(19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 A QUÍMICA NO IME A prova de química do IME realmente é uma prova para futuros engenheiros. Todos os anos, uma ou duas questões apresentam grau de interdisciplinaridade tamanho que, em determinados momentos, não se consegue notar qual seria o assunto principal: trata-se realmente de química, ou é apenas um pretexto para uma abordagem diferente de física e matemática? Este estilo de prova favorece o candidato que apresente domínio equilibrado entre as três disciplinas de exatas (e não somente em Química). Em linhas gerais, pressão (hidrostática), transferência de calor (calor sensível) e termodinâmica são tópicos geralmente aprendidos nas aulas de física e frequentemente cobrados nas provas de química do IME. A matemática aparece em vários momentos, inclusive com questões de elevado nível. Por exemplo, em 2004, houve uma questão sobre a soma de uma sequência recursiva. O IME apresenta um enfoque bastante quantitativo para as questões: Estequiometria está bastante presente; lei das velocidades, eletroquímica, termoquímica, propriedades coligativas, entre outros assuntos também aparecem com frequência. Entretanto, essa abordagem não deixa de lado a parte qualitativa da química, que também aparece de maneira inteligente e profunda. Alguns assuntos são dignos de menção: Cinética: Na última década este assunto foi cobrado todos os anos. São questões de nível médio, normalmente apresentando uma tabela da velocidade de determinada reação para cada concentração de reagente, como será apresentado neste material. Entretanto, nos últimos 5 anos, o IME apresentou uma tendência de cobrar cinética da radioatividade e até mesmo outros tópicos de cinética mais avançados. Também preparamos um material que poderá ajudá-lo nesse assunto. Eletroquímica: A ênfase do estudo de eletroquímica no IME é a parte estequiométrica. Assim, neste material, faremos uma breve descrição dos dois principais processos estudados na eletroquímica (PILHAS e ELETRÓLISE) e apresentaremos alguns exemplos de como a estequiometria aparece na eletroquímica. Existe ainda a ocorrência de processos eletroquímicos relacionados com termodinâmica (2004 e 2006), que também será abordada neste material. Orgânica: O vestibular do IME é conhecido por suas questões de química orgânica. Normalmente são questões trabalhosas, que envolvem vários aspectos a serem analisados para sua resolução. As reações químicas aparecem com maior frequência, questões de isomeria também são cobradas e até mesmo de identificação de funções orgânicas. Isso indica que a banca busca os candidatos que foram além da simples memorização de estruturas e reações: o perfil esperado é de estudantes que consigam relacionar os conceitos mais básicos e uni-los em um problema prático. Propriedades coligativas: De 1996 a 2011, em todos os anos, ocorre uma questão sobre este tópico. Em 2012 e 2013 o assunto não foi cobrado, porém, em 2014 voltou a haver uma questão (teste) sobre o assunto. Geralmente com abordagem bastante quantitativa (cálculo do aumento da temperatura de ebulição, da massa do soluto que causa determinado abaixamento da pressão de vapor...) sem dispensar a necessidade do conhecimento teórico do assunto (a questão de 2014 era conceitual). Mais adiante neste material há um resumo deste tópico, com exemplos de como o IME costuma abordá-lo. Assim, a prova de química do IME é uma prova particular. Quem gosta de exatas, tem prazer em fazê-la, pois em muitos momentos você se depara com um problema desafiador, que envolve conhecimentos diversos. Você nota como a química e a física, sempre apoiadas pela matemática, se complementam! Com certeza é um grande desafio, para o qual você certamente está se preparando há algum tempo. Vale a pena tanto esforço, pois o prêmio é gratificante: aprovação numa das melhores engenharias do país! Esta prova é apenas mais um passo em sua carreira de sucesso! A equipe Elite apoia você nesta jornada e lhe dedica este resumo dos principais tópicos comentados, com exemplos de como o IME aborda cada assunto. Os assuntos foram escolhidos cuidadosamente, pois apresentam elevada probabilidade de aparecerem em sua prova. Então: Bons estudos! PROPRIEDADES COLIGATIVAS Estudaremos algumas propriedades físicas de uma substância, que sofrem influência da adição de um soluto. Estas são as propriedades coligativas. Analisaremos como essas propriedades variam e como trabalhar melhor com soluções, observando suas propriedades físicas. Pressão de vapor Considere um recipiente fechado, contendo um líquido que evapora parcialmente, até saturar o meio gasoso. A fase líquida estará em permanente contato com a fase vapor em equilíbrio dinâmico. Neste momento, o vapor exerce sobre o líquido a pressão máxima de vapor (maior pressão possível). Pressão máxima de vapor de um líquido é a pressão que seu vapor exerce, num recipiente fechado, quando está em equilíbrio com o líquido, a uma certa temperatura. Temos que: - o volume da fase gasosa NÃO altera a pressão de vapor de um líquido - o volume da fase líquida NÃO altera a pressão de vapor. - o aumento da temperatura acarreta num aumento da pressão de vapor de um liquido. Ainda analisando os fatores que influenciam a pressão de vapor, temos que líquidos diferentes têm pressão de vapor diferentes. Os líquidos mais voláteis apresentam maior pressão de vapor, pois as moléculas passam mais facilmente para o estado de vapor. OBS.: Temperatura de ebulição de um líquido Para um líquido entrar em ebulição, é necessário que sua pressão de vapor seja igual à pressão do ambiente em que se encontra. Como o aquecimento aumenta a pressão de vapor, conforme visto no gráfico anterior, o líquido eventualmente irá entrar em ebulição. Outra maneira de efetuar a ebulição é diminuirmos a pressão ambiente, de modo que a pressão externa se iguale à pressão do líquido na temperatura dada. Colocando num gráfico os valores de pressão de vapor observados quando alteramos a temperatura de um sistema contendo água pura, obtemos o seguinte resultado: 15 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 EFEITOS COLIGATIVOS Todos os efeitos coligativos são dependentes concentração de partículas na solução. apenas pressão de vapor do outro, de maneira que cada componente em uma solução contribui proporcionalmente a sua fração molar na mistura. A pressão total de vapor é igual a soma das pressões de vapor exercidas por cada componente, na mistura. Assim, temos: na Tonoscopia: Em uma solução, a pressão de vapor de cada um dos participantes é proporcional à sua fração molar. No caso de uma solução com um soluto não volátil, despreza-se a pressão de vapor do soluto e temos que a pressão de vapor da mistura é dada pela nova pressão de vapor do solvente, calculada a partir da lei de Raoult: Lei de Raoult: P = X2 . P2 ou P = X1 . P2 Para soluções bastante diluídas, pode-se utilizar P/P2 = KT . W . i Onde: - KT é a constante tonométrica e pode ser calculada em função da M2 massa molar da solução pela equação KT 1000 - W é a molalidade da solução e é a relação entre o número de mols n1 de soluto e a massa do solvente em kg: W m2 (kg ) pa = Xa.p0a pb = Xb.p0b pmistura = pa + pb - i é o fator de Van’t Hoff e corresponde ao número de mols de partículas que se encontram em solução após fazermos a dissolução de 1 mol de soluto. Os gráficos das pressões parciais de cada componente na mistura e da pressão total Ebulioscopia: aumento da temperatura de ebulição do solvente ao adicionarmos soluto não volátil. Assim como a pressão de vapor, temos que a temperatura de ebulição irá depender apenas da molalidade da solução (independe da natureza do soluto). Analogamente à expressão que relaciona o abaixamento da pressão de vapor à molalidade, podemos analisar o aumento da temperatura de ebulição à concentração molal do soluto, através de uma constante, que chamamos de constante ebulioscópica. Assim: tE = KE . W . i IME 2005 – EXEMPLO DE PROPRIEDADES COLIGATIVAS Determine o abaixamento relativo da pressão de vapor do solvente quando 3,04 g de cânfora (C10H16O) são dissolvidos em 117,2 mL de etanol a 25 ºC. SOLUÇÃO: 1ª Solução: p K t W i (soluções diluídas) p i =1, uma vez que o soluto é molecular. massa molar do solvente (o solvente é o etanol) Kt 1000 Usando índice 1 para soluto e índice 2 para solvente: m 1000 3,04 1000 W W 1 M1 m2 152 m2 m2 = d V m 2 785 10 3 g 10 6 mL Crioscopia: abaixamento da temperatura de congelamento do solvente ao adicionarmos soluto não volátil. Como nos outros efeitos coligativos observados, essa alteração depende apenas da concentração do soluto. Essa diminuição é proporcional à molalidade segundo uma constante KC analogamente ao aumento da temperatura. Assim: 117,2mL m2 = 92,0g IME 2011 – EXEMPLO DE PROPRIEDADES COLIGATIVAS A adição de 8,90 g de um hidrocarboneto aromático X a 256 g de benzeno resulta em uma solução cuja temperatura de congelamento é 1,39°C inferior à do benzeno puro. Sabendo que a constante criométrica molal do benzeno é 5,12°C·kg·mol-1, dê as fórmulas estruturais dos produtos monossubstituídos resultantes da reação de X com uma mistura sulfonítrica (HNO3 + H2SO4 concentrado). Despreze a existência do hidrocarboneto X na fase vapor. 3,04 1000 W = 0,217 152 92 p p 46 10 3 0,217 9,98 10 3 p p p 9,98 10 3 é o abaixamento relativo da pressão de vapor. p W 2ª Solução: Esta solução não exige a hipótese de termos soluções diluídas. Como se trata de uma solução molecular, o abaixamento relativo da pressão de vapor do solvente é dado pela fração molar do soluto (lei de Raoult). SOLUÇÃO Dada a equação da criometria: t K c W X 1,39 5,12 W X W X 0,271mol kg p X soluto p Cânfora – massa molar = 152 g/mol Etanol – massa molar = 46 g/mol Sabendo a molalidade de X ( W X ), podemos encontrar sua massa molar: 0,271mol X 1kg benzeno n X 0,0695 mol 0,256 kg benzeno n X 3,04 p 0,02 1 152 X soluto X soluto 3,04 117,2 0,785 0,02 2 101 p 152 46 -3 Xsoluto = 9,90110 p Assim, X soluto = 9,90110-3 p OBS.: Quando temos a dissolução de um soluto volátil, temos que a pressão de vapor da solução é igual à soma das pressões de vapor parcial de cada um dos componentes desta solução. Note que, segundo a lei de Raoult, quando dois líquidos infinitamente miscíveis são postos juntos, a pressão de vapor de cada um é reduzida pela 0,0695 mol X 8,9 g X M X 128 g mol M X 1mol X Como se trata de um hidrocarboneto aromático, pode-se ver facilmente que C10H8 possui a massa molar calculada. Com esta fórmula molecular podemos imaginar que o composto esperado pela banca fosse o naftaleno, uma vez que este é formado por 2 anéis benzênicos, sendo a estrutura aromática mais conhecida pelos estudantes. O naftaleno e seus derivados mononitrados estão representados a seguir: 16 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 Naftaleno Derivado mononitrado 1 Derivado mononitrado 2 Pressão externa aplicada para impedir que ocorra a osmose = (pressão osmótica) NO2 NO 2 -nitronaftaleno -nitronaftaleno No entanto, é preciso ter cuidado, pois a aromaticidade não se dá exclusivamente pela existência de anéis benzênicos, mas sim por uma série de fatores, como a existência de ligações delocalizadas ao longo de um ou mais anéis, não necessariamente de forma alternada (mas mais comumente nesta forma), como exemplo podemos citar o azuleno, composto aromático estável em condições ambientes que não possui anéis benzênicos. Derivados mononitrados Experimentalmente comprova-se que a pressão osmótica de soluções muito diluídas de solutos moleculares (não-eletrólitos) é diretamente proporcional à concentração molar do soluto (molaridade). É proporcional também à temperatura. Assim: n 1 R T i V onde R é a constante de proporcionalidade e tem o mesmo valor da constante universal dos gases. NO2 NO2 azuleno NO2 Resumindo a parte quantitativa de propriedades periódicas, temos: O 2N O 2N Figura 1. O azuleno e seus derivados mononitrados. Podemos imaginar ainda a existência de vários outros compostos aromáticos de fórmula molecular C10H8, possivelmente estáveis em condições diferenciadas. Veja abaixo algumas possibilidades: Composto X Derivado Derivado Derivado mononitrado 1 mononitrado 2 mononitrado 3 NO2 O 2N Solução molecular Solução iônica Tonometria P = X1 . P2 P/P2 = KT . W P = X1 . P2 . i P/P2 = KT . W . i Ebuliometria tE = KE . W tE = KE . W . i Criometria tC = KC . W tC = KC . W . i Pressão osmótica =M.R.T =M.R.T.i CINÉTICA O 2N Lei da ação das massas: A cada temperatura, a velocidade de uma reação é diretamente proporcional ao produto das concentrações molares dos reagentes, elevadas a expoentes determinados experimentalmente. NO2 O 2N O 2N NO2 Considere a seguinte reação genérica: aA + bB produtos A velocidade desta reação pode ser calculada pela expressão: v = k [A]p [B]q onde p e q são experimentalmente determinados k = constante de velocidade de reação; aumenta com a temperatura p = ordem da reação em relação a A q = ordem da reação em relação a B p + q + ... = ordem da reação Obs.: para reagente(s) gasoso(s), temos que a pressão de um gás é diretamente proporcional à sua concentração em mol/L. Por isso, no caso de reagente(s) gasoso(s), a lei de velocidade pode ser expressa em termos de pressão. Para aA(g) + bB(g) produtos, temos: v = k·pAp·pBq O2N O 2N Tabela 1. Outras possibilidades para X e seus derivados mononitrados. Pressão osmótica: Quando água pura e uma solução de glicose são colocadas em um frasco separados por uma membrana semipermeável (permeável apenas para o solvente), temos que esta membrana permite a passagem de solvente em ambas as direções, mas no intuito de diluir o meio mais concentrado, a passagem de água do meio mais diluído para o meio mais concentrado é predominante. CASO A: Reação elementar Reação elementar é aquela que ocorre numa única etapa. Numa reação elementar os expoentes a que devem ser elevadas as concentrações molares dos reagentes na expressão da velocidade são os próprios coeficientes dos reagentes na equação balanceada. Neste caso, para aA + bB + ... produtos, temos: v = k [A]a [B]b... O fenômeno que permite a passagem do solvente, do meio mais diluído para o meio mais concentrado, através de uma membrana semipermeável, é denominado osmose. É possível impedir a passagem das moléculas do solvente da membrana (impedir a osmose). Para que isso ocorra, deveremos aplicar sobre a solução uma pressão externa. Essa pressão deve ser igual à pressão do líquido passando através da membrana para impedir completamente a osmose. A pressão do líquido ao passar pela membrana é chamada de pressão osmótica da solução () IME 2002 – EXEMPLO 1 DE CINÉTICA QUÍMICA Considere a seguinte reação: 2A + B C A partir dos dados fornecidos na tabela abaixo, calcule a constante de velocidade da reação e o valor da concentração X. Considere que as ordens de reação em relação aos reagentes são iguais aos respectivos coeficientes estequiométricos. 17 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 Teste 1 2 3 Concentração de A mol / L Concentração de B mol / L 10 X 15 X 20 30 Velocidade da reação mol / L.s v 2v 13.500 APROFUNDAMENTO - CINÉTICA Uma determinação importante no estudo da cinética de uma reação química é a da ordem da reação. Convém recordar, nos casos mais simples (onde há apenas um reagente), o que se entende por ordem da reação. Sendo Co a concentração inicial do reagente, e C a concentração do reagente decorrido em tempo t de reação, se dC/dt dC k .C n , n será a ordem da reação. obedecer à equação dt A variação da concentração deve ser obtida em função do tempo em diversos casos. Solução: A lei de velocidade é v = k . [A]2 . [B] Aplicando para o teste 1: v = k . 102 . x v = k . 100 . x Aplicando para o teste 2: 2 . v = k . x2. 20 Dividindo as relações, obtemos 0,5 = 5 / x x = 10 mol/L. Aplicando para o teste 3: 13500 = k . 152 . 30 k = 2 Se n = 0 (reação de ordem zero), a equação obtida será C Co k .t . Se n = 1 (reação de ordem um, ou de primeira ordem), a equação obtida será ln C ln Co k t C Co e k t Se n = 2 (reação de ordem dois, ou de segunda ordem), a equação Co 1 1 obtida será k t C 1 Co k t C Co L2 mol 2 . s Medindo-se, durante um experimento, os valores de C em diferentes instantes t, nos casos aqui considerados serão obtidos os gráficos esquematicamente representados na figura abaixo. CASO B: Reação não elementar Quando uma reação química se desenvolve em duas ou mais etapas distintas, a velocidade da reação depende apenas da etapa lenta. Em outras palavras, podemos dizer que a etapa lenta é a que determina a velocidade da reação. Neste caso, os expoentes a que devem ser elevadas as concentrações molares dos reagentes na expressão da velocidade são os coeficientes da etapa lenta. Tipicamente, seus valores são obtidos experimentalmente. IME 2006 – EXEMPLO 2 DE CINÉTICA QUÍMICA Para a reação A + B C foram realizados três experimentos, conforme a tabela abaixo: Velocidade de [A] [B] Experimento reação mol/L mol/L mol/(L.min) I 0,10 0,10 2,0 x 10-3 II 0,20 0,20 8,0 x 10-3 III 0,10 0,20 4,0 x 10-3 IME 2012 – EXEMPLO 3 DE CINÉTICA QUÍMICA Um grupo de alunos desenvolveu um estudo sobre três reações irreversíveis de ordens zero, um e dois. Contudo, ao se reunirem para confeccionar o relatório, não identificaram a correspondência entre as colunas da tabela abaixo e as respectivas ordens de reação. t(s) Determine: a) a lei da velocidade da reação acima; b) a constante de velocidade; c) a velocidade de formação de C quando as concentrações de A e B forem ambas 0,50 M. Solução: a) Sabemos que a lei da velocidade é dada por v=k.[A]x.[B]y Precisamos descobrir o valor de x e y. Observando os experimentos I e III, temos que ao dobrarmos a concentração de B, a velocidade da reação é dobrada. Assim, y = 1 Observando os experimentos III e II, temos que ao dobrarmos a concentração de A, a velocidade da reação é dobrada. Assim, x = 1. Portanto a lei da velocidade da reação é: 200 C1 (mol/L) 0,8000 C2 (mol/L) 0,8333 C3 (mol/L) 0,8186 210 0,7900 0,8264 0,8105 220 0,7800 0,8196 0,8024 230 0,7700 0,8130 0,7945 240 0,7600 0,8064 0,7866 C kC n descreva adequadamente as t velocidades das reações estudadas. Considere ainda que as magnitudes das constantes de velocidade específica de todas as reações são idênticas à reação de segunda ordem, que é 1,0 x103 L/mol.s . Assim, pode-se afirmar que C1, C2 e C3 referem-se, respectivamente, a reações de ordem Considere que o modelo v=k.[A].[B] b) Para descobrirmos a constante da velocidade, basta substituir o valor das concentrações e da velocidade para qualquer experimento. Escolhendo o primeiro experimento, temos: a) 1, 2 e 0. b) 0, 1 e 2. c) 0, 2 e 1. d) 2, 0 e 1. e) 2, 1 e 0. v=k.[A].[B] 2.10-3=k.0,1.0,1 k=0,2 L/(mol.min) c) Como v=0,2.[A].[B], temos que a velocidade da reação para concentrações de A e B iguais a 0,5 M é: SOLUÇÃO Temos que v=0,2.0,5.0,5 v=0,05 mol/(L.min) C kC n C 1,0 10 3 C n t t Para C1: É fácil ver que a queda de concentração dos reagentes cai linearmente com o tempo. Desta forma, C1 representa a reação de ordem 0, já que C 103 t é a única possibilidade de reta. Assim, temos que a quantidade formada de C é 0,05 mols por cada litro a cada minuto, pois seu coeficiente estequiométrico é 1. Assim, a velocidade de formação de C é 0,05 mol/(L.min) Para a coluna C2 temos: 18 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 Demonstra-se facilmente que as duas relações para a obtenção da t C t quantidade da amostra são n n0 2 P e n n0 e equivalentes e encontra-se : (0,8264 0,8333) 1,00 103 (0,8333)n (210 200) 6,9 10 0,01 3 0,8333n 6,9 10 1 0,8333n n 2 Portanto a coluna C2 corresponde a uma reação de ordem 2. n0 .2 Para a coluna C3 temos: (0,8105 0,8186) 1,00 103 (0,8186)n (210 200) t P n0 t ln 2 .e P C ln2 0,69 P P Resumindo, temos as seguintes relações matemáticas bastante importantes, visto que a maior parte dos enunciados se utiliza destes parâmetros: 8,1 10 3 0,8186n 0,01 0,8100 0,8186n n 1 Considerando que a velocidade v é dada por v Portanto a Coluna C3 corresponde a uma reação de ordem 1. quantidade de isótopos não desintegrados é dada por n n0 e C t . As relações entre a vida média, período de meia vida e a constante ln2 0,69 1 ; radioativa são expressas por: Vm ; C P P C RADIOATIVIDADE Cinética da desintegração radioativa A. Velocidade de desintegração Define-se como velocidade (ou atividade) de desintegração: v IME 2013 – EXEMPLO DE RADIOATIVIDADE dn dt Considere o decaimento radioativo do 24 Na como um processo cinético de 1ª ordem, conforme mostrado no gráfico abaixo. Quantidade remanescente de 24Na (%) B. Constante radioativa (C): Verifica-se experimentalmente que a velocidade de desintegração é proporcional ao número de átomos (analogamente a uma reação química de primeira ordem). Assim, podemos dizer que v C n Esta constante C é chamada de constante radioativa ou constante de desintegração, sendo característica e fixa para cada isótopo radioativo C. Vida média (Vm): A vida média é a média aritmética dos tempos de vida de todos os átomos do isótopo. É “como se fosse” uma expectativa de vida do isótopo. Pode-se demonstrar, com alguns artifícios matemáticos, que a vida média é o inverso da constante radioativa: Vm dn , temos que a dt 1 C 100 12 0 0 46 Tempo (h) Para este radioisótopo, determine: a) a constante de decaimento, k; e b) o tempo de meia-vida, em horas. D. Período de meia-vida (P): É o tempo necessário para que metade da amostra radioativa se desintegre. A cada vez que se passa um tempo igual ao período de meia vida, a quantidade de átomos se torna a metade daquela que se tinha inicialmente; Assim depois de x períodos de meia-vida podemos dizer que a t n quantidade de amostra é: n 0 n0 2 x n0 2 P x 2 E. Variação da quantidade com o tempo O gráfico do número de átomos não-desintegrados pelo tempo usando o que já é sabido a respeito de tempo de meia-vida tem a forma seguinte: SOLUÇÃO a) Seja N t a quantidade remanescente de átomos do radioisótopo após um tempo t. Sendo o processo de 1ª ordem, temos que: N t N0 e k t Para t 46 h , temos N 46 12 N0 . Assim, substituindo: 100 12 3 3 N0 N0 e k 46 e 46k 46 k ln 2 ln3 2 ln5 100 25 5 1,099 2 1,609 1 2 1 k k 0,046 h 4,6 10 h 46 b) Para determinar o tempo de meia-vida , resolvemos a equação: N 1 1 1 N0 N0 e k N0 e k 2 2 2 ln2 0,693 1 k ln ln2 15 h k 0,046 2 A curva acima é denominada curva de decaimento radioativo. Analogamente à reação química de primeira ordem, podemos utilizar para a modelagem da curva de decaimento, a expressão: In n C t ou n n0 e C t 19 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 Q 1,07 1010 C ELETROQUÍMICA Partiremos da convenção para processos eletroquímicos: Eletrodo onde ocorre oxidação Como a corrente elétrica empregada é de 10,0 kA, segue que: Eletrodo onde ocorre redução i Ânodo Cátodo PILHAS Certas substâncias possuem tendência de sofrer reações de oxidação e de redução, com troca de elétrons. Se conseguíssemos fazer esses elétrons passarem por um circuito externo poderíamos aproveitar esse movimento ordenado dos elétrons (corrente elétrica). Exemplo: pilha de Daniell t 1,07 106 s Esse assunto apresenta um alto grau de incidência em provas do IME. Isso demonstra o grande interesse da banca em avaliar se o candidato está preparado para trabalhar estequiometria (como na maior parte das questões da prova) associada com processos mais práticos, como o consumo de uma bateria, ou então no tratamento de um certo material. Sendo assim, a probabilidade deste assunto ser abordado novamente é grande e é importante que o candidato se prepare adequadamente. Cu Zn2+ SO42- A base do estudo da estequiometria é relacionar a carga transportada pelo circuito e as grandezas que podem ser observadas, como massa, volume entre outras. É conhecido que o módulo da carga de um elétron é 1,9.10-19 C. Assim, calculando a quantidade de elétrons que circula em uma eletrólise podemos saber qual é a quantidade de produto formado no ânodo ou no cátodo. Calculemos qual é a carga transportada por um mol de elétrons: 1 elétron 1,9.10-19 C 23 elétrons x 6.10 Cu2+ SO42- Cu2+(aq) + 2 e- Cu(s) Zn(s) Zn2+(aq) + 2 eOBS.: Em pilhas, o ânodo é o pólo negativo e o cátodo o pólo positivo A representação sugerida pela IUPAC é a seguinte: Semi-reação do ânodo // Semi-reação do cátodo Zn(s) / Zn2+(aq) // Cu2+(aq) / Cu(s) ELETRÓLISE O processo de eletrólise é simples. Dois eletrodos de polos contrários são mergulhados em um líquido que contenha íon livres. Os cátions migram para o polo negativo (aqui denominado cátodo) e os ânions migram para o polo positivo (aqui denominado como ânodo) Eletrólise ígnea – Eletrólise utilizando o composto fundido. Eletrólise em meio aquoso – Eletrólise utilizando uma solução aquosa de determinada substância. Temos que a fonte externa impõe um fluxo de elétrons que faz com que ocorram reações de oxidação e redução em cada eletrodo. - e- x 96500 C Essa é a carga total transportada por um mol de elétrons e é denominada 1 Faraday (F) e utilizaremos este fato para trabalhar a estequiometria na eletrólise. Analisemos o exemplo abaixo: IME 2011 – EXEMPLO DE ELETROQUÍMICA Em uma bateria do tipo ar-zinco, um dos eletrodos é composto por uma mistura de zinco em pó e KOH, contida em uma cápsula metálica isolada eletricamente do outro eletrodo. Este último é composto por uma placa porosa de carvão que permite a passagem de O2 e H2O(g). A capacidade da bateria é limitada pela massa de zinco que é consumida através da reação global Zn + ½ O2 ZnO(s), processo este que envolve a formação e decomposição de hidróxido de zinco. Para uma bateria desse tipo e com capacidade média de 160 mAh, pede-se: a) A tensão padrão produzida pela bateria. b) A massa média de zinco necessária para que a bateria apresente a capacidade supracitada nas condições padrão. + - 1,07 106 t 12,4 dias 24 3600 ESTEQUIOMETRIA DA ELETROQUÍMICA eZn Q 1,07 1010 10,0 103 t t + SOLUÇÃO IME 2012 – EXEMPLO DE ELETROQUÍMICA O alumínio pode ser produzido industrialmente pela eletrólise do cloreto de alumínio fundido, o qual é obtido a partir do minério bauxita, cujo principal componente é o óxido de alumínio. Com base nas informações acima, calcule quantos dias são necessários para produzir 1,00 tonelada de alumínio puro, operando-se uma cuba eletrolítica com cloreto de alumínio fundido, na qual se faz passar uma corrente elétrica constante de 10,0 kA. a) A pilha encontra-se ilustrada a seguir: terminal catódico (+) passagem de H2O e O2 Zn/OH– SOLUÇÃO Temos a semi-reação de redução: carvão A 3 3e A0 isolante terminal anódico (-) Sendo a massa molar do alumínio igual a 27 g/mol, temos: 3 mols e n mols e No ânodo, a reação de oxidação é dada por: Zn 2OH Zn OH 2 2e 27 g A 6 1,00.10 g A n 1,11 10 mols e 5 Já no cátodo, a reação de redução é dada por: O2 2H2O 4e 4OH E0 0,40 A carga elétrica nesse caso pode ser calculada por: 1 mol e 1,11.105 mols e E0 1,25 96500 C Além disso, a decomposição do hidróxido de zinco (que não se trata de uma reação redox) é descrita por: Q 20 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 Zn OH 2 ZnO H2O SOLUÇÃO A estereoisomeria a que o enunciado se refere é a diastereoisomeria, que ocorre em compostos que contenham ligação pi entre carbonos. A existência dessa isomeria nesses compostos ocorre se cada carbono insaturado estiver ligado a dois ligantes diferentes. Analisando as estruturas das moléculas citadas, observa-se que o propenal não possui ligantes diferentes nos dois carbonos insaturados. Multiplicando por 2 a equação de oxidação e também a reação de decomposição do hidróxido de zinco, e somando posteriormente as três equações, temos a reação global do processo: 2Zn 4OH 2Zn OH 2 4e E 1,25 E 0,40 O2 2H2O 4e 4OH 2 Zn OH 2 ZnO 2 H O 2 2 2Zn O2 2ZnO CH3 a) 3-metil-2-hexeno E 1,65 CH3 Assim, a tensão produzida pela bateria é E 1,65 V . b) 2-penteno b) A capacidade da bateria em coulombs (C) é dada por: Q i t 160 103 3600 576 C c) Ácido butenodióico Considerando a oxidação do zinco Zn Zn 2 2e , observe que 1 mol de zinco produz 2 mols de elétrons. Como a massa molar do zinco é 65,4 g/mol e a carga de 1 mol de elétrons é 96485 C, temos: 65,4 g __________ 2 96485 C m 0,195 g m __________ 576 C H3 C CH3 O HO OH O d) Propenal e) 2-buteno A ELETRÓLISE AQUOSA O H2C H3C CH3 IME 2011 – EXEMPLO DE ISOMERIA Observe as estruturas abaixo e analise as afirmativas feitas sobre elas. Existe na eletrólise aquosa uma competição pela descarga de elétrons. Todos os ânions migram para o ânodo, porém somente um elemento conseguirá descarregar seus elétrons. Assim como tudo na natureza, uma ordem pré-determinada pelas características de cada elementos é seguida: Metais alcalinos, alcalinosterrosos e alumínio CH3 Demais metais (Mn2+, Zn2+ etc.) H+ Facilidade de descarga crescente Ânions oxigenados e fluoreto OH- Ânions não oxigenados e hidrogeno-sulfato Os íons H+ e OH- estarão sempre participando desta “competição” pela descarga em uma solução aquosa, visto que a água sofre ionização, segundo a reação: H2O H+ + OHAssim, devemos escolher quem irá se descarregar em cada polo da eletrólise. Caso sejam os íons da água, iremos notar a formação de gás hidrogênio (H2) e/ou gás oxigênio (O2). Isso acontece porque em uma solução aquosa existem íons H+ e OH- que quando reduzidos ou oxidados geram H2 e O2 segundo as seguintes reações: 2 H+(aq) + 2 e- H2(g) e/ou 4 OH-(aq) O2(g) + 2 H2O(l) + 4 e- OBS.: Outro assunto recorrente no vestibular do IME é titulação. A titulação é uma técnica que consiste em juntar lentamente uma solução a outra até o término da reação entre seus solutos, com a finalidade de determinar a concentração de uma das soluções, a partir da concentração já conhecida da outra solução. Da simples análise estequiométrica, pode-se chegar a este resultado. DICA: representando a molaridade por , temos que o número de mols de soluto em uma solução é dado por n1 = .V Observe o exemplo abaixo que relaciona estequiometria na eletrólise aquosa e titulação: 1 – As estruturas (I) e (IV) representam isômeros constitucionais. 2 – As estruturas (I) e (III) representam um par de enantiômeros. 3 – Existem quatro estereoisômeros que têm a fórmula estrutural condensada (II). 4 – Os compostos (V) e (VII) apresentam pontos de fusão idênticos. 5 – As estruturas (VIII) e (IX) representam um par de diastereoisômeros. 6 – Todos os compostos (V) a (X) apresentam atividade óptica. 7 – As estruturas (VIII) e (X) são representações do mesmo composto. A QUÍMICA ORGÂNICA NO IME Podemos concluir que são verdadeiras as afirmativas: a) 1, 3 e 5 b) 2, 5 e 6 c) 1, 4 e 7 d) 3, 4 e 5 e) 3, 6 e 7 O IME costuma cobrar, nas provas de química orgânica, questões que envolvem conhecimento de isomeria, como mostram os exemplos a seguir: IME 2012 – EXEMPLO DE ISOMERIA Dentre as opções abaixo, indique a única que não apresenta estereoisomeria. a) 3-metil-2-hexeno c) Ácido butenodióico e) 2-buteno b) 2-penteno d) Propenal 21 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 SOLUÇÃO Afirmação 1: Falsa. As estruturas I e IV não são isômeras, pois não tem a mesma fórmula molecular. I tem fórmula C5H12O e IV tem fórmula C3H8O. Afirmação 2: Falsa. As estruturas I e III representam o mesmo composto. Afirmação 3: Verdadeira. Os quatro estereiosômeros são: d-cis-pent-3en-2-ol, l-cis-pent-3-en-2-ol, d-trans-pent-3-en-2-ol, l-trans-pent-3-en-2ol. Afirmação 4: Verdadeira. Os compostos V e VII são enantiômeros por isso possuem mesmo ponto de fusão. Afirmação 5: Verdadeira. Os compostos VIII e IX são diastereoisômeros, pois os carbonos quirais tem configuração absoluta diferentes. No composto VIII os carbonos tem configuração S e R e no composto IX tem configuração S e S. Afirmação 6: Falsa. Os compostos VI e VII são mesômeros (possuem plano de simetria) sendo opticamente inativos. Afirmação 7: Falsa. Os compostos VIII e X são diastereoisômeros, pois os carbonos quirais tem configuração absoluta diferentes. No composto VIII os carbonos tem configuração S e R e no composto IX tem configuração R e R. Figura 3: Esquema representativo da estrutura dos ácidos nucléicos (disponível em http://genesegenomas.wikispaces.com, acessado em 15/10/2012). O ácido palmítico é um ácido graxo (ácido carboxílico de cadeia longa), que possui a fórmula condensada mostrada abaixo e é classificado como lipídio. Questões envolvendo identificação de função e bioquímica às vezes aparecem. No ano de 2013 tivemos uma questão abordando bioquímica, assunto não muito comum para esse vestibular. Ou seja: IME 2013 – EXEMPLO DE BIOQUÍMICA Dentre as opções abaixo, escolha a que corresponde, respectivamente, às classes das moléculas: hemoglobina, amido, DNA, ácido palmítico. a) Proteína, glicídio, ácido nucléico, lipídio. b) Ácido nucléico, glicídio, lipídio, proteína. c) Proteína, proteína, lipídio, ácido nucléico. d) Glicídio, proteína, ácido nucléico, lipídio. e) Glicídio, lipídio, ácido nucléico, proteína. Hemoglobina Amido Glicídio DNA Ácido nucléico Ácido palmítico Lipídio Proteína REAÇÕES ORGÂNICAS O grande enfoque de química orgânica no IME está no conhecimento de reações. Historicamente esse vestibular cobra conhecimento de reações, com um enfoque muito aprofundado. SOLUÇÃO IME 2012 – EXEMPLO 1 DE REAÇÕES ORGÂNICAS Apresente a estrutura do produto orgânico principal de cada uma das reações abaixo. A hemoglobina é uma proteína do tipo metaloproteína. São dois tipos de cadeias: uma contendo 141 aminoácidos e outra contendo 146. Cada cadeia possui um íon Fe2+, que interage com o O2, permitindo seu transporte pelo organismo. Figura 1: Estruturas primária, secundária, terciária e quaternária da hemoglobina. (disponível em http://qnint.sbq.org.br, acessado em 15/10/2012). O amido é um polímero cujas unidades monoméricas são moléculas de glicose. Assim é classificado como glicídio ou carboidrato. Figura 2: Representação da cadeia de amido. (disponível em http://qnint.sbq.org.br, acessado em 15/10/2012). SOLUÇÃO O DNA (ou ácido desoxirribonucléico) é um polímero formado por nucleotídeos (açúcar, grupo fosfato e base nitrogenada), e pertence à classe dos ácidos nucléicos. (I) A reação é uma adição eletrofílica de HBr aos carbonos insaturados. Seguindo a regra de Markovnikov, o H do HBr deve ser adicionado ao carbono mais hidrogenado (carbono 2 da molécula abaixo) e o Br deve ser adicionado ao carbono menos hidrogenado (carbono 1 da molécula abaixo). 22 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 CH3 H3C 1 butanal na presença de ácido sulfúrico, dando origem a um precipitado de PVB, cujo mero (estrutura que se repete) não possui hidroxila livre. a) Escreva as fórmulas estruturais dos polímeros I e II da rota sintética abaixo. Etapa 1: Br 2 (II) A reação é uma oxidação de alcenos (ozonólise) que envolve a quebra das ligações sigma e pi dos carbonos insaturados, levando à abertura do ciclo. Como a reação é feita na presença de zinco, o produto final da reação é uma molécula linear de cadeia aberta que apresenta as funções aldeído e cetona. H3C CH2 C CH2 CH2 CH2 CH O + CH (I) CH2 CH CH O CH2 CH 2 CH CH2 H2C H2SO4 n C3H7CHO + SOLUÇÃO (IV) A reação apresentada é a alquilação da amina. Como a reação ocorreu na proporção de dois mols de haleto de alquila para 1 mol de amina, ocorrerá a substituição dos dois hidrogênios ligados ao nitrogênio por grupos metil, e, consequentemente a formação de uma amina terciária (o subproduto dessa reação é HBr). a) A primeira etapa é uma reação de transesterificação: CH 2 CH X CH 3OH x O H2 C Base H C C CH 3 + OH O CH3 X x H 3C O CH 3 O N HC C HC CH CH3 H2 C (I) = H C OH CH x Na segundo etapa ocorre a reação de formação de acetal. Observe que o produto (I) pode ser reescrito da seguinte forma: (V) O haleto de alquila pode sofrer dois tipos de reação: substituição e eliminação. Na reação de substituição nucleofílica, quem substitui o bromo é o OH-, e não o ROH, uma vez que o OH- é um nucleófilo que tipicamente é cerca de 10 mil vezes mais forte que o ROH. Podemos concluir que o produto da substituição nucleofílica é um álcool e não um éter. O subproduto da reação é KBr. H2 C H2 C H C OH H C OH y CH2 H2C CH CH OH Usando essa nova representação fica evidenciado que o polímero pode sofrer uma reação comportando-se como um diol. Os diois sofrem reação com grupos carbonilas formando um cetal cíclico (anéis de cinco e seis membros são os mais estáveis), como ilustra a representação de forma simplificada e omitindo algumas etapas. (produto possível 1) CH Na reação de eliminação, o grupo OH- atua como base retirando o átomo de hidrogênio assinalado na figura abaixo, provocando a saída do brometo e formando um dieno conjugado. Neste caso os subprodutos são KBr e água. H2C n H2O CH2 CH2 CH + (II) b) Num processo de bancada, similar ao descrito anteriormente, utilizam-se 174 g de um PVAl que apresenta massa de PVAl g . Sabendo-se que 24% 58 número de mols de hidroxila reativa mol das hidroxilas reativas deste PVAl permanecerão inertes, gerando-se assim, em (II), um copolímero de PVAl e PVB, determine a fração mássica de PVB no copolímero formado. CH2 H2C O Etapa 2: (III) A reação é uma desidratação de álcool, que dependendo da temperatura pode originar éter (desidratação intramolecular) ou alceno (desidratação intermolecular). O subproduto da reação é a água. Como o exercício não fornece nenhum indício para a determinação de um único produto, apresentaremos as duas estruturas possíveis: CH2 O C H3 C O H2C x CH3COCH3 I Base O CH CH2 x CH3OH x * CH2 CH CH CH Br H2C CH3 H2C HC CH OH CH CH CH CH3 CH2 H2C O H2 C OH C H O H2 C CH CH2 CH O H2 C C H x CH (produto possível 2) H2 C + x H 2O x Portanto: Os mecanismos de substituição nucleofílica e eliminação são concorrentes entre si. Neste caso, contudo, a reação é conduzida sob aquecimento. Por causa das altas temperaturas, a eliminação é favorecida devido a fatores entrópicos, e levando-se em conta que o produto da eliminação apresenta duas duplas conjugadas, este será o produto majoritário. CH3 H 2C (II) = O CH IME 2013 – EXEMPLO 2 DE REAÇÕES ORGÂNICAS O poli (vinil-butiral) ou PVB é produzido a partir do poli (acetato de vinila) ou PVA em duas etapas. Na primeira, ocorre a alcóolise básica do PVA com metanol, gerando um precipitado de poli (álcool vinílico) ou PVAl. Na segunda, o PVAl dissolvido em água quente reage com CH C H2 CH2 O CH C H2 x b) Pela relação descrita no enunciado e observando com atenção as unidades, fica evidenciado que para cada 58 gramas do polímero PVAl existe um mol de hidroxilas (-OH). Dessa forma: 23 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 SOLUÇÃO 58 g PVAl 174 g PVAI 1 mol de (-OH) X A adição de HBr é uma reação típica de alcenos e ocorre nos carbonos que fazem a dupla ligação. A adição Markovnikov ocorre com a ligação do H no carbono mais hidrogenado da dupla, e, consequentemente, o Br é adicionado ao carbono menos hidrogenado. Na adição anti-Markovnikov ocorre o inverso. A adição de HBr ao propeno na ausência de peróxido (Markovnikov) e na presença de peróxido (anti-Markovnikov) ocorre segundo dois mecanismos distintos: X 3,0 mol de OH Temos que o polímero PAVAl é formado pela seguinte unidade de repetição (mero): H2 C H C - Markovnikov: adição eletrofílica - Anti-Markovnikov: adição radicalar OH Este mero possui massa molar de 44 g/mol, ou seja, em 174 g de polímero há 3,954 mol de unidade de repetição, e portanto 3,954 mol de (-OH), dessa forma os 3,0 mol de (-OH) reativos não correspondem ao numero total de (-OH) do polímero. Desses 3,0 mol de hidroxilas 24% não reagiram, ou seja, 3,0 0,24 0,72 mol de hidroxilas não reagiram e 2,28 mol reagiram. Observando a reação: OH H2 C OH C H H2 C + n n H 3C H2 C C H2 O O C H CH CH 1ª etapa: adição de H ao carbono da dupla e formação do intermediário carbocátion (composto I no mecanismo A e composto II no mecanismo B). 2ª etapa: ataque do ânion Br sobre o carbocátion e formação do produto final. C H2 CH 2 O CH Adição Markovnikov A reação de adição eletrofílica ocorre em duas etapas: CH 3 H 2C CH Nos dois casos a reação ocorre por um caminho que gera o intermediário (carbocátion ou radical) mais estável. +n H 2O Mecanismo A (Markovnikov): C H2 H Br H n Notamos que para formar uma unidade de repetição do polímero PVB são necessárias 2 hidroxilas. Como reagiram 2,28 mol de (-OH) se formou 1,14 mol de unidades de repetição. CH3 H2C CH3 C H2C H C Br Br H H (I) H2C H CH3 H2 C O CH CH C H2 CH3 C CH2 O CH H Br H 2C C CH3 H C H2 Mecanismo B (anti-Markovnikov): A massa molar da unidade de repetição ( C8H14O2 ) é de 142 g/mol. Sendo assim: 1 mol 142 g 1,14 mol X H H C H2C Br CH H2C CH3 CH3 Br Br H H 2C ( II ) CH CH3 H X 161,88 g Dessa forma se 1,14 mol de unidades de repetição reagiram, com 1,14 mol de butanal (C4H8O MM = 72 g/mol) e 1,14 mol de água (H2O MM = 18 g/mol) liberada. H Br CH3 C H 2C H Portanto a massa acrescida ao polímero foi de: g g (1,14mol 72 ) (1,14mol 18 ) 61,56 g mol mol Assim a massa total do polímero é de 174 g+ 61,56 g = 235,56 g Nesse caso a reação ocorre pelo mecanismo A, pois gera um intermediário carbocátion secundário, enquanto que no mecanismo B, o carbocátion formado é primário. A estabilidade dos carbocátions obedece a sequência abaixo: Portanto a fração mássica PVB é dada pela expressão: 161,88 0,687 235,56 Carbocátion terciário > Carbocátion secundário > Carbocátion primário Quanto maior a estabilidade do intermediário, menor a energia de ativação da reação, assim, a adição de HBr na ausência de peróxido segue Markovnikov, com a adição de H ao carbono mais hidrogenado, como representado esquematicamente no gráfico a seguir. Em 2013 pela primeira vez o IME cobrou conhecimento de mecanismo de reação, podendo essa vir a ser uma tendência do vestibular. E IME 2013 – EXEMPLO DE MECANISMOS DE REAÇÕES A adição de brometo de hidrogênio a propeno, na ausência de peróxidos, gera como produto principal o 2-bromopropano (adição Markovnikov). Entretanto, a mesma adição, na presença de peróxidos, leva principalmente à formação do 1-bromopropano (adição antiMarkovnikov). Proponha um mecanismo adequado para cada uma destas reações e explique a diferença observada com base nesses mecanismos. Mecanismo A H2C CH CH3 Mecanismo B H H H2C H C H2C CH3 C H CH3 H Br H H Br H2C C H Caminho da Reação 24 CH3 C H2C CH3 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 Adição anti-Markovnikov REAÇÕES ORGÂNICAS – HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS O anel benzênico é muito estável e precisa de condições bastante energéticas para sofrer ruptura do anel. As principais substituições são: A reação de adição radicalar ocorre em três etapas: 1ª etapa: formação do radical a partir de um peróxido* 2ª etapa: ataque do bromo radicalar sobre o carbono da dupla ligação, com a formação de um radical orgânico secundário (composto III no mecanismo A e composto IV no mecanismo B). 3ª etapa: ataque do radical (III ou IV) sobre o HBr formando o produto final. Mecanismo A (anti-Markovnikov): 2R R O O R R O +H Br CH CH3 H 2C H OH + Br H H 2C C CH3 CH3 + H CH Br CH3 + Br H2SO4 NO2 CH CH3 CH Br Br H CH3 + Br + SO3H H2SO4 + AlCl3 R Cl + O E + CH3 H Br H2C C H2C H CH3 C HCl 3 H2 Ni 300°C 200 atm 3 Cl2 luz Cl Cl Cl Cl Reações Fora do Anel Podem ocorrer reações no radical ligado ao anel benzênico, semelhante às estudadas anteriormente. Por exemplo, no ataque do tolueno, na presença de luz e calor, temos a reação no metil. Este radical se comporta como um alcano. H2C Cl CH3 CH3 H Br + Essa última reação é utilizada para se obter o BHC (benzeno hexa clorado), composto utilizado como inseticida. Br CH3 C R Cl Mecanismo B CH3 H Caminho da Reação + *um peróxido utilizado nessa reação é o peróxido de benzoíla, cuja estrutura é mostrada abaixo: Calor Cl2 Luz Reações de Oxidação É muito difícil oxidar os carbonos do anel benzênico. Isto só ocorre em condições muito energéticas e produz a ruptura e consequentemente o desaparecimento desse anel benzênico. Nos radicais do anel as reações são menos difíceis. Essa reação sempre resulta em ácido benzoico para aromáticos com apenas 1 radical . O KMnO4 C CH3 C [O] + CO2 + H2O H2 + OH H2SO4 O O HCl Cl Br H2C + Cetona Aromática + Mecanismo A CH H2O A reação de adição ocorre em condições muito energéticas: Quanto maior a estabilidade do intermediário, menor a energia de ativação da reação, assim, a adição de HBr na presença de peróxido é anti-Markovnikov, com a adição de H ao carbono menos hidrogenado, como representado esquematicamente no gráfico a seguir. H2C + O Radical terciário > Radical secundário > Radical primário H C H2O R AlCl3 R C Cl H A reação ocorre pelo mecanismo A, pois há a formação de um radical mais estável (secundário no mecanismo A e primário no mecanismo B). A estabilidade de radicais obedece a sequência abaixo: CH + Acilação H 2C Br H2C HCl Alquilação Br (IV) CH3 + H HNO3 + Ácido Benzeno-sulfônico H H H 2C Br H C + Cl Nitrobenzeno H Br H2C Cl2 Sulfonação (III) H2C Br Mecanismo B (Markovnikov): H2C CH CH3 + FeCl3 Nitração O Br CH H R Br H2C Halogenação O O No mecanismo da adição anti-Markovnikov utilizou-se a representação simplificada R-O-O-R para esse composto. ácido benzoico 25 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA O VESTIBULAR DO IME 2015 Eliminação do Oxigênio da Carbonila Influência de um Radical no Anel a) Radicais orto-para dirigentes NH2 OH OCH3 CH3 Cl R CHO C2H5 COOH SO3H COH CN + álcool primário O H H3C C C H2 O R C H H OH R C OH H H instável OH O + R C R'OH H R C OR' H excesso R'OH OR' R C OR' H OMgX O + R'MgX R C H R C H H NOTA: Uma maneira de diferenciar aldeídos de cetonas é que somente os aldeídos reduzem os reativos de Tollens e de Fehling. a) Reativo de Tollens: é uma solução amoniacal de nitrato de prata, que, em presença de aldeído (teste positivo), tem seus íons Ag+ reduzidos a prata metálica; a prata deposita-se nas paredes internas do tubo de ensaio formando um “espelho de prata”; as cetonas não reagem. b) Reativo de Fehling (ou licor de Fehling): que é uma solução que possui íons de Cu2+ (azul) e em presença de aldeído (teste positivo) tem seus íons reduzidos a Cu+, formando um precipitado vermelho tijolo de Cu2O R C SO3Na O HOH Ni OH ácidos aldeídos Já as cetonas não reagem na presença de oxidantes fracos ou quebram sua cadeia por oxidantes muito fortes. R – CO – R’ + [O] não reage H + H2 Reações de Oxidação Diante de oxidantes fracos, os aldeídos se oxidam a ácidos carboxílicos. O O [O] R C R C H OH OH R C O H H3C C C C C H2 H OH 2 H aldeído + H2 álcool primário cetona + H2 álcool secundário H + NaHSO3 HCl Em geral temos: OH H + R C CN H R C H2 O C C H H + R C Adição à Carbonila O + O REAÇÕES ORGÂNICAS – ALDEÍDOS E CETONAS HCN H3C C C C CH3 H H2 O Reações de Redução OH ácido O Cl -formação de aldól. R R [O] HC OH + C O - H2O R' R' álcool cetona secundário R [O] R" C OH + NÃO OCORRE - H2O R' álcool terciário + H 2O NH2 H3C C C C CH3 H2 H2 O O [O] aldeído R C + H2N Cl2 REAÇÕES ORGÂNCIAS - OXIDAÇÃO DE ÁLCOOIS [O] R C - H2O + Podem ocorrer: - reações de substituição por halogênios. São grupos retiradores de elétrons por efeito indutivo. O átomo ligado ao anel aromático está eletrodeficiente, ou seja, não apresenta pares de elétrons não compartilhados e/ou estão ligados a átomos com maior eletronegatividade. R CH2 OH R C N OH H OH R C N NH2 + H2O H Reações dos Hidrogênios em posição Os carbonos vizinhos da carbonila são denominados carbonos em posição e são mais reativos que os demais. R CHO São grupos doadores de elétrons por efeito indutivo, sendo que muitos deles possuem pares de elétrons não compartilhados. b) Radicais Meta Dirigentes NO2 + H2N R C R' H 26