Editorial - Elisa Neiva Vieira

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CAMPANHA OUTUBRO ROSA
Editorial
Dra. Elisa Maria Neiva Vieira
Diálogos ROSA
Em 01 de Outubro de 2014, a cidade
de Sorocaba amanheceu rosa. Diversos setores da sociedade, instituições, setor público e privado, ONG’s,
pacientes, todos envolvidos em uma
corrente rosa para o bem: a detecção
precoce para o câncer de mama. O cenário que vislumbramos este ano, não
pode esmorecer. Ele deve estar a cada
dia do ano, mais e mais rosa, culminando com muitas ações conscientes
de todos os próximos outubros. A causa do câncer de mama é de todos!
do pelo médico, mas que reconhecidas
cientificamente vem agregar qualidade de vida aos pacientes); autoestima
e enfrentamento do processo de adoecimento e a psico oncologia, que é a
infer face entre duas áreas de extrema
importância.
Este encarte do Grupo Andanças e
Núcleo Sorocaba da Sociedade Brasileira de Psico Oncologia, mais uma
vez gentilmente cedido pelo Jornal
Ipanema, apoiador da causa em Sorocaba, coloca questões importantes
sobre o câncer de mama, elaboradas
diretamente para todos os pacientes e
público em geral.
É necessário que reconheçamos a dor
que traz o adoecer. Precisamos vivê
-la para podermos ter força emocional para enfrentar cada momento de
tristeza, fragilidade e deixa-los partir
para enfim, entendermos, que é possível sim, vencer o câncer e viver com
qualidade.
Abordamos a necessidade de uma boa
comunicação entre médico e paciente
como um dos pontos principais para
o sucesso do tratamento; desmistificamos muitas questões sobre quimioterapia e radioterapia, câncer de mama
e hereditariedade; apresentamos de
forma clara e objetiva a necessidade
do laser-terapia, falamos de terapias
integrativas (aquelas que não dispensam o tratamento oncológico orienta-
Este é um breve resumo do que vivemos durante o tratamento do câncer
de mama: equipe e pacientes sempre
unidos visando o sucesso do tratamento, em uma comunicação clara e
direta. Cada texto fala de vida e das
diversas formas de resignificá-la.
Cada texto foi pensado com muito critério, para que não haja dúvidas; para
que possamos a cada dia “quebrar” os
mitos, preconceitos e tabus que envol-
vem o câncer de mama e todos os tipos de câncer.
Passamos por mais um mês de outubro que foi rosa... vivemos o que há alguns anos atrás seria impossível, pois
o preconceito não nos permitia expressar com clareza a palavra câncer.
E assim seguimos em um processo de
constante transformação e evolução
em prol da saúde física e emocional.
Em nossas Andanças realizamos a VI
Caminhada Outubro Rosa com muito
sucesso. Que este sucesso esteja presente na vida de todos os pacientes,
familiares, profissionais da saúde, militantes e simpatizantes da causa por
um único e grande motivo: aumentar
a possibilidade do diagnóstico precoce diminuindo a alta incidência do
câncer de mama, o que significa dizer:
Câncer de Mama tem Cura. Se toque!
Dra. Elisa Neiva Vieira
Psico-oncologia o caminho do cuidado integral
A Psico-Oncologia é uma área de assistência ao paciente com câncer, a sua
família e aos profissionais oncológicos,
que nasceu no Brasil em 1994 quando
foi fundada a Sociedade Brasileira de
Psico-Oncologia – SBPO.
Proveniente de um movimento mundial, que muda a atenção ao câncer,
teve o Dr. José Schavelzon cirurgião
oncológico e psicanalista, em 1965,
na Argentina e Jimmie Holland, psiquiatra nos Estados Unidos, como
seus percursores. Hoje temos a International Psycho-Oncology Society,
representando mais de 30 países, que
possuem a psico-oncologia.
A Psico-Oncologia é uma área que
agrega os aspectos psicológicos e psicossociais relacionadas à todas as etapas do câncer, seja na prevenção, no
tratamento, nos cuidados paliativos,
na terminalidade, no pós-morte. Produz estudos e pesquisas específicas,
forma profissionais e organiza serviços.
Entende-se por psico-oncologista todos os profissionais multidisciplinares
da oncologia, médicos, psicólogos,
enfermeiros, nutricionais e outros associados a SBPO, podendo ser Certificados.
É uma área atualizada, acompanha as
descobertas mais recentes da ciência
na genética, proposta de tratamento
.... E promove nesse mundo tecnológico o “Cuidado” ao ser da pessoa
que adoeceu com um tumor maligno.
Funde ao técnico-científico o mental,
o emocional, o social e o espiritual.
Ressuscita a lembrança que a pessoa
é formada por partes que compõem
um todo. E, quando uma dessas parte
adoece todos os outros estão envolvidos ou na própria origem da doença
ou como efeito. Mas, com a certeza
que o todo irá participar do resultado
dessa história.
A SBPO possui uma Diretoria Nacional, que nesta gestão (2013-2015) a
maioria encontra-se no Espirito Santo. Há também as Diretorias Estaduais
nos estados Rio de Janeiro, São Paulo,
Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia e no estado de São
Paulo ainda há dois núcleos (Sorocaba
e São José do Rio Preto).
As pessoas interessadas em mais informações sobre a SBPO poderão
entrar em contato através dos email
[email protected] e contato@
sbpo.org.br, site : SBPO.ORG.BR e facebook.
Temos referências de cursos, livros e
serviços aos profissionais, pacientes e
familiares.
O Câncer ainda é uma doença que
nos preocupa muito, mas em toda
nossa caminhada muitas flores foram
Jurama Ribeiro de Oliveira
Psico Oncologista (presidente da SBPO)
colhidas, muitos cantos dos pássaros
escutados, muitos raios de sol foram
vistos. E assim a vida continua. Somos
expectadores dos seus movimentos,
quando entendemos que não há como
controlá-la, aí sim, poderemos entrar
no palco e junto à vida sermos coautores da nossa própria existência.
Hereditariedade no Câncer de Mama: o que eu devo saber
Ashkenazi, nas síndromes de Cowden
e Li-Fraumeni e quando há mutação
dos genes BRCA1/BRCA2.
Psicóloga Clinica / Psico Oncologista
/Coordenadora do Núcleo SBPO Sorocaba/Fundadora do Grupo Andanças
2.Toda mulher com câncer de mama
deve fazer um teste genético?
Dra. Cláudia Latorre
Médica Oncologista
1.Todo câncer de mama é hereditário?
Não. Todo câncer, seja de mama ou
não, tem alterações genéticas envolvidas no seu aparecimento, e normalmente são necessárias múltiplas
alterações genéticas para que o câncer apareça. Mas isso não quer dizer
que o câncer seja hereditário, ou seja,
passado de pais para filhos. Existem
algumas síndromes e algumas populações específicas onde o gene responsável pelo aparecimento do câncer
de mama é transmitido de pais para
filhos e aí sim são considerados hereditários. Isso acontece, por exemplo,
em mulheres judias da comunidade
Não. Os principais fatores de risco
para o aparecimento do câncer de
mama são a idade (>50 anos) e o sexo
feminino. Mulheres com história familiar de parentes de primeiro grau
com diagnóstico de câncer de mama
ou ovário, principalmente se tiverem
menos de 50 anos, história familiar de
câncer de mama em homens, mais de
um tumor diagnosticado na mesma
pessoa, sendo um deles o de mama, e
descendentes dos judeus Ashkenazi,
podem realizar a pesquisa de mutação
genética.
3.Quais os genes que devem ser pesquisados?
Os genes mais comuns identificados
no aparecimento de câncer de mama
são o BRCA1 e o BRCA2. Esses são
genes supressores tumorais que quando mutados estão associados ao aparecimento do câncer de mama e ovário,
no caso do BRCA1; e câncer de prós-
tata, mama, pâncreas, melanoma, via
biliar e estômago no caso do BRCA2.
4.É possível fazer esse teste no Brasil?
Sim. Hoje é possível solicitar o teste de
mutação do BRCA1 e BRCA2 através
da coleta simples de saliva. Este teste
não está disponível no SUS, e normalmente os convênios só autorizam a sua
realização quando o mesmo for solicitado por um geneticista. O ideal é realizar essa pesquisa na pessoa da família mais jovem que teve o diagnóstico
de câncer.
5.Preciso passar por um oncologista
se tenho história familiar de câncer
de mama?
O mais importante é que se faça consultas e exames periódicos com o
mastologista ou ginecologista. Normalmente o encaminhamento para o
oncologista acontece após o diagnóstico do câncer de mama.
6.Tenho mutação do BRCA1, devo
fazer mastectomia bilateral profilática?
Essa é uma questão que deverá ser
discutida com o seu mastologista, e
aí vale uma avaliação do oncologista.
Sabe-se que a mutação do BRCA1 predispõe ao aparecimento de câncer de
mama e de ovário, portanto, para se
reduzir o risco dos 2 tipos de tumor,
pode-se realizar a mastectomia bilateral e a retirada dos ovários e das trompas, quando a mulher já tiver sua prole
constituída ou tiver mais de 40 anos.
7.Existe alguma medicação para reduzir o risco em pacientes com história familiar de câncer de mama?
Atualmente existe a quimioprevenção para mulheres classificadas como
de alto risco para o desenvolvimento
do câncer de mama, que não necessariamente possuem alguma alteração genética identificada. Porém, essa
também é uma questão a ser bem discutida com o oncologista e o mastologista, uma vez que existem efeitos
colaterais causados pelo medicamento. A melhor forma de se prevenir o
câncer de mama é fazer exercício físico, ter uma alimentação rica em frutas
e verduras, diminuir o consumo de
álcool e realizar os exames ginecológicos periodicamente.
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QUIMIOTERAPIA – MITOS E VERDADES
1. Não é possível levar uma vida normal durante a quimioterapia?
Mito. Hoje em dia, existem medicações que ajudam a prevenir e a amenizar os efeitos colaterais do tratamento, para que a quimioterapia interfira
o mínimo possível na sua rotina. Seu
médico orientará os cuidados especiais que devem ser tomados conforme o tratamento administrado.
2. Não poderei trabalhar durante o
tratamento?
Mito. Tudo dependerá do esquema de
quimioterapia e de sua forma de administração. Muitas pessoas preferem
continuar trabalhando durante o tratamento, mas isso somente é possível
desde que sua rotina e o tipo de trabalho não interfiram na quimioterapia
e também não ofereçam riscos à sua
saúde.
Entretanto, durante o tratamento, o
paciente pode usufruir de benefícios
legais que asseguram o direito de afastamento do trabalho, desde que comprovada incapacidade para exercer as
funções habituais.
3. Nem todos os pacientes apresentam os efeitos colaterais do tratamento?
Verdade. A intensidade e a duração
dos efeitos colaterais dependem do
tipo de quimioterapia que está sendo
administrada, da dose, da forma de
administração e também podem variar de pessoa para pessoa. Hoje em
dia, a ocorrência de náuseas e vômitos
intensos é mais rara em comparação
há 30 anos, época onde ainda não estavam disponíveis medicações potentes
profiláticas usadas hoje rotineiramente. A quimioterapia era um verdadeiro
pesadelo, sendo que muitos pacientes
precisavam ser sedados para suportar
os dias seguintes da quimioterapia.
Porém, alguns eventos adversos ainda podem ocorrer, como a queda de
cabelo. Por outro lado, houve grande
avanço nessa área com o uso de prótese capilares com qualidade superior
às perucas antigas. Grande parte dos
pacientes chega angustiada antes do
início do tratamento, sendo perfeitamente normal esse medo do desco-
nhecido, quando há tantas mudanças e informações novas ao mesmo
tempo. Mas hoje em dia, felizmente,
ouvimos com frequência relatos de
pacientes concluindo que as reações
ao tratamento foram bem menos intensas do que esperavam.
4. Toda quimioterapia provoca queda de cabelo? Se meu cabelo não cair
é porque o tratamento não está funcionando?
Mito. A quimioterapia age principalmente nas células de crescimento rápido. Dessa forma, ela também pode
agir nas células normais do organismo que apresentam taxa de proliferação maior, como as do trato digestivo,
do sangue, dos folículos capilares, podendo causar feridas na boca, náuseas, vômitos, diarréia, anemia, queda
da imunidade, sangramentos e queda
de cabelo.
Mas nem todos os quimioterápicos
causam queda de cabelo. Além disso,
a ausência de efeitos colaterais não
significa que as medicações não estão
agindo na doença. É frequente observarmos boa tolerância, respostas
excelentes e grande benefício do tratamento.
Somente a avaliação clínica do médico e os exames poderão dizer se a quimioterapia está ou não funcionando.
Em casos de tratamentos preventivos
(quimioterapia adjuvante), somente o
tempo poderá dizer quem ficou curado ou não, justificando a necessidade
de acompanhamento durante anos.
5. Existem somente dois tipos de
quimioterapia: a “branca” e a “vermelha”?
Mito. Há uma grande quantidade de
agentes quimioterápicos diferentes,
que podem ser administrados sozinhos ou em combinação com outros.
Os tratamentos são cada vez mais individualizados, sendo que a decisão
de qual esquema utilizar é baseada em
estudos que compararam tratamentos diferentes em situações específicas. Por isso, pacientes com o mesmo
tipo de doença podem ser tratados de
maneiras distintas, pois também são
levados em consideração o estágio da
doença, os tratamentos prévios, as do-
enças associadas e a condição clínica
do paciente.
6. A quimioterapia é pior que minha
doença. Ela só vai comproneter minha qualidade de vida e me enfraquecer?
Mito. Até hoje permanece o estigma
do passado quando se acreditava que a
quimioterapia era mais prejudicial do
que benéfica. Quando bem indicada e
bem supervisionada, a chance de causar mais malefícios do que benefícios
é pequena. Além disso, a avaliação
médica é fundamental para a decisão
de quando suspender o tratamento ou
reduzir dose dos medicamentos em
casos de efeitos colaterais muito intensos, pois a relação risco-benefício
sempre deve ser pesada. Mesmo em
casos de doença avançada, a quimioterapia pode aliviar os sintomas decorrentes de metástases ou do próprio
tumor primário, reduzindo dor, falta
de ar, entre outros sintomas. É fundamental que a quimioterapia seja encarada como uma aliada e não inimiga,
para que o resultado do tratamento
seja melhor e os efeitos colaterais mais
amenos. Dessa forma, uma equipe
multidisciplinar com psicóloga, nutricionista, estomatologista (dentista),
fisioterapeuta é imprescindível para o
sucesso do tratamento.
Apesar de não existir prova científica
de que uma atitude positiva aumente as chances de um tratamento ter
sucesso ou alcançar a cura, ela pode
ajudar a tornar essa fase menos difícil, mantendo uma boa qualidade de
vida, sensação de bem-estar e maior
aderência e tolerância ao tratamento,
além de um melhor relacionamento
com amigos e familiares.
7. A quimioterapia pode comprometer minha capacidade de gerar
filhos?
Verdade. Alguns agentes quimioterápicos podem agir nos ovários e nos
testículos, comprometendo a qualidade dos óvulos e a produção de espermatozóides, resultando em infertilidade. Existem maneiras de reduzir
esse risco e também os avanços da
medicina reprodutiva possibilitaram a
chance de gestação no futuro através
Dra. Eliza Del Fiol
Médica Oncologista
do congelamento de óvulos, espermatozóides e embriões. Também podem
ser usados medicamentos hormonais
para proteger ovários durante a quimioterapia. A quimioterapia também
pode causar irregularidades menstruais e menopausa precoce. Mesmo
ocorrendo essas alterações do ciclo
menstrual, deve-se evitar gestação durante a quimioterapia, pois esta pode
causar abortos e mal formações fetais.
8. Durante o tratamento, posso fazer
uso de “medicamentos naturais” e
vitaminas sem informar meu médico, pois se é “natural” não pode fazer
mal?
Mito. Tudo depende do tipo de quimioterapia e da terapia “natural” que
está sendo usada. Nem tudo que é
natural é desprovido de risco. Algumas vitaminas podem potencializar
os efeitos colaterais de determinados
agentes quimioterápicos ou até mesmo reduzir sua eficácia. Sempre informe seu médico sobre essas terapias,
seu nome, procedência, indicação,
quantidade e frequência de administração. A maioria desses tratamentos
“naturais” não foi estudada de forma
adequada do ponto de vista científico,
não sendo possível comprovar sua eficácia e principalmente sua segurança,
além do risco de apresentar interações
com outras drogas.
9. A quimioterapia permanecerá por
anos no meu organismo?
Mito. A grande maioria dos efeitos colaterais decorrentes da quimioterapia
permanece por no máximo poucos
meses após o término do tratamento. Cada reação acontece durante um
período que é determinado pelo tipo
de droga, sua dose e forma de administração. Os efeitos observados com
maior frequência são: náuseas, vômitos, alteração do paladar, intolerância
à odores fortes, feridas na boca, cansaço, queda da imunidade, alterações
do hábito intestinal, dores no corpo,
queda de cabelo, alterações de sensibilidade.
Mais raramente, alguns quimioterápicos podem causar toxicidade permanente no coração, pulmões, nos
nervos periféricos, na medula óssea,
podendo até mesmo aumentar o risco
de um segundo tumor. Isso não significa que o medicamento não saiu do
organismo, pois esses danos ocorreram durante o tratamento e poder se
manifestar meses ou até mesmo anos
após o término do mesmo.
10. Não posso receber vacinação
contra a gripe durante a quimioterapia?
Mito. Pacientes em quimioterapia
apresentam imunidade baixa, estando
sob risco maior de apresentar complicações pelo vírus da gripe, devendo
receber anualmente a vacina contra
Influenza. Vacinas com vírus vivos
atenuados devem ser evitadas durante
e por mais seis meses após o término
do tratamento, devido ao risco teórico
de causar infecção em pacientes imunocomprometidos. Somente vacinas
com vírus inativos (mortos) podem
ser administradas em pacientes em
quimioterapia.
11. A quimioterapia me deixa “tóxico”, sendo necessário eu ficar longe
das pessoas que moram comigo?
Mito. Apesar dos agentes quimioterápicos serem medicações fortes e tóxicas, não é necessário o isolamento do
paciente como dormir em camas separadas ou usar banheiros diferentes.
12. Após o início da quimioterapia,
preciso aumentar minha alimentação em termos de quantidade, para
a defesa do meu organismo não diminuir?
Mito. Cuidado. As orientações e o
acompanhamento com uma nutricionista são importantes para que a alimentação seja equilibrada em relação
aos carboidratos, proteínas e lipídeos,
devendo ser rica em vitaminas, fibras,
e com a quantidade de calorias adequada para você. Qualidade é mais
importante do que quantidade. Cuidado com o ganho excessivo de peso
durante a quimioterapia, que é mais
comumente observado do que o emagrecimento. Os corticosteróides usa-
dos como adjuvantes ao tratamento,
tanto para prevenir náuseas e/ou
como antialérgicos, podem aumentar significativamente o apetite, além
de causar retenção de líquidos. Além
disso, a ingestão de sal em excesso
pode aumentar ainda mais o risco de
inchaços. Dietas radicais para perda
de peso durante a quimioterapia devem ser evitadas, pois além de causar
anemia e fraqueza, podem aumentar
o risco de infecções. O ideal é manter um estilo de vida o mais saudável
possível, evitando frituras, alimentos
gordurosos, ácidos, ásperos, picantes,
condimentados ou muito quentes.
Recomenda-se também se alimentar
a cada três horas e ingerir uma quantidade de líquidos suficiente para
manter uma hidratação adequada.
13. O ideal é evitar cigarro e bebidas
alcoólicas durante o tratamento?
Verdade. A manutenção do hábito de
fumar compromete significativamente os resultados do tratamento, podendo aumentar os efeitos colaterais
e o risco de um segundo tumor. São
também maiores os riscos de complicações após cirurgias, infecções,
trombose venosa profunda e embolia pulmonar. A ingestão de bebidas
alcoólicas pode aumentar o risco de
toxicidade nas mucosas (mucosite),
além de interagir com quimioterápicos aumentando sua toxicidade e
provocando alterações nas enzimas
do fígado, acarretando atrasos no tratamento e necessidade de redução de
doses.
14. Posso ter uma vida sexual normal durante a quimioterapia?
Verdade. É normal ocorrer redução
do interesse sexual durante a quimioterapia. Isso pode decorrer tanto de
alterações físicas como emocionais relacionadas ao tratamento. Não existe
contra-indicação.
15. Não devo realizar atividade física
ou exercícios durante o tratamento?
Mito. Durante a quimioterapia, a disposição para a realização de exercícios
físicos pode ser menor. Não existe
contra-indicação para a prática de atividades físicas, mas se recomenda que
os novos limites físicos sejam respeitados. A prática de exercícios é uma das
melhores medidas para evitar o cansaço, fraqueza e dores no corpo relacionadas ao tratamento, além de ajudar
no controle do peso. Recomenda-se
cautela na exposição solar, pois alguns
medicamentos são fotossensibilizantes, podendo provocar queimaduras e
manchas com maior facilidade. É necessário o uso de filtros solares, chapéus ou bonés, além de evitar o sol
entre as 10 e 16 horas.
A Laserterapia como aliada no tratamento oncológico
são: mucosite (inflamação da parte
interna da boca e da garganta que causam úlceras dolorosas e feridas nessas
regiões), alta incidência de cáries, sangramento das gengivas, trismo (dificuldade de abrir a boca), xerostomia
(boca seca), dor ao deglutir, alteração
do paladar, entre outras, podendo
evoluir para quadros mais graves.
Profa. Dra. Juliana Bellini
Dentista / Estomatologista
Pessoas que enfrentam um longo período de terapia para tratar doenças
graves, como o câncer, muitas vezes
sofrem com os efeitos colaterais da
quimioterapia e radioterapia. As alterações bucais que ocorrem comumente durante os tratamentos oncológicos
As severidades dessas ocorrências
muitas vezes minam a qualidade de
vida do paciente e influenciam inclusive em sua parte emocional e psicológica.
A melhor maneira de passar por essa
fase tão difícil é fazer um check-up bucal completo com um cirurgião dentista especializado, o Estomatologista.
Esse profissional pode lançar mão de
inúmeros tratamentos para prevenir e
tratar lesões, minimizar a dor e promover a saúde da pessoa. Um deles é
o uso do laser de baixa potência como
terapia para tratar a mucosite oral,
uma vez que não causa traumas, possui baixo custo e excelentes resultados.
ço, o laser de baixa potência tem-se
mostrado eficaz para prevenir e tratar
a mucosite oral, devido ao seu efeito
anti-inflamatório e analgésico e, em
comparação aos tratamentos convencionais, demonstram eficácia bastante
superior.
A Laserterapia é eficaz no alívio da
dor, uma vez que as úlceras tornam
a mastigação dos alimentos um processo difícil. Com a aplicação do laser
o paciente passa a se alimentar normalmente, tem aumento da salivação,
começa a sentir a melhora do paladar,
pois as aftas são cicatrizadas rapidamente.
As sessões de laser podem ser diárias
até a rescisão do processo inflamatório e após esse período, o profissional
estabelece uma rotina de aplicação do
laser de acordo com os resultados alcançados.
Antes, durante e após o tratamento quimioterápico ou radioterápico,
principalmente de cabeça e pesco-
Consulte um estomatologista antes de
iniciar a terapia oncológica para um
check-up completo e passe por esse
momento mais seguro e com sua saúde bucal em alta.
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“Enfrentando um caminho desconhecido”
Em treze de novembro de 2008, estava
sentada diante da minha mastologista
a espera do resultado da biópsia feita
em minha mama esquerda. Senti meu
coração parar e o chão se abrir sobre
os meus pés quando soube do resultado. Era um tumor maligno e estava
no início, mas teria que retirar o quanto antes, naquele momento, eu entrava na lista de novos casos de câncer
de mama esperados para o Brasil em
2008, 49,4 mil, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer).
No momento em que me descobri doente, as cores do meu mundo perderam o brilho, ficaram cinzentas. Por
incrível que pareça a revelação daquela tarde, não me trouxe lágrimas
e sim uma decisão difícil e radical,
guardaria segredo sobre o câncer, pois
a formatura do meu filho mais velho
seria no próximo mês e a caçula estava
se preparando para o vestibular, meu
marido atribulado com os negócios
e minha mãe estava muito frágil pela
morte do meu pai que fazia apenas 01
ano. Achei melhor agir em silêncio,
deixar a cirurgia para depois da formatura e encarar sozinha o medo da
morte, o que é compreensível depois
de um diagnóstico de câncer.
Vivi momentos terríveis em silêncio.
Depoimento Elisabete Peres Caldana
Não recomendo essa atitude para nin- me deixou bastante debilitada e não
guém, pois poderia ter tido um enfar- faltaram mãos amigas para me ajudar
te. Apesar de toda angústia que passei, a passar por esse momento e, a vencer
valeu a pena, pois a formatura do meu a doença com muita fé, determinação
filho foi um dos momentos mais feli- e coragem, pois a vontade de viver foi
zes da minha vida. No dia seguinte fui mais forte que o câncer.
para a cirurgia falando que se tratava
apenas de nódulo e que seria simples. Lutar sempre pela vida!
Contei a gravidade apenas para o meu
marido.
Pelo fato do tumor estar no início,
não tive necessidade de retirar toda a
mama, mas passei por 6 dolorosas sessões de quimioterapia e 30 de radioterapia. Graças a Deus meus cabelos
não caíram todos, mas o tratamento
“Enfrentando o câncer de mama,
uma corrida contra o tempo”.
Depoimento Ana Rosa Andrade
cidas espiritualmente para enfrentar a
dura batalha.
Silmara, Ana Rosa Andrade e Elisabete Peres Caldana
Em outubro de 2007, iniciei um difícil tratamento de câncer de mama,
detectado num exame de rotina. Essa
batalha entre exames, cirurgia, quimioterapia e radioterapia durou quase
2 anos.
mo, o emocional abalado, pensei na
morte...depois meu medo passou a ser
maior pelo sofrimento, que iria passar,
tinha imagem de pessoas que conheci, que tiveram câncer e vi definhar e
morrer, fiquei apavorada.
Com a vida esquematizada entre família, trabalho, estudos, enfim o que
parecia estar em ordem, de um dia
para outro virou uma desordem.
Aos poucos fui me acalmando, contei
para meus familiares e uma corrente
de oração se formou, minha mãe tão
sábia, também se curando de um câncer e terminando as últimas sessões
das 40 de radioterapia, estava na minha casa, encontrou forças para me
amparar, com fé e tanta sabedoria dos
seus 78 anos. Rezamos muito juntas
para ela e para mim, ficamos fortale-
Tudo mudou diante de um diagnóstico tão temido para todas as mulheres,
para mim não diferente. Cada pessoa
tem sua própria maneira de enfrentar.
Tive muito medo... mas muito mes-
Encorajada e confiante em Deus, e sabendo que estava sendo assistida por
excelentes médicos, fui para cirurgia
em 17/10/2007, com uma força inexplicável a cirurgia, correu maravilhosamente bem, em três dias já estava
em casa. Passaram-se uns dias e comecei a quimioterapia, meus Deus....
medo, vontade de chorar!.... mas com
a certeza que tudo iria dar certo e com
esse pensamento fiz 8 sessões de quimioterapia, tive muitas náuseas, como
fui bem instruída pelo médico, sabia
que o que estava acontecendo estava
dentro do previsto das reações. Fiz
33 sessões de radioterapia e as reações
também ficaram dentro do previsto.
Assim terminei o tratamento e hoje
faço acompanhamento duas vezes por
ano. Fui uma paciente com paciência, e hoje estou bem. Muitas coisas
mudaram na minha vida, com certeza
para melhor. Durante o tratamento
segui a risca as orientações da nutricionista, hoje continuo fazendo uma
alimentação saudável.
Algumas dicas do que foi positivo
para mim deixo para pacientes em
tratamento, embora as reações são
diferentes de um para outro.
Para quem está em tratamento, digo
que não é fácil, mas o paciente pode
colaborar muito com o tratamento,
tendo muita paciência, procurando
estar em lugares e com pessoas que
se sinta bem. Se não tem fome insista para se alimentar pelos mentos
um pouco, tome muita água, suco de
limão com couve, laranja com beterraba, carne branca, feijão, o que não
gostar substitua por outros alimentos
sem perder a qualidade e as vitaminas.
Não tome nenhum medicamento sem
conhecimento do seu médico.
Relação Médico Paciente no Câncer de Mama
A relação médico –paciente é um tema
que, atualmente, encontra um renovado interesse na comunidade científica,
na formação e na prática médica.
Durante a nossa graduação, há uma
preocupação quanto ao conteúdo didático, método pedagógico, tempo
de internato, mas na verdade, não somos ensinados a “criar” um bom relacionamento médico–paciente, esse
aprendizado inicia-se justamente na
prática diária, junto com o sentimento de responsabilidade sobre o outro,
sendo fundamental para o bom andamento do processo terapêutico.
O exercício da medicina é, particularmente na oncologia, permeado
por angústias e dilemas. O médico se
vê frequentemente em uma situação
onde é preciso transmitir uma má noticia, seja um diagnóstico, um prognóstico, uma falha terapêutica. Na
maioria das vezes, o profissional não
foi devidamente treinado para gerenciar essas situações e precisa aprender
sozinho a desenvolver habilidades relacionais e comunicacionais não ensinadas na formação acadêmica.
Ao ser atingida pela notícia, poderá
esboçar diversas reações: negação,
aceitação, medo, raiva. Seja qual for,
deve ser absorvida pelo médico e,
nesse momento, instala-se a confiança, fundamental para o bom relacionamento médico –paciente. Por ser
tão importante , a confiança fica sendo pré-requisito para um tratamento
bem sucedido. Os lados tem que estar afinados, o médico precisa saber
conversar, explicar a doença, adequar
linguagem, terminologia e o paciente
precisa assumir um grau de responsabilidade sobre si e as decisões a serem
tomadas. Como todas as relações humanas, existirão aquelas pessoas que
por melhor que sejam não terão afinidade umas com as outras.
Por mais que tente, o
profissional não conseguirá
agradar a todos.
Ao transmitir um
diagnóstico de câncer de
mama, o médico precisa
deixar claro que não se trata
de uma sentença de morte.
Por outro lado, existirão aqueles pacientes incapazes de confiar em seus
médicos, independente da qualidade
dos mesmos.
É preciso num primeiro momento,
amenizar o estigma que a palavra
câncer carrega. Isso deve ser feito
No intuito de minimizar as adversidades inerentes ao tratamento oncológico, existem critérios a serem seguidos
e avaliados pelo médico; primeiramente, devemos escolher o local ideal para passar a informação, ou seja,
não se pode dar a notícia de uma biópsia positiva pelo telefone, ou nos
corredores de uma clínica. Devemos
estabelecer um ambiente propício e
precisamos de tempo e dedicação para
esclarecer todos os aspectos que a paciente julgar necessário.
Em seguida, avaliamos a percepção
que a paciente tem de sua enfermidade, e o que ela já conhece sobre a
mesma. No caso do câncer de mama,
frequentemente ouvimos vivências
com parentes ou conhecidos, que podem agregar uma experiência positiva
ou negativa. Muitas vezes, nos deparamos com pacientes que desejam saber todo tipo de informação acerca da
patologia, chances, riscos, benefícios,
tratamentos opcionais. Outras vezes,
tratamos mulheres que preferem não
receber uma carga de informação
muito extensa, e isso também precisa
ser respeitado em cada indivíduo.
Por fim, apresentamos e discutimos
um plano terapêutico e o prognóstico, alimentando expectativas reais e
verdadeiras, pois quando há transparência, ocorre aumento na confiança da paciente em seu médico. Isso é
primordial para diminuir as fantasias
e medos criados em relação à doença.
Dra. Luciana Gandra Camargo de
Barros Oliveira
Mastologista da Clinica Humanitas/Especialista
em radiologia mamária da Pró-femme Diagnósticos
nais, apontando que um bom relacionamento aumenta a satisfação do
paciente e a qualidade do serviço de
saúde. Não é suficiente , portanto, buscar novas tecnologias e boa formação
dos profissionais médicos para atingir
níveis de excelência em saúde, é necessário também o respeito à valores subjetivos da paciente, a promoção de sua
autonomia e o estabelecimento de um
vínculo entre médico, paciente e familiares. Com isso, geramos um bem-estar psico social que acolhe e fortalece
nossa paciente, tornando a batalha
contra o câncer de mama uma ação
mais coletiva e muito menos solitária.
Observamos que a maioria das queixas dos pacientes faz referência as
dificuldades de comunicação e não
à competência clínica dos profissio-
A Importância da Atividade Física na Saúde
Se possível licencie para se cuidar,
pense que tudo vai passar e que logo
voltará para as atividades normais.
Repense a sua vida com saúde, ela é
tão importante! Repense suas atividades, o que você pode melhorar para
a sua qualidade de vida. Vale a pena!
Deus é tão maravilho, não desperdice
essa chance! Continue a alimentação
saudável, exercícios físicos, continue
a fazer o bem para você mesmo. Não
esquecendo que a prevenção é o melhor remédio!
Fica a dica!
de forma clara, simples, no grau de
entendimento do paciente, evitando
nesse momento a linguagem científica
e estatísticas, no sentido de não gerar
uma sobrecarga de informações na
paciente que está administrando suas
emoções frente a uma má noticia.
Sempre gostei e pratiquei algum tipo
de atividade física. Com 52 anos me
vi com câncer de mama e descobri a
importância de ter praticado todos
esses exercícios.
Meu tratamento foi longo, mas para
mim os efeitos colaterais foram bem
menores que do que para a maioria
das pessoas sedentárias.
Romilda Arruda
Meu corpo não reteve líquido, mantive
meu peso, meu coração e pulmão
se mantiveram fortes e consegui me
curar com mais facilidade.
Já foi comprovado pela ciência que
praticar algum exercício físico e uma
alimentação equilibrada é o melhor
para nossa vida.
Para você que não pratica nada
recomendo pelo menos uma
caminhada. O exercício físico nos
garante bem estar e interação com
outras pessoas e isto melhora nosso
emocional.
07
Radioterapia: Mitos e Verdades
vando as células do organismo.
Após a surpresa inicial da indicação,
muitos pacientes se perguntam: durante a Radioterapia é permitido o
convívio com grávidas? E crianças? A
radiação usada no tratamento “passará” para outras pessoas? Vou sentir
dor durante o tratamento?
Dra. Dr. Max Strasser CRM SP 100.871
Radio-oncologista da UNICAMP e Coordenador
do Serviço de Radioterapia da Santa Casa de
Sorocaba
O que vem à mente quando você
ouve a palavra “radiação”?
As Bombas Atômicas de Hiroshima e
Nagasaki? O terrível acidente nuclear
na usina de Chernobyl? Ou, mais perto de nós, o vazamento de Césio 137
em Goiânia?
Pois bem, esses e outros fatos têm alimentado nosso temor das radiações.
Entretanto, há uma grande diferença
entre acidentes nucleares (que felizmente são raros) e métodos terapêuticos consagrados que ajudam no tratamento do Câncer. A radiação, quando
bem empregada, dosada e indicada é
uma excelente opção para tratar vários
tipos de tumores malignos, embora
possa causar alguns efeitos colaterais.
Isso explica as frequentes dúvidas dos
pacientes que serão submetidos ao
tratamento com radiação ionizante, a
Radioterapia.
Radioterapia é o tratamento com Radiação ionizante que promove alteração no material genético das células
tumorais e consequente destruição do
tumor.
A experiência nos mostrou que, em
relação à sensibilidade da radiação,
as células tumorais são diferentes das
sadias. Em outras palavras e de forma
muito simplificada: quando oferecemos radiação em uma determinada
área do corpo, sabemos que as células tumorais desta área vão absorver
mais radiação que as células sadias.
Essa propriedade de absorção seletiva
dos raios possibilita que a radioterapia
destrua as células do câncer preser-
Tais dúvidas deverão ser resolvidas já
na consulta inicial com o especialista
para concretizar os fatos e esclarecer
os mitos:
A Radioterapia queima?
Não. É frequente a confusão entre
queimadura e radiação. A vermelhidão na pele observada em alguns casos, chamada de radiodermite, é uma
consequência da inflamação que a radioterapia causa na pele. Na maioria
das vezes, a radiodermite produz sintomas leves como coceira no local e
aumento da sensibilidade. É por isso
que durante o tratamento, orientamos
os pacientes para não expor o local ao
sol. Para prevenir e tratar a radiodermite indicamos medicamentos locais
na forma de pomadas ou cremes.
A Radiação permanece no corpo
após a Radioterapia?
Não. A radioterapia é realizada em
uma sala apropriada e protegida. Durante a sessão diária da radioterapia,
que dura aproximadamente 10 minutos, somente a área afetada do paciente fica exposta ao feixe de radiação.
Finalizada a sessão, o paciente sai da
sala sem qualquer radiação residual.
O que permite uma convivência social
normal.
Radioterapia dói?
Não. A radiação é invisível e indolor.
Os efeitos da radioterapia ocorrem
geralmente na área onde o feixe de
radiação incide e em alguns casos podem se apresentar como um aumento
da sensibilidade local.
Durante o tratamento pode-se sentir
mal?
Sim. Ocasionalmente a radioterapia
provoca em algumas pacientes o chamado mal das radiações, manifestado
como fraqueza, dor de cabeça, falta
de apetite. Esses efeitos colaterais são
mais comuns no início do tratamento
e fazem com que o paciente fique um
pouco mais cansado e debilitado. Na
maioria das vezes são sintomas discretos. Nesses casos, orientamos que descanse e respeite os limites do seu corpo, mantendo alimentação regulada e
balanceada com ingestão frequente de
líquido.
A radioterapia atrapalha a rotina diária?
Depende. Muitos pacientes são encaminhados à radioterapia após terem
realizado uma cirurgia ou vários ciclos
de quimioterapia. Isso promove um
desgaste psicológico intenso somado à
profunda fadiga física. Por sua vez, a
radioterapia pode se estender por seis
a sete semanas o que agrava esse quadro clínico. Por isso acreditamos, se as
condições clínicas do paciente permitirem, que durante o tratamento, ele
possa ser progressivamente reinserido
na sua rotina diária.
A angústia que o diagnóstico de câncer
causa é compreensível e requer muita
atenção. Pode abalar profundamente
o paciente, seus familiares e seus amigos. Em alguns casos, o paciente acaba
se isolando e afastando, involuntariamente, as pessoas queridas com as
quais convivia. Frequentemente usa o
tratamento como argumento para não
se relacionar.
A radioterapia não é um fator limitante para o relacionamento interpessoal.
Situações corriqueiras como participar de uma roda de conversa, jantar
em família e passear em parques são
estimulados, quando a condição clínica do paciente possibilita.
A interação entre pacientes é saudável
e contribui para a aceitação do diagnóstico e do seu tratamento. Entretanto é importante lembrar que existem
vários tipos de câncer e, dentre eles,
vários estágios, ou seja, aquele tipo
de radioterapia que é válido para um
paciente nem sempre é indicado para
outro. O mesmo ocorre com o número de sessões e com a finalidade da radioterapia.
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