Comunicação Social 31 de março de 2004 Contas Nacionais Trimestrais PIB 2003 FOI DE R$ 1,5 TRILHÃO E RENDA PER CAPITA FICA EM R$ 8.565 O Produto Interno Bruto medido a preços de mercado, do quarto trimestre de 2003, foi de R$ 405.097 milhões, sendo R$ 363.514 milhões de Valor Adicionado a preços básicos e R$ 41.583 milhões de Impostos sobre Produtos. Com este resultado o valor do PIB a preços de mercado, para 2003, alcançou R$ 1.514.924 milhões, sendo R$ 1.355.531 milhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 159.393 milhões aos Impostos sobre Produtos (vide Tabela III.1 a seguir). Entre os componentes da demanda, em 2003, o Consumo das Famílias totalizou R$ 862.447 milhões, o Consumo do Governo R$ 291.920 milhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 273.321 milhões. A Balança de Bens e Serviços ficou superavitária em R$ 56.580 milhões e a Variação de Estoques foi de R$ 30.656 milhões. Tabela III.1 - Valores Correntes (1 000 000 R$) 2002, 1º, 2º, 3º e 4º Trimestre de 2003 2002 2003 (1) Ano I II III Agropecuária 35.763 39.638 31.681 104.908 Indústria 118.513 125.314 137.919 459.306 Serviços 177.966 191.297 195.816 710.263 Subtotal 1.274.476 332.242 356.249 365.416 Dummy Financeiro -22.506 -21.089 -18.295 -75.332 Valor Adicionado a Preços Básicos 1.199.145 309.736 335.160 347.121 Impostos sobre produtos 39.013 39.596 39.200 146.883 PIB a Preços de Mercado 1.346.028 348.749 374.756 386.322 Consumo das Famílias 207.686 210.600 216.716 781.174 Consumo do Governo 57.712 69.533 73.270 270.965 Formação Bruta de Capital Fixo 65.332 64.321 69.914 246.606 Exportações de Bens e Serviços 61.741 60.876 65.356 208.489 Importações de Bens e Serviços (-) 51.861 46.755 48.531 180.554 Variação de Estoques 8.138 16.182 9.597 19.348 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. (1) Resultados provisórios calculados a partir das Contas Nacionais Trimestrais. 1 IV 30.794 142.252 203.239 376.284 -12.770 363.514 41.583 405.097 227.445 91.404 73.755 67.413 51.658 -3.262 Ano 137.875 523.998 768.318 1.430.192 -74.661 1.355.531 159.393 1.514.924 862.447 291.920 273.321 255.385 198.805 30.656 Contas Nacionais Trimestrais PARA UMA POPULAÇÃO ESTIMADA DE 177 MILHÕES DE PESSOAS, O PIB PER CAPITA FOI DE R$ 8.565 O PIB per capita - que é o resultado da divisão do PIB total do País pela população total - ficou em R$ 8.565 (vide Tabela III.2 a seguir), uma vez que a estimativa da população residente no país, calculada pelo IBGE, foi de 176,9 milhões de habitantes em 2003. A variação anual de preços, pelo deflator implícito do PIB a preços de mercado, em 2003, alcançou 12,8%. Tabela III. 2 - Produto Interno Bruto, Produto Interno Bruto per Capita, População Residente e Deflator Implícito - 1995-2003 Produto Interno Bruto População Produto Interno Bruto per Capita Ano 1 000 000 R$ Variação Residente R$ Variação Preços Preços do real anual Preços Preços do real anual 1.000 hab (1) correntes ano anterior (%) correntes ano anterior (%) 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 646.192 778.887 870.743 914.188 973.846 1.101.255 1.198.736 1.346.028 363.954 663.371 804.367 871.892 921.369 1.016.312 1.115.710 1.221.834 4,2 2,7 3,3 0,1 0,8 4,4 1,3 1,9 159.016 161.247 163.471 165.688 167.910 170.143 172.386 174.633 4.064 4.830 5.327 5.518 5.800 6.473 6.954 7.708 2.289 4.114 4.921 5.262 5.487 5.973 6.472 6.997 (2) 2,8 1,2 1,9 -1,2 -0,5 3,0 0,0 0,6 2003 1.514.924 1.343.050 -0,2 176.871 8.565 7.593 -1,5 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. (1) População estimada para 1º de julho. Em função dos resultados do Censo Demográfico 2000, esta estimativa foi revisada para toda a década de 1990. (2) Resultados provisórios calculados a partir das Contas Nacionais Trimestrais. Deflator Implícito Variação anual (%) 77,5 17,4 8,3 4,9 5,7 8,4 7,4 10,2 12,8 Agropecuária aumenta participação em 2003 A Tabela III.3 apresenta a participação das classes e atividades no valor adicionado a preços básicos. Em 2003, houve um aumento da participação da Agropecuária no valor adicionado da economia e uma queda da participação dos Serviços. No interior de cada classe cabe destacar a perda de participação no valor adicionado da Construção Civil, que passou de 20,8%, em 2002, para 18,5%, em 2003. 2 Contas Nacionais Trimestrais Tabela III.3- Participação percentual das classes e respectivas atividades no valor adicionado a preços básicos- 1999-2003 Agropecuária Indústria Extrativa Mineral Transformação Construção Civil Serviços Industriais de Utilidade Pública Serviços Comércio Transporte Comunicações Instituições Financeiras Outros Serviços Aluguel de Imóveis Administração Pública Subtotal Dummy Financeiro Valor adicionado a Preços Básicos Impostos sobre Produtos PIB a Preços de Mercado 1999 8,3 35,6 1,5 21,4 9,4 3,3 60,9 7,1 2,8 2,4 6,3 12,0 14,2 16,1 104,7 -4,7 100,0 11,9 111,9 2000 8,0 37,5 2,6 22,4 9,1 3,5 58,5 7,4 2,7 2,7 5,4 11,3 12,7 16,3 104,0 -4,0 100,0 12,2 112,2 2001 8,4 37,7 2,9 22,6 8,6 3,6 59,0 7,5 2,7 2,7 6,6 11,3 12,0 16,3 105,1 -5,1 100,0 12,7 112,7 (1) 2002 2003 8,7 10,2 38,3 38,7 3,4 4,0 23,3 23,7 8,0 7,1 3,6 3,8 59,2 56,7 7,7 7,7 2,6 2,0 2,7 2,6 7,7 7,3 10,9 10,3 11,3 10,5 16,3 16,3 106,3 105,5 -6,3 -5,5 100,0 100,0 12,2 11,8 112,2 111,8 Participação das atividades em cada classe 2003 (1) 2002 100,0 100,0 100,0 100,0 8,9 10,3 60,9 61,4 20,8 18,5 9,4 9,9 100,0 100,0 13,0 13,5 4,4 3,6 4,6 4,6 13,0 12,9 18,4 18,2 19,1 18,5 27,6 28,7 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de Contas Nacionais. (1) Resultados preliminares calculados a partir das Contas Nacionais Trimestrais. País registra, pela primeira vez em 10 anos, Capacidade de Financiamento No quarto trimestre de 2003, a economia nacional registrou uma Capacidade de Financiamento de R$ 0,8 bilhão, depois de ter atingido uma capacidade de R$ 9,7 bilhões no terceiro trimestre (redução, portanto, de R$ 8,9 bilhões). Esta mudança deveu-se, principalmente, aos aumentos nas contas de Lucros e Dividendos Enviados ao Exterior (líquida dos lucros recebidos) de R$ 3,4 bilhões e à elevação do pagamento líquido de juros de R$ 4,1 bilhões, em relação ao terceiro trimestre. Na mesma base de comparação, a Renda Disponível Bruta aumentou R$ 10,8 bilhões no quarto trimestre. Mas, como a elevação do Consumo Final (consumo das famílias mais consumo do governo) foi ainda maior, totalizando R$ 28,9 bilhões, houve uma redução de R$ 18,1 bilhões na Poupança Nacional Bruta. A Formação Bruta de Capital (investimento) mais as Transferências Líquidas de Capital Recebidas do Resto do Mundo variaram negativamente em R$ 9,1 bilhão. Esses dois aumentos - da Renda de Propriedade Líquida Enviada para o Exterior (de R$ 7,5 bilhões) e do Consumo Final em R$ 28,9 bilhões - foram determinantes para a redução da Capacidade de Financiamento no quarto trimestre. 3 Contas Nacionais Trimestrais Considerando-se o ano completo de 2003, a Capacidade de Financiamento da economia nacional ficou em R$ 11,7 bilhões, o que representa um aumento de R$ 27,1 bilhões quando comparado ao resultado de 2002, que registrou uma Necessidade de Financiamento de R$ 15,4 bilhões. Esta elevação deveu-se, principalmente, ao Saldo Externo de Bens e Serviços, que passou de um superávit de R$ 27,9 bilhões, em 2002, para R$ 56,6 bilhões, em 2003. Cabe ressaltar que este resultado interrompe um série de dez anos consecutivos em que a economia nacional apresentava Necessidade de Financiamento. No primeiro semestre de 2003 a Capacidade de Financiamento alcançou R$ 1,2 bilhão e no segundo semestre atingiu R$ 10,5 bilhões. O gráfico IV.1, abaixo, mostra a evolução da Capacidade / Necessidade de Financiamento da Economia Nacional e o Saldo da Balança Comercial de Bens e Serviços referente ao período de 1991 a 2003. Gráfico IV.1 - Capacidade (+) / Ne ce ssidade (-) de Financiame nto da Economia Nacional e Saldo Exte rno de Be ns e Se rv iços 40 (em R$ bilhões) 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Apesar das amortizações de R$ 18,5 bilhões no quarto trimestre junto ao FMI, reservas do País crescem R$ 26,4 bilhões no ano de 2003 No quarto trimestre de 2003, as captações líquidas em empréstimos e financiamentos (F.4), excluindo recursos para regularização do Balanço de Pagamentos, permaneceram negativas (- R$ 4,9 bilhões). Como as entradas líquidas de recursos para regularização do Balanço de Pagamentos foram negativas em R$ 18,5 bilhões, houve uma variação negativa de R$ 23,4 bilhões no passivo através do F.4 no quarto trimestre. No ano, contudo, a captação, incluindo os acordos com o FMI, apresentou uma variação negativa menor, de R$ 9,5 bilhões. 4 Contas Nacionais Trimestrais No quarto trimestre de 2003, em função da amortização de R$ 18,5 bilhões junto ao FMI, as reservas nesse período se reduziram em R$ 13,8 bilhões. Entretanto, devido, principalmente, aos ingressos líquidos de recursos nos trimestres anteriores, oriundos dos acordos com o FMI, o país teve um acréscimo de reservas internacionais de R$ 26,4 bilhões, no ano de 2003. As amortizações em F4 no último trimestre de 2003 implicaram a reversão na variação de ativos numerários e depósitos (F2) no quarto trimestre. Enquanto esse instrumento apresentou uma variação de ativos positiva de R$ 16,1 bilhões no terceiro trimestre de 2003, no quarto a variação foi negativa em R$ 4,4 bilhões, em razão do fato de essas amortizações terem ocorrido através de numerário e depósitos do país no exterior, ocorrida no último mês do ano. Entretanto, a soma das variações positivas de ativos em F2, ao longo dos demais trimestres de 2003, foi bastante elevada, o que permitiu, mesmo com tais amortizações, encerrar o ano com uma variação positiva de R$ 42,5 bilhões. O instrumento financeiro títulos exceto ações (F.3), depois de ter apresentado captação negativa de R$ 26,4 bilhões em 2002, apresentou reversão, fechando o ano de 2003 com captação positiva de R$ 4,1 bilhões. Destaca-se, nesse último ano, que a reversão em F3 deveu-se ao crescimento de F.3.2 (títulos exceto ações de longo prazo) que totalizou uma captação positiva de R$ 4,3 bilhões contra uma captação negativa de R$ 20,5 bilhões em 2002. Especificamente no quarto trimestre de 2003, observa-se comportamentos distintos dos instrumentos financeiros F.3.1 e F.3.2. Enquanto que o passivo de curto prazo continuou apresentando uma variação negativa entre o terceiro e o quarto trimestre, o passivo de longo prazo reverteu completamente sua trajetória, saindo de uma variação negativa de R$ 2,2 bilhões para uma variação positiva de R$ 2,2 bilhões no mesmo período, explicitando seu caráter volátil. Para este resultado, destacam-se os novos ingressos e refinanciamentos de bônus, de cerca de US$ 7,1 bilhões no ano, contra as amortizações pagas e refinanciadas desses títulos, no montante de US$ 4,9 bilhões. No quarto trimestre de 2003, a variação positiva de R$ 14,1 bilhões no passivo em ações e outras participações (F.5), contra R$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre, manteve a trajetória de crescimento desse instrumento ao longo dos trimestres de 2003 que, somados, resultaram em entrada de R$ 37 bilhões. Entretanto, a variação apresentada em 2003 é inferior à de 2002, devido à retração dos fluxos de investimento direto para o país. A captação por intermédio de ações apresentou uma variação positiva de 94% do terceiro para o quarto trimestre, atingindo um patamar de R$ 4,5 bilhões no último trimestre e totalizando um montante de R$ 8,8 bilhões em 2003. As captações através de investimentos estrangeiros diretos ( IED ) apresentaram uma redução de US$ 6,5 bilhões, passando de US$ 16,6 bilhões em 2002 para US$ 10,1 bilhões em 2003, o que determinou a queda ocorrida no ano de 2003. 5 Contas Nacionais Trimestrais Quadro IV.3 Usos (1.000.000 R$) Recursos (1.000.000 R$) Contas Econômicas Integradas 2003 2002 2002 2003 1.346.028 1.514.924 876 824 10.434 10.902 1.294.084 1.459.774 8.341 9.566 1.301.351 1.468.526 249.212 314.159 1.397 1.626 Conta 1 - Conta de Produção 1.514.924 1.346.028 Conta 2 - Conta da Renda 491 548 66.384 62.706 1.459.774 1.294.084 814 1.074 1.468.526 1.301.351 PIB PIB Remuneração dos Empregados não Residentes Recebida e Enviada ao Resto do Mundo Rendas de Propriedade Recebidas e Enviadas ao Resto do Mundo Renda Nacional Bruta Transferências Correntes Recebidas e Enviadas ao Resto do Mundo Renda Disponível Bruta 1.154.367 1.052.139 314.159 249.212 Conta 3 - Conta de Acumulação 303.977 265.953 112 89 11.697 (15.434) Despesa de Consumo Final Poupança Bruta Poupança Bruta Formação Bruta de Capital Transferências de Capital Recebidas e Enviadas ao Resto do Mundo Capacidade ou Necessidade de Financiamento Conta 4 - Conta Financeira Capacidade (+) / Necessidade (-) Variações de Ativos (15.434) 11.697 Variações de Passivo e Patrimônio Líquido (968) 42.543 1.907 (1.859) 3.766 1.240 2.119 (879) 1.594 542 0 542 647 (6.089) 6.186 (2.873) 9.059 3.857 5.298 (1.441) 8.068 358 0 358 F1-Ouro Monetário e DES F2-Numerário e depósitos F3-Títulos exceto Ações F.31-Curto Prazo F.32-Longo Prazo F4-Empréstimos e Financiamento F.41-Curto Prazo F.42-Longo Prazo F5-Ações e Outras Participações de Capital F7-Outros Créditos e Débitos F.71-Créditos comerciais e antecipações F.79-Outros créditos e débitos (1.976) (26.423) (5.888) (20.534) 3.742 (17.712) 21.455 53.808 2.189 6.159 (3.971) 1.830 4.123 (151) 4.275 (9.479) (10.570) 1.091 37.041 1.587 2.429 (841) 46.857 13.026 Total Endividamento (+) / Acumulação (-) Ajustes e Discrepâncias Estatísticas 31.340 18.315 2.881 35.103 (11.754) (58) Memorandum - Investimento estrangeiro Direto 47.292 30.948 OBS: Desde outubro de 2000, as estatísticas trimestrais do PIB brasileiro têm sido divulgadas em duas edições. A primeira, com os indicadores de volume, publicada 60 dias após o final de cada trimestre, e a segunda, 90 dias após o fim do trimestre, os valores correntes, em reais e, para a economia nacional, as contas econômicas trimestral e a conta financeira. 6