54º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Aplicação da engenharia metabólica em leveduras industriais para produção de álcool combustível Gueiros, RS; Pereira, EVS; Morais, MA; Simões, DA Departamento de Genética e Departamento de Bioquímica. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, PE, Brasil [email protected] Palavras-chave: Saccharomyces cerevisiae, engenharia metabólica, etanol Os conceitos da engenharia metabólica vêm sendo utilizados com o objetivo de aumentar rendimentos e incluir novas rotas metabólicas que possibilitem a produção de metabólitos de interesse biotecnológico. Uma das alternativas para suprir o aumento pela demanda por etanol combustível é a engenharia metabólica de linhagens industriais de Saccharomyces cerevisiae visando o aumento do rendimento em etanol. Portanto, a deleção ou superexpressão de algumas desidrogenases pode contribuir para se alcançar este objetivo. Nesse contexto, o gene GDH1 foi parcial ou completamente removido com o uso de fragmentos de PCR que continham seqüências com mais de 300 bp de homologia com as regiões 5’ e 3’ do gene alvo do genoma da linhagem industrial JP1, que segundo Silva-Filho et al (2005) é dominante no processo fermentativo de diferentes destilarias. O gene GDH1 codifica a principal enzima da via de assimilação de amônia e sua remoção deve causar a substituição dos cofatores NADPH por NADH na assimilação de amônia. A segunda estratégia, com base nos experimentos de Bro e cols. (2006), consistiu na inserção genômica por integração homóloga do gene bacteriano gapN, codificador da enzima gliceraldeido-3-fosfato desidrogenase. Esta enzima bacteriana utiliza NADPH como cofator, ao invés de NADH, e não promove a síntese de ATP durante a produção 2-fosfoglicerato. O gene gapN foi clonado sob a regulação do promotor do gene TPI1 em um plasmídeo integrativo que apresenta seqüências das regiões 5’ e 3’ do gene HO de S. cerevisiae para gerar o vetor integrativo pHO-GAPN. O cassete de integração foi purificado após digestão coma enzima NotI e utilizado para inserção no lócus HO do genoma da levedura por transformação celular segundo o método descrito por Gietz e Woods (2002). As linhagens recombinantes ∆gdh1 e TPI1-gapN foram foram avaliadas em ensaios fermentativos para a produção de glicerol e etanol. Com relação aos rendimentos em glicerol, conclui-se que a deleção do gene GDH1 não apresenta os efeitos previamente descritos quando testada em meios com razão carbono/nitrogênio (C/N) elevada (condição industrial), enquanto a superexpressão do gene gapN manteve seu efeito naquela condição. Desta forma, consideramos promissora a aplicação em ambientes industriais de linhagens construídas baseadas nas duas últimas estratégias citadas. Quanto aos rendimentos em etanol, conclui-se que não houve diferença significativa ao nível de 4% entre as condições testadas, em comparação com a linhagem parental. Sendo assim, os resultados mostraram que as modificações genéticas em alguns pontos do metabolismo central podem contribuir para o aumento na produção e rendimento de etanol durante a fermentação industrial. Apoio financeiro: CNPq e FADE-UFPE. 216