01 02 CAMPANHA OUTUBRO ROSA Editorial Dra. Elisa Maria Neiva Vieira Diálogos ROSA Em 01 de Outubro de 2014, a cidade de Sorocaba amanheceu rosa. Diversos setores da sociedade, instituições, setor público e privado, ONG’s, pacientes, todos envolvidos em uma corrente rosa para o bem: a detecção precoce para o câncer de mama. O cenário que vislumbramos este ano, não pode esmorecer. Ele deve estar a cada dia do ano, mais e mais rosa, culminando com muitas ações conscientes de todos os próximos outubros. A causa do câncer de mama é de todos! do pelo médico, mas que reconhecidas cientificamente vem agregar qualidade de vida aos pacientes); autoestima e enfrentamento do processo de adoecimento e a psico oncologia, que é a infer face entre duas áreas de extrema importância. Este encarte do Grupo Andanças e Núcleo Sorocaba da Sociedade Brasileira de Psico Oncologia, mais uma vez gentilmente cedido pelo Jornal Ipanema, apoiador da causa em Sorocaba, coloca questões importantes sobre o câncer de mama, elaboradas diretamente para todos os pacientes e público em geral. É necessário que reconheçamos a dor que traz o adoecer. Precisamos vivê -la para podermos ter força emocional para enfrentar cada momento de tristeza, fragilidade e deixa-los partir para enfim, entendermos, que é possível sim, vencer o câncer e viver com qualidade. Abordamos a necessidade de uma boa comunicação entre médico e paciente como um dos pontos principais para o sucesso do tratamento; desmistificamos muitas questões sobre quimioterapia e radioterapia, câncer de mama e hereditariedade; apresentamos de forma clara e objetiva a necessidade do laser-terapia, falamos de terapias integrativas (aquelas que não dispensam o tratamento oncológico orienta- Este é um breve resumo do que vivemos durante o tratamento do câncer de mama: equipe e pacientes sempre unidos visando o sucesso do tratamento, em uma comunicação clara e direta. Cada texto fala de vida e das diversas formas de resignificá-la. Cada texto foi pensado com muito critério, para que não haja dúvidas; para que possamos a cada dia “quebrar” os mitos, preconceitos e tabus que envol- vem o câncer de mama e todos os tipos de câncer. Passamos por mais um mês de outubro que foi rosa... vivemos o que há alguns anos atrás seria impossível, pois o preconceito não nos permitia expressar com clareza a palavra câncer. E assim seguimos em um processo de constante transformação e evolução em prol da saúde física e emocional. Em nossas Andanças realizamos a VI Caminhada Outubro Rosa com muito sucesso. Que este sucesso esteja presente na vida de todos os pacientes, familiares, profissionais da saúde, militantes e simpatizantes da causa por um único e grande motivo: aumentar a possibilidade do diagnóstico precoce diminuindo a alta incidência do câncer de mama, o que significa dizer: Câncer de Mama tem Cura. Se toque! Dra. Elisa Neiva Vieira Psico-oncologia o caminho do cuidado integral A Psico-Oncologia é uma área de assistência ao paciente com câncer, a sua família e aos profissionais oncológicos, que nasceu no Brasil em 1994 quando foi fundada a Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia – SBPO. Proveniente de um movimento mundial, que muda a atenção ao câncer, teve o Dr. José Schavelzon cirurgião oncológico e psicanalista, em 1965, na Argentina e Jimmie Holland, psiquiatra nos Estados Unidos, como seus percursores. Hoje temos a International Psycho-Oncology Society, representando mais de 30 países, que possuem a psico-oncologia. A Psico-Oncologia é uma área que agrega os aspectos psicológicos e psicossociais relacionadas à todas as etapas do câncer, seja na prevenção, no tratamento, nos cuidados paliativos, na terminalidade, no pós-morte. Produz estudos e pesquisas específicas, forma profissionais e organiza serviços. Entende-se por psico-oncologista todos os profissionais multidisciplinares da oncologia, médicos, psicólogos, enfermeiros, nutricionais e outros associados a SBPO, podendo ser Certificados. É uma área atualizada, acompanha as descobertas mais recentes da ciência na genética, proposta de tratamento .... E promove nesse mundo tecnológico o “Cuidado” ao ser da pessoa que adoeceu com um tumor maligno. Funde ao técnico-científico o mental, o emocional, o social e o espiritual. Ressuscita a lembrança que a pessoa é formada por partes que compõem um todo. E, quando uma dessas parte adoece todos os outros estão envolvidos ou na própria origem da doença ou como efeito. Mas, com a certeza que o todo irá participar do resultado dessa história. A SBPO possui uma Diretoria Nacional, que nesta gestão (2013-2015) a maioria encontra-se no Espirito Santo. Há também as Diretorias Estaduais nos estados Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia e no estado de São Paulo ainda há dois núcleos (Sorocaba e São José do Rio Preto). As pessoas interessadas em mais informações sobre a SBPO poderão entrar em contato através dos email [email protected] e contato@ sbpo.org.br, site : SBPO.ORG.BR e facebook. Temos referências de cursos, livros e serviços aos profissionais, pacientes e familiares. O Câncer ainda é uma doença que nos preocupa muito, mas em toda nossa caminhada muitas flores foram Jurama Ribeiro de Oliveira Psico Oncologista (presidente da SBPO) colhidas, muitos cantos dos pássaros escutados, muitos raios de sol foram vistos. E assim a vida continua. Somos expectadores dos seus movimentos, quando entendemos que não há como controlá-la, aí sim, poderemos entrar no palco e junto à vida sermos coautores da nossa própria existência. Hereditariedade no Câncer de Mama: o que eu devo saber Ashkenazi, nas síndromes de Cowden e Li-Fraumeni e quando há mutação dos genes BRCA1/BRCA2. Psicóloga Clinica / Psico Oncologista /Coordenadora do Núcleo SBPO Sorocaba/Fundadora do Grupo Andanças 2.Toda mulher com câncer de mama deve fazer um teste genético? Dra. Cláudia Latorre Médica Oncologista 1.Todo câncer de mama é hereditário? Não. Todo câncer, seja de mama ou não, tem alterações genéticas envolvidas no seu aparecimento, e normalmente são necessárias múltiplas alterações genéticas para que o câncer apareça. Mas isso não quer dizer que o câncer seja hereditário, ou seja, passado de pais para filhos. Existem algumas síndromes e algumas populações específicas onde o gene responsável pelo aparecimento do câncer de mama é transmitido de pais para filhos e aí sim são considerados hereditários. Isso acontece, por exemplo, em mulheres judias da comunidade Não. Os principais fatores de risco para o aparecimento do câncer de mama são a idade (>50 anos) e o sexo feminino. Mulheres com história familiar de parentes de primeiro grau com diagnóstico de câncer de mama ou ovário, principalmente se tiverem menos de 50 anos, história familiar de câncer de mama em homens, mais de um tumor diagnosticado na mesma pessoa, sendo um deles o de mama, e descendentes dos judeus Ashkenazi, podem realizar a pesquisa de mutação genética. 3.Quais os genes que devem ser pesquisados? Os genes mais comuns identificados no aparecimento de câncer de mama são o BRCA1 e o BRCA2. Esses são genes supressores tumorais que quando mutados estão associados ao aparecimento do câncer de mama e ovário, no caso do BRCA1; e câncer de prós- tata, mama, pâncreas, melanoma, via biliar e estômago no caso do BRCA2. 4.É possível fazer esse teste no Brasil? Sim. Hoje é possível solicitar o teste de mutação do BRCA1 e BRCA2 através da coleta simples de saliva. Este teste não está disponível no SUS, e normalmente os convênios só autorizam a sua realização quando o mesmo for solicitado por um geneticista. O ideal é realizar essa pesquisa na pessoa da família mais jovem que teve o diagnóstico de câncer. 5.Preciso passar por um oncologista se tenho história familiar de câncer de mama? O mais importante é que se faça consultas e exames periódicos com o mastologista ou ginecologista. Normalmente o encaminhamento para o oncologista acontece após o diagnóstico do câncer de mama. 6.Tenho mutação do BRCA1, devo fazer mastectomia bilateral profilática? Essa é uma questão que deverá ser discutida com o seu mastologista, e aí vale uma avaliação do oncologista. Sabe-se que a mutação do BRCA1 predispõe ao aparecimento de câncer de mama e de ovário, portanto, para se reduzir o risco dos 2 tipos de tumor, pode-se realizar a mastectomia bilateral e a retirada dos ovários e das trompas, quando a mulher já tiver sua prole constituída ou tiver mais de 40 anos. 7.Existe alguma medicação para reduzir o risco em pacientes com história familiar de câncer de mama? Atualmente existe a quimioprevenção para mulheres classificadas como de alto risco para o desenvolvimento do câncer de mama, que não necessariamente possuem alguma alteração genética identificada. Porém, essa também é uma questão a ser bem discutida com o oncologista e o mastologista, uma vez que existem efeitos colaterais causados pelo medicamento. A melhor forma de se prevenir o câncer de mama é fazer exercício físico, ter uma alimentação rica em frutas e verduras, diminuir o consumo de álcool e realizar os exames ginecológicos periodicamente. 04 03 QUIMIOTERAPIA – MITOS E VERDADES 1. Não é possível levar uma vida normal durante a quimioterapia? Mito. Hoje em dia, existem medicações que ajudam a prevenir e a amenizar os efeitos colaterais do tratamento, para que a quimioterapia interfira o mínimo possível na sua rotina. Seu médico orientará os cuidados especiais que devem ser tomados conforme o tratamento administrado. 2. Não poderei trabalhar durante o tratamento? Mito. Tudo dependerá do esquema de quimioterapia e de sua forma de administração. Muitas pessoas preferem continuar trabalhando durante o tratamento, mas isso somente é possível desde que sua rotina e o tipo de trabalho não interfiram na quimioterapia e também não ofereçam riscos à sua saúde. Entretanto, durante o tratamento, o paciente pode usufruir de benefícios legais que asseguram o direito de afastamento do trabalho, desde que comprovada incapacidade para exercer as funções habituais. 3. Nem todos os pacientes apresentam os efeitos colaterais do tratamento? Verdade. A intensidade e a duração dos efeitos colaterais dependem do tipo de quimioterapia que está sendo administrada, da dose, da forma de administração e também podem variar de pessoa para pessoa. Hoje em dia, a ocorrência de náuseas e vômitos intensos é mais rara em comparação há 30 anos, época onde ainda não estavam disponíveis medicações potentes profiláticas usadas hoje rotineiramente. A quimioterapia era um verdadeiro pesadelo, sendo que muitos pacientes precisavam ser sedados para suportar os dias seguintes da quimioterapia. Porém, alguns eventos adversos ainda podem ocorrer, como a queda de cabelo. Por outro lado, houve grande avanço nessa área com o uso de prótese capilares com qualidade superior às perucas antigas. Grande parte dos pacientes chega angustiada antes do início do tratamento, sendo perfeitamente normal esse medo do desco- nhecido, quando há tantas mudanças e informações novas ao mesmo tempo. Mas hoje em dia, felizmente, ouvimos com frequência relatos de pacientes concluindo que as reações ao tratamento foram bem menos intensas do que esperavam. 4. Toda quimioterapia provoca queda de cabelo? Se meu cabelo não cair é porque o tratamento não está funcionando? Mito. A quimioterapia age principalmente nas células de crescimento rápido. Dessa forma, ela também pode agir nas células normais do organismo que apresentam taxa de proliferação maior, como as do trato digestivo, do sangue, dos folículos capilares, podendo causar feridas na boca, náuseas, vômitos, diarréia, anemia, queda da imunidade, sangramentos e queda de cabelo. Mas nem todos os quimioterápicos causam queda de cabelo. Além disso, a ausência de efeitos colaterais não significa que as medicações não estão agindo na doença. É frequente observarmos boa tolerância, respostas excelentes e grande benefício do tratamento. Somente a avaliação clínica do médico e os exames poderão dizer se a quimioterapia está ou não funcionando. Em casos de tratamentos preventivos (quimioterapia adjuvante), somente o tempo poderá dizer quem ficou curado ou não, justificando a necessidade de acompanhamento durante anos. 5. Existem somente dois tipos de quimioterapia: a “branca” e a “vermelha”? Mito. Há uma grande quantidade de agentes quimioterápicos diferentes, que podem ser administrados sozinhos ou em combinação com outros. Os tratamentos são cada vez mais individualizados, sendo que a decisão de qual esquema utilizar é baseada em estudos que compararam tratamentos diferentes em situações específicas. Por isso, pacientes com o mesmo tipo de doença podem ser tratados de maneiras distintas, pois também são levados em consideração o estágio da doença, os tratamentos prévios, as do- enças associadas e a condição clínica do paciente. 6. A quimioterapia é pior que minha doença. Ela só vai comproneter minha qualidade de vida e me enfraquecer? Mito. Até hoje permanece o estigma do passado quando se acreditava que a quimioterapia era mais prejudicial do que benéfica. Quando bem indicada e bem supervisionada, a chance de causar mais malefícios do que benefícios é pequena. Além disso, a avaliação médica é fundamental para a decisão de quando suspender o tratamento ou reduzir dose dos medicamentos em casos de efeitos colaterais muito intensos, pois a relação risco-benefício sempre deve ser pesada. Mesmo em casos de doença avançada, a quimioterapia pode aliviar os sintomas decorrentes de metástases ou do próprio tumor primário, reduzindo dor, falta de ar, entre outros sintomas. É fundamental que a quimioterapia seja encarada como uma aliada e não inimiga, para que o resultado do tratamento seja melhor e os efeitos colaterais mais amenos. Dessa forma, uma equipe multidisciplinar com psicóloga, nutricionista, estomatologista (dentista), fisioterapeuta é imprescindível para o sucesso do tratamento. Apesar de não existir prova científica de que uma atitude positiva aumente as chances de um tratamento ter sucesso ou alcançar a cura, ela pode ajudar a tornar essa fase menos difícil, mantendo uma boa qualidade de vida, sensação de bem-estar e maior aderência e tolerância ao tratamento, além de um melhor relacionamento com amigos e familiares. 7. A quimioterapia pode comprometer minha capacidade de gerar filhos? Verdade. Alguns agentes quimioterápicos podem agir nos ovários e nos testículos, comprometendo a qualidade dos óvulos e a produção de espermatozóides, resultando em infertilidade. Existem maneiras de reduzir esse risco e também os avanços da medicina reprodutiva possibilitaram a chance de gestação no futuro através Dra. Eliza Del Fiol Médica Oncologista do congelamento de óvulos, espermatozóides e embriões. Também podem ser usados medicamentos hormonais para proteger ovários durante a quimioterapia. A quimioterapia também pode causar irregularidades menstruais e menopausa precoce. Mesmo ocorrendo essas alterações do ciclo menstrual, deve-se evitar gestação durante a quimioterapia, pois esta pode causar abortos e mal formações fetais. 8. Durante o tratamento, posso fazer uso de “medicamentos naturais” e vitaminas sem informar meu médico, pois se é “natural” não pode fazer mal? Mito. Tudo depende do tipo de quimioterapia e da terapia “natural” que está sendo usada. Nem tudo que é natural é desprovido de risco. Algumas vitaminas podem potencializar os efeitos colaterais de determinados agentes quimioterápicos ou até mesmo reduzir sua eficácia. Sempre informe seu médico sobre essas terapias, seu nome, procedência, indicação, quantidade e frequência de administração. A maioria desses tratamentos “naturais” não foi estudada de forma adequada do ponto de vista científico, não sendo possível comprovar sua eficácia e principalmente sua segurança, além do risco de apresentar interações com outras drogas. 9. A quimioterapia permanecerá por anos no meu organismo? Mito. A grande maioria dos efeitos colaterais decorrentes da quimioterapia permanece por no máximo poucos meses após o término do tratamento. Cada reação acontece durante um período que é determinado pelo tipo de droga, sua dose e forma de administração. Os efeitos observados com maior frequência são: náuseas, vômitos, alteração do paladar, intolerância à odores fortes, feridas na boca, cansaço, queda da imunidade, alterações do hábito intestinal, dores no corpo, queda de cabelo, alterações de sensibilidade. Mais raramente, alguns quimioterápicos podem causar toxicidade permanente no coração, pulmões, nos nervos periféricos, na medula óssea, podendo até mesmo aumentar o risco de um segundo tumor. Isso não significa que o medicamento não saiu do organismo, pois esses danos ocorreram durante o tratamento e poder se manifestar meses ou até mesmo anos após o término do mesmo. 10. Não posso receber vacinação contra a gripe durante a quimioterapia? Mito. Pacientes em quimioterapia apresentam imunidade baixa, estando sob risco maior de apresentar complicações pelo vírus da gripe, devendo receber anualmente a vacina contra Influenza. Vacinas com vírus vivos atenuados devem ser evitadas durante e por mais seis meses após o término do tratamento, devido ao risco teórico de causar infecção em pacientes imunocomprometidos. Somente vacinas com vírus inativos (mortos) podem ser administradas em pacientes em quimioterapia. 11. A quimioterapia me deixa “tóxico”, sendo necessário eu ficar longe das pessoas que moram comigo? Mito. Apesar dos agentes quimioterápicos serem medicações fortes e tóxicas, não é necessário o isolamento do paciente como dormir em camas separadas ou usar banheiros diferentes. 12. Após o início da quimioterapia, preciso aumentar minha alimentação em termos de quantidade, para a defesa do meu organismo não diminuir? Mito. Cuidado. As orientações e o acompanhamento com uma nutricionista são importantes para que a alimentação seja equilibrada em relação aos carboidratos, proteínas e lipídeos, devendo ser rica em vitaminas, fibras, e com a quantidade de calorias adequada para você. Qualidade é mais importante do que quantidade. Cuidado com o ganho excessivo de peso durante a quimioterapia, que é mais comumente observado do que o emagrecimento. Os corticosteróides usa- dos como adjuvantes ao tratamento, tanto para prevenir náuseas e/ou como antialérgicos, podem aumentar significativamente o apetite, além de causar retenção de líquidos. Além disso, a ingestão de sal em excesso pode aumentar ainda mais o risco de inchaços. Dietas radicais para perda de peso durante a quimioterapia devem ser evitadas, pois além de causar anemia e fraqueza, podem aumentar o risco de infecções. O ideal é manter um estilo de vida o mais saudável possível, evitando frituras, alimentos gordurosos, ácidos, ásperos, picantes, condimentados ou muito quentes. Recomenda-se também se alimentar a cada três horas e ingerir uma quantidade de líquidos suficiente para manter uma hidratação adequada. 13. O ideal é evitar cigarro e bebidas alcoólicas durante o tratamento? Verdade. A manutenção do hábito de fumar compromete significativamente os resultados do tratamento, podendo aumentar os efeitos colaterais e o risco de um segundo tumor. São também maiores os riscos de complicações após cirurgias, infecções, trombose venosa profunda e embolia pulmonar. A ingestão de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de toxicidade nas mucosas (mucosite), além de interagir com quimioterápicos aumentando sua toxicidade e provocando alterações nas enzimas do fígado, acarretando atrasos no tratamento e necessidade de redução de doses. 14. Posso ter uma vida sexual normal durante a quimioterapia? Verdade. É normal ocorrer redução do interesse sexual durante a quimioterapia. Isso pode decorrer tanto de alterações físicas como emocionais relacionadas ao tratamento. Não existe contra-indicação. 15. Não devo realizar atividade física ou exercícios durante o tratamento? Mito. Durante a quimioterapia, a disposição para a realização de exercícios físicos pode ser menor. Não existe contra-indicação para a prática de atividades físicas, mas se recomenda que os novos limites físicos sejam respeitados. A prática de exercícios é uma das melhores medidas para evitar o cansaço, fraqueza e dores no corpo relacionadas ao tratamento, além de ajudar no controle do peso. Recomenda-se cautela na exposição solar, pois alguns medicamentos são fotossensibilizantes, podendo provocar queimaduras e manchas com maior facilidade. É necessário o uso de filtros solares, chapéus ou bonés, além de evitar o sol entre as 10 e 16 horas. A Laserterapia como aliada no tratamento oncológico são: mucosite (inflamação da parte interna da boca e da garganta que causam úlceras dolorosas e feridas nessas regiões), alta incidência de cáries, sangramento das gengivas, trismo (dificuldade de abrir a boca), xerostomia (boca seca), dor ao deglutir, alteração do paladar, entre outras, podendo evoluir para quadros mais graves. Profa. Dra. Juliana Bellini Dentista / Estomatologista Pessoas que enfrentam um longo período de terapia para tratar doenças graves, como o câncer, muitas vezes sofrem com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia. As alterações bucais que ocorrem comumente durante os tratamentos oncológicos As severidades dessas ocorrências muitas vezes minam a qualidade de vida do paciente e influenciam inclusive em sua parte emocional e psicológica. A melhor maneira de passar por essa fase tão difícil é fazer um check-up bucal completo com um cirurgião dentista especializado, o Estomatologista. Esse profissional pode lançar mão de inúmeros tratamentos para prevenir e tratar lesões, minimizar a dor e promover a saúde da pessoa. Um deles é o uso do laser de baixa potência como terapia para tratar a mucosite oral, uma vez que não causa traumas, possui baixo custo e excelentes resultados. ço, o laser de baixa potência tem-se mostrado eficaz para prevenir e tratar a mucosite oral, devido ao seu efeito anti-inflamatório e analgésico e, em comparação aos tratamentos convencionais, demonstram eficácia bastante superior. A Laserterapia é eficaz no alívio da dor, uma vez que as úlceras tornam a mastigação dos alimentos um processo difícil. Com a aplicação do laser o paciente passa a se alimentar normalmente, tem aumento da salivação, começa a sentir a melhora do paladar, pois as aftas são cicatrizadas rapidamente. As sessões de laser podem ser diárias até a rescisão do processo inflamatório e após esse período, o profissional estabelece uma rotina de aplicação do laser de acordo com os resultados alcançados. Antes, durante e após o tratamento quimioterápico ou radioterápico, principalmente de cabeça e pesco- Consulte um estomatologista antes de iniciar a terapia oncológica para um check-up completo e passe por esse momento mais seguro e com sua saúde bucal em alta. 06 05 “Enfrentando um caminho desconhecido” Em treze de novembro de 2008, estava sentada diante da minha mastologista a espera do resultado da biópsia feita em minha mama esquerda. Senti meu coração parar e o chão se abrir sobre os meus pés quando soube do resultado. Era um tumor maligno e estava no início, mas teria que retirar o quanto antes, naquele momento, eu entrava na lista de novos casos de câncer de mama esperados para o Brasil em 2008, 49,4 mil, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). No momento em que me descobri doente, as cores do meu mundo perderam o brilho, ficaram cinzentas. Por incrível que pareça a revelação daquela tarde, não me trouxe lágrimas e sim uma decisão difícil e radical, guardaria segredo sobre o câncer, pois a formatura do meu filho mais velho seria no próximo mês e a caçula estava se preparando para o vestibular, meu marido atribulado com os negócios e minha mãe estava muito frágil pela morte do meu pai que fazia apenas 01 ano. Achei melhor agir em silêncio, deixar a cirurgia para depois da formatura e encarar sozinha o medo da morte, o que é compreensível depois de um diagnóstico de câncer. Vivi momentos terríveis em silêncio. Depoimento Elisabete Peres Caldana Não recomendo essa atitude para nin- me deixou bastante debilitada e não guém, pois poderia ter tido um enfar- faltaram mãos amigas para me ajudar te. Apesar de toda angústia que passei, a passar por esse momento e, a vencer valeu a pena, pois a formatura do meu a doença com muita fé, determinação filho foi um dos momentos mais feli- e coragem, pois a vontade de viver foi zes da minha vida. No dia seguinte fui mais forte que o câncer. para a cirurgia falando que se tratava apenas de nódulo e que seria simples. Lutar sempre pela vida! Contei a gravidade apenas para o meu marido. Pelo fato do tumor estar no início, não tive necessidade de retirar toda a mama, mas passei por 6 dolorosas sessões de quimioterapia e 30 de radioterapia. Graças a Deus meus cabelos não caíram todos, mas o tratamento “Enfrentando o câncer de mama, uma corrida contra o tempo”. Depoimento Ana Rosa Andrade cidas espiritualmente para enfrentar a dura batalha. Silmara, Ana Rosa Andrade e Elisabete Peres Caldana Em outubro de 2007, iniciei um difícil tratamento de câncer de mama, detectado num exame de rotina. Essa batalha entre exames, cirurgia, quimioterapia e radioterapia durou quase 2 anos. mo, o emocional abalado, pensei na morte...depois meu medo passou a ser maior pelo sofrimento, que iria passar, tinha imagem de pessoas que conheci, que tiveram câncer e vi definhar e morrer, fiquei apavorada. Com a vida esquematizada entre família, trabalho, estudos, enfim o que parecia estar em ordem, de um dia para outro virou uma desordem. Aos poucos fui me acalmando, contei para meus familiares e uma corrente de oração se formou, minha mãe tão sábia, também se curando de um câncer e terminando as últimas sessões das 40 de radioterapia, estava na minha casa, encontrou forças para me amparar, com fé e tanta sabedoria dos seus 78 anos. Rezamos muito juntas para ela e para mim, ficamos fortale- Tudo mudou diante de um diagnóstico tão temido para todas as mulheres, para mim não diferente. Cada pessoa tem sua própria maneira de enfrentar. Tive muito medo... mas muito mes- Encorajada e confiante em Deus, e sabendo que estava sendo assistida por excelentes médicos, fui para cirurgia em 17/10/2007, com uma força inexplicável a cirurgia, correu maravilhosamente bem, em três dias já estava em casa. Passaram-se uns dias e comecei a quimioterapia, meus Deus.... medo, vontade de chorar!.... mas com a certeza que tudo iria dar certo e com esse pensamento fiz 8 sessões de quimioterapia, tive muitas náuseas, como fui bem instruída pelo médico, sabia que o que estava acontecendo estava dentro do previsto das reações. Fiz 33 sessões de radioterapia e as reações também ficaram dentro do previsto. Assim terminei o tratamento e hoje faço acompanhamento duas vezes por ano. Fui uma paciente com paciência, e hoje estou bem. Muitas coisas mudaram na minha vida, com certeza para melhor. Durante o tratamento segui a risca as orientações da nutricionista, hoje continuo fazendo uma alimentação saudável. Algumas dicas do que foi positivo para mim deixo para pacientes em tratamento, embora as reações são diferentes de um para outro. Para quem está em tratamento, digo que não é fácil, mas o paciente pode colaborar muito com o tratamento, tendo muita paciência, procurando estar em lugares e com pessoas que se sinta bem. Se não tem fome insista para se alimentar pelos mentos um pouco, tome muita água, suco de limão com couve, laranja com beterraba, carne branca, feijão, o que não gostar substitua por outros alimentos sem perder a qualidade e as vitaminas. Não tome nenhum medicamento sem conhecimento do seu médico. Relação Médico Paciente no Câncer de Mama A relação médico –paciente é um tema que, atualmente, encontra um renovado interesse na comunidade científica, na formação e na prática médica. Durante a nossa graduação, há uma preocupação quanto ao conteúdo didático, método pedagógico, tempo de internato, mas na verdade, não somos ensinados a “criar” um bom relacionamento médico–paciente, esse aprendizado inicia-se justamente na prática diária, junto com o sentimento de responsabilidade sobre o outro, sendo fundamental para o bom andamento do processo terapêutico. O exercício da medicina é, particularmente na oncologia, permeado por angústias e dilemas. O médico se vê frequentemente em uma situação onde é preciso transmitir uma má noticia, seja um diagnóstico, um prognóstico, uma falha terapêutica. Na maioria das vezes, o profissional não foi devidamente treinado para gerenciar essas situações e precisa aprender sozinho a desenvolver habilidades relacionais e comunicacionais não ensinadas na formação acadêmica. Ao ser atingida pela notícia, poderá esboçar diversas reações: negação, aceitação, medo, raiva. Seja qual for, deve ser absorvida pelo médico e, nesse momento, instala-se a confiança, fundamental para o bom relacionamento médico –paciente. Por ser tão importante , a confiança fica sendo pré-requisito para um tratamento bem sucedido. Os lados tem que estar afinados, o médico precisa saber conversar, explicar a doença, adequar linguagem, terminologia e o paciente precisa assumir um grau de responsabilidade sobre si e as decisões a serem tomadas. Como todas as relações humanas, existirão aquelas pessoas que por melhor que sejam não terão afinidade umas com as outras. Por mais que tente, o profissional não conseguirá agradar a todos. Ao transmitir um diagnóstico de câncer de mama, o médico precisa deixar claro que não se trata de uma sentença de morte. Por outro lado, existirão aqueles pacientes incapazes de confiar em seus médicos, independente da qualidade dos mesmos. É preciso num primeiro momento, amenizar o estigma que a palavra câncer carrega. Isso deve ser feito No intuito de minimizar as adversidades inerentes ao tratamento oncológico, existem critérios a serem seguidos e avaliados pelo médico; primeiramente, devemos escolher o local ideal para passar a informação, ou seja, não se pode dar a notícia de uma biópsia positiva pelo telefone, ou nos corredores de uma clínica. Devemos estabelecer um ambiente propício e precisamos de tempo e dedicação para esclarecer todos os aspectos que a paciente julgar necessário. Em seguida, avaliamos a percepção que a paciente tem de sua enfermidade, e o que ela já conhece sobre a mesma. No caso do câncer de mama, frequentemente ouvimos vivências com parentes ou conhecidos, que podem agregar uma experiência positiva ou negativa. Muitas vezes, nos deparamos com pacientes que desejam saber todo tipo de informação acerca da patologia, chances, riscos, benefícios, tratamentos opcionais. Outras vezes, tratamos mulheres que preferem não receber uma carga de informação muito extensa, e isso também precisa ser respeitado em cada indivíduo. Por fim, apresentamos e discutimos um plano terapêutico e o prognóstico, alimentando expectativas reais e verdadeiras, pois quando há transparência, ocorre aumento na confiança da paciente em seu médico. Isso é primordial para diminuir as fantasias e medos criados em relação à doença. Dra. Luciana Gandra Camargo de Barros Oliveira Mastologista da Clinica Humanitas/Especialista em radiologia mamária da Pró-femme Diagnósticos nais, apontando que um bom relacionamento aumenta a satisfação do paciente e a qualidade do serviço de saúde. Não é suficiente , portanto, buscar novas tecnologias e boa formação dos profissionais médicos para atingir níveis de excelência em saúde, é necessário também o respeito à valores subjetivos da paciente, a promoção de sua autonomia e o estabelecimento de um vínculo entre médico, paciente e familiares. Com isso, geramos um bem-estar psico social que acolhe e fortalece nossa paciente, tornando a batalha contra o câncer de mama uma ação mais coletiva e muito menos solitária. Observamos que a maioria das queixas dos pacientes faz referência as dificuldades de comunicação e não à competência clínica dos profissio- A Importância da Atividade Física na Saúde Se possível licencie para se cuidar, pense que tudo vai passar e que logo voltará para as atividades normais. Repense a sua vida com saúde, ela é tão importante! Repense suas atividades, o que você pode melhorar para a sua qualidade de vida. Vale a pena! Deus é tão maravilho, não desperdice essa chance! Continue a alimentação saudável, exercícios físicos, continue a fazer o bem para você mesmo. Não esquecendo que a prevenção é o melhor remédio! Fica a dica! de forma clara, simples, no grau de entendimento do paciente, evitando nesse momento a linguagem científica e estatísticas, no sentido de não gerar uma sobrecarga de informações na paciente que está administrando suas emoções frente a uma má noticia. Sempre gostei e pratiquei algum tipo de atividade física. Com 52 anos me vi com câncer de mama e descobri a importância de ter praticado todos esses exercícios. Meu tratamento foi longo, mas para mim os efeitos colaterais foram bem menores que do que para a maioria das pessoas sedentárias. Romilda Arruda Meu corpo não reteve líquido, mantive meu peso, meu coração e pulmão se mantiveram fortes e consegui me curar com mais facilidade. Já foi comprovado pela ciência que praticar algum exercício físico e uma alimentação equilibrada é o melhor para nossa vida. Para você que não pratica nada recomendo pelo menos uma caminhada. O exercício físico nos garante bem estar e interação com outras pessoas e isto melhora nosso emocional. 07 Radioterapia: Mitos e Verdades vando as células do organismo. Após a surpresa inicial da indicação, muitos pacientes se perguntam: durante a Radioterapia é permitido o convívio com grávidas? E crianças? A radiação usada no tratamento “passará” para outras pessoas? Vou sentir dor durante o tratamento? Dra. Dr. Max Strasser CRM SP 100.871 Radio-oncologista da UNICAMP e Coordenador do Serviço de Radioterapia da Santa Casa de Sorocaba O que vem à mente quando você ouve a palavra “radiação”? As Bombas Atômicas de Hiroshima e Nagasaki? O terrível acidente nuclear na usina de Chernobyl? Ou, mais perto de nós, o vazamento de Césio 137 em Goiânia? Pois bem, esses e outros fatos têm alimentado nosso temor das radiações. Entretanto, há uma grande diferença entre acidentes nucleares (que felizmente são raros) e métodos terapêuticos consagrados que ajudam no tratamento do Câncer. A radiação, quando bem empregada, dosada e indicada é uma excelente opção para tratar vários tipos de tumores malignos, embora possa causar alguns efeitos colaterais. Isso explica as frequentes dúvidas dos pacientes que serão submetidos ao tratamento com radiação ionizante, a Radioterapia. Radioterapia é o tratamento com Radiação ionizante que promove alteração no material genético das células tumorais e consequente destruição do tumor. A experiência nos mostrou que, em relação à sensibilidade da radiação, as células tumorais são diferentes das sadias. Em outras palavras e de forma muito simplificada: quando oferecemos radiação em uma determinada área do corpo, sabemos que as células tumorais desta área vão absorver mais radiação que as células sadias. Essa propriedade de absorção seletiva dos raios possibilita que a radioterapia destrua as células do câncer preser- Tais dúvidas deverão ser resolvidas já na consulta inicial com o especialista para concretizar os fatos e esclarecer os mitos: A Radioterapia queima? Não. É frequente a confusão entre queimadura e radiação. A vermelhidão na pele observada em alguns casos, chamada de radiodermite, é uma consequência da inflamação que a radioterapia causa na pele. Na maioria das vezes, a radiodermite produz sintomas leves como coceira no local e aumento da sensibilidade. É por isso que durante o tratamento, orientamos os pacientes para não expor o local ao sol. Para prevenir e tratar a radiodermite indicamos medicamentos locais na forma de pomadas ou cremes. A Radiação permanece no corpo após a Radioterapia? Não. A radioterapia é realizada em uma sala apropriada e protegida. Durante a sessão diária da radioterapia, que dura aproximadamente 10 minutos, somente a área afetada do paciente fica exposta ao feixe de radiação. Finalizada a sessão, o paciente sai da sala sem qualquer radiação residual. O que permite uma convivência social normal. Radioterapia dói? Não. A radiação é invisível e indolor. Os efeitos da radioterapia ocorrem geralmente na área onde o feixe de radiação incide e em alguns casos podem se apresentar como um aumento da sensibilidade local. Durante o tratamento pode-se sentir mal? Sim. Ocasionalmente a radioterapia provoca em algumas pacientes o chamado mal das radiações, manifestado como fraqueza, dor de cabeça, falta de apetite. Esses efeitos colaterais são mais comuns no início do tratamento e fazem com que o paciente fique um pouco mais cansado e debilitado. Na maioria das vezes são sintomas discretos. Nesses casos, orientamos que descanse e respeite os limites do seu corpo, mantendo alimentação regulada e balanceada com ingestão frequente de líquido. A radioterapia atrapalha a rotina diária? Depende. Muitos pacientes são encaminhados à radioterapia após terem realizado uma cirurgia ou vários ciclos de quimioterapia. Isso promove um desgaste psicológico intenso somado à profunda fadiga física. Por sua vez, a radioterapia pode se estender por seis a sete semanas o que agrava esse quadro clínico. Por isso acreditamos, se as condições clínicas do paciente permitirem, que durante o tratamento, ele possa ser progressivamente reinserido na sua rotina diária. A angústia que o diagnóstico de câncer causa é compreensível e requer muita atenção. Pode abalar profundamente o paciente, seus familiares e seus amigos. Em alguns casos, o paciente acaba se isolando e afastando, involuntariamente, as pessoas queridas com as quais convivia. Frequentemente usa o tratamento como argumento para não se relacionar. A radioterapia não é um fator limitante para o relacionamento interpessoal. Situações corriqueiras como participar de uma roda de conversa, jantar em família e passear em parques são estimulados, quando a condição clínica do paciente possibilita. A interação entre pacientes é saudável e contribui para a aceitação do diagnóstico e do seu tratamento. Entretanto é importante lembrar que existem vários tipos de câncer e, dentre eles, vários estágios, ou seja, aquele tipo de radioterapia que é válido para um paciente nem sempre é indicado para outro. O mesmo ocorre com o número de sessões e com a finalidade da radioterapia.