Universidade Castelo Branco Rainer Alves da Fonseca (Mat. 2007000249) FUNÇÕES DA QUIMICA ORGÂNICA E A CARACTERIZAÇÃO DAS RESPECTIVAS NOMENCLATURAS Rio de Janeiro 2008 Rainer Alves da Fonseca (Mat. 2007000249) FUNÇÕES DA QUIMICA ORGÂNICA E A CARACTERIZAÇÃO DAS RESPECTIVAS NOMENCLATURAS Trabalho realizado para o cumprimento parcial da disciplina de Química orgânica I, da graduação em Ciências Biológicas. Prof. Celeste Yara dos Santos Siqueira. Rio de Janeiro 2008 Introdução A introdução ao ensino da química orgânica é normalmente apresentada como sendo uma parte da química relacionado à vida, tendo como ponto central, o átomo de carbono, e com funções e reações específicas. Aqui será feita uma abordagem que privilegia as funções orgânicas e sua nomenclatura. Funções organicas e suas nomenclaturas Éter É uma função orgânica, composta de um átomo de Oxigênio ligado a dois de Carbono. Os éteres são compostos orgânicos caracterizados pela presença de um átomo de oxigênio entre dois carbonos da cadeia. Podem ser formados pela desidratação intramolecular de álcoois. Ou seja são compostos orgânicos derivados teoricamente dos álcoois pela substituição do H do grupo – OH por um radical derivado de hidrocarboneto. Sua fórmula genérica é: R-O-R', onde R e R' são radicais orgânicos (alquila ou arila). Nomenclatura Oficial Damos nome às cadeias que vêm antes e depois do oxigênio como hidrocarboneto, intercalando o termo oxi no meio deste nome. Usual Utiliza-se a palavra éter seguida do nome dos radicais com a terminação ico. Os éteres pouco complexos são nomeados considerando-se que uma das partes da cadeia que contém o átomo de oxigênio é uma ramificação da cadeia Por exemplo: CH3CH2-O-CH2CH3: etóxietano (conhecido comumente como éter etílico) CH3CH2-O-CH2CH2CH3: etóxipropano CH3CH2(CH3-O-)CH2CH2CH3: 3-metóxipentano Éteres mais complexos podem ser nomeados considerando o átomo de oxigênio parte da cadeia, indicando a substituição de um átomo de carbono como "oxa". Por exemplo: O etóxietano poderia ser nomeado como se fosse uma cadeia de 5 carbonos, dos quais o terceiro foi substituído pelo oxigênio. O nome ficaria: 3oxapentano. Uma outra notação é radical-1 radical-2 éter. Por exemplo: Os boosters de octanagem MTBE e ETBE são, respectivamente, o metil tércio-butil éter e o etil tércio-butil éter. Alcool CH3 - CH2 - O - CH2 - CH3 tem os nomes: etoxietano, éter dietílico, éter etílico. É usado como solvente e anestésico geral. É um líquido que ferve a 35°C. O seu uso merece precauções pelos seguintes motivos: Nesse sentido, todos esses tipos são originados da fermentação assistida de inúmeras plantas, o álcool (do árabe al-kohul) é um classe de compostos orgânicos de fórmula R-OH na qual R é um radical alquila. Exemplos O etanol ou álcool etílico é o tipo de álcool mais comum. Está contido nas bebidas alcoólicas, é usado para limpeza doméstica e também é combustível para automóveis. A fórmula do etanol é CH3CH2OH. O metanol ou álcool metílico é um álcool que não deve ser ingerido, pois é extremamente tóxico para o Fígado. A fórmula do metanol é CH3OH. Álcool anidro é um álcool com até 1% de água (já que é difícil a obtenção de álcool totalmente puro), e pode ser adicionado à gasolina para aumento da octanagem, atuando como "antidetonante", para que a gasolina possa ser comprimida no pistão do motor carburante ao máximo e não entre em combustão antes de acionada a vela do motor. O álcool bornílico é obtido ligado com o hidroterpendio que corresponde a cânfora. O álcool desnaturado é uma composição com o metileno. O álcool natural é obtido pela fermentação e destilação de produtos agricolas e naturais. Classificação Alcool primário Os álcoois primários têm o grupo hidroxila ligado a um carbono primário; um exemplo é o etanol. A fórmula geral dos álcoois primários é: (Na figura R representa um radical hidrocarboneto qualquer) Alcool secundário Os álcoois secundários têm o grupo hidroxila ligado a um carbono secundário; por exemplo: 2-propanol. A fórmula geral é: (Na figura R representa um radical hidrocarboneto qualquer.) Alcool terciário Os álcoois terciários têm o grupo hidroxila ligado a um carbono terciário; por exemplo: 2-metil-2-propanol (trimetilcarbinol). A fórmula geral é: (Na figura R representa um radical hidrocarboneto qualquer.) Nomemclatura A nomenclatura dos álcoois é baseada na dos hidrocarbonetos de que derivam: basta substituir o o final por ol. Se essa nomenclatura for ambígua quanto à posição da hidroxila, o sufixo ol deve ser por ela precedido. Por exemplo, propan-2-ol indica um grupo hidroxila ligado ao carbono 2 do propano. Também pode ser escrito 2-propanol. Em certos casos pode ser necessário usar a nomenclatura na forma prefixal. Nesse caso, deve-se usar o prefixo hidróxi. Por exemplo, se tivermos um grupo hidroxila ligado a um anel benzênico, podemos usar o nome hidróxibenzeno (essa substância é usualmente conhecida como fenol). Fenol (ácido carbólico) É uma função orgânica caracterizada por uma ou mais hidroxilas ligadas a um anel aromático. Apesar de possuir um grupo -OH característico de álcool, o fenol é mais ácido que este, pois é mais facilmente oxidado. São obtidos principalmente através da extração de óleos a partir do alcatrão de hulha. Fenol também é o nome usual do fenol mais simples, que consiste em uma hidroxila ligada ao anel benzênico. Outros nomes para a mesma substância incluem: benzenol; ácido carbólico; ácido fénico (ou ácido fênico, no Brasil); ácido fenílico; hidroxibenzeno; monohidroxibenzeno. Sua fórmula molecular é C6H5OH. Geralmente os fenóis são sólidos, cristalinos, tóxicos, cáusticos e pouco solúveis em água. Nomemclatura nome de nome de + RO R1 H R R1 Aldeído É um composto químico orgânico que se caracteriza pela presença, em sua estrutura, do grupamento H—C=O (formila ou formilo), ligado a um radical alifático ou aromático. É obtido através da oxidação de álcoois primários em meio ácido ou de sua desidrogenação catalítica em presença de cobre. O odor dos aldeídos que têm baixo peso molecular é irritante, porém, à medida que o número de carbonos aumenta, torna-se mais agradável. Os aldeídos de maior peso molecular, que possuem de 8 a 12 átomos de carbono, são muito utilizados na indústria de cosméticos na fabricação de perfumes sintéticos. Os aldeídos mais simples são designados a partir dos ácidos carboxílicos correspondentes. Assim, o composto derivado do ácido butírico é chamado de aldeído butírico ou butiraldeído. A fórmula bruta dos aldeídos corresponde a um álcool com dois átomos de hidrogênio a menos. Aldeído → O=C—H Nomemclatura Segundo a nomenclatura IUPAC, o nome de um aldeído é obtido substituindo-se a terminação "o" do hidrocarboneto correspondente por "al". Nos compostos que apresentam ramificações, considera-se como principal a cadeia que contém o grupo funcional, iniciando-se nela a numeração. Exemplos: CH3CH2COH: propanal HOC-CH2-CH2-COH: butanodial (note que a numeração não é necessária, já que a função aldeído só pode estar na extremidade da cadeia) Quando não for possível usar a forma sufixal, há ainda duas alternativas: Usar o sufixo -carbaldeído. Por exemplo, HOC-CH2CH2CH(CHO)CH2CHO poderia ser nomeado como butano-1,2,4-tricarbaldeído. Note que, dessa maneira, excluímos da cadeia os carbonos da formila. Usar o prefixo formil-. Por exemplo, poderíamos nomear o mesmo composto do exemplo anterior como 3-(formilmetil)hexanodial, considerando como parte da cadeia principal dois grupos formila. Cetonas São compostos orgânicos caracterizados pela presença do grupamento C=O, carbonila, ligado a dois radicais orgânicos. Apresentam uma fórmula geral R-C(=O)-R', onde R e R' podem ser iguais (cetonas simples ou simétricas) ou diferentes (cetonas mistas ou assimétricas); alifáticos ou aromáticos; saturados ou insaturados. R e R' podem também estar unidos. Nesse caso, compõem um ciclo (cetonas cíclicas). Quando R ou R' é um átomo de hidrogénio, estamos na presença de um aldeído. Formação Cetonas são formadas pela oxidação de álcoois secundários. Um átomo de hidrogênio (ligado ao oxigênio) é retirado e o átomo de oxigênio passa a fazer uma ligação dupla com o carbono da cadeia. Nomemclatura A nomenclatura desses compostos é feita fundamentada na dos hidrocarbonetos, apenas trocando o sufixo "o" por "ona". Quando houver ambigüidade na posição do grupo carbonila, esta deve ser indicada antes do sufixo, da mesma maneira que em outras funções orgânicas. Seguem alguns exemplos de cetonas: propanona (a vulgar acetona): CH3-CO-CH3 butanona: CH3-CO-CH2-CH3 pentan-2-ona: CH3-CO-CH2-CH2-CH3 pentan-3-ona: CH3-CH2-CO-CH2-CH3 hexan-2-ona: CH3-CO-(CH2)3-CH3 hexan-3-ona: CH3-CH2-CO-(CH2)2-CH3 butanodiona (também conhecido por diacetilo): CH3-CO-CO-CH3 pentan-2,4-diona: CH3-CO-CH2-CO-CH3 Quando o composto tiver mais de uma função e uma delas tiver maior precedência que a função cetona, deve-se usar o prefixo oxo. Por exemplo: CH3-CO-CH2-COOH: ácido 3-oxobutanóico (também chamado de ácido acetoacético). CH3-CH2-CO-CH(CH3)-COH: 2-metil-3-oxopentanal. Nomemclatura usual Também existe as nomenclatura usual "(radical menor)-(radical maior)cetona". Exemplo: CH3–CO–CH2CH2CH3: metil-propil-cetona. A nomenclatura oficial correspondente seria pentan-2-ona (ou 2-pentanona). Éster Na química orgânica e bioquímica, os ésteres constituem o grupo funcional (R´-COOR"), que consiste num radical orgânico unido ao resíduo de qualquer ácido oxigenado, orgânico ou inorgânico. Um éster é o produto da reação de um ácido (geralmente orgânico) com um álcool (o hidrogênio do ácido R-COOH é substituído por um grupo alquilo R"). Os ésteres mais comuns que se encontram na natureza são as gorduras e os óleos vegetais, os quais são ésteres de glicerol e de ácidos graxos. Os ésteres resultam freqüentemente da condensação (uma reação que produz água) de um ácido carboxílico e de um álcool. Ao processo dá-se o nome de esterificação. Esteres de ácidos orgânicos Os ésteres são derivados de ácidos pela substituição do hidrogênio do ácido por um radical orgânico. São possíveis ésteres sulfurados (exemplo: acetil-CoA), ésteres de fosfato (ex: ATP), porém os mais importantes são os ésteres de ácidos carboxílicos. Alguns deles estão representados abaixo: Fórmula geral: orgânicos Exemplos: Nomemclatura onde R e R1 são radicais (Nome do ânion derivado do ácido substituindo o sufixo ICO por ATO) de (Nome do radical) CH3COO - CH3 ==> Acetato de metila ou etanoato de metila CH3 - CH2 - COO - CH2 - CH3 ==> propanoato de etila CH3 - COO - CH2 - CH2 - CH2 - CH3 ==> Etanoato de butila CH2 = C (CH3) - COO - CH3 ==> metil propenoato de metila, o monômero do acrílico (plástico). Ácidos carboxílicos Na química orgânica, ácidos carboxílicos são ácidos orgânicos caracterizados pela presença do grupo carboxila. Em fórmulas químicas, esses grupos são tipicamente representados como COOH. Moléculas que possuem tal grupo funcional também são chamadas ácidos carboxílicos ou ácidos orgânicos. Fórmula geral: R é um radical orgânico alquila, alquenila, arila ou hidrogênio. - COOH é o grupo funcional carboxila. R - CO- é um radical orgânico acila. Acidos monocarboxilicos Identificação São aqueles que apresentam na sua estrutura um único grupo funcional carboxila, onde R é um radical orgânico alquila, alquenila, arila ou hidrogênio. Apresentam formula geral R - COOH Nomenclatura Oficial: Ácido (nome da cadeia carbônica derivado do hidrocarboneto)ÓICO Usual: Nome, em geral, de origem latina ou grega. Exemplo: CH3 - COOH Nomenclatura oficial: Ácido etanóico (cadeia derivada do hidrocarboneto etano ) Nomenclatura usual: àcido acético ( do latim acetum que significa azêdo ) [editar] Principais ácidos monocarboxílicos: Ácido fórmico Ácido acético Ácido propiônico Ácido butírico Ácido crotônico Ácido sórbico Ácido benzóico Ácido cinâmico Ácido valérico ácidos graxos Ácido acrílico Ácidos dicarboxílicos: Identificação São os ácidos carboxílicos que apresentam na sua estrutura dois grupos funcionais carboxila, onde R é um radical orgânico. Apresentam formula geral HOOC - R - COOH Nomenclatura Oficial: Ácido (nome da cadeia carbônica derivado do hidrocarboneto)DIÓICO Usual: Nome , em geral,de origem latina ou grega. Exemplo: HOOC - CH2 - COOH Nomenclatura oficial: Ácido propanodióico (cadeia derivada do hidrocarboneto propano ) Nomenclatura usual: Ácido malônico [editar] Principais ácidos dicarboxílicos: ácido oxálico ácido adípico ácido malônico Ácido fumárico ácido succínico Ácido oftálico ácido glutárico Ácido tereftálico Amidas Denomina-se amida todo composto orgânico que possui o nitrogênio ligado diretamente a um grupo carbonila. Conforme o nitrogênio estabeleça ou não outras ligações com carbono, as amidas podem ser divididas em 3 grupos: Amida não substituída: apresenta 2 hidrogênios ligados ao nitrogênio. Nomenclatura: Prefixo + Infixo + Amida Amida monossubstituída: apresenta 1 hidrogenio substituído por 1 radical (cadeia carbônica). Nomenclatura: N + nome do radical ou N,N + nome dos radicais + prefixo + infixo + amida Amida dissubstituída: apresenta 2 hidrogenios substituídos por 2 radicais iguais ou diferentes. Nomenclatura: N + nome do radical ou N,N + nome dos radicais + prefixo + infixo + amida Podemos também classificar as amidas quanto ao número de grupos acila ligados ao nitrogênio: Primária - É do tipo (R-CO)NH2, ou seja, há somente um grupo acila ligado ao nitrogênio. Secundária - É do tipo (R-CO)2NH, ou seja, há dois grupos acila ligados ao nitrogênio. Terciária - É do tipo (R-CO)3N, ou seja, há três grupos acila ligados ao nitrogênio. Nomenclatura oficial IUPAC: prefixo + infixo + amida OBS: As amidas secundárias e cíclicas são chamadas imidas. Amina Amoníaco As aminas são uma classe de compostos químicos orgânicos nitrogenados derivados do amoníaco (NH3) e que resultam da substituição parcial ou total dos hidrogênios da molécula por grupos hidrocarbónicos (radicais alquilo ou arilo – frequentemente abreviados pela letra R). Se substituirmos um, dois ou três hidrogénios, teremos, respectivamente, aminas primárias (R-NH2), secundárias(R1R2NH) ou terciárias (R1R2R3N). As aminas podem ser classificadas como simples quando os grupos alquil são iguais ou mistos, se estes forem diferentes. Quando se usa os prefixos di e tri, indica-se que a amina é secundária ou terciária, respectivamente, e com grupos radicais iguais. Quando os grupos são diferentes, estes são nomeados sucessivamente, do menor para o maior, terminando o nome do composto com o sufixo “amina”. Algumas vezes indica-se o prefixo amino, indicando, de seguida a posição e o nome do grupo hidrocarbónico. Aminas Amina primária Amina secundária Amina terciária Nitrila Nitrilas: apresentam o seguinte grupo funcional: -CN De maneira geral, pode-se considerar que as nitrilas são obtidas a partir da substituição do gás cianídrico(HCN). Formador de nitrilas: HCN O cianeto de hidrogênio(HCN), nas condições ambientais(25°C), é um líquido (TF=13°C; TE=26°C), sendo que a temperaturas pouco maiores é um gás com cheiro de amêndoa amarga. Sua descobeta ocorreu em 1782 quando Scheele aqueceu o azul da Prússia com o ácido sulfúrico por esse motivo, foi inicialmente denominado ácido prússico. Nomemclatura ácido nome de ico R COOH + nitrilo Haleto Os haletos ou halogenetos (derivam do nome grego halos - sal) são compostos químicos que contém átomos dos elementos do grupo VII halogênios (flúor (F), cloro (Cl), bromo (Br), iodo (I) e astato (At)) em estado de oxidação -1. Suas características químicas e físicas lhe fazem ser parecidos do cloreto até o iodeto, sendo uma exceção o fluoreto. Podem ser formados diretamente desde os elementos ou a partir do ácido HX (onde X = F, Cl, Br, I) correspondente com uma base. Os haletos inorgânicos Os halogenetos inorgânicos são sais que contém os íons F-, Cl-, Br- ou I-. Com ions prata formam um precipitado de haleto de prata (exceto o fluoreto, que é solúvel). A solubilidade do sal de prata decai com o peso do halogeneto. Ao mesmo tempo aumenta a cor que vai de branco para o cloreto AgCl a amarelo no AgI. NaF + AgNO3 → NaNO3 + AgF NaCl + AgNO3 → NaNO3 + AgCl KBr + AgNO3 → KNO3 + AgBr KI + AgNO3 → KNO3 + AgI Também existem complexos metálicos dos halogenetos. Assim, o iodeto de mercúrio (elemento) se dissolve em presença de um excesso de iodo para formar ânions de tetraiodomercurato HgI42-. (Este íon se encontra por exemplo no reativo de Nessler utilizado na determinação qualitativa do amoníaco). Conclusão A aproximação dos temas abordados acima com o nosso cotidiano é capaz de fazer-nos não somente perceber a importância da química na sociedade, mais principalmente na biologia, bem como nos dar uma noção dos vários processos que ocorrem nos seres vivos ou mesmo na produção da maioria dos produtos utilizados no nosso dia-a-dia. Bibliografia SERRANO, Juan Ferré, 1946 – Química: volume único: ensino médio/Juan Ferré. - São Paulo: Scipione, 2000. – (Coleção novos tempos)