AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE ESQUIZOFRENIA EM EVALUATION OF THE STATIC AND THE DYNAMIC BALANCE OF PATIENTS DIAGNOSED WITH SCHIZOPHRENIA Anny Vaz de Souza¹, Jucelia Fabíola Argenton Gehlen², Sara Barbosa Freire³, Érika Guerrieri Barbosa4. 1- Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares – MG. E-mail: [email protected]. 2- Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares – MG. E-mail: [email protected] 3- Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares – MG. E-mail: [email protected] 4- Orientadora e Professora Especialista da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador Valadares – MG. E-mail: [email protected] Resumo: A esquizofrenia é uma psicose crônica idiopática, aparentando ser um conjunto de diferentes doenças com sintomas que se assemelham e sobrepõem. Este estudo teve como objetivo avaliar o equilíbrio em pacientes com diagnóstico clínico de esquizofrenia. A amostra foi constituída por 19 pacientes. Para coleta de dados utilizou-se a escala de Equilíbrio de Berg. De acordo com Shumway-CooK (1997), quatro pacientes tem um aumento de 3 % no risco de quedas, treze pacientes têm um aumento de 42 a 60% de risco de quedas e apenas dois pacientes apresentam risco maior que 60% de quedas. Entretanto, Thorbahn e Newton (1996), verificou-se que dos 19 (dezenove) pacientes apenas dois pacientes estão no limite do ponto de corte com 45 pontos indicando risco de queda. Contudo de acordo com Harada et al (1995) utilizando o ponto de corte de 48 pontos, pode-se observar que sete pacientes apresentam risco de queda, sendo estes dois com escore de 48 pontos. Assim observamos que há uma alteração de equilíbrio dinâmico dos indivíduos analisados, o que pode levá-los a diminuição ou dificuldades funcionais, porém uma possível limitação do estudo quanto à previsão do equilíbrio estático e dinâmico pode ser decorrente da baixa sensibilidade da Escala de Equilíbrio de Berg e da falta de associação de uma avaliação funcional de marcha entre outras para melhor fundamentá-la. Palavras-chave: Esquizofrenia; antipsicóticos; equilibrio. Abstract: Schizophrenia is a chronic idiopathic psychosis which seems to be a group of different diseases with symptoms that are similar and overlap each other. This research had its objective to evaluate the balance in patients with a clinical diagnostic of schizophrenia. The field research was done with 19 patients. Each collection of data was done using Berg’s balance scale. As stated on Shumway-Cook (1997), four patients had an increase of 3% in the risk of falling; thirteen patients had an increase of 42 to 60% in the risk of falling and only two patients showed a risk greater than 60%. However, Thorbahn and Newton (1996) indicated that of the 19 (nineteen) patients only two patients are in the limit of the point of cutting with 45 points indicating the risk of falling. Harada et al (1995) agreed that using the point of cutting of 48 points, it is able to be observed that seven patients show a risk of falling, being that two of these with 48 points using a support. This way we observed that there is an alteration in the dynamic balance of the analyzed individuals, that could bring them to shrinking of difficulties in the normal functions, but a possible limitation of the research in relation to anticipating the static and dynamical balance could be present since the low sensibility of Berg’s Balance Scale and the lack of an association of functional evaluation of marching and others for better fundamentalism. Key-words: Schizophrenia; antipsychotic drugs; balance. 2 comportamento desorganizados; (4) o subtipo 1.0 Introdução Atualmente a esquizofrenia é um dos paranóide, no qual estão presentes ou alucinações principais problemas de saúde pública, exige predominantemente considerável investimento do sistema de saúde e auditivas; (5) o subtipo indiferenciado, que é uma causa grande sofrimento para o doente e sua categoria família. É um transtorno de longa duração no simples, assim chamada por seu curso e qual o indivíduo experimenta períodos de crises sintomas negativos permanentes da doença. ilusões não-específica; (6) esquizofrenia e remissões que resultam em deterioração do De acordo com Kaplan e Sadock (1993), funcionamento do doente e da família, causa em 1980, Crow propôs uma classificação dos diversos danos e perdas nas habilidades de todo pacientes com esquizofrenia em Tipo I e Tipo II. grupo (GALERA e GIACON, 2006). Este sistema baseia-se na presença de sintomas Segundo Silva (2006), a esquizofrenia é positivos (Tipo I) ou negativos (Tipo II). Os uma psicose crônica idiopática, aparentando ser sintomas um afetivo, conjunto de diferentes doenças com negativos pobreza incluem do embotamento pensamento, falta de sintomas que se assemelham e se sobrepõem, motivação, anedonia, retraimento social, defeitos sendo de origem multifatorial onde os fatores cognitivos e déficits de atenção. Já os sintomas genéticos estar positivos incluem afrouxamento de associações, de comportamento bizarro, discurso aumentado e associados e ambientais a um parecem aumento no risco desenvolver a doença. alucinações. Na maioria dos pacientes a esquizofrenia Segundo Elkis (2000), Bleuler alguns sintomas seriam surge em idade precoce entre, 15 a 54 anos de considerava idade. É uma doença de origem desconhecida, fundamentais para o diagnóstico constituindo os que leva a existência de controvérsias em famosos 6 “As” : distúrbios das associações do relação as suas causas (DURÃO, MIASSO e pensamento, SOUZA, 2007). embotamento afetivo, distúrbios da atenção e Em estudos recentes na América Latina que, autismo, ambivalência, avolição. Sintomas como delírios, alucinações, e no Brasil estima-se que a esquizofrenia atinja distúrbios 0,5% a 1% da população, sendo a incidência de considerados não essenciais ao diagnóstico e, aproximadamente quatro casos novos em cada portanto, acessórios. dez mil habitantes por ano (MARI e LEITÃO, 2000). do humor ou catatonia eram O prognóstico da esquizofrenia tem amplos aspectos, entre eles o prejuízo no De acordo com Jorge (2000), a ajustamento social, o número de hospitalizações esquizofrenia é dividida em subtipos que são após definidos por seus sintomas predominantes. (MENEZES, 2000). avaliação inicial e a mortalidade Esses subtipos incluem: (1) o subtipo Cerca de 50% de todos os pacientes hebefrênico, no qual o afeto embotado ou com a esquizofrenia tentam o suicídio e 10% têm inapropriado subtipo sucesso. O suicídio pode ser precipitado por catatônico, no qual auto-sintomas característicos sensações de vazio absoluto, depressão, desejo (catatonia) são permanentes; (3) o subtipo de escapar de uma tortura mental ou por é proeminente; (2) o desorganizado, no qual predominam discurso e 3 alucinações auditivas que ordenam que o pacientes com esquizofrenia e as recidivas de paciente se mate (KAPLAN e SADOCK, 1993). internações (BARBOSA, COSTA e SILVA, 2007). O sexo é fator importante que predispõe Os antipsicóticos atípicos ou de segunda o curso e a evolução da esquizofrenia. Estudos geração inibem receptores de dopamina e apontam que as mulheres têm um prognóstico serotonina, melhorando sintomas positivos e melhor que os homens em relação ao número de ajudando no tratamento de sintomas negativos, reinternações psiquiátricas, evolução clínica e não funcionamento significativos. social. O suicídio é mais provocando Os efeitos efeitos extrapiramidais colaterais mais freqüente no sexo masculino e está associado significativos desse grupo de medicamentos é o com aumento de peso, alterações metabólicas como desesperança, depressão, falta de expectativas. (CHAVES, 2000). A abordagem dislipidemias, síndrome metabólica e diabetes o na que vem aumentando o número de mortes diversas súbitas nos pacientes tratados, assim esses mudanças nas últimas décadas. O trabalho de pacientes devem ser acompanhados com mais profissionais de saúde mental, atuando em rigor (CASTRO e ELKIS, 2007 ). esquizofrenia tem terapêutica passado por equipe multiprofissional, favorece uma visão ampla do comprometimento possibilitando realizar acompanhamento um do indivíduo, tratamento biopsicosocial (SÁ JR. Infelizmente, não existem antipsicóticos isentos de efeitos colaterais. A vantagem clínica e de um grupo de drogas muitas vezes expõe o e usuário à complicações, como no caso dos SOUZA, 2007). antipsicóticos de nova geração (atípicos), que Os antipsicóticos representam o principal apresentam melhor tolerabilidade de efeitos tratamento para pacientes com esquizofrenia parkinsonianos, (ELKIS e LOUZA, 2007). ejaculação, porém com maior risco de ganho de Existem antipsicóticas: dois os tipos de antipsicóticos drogas típicos ou convencionais e os atípicos ou de nova geração. Os antipsicóticos hiperglicemia ou e problemas redução de de libido (ABREU,BOLOGNESI e ROCHA, 2000). O uso prolongado e/ou inadequado dos ou antipsicóticos típicos contribui para disfunções convencionais são antagonistas da dopamina e crônicas tais como: discinesia tardia, acatisia, seu efeito resulta na diminuição dos sintomas distonia, que podem afetar o equilíbrio estático e positivos e produzem como efeitos colaterais dinâmico dos pacientes em tratamento. Além principalmente efeitos extrapiramidais, que têm destas alterações, a ataxia, atrofia e fraqueza como muscular também pode influenciar diretamente sintomas básicos típicos peso, distonias transtornos dos movimentos como: tremor, rigidez, bradicinesia (síndrome parkinsoniana), distonia e acatisia (GALERA e GIACON, 2006). no equilíbrio (GALERA e GIACON, 2006). Segundo Silva e Silva (2007), uma das tarefas mais importantes do sistema de controle O principal representante desta classe postural humano é a do equilíbrio do corpo sobre de substâncias é a clorpromazina, primeiro uma pequena base de apoio fornecida pelos pés. fármaco a tratar efetivamente os sintomas Desequilíbrio e queda constituem um sério positivos da esquizofrenia, sendo ainda capaz de problema de saúde pública associado ao déficit reduzir o tempo médio de hospitalização de funcional, danos à saúde mental, incapacidade 4 para realizações de atividades normais, altos termo de consentimento livre, esclarecido de gastos financeiros com cuidados pós-queda que acordo com a Resolução CNS 196/96. têm sido estudados sob a perspectiva de diversas áreas. Foram excluídos do estudo, os indivíduos que possuíam fraturas recentes dos Sabe-se que dentre as patologias dos membros inferiores (menos de cinco anos), transtornos mentais a esquizofrenia é uma das membros amputados, déficit auditivo e visual, que de patologias do labirinto e qualquer patologia que comorbidades associadas. Entretanto, poucas podem dificultar a marcha assim como aqueles pesquisas que não possuíam marcha. mais se são destaca realizadas no em sentido relação às fundamentações das práticas corporais aplicadas O protocolo da avaliação consistia na pela fisioterapia, mesmo observando que esses análise do prontuário do CERSAN de cada pacientes indivíduo, onde foram colhidos dados como apresentam várias alterações emocionais, motoras, espaciais e de equilíbrio. gênero, idade, escolaridade, diagnóstico clínico, Neste sentido, o objetivo do presente medicação em uso e se este realizava ou não estudo é avaliar o equilíbrio estático e dinâmico atividades físicas periódicas. Ficando como em pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, critério através da análise da execução de tarefas tais pacientes que faziam atividades físicas com como: alcançar, girar, transferir, permanecer em freqüência menor que duas vezes semanais com pé e levantar. durabilidade inferior à 1 hora. de definição de sedentarismo os Para avaliação do equilíbrio foi aplicada a “Escala de Equilíbrio de Berg” por ser um teste 2.0 Metodologia O estudo foi realizado no Centro de funcional, validado, aceito internacionalmente, de Convivência Dona Elza Monteiro Guimarães, fácil aplicação e de baixo custo (Miyamoto ST, vinculado ao Centro de Referência em Saúde Lombardi Junior I, Berg KO, Ramos LR, Natour Mental (CERSAM) na cidade de Governador J.). Valadares - MG, após aprovação do comitê de A Escala de Equilíbrio de Berg atende a ética e pesquisa da UNIVALE (Universidade Vale várias propostas, como descrição quantitativa da do Rio Doce) nº.TCC 026/08-06 A amostra habilidade de equilíbrio funcional, determinação constituiu de 19 (dezenove) indivíduos, com faixa de fatores de risco para perda de independência etária entre 30 a 45 anos. e para quedas, além da avaliação da efetividade Como critério de inclusão estabeleceu-se das intervenções na prática clínica e em que participariam pessoas com diagnóstico pesquisas. A escala avalia o equilíbrio estático e clínico tratamento dinâmico, baseada em 14 itens comuns da vida medicamentoso de no mínimo cinco e no diária, tais como alcançar, girar, transferir-se, máximo dez anos de tratamento. Idade entre 30 permanecer em pé e levantar-se. O escore a 45 anos, pacientes que possuíam marcha que máximo que pode ser alcançado é 56 pontos e a fazem de pontuação de cada item varia de 0 a quatro Convivência Dona Elza Monteiro Guimarães, que pontos e devem ser subtraídos caso o tempo ou aceitaram participar da pesquisa assinando o à distância não sejam atingidos, ou o indivíduo de esquizofrenia acompanhamento em no Centro necessite de supervisão para a execução da 5 tarefa ou ainda, se o indivíduo apóia-se num coletados foram analisados em conjunto e suporte externo ou recebe ajuda do examinador. apresentados em forma de gráfico comparativo. Esta foi aplicada por três avaliadoras previamente treinadas a realizar os 3.0 Resultados procedimentos de acordo com a descrição dos No Centro de Convivência Dona Elza autores que fizeram sua tradução e adaptação Monteiro Guimarães são acompanhados 121 para o Brasil. Vale ressaltar que as avaliações pacientes permanentes e destes, apenas 23 foram realizadas no mesmo ambiente com o possuem a faixa etária entre 30 a 45 anos com mesmo material e distâncias. diagnóstico de esquizofrenia e 19 aceitaram Foi utilizado ainda o modelo para previsão quantitativa da Escala de Equilíbrio de Berg e o risco de quedas participar da pesquisa, representando um total de 82% dos pacientes. (10-100%), Dos 19 (dezenove) pacientes avaliados desenvolvido por Shumway-Cook et al. (1997). 52,63%(10) Segundo o autor nesse modelo, a sensibilidade 47,37%(9) do gênero feminino e 100% desses da escala foi de 55% e a especificidade, 95%. A são sedentários. probabilidade de queda aumenta com eram do gênero masculino, a Em relação ao nível de escolaridade foi diminuição da pontuação da Escala de Equilíbrio observado que 42,10% (oito pacientes) tem de Berg, numa relação não linear. Na amplitude primeiro de 56 a 54, cada ponto a menos é associado a incompleto 15,79% (três pacientes); primeiro um aumento de 3 a 4% no risco de quedas. De grau completo 5,26% (um paciente); segundo 54 a 46, a alteração de um ponto é associada ao grau aumento de 6 a 8%, sendo que, abaixo de 36 terceiro grau completo 10,53% (dois pacientes); pontos, o risco de quedas é quase de 100%. analfabeto 5,26% (um paciente). Entretanto Thorbahn e Newton (1996) grau completo No incompleto; 21,05% que se segundo (quatro refere à grau pacientes); medicação analisam a Escala de Berg pelo ponto de corte administrada 89,47% (dezessete) fazem uso de de 45 pontos o que significa que abaixo desse antipsicóticos típicos e apenas 10,53% (dois) valor há predição de quedas com sensibilidade usam antipsicóticos atípicos, ambos associados 82% e 87% de especificidade. Já Harada et al a outras medicações. (1995) analisa a Escala de Berg com ponto de Analisando os resultados segundo corte de 48 pontos, com sensibilidade de 91% e Thorbahn e Newton (1996), verificou-se que dos especificidade de 70%. Portanto nesse estudo 19 (dezenove) pacientes apenas dois pacientes usamos as três análises, pois nas bibliografias estão no limite do ponto de corte com 45 pontos encontradas, que utilizam a Escala de Berg para indicando risco de queda. Entretanto utilizando o analise de equilíbrio, não há um consenso em ponto de corte de 48 pontos, pode-se observar relação à análise. que sete pacientes apresentam risco de queda, Os materiais utilizados foram: cadeira, sendo estes dois com escore de 48 pontos. degrau, trena métrica e cronômetro, utensílios De acordo com Shumway-CooK (1997), pertencentes à instituição. A escala de equilíbrio quatro pacientes tem um aumento de 3 % no de Berg foi aplicada em uma sala fechada, bem risco de quedas, treze pacientes têm um ventilada, com piso regular e nivelado. Os dados aumento de 42 a 60% de risco de quedas e 6 apenas dois pacientes apresentam risco maior que 60% de quedas. Na tabela abaixo, apresentamos os resultados das perguntas segundo a Escala de Equilíbrio de Berg, podemos observar: OPÇÕES DE RESPOSTAS PERGUNTAS 0 1 2 3 4 1 1 18 2 2 17 3 1 18 RESULTADO DOS TESTES 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 0 1 2 3 4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 PERGUNTAS 4 1 1 17 5 3 5 11 1 18 Nas tarefas de manutenção de posturas 1 1 17 estáticas, sentada e em pé de olhos fechados 3 8 7 94,74% dos pacientes realizaram com ótimo 2 17 desempenho, juntamente com a transferência de 4 10 postura sentada para de pé. Na manutenção da 11 7 9 8 10 9 2 13 6 7 8 1 9 10 5 11 1 12 1 1 13 14 1 1 2 Gráfico 01 - Resultados das questões da escala de equilíbrio Berg postura de pé sem apoio por 2 minutos 89,47% conseguiram Berg: 1.Posição sentada para posição demonstrando que o equilíbrio estático está na maioria destes pouco deficientes. Em contra partida as questões de alcance funcional, girar 360° sobre seu próprio Tabela 01 – Resultados das questões da escala de equilíbrio de realizar em pé; 2.Permanecer em pé sem apoio; 3.Permanecer sentado sem eixo, posicionar os pés alternadamente em um degrau, como se estivesse subindo e descendo apoio nas costas; 4.Posição em pé para posição sentada; escadas e permanecer em pé sem apoio com um 5.Transferências; 6.Permanecer em pé sem apoio com os pé à frente do outro, foram às questões que a olhos fechados; 7.Permanecer em pé sem apoio com os pés maioria dos pacientes tiveram maior dificuldade. juntos; 8. Alcançar à frente com o braço estendido permanecendo em pé; 9.Pegar um objeto no chão a partir de Isso demonstra que nas tarefas que uma posição em pé;10.Virar-se e olhar para trás por cima testam o equilíbrio dinâmico, os pacientes dos ombros em pé; 11.Girar 360 graus; 12.Posicionar os pés encontraram mais dificuldades em realizá-las. alternadamente ao degrau enquanto permanece em pé sem apoio; 13.Permanecer em pé sem apoio com um pé a frente; 14.Permanecer em pé sobre uma perna. 4.0 Discussão Podemos observar no gráfico 01 abaixo, Segundo Chaves, 2000 os homens têm que em algumas questões da Escala de Berg a início precoce da esquizofrenia manisfestando-se maioria em torno dos 18-25 anos e as mulheres em torno dos pacientes tiveram um desempenho em outras, grande dificuldade. ótimo dos 25-35 anos, entretanto a participação dos gêneros masculino e feminino foi proporcional nesse estudo. 7 A baixa escolaridade encontrada pode justificar-se pelo início precoce da patologia, diretamente no equilíbrio, foram delimitadas e excluídas respectivamente. rompendo com as atividades intelectuais do Segundo Silva, 2006 além do efeito paciente. Já o sedentarismo observado em todos terapêutico os pacientes deve ser analisado em outros produzir o aparecimento de efeitos adversos trabalhos com outro ponto de vista, já que o extrapiramidais. Estes paciente com esquizofrenia tem particularidades Parkinsoniana, reações comportamentais, o que pode vir a interferir acatisia, discinesia. A incidência desses efeitos é nessas variáveis. bastante elevada, chegando até 90% em alguns O equilíbrio refere-se à habilidade para estudos, os antipsicóticos típicos incluem a diatônicas e costuma ocorrer podem síndrome agudas, nas primeiras manter o centro de gravidade sobre a base de semanas de tratamento. A acatisia é o estado de suporte, geralmente quando se está em pé. Pode desconforto intenso dos membros inferiores, ser considerado também como um fenômeno acompanhado de incapacidade de ficar com as dinâmico que envolve uma combinação de pernas paradas. No entanto, o efeito adverso estabilidade e mobilidade, sendo necessário para motor mais temido dos neurolépticos é a manter uma posição no espaço ou mover-se de discinesia modo controlado e coordenado. A tarefa de movimentos manutenção exige uma complexa integração das principalmente da face, como: sucção dos lábios, informações movimentos laterais da mandíbula e movimentos proprioceptivas, vestibulares e visuais (KISNER e COLBY, 1998). regulados pelo Ela é caracterizada esteriotipados por involuntários, coreiformes de braços, troncos e pernas. Esses Os movimentos grosseiros dos membros são tardia. espino-cerebelo, assim movimentos aumentam em estado de alerta e diminuem no repouso. designado por suas extensas conexões com a Segundo Aragão, 2005 os déficits de medula espinhal. Os movimentos voluntários equilíbrio e as alterações posturais que se distais são regulados pelo cérebro-cerebelo, instalam no indivíduo com Parkinson exercem assim chamado por suas conexões com o córtex grande influência sobre quedas, pois o declínio cerebral (LATASH, M.L. 1998; LUNDY-EKMAN, natural da força muscular nos idosos, associado 2000; MARTIN, J.H., 1998). Contudo não há na aos reflexos anormais do Parkinsoniano, trazem literatura nenhuma evidência que comprove que uma grande propensão a estes episódios. A os alteração postural gerada no Parkinsoniano pacientes com esquizofrenia tenham alteração nessas estruturas. diminui suas capacidades de responder as Assim, partindo da hipótese que os antipsicóticos provocam efeitos colaterais nos perturbações do equilíbrio, principalmente quando este é submetido a situações de stress. pacientes em tratamento e os mesmos são Entretanto, novas pesquisas devem ser amplamente discutidos na literatura e podem realizadas para avaliação dessas alterações no trazer alterações funcionais no equilíbrio dos paciente com esquizofrenia, correlacionadas com pacientes, não podemos nos abster dessa o discussão, já que a faixa etárias dos pacientes e alterações funcionais no equilíbrio encontradas, demais já que não foi encontrada bibliografia específica patologias que podem interferir equilíbrio para com estas análises. melhor discussão das 8 a experiências vivenciadas e novas abordagens vantagem de causar menos efeitos colaterais em Saúde Mental o Fisioterapeuta passa a ter extrapiramidais, uma Os Antipsicóticos tais atípicos como: têm parkinsonismo, distonias, acatisia e discinesia tardia e, além função fundamental nas equipes multiprofissionais. disso, tem maior efeito nos sintomas negativos da esquizofrenia. Apesar das vantagens em 5.0 Conclusão Sabe-se, relação aos antipsicóticos típicos verificou-se que que para realização de o uso dos antipsicóticos atípicos está associado atividades funcionais de vida diária é primordial a a um aumento importante de peso e alterações manutenção do equilíbrio estático e dinâmico metabólicas, como: as dislipidemias, síndromes para assim, possibilitar posturas, movimentos e metabólicas respostas adequadas. e diabetes. Essas alterações metabólicas aumentam significativamente o risco Assim observamos que há uma alteração de morte por doenças cardiovasculares que já é de equilíbrio dinâmico dos indivíduos analisados, a principal causa de mortalidade dos pacientes o que pode levá-los a diminuição ou dificuldades com esquizofrenia, fazendo-se necessário a funcionais, entretanto há uma limitação do análise do sedentarismo com maior rigor, em estudo quanto à previsão do equilíbrio estático e novas pesquisas (ARARIPE NETO,BRESSAN, dinâmico o que pode ser decorrente da baixa BUSATTO FILHO, 2007). sensibilidade da Escala de Equilíbrio de Berg e Sabendo-se dos efeitos colaterais dos da falta de associação de uma avaliação antipsicóticos, que podem ser um dos fatores funcional de marcha entre outras para melhor que propicia um maior risco de quedas, a fundamentá-la. fisioterapia pode atuar prevenindo Contudo, as torna-se necessário mais complicações e seus agravos, promovendo estudos da influência dos antipsicóticos na saúde e recuperando a função. Melhorando a função dos pacientes com esquizofrenia e novas marcha, equilíbrio, postura, consciência corporal pesquisas devem ser desenvolvidas a fim de propriocepção, socialização do paciente através analisar a relação do déficit de equilíbrio com a de grupos operativos tanto no setor público como medicação antipisicótica e a multifatorialidade no setor privado, se articulando dentro da das Política Pública de Saúde Mental. apresentadas por estes indivíduos e as possíveis A esquizofrenia é uma doença heterogênica que necessita dos cuidados de alterações motoras e psicosociais perdas funcionais. Com as piscossociais visam minimizar ou diminuir as antipsicóticos podem vir a causar distúrbios recaídas e promover o ajustamento social dos motores, proprioceptivos, de imagem corporal, portadores da doença sendo as principais problemas abordagens: a psicoterapia, terapia ocupacional, coordenação motora como relatado por alguns acompanhamento terapêutico, grupos de auto- autores, mas a pesquisa é inconsistente para ajuda, abordagens piscossociais em instituições, afirmá-la. Assim são necessários mais estudos orientação nessa população para traçar seu perfil funcional, (SHIRAKAWA, 2000). De de trabalho acordo com posturais, efeitos acima, conclui-se oficinas os citadas uma equipe multiprofissional. As abordagens familiar, que alterações colaterais equilíbrio, marcha dos e fundamentando as práticas da fisioterapia na 9 saúde mental, já que essa possui particularidades e deve ser tratada como campo complexo para as praticas Fisioterapêutica. 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