CONTAS REGIONAIS DO BRASIL 2002-2006 Quase 80% do PIB brasileiro são provenientes de apenas oito das 27 unidades da federação: SP, RJ, MG, RS, PR, BA, SC e DF, mas essa concentração reduziu-se em 1 ponto percentual (ou R$ 23,7 bilhões) entre 2002 e 2006. Nesse período, a região Norte elevou em 0,4 ponto percentual sua participação no PIB do país, enquanto o Sul recuou em 0,6 pp. O Distrito Federal continua tendo o maior PIB per capita (R$ 37.600), quase o triplo da média nacional (R$ 12.688) e bem à frente de SP (R$ 19.548) e RJ (R$ 17.695). Essas são algumas das informações contidas nas Contas Regionais 2006, do IBGE. A divulgação das Contas Regionais de 2006 pelo IBGE, em parceria com os governos estaduais e a SUFRAMA, dá continuidade ao projeto das Contas Regionais do Brasil, cuja série se inicia em 2002. Região Norte aumenta sua participação no PIB brasileiro em todos os anos da série Entre 2002 e 2006, a região Norte elevou sua participação no PIB brasileiro em aproximadamente 0,1 ponto percentual (pp) por ano, avançando 0,4 pp ao longo da série, enquanto as regiões Nordeste e Sudeste avançaram 0,1 ponto percentual, ambas, com oscilações ano a ano. Já o Sul e o Centro-Oeste perderam 0,6 pp e 0,1 pp de participação no período, com pontos de inflexão em 2004 e 2005, respectivamente. Oito estados concentram cerca de 80% da economia do País Em 2006, a contribuição das oito unidades da federação (tabela abaixo) que lideram o ranking de participações na economia brasileira somava 78,7%, contra 79,7% em 2002. Esse grupo perde 1 ponto percentual de participação (cerca de R$ 23,7 bilhões, em 2006) entre 2002 e 2006, e os estados intermediários como Espírito Santo, Amazonas, Pará e Mato Grosso mostraram força e avançaram 0,8 pp. Entre 2002 e 2006, São Paulo e Rio Grande Sul foram os estados que mais perderam participação: de 34,6% em 2002 para 33,9% em 2006 (SP) e de 7,1% em 2002 para 6,6% em 2006 (RS). São Paulo recuperou-se ligeiramente em 2005, sem retornar ao patamar de 2002. Já o Rio Grande do Sul retraiu-se em 2004 e 2005, quando uma forte seca, conjugada à queda de preços dos grãos, reduziu sua participação. O mesmo ocorreu no Paraná, em 2005. Em 2006, a agropecuária paulista respondia por 2,1% da renda do estado e por 12,8% desta atividade no Brasil, abaixo dos 13,5% verificados no início da série. As culturas de cana de açúcar e de laranja e a criação de bovinos foram responsáveis por cerca de 67% do setor estadual em 2006. A indústria, que responde por 30,2% da economia paulista, teve sua participação na indústria nacional reduzida em 2,9% ao longo da série, ficando com 34,8% de participação em 2006. Em 2006, o Rio Grande do Sul reduziu pelo terceiro ano sua participação no PIB nacional (7,3% em 2003, 7,1% em 2004 e 6,7% e 6,6% em 2005 e 2006, respectivamente). Embora a agropecuária tenha avançado 3% em relação a 2005, voltando ao patamar do início da série (11% da agropecuária nacional), a indústria e os serviços ainda não voltaram ao patamar alcançado no início da série, 7,5% em 2002 contra 6,5% em 2006 (indústria) e 6,8% contra 6,3% em 2006 (serviços). Rio de Janeiro e Minas Gerais mantiveram suas posições no ranking, mas suas participações avançaram 0,1 ponto percentual entre 2005 e 2006, influenciadas por suas indústrias, principalmente a extrativa mineral. Já a Bahia, 6º maior PIB em todo o período, viu sua participação voltar ao patamar do início da série (4,1%), com queda de 0,1% entre 2005 e 2006. Santa Catarina e Distrito Federal foram os únicos a trocarem posição, entre os oitos primeiros estados. A partir de 2003, Santa Catarina passou a ocupar a 7ª posição e o DF, a 8ª, com a perda de participação de 0,1% dos serviços do Distrito Federal no total brasileiro entre 2002 e 2003. Apesar de continuarem na 9ª e 10ª posições, Goiás e Pernambuco perderam 0,1 ponto percentual de participação. A agropecuária goiana, ainda com grande peso (10,3%) na economia do estado, enfrentou condições climáticas adversas em 2004 e 2005, e perdeu 2,7 pontos percentuais de participação na agropecuária brasileira na série (4,6% em 2006). A partir de 2004, o Espírito Santo apresentou o 11º maior PIB do país e, depois de Minas Gerais, foi o estado que mais ganhou participação. Isso é explicado pela indústria, que passou a responder por 34% de sua economia em 2006, contra 31,8% do início da série. Pesaram as atividades de pelotização do minério de ferro que vem de Minas Gerais e a extração de petróleo e gás natural, no último ano da série. Mesmo perdendo posição para Espírito Santo e Mato Grosso em 2004, no ano seguinte o Ceará subiu da 11ª para a 12ª posição, onde permaneceu em 2006. Mas nesse ano sua participação voltou ao patamar de 2002 (2% do PIB nacional). Os aumentos das participações do Pará e Amazonas no PIB Brasil foram, aproximadamente, de 0,1 e 0,2 pp, respectivamente. No Norte, Pará e Amazonas são os estados em que a administração pública tem a menor importância no seu valor adicionado. Em 2006 a indústria amazonense respondia por 45,7% da economia local, dos quais 36,8% eram da indústria de transformação. No Pará, a indústria representava 33,4%, distribuídos entre a extrativa mineral (7,5%), indústria de transformação (13,8%), produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (5,4%) e construção civil (6,6%). Mato Grosso chegou a ter o 12º maior PIB em 2004, mas caiu para a 15ª posição em 2006, mesma do início da série. A perda de participação a partir de 2005 decorreu do mau desempenho da agropecuária que, em 2002, participava com 29,7% da economia do estado, caindo para 25,3% em 2006. A soja sofreu com a ferrugem asiática, que exigiu mais defensivos e ocasionou o “vazio sanitário” em 2006, que consiste em manter por noventa dias a ausência total de plantas vivas de soja, durante a entressafra. Também contribuiu a desvalorização do dólar frente ao real. Além disso, sofreram com o excesso de chuva o feijão e o arroz, e esta última cultura ainda teve sua classificação rebaixada de “longo fino” para “longo”. Em 2003, o Maranhão inverteu a posição com o Mato Grosso do Sul e permaneceu na 16ª colocação nos demais anos da série. A economia maranhense baseia-se nos serviços, onde o setor público representa cerca de 20%. Mas sua indústria vem ganhando participação: com cerca de 16,7% da economia do estado em 2002, passou para 19,6% em 2006, com a produção de ferro gusa, alumina calcinada, alumínio não ligado e liga de alumínio. No Mato Groso do Sul a participação da agropecuária em sua economia reduziu cerca de 8% na série, com perdas expressivas na safra de grãos, decorrentes de secas e da dificuldade de comercialização, a partir de 2004, dos produtos de origem animal em função da febre aftosa. A participação do Rio Grande do Norte no PIB (0,9%) avançou aproximadamente 0,1 ponto percentual em 2006, superando a Paraíba (0,8%) a partir de 2004. Essas duas economias são muito parecidas, exceto pela produção de petróleo, que faz do RN o segundo maior produtor do Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro. Na indústria de transformação potiguar, os setores de alimentos, bebidas, têxtil e vestuário pesam em torno de 68%, enquanto na indústria de transformação Paraíba predominam os setores têxteis, vestuário e couro (38%) e alimentos e bebidas (13%). Alagoas, Sergipe, Rondônia, Piauí e Tocantins mantiveram suas posições no período. Somente Rondônia elevou sua participação no PIB brasileiro em 0,1 ponto percentual. Alagoas tem uma estrutura agrícola semelhante ao Rio G. do Norte e à Paraíba. Em 2006, o setor de alimentos e bebidas aumentou para 70% sua participação na indústria, em função do baixo desempenho da indústria química. Em Sergipe, a atividade industrial representa 31,4% da economia: 7,4% na extração de petróleo, 9,7% na indústria de transformação, 8,2% na geração e distribuição de energia elétrica (a hidrelétrica de Xingó pertence ao estado) e 6,0% na construção. Rondônia, que nos últimos anos se destacou na pecuária e na produção de grãos (principalmente soja), tem sua economia baseada na produção agropecuária (19,4%) e nos serviços (66,3%), dos quais 31,1% correspondem a administração pública. O Piauí, com peso de 0,5% no PIB brasileiro, está na 23ª posição, sendo sua economia assim distribuída: 9,5% na agropecuária (feijão, milho e soja, que vem ganhando importância), 17% na indústria (alimentos e bebidas na indústria) e 73,5% nos serviços. Tocantins está na 24ª posição, com 0,4% do PIB nacional em todos os anos da série. Sua agropecuária representa 18,5% (arroz, milho, soja e bovinos), a indústria, 24,1% (dos quais 14,3% pertencem à construção civil) e os serviços, 54,7%, onde a administração pública participa com 24,6%. O peso da construção civil na economia de Tocantins, um estado criado recentemente, é o maior dentre as 27 unidades da federação. Acre (25ª) e Amapá (26ª), muito próximos, trocaram de posição ao longo da série, e dependem muito do setor público. Amapá e Roraima têm cerca de 50% da economia ligada ao setor público. As taxas de crescimento de suas populações são as mais altas entre os estados, gerando grande demanda por serviços públicos e infra-estrutura. Roraima se mantém como o menor PIB dentre as 27 unidades da federação. Distrito Federal continua com o maior PIB per capita do País O maior PIB per capita continua sendo o do Distrito Federal (R$ 37.600), cerca de três vezes o PIB per capita nacional (R$ 12.688). No período, os três maiores PIB per capita permaneceram na mesma ordem: Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. O mesmo ocorreu com os dois menores, Maranhão e Piauí. Dos estados com PIB per capita inferior a média do país no primeiro ano da série, Mato Grosso foi o único a ultrapassar a média nacional nos anos posteriores: em 2002, o PIB per capita do estado equivalia a 90% do brasileiro passando a ser 10% maior que essa média em 2003, 30% maior que ela em 2004 e 10% maior que a mesma em 2005. Em 2006, ficou quase igual à média brasileira. Os demais estados com PIB per capita acima da média do Brasil eram: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo, Rio G. de Sul, e Paraná. Ceará lidera em volume (8,0%) enquanto Mato Grosso (-4,6%) teve a única queda Em 2006, dezoito das 27 unidades da federação tiveram crescimento igual ou superior à média brasileira (4,0%). Elas representavam 70,7% do PIB do país. Apenas Mato Grosso teve queda em volume (-4,6%). A Bahia cresceu 2,7% e foi o único estado do Nordeste com resultado inferior a média brasileira. Três entre os sete estados da região Norte – Rondônia (3,6%), Tocantins (3,1%) e Amazonas (2,6%) – ficaram abaixo da média nacional. O Pará obteve o terceiro melhor resultado no ano (7,1%) impulsionado pelo setor extrativa mineral, que cresceu 8,7% em 2006, em função do aumento da produção do minério de ferro (14,8%). Já a indústria de transformação cresceu 11,7%, influenciada, principalmente, pelos setores de metalurgia básica (22,9%) e alimentos e bebidas (18,0%). O Amazonas segundo maior estado da região norte, cresceu abaixo da média em função do baixo desempenho da indústria de transformação (0,2%) responsável por 36,8% do valor adicionado do estado. O resultado também foi influenciado pela base de comparação elevada, devido ao desempenho dos anos anteriores e ao setor de materiais eletrônicos e de comunicação (-12,8%) que reduziu a produção de telefones celulares e rádio. Rondônia e Tocantins se ressentiram do baixo desempenho do setor agropecuário, muito importante para suas economias, em função de fatores climáticos. Já Amapá, Roraima e Acre tiveram bons desempenhos pelo excelente ano da atividade comercial em todo Brasil, especialmente para as regiões norte e nordeste. Oito dos nove estados do Nordeste cresceram acima da média nacional, com destaque para a atividade comercial (8,1%). O Ceará, em 2006, teve o melhor desempenho dentre as 27 unidades da federação, crescendo 8%, com o bom desempenho de todos os setores econômicos: agropecuária (35,3%), indústria (5,3%) e serviços (6,5%). O avanço da agropecuária no estado deve-se aos programas de incentivo, como os governamentais, garantindo renda mínima para pequenos agricultores, além do melhoramento de técnicas e genética. Os outros estados da região, exceto a Bahia, também tiveram bons resultados. Destaque para Paraíba (6,7%) e Piauí (6,1%) quarto e sexto maiores crescimentos respectivamente. Na Paraíba foi excelente o desempenho da agropecuária (19,9%), setor responsável por 7,2% da economia em 2006, influenciado, principalmente pelo aumento da produção de feijão (90%) e do abacaxi (5%). A cana de açúcar cresceu 24%. Já o Piauí teve um crescimento mais equilibrado, onde todos os setores ficaram acima da média. A agropecuária (4%) respondeu por 9,5% da sua economia em 2006. O bom desempenho das culturas do feijão (41%) e da mandioca (33%) além da castanha de caju (71%) compensou a queda nas demais culturas, principalmente a da soja, (-34,%). A pecuária manteve-se estabilizada. Pernambuco tem o melhor ano da série, crescendo 5,1%. A agropecuária cresceu 9,3% no seu valor agregado, em 2006, e a agricultura (7,7%) foi influenciada pelo crescimento físico de suas principais culturas: cana-de-açúcar (2,8%), uva (3,3%), manga (11,6%) e banana (8,2%). Na indústria de transformação, o crescimento deu-se em alimentos e bebidas (8,6%), devido ao aumento na produção de açúcar cristal e refrigerantes, e na metalurgia básica (9,2%), com a maior fabricação de vergalhões de aço e de chapas e tiras de alumínio. Em 2006, obras importantes impulsionaram a construção civil, como a duplicação da BR 101 e a continuidade da duplicação da BR 232. Na Bahia, houve baixo desempenho no cultivo de soja, cereais e na silvicultura. A indústria baiana (30,7% da economia estadual em 2006) cresceu 2,2%, quase igual a média nacional (2,3%). Os destaques da indústria de transformação foram a fabricação de papel e celulose (18,6%), refino de petróleo e álcool (4,6%), metalurgia básica (9,7%), alimentos e bebidas (1,2%) e veículos automotores (-6,3%). A indústria extrativa mineral (em torno de 2% da economia baiana), caiu (–7,7%) com a diminuição na extração de petróleo e gás natural, e a queda na extração de minérios como o cobre (-5,3%), cromo (-10,6%) e magnesita (-2,9%). Nos Serviços, responsável por 61,5% do valor adicionado do estado em 2006, a Bahia cresceu 3,5%, e os principais destaques foram: comércio (5,3%), intermediação financeira (7,1%) e administração pública (3,3%) que juntos somam 32,4% da economia estadual. Rio Grande do Norte (4,7%), Alagoas (4,4%) e Sergipe (4,1%) cresceram acima da média. No RN, houve crescimento de 20,7% na agropecuária, representando um incremento de 0,8% na participação da atividade no valor adicionado do estado. Em 2006 destaca-se a fruticultura irrigada, onde o melão, principal produto, teve crescimento de 53% em sua produção. No caso de Alagoas, o bom desempenho deve-se à indústria de transformação, no seguimento de alimentos e bebidas, com crescimento de 4,2%, e também os serviços com crescimento de 4,5%. Já Sergipe o resultado global do setor agropecuário tornou-se positivo influenciado pelo crescimento de 14,6% da pecuária, já que houve queda na agricultura de 7,3%. O resultado foi impulsionado pela criação de bovinos que cresceu 18%, com o aumento na produção de leite (26,8%), decorrente de investimentos no setor e aumento da produtividade, assim como a pesca (18%). No Sudeste, Minas Gerais (3,9%) fica um pouco abaixo da média brasileira e o Espírito Santo teve o segundo maior crescimento (7,7%), enquanto Rio de Janeiro e São Paulo ficaram na média (4,0%). O Espírito Santo contou com o bom desempenho da industria e dos serviços, que cresceram 7,4% e 7,5% respectivamente, com o desempenho da extração mineral e transformação no setor industrial e, no caso dos serviços, quase todos as atividades tiveram bom desempenho, com destaque para o comércio (8,7%). O Rio de janeiro se beneficiou da expansão da extração de petróleo (4,6%) e com o avanço do preço internacional do petróleo No caso paulista, o destaque foi o setor de serviços (4,5% em 2006), impulsionado pelos serviços prestados às empresas (4,3%, passando a representar 47,5% do setor no país) e o comércio e serviços de manutenção e reparação (5,6%). A indústria de São Paulo cresceu 2,0% com o desempenho da indústria de transformação (1,4%). A agropecuária (–0,2%) a cana-de-açúcar e a laranja (1,5% e 0,8% respectivamente, em 2006) compensaram as quedas em volume de outros produtos da lavoura temporária (-22,3%) como a batata-inglesa (-12,6%) e o algodão herbáceo (-37,6%). No Sul, em 2006, apenas o Rio Grande do Sul cresceu acima da média (4,7%), com Santa Catarina (2,6%) e Paraná (2,0%) a seguir. No caso do Rio Grande do Sul, em 2006 a agropecuária cresceu 50,1%, compensando a queda (-17,4%) do ano anterior. Desta forma, a participação desse setor na economia passou dos 7,1% em 2005 para 9,3% em 2006. O segmento de lavouras determinou o crescimento, pelas condições climáticas favoráveis, situação distinta dos dois anos precedentes, quando ocorreu severa estiagem. O resultado só não foi melhor pelo baixo desempenho do setor industrial (-1,9%), influenciado pela queda na indústria de transformação (–2,4%) estreitamente vinculada ao setor agrícola nacional. Paraná e Santa Catarina, também influenciados pela seca nos dois anos anteriores, tiverem recuperação no setor agropecuário: 5,7% e 3,2%, respectivamente, em 2006. No Paraná o destaque foi a cana de açúcar (21,2%), cultura que se expandiu em 69 municípios, com a diminuição de área plantada de outras lavouras. Também houve altas na produção do feijão (47%) e do café (61%). Em Santa Catarina o setor agropecuário vem se recuperando de problemas climáticos que ocasionaram perdas na safra de soja, com crescimento real de cerca de 32% em 2006. A criação de suínos teve crescimento real de 24,5%, fruto da parceria entre os grandes frigorífico e as pequenas propriedades rurais, sobretudo na região oeste catarinense, onde encontram-se os maiores frigoríficos do país. No Centro-Oeste, Goiás (3,1%) e Mato Grosso (-4,6%) ficaram abaixo média nacional enquanto Mato Grosso do Sul (5,2%) e Distrito Federal (5,4%) ficaram acima dela. No Mato Grosso, o setor agropecuário (31,2% do valor adicionado do estado em 2005) teve queda em volume (17,9%) em 2006, e sua participação, em 2006, recuou para 25,3%. Em 2006, o excesso de chuvas ocasionou a ferrugem asiática, prejudicando a produção de soja. Além de problemas climáticos, Mato Grosso que tem cerca de 60% de sua produção destinada às culturas de exportação (soja, algodão e milho), a desvalorização do dólar em 2006 agravou a perda do valor adicionado dessas culturas. Em Goiás, a produção de soja, que representa 40% da pauta de exportação do estado, teve queda em relação a 2005 (-13,8%). Com os prejuízos nas últimas safras, os produtores negligenciaram o uso adequado de insumos, provocando redução do rendimento médio. A indústria de transformação cresceu apenas 0,9%, por ser fortemente vinculada ao setor agrícola. No Mato Grosso do Sul, o ano de 2006 foi marcado pelo início da superação das dificuldades enfrentadas em 2004 e 2005, quando o setor agrícola teve perdas expressivas na safra de grãos, em função de secas. Na pecuária, ocorreram dificuldades de comercialização de produtos de origem animal em função da febre aftosa, em 2005. Já o Distrito Federal foi impulsionado pelo setor de serviços (5,0% e com peso de 93,4% da economia do estado em 2006). Os destaques foram: administração, saúde e educação públicas (3,8%), intermediação financeira (12,0%), comércio e serviços de manutenção e reparação (10,3%) que, somadas respondem por 71,4% da economia brasiliense.