Mecanismos de Oferta e Demanda nos Mercados

Propaganda
28/01/2015
I.Fundamentos da Teoria e
Política Macroeconômica
Economia
Prof. Ângelo Cardoso Pereira
Conteúdo da Aula
1.
Introdução
2. Metas de Política Macroeconômica
3. Estrutura da Análise Macroeconômica
4. Instrumentos de Política Macroeconômica
1. Introdução
Trata da evolução da economia como um todo.
Determinação
Agregados Econômicos
Analisando:
Comportamento
1
28/01/2015
1. Introdução
Grandes Agregados
Negligencia o comportamento
das unidades individuais
Permite estabelecer relações entre os agregados e
melhor compreensão das interações entre estes.
Trata da economia como um todo, negligenciando o
comportamento das unidades econômicas individuais
(famílias e firmas).
Ex.: entre os mercados de bens e serviços, de trabalho e
de ativos financeiros e não financeiros.
OBS: Não há conflito entre Macro e Microeconomia
1. Introdução
Questões de Curto Prazo:
Questão do desemprego
Teoria Macroeconômica
Estabilização do nível
geral de preços
Questões de Longo Prazo:
Progresso Tecnológico
Teoria Macroeconomia
Política Industrial
2. Metas de Política Macroeconômica
 Alto nível de emprego
Política de Estabilização
 Estabilidade de preços (combate a inflação)
 Distribuição de renda socialmente justa
 Crescimento econômico
 Balanço de pagamentos (alguns textos)
2
28/01/2015
2. Metas de Política Macroeconômica
Destaque ao trabalho do economista inglês JOHN MAYNARD
KEYNES (Livro: A teoria geral do emprego, do juro e da
moeda – 1936)
• Anos 30 – Permitiu um aprofundamento da análise da
política econômica (Tx. Desemp. ~ 25%)
Fazer a economia recuperar o nível de emprego
2. Metas de Política Macroeconômica
 Estabilidade de preços
Inflação: aumento continuo e generalizado do nível geral
de preços.
Acarreta distorções, principalmente, sobre a:
• Distribuição de renda
• Expectativas da sociedade
• Balanço de pagamentos
2. Metas de Política Macroeconômica
 Distribuição Equitativa de Renda
Ex. da má distribuição:
No Brasil, os críticos do chamado “milagre econômico”
argumentaram que piorou a concentração de renda no
país nos anos 67/73 devido a uma política deliberada do
Governo (a chamada “Teoria do Bolo” ): primeiro crescer,
para depois pensar em repartição da renda.
3
28/01/2015
2. Metas de Política Macroeconômica
 Crescimento Econômico
Se existe desemprego e
capacidade ociosa
Pode-se aumentar o
produto nacional
Estimular a Atividade Produtiva
Políticas econômicas
Aumento nos recursos disponíveis
Há um limite de produção
Ou Avanço tecnológico
2. Metas de Política Macroeconômica
 Crescimento Econômico
Melhor indicador:
Crescimento da Renda Nacional per
capita
Não significa
Melhor padrão de vida
Nível de desenvolvimento inclui melhoria nos
indicadores sociais (pobreza, desemprego,
meio ambiente, moradia etc.)
2. Metas de Política Macroeconômica
 Inter-relações e conflitos entre objetivos
Os objetivos não são independentes, podendo ser
conflitantes.
Crescimento
Econômico
Renda Aumenta
Aumenta a renda
dos pobres, sem
reduzir a dos ricos
(abranda conflitos
sociais).
e
Distribuição de
Renda
Em países
subdesenv.
(conflitante)
Aumenta-se a parte dos lucros
e da poupança dos mais ricos
na renda nacional (Teoria do
Bolo).
4
28/01/2015
2. Metas de Política Macroeconômica
 Inter-relações e conflitos entre objetivos
Os objetivos não são independentes, podendo ser
conflitantes.
Metas de
Redução de
Emprego e
Estabilidade
de Preços
Com aumento
de compras
Reduz-se o desemprego.
Aproximando do pleno emprego,
os recursos tendem a escassear,
provocando um aumento dos
custos de produção. Podendo
aumentar a inflação (exceto,
quando estiver ocorrendo um
significativo aumento de
produtividade).
2. Metas de Política Macroeconômica
 Inter-relações e conflitos entre objetivos
O administrador público (policy-maker) tem de fazer escolhas quanto
à ênfase a ser dada a diferentes objetivos. Cada combinação afeta
diferentes grupos na sociedade de diferentes maneiras, e qualquer
escolha estará sujeita à objeção política pelos representantes dos
grupos para os quais a escolha alternativa é pior.
Na maioria dos países
Previsão quanto à
alternativa política
Partido Político que
assumir o poder
3. Estrutura da Análise Macroeconômica
Mercados
Variáveis
Determinadas
Parte Real
da
Economia
Mercado de Bens e Serviços
Produto Nacional
Nível Geral de Preços
Mercado de trabalho
Nível de empregos
Salários nominais
Parte
Monetária
da
Economia
Mercado Financeiro
(monetário e títulos)
Taxa de juros
Estoque de moedas
Mercados de Divisas
Taxa de câmbio
5
28/01/2015
4. Instrumentos de Políticas Macro
Atuação do Governo
Capacidade Produtiva (Produção Agregada)
Despesas Planejadas (Demanda Agregada)
Permitir a economia operar:
A pleno emprego, com
baixa taxas de inflação
e distribuição justa de
renda
4. Instrumentos de Políticas Macro
São considerados instrumentos de política
macroeconômica:
• Política Fiscal
• Política Monetária
• Política Cambial e Comercial
• Política de Rendas (Controle de Preços e Salários)
4. Instrumentos de Políticas Macro
Política Fiscal
Instrumentos
disponíveis
Antiinflacionárias
Maior
Crescimento
Melhor
distribuição de
renda
Controle de suas
despesas (Política de
gastos)
Diminuição dos
gastos
Aumento dos
gastos
Gastos em
setores/regiões
mais atrasados
Arrecadação de
tributos (Polít. trib.)
Aumento da
carga tributária
Diminuição da
carga tributária
Impostos
progressivos
RESULTADO
Inibe consumo e
investimento
Estimula
consumo e
investimento
Benefício a
grupos menos
favorecidos
6
28/01/2015
4. Instrumentos de Políticas Macro
Política Monetária
Quantidade de moeda, crédito e taxa de juros.
Instrumentos:
 Emissões
 Reservas compulsórias (% sobre depósitos dos B.C. Bacen)
 Open market (compra/venda de títulos públicos)
 Redescontos (empréstimo do Bacen aos Bancos Comerciais)
 Regulamentação sobre crédito e taxas de juros.
4. Instrumentos de Políticas Macro
Política Monetária
Instrumentos
disponíveis
Anti-inflacionária
Maior Crescimento
Estoque
Monetário
(Diminuir) Enxugar
Aumento do estoque
Reserva
Compulsória
Aumento da taxa
Diminuição da taxa
Open Market
Venda de títulos
Compra de títulos
RESULTADO
Inibe o consumo e
investimento
Estimula o consumo e
investimento
4. Instrumentos de Políticas Macro
Política Fiscal x Política Monetária
Política Fiscal
Política Monetária
Como política
econômica pode...
Combinação
Combinação
Melhoria na
distribuição de
renda
Mais eficiente
(tributação e gastos)
Mais difusa e genérica
Não tem. Depende de
mudança na Legislação e
Princípio da
Anterioridade
Depende apenas das
decisões diretas das
autoridades
monetárias
Efeitos imediatos
7
28/01/2015
4. Instrumentos de Políticas Macro
Política Cambial e Comercial
Política que atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da
economia.
Controle do Governo
Política Cambial
Taxa de Câmbio (fixo, flutuante, etc.)
Política Comercial
Instrumentos de incentivo às exportações e/ou
estímulo/desestímulo as importações, sejam fiscais,
creditícios, seja estabelecimento de cotas, etc.
4. Instrumentos de Política
Econômica
Política de Rendas (Controle de Preços e Salários)
Os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o
que fariam, em resposta a influências normais do mercado.
Normalmente, esses controles são utilizados como política
de combate a inflação.
Influenciam diretamente: salários, lucros, juros, aluguel.
II.Contabilidade Social
Economia
Prof. Ângelo Cardoso Pereira
8
28/01/2015
Conteúdo da Aula
1. Introdução
2. Principais Agregados Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
2. Economia a Dois Setores Com Formação de Capital
3. Economia a Três Setores: O Setor Público
4. Economia a Quatro Setores: O Setor Externo
5. A Despesa Nacional
3. Valores Reais e Nominais
4. Exercícios
1. Introdução
Sistema de Contas Nacionais
Contas Básicas:
- Produto Interno Bruto
- Renda Nacional Disponível
- Transações Correntes com o Resto do Mundo
- Capital
Conta Complementar:
- Conta Corrente das Administrações Públicas
1. Introdução
Sistema de Contas Nacionais
Característica:
Não considera os chamados bens e serviços
intermediários (que são absorvidos na produção de outros Produtos)
pois seriam contabilizados duas vezes. Ou seja, esse sistema considera
apenas os bens e serviços finais.
Pressuposto 1:
As contas procuram medir a produção corrente.
Não são considerados bens produzidos em período anterior, apenas a
remuneração do vendedor (que é remuneração a um serviço corrente)
9
28/01/2015
1. Introdução
Sistema de Contas Nacionais
Pressuposto 2:
As contas referem-se a um fluxo (normalmente 1 ano):
Os agregados correspondem a variáveis fluxo (são consideradas ao
longo de um período – dimensão temporal).
Ex.: Consumo de bens e serviços, PIB, Exportações e Importações.
Obs.: Variáveis estoque: Valores tomados em determinado ponto de
tempo. Ex.: Dívida interna e externa, a quantidade de moeda de um país,
o estoque de capital de um país.
A Contabilidade Social trabalha com fluxo, não
apresentando um balanço patrimonial.
1. Introdução
Sistema de Contas Nacionais
Pressuposto 3:
A moeda é neutra, no sentido de que é considerada apenas como
unidade de medida e instrumento de trocas.
Não se preocupa com os agregados monetários
Ex.: Oferta de moeda, aplicações financeiras.
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
Fluxo Circular de Renda
Características:
 Economia fechada
 Sem Governo
 Sem formação de capital (poupança, investimentos e depreciação = 0)
 Economia de dois setores: Famílias e Empresas
10
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
Fluxo monetário
Fluxo Real
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
O resultado econômico pode ser mensurado através de três
óticas:
• Produto
• Renda
• Despesa
Identidade básica:
Produto
=
Renda
=
Despesa
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
Produto
Produto Nacional (PN): É o valor de todos os bens e serviços finais
produzidos em determinado período de tempo.
PN=
pi.qi = psacas café.qsacas+..+pfogão.qfogão +..+pbilhete.qviagens
Setor
Primário
Setor
Secundário
Setor
Terciário
Agricultura
Pecuária
Pesca
Indústria
Extração
mineral
Serviços
Comércio
Comunicações
11
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
Despesa
Despesa Nacional (DN): É o valor de todas as despesas realizadas
pelos agentes: consumidores, empresas, governo e estrangeiros na
compra de bens e serviços finais.
DN = Despesas de consumo ( C )
Forma de aferição do Produto Nacional (a partir do mercado de
bens e serviços)
- A partir de quem vende (por ramo de origem)
- A partir dos agentes de despesa (por ramo de destino)
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
Renda
Renda Nacional (RN): É a soma dos rendimentos pagos às famílias,
que são proprietárias dos fatores de produção, pela
utilização de seus serviços, em um período de tempo.
RN = salários (w) + juros (j) + aluguéis (a) + lucros (l)
A medida é feita pelo fluxo de rendimento (mercado de
fatores de produção)
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
Como não existem estoques, tudo que se produz, se vende.
PN = DN
Como no agregado, são excluídas as compras de bens intermediários. A
empresa gasta com pagamentos a fat.de produção tudo o que recebe
pela venda de bens e serviços (PN=DN).
Identidade Básica das Contas Nacionais:
PN = DN = RN
12
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
DN = C
Fluxo monetário
Fluxo Real
PN =pi.qi
RN = L + T + CF + CM
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
Na prática (mede-se o PN) pelo Valor Adicionado:
Conceito de Valor Adicionado: Consiste em calcular o que cada
ramo da atividade adicionou ao valor do produto final, em cada
etapa do processo produtivo.
V. Adicionado = V. Bruto de Produção – Consumo de Prod. Intermed.
Receita de Vendas
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
Valores (x Mil)
Ex.:
TRIGO FARINHA
PÃO
a) Receita de Vendas (VBP)
100
400
1.000
b) Compras Intermediárias
0
100
400
100 +
300 +
600
Valor adicionado (a-b)
PN=DN= 1.000
= 1.000 = RN
Renda paga pelo setor de trigo aos fatores de produção (VA trigo)
Renda paga pelo setor de farinha aos fatores de produção (VA farinha)
Renda paga pelo setor de panificação aos fatores de produção (VA pão)
13
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
Resumo
Existem 04 formas diferentes de medir o resultado econômico
de um país, todas conduzindo a um mesmo valor numérico:
Soma dos produtos finais das empresas produtoras (PN)
Soma das despesas dos agentes com o Produto Nacional (DN)
Soma de rendimentos de salários, juros, aluguéis e lucros (RN)
Soma de valores adicionados dos setores de atividade (RN)
Órgão Responsável (no Brasil) = IBGE
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital
As Famílias além de consumir podem poupar.
As Empresas além de produzir bens de consumo, produzem e
investem em bens de capital.
CONCEITOS
POUPANÇA (S) = Parcela da RN não consumida no período.
S = RN – C
(C = Consumo)
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital
PN = Bens de Consumo + Bens de Investimento
INVESTIMENTO (I) = Gasto com bens que aumentam a
capacidade produtiva da economia (Capacidade de gerar
Rendas Futuras = Taxa de Acumulação de Capital).
Obs.: Não foram consumidos no próprio período e que
serão utilizados para consumo futuro.
I = PN – C
14
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital
Quais bens são produzidos e não consumidos no período ?
Máquinas e equipamentos
Imóveis
Invest. em bens
de capital (Ibk)
Variação de estoques
(produtos acabados e intermediários)
I = Ibk +
E
E
Depende do mercado
FBKF
(Força
Bruta de
Capital
Fixo)
Planejado
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital
Outras observações sobre INVESTIMENTO
1ª -
E = Et – Et-1 = Fluxo no ano.
2ª - Não se deve confundir Investimento no sentido vulgar
com investimento no sentido econômico. Ex.: Investir em
ações não representa aumento da capacidade produtiva, a
não ser que se esteja investindo, por exemplo, em instalações.
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital
3ª - O investimento em ativos de segunda mão (imóveis, ...) não é
contabilizado como investimento agregado, sendo apenas uma
transferência de ativos, que se compensa: alguém “desinvestiu”.
Esses bens já foram computados no passado.
4ª - Os bens de consumo duráveis (TV, automóveis,...), embora não
sejam consumidos no presente e gerem fluxo de serviços no futuro,
não são considerados como investimento (há controvérsias).
15
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital
DEPRECIAÇÃO (d) = é o consumo de estoque (desgaste) de
capital físico, em dado período. Conseqüência: sucata ou
obsolescência.
INVESTIMENTO BRUTO (IB) E LÍQUIDO (IL)
PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) E LÍQUIDO (PNL)
IL = IB - d
IL = Acumulação Líquida de Capital =
Diferença entre novos investimentos
(IB) e depreciação
PNL = PNB - d
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital
A identidade S = I “ex-post”
Como:
Logo:
S = RN – C
e
I = PN – C
e
PN = RN
Sf = Ie
Sf+Sg = Ie+Ig
Sf+Sg+Srm = Ie+Ig
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital
Ex.:
PN = RN = 100. Com a venda do produto (PN) as empresas
remuneram as famílias (RN). Se as famílias decidem consumir
apenas 80 (C=80):
S = RN – C = 20
Parte de PN = 100 não foi comprada, pois as famílias não
gastaram tudo. Assim:
I=
E = 20 e
S = I = 20
16
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital
Ex.:
PN = 100.
Sendo: Bens de Consumo = 70
Bens de capital = 30 (Investimento)
RN = 100 (As famílias receberam 100)
Sobraram para as famílias 30 (corresponde à Poupança)
S = I = 30
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
3. Economia a três setores: O setor Público
Receita Fiscal:
Impostos Indiretos (Ti) = Incidem sobre bens e serviços.
Ex.: ICMS, IPI.
Impostos Diretos (Td) = Incidem sobre as pessoas (físicas e jurídicas).
Ex.: IR, IPTU.
Contribuições à Prev. Social = Encargos Trabalhistas recolhidos de
empregados e empregadores.
Outras Receitas = taxas (Ex.: Multas, aluguéis, ...)
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
3. Economia a três setores: O setor Público
Gastos do Governo:
Gastos com ministérios, secretarias e autarquias = Receitas provêm de
dotações orçamentárias.
Gastos das empresas e sociedades de economia mista = Provêm da
venda de bens e serviços no mercado.
Gastos com transferências e subsídios
Se :
Gastos > Receita Fiscal
Déficit Primário (Fiscal)
Gastos < Receita Fiscal
Superávit Primário (Fiscal)
17
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
3. Economia a três setores: O setor Público
PRODUTO Nacional a Preços de Mercado e
PRODUTO Nacional a Custo de Fatores
PNpm = É medido a partir dos valores pagos pelo consumidor
PNcf = É medido a partir dos valores pagos que refletem os custos de
produção, a remuneração dos fatores (L + T + CF + CM).
Como é medido pela ótica dos rendimentos, é a própria RNcf.
PNpm = RNcf + Ti - Sub
Associa-se, normalmente, Renda Nacional à RNcf e Produto
Nacional à PNpm
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
3. Economia a três setores: O setor Público
CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA E LÍQUIDA
Índice de Carga
Tributária Bruta
=
Impostos Indiretos + Imp. Diretos x100
PIBpm
Índice de Carga
Tributária Líquida
=
(Imp. Ind. + Dir.) – (Transf. + Sub.) x100
PIBpm
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
3. Economia a três setores: O setor Público
EXPORTAÇÕES (X) = são as compras dos estrangeiros
de nossos bens e serviços. São os gastos do setor externo
com nossas empresas.
IMPORTAÇÃO (M) = São nossas aquisições de bens do
exterior. Parte da renda gerada no país que “vaza” para fora.
18
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
4. Economia a quatro setores: O setor Externo
Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE)
Renda Enviada ao Exterior (RE) = parte do que foi produzido
internamente não pertence aos nacionais (Ex.: capital e tecnologia). A
remuneração desses fatores vai para fora do país, na forma de
remessa de lucro, royalties, juros.
Renda Recebida do Exterior (RR) = recebemos renda
devido à produção de nossas empresas operando no exterior.
RLEE = RE – RR
No Brasil, RLEE > 0
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
4. Economia a quatro setores: O setor Externo
Produto Nacional Bruto (PNB) e Produto Interno Bruto (PIB)
PIB = É a renda devida à produção dentro dos limites territoriais do
país.
PNB = renda que pertence efetivamente aos nacionais, incluindo a
renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda
enviada para o exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil.
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
4. Economia a quatro setores: O setor Externo
Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE), Produto
Nacional Bruto (PNB) e Produto Interno Bruto (PIB)
PIB = PNB + RLEE
Se :
RE > RR
RLEE > 0
PIB > PNB
RE < RR
RLEE < 0
PIB < PNB
19
28/01/2015
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
4. Economia a quatro setores: O setor Externo
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
5. A Despesa Nacional
DN = C + I + G + X – M
 As importações (M) aparece devido ao fato de que elas estão
embutidas nas demais despesas agregadas (C, I, G, X).
 A Despesa Agregada é apresentada a preços de mercado, já que são
valores finais.
 No Brasil, utiliza-se mais o conceito de Desp. Interna que Nacional.
 Não é calculada a depreciação pois, são utilizados os conceitos
agregados em termos brutos.
DIBpm = C + I + G + X – M
2. Principais Agregados
Macroeconômicos
REVISÃO
Bruto
Depreciação
Líquido
pm
Governo
cf
Interno (territorial)
Estrangeiros
Nacional
20
28/01/2015
3. Valores Reais e Nominais
PN Nominal (ou PN Monetário): PN a preços correntes do ano
PN2012 =
pi2012 . qi2012 - produto de 2012, avaliado a preços de 2012.
PN2013 =
pi2013 . qi2013 - produto de 2013, avaliado a preços de 2013.
PN2014 =
pi2014 . qi2014 - produto de 2014, avaliado a preços de 2014.
3. Valores Reais e Nominais
PN Real (ou PN deflacionado): PN a preços constantes de
determinado ano (chamado ano-base).
PNREAL 2012 =
pi2012 . qi2012
PNREAL2013 =
pi2012 . qi2013
PNREAL2014 =
pi2012 . qi2014
Preços permanecem constantes
em 2012. Elimina-se a influência dos
preços (Inflação). Com isso tem-se
o crescimento real
3. Valores Reais e Nominais
Para deflacionar:
PNREAL = PN Nominal x 100
Índice de Preços
21
28/01/2015
3. Valores Reais e Nominais
Ex.: PIB, PIB per capta, PIB a preços de 2009, deflator implícito -2002/2013
PIB a preços
corrente
(em R$ milhões)
Ano
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
PIB per capta a
PIB a preços de 2013
PIB per capta Deflator
preços de 2013 (em
(em R$ milhões)
(em R$ mil) Implícito
R$ mil)
1.477.822,00
3.321.160,51
19,01
8,4574
10,55
1.699.948,00
3.359.241,59
19,01
9,6188
13,73
1.941.498,00
3.551.131,29
19,89
10,8737
8,04
2.147.239,00
3.663.335,45
20,32
11,9095
7,21
2.369.484,00
3.808.294,92
20,92
13,0139
6,15
2.661.344,00
4.040.273,80
21,96
14,4648
5,87
3.032.203,00
4.249.220,50
22,83
16,2925
8,33
3.239.404,00
4.235.209,66
22,48
17,1949
7,19
3.770.084,87
4.554.277,15
23,87
19,7639
8,23
4.143.013,34
4.678.736,67
24,32
21,5357
6,97
4.392.094,00
4.726.976,10
24,37
22,6459
4.844.815,08
4.844.815,08
4,93
7,62
Fonte: Ipeadata
4. Componentes do PIB Brasileiro
(3 Óticas)
Produto Interno Bruto (1 000 000 R$)
Componentes do Produto
Interno Bruto
2002
2003
2004
2005
2006
A - Ótica da produção
Total
1 477 822
1 699 948
1 941 498
2 147 239
2 369 797
Produção
2 538 937
2 992 739
3 432 735
3 786 683
4 121 766
Impostos sobre produtos
204 982
229 673
276 077
306 545
336 544
Subsídios aos produtos (-)
(-) 289
(-) 339
(-) 837
(-) 1 559
(-) 1 491
Consumo intermediário (-)
(-) 1 265 808 (-) 1 522 125 (-) 1 766 477 (-) 1 944 430 (-) 2 087 032
4. Componentes do PIB Brasileiro
(3 Óticas)
Componentes do Produto Interno Bruto
Produto Interno Bruto (1 000 000 R$)
2002
2003
2004
2005
2006
B - Ótica da despesa
Total
1 477 822
1 699 948
1 941 498
2 147 239
2 369 797
1 216 102
1 3382 355
1 533 895
1 721 783
1 903 679
891 479
1 031 028
1 135 125
1 265 094
1 396 034
20 579
21 731
25 486
29 136
32 872
304 044
329 596
373 284
427 553
474 773
239 351
268 095
332 333
347 976
397 340
Formação bruta de capital fixo
242 162
259 714
312 516
342 237
389 328
Variação de estoque
(-) 2 811
8 381
19 817
5 739
8 012
208 323
254 770
318 892
324 842
340 457
(-) 185 954
(-) 205 272
(-) 243 622
(-) 247 362
(-) 271 679
Despesa de consumo final
Despesa de consumo das famílias
Despesa de consumo das
instituições sem fins de lucro a
serviço das famílias
Despesas de consumo da
administração pública
Formação bruta de capital
Exportação de bens e serviços
Importação de bens e serviços (-)
22
28/01/2015
4. Componentes do PIB Brasileiro
(3 Óticas)
Produto Interno Bruto (1 000 000 R$)
Componentes do Produto
Interno Bruto
2002
2003
2004
2005
2006
2 369 797
C - Ótica da renda
Total
1 477 822
1 699 948
1 941 498
2 147 239
588 474
671 872
763 237
860 896
969 391
Salários
456 402
528 173
597 452
681 067
770 938
Contribuições sociais
efetivas
95 925
11 961
133 012
141 130
163 467
Remuneração dos
empregados
Contribuições sociais
imputadas
36 147
31 738
32 773
38 689
34 986
Rendimento misto bruto
161 528
180 060
189 254
200 859
212 919
Excedente operacional
bruto
507 824
600 576
690 690
755 082
825 311
Imposto sobre a produção e
importação
223 025
250 938
301 026
334 521
367 048
5. Exercícios
Dados em bilhões de reais:
salários pagos ás famílias (w) ................................300
juros, aluguéis e lucros pagos (j+a+l) .....................450
depreciação de ativos fixos (d) .................................25
impostos indiretos (Ti) .............................................100
impostos diretos (Td) ................................................88
subsídios do governo a empresas privadas (sub).....10
outras receitas correntes do governo (ORec) ...........20
renda enviada ao exterior (RE)....................................7
renda recebida do exterior (RR)...................................2
pagamentos de aposentadoria (Tr)............................40
5. Exercícios
E sabendo-se que os valores dos L,T,CF,CM são brutos, no sentido de que
ainda não foram descontados os impostos diretos, a depreciação e a
renda enviada do exterior, e não incluída a renda recebida do exterior,
pede-se:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
RIBcf
RILcf
RNLcf
PNBpm
PIBpm
Índice de CTB
Índice de CTL
23
28/01/2015
Teoria da Determinação da
Renda: o Modelo Keynesiano
Economia
Prof. Ângelo Cardoso
Pereira
Conteúdo da Aula
1.
2.
3.
Introdução
A Oferta Agregada, o Desemprego e o Nível Geral de
Preços
A Demanda Agregada
1.
2.
3.
4.
4.
5.
O consumo privado
O investimento privado
Os gastos do governo
A demanda de exportação e importação
A Renda Nacional de Equilíbrio
Exercícios
1. Introdução
Durante o século XIX predominou a chamada teoria
clássica (encabeçada pela Lei de Say), em que os
economistas acreditavam que a oferta determina a
demanda.
O período de crise de 1873 até 1896 manifesta uma
série de mudanças que vigorarão no século XX.
O surgimento da ciência, com a 2ª Revolução
Industrial, possibilitou a busca pela inovação
tecnológica. Surgiam os monopólios e oligopólios.
24
28/01/2015
1. Introdução
Em 1929 ocorre o crash da Bolsa de Valores de Nova
York, juntamente com uma crise de superprodução
(Oferta > Demanda).
Portanto, o equilíbrio proposto pelos clássicos já
não explicavam a economia da época. Foi então que
entrou em cena a Teoria Keynesiana (Teoria do
Emprego, do Juro e da Moeda), também conhecida
como teoria do desequilíbrio, que vigorou durante
grande parte do século XX.
A partir de agora, era a demanda que determinava a
oferta, ou melhor, as expectativas de demanda.
2. A Oferta Agregada, o Desemprego
e o Nível Geral de Preços
As empresas respondem aos acréscimos de demanda por
meio de um aumento da produção física.
Podemos analisar duas situações:
a) situação de desemprego de fatores: o produto pode
aumentar em resposta ao acréscimo de fatores, sem,
contudo, variar o nível de preços da economia.
b) situação de pleno emprego: dada a utilização eficiente
de todos os recursos disponíveis para se empregar o
produto, este não mais pode crescer em resposta aos
estímulos da demanda, mas apenas o nível geral de
preços da economia tenderá a subir.
2. A Oferta Agregada, o Desemprego
e o Nível Geral de Preços
Nível Geral de
Preços
Lado Clássico
(Pleno Emprego)
Lado Keynesiano
(Desemprego)
Curva de Oferta
Ye
Y
Produto de Pleno Emprego
25
28/01/2015
2. A Oferta Agregada, o Desemprego
e o Nível Geral de Preços
Qualquer renda nacional à esquerda da renda de
pleno emprego (Ye) equivale a uma situação de
desemprego na economia, e nesse intervalo
apenas o produto real varia, permanecendo
constante o nível de preços. Uma vez atingida a
renda de pleno emprego, apenas os preços
subirão.
2. A Oferta Agregada, o Desemprego
e o Nível Geral de Preços
Pelo fato da análise macroeconômica ser de curto prazo,
faremos as hipóteses de:
a) nenhuma mudança tecnológica deverá ocorrer no
período;
b) o estoque físico produtivo do fator capital também
permanecerá constante, e apenas o fator trabalho
estará disponível para se empregar até a posição de
pleno emprego, durante o período considerado.
Em outras palavras, a curto prazo, a curva de oferta
agregada keynesiana não se deslocará.
3. A Demanda Agregada
A demanda agregada constitui-se nos dispêndios da
coletividade em bens e serviços de consumo (C),
investimento (I), despesas governamentais (G) e
exportações (X), devendo-se subtrair o montante total
das importações do país (M).
A demanda nacional agregada (Yd) ou dispêndio nacional é
equivalente a:
Yd = C + I + G + (X – M)
26
28/01/2015
3. A Demanda Agregada
1. O consumo privado
A renda é o fator que,
isoladamente, maior influência
tem na determinação do
consumo, isto é, a magnitude
das despesas em consumo
programado (intenção de
consumir da coletividade) pela
coletividade dependerá
basicamente do nível de renda
da economia.
C
C(Y)
c0
Y
A função consumo pode ser
assim escrita:
C = C(Y)
3. A Demanda Agregada
1. O consumo privado
De acordo com a Teoria Econômica, os parâmetros da função consumo
podem ser assim interpretados:
a)
b)
Quando Y = 0, significa que C = co, isto é, co é o consumo mínimo
que a coletividade pode suportar, pois mesmo que a renda seja
zero, a população necessita viver.
Podemos estudar a relação entre a renda e o nível de consumo: a
propensão marginal a consumir (PMgC), que equivale à relação
entre um acréscimo no consumo desejado em decorrência de um
acréscimo na renda da coletividade:
3. A Demanda Agregada
1. O consumo privado
A PMgC tem seu valor entre zero e um, pois seria pouco
sustentável uma situação em que a coletividade passasse a
aumentar seu consumo mais que seu acréscimo de renda.
Outros aspectos importantes a considerar:
a) a PMgC decresce com o aumento da renda, como podemos
verificar inclinação cada vez menor da função consumo;
b) a PMgC é estável ao longo de algum tempo, ou seja, é pouco
provável que a comunidade mude seu comportamento intencional
de consumo num curto espaço de tempo.
27
28/01/2015
3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
Antes de iniciarmos a discussão sobre investimentos, abordemos o
conceito de poupança.
Poupança nacional corresponde à parcela da renda nacional não
gasta em bens e serviços de consumo produzidos na economia.
A função poupança, portanto pode ser obtida a partir da renda
menos a função consumo:
S=Y-C
3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
É interessante associar o conceito de propensão marginal a
poupar: corresponde ao quociente da variação absoluta na
poupança pela variação absoluta na renda da coletividade.
A soma da propensão marginal a poupar e da propensão marginal a
consumir é igual à unidade:
PMgC + PMgS = 1
Ou seja, a renda é destinada ao consumo ou à poupança.
3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
Define-se investimento na teoria keynesiana como o ato de
aumentar a produção (investimento em bens de capital, por
exemplo) de forma a corresponder ao aumento da demanda
Princípio da Demanda Efetiva).
A realização do investimento pelo empresário capitalista se dá pela
comparação da chamada eficiência marginal do capital (EMgK),
correspondente à máxima taxa de retorno sobre os custos (é a
rentabilidade esperada da realização do investimento), com a taxa
de juros da economia.
Se EMgK > Taxa de juros  o investimento é realizado
Se EMg K < Taxa de juros  não se realiza o investimento
28
28/01/2015
3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
Observe a seguinte igualdade:
SR = IR
Devemos notar que, se a coletividade deseja realizar uma poupança
igual à S e se os empresários desejam realizar os investimentos na
mesma magnitude, a renda determinada Y será de equilíbrio, pois o
montante de vazamento desejado e realizado do “fluxo circular de
renda” é igual ao montante de injeção desejada e realizada pelos
empresários.
Ou seja, o investimento realizado é igual à poupança realizada.
3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
O montante de investimento realizado pelos capitalistas
gera um processo de aumento da renda nacional e esse
aumento de renda é mensurado pelo multiplicador de
investimento.
O multiplicador (k) é um coeficiente associado à
variação dos investimentos que determina a magnitude
de variação no nível da renda nacional.
3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
Dessa expressão, podemos verificar que, quanto maior a
PMgC ou menor a PMgS, tanto maior será o multiplicador.
O valor do multiplicador pode variar de um até infinito.
Quanto maior o multiplicador, um pequeno aumento no
investimento gera um aumento maior na renda nacional.
29
28/01/2015
3. A Demanda Agregada
3. Os gastos do governo
Gastos do governo incluem despesas em infraestrutura nacional,
gastos com salários, subsídios, etc.
Acréscimos nestes gastos governamentais possuem o mesmo efeito
multiplicador dos investimentos privados, expandindo o nível de
renda nacional pela expansão da demanda em bens e serviços de
consumo.
Os gastos do governo (G) são predominantemente financiados pela
arrecadação de tributos. Agora, as funções consumo e poupança
devem ser tomadas sobre a renda disponível e não mais sobre a renda
total:
C = C(Y – T)
S = (Y – T) - C
3. A Demanda Agregada
4. A demanda de importação e exportação
Ao abrirmos a economia para o comércio exterior, nosso modelo
macroeconômico de curto prazo se completa, bastando para isso
incorporarmos à demanda agregada os dispêndios com a exportação
e a importação de bens e serviços.
Será considerado o movimento líquido das exportações sobre as
importações em bens e serviços.
As exportações têm um efeito positivo sobre o nível de renda interna,
pois, para se atender à demanda dos estrangeiros pelos nossos
produtos, os empresários devem aumentar a produção e o emprego
dos fatores disponíveis do país.
Fenômeno contrário se verifica quando importamos produtos do
exterior, pois o efeito multiplicador de renda se dá nos países de
origem das exportações.
4. A Renda Nacional de Equilíbrio
A partir da demanda agregada
Yd = C + I + G + (X – M)
estabelecidos os conceitos de consumo,
investimento, gastos do governo e
exportações líquidas (X – M) e introduzida a
discussão sobre poupança, podemos
determinar o produto de equilíbrio de acordo
com a teoria keynesiana.
30
28/01/2015
4. A Renda Nacional de Equilíbrio
a) A partir das funções consumo e poupança:
4. A Renda Nacional de Equilíbrio
b) A partir da oferta e demanda agregadas:
5. Exercícios
1.
2.
3.
4.
Represente a curva de oferta agregada clássica e keynesiana e
explique a forma de cada uma.
Conceitue consumo e aborde a questão referente à propensão
marginal a consumir.
Imagine que ocorreu um aumento no consumo da ordem de 100
unidades monetárias e um aumento da renda nacional no
montante de 450 unidades monetárias. Qual foi a PMgC?
Em que um empresário se baseia para realizar um investimento?
31
28/01/2015
5. Exercícios
5. Explique o que ocorre com a renda de equilíbrio se:
a) Houver um aumento no nível de consumo da sociedade.
b) A taxa de juros exceder a eficiência marginal do capital.
c) O governo decide gastar mais.
d) Os residentes internos demandam mais produtos do exterior.
6. Considere uma economia fechada descrita pelas seguintes equações
comportamentais:
C=200 + 0,5 Yd
I=400 + 0,2Y – 2000i
G=100
T=100
Em que: C é o consumo agregado, Y é a renda, Yd é a renda disponível, I é o
investimento privado, i é a taxa de juros, T é a arrecadação tributária, G é o
gasto do governo. Supondo que a taxa de juros seja igual a 5% (0,05), calcule o
valor da renda, do consumo e do investimento.
Teoria Monetária
Economia
Prof. Ângelo Cardoso
Pereira
Conteúdo da Aula
1.
Conceito e Funções da moeda
1.
2.
3.
2.
A Oferta de Moeda
1.
2.
3.
4.
5.
Instrumento de troca
Reserva de valor
Unidade de conta
O BACEN e os bancos comerciais
Instrumentos de controle do BACEN
A Demanda de Moeda
Equilíbrio Monetário
Exercícios
32
28/01/2015
1. Conceito e Funções da moeda
Usa-se o termo moeda para algo geralmente aceito em
troca de bens e serviços.
Em outras palavras, moeda é um instrumento ou objeto
que, pelo fato de ser aceito pela população em troca de
bens e serviços, passa a ser usado como meio de troca.
Portanto, moeda é o conjunto de ativos da economia que
as pessoas usam regularmente para comprar bens e
serviços de outras pessoas.
1. Conceito e Funções da moeda
Na possibilidade de servir como meio de troca, qualquer bem pode
funcionar como dinheiro, desde que possua a aceitação de todos
(problema do duplo desejo), em pagamento de bens e serviços, ou no
cumprimento de obrigações.
Na atualidade, papel-moeda, moedas metálicas e moeda bancária são
aceitas como meio de troca.
O emprego generalizado de papel-moeda como meio de troca
confirma a ideia de que o dinheiro é útil pelo que proporciona e não
por sua utilidade intrínseca.
1. Conceito e Funções da moeda
Podemos considerar dois tipos de moeda:
a) moeda-mercadoria: moeda que toma a forma de uma
mercadoria com valor intrínseco (significa que o item teria
valor mesmo que não fosse usado como moeda).
b) moeda de curso forçado: moeda sem valor intrínseco
que é usada como moeda por decreto governamental.
33
28/01/2015
1. Conceito e Funções da moeda
Deve-se expressar o valor da moeda pela
quantidade de bens e serviços que determinada
quantidade de moeda pode comprar. A isso
chama-se de poder de compra da moeda, que
pode ser quantificado por:
1 / índice de preços
1. Conceito e Funções da moeda
Podemos classificar a moeda de acordo com as
funções que exerce:
- Meio de troca
- Reserva de valor
- Unidade de conta
1. Conceito e Funções da moeda
1. Instrumento de troca
Um instrumento de troca, ou meio de troca, é algo que os
compradores dão aos vendedores quando compram bens
e serviços.
Essa transferência de moeda do comprador para o
vendedor permite que a transferência ocorra.
Quando você entra em uma loja está confiante de que ela
irá aceitar sua moeda em troca dos itens que estão à
venda, porque a moeda é o meio de troca comumente
aceito.
34
28/01/2015
1. Conceito e Funções da moeda
1. Instrumento de troca
A moeda é um ativo que possui uma propriedade especial: a liquidez.
Um ativo é líquido quando pode ser transacionado em curto prazo,
com perda mínima.
A moeda é o ativo mais líquido que existe, porém há custos em retê-la.
O custo de reter moeda é o custo de oportunidade, medido pela taxa
de juros.
1. Conceito e Funções da moeda
2. Reserva de valor
Uma reserva de valor é algo que as pessoas podem usar
para transferir poder de compra do presente para o
futuro; diz respeito à moeda como um ativo que pode
ser escolhido para armazenar riqueza.
Quando um vendedor aceita moeda hoje em troca de
um bem ou serviço, ele pode ficar com a moeda e
tornar-se comprador de outro bem ou serviço em outro
momento.
O termo riqueza é usado para fazer referência ao total
de reservas de valor, incluindo tanto a moeda quanto os
ativos não-monetários.
1. Conceito e Funções da moeda
3. Unidade de conta
Uma unidade de conta é um padrão comum de medida
que as pessoas usam para anunciar preços e registrar
débitos.
Os bens e serviços não são mensurados em termos de
outros bens e serviços.
Quando queremos medir e registrar valor econômico,
usamos a moeda como unidade de conta. Portanto, o
preço de todos os bens são expressos em termos
monetários.
35
28/01/2015
2. A Oferta de Moeda
A oferta de moeda é a quantidade de moeda disponível na economia.
O ativo mais óbvio para incluir é a moeda corrente – as notas e moedas
de metal que estão nas mãos do público. A moeda corrente é,
claramente, o meio de troca mais aceito em nossa economia.
Devemos incluir, também, os depósitos à vista – os saldos em conta
corrente que os depositantes podem acessar simplesmente com a
emissão de um cheque.
2. A Oferta de Moeda
Então, os meios de pagamento em uma economia são
constituídos por papel-moeda (que compreende cédulas e
moedas metálicas) e depósitos a vista em bancos comerciais,
que é moeda escritural.
M1 = papel-moeda em poder do público + moeda escritural
Conceito de M1: montante de papel-moeda efetivamente em
poder do público, pois é este o montante de papel-moeda que
pode ser empregado em transações.
2. A Oferta de Moeda
Os novos conceitos de meios de pagamento ampliados
representam mudança de critério de ordenamento de
seus componentes, que deixaram de seguir o grau de
liquidez, passando a definir os agregados por seus
sistemas emissores.
36
28/01/2015
2. A Oferta de Moeda
Conceitos anteriores
M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à
vista
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + quotas
de fundos de renda fixa de curto prazo + títulos
públicos de alta liquidez
M3 = M2 + depósitos de poupança
M4 = M3 + títulos emitidos por instituições financeiras
2. A Oferta de Moeda
Nesse sentido, o M1 é gerado pelas instituições
emissoras de haveres estritamente monetários, o
M2 corresponde ao M1 e às demais emissões de
alta liquidez realizadas primariamente no
mercado interno por instituições depositárias - as
que realizam multiplicação de crédito. O M3, por
sua vez, é composto pelo M2 e captações
internas por intermédio dos fundos de renda fixa
e das carteiras de títulos registrados no Sistema
Especial de Liquidação e Custódia (Selic). O M4
engloba o M3 e os títulos públicos de alta liquidez
2. A Oferta de Moeda
Conceitos atuais
Meios de Pagamento Restritos:
M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista
Meios de Pagamento Ampliados:
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de
poupança + títulos emitidos por instituições
depositárias
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações
compromissadas registradas no Selic
Poupança financeira:
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez
37
28/01/2015
2. A Oferta de Moeda
SISTEMAS EMISSORES
M1: Consolidado monetário → passivo monetário restrito do
Banco Central e bancos criadores de moeda escritural;
M2: Consolidado bancário menos fundos de renda fixa → passivo
monetário restrito do Banco Central e passivo monetário
ampliado emitidos primariamente pelas instituições depositárias;
M3: Consolidado bancário → passivo monetário restrito do Banco
Central e passivo monetário ampliado das instituições
depositárias e fundos de renda fixa;
M4: Consolidado bancário mais governos → passivo monetário
ampliado do Banco Central, instituições depositárias, fundos de
renda fixa e tesouros nacional, estaduais e municipais.
2. A Oferta de Moeda
ALGUNS CONCEITOS
Instituições depositárias:
bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de
investimento, bancos de desenvolvimento, agências de fomento,
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de
crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo,
companhias hipotecárias. As instituições financeiras não depositárias,
como sociedades de arrendamento mercantil, corretoras e
distribuidoras de títulos e de valores mobiliários, nessas definições de
agregados monetários são consideradas empresas do setor produtivo.
2. A Oferta de Moeda
ALGUNS CONCEITOS
Consolidado monetário:
Banco Central, bancos múltiplos com carteira comercial, bancos
comerciais e caixas econômicas. Por restrições operacionais, as
cooperativas de crédito ainda não foram incluídas nesse consolidado.
Consolidado bancário:
consolidado monetário, outras instituições depositárias e fundos de
renda fixa.
38
28/01/2015
2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais
O banco comercial caracteriza-se por ser a única instituição que
possui a capacidade de criar ou destruir meios de pagamentos.
Ao conceder empréstimos por crédito em conta corrente, um
banco comercial cria meios de pagamentos, pois aumenta o saldo
de moeda escritural.
O tomador do crédito, ao utilizar o saldo de sua conta, emitindo
cheques em pagamento de transações, gera novos depósitos em
contas dos favorecidos dos cheques emitidos.
Novos depósitos permitem aos bancos a capacidade de conceder
novo crédito a outro cliente. A repetição desse mecanismo mostra
a capacidade de multiplicar a moeda pelo setor bancário.
2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais
O coeficiente multiplicador dos depósitos bancários (k) é o inverso da
taxa de compulsório (r):
k=1/r
Em um determinado exemplo, sendo r = 0,30 (ou seja, os bancos
mantém em sua reserva 30% dos depósitos efetuados), o multiplicador
k será:
k = 1 / 0,30 = 3,333...
Isso mostra que um depósito inicial de R$ 1.000,00, dado o percentual
de reserva compulsória de 30%, pode permitir o aumento da moeda
escritural (que é meio de pagamento) para R$ 3.333,33, no conjunto
dos bancos comerciais, ou seja, 3,333 vezes as reservas adquiridas
pelos bancos.
2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais
O BACEN
OBJETIVO: Regular a moeda e o crédito, em níveis compatíveis com o
crescimento do produto (manter a liquidez do sistema econômico).
FUNÇÕES: - Banco emissor de moeda (controlar a oferta de moeda)
- Banco dos bancos (os bancos depositam seus fundos
e transferem entre eles (pela câmara de compensação
de cheques). Além disso, o BC empresta aos bancos
(redesconto bancário)
- Banco do governo (canal que o Governo tem para
implementar a Pol. Monetária. Recebe fundos do Gov.
e emite títulos (obrigações) para a venda ao público)
- Banco depositário das reservas internacionais.
39
28/01/2015
2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais
Entende-se por política monetária ações do Banco Central
para exercer o controle da expansão da moeda e do
crédito, visando metas desejadas de taxa de juros,
crescimento da economia, nível de emprego e estabilidade
de preços.
POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA É AQUELA QUE ELEVA A LIQUIDEZ DA
ECONOMIA, INJETANDO MAIOR VOLUME DE RECURSOS NOS MERCADOS E
ELEVANDO, EM CONSEQÜÊNCIA, OS MEIOS DE PAGAMENTO.
ATRAVÉS DE UMA POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA, AS AUTORIDADES
MONETÁRIAS PROMOVEM REDUÇÕES DOS MEIOS DE PAGAMENTO DA
ECONOMIA, RETRAINDO A DEMANDA AGREGADA (CONSUMO E
INVESTIMENTO) E A ATIVIDADE ECONÔMICA.
2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais
A POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA SE APLICA PARA
DINAMIZAR O CONSUMO E O INVESTIMENTO
AGREGADOS, COM REFLEXOS POSITIVOS SOBRE A
EXPANSÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA. APLICA-SE EM
MOMENTOS DE RETRAÇÃO ECONÔMICA.
A POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA, VISA A RESTRIGIR
A OFERTA DE CRÉDITO E ELEVAR SEU CUSTO, DE FORMA
DE ADEQUAR O CONSUMO E O INVESTIMENTO
AGREGADOS À OFERTA MONETÁRIA DA ECONOMIA.
2. A Oferta de Moeda
2. Instrumentos de controle do BACEN
São instrumentos de política econômica:
a) Operações de mercado aberto (open-market)
b) Alteração do percentual de reservas compulsórias
c) Assistência financeira de liquidez
40
28/01/2015
2. A Oferta de Moeda
2. Instrumentos de controle do BACEN
a) Operações no mercado aberto (open-market):
O BACEN exerce o controle dos meios de pagamentos, através de operações
de mercado aberto, comprando ou vendendo títulos de sua carteira.
Para conseguir os efeitos desejados sobre os meios de pagamentos, as
operações de mercado aberto envolvem o Banco Central, os bancos
intermediários e os agentes econômicos clientes dos bancos, afetando, em
sequência: (1) o volume das reservas dos bancos comerciais, (2) a taxa de
juros, (3) o volume dos empréstimos, e (4) o montante dos meios de
pagamentos.
Se o BACEN desejar, por exemplo, expandir os meios de pagamentos, deverá
comprar títulos em poder dos bancos, dando-lhes em troca moeda. A
operação atua aumentando o volume das reservas dos bancos comerciais.
Para contrair os meios de pagamentos, obviamente a operação deverá ser
oposta à descrita. O BACEN deverá vender títulos e receber, em troca,
reservas.
2. A Oferta de Moeda
2. Instrumentos de controle do BACEN
b) Alteração do percentual de reservas compulsórias:
Uma das formas de que dispõe o Banco Central de limitar a
capacidade de os bancos comerciais criarem meios de
pagamentos por meio de empréstimos é através do
percentual de reservas compulsórias.
Dado que o volume de empréstimos que o sistema
bancário pode criar será igual ao volume das reservas
vezes 1/r, sendo r o percentual de reservas compulsórias,
maior a exigência de compulsório, menor será a
capacidade de os bancos concederem empréstimos e de
criarem, por consequência, meios de pagamentos.
2. A Oferta de Moeda
2. Instrumentos de controle do BACEN
c) Variação da taxa de redesconto:
O redesconto consiste em operação entre o BACEN e bancos comerciais, pela
qual os bancos negociam ativos financeiros (duplicatas de seus clientes,
por exemplo) em troca de liquidez (aumento de reservas).
A administração da taxa de juros cobrada na operação, que é a taxa de
redesconto, constitui, então, o instrumento principal de que dispõe o Banco
Central para agir sobre a demanda por reservas, por parte dos bancos
comerciais.
Alta taxa de redesconto tende a desestimular a demanda de recursos por este
tipo de assistência financeira de liquidez, influindo negativamente sobre o
montante de reservas adicionais adquiridas pelos bancos, sobre o montante
dos empréstimos que podem conceder e, em consequência, sobre os meios
de pagamentos.
Baixa taxa de redesconto tende a motivar o interesse dos bancos, o que
conduziria ao efeito final de aumento dos meios de pagamentos.
41
28/01/2015
3. A Demanda de Moeda
Segundo Keynes, a procura de dinheiro é uma procura de liquidez.
A liquidez pode ser analisada distinguindo os três diferentes móveis que
determinam a dita preferência:
O motivo transação  a quantidade de dinheiro necessária para
satisfazer a preferência por liquidez pelo motivo transação tem íntima
relação com o volume de rendimento e de emprego (nível geral da
atividade econômica). À medida que se elevam o total da produção e o
emprego e aumentam os preços e os salários, cresce também a procura
de dinheiro para transações.
a)
O motivo precaução  surge porque os indivíduos e as empresas acham
prático ter uma reserva de numerário em suplementação ao que
necessitam para transações (incerteza ao futuro).
b)
c)
O motivo especulação  a espécie de preferência por liquidez que
interessa com relação à taxa de juros é a que se origina do chamado
motivo especulação, porque as reservas para especulação são
particularmente sensíveis às variações das taxas de juros.
3. A Demanda de Moeda
Montemos uma relação matemática e um gráfico para analisarmos a demanda
por moeda.
Como a quantidade de dinheiro que se tem pelo motivo transação e pelo de
precaução (M1) depende primordialmente do nível geral da atividade
econômica, que se pode medir pela renda (Y), a expressão abreviada disto é
M1 = L1(Y)
A expressão conveniente para a relação entre o dinheiro que se tem pelo
motivo especulação e a taxa de juros é
M2 = L2(r)
Então, a equação M = M1 + M2 pode ser escrita por
M = L1(Y) + L2(r)
4. Equilíbrio Monetário
Por enquanto, nos deteremos ao simples conceito de
equilíbrio monetário, em que:
OMOEDA = DMOEDA
No gráfico que ilustraremos, o eixo horizontal mostra a
quantidade de moeda; o eixo vertical à esquerda
mostra o valor da moeda (1/P) e o eixo vertical à
direita mostra o nível de preços P.
42
28/01/2015
4. Equilíbrio Monetário
Valor da
Moeda(1/P)
DMoeda
SMoeda
Nível de
Preços(P)
1
1
3/4
1,33
1/2
2
1/4
4
M
5. Exercícios
1). Quais são as funções da moeda? Explique uma.
2). O que constitui os meios de pagamentos?
3). Que entidades são responsáveis pela oferta de moeda
na economia?
4). Quais são as funções do BACEN?
5). Aborde política monetária expansionista.
6). Cite os três instrumentos de política econômica do
BACEN.
5. Exercícios
7). A partir dos seguintes fatos, diga se a oferta de moeda
aumentou ou diminuiu:
a) O BACEN compra títulos no mercado aberto.
b) O BACEN decide aumentar a taxa de redesconto.
c) O BACEN decide por diminuir a taxa de reserva
compulsória.
d) Os bancos comerciais aumentam sua taxa de reserva.
e) As pessoas decidem poupar menos.
43
28/01/2015
Inflação
Economia
Prof. Ângelo Cardoso
Pereira
Conteúdo da Aula
1.
2.
Conceito de Inflação
Causas clássicas de inflação
1.
2.
3.
4.
A Causa da Oferta de Moeda
Os Custos da Inflação
1.
2.
5.
6.
Inflação de demanda
Inflação de custos
Imposto Inflacionário
Curva de Phillips
Índices de Preços
Exercícios
1. Conceito de Inflação
A inflação pode ser conceituada como um aumento contínuo e
generalizado no nível geral de preços, além de que o fenômeno
inflacionário exige a elevação contínua dos preços durante um
período de tempo, e não meramente uma elevação esporádica
dos preços.
Dado que a inflação representa uma elevação dos preços
monetários, ela significa que o valor real da moeda é
depreciado pelo processo inflacionário.
Assim, por definição, a inflação é um fenômeno monetário.
44
28/01/2015
1. Conceito de Inflação
A inflação é responsável por causar alguns efeitos na sociedade:
sobre a distribuição de renda: diz respeito à redução relativa do
poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos.
sobre o mercado de capitais: o valor da moeda deteriora-se
rapidamente, de modo que ocorre um desestímulo à aplicação de
recursos no mercado de capitais financeiros.
c)
sobre o balanço de pagamentos: encarecem o produto nacional
relativamente aos produtos externos, diminuindo o saldo do
balanço comercial.
d) sobre as expectativas: causam maior incerteza quanto ao futuro
a)
b)
2. Causas Clássicas de Inflação
1. Inflação de demanda
Tal causa diz respeito ao excesso de demanda agregada em relação à
produção disponível de bens e serviços.
Ela pode ser entendida como “dinheiro demais à procura de poucos
bens”.
A probabilidade de inflação de demanda aumenta quanto mais a economia
estiver próxima de um ponto de pleno emprego de recursos, uma
vez que, quando do desemprego, um aumento da demanda
aumentará, também, a renda nacional, pois os recursos antes
desempregados, poderão ser usados, sem que ocorra
necessariamente um aumento generalizado de preços.
2. Causas Clássicas de Inflação
1. Inflação de demanda
Como esse tipo de inflação está associado ao excesso de demanda
agregada, e tendo em vista que, a curto prazo, a demanda é mais
sensível a alterações de política econômica que a oferta agregada, a
política preconizada para combatê-la assenta-se em instrumentos
que provoquem uma redução da procura agregada por bens e
serviços.
Consumo
Inflação
de
demanda
COMBATE
Investimento
Componentes
da Demanda
Agregada
Gastos Gov.
45
28/01/2015
2. Causas Clássicas de Inflação
1. Inflação de demanda
Observe como ocorre a inflação de demanda:
Nível Geral
de Preços
OA
DA1
DA0
P1
P0
Y
Y0
Y1
2. Causas Clássicas de Inflação
1. Inflação de custos
Inflação de OFERTA.
O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de
certos insumos aumentam e são repassados aos preços dos
produtos. Está associada, também, ao monopólio e oligopólio
(de certas empresas) que conseguem elevar seus lucros acima
da elevação dos custos de produção.
2. Causas Clássicas de Inflação
1. Inflação de custos
Observe como ocorre a inflação de oferta:
Nível Geral
de Preços
OA2
DA
OA1
P2
P1
Y2
Y1
Y
46
28/01/2015
3. A Causa da Oferta de Moeda
Em um dos 10 Princípios de Economia, estabelecemos que se o governo
começar a emitir moeda demais, haverá inflação na economia do
país em questão.
Anteriormente, estabelecemos também o equilíbrio monetário.
Se o governo emitir moeda demais, aumentará a oferta de moeda e
deslocará a curva para a direita:
3. A Causa da Oferta de Moeda
Valor da
Moeda(1/P)
1
S1
S2
DMoeda
Nível de
Preços(P)
1
1,33
3/4
1/2
2
1/4
▲P
4
INFLAÇÃO
M
4. Os Custos da Inflação
1. Imposto Inflacionário
Uma das principais consequências de elevadas taxas de
inflação recai sobre a classe de menor renda, que não
tem condições de se defender dos aumentos de
preços. Sobre eles recai o imposto inflacionário.
O imposto inflacionário representa uma receita para o
governo, devido ao monopólio que possui sobre as
emissões. O governo praticamente não é afetado pela
perda do valor do estoque de moeda, pois, para pagar
seus compromissos, basta emitir mais moeda.
O imposto inflacionário é justamente a receita que o BC
obtém ao emitir moedas a custo zero.
47
28/01/2015
4. Os Custos da Inflação
2. Curva de Phillips
A Curva de Phillips mostra que quanto mais alta a taxa de
desemprego, menor a taxa de inflação, ou seja, menos
desemprego pode ser alcançado obtendo-se mais
inflação, ou a inflação pode ser reduzida permitindo-se
mais desemprego.
Utilizando o método das expectativas adaptativas ela
indica que para que se mantenha a taxa de
desemprego a níveis inferiores ao da taxa de
desemprego natural, o que importa não é a taxa de
inflação, mas sim sua variação, necessitando-se assim
de taxas de inflação cada vez maiores para manter as
taxas de desemprego abaixo da taxa natural.
4. Os Custos da Inflação
2. Curva de Phillips
Taxa de
Desemprego
Curva de Phillips
µ1
µ0
π1
π0
Inflação
5. Índices de preços
Inflação - INPC (%a.m.)
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
1979.04
1979.12
1980.08
1981.04
1981.12
1982.08
1983.04
1983.12
1984.08
1985.04
1985.12
1986.08
1987.04
1987.12
1988.08
1989.04
1989.12
1990.08
1991.04
1991.12
1992.08
1993.04
1993.12
1994.08
1995.04
1995.12
1996.08
1997.04
1997.12
1998.08
1999.04
1999.12
2000.08
2001.04
2001.12
2002.08
2003.04
2003.12
2004.08
2005.04
2005.12
2006.08
2007.04
2007.12
2008.08
2009.04
2009.12
2010.08
2011.04
0,00
-10,00
Fonte: Ipeadata
48
28/01/2015
6. Exercícios de Inflação
1). Aborde um dos efeitos causados pela inflação.
2). Explique como combatemos a inflação de demanda.
3). A partir de um gráfico, aborde inflação de demanda e
inflação de custos.
4). O que é a Curva de Phillips.
Comércio Internacional e
Câmbio
Economia
Prof. Ângelo Cardoso
Pereira
Conteúdo da Aula
1. Teorias do Comércio Internacional
2. Taxas de Câmbio
1. Câmbio Fixo e Flutuante
2. Câmbio Real e Nominal
3. Paridade do Poder de Compra
4. Balanço de Pagamentos
5. Exercícios
49
28/01/2015
1. Teorias do Comércio Internacional
A Teoria das Vantagens Comparativas de Ricardo sugere que
cada país deva especializar-se na produção daquela
mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que
tenha um custo relativamente menor). Essa será a mercadoria a
ser exportada. Por outro lado, esse mesmo país deverá importar
aqueles cuja produção implicar um custo relativamente maior.
Assim explica-se a especialização dos países na produção de
bens diferentes e portanto a troca entre eles.
1. Teorias do Comércio Internacional
A Teoria do Comércio Internacional é relacionada aos aspectos da
teoria da produção e da inovação tecnológica, o que, diga-se de
passagem, a identifica com alguns fundamentos teóricos de
microeconomia (CPP) e organização industrial; objetiva explicar os
motivos pelos quais os países têm relações comerciais com o resto do
mundo.
A moderna teoria de comércio internacional argumenta que a direção
das relações comerciais dos países não é determinada somente pelo
princípio da vantagem comparativa, mas também pelo surgimento de
economias de escala.
Em outras palavras, são os retornos crescentes de produção que
fornecem aos países os incentivos para que ocorra especialização e,
por conseguinte, comercialização da produção além de suas
fronteiras.
2. Taxas de Câmbio
O mercado de câmbio registra as transações, seja de indivíduos,
seja de empresas, de compra e venda de divisas estrangeiras.
O mercado de câmbio tem as seguintes funções:
-
transferir poder aquisitivo de um país e moeda
para outros;
prover créditos de curto prazo para financiar o
comércio externo;
criar facilidades para evitar coberturas de risco de
câmbio.
50
28/01/2015
2. Taxas de Câmbio
A taxa de câmbio expressa a quantidade de moeda estrangeira que
pode ser adquirida com uma unidade de moeda doméstica. Em
outras palavras, a taxa de câmbio é o preço pelo qual a moeda de
um país pode ser convertida em moeda de qualquer outro país.
Analiticamente, a taxa de câmbio entre dois países A e B, que
utilizem α e β como unidades monetárias de pagamento, pode ser
assim expressa:
λ=xα
yβ
Onde λ é a taxa de câmbio e x e y são, respectivamente, as
quantidades de moeda dos países A e B utilizadas no processo de
troca
2. Taxas de Câmbio
A taxa de câmbio é determinada pelos comportamentos
de demanda e oferta por divisas estrangeiras, bem como
pela intervenção das autoridades monetárias.
SMOEDA
DMOEDA
>
SMOEDA
VALORIZAÇÃO CAMBIAL
<
DMOEDA
DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL
2. Taxas de Câmbio
Taxa de
Câmbio
D
S
E
λ
0
Q
Quantidade de divisas
estrangeiras
51
28/01/2015
2. Taxas de Câmbio
Pelo exposto, verifica-se que:
1)
a)
b)
c)
A taxa cambial tende a permanecer estável
quando ocorrer qualquer das seguintes
situações:
a oferta e a procura permanecem invariáveis;
a oferta e a procura aumentam em iguais
proporções;
a oferta e a procura diminuem em iguais
proporções.
2. Taxas de Câmbio
2) A taxa cambial tende a aumentar em qualquer dos casos
abaixo:
a) a procura aumenta e a oferta permanece estável ou
diminui;
b) a procura aumenta e a oferta também aumenta,
porém em proporção menor;
c) a oferta diminui e a procura permanece estável;
d) a oferta diminui e a procura também diminui, porém
em proporção menor.
2. Taxas de Câmbio
3) A taxa cambial tende a diminuir em qualquer dos casos
abaixo:
a) a oferta aumenta e a procura permanece estável ou
diminui;
b) a oferta aumenta e a procura também aumenta,
porém em proporção menor;
c) a procura diminui e a oferta permanece estável;
d) a procura diminui e a oferta também diminui, porém
em proporção menor.
52
28/01/2015
2. Taxas de Câmbio
Desvalorização cambial
A Taxa de câmbio sobe
Compradores estrangeiros, com os mesmos dólares,
compram mais produtos brasileiros
Exportadores tendem a exportar mais.
Importadores pagarão mais reais por dólar
e tendem a importar menos.
2. Taxas de Câmbio
Valorização cambial
A Taxa de câmbio cai
Compradores estrangeiros, com os mesmos dólares,
compram menos produtos brasileiros
Exportadores têm desestímulo para a venda (exportam menos).
Importadores pagarão menos reais por dólar
e tendem a importar mais.
2. Taxas de Câmbio
Conclusão:
O Nível da Taxa de Câmbio é determinado
pelos objetivos da política econômica do país.
A taxa de câmbio deve ser relativamente alta
para estimular as exportações e relativamente
baixa para não encarecer demasiado as
importações, e pressionar a inflação.
53
28/01/2015
2. Taxas de Câmbio
Oferta de Divisas
Exportações e Entrada de Capitais
Taxa de câmbio (reais por dólar) (e)
Índice de Preços internos – inflação interna (IPN)
Índice de Preços externos – inflação externa (IPRM)
Taxa de Juros Interna (iN)
Taxa de Juros Externa (iRM)
Renda Mundial (YRM)
QODIVISAS=ƒ( e, YRM , IPN , IPRM , iN , iRM )
(+) (+) (-)
(+)
(+) (-)
2. Taxas de Câmbio
Demanda por Divisas
Importações e Saída de Capitais
Taxa de câmbio (reais por dólar) (e)
Índice de Preços internos – inflação interna (IPN)
Índice de Preços externos – inflação externa (IPRM)
Taxa de Juros Interna (iN)
Taxa de Juros Externa (iRM)
Renda Nacional (YN)
QDDIVISAS=ƒ( e, YN , IPN , IPRM , iN , iRM )
(-) (+) (+)
(-)
(-) (+)
2. Taxas de Câmbio
O desaparecimento do padrão-ouro e as distorções provocadas pela inflação na
maioria dos países destruíram completamente o sistema de paridades estáveis
entre as várias moedas.
Desse modo, o novo tipo de câmbio deve refletir as modificações relativas dos
preços em dois países considerados. Essa afirmativa pode ser consubstanciada na
Fórmula da Correção da Taxa Cambial:
Ta,b = To PII
PI
Onde:
To = taxa cambial em um período base
a = unidade monetária do país I (país que dá o certo)
b = unidade monetária do país II (país que dá o incerto)
PII = nível geral de preços do país II
PI = nível geral de preços do país I
Ta,b = valos da moeda a em termos da moeda b
54
28/01/2015
2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal
A taxa de câmbio nominal é a taxa a qual uma
pessoa pode trocar a moeda de um país pela de
outro.
US$ 1,00 = R$ 1,601
(convenção do incerto: Consiste em cotar o preço
da moeda
estrangeira na moeda nacional - adotado no Brasil)
R$ 1,00 = US$ 0,625
(cotação do certo)
2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal
Quando a taxa de câmbio muda de modo que um dólar compra
mais moeda estrangeira, essa mudança é chamada de
apreciação do dólar.
Se a taxa de câmbio muda de modo que um dólar compra
menos moeda estrangeira, essa mudança é chamada de
depreciação do dólar.
Quando uma moeda e aprecia, diz-se que ela está fortalecida e
quando uma moeda e deprecia, diz-se que ele está enfraquecida.
2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal
A taxa de câmbio real é a taxa a qual uma pessoa
pode negociar os bens e serviços de um país pelos
bens e serviços de outro país.
As taxa de câmbio nominal e real estão
estreitamente relacionadas. Consideremos um
exemplo:
“Suponha que uma saca de arroz americano custe
US$100,00 e que uma saca de arroz japonês custe 16
mil ienes. Qual é a taxa de câmbio real entre o arroz
americano e o arroz japonês? Considere a taxa de
câmbio nominal de 80 ienes por dólar.”
55
28/01/2015
2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal
Podemos resumir esse cálculo da taxa de câmbio real com a seguinte
fórmula:
Taxa de câmbio real = taxa de câmbio nominal x preço interno
preço externo
Usando os número do nosso exemplo, a fórmula é aplicada da
seguinte forma:
Taxa de câmbio real = (80 ienes/dólar) x (US$100,00/saca de arroz americano)
16.000 ienes por saca de arroz japonês
= ½ saca de arroz japonês por saca de arroz americano
2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal
Portanto, para medir a taxa de câmbio real utilizamos índices de
preços que medem o preço de uma cesta de bens e serviços.
Usando um índice de preços para uma cesta do Brasil (P), um
índice de preços para uma cesta estrangeira (P*) e a taxa de
câmbio nominal entre o real e as moedas estrangeiras (e),
podemos calcular a taxa de câmbio real geral entre o Brasil e
outros países da seguinte maneira:
Taxa de câmbio real = (e x P)
P*
2. Taxas de Câmbio
Taxa de Câmbio - R$/US$
4,5000
4,0000
3,5000
3,0000
2,5000
2,0000
1,5000
1,0000
0,5000
1994.01
1994.06
1994.11
1995.04
1995.09
1996.02
1996.07
1996.12
1997.05
1997.10
1998.03
1998.08
1999.01
1999.06
1999.11
2000.04
2000.09
2001.02
2001.07
2001.12
2002.05
2002.10
2003.03
2003.08
2004.01
2004.06
2004.11
2005.04
2005.09
2006.02
2006.07
2006.12
2007.05
2007.10
2008.03
2008.08
2009.01
2009.06
2009.11
2010.04
2010.09
2011.02
0,0000
Taxa de Câmbio - R$/US$ - comercial-compra-fim período
56
28/01/2015
3. Paridade do Poder de Compra
As taxas de câmbio variam substancialmente com o passar do
tempo.
A Teoria Paridade do Poder de Compra declara que uma
unidade de qualquer moeda dada deveria ser capaz de comprar
a mesma quantidade de bens em todos os países, ou seja, um
bem deve ser vendido pelo mesmo preço em todas as
localidades.
Para entender a relação com a taxa de câmbio nominal usemos
um pouco de matemática
3. Paridade do Poder de Compra
Suponha que P seja o preço de uma cesta de bens no Brasil, P* seja o preço de
uma cesta de bens na Alemanha e e seja a taxa de câmbio nominal (o número
de euros que um real pode comprar).
No Brasil o nível de preços é P, de modo que o poder de compra de R$1,00 é
1/P. No exterior um real pode ser trocado por e unidades da moeda
estrangeira, que, por sua vez, tem poder de compra de e/P*. Para que o poder
de compra do real seja o mesmo nos dois países é preciso que:
1/P = e/P*
ou seja
1 = eP ou
P*
e = P*
P
De acordo com a Teoria da Paridade do Poder de Compra, a taxa de câmbio
nominal entre as moedas dos dois países deve refletir os diferentes níveis de
preços desses dois países.
4. Balanço de Pagamentos
O Balanço de Pagamentos de um país é o registro sistemático de
todas as suas transações econômicas, seja de bens e serviços, seja de
fluxos de capitais, com o resto do mundo.
Ou seja, é o registro contábil das transações entre residentes internos
e residentes não internos.
Portanto, registra:
- o comércio de mercadorias (exportações, importações);
- os serviços (pagamentos de juros, royalties, remessa de lucros,
turismo, pagamentos de fretes etc.);
- o movimento de capitais (investimentos diretos estrangeiros,
empréstimos e financiamentos, capitais especulativos)
57
28/01/2015
4. Balanço de Pagamentos
A. Balança Comercial
– Exportações
– Importações
B. Balança de Serviços
– Viagens internacionais, fretes, seguros, lucros, juros e
dividendos, serviços governamentais e diversos
C. Transferências Unilaterais
D. Saldo em Conta Corrente (A+B+C)
E. Movimento de Capitais
– Investimentos, reinvestimentos, empréstimos,
financiamentos, amortizações, outros
F. Erros e Omissões
G. Saldo do Balanço de Pagamentos (D+E+F)
H. Balanço de Capitais Compensatórios (-G)
4. Balanço de Pagamentos
O saldo do balanço de pagamentos consiste no somatório das
contas transações correntes e de movimento de capitais e
na rubrica erros e omissões. Podemos ter déficit, quando o
saldo é negativo, ou superávit, quando o saldo é positivo.
Situações permanentes de superávit são indesejadas, uma vez
que isso se verifica às expensas de déficits dos parceiros
comerciais, comprometendo as relações comerciais e a
própria política cambial.
Situações permanentes de déficit também são indesejáveis,
uma vez que será necessária a tomada de empréstimos
externos, o que endividará o país e o colocará num círculo
vicioso.
Balanço de pagamentos
US$ milhões
Descrição
TRANSAÇÕES CORRENTES
2007
2008
2009
2010
1551
-28192
-24302
40032
24836
25290
20221
Exportação de bens
160649
197942
152995
201915
Importação de bens
-120617
-173107
-127705
-181694
-42510
-57252
-52930
-70373
Serviços
-13219
-16690
-19245
-30807
Rendas
-29291
-40562
-33684
-39567
4029
4224
3338
2788
Receita
4972
5317
4736
4661
Despesa
-943
-1093
-1398
-1873
Balança comercial (FOB)
Serviços e Rendas
Transferências unilaterais correntes
-47365
58
28/01/2015
Balanço de pagamentos
US$ milhões
Descrição
2007
CONTA CAPITAL E FINANCEIRA
Conta Capital
89086
756
29352
1055
71301
1129
99662
1119
Conta Financeira
Investimento Direto
Investimento brasileiro direto
88330 28297
27518 24601
-7067 -20457
70172
36033
10084
98543
36919
-11519
Crédito
Débito
Investimento estrangeiro direto
22497 13635
-29563 -34092
34585 45058
25254 23379
-15170 -34898
25949 48438
Crédito
Débito
Investimento em Carteira
50233 71836 53507 78644
-15648 -26778 -27558 -30206
48390
1133 50283 63011
Derivativos (líquido)
Ativos (líquido)
Passivos (líquido)
-710
88
-799
2008
-312
298
-610
2009
2010
156
322
-166
-112
133
-245
Outros Investimentos
ERROS E OMISSÕES
RESULTADO DO BALANÇO
13131
-3152
87484
2875 -16300
1809
-347
2969 46651
-1274
-3197
49101
HAVERES DA AUTORIDADE MONETÁRIA (-=aumento)
-87484
-2969 -46651
-49101
5. Exercícios
1). Quais as funções do mercado de câmbio?
2). Através dos comportamentos da oferta e da demanda por divisas
estrangeiras, estabeleça relações que expliquem a valorização e a
desvalorização cambial.
3). Através dos seguintes pontos, o que acontece com a taxa cambial
se:
a) a oferta e a procura permanecem invariáveis
b) a oferta aumenta e a procura permanece estável ou diminui;
c) a procura diminui e a oferta também diminui, porém em
proporção menor.
d) a procura aumenta e a oferta permanece estável ou diminui;
e) a oferta e a procura diminuem em iguais proporções.
5. Exercícios
4). Explique o que influencia as exportações e qual a relação da taxa
cambial com esta.
5). Consideremos dois países, Estados Unidos e Inglaterra. Em uma
época qualquer, que será tomada como o período base, o nível
geral dos preços nos dois países será igual a 100; a taxa cambial
no mercado americano é de £1,00 = US$2,00. Suponhamos, agora,
que em um período seguinte, o nível geral de preços dos Estados
Unidos eleve-se para 200, enquanto que na Inglaterra continua
fixado em 100. Qual deveria ser o novo valor da libra esterlina no
mercado americano, considerando a fórmula da correção da taxa
cambial?
6). Qual a diferença entre taxa de câmbio fixo e flutuante?
59
28/01/2015
Noções de Crescimento e
Desenvolvimento
Econômico
Economia
Prof. Ângelo Cardoso
Pereira
Conteúdo da Aula
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Crescimento e Desenvolvimento Econômico
Fontes de Crescimento
1. Capital Físico
2. Capital Humano
3. Recursos Naturais
4. Tecnologia
Estágios de Desenvolvimento
Felicidade Interna Bruta
O IDH
Distribuição de Renda no Mundo
1. Crescimento e Desenvolvimento
Econômico
Conforme vimos nos capítulos anteriores, o sistema de contas
nacionais e a consequente mensuração dos agregados possibilitam
uma avaliação quantitativa (em termos do valor) do produto que uma
economia foi capaz de gerar num determinado período de tempo.
Tal medida é considerada um importante indicador de desempenho
econômico (capacidade de geração de renda).
É necessário avaliar até que ponto a renda produzida pelo país
reverte em benefícios para a população. Ou seja, na avaliação da
qualidade de vida da população, é necessário considerar não apenas
os aspectos stricto sensu econômicos (nível de renda, renda per capita,
distribuição da renda), mas também aqueles ligados à oferta de bens
públicos (saúde, educação, etc.) que afetam o bem-estar.
60
28/01/2015
1. Crescimento e Desenvolvimento
Econômico
A preocupação com o bem-estar da sociedade nos remete ao
confronto de dois importantes conceitos: crescimento versus
desenvolvimento econômico.
O crescimento econômico diz respeito à elevação do produto
agregado do país e pode ser avaliado a partir das contas
nacionais.
Desenvolvimento é um conceito bem mais amplo, que leva em
conta a elevação da qualidade de vida da sociedade e a redução
das diferenças econômicas e sociais entre seus membros.
2. Fontes de Crescimento
Um caminho para analisar as diferenças de desenvolvimento é a partir
dos elementos que constituem a função de produção agregada do
país. O crescimento da população e da renda decorre de variações na
quantidade e na qualidade de dois insumos básicos: capital e mão-deobra. Nesse sentido, as fontes de crescimento são as seguintes:
a)
b)
c)
d)
e)
Aumento na força de trabalho, derivado do crescimento
demográfico e da imigração;
Aumento do estoque de capital, ou da capacidade produtiva;
Melhoria na qualidade da mão-de-obra;
Melhoria tecnológica;
Eficiência organizacional
2. Fontes de Crescimento
1. Capital físico
Melhoria do capital físico, ou seja, do estoque de
equipamento e estruturas usados para produzir
bens e serviços.
61
28/01/2015
2. Fontes de Crescimento
2. Capital humano
Melhoria do conhecimento e das habilidades que
os trabalhadores adquirem por meio da educação,
treinamento e experiência.
2. Fontes de Crescimento
3. Recursos naturais
Melhor disponibilidade de recursos naturais, ou
seja, insumos para produção de bens e serviços
que são fornecidos pela natureza.
2. Fontes de Crescimento
4. Tecnologia
Um melhor conhecimento das maneiras que a
sociedade tem de produzir bens e serviços.
62
28/01/2015
3. Estágios de Desenvolvimento
Uma das primeiras formulações nessa área é a chamada Teoria
de Etapas de Rostow, que, analisando a evolução histórica
dos países desenvolvidos, detectou cinco estágios de
desenvolvimento:
a) Sociedade tradicional: normalmente, é
predominantemente agrária, com pouca tecnologia e baixa
renda per capita.
b)
Pré-requisitos para o arranco: são criadas as condições
prévias para o arranco, a partir de importantes mudanças
econômicas e não-econômicas; há um aumento da taxa de
acumulação de capital e uma melhoria no grau de
qualificação da mão-de-obra.
3. Estágios de Desenvolvimento
c) Arranco ou decolagem (Take off): é o período crucial; o
processo de crescimento contínuo institucionaliza-se na
sociedade.
d) Crescimento autossustentável: a moderna tecnologia
estende-se do setores líderes, que impulsionaram o arranco
para outros setores.
e) Idade do consumo de massa: quando os setores líderes se
voltam para a produção de bens de consumo duráveis de
alta tecnologia e serviços.
4. Felicidade Interna Bruta
O conceito de Felicidade Interna Bruta nasceu em 1972, em
um pequeno país do Himalaia, quando o rei
questionou se o Produto Interno Bruto seria o melhor
índice para designar o desenvolvimento de uma nação.
Desde então, o reino do Butão começou a praticar esse
conceito e atrair a atenção do resto do mundo com a
sua nova fórmula para o cálculo de riqueza de um país,
que considera outros aspectos além do
desenvolvimento econômico, como a conservação do
meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.
63
28/01/2015
4. Felicidade Interna Bruta
Através dos quatro pilares da FIB, economia, cultura, meio
ambiente e boa governança, derivam-se 9 domínios de
onde são extraídos indicadores para que a
“Felicidade” de uma nação seja avaliada:
Bem-estar psicológico
Saúde
Cultura
Uso do tempo
Boa Governança
Meio Ambiente
Educação
Padrão de vida
Vitalidade Comunitária
4. FELICIDADE INTERNA BRUTA
Atualmente, existem diversas discussões em torno da
revisão do cálculo da riqueza de um país.
O PIB é uma medida quantitativa, e não qualitativa, não
leva em conta a distribuição da renda e não inclui
nenhum julgamento moral sobre o valor da atividade
executada (a não ser excluir atividades ilegais, como o
tráfico de drogas).
Então, por exemplo, a limpeza de um acidente nuclear
contribuiria para o PIB da mesma maneira que a
produção de energia solar.
Quando o petróleo é extraído do solo e vendido aos
consumidores, isso é somado à riqueza de uma nação,
e não contabilizado como um esgotamento de seus
recursos.
4. Felicidade Interna Bruta
(http://www.felicidadeinternabruta.com.br/)
Iniciativas que promovem uma discussão sobre o cálculo do PIB:
Índice de Desenvolvimento Humano – ONU
(http://hdr.undp.org/en/)
Índice de Genuíno Progresso – Canadá
(http://www.rprogress.org/sustainability_indicators/genuine_progress
_indicator.htm)
World Database of Happyness – Holanda
(http://worlddatabaseofhappiness.eur.nl/)
Comissão de revisão do cálculo do PIB - Joseph Stiglitz
(http://www.youtube.com/watch?v=QUaJMNtW6GA)
Happy Index Planet – Europa
(http://www.happyplanetindex.org/)
64
28/01/2015
5. O IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado pelas
Nações Unidas, tem como objetivo avaliar a qualidade
de vida nos países.
O IDH, que considera em seu cálculo três variáveis, quais
sejam, saúde, educação e renda per capita, varia entre
zero e um, classificando os países em três grupos: os
de baixo desenvolvimento (IDH menor que 0,5); os de
médio desenvolvimento (IDH entre 0,5 e 0,8); e os de
alto desenvolvimento (IDH maior que 0,8).
5. O IDH
Componentes do IDH

Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano 2010 - UN
5. O IDH
O que está por trás dessa combinação é a ideia de
que o crescimento material de um país,
refletido na renda per capita, deve vir
acompanhado de um aumento na esperança
de vida de seus habitantes e de uma expansão
nas condições de educação, de modo a tornar
efetivamente universal esse crescimento.
65
28/01/2015
5. O IDH (2010)
6. Distribuição de Renda no Mundo
66
Download