cotidianos, passando a habitar o terreno tão poderoso do impossível verossímil, habitando a poesia, que tem mais a ver com a invenção do que com os saberes/poderes instituídos. (...) o impossível é aquilo frente ao qual desfalece todo saber e todo poder. Somente nos despojando de todo saber e de todo poder nos abrimos ao impossível. O impossível é o outro do nosso saber e do nosso poder, aquilo que não se pode determinar como resultado de um cálculo e aquilo que não se pode definir como um ponto de ancoragem de uma ação técnica. O impossível, portanto, é aquilo que exige uma relação constituída segundo uma medida diferente à do saber e à do poder. (LARROSA, 2010. p. 194) Quando pensamos nos discursos já predominantes sobre o “possível” e o “impossível” na escola, por muitas vezes nos vemos impotentes (sem poder) diante do que poderia ser feito, prevendo o que vai acontecer e sem poder de modificar ou transformar esse “futuro”… Porém, se abrimos uma escuta para outra linguagem, essa que habita a poesia e a filosofia, não estaríamos resgatando não o que já estamos “esperando” que aconteça, mas sim um espaço para a criação, para a invenção do que tem potência (e tem poder)? Não estaríamos, de alguma maneira, afirmando e retirando a negação do im-possível e tornando as coisas possíveis? Poderíamos dizer, portanto, que o que essas experiências de filosofia na escola têm trazido também não seria um tipo de resistência aos saberes/poderes instituídos, que dizem o que pode ou não a escola, na medida em que habitamos novas linguagens que tornariam possíveis 5 II SIFPE – Faced-UFJF – Outubro de 2015 o acontecer de coisas diferentes do que se “pode” (no sentido do que é “permitido ser”)? E, retomando um pouco a fala do próprio Fernando no início deste tópico, não seria a paixão (pela poesia, pela filosofia, pela escola, pela infância…) potencializadora de instaurar novas existências, criando possibilidades onde muitos apenas vêem impossibilidade e impotência? Exercitar e até mesmo estimular essa paixão também não seria uma forma de resistência, em tempos tão desacreditados, nos quais “acreditar no“impossível” soa como utopia sem sentido? Como tentar habitar uma vida mais poética e mais apaixonada? A paixão também não daria vida às coisas? 3. Poesia: dar vida às coisas? Dentre os diferentes argumentos e pensamentos para tentar responder à pergunta sobre a poesia, Thiago trouxe até nós a sua infância e sugeriu que “fazer poesia era dar vida às coisas no mundo real como acontece durante os sonhos quando estamos dormindo”. Este pensamento nos convida a uma abertura ao que antes ainda não havíamos pensado sobre poesia, experiência e vida. Então, nos perguntamos: O que queremos quando convidamos outros para compartilhar uma experiência de pensamento na escola? Poderia ser um exercício de tentar traduzir-se evocando uma abertura à vida como nos sugere Thiago ao trazer a existência da poesia como criação? Portanto, fazendo coro com Kohan (2000, p. 31), temos afirmado em nossos encontros, tanto na escola como na universidade, que uma verdadeira experiência somente ocorrerá de fato com autenticidade se o sujeito nela envolvido aceitar o convite e o desafio de se arriscar a percorrer um caminho sem a preocupação com a chegada, com o final da viagem, mas permitindo que sua vida seja atravessada e afetada pelos encontros e desencontros de uma caminhada aberta, enigmática, imprevisível, levando-o a lugares ainda não vividos ou pensamentos ainda não pensados. Em seu livro Tremores: Escritos sobre a experiência (2014), especificamente no capítulo 2, intitulado Experiência e suas linguagens, Larrosa nos convida a pensar a educação sobre o par experiência/sentido tentando reivindicar e fazer soar de outro modo a palavra experiência (p. 38). “E reivindicar a experiência significa, dignificar e reivindicar tudo aquilo que tanto a filosofia como a ciência tradicionalmente 6 FILOSOFIA NA ESCOLA PÚBLICA: UMA “CHAVE” PARA HABITAR POETICAMENTE O MUNDO? menosprezam e rechaçam: a subjetividade, a incerteza, a provisoriedade, o corpo, a fugacidade, a finitude, a vida...” (p. 40). E além de reivindicar a experiência, Larrosa diz que é importante fazer soar a palavra de modo particular, buscando outros sentidos, nem melhor, nem pior, mas de outra maneira. Sendo assim, quando pensamos em experiências de pensamento com as crianças, e as que temos vivido até agora na escola, nos perguntamos: Será que temos nos aproximado desse movimento ao qual somos convidados percorrer dentro da escola, caminhos que apresentam outros sentidos diante das palavras, das coisas e da vida? Será que conseguimos compartilhar isso com outros? Seria como disse Thiago, que ao falar da possibilidade de trazer para a realidade a vida a qualquer coisa no/do mundo, (como experimentamos quando estamos dormindo, sonhando), conseguimos potencializar o desejo de experienciar o que dá vida ao real que nos é apresentado e que antes parecia impossível, desvitalizado? Pois, (...) o desejo de vida está ligado, com a vontade de viver. E o desejo de viver está ligado ao sentimento de certa desvitalização da vida. Esse sentimento que nos faz dizer que esta vida não é vida, ou que a vida está em outra parte. Se temos vontade de viver, não é porque não estejamos vivos, e sim porque vivemos um vida desvitalizada, uma vida que falta vida. E o que buscamos é algo assim, como a vida da vida, uma vida cheia de vida. O desejo, ou a vontade de realidade, tem relação então, com a suspeita de que falta algo que nos é apresentado como real. Como se nos dissessem que, fora o que existe é uma espécie de realidade sem realidade. E buscamos, portanto algo como uma realidade da realidade, esse ingrediente, ou essa dimensão, que faz com que algo ou alguém seja validado como real, que nos dê certa sensação de realidade. Do mesmo modo que reivindicamos que a vida esteja viva, reivindicamos também que a realidade seja real, que tenha a validade, a força a presença, a intensidade e o brilho do real. (LARROSA, 2008, p. 185-186) Sendo assim, quando pensamos naqueles meninos e meninas que nos convidam a sentir e fazer vibrar o valor, a força, a presença, a intensidade e o brilho da poesia, podemos então ser, pensar e experimentar a poesia com vida e repleta de vitalidade. Seria este exercício um potente convite para habitar o que ainda não sabemos do nosso fazer/saber de professoras e professores? Seriam as experiências de pensamento na escola um convite para habitar poeticamente a escola, a vida, as infâncias e a própria filosofia? A filosofia na escola, portanto, criaria portas para que adentremos e habitemos novas linguagens e, portanto, novas maneiras de tornar as 7 II SIFPE – Faced-UFJF – Outubro de 2015 coisas possíveis e de dar vida às coisas? Se sim, te perguntamos, caro leitor: Trouxemos a chave… E agora, o que farás com ela? Referências ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do povo. São Paulo: Companhia das letras, 2012. ARISTÓTELES. Poética. Domínio Público. 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