Hot commodities: petróleo em alta

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ID: 34236955
25-02-2011
Tiragem: 19200
Pág: 47
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Semanal
Área: 28,49 x 12,60 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 1
ALEXANDRE MOTA
Director Executivo Golden Broker
Hot commodities: petróleo em alta
As crescentes tensões geopolíticas nos
MENA (Middle East and North Africa)
empurraram algumas commodities para
níveis recorde. A prata segue em máximos
de há 31 anos, o algodão atingiu um novo
máximo histórico e o Brent segue em
máximos desde finais de 2008.
Os violentos protestos que eclodiram
na Líbia contra o regime de Muammar
Khadafi oferecem uma ameaça significativa
à oferta global de petróleo, caso estes
alastrem para os países vizinhos. O
aumento dos conflitos coloca em risco
as exportações dos maiores fornecedores
desta matéria-prima, uma vez que os
MENA controlam 36% da oferta global de
petróleo.
O banco Central da China subiu pela
segunda vez este ano os rácios de reserva
que os bancos têm de constituir face aos
depósitos. Esta medida pretende controlar
a inflação e conter os riscos de uma
possível bolha especulativa no mercado
imobiliário. Em Janeiro a inflação chinesa
acelerou para os 4,9%, ultrapassando o
objectivo do governo pelo quarto mês
consecutivo.
O regresso de algum nervosismo nos
mercados financeiros levou a que os
principais índices accionistas mundiais
sofressem quedas ligeiras. No entanto, os
ganhos desde o início do ano rondam os 4
a 5% nos EUA e de 5 a 7% nos principais
índices da Zona Euro. Ao nível cambial,
destaque para os ganhos da moeda única
europeia face a um cabaz de moedas
internacionais.
Ao nível macroeconómico, destaque para
a subida das expectativas de crescimento da
economia americana, por parte da Reserva
Federal (Fed). As minutas da última
reunião da Fed apontam para uma visão
mais positiva da recuperação económica,
no entanto mantêm alguma insatisfação
com o nível de criação de emprego.
De acordo com a estimativa rápida do
gabinete europeu de estatística (Eurostat),
o Produto Interno Bruto da Zona Euro
aumentou 0,3% no quarto trimestre face
ao trimestre precedente e 1,7% no ano de
2010. O ritmo de crescimento mantevese estabilizado face ao calculado para
o período entre Julho e Setembro. No
mesmo trimestre a economia portuguesa
contraiu 0,3%. O desempenho português
foi o segundo pior da Zona Euro,
sendo que o pior registo foi o da Grécia
(contracção de 1,4%). A economia alemã
cresceu a um ritmo mais moderado do
que o inicialmente estimado no quarto
trimestre de 2010, contabilizando uma
variação de 0,4% face ao igual período de
2009. No entanto, é de destacar que apesar
de ter registado um crescimento inferior ao
do trimestre anterior continua a apresentar
valores positivos.
No final desta semana, destaque para
a divulgação da primeira estimativa do
Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do
quarto trimestre de 2010. Na quinta-feira,
a EDP Renováveis e a Portugal Telecom
apresentam os resultados de 2010 antes da
abertura do mercado e a Martifer e Sonae
Indústria fazem-no depois do fecho.
Conclusão: Após um início de ano em
que o mercado accionista reagiu bem a
todo o tipo de choques, a frente geopolítica
está a criar uma clara divisão entre temas
de investimento. A subida das commodities
tem sido reiteradamente defendida no
historial de artigos na Vida Económica.
Para 2011 consideramos que continuará a
ser uma boa opção de investimento.
Bons investimentos!
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