A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO ANÁLISE DA POLÍTICA DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) IMPLANTADA EM ALAGOAS EZEQUIAS FRANCISCO DOS SANTOS 1 DOMINGOS SÁVIO CORREA 2 Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar e caracterizar a importância da política de Arranjos Produtivos Locais (APLs), a partir da implementação do Programa de Mobilização para o Desenvolvimento dos Arranjos produtivos Locais de Alagoas (PAPL), observando o seu impacto sobre as transformações econômicas e sociais nos municípios alagoanos. A pesquisa ancora-se numa metodologia exploratória, justificada pela pouca produção e, em parte, pela inacessibilidade de estudos que avaliam o Programa. A mesma tem um caráter de trabalho dedutivo, pois parte do contexto nacional ao estadual para analisar a implementação dessa política. Palavras-chave: Apoio, Desenvolvimento, Política Abstract: This research aims to analyze and characterize the importance of local clusters policy, from the implementation of the Mobilization Program for the Development of productive arrangements Alagoas places, noting its impact on the economic transformations and social in municipalities Alagoas. Research anchors up an exploratory methodology, justified by the low production and partly by the inaccessibility of studies evaluating the program. The same has a character of deductive work, as part of the state national context to review the implementation of this policy. Key-words: Support, Development, Politics 1 –Introdução Alagoas apresenta baixos índices de crescimento acumulado do Produto Interno Bruto (PIB), e também do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Entre as atividades econômicas responsáveis pela geração de emprego e renda, destacam-se a agroindústria sucroalcooleira, a produção cloro-química e o setor de comércio e prestação de serviços. As receitas geradas por essas atividades, junto com as verbas oriundas dos programas do governo federal compõem parte do PIB estadual. Assim, faz-se necessário pensar os motivos pelos quais Alagoas não acompanhou o desenvolvimento regional recente e as possibilidades que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do Estado. 1 - Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Alagoas. Email de contato: [email protected] 2 Docente do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Alagoas. E-mail de contato: [email protected] 6166 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO A política de Arranjos Produtivos Locais (APLs), foi institucionalizada como política de desenvolvimento econômico estadual a partir da implantação do Programa de Mobilização para o Desenvolvimento dos Arranjos e Territórios Produtivos do Estado de Alagoas (PAPL), efetivada em 2004. Essa política surgiu como possibilidade para a modernização econômica estadual. O PAPL focou nos municípios que desenvolviam atividades produtivas tradicionais correlatas, e que apresentavam os menores índices sociais e econômicos para a implantação dos arranjos. Unindo esforços com diversas instituições públicas e privadas, essa política intenta propiciar maior produtividade e sustentabilidade, econômica, social e ambiental, a fim de promover o desenvolvimento econômico e social dos municípios inseridos nos arranjos (LUSTOSA e ROSÁRIO, 2011). Após a instauração do PAPL, em boa parte dos arranjos nota-se ganhos em produtividade, competitividade e inovação, o que possibilita o aumento do emprego e renda dos micro e pequenos empresários participantes do programa. O APL da Piscicultura no Delta do são Francisco, o APL de Móveis no Agreste e o APL de Móveis em Maceió demonstram essas características. 2 – Alguns dos entraves à modernização econômica de Alagoas Alagoas apresenta características históricas e sociais similares a da região Nordeste. Como dificuldades políticas e sociais para romper com um modelo econômico baseado no monopólio da terra, organização preferencial da comercialização de certos produtos e o baixo nível econômico, educacional e sanitário de parte da sua população. Essas dificuldades geraram entraves à modernização econômica dessa região e, consequentemente, ao estado de Alagoas. Para Luedemann (2012), a oligarquia açucareira formada no Nordeste não acompanhou as transformações nas relações capitalistas de trabalho e produção referentes a I Revolução Industrial, com a mesma intensidade e dinamismo que a região Sudeste. Esse fato explica, em parte, as disparidades econômicas, sociais, culturais etc, entre essas regiões. Assim, encontramos em Alagoas “um caso 6167 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO histórico de ação mútua entre o Estado e a elite agrária que se estendeu quase sem nenhuma modificação, do período colonial ao período republicano” (LIRA, 2007, p.69), decorrente da herança patrimonialista. Essas características da formação social e econômica alagoana ainda permeiam e impõem decisões políticas motivadas por uma mentalidade senhorial, subjugando o processo de transformação e desenvolvimento econômico e social do Estado aos interesses das famílias oligarcas (LUEDEMANN, 2012). Conforme Lima (2014), os antecedentes históricos recentes do processo usineiro alagoano dividem-se em três fases: I) De 1930-1950, com a consolidação do parque usineiro alagoano; II) De 1950-1975, com a expansão e modernização da agroindústria canavieira alagoana, capitaneada pelo Programa Nacional do Álcool (Proálcool), instituído em 14 de novembro de 1975 e intensificado pelos objetivos do II Plano Nacional de Desenvolvimento/ II PND – (1975/79); e, III) de 1975-1989, com um novo processo expansivo, motivado pelo “acordo dos usineiros”, assinado no final da década de 1980. Esse acordo foi celebrado entre os empresários do setor e o governo do estado, isentando aqueles do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) (p. 47-95). Na década de 1990, com a desregulamentação do complexo industrial canavieiro brasileiro, a extinção do Instituto do Açúcar e Álcool (IAA), e, o enfraquecimento da capacidade de ação governamental em relação ao setor canavieiro, os empresários desse setor passam a adotar o discurso da crise no setor. No entanto, o que se notou nesse período foi um processo de reestruturação produtiva, com muitos empresários do setor sucroalcooleiro estendendo sua atuação para setores de comércio, comunicação, transportes, etc. Não bastasse a isenção do ICMS, concedido pelo “acordo dos usineiros”, no final da década de 1980, diminuindo ainda mais a arrecadação e o orçamento estadual. A atuação do estado na promoção do desenvolvimento de projetos voltados para a infraestrutura se viu novamente prejudicada, por sair em socorro desse setor (CARVALHO, 2010). Concomitante a esse processo, houve o aumento da mecanização aplicada a áreas tradicionais e com novo potencial de plantio da cana-de-açúcar, com a ampliação do plantio para a área dos tabuleiros costeiros. Esse fato provocou o aumento da migração dos trabalhadores dessas áreas para as capitais, elevando o 6168 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO índice de violência e o crescimento dos aglomerados subnormais, nos principais “centros urbanos do estado”, Maceió e Arapiraca. Enfatizamos o caso da capital estadual, Maceió, que tem figurado entre as cidades mais violentas do país, a partir desse período. Conforme Gomes (2014), a economia de Alagoas recentemente enfrenta um processo de “involução econômica”, em razão de fatores negativos, tais como: a perda de dinamismo econômico e investimentos no setor industrial. Outro ponto negativo, segundo Carvalho (2012), relaciona-se à dependência econômica de recursos provenientes do Governo Federal, através de programas de redistribuição de renda e assistência social, como o Programa Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada, gerando uma espécie de “financiamento do desenvolvimento” com base em uma “economia sem produção”. Vale ressaltar, ainda, as consequências perversas do endividamento financeiro perante o governo federal e as dificuldades em se atrair investimentos e diversificar a economia. 3 – A evolução e espacialização da política para arranjos produtivos locais em Alagoas Buscando amenizar as disparidades econômicas e sociais, a Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico de Alagoas – Seplande/AL adotou uma metodologia no modelo de regionalização para o planejamento econômico estadual, tomando como referência a Teoria das Localidades Centrais, baseada na aplicação de um modelo gravitacional que possibilite a identificação de polos e áreas de influência, ou seja, polarização e regionalização, com base no potencial de interação e na hierarquia de atração econômica entre os municípios alagoanos. A aplicação dessa metodologia baseada em teorias desenvolvidas no bojo da economia regional visa alavancar o desenvolvimento econômico do estado. É visível a adoção dessa política econômica ao analisarmos os polos de desenvolvimento presentes no estado, como: o Polo Cloroquímico; o Polo Multissetorial Governador Luiz Cavalcante; e, o Polo de Turismo Costa do Corais. A data de implantação de alguns desses polos demonstra 6169 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO que essa metodologia vinha sendo, em parte, utilizada muito antes do presente modelo de regionalização para o planejamento econômico estadual (Seplande, 2014). Com relação às formulações conceituais referentes aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), há diversas denominações e diferentes abordagens ao tratar de fenômenos de aglomerações territoriais de uma mesma atividade produtiva. Sendo essas extensões, em muitos casos, um desdobramento das teorias de economia regional, tais como: os distritos industriais de Marshall (1982), onde ele analisa a especialização produtiva sobre aglomerações de pequenas e médias empresas, objetivando alavancar o sistema produtivo regional; no pensamento de Schumpeter (1982), com referência ao impacto do processo de inovação tecnológica e empreendedorismo; na abordagem de Putnam (1997), onde ele demonstra a importância do poder público na promoção e coordenação do processo de transformação da estrutura produtiva, contribuindo para aumentar o capital social e o desenvolvimento econômico; e nos estudos de Perroux (1977) e Hirschman (1961), que enfatizam os benefícios das concentrações industriais para o desenvolvimento regional. Porém, a utilização indiscriminada e banalizada do conceito de APL, misturando, em muitos casos, diversas teorias e abordagens regionais por parte das diversas instituições, provocou um entrave na viabilização e delineamento de políticas de apoio a essa política por parte dos órgãos públicos. Segundo Costa (2010), como alternativa para minimizar a diversificação conceitual, a partir do final da década de 1990, dentro dos debates realizados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), foi elaborado um conjunto de notas técnicas, com base nos estudos desenvolvidos pela Rede de Pesquisa em Sistema e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais (Redesist), tendo como tema “Elementos para uma tipologia de APLs”. Na definição oficial, APLs são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais – com foco em um conjunto específico de atividades econômicas – que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvendo a participação e a interação de empresas, que podem ser desde produtores de bens e serviços finais até fornecedores de insumos e equipamentos, 6170 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO prestadoras de consultorias, serviços, comercializadores, clientes, entre outros – e suas variadas formas de representação e associação. Incluem diversas outras organizações públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidades; pesquisas, desenvolvimento e engenheiro; política, promoção e financeira. Com a efetivação desses objetivos e um envolvimento sócio-econômico dos agentes do APL, assistiríamos ao aumento da capacidade produtiva das empresas envolvidas com essa política, através da “eficiência coletiva” dos setores, da cadeia produtiva e da região. Outro fator importante é a proximidade física entre as empresas, permitindo o surgimento de laços de confiança e cooperação promovendo ganhos na qualificação da mão de obra, na compra de matérias primas, máquinas e equipamentos, serviços especializados de tecnologia, entre outros, para ambas as partes, por meio de uma “fertilização cruzada” (COSTA, 2010, p.129). Os APLs baseiam-se, assim, em aglomerações de pequenas e médias empresas que praticam uma mesma atividade produtiva, com o objetivo de promover a interação e cooperação dos diversos agentes participantes do arranjo, gerando mais capacidade inovativa, emprego e renda. Conforme Lustosa e Rosário (2011), o fomento à política de APLs por meio de ações e políticas públicas federais e estaduais culminou com a institucionalização do Programa de Mobilização para o Desenvolvimento dos Arranjos e Territórios Produtivos do Estado de Alagoas (PAPL) em 2004. O PAPL atua por meio de ações conjuntas do Sebrae-AL e Seplande-AL, sendo transformado, posteriormente, em uma política estadual de desenvolvimento incluída no plano Plurianual 2004/2007. O Programa focou nos municípios que desenvolviam atividades produtivas tradicionais correlatas, e que apresentavam os menores índices sociais e econômicos para a implantação dos arranjos. O Programa vigora como política de desenvolvimento estadual até os dias atuais, sob a coordenação da Seplande-AL e apoio técnico do Sebrae-AL (p. 81 - 85). Após estudos realizados pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Sectes), e conforme um critério de seleção considerando os municípios com os menores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), foram selecionados 27 potenciais APLs em Alagoas; desses, apenas 10 foram apoiados 6171 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO pelo Governo de Alagoas, por meio do PAPL, como pode ser observado na tabela abaixo. Tabela 1: Evolução dos APL’s em Alagoas 2003-2013 Setor Agronegóci o Em 2004 (10 APL’s) APL Apicultura APL Ovinocaprinocultura APL Laticínios APL Piscicultura Delta do São Francisco APL Mandioca do Agreste de Alagoas Turismo APL Turismo Costa dos Corais APL Turismo Lagoas e Mares do Sul APL Cultura em Jaraguá* APL Móveis no agreste Indústria Serviços APL Tecnologia de informação Até 2011 (13 APL’s) APL Fruticultura Pinha do Agreste APL Horticultura do Agreste APL Inhame no Vale do Mundaú APL Laranja Vale do Mundaú APL Mandioca do Agreste de Alagoas APL Mel do Sertão Alagoano APL Ovinocaprinocultura APL Piscicultura Delta do São Francisco APL Turismo Costa dos Corais APL Turismo Lagoas e Mares Do Sul APL Turismo Caminhos do S. Francisco APL Móveis do Agreste A partir de 2012 (18 APL’s) APL Fruticultura do Agreste APL Horticultura do Agreste APL Fruticultura do Vale do Mundaú APL Mandioca do Agreste de Alagoas APL Mel do Sertão Alagoano APL Ovinocaprinocultura APL Piscicultura Delta do São Francisco APL da Apicultura Litoral e lagoas (Própolis Vermelha) APL da Rizicultura APL Turismo Costa dos Corais APL Turismo Lagoas e Mares do Sul APL Turismo Caminhos do São Francisco APL Tecnologia Informação APL Tecnologia da Informação APL Fitoterápicos da APL Móveis do Agreste APL Móveis Maceió APL Oleiro Cerâmico APL Extração Artesanal de Granito * Esse APL deixou de ser apoiado pelo PAPL por apresentar um grande número de divergências entre os atores envolvidos com suas atividades, falta de cumprimento das ações estabelecidas, e a falta de segurança no próprio bairro de Jaraguá (LUSTOSA e ROSÁRIO, 2011, p. 85-86). Fonte: Elaborado com base em Seplande-AL, 2013, e Lustosa e Rosário, 2011. Observa-se que o PAPL atualmente está estruturado em 18 APLs distribuídos nos setores de agronegócio, indústria e serviços, abrangendo oitenta e oito dos cento e dois municípios alagoanos conforme o mapa apresentado a seguir: Mapa: Abrangência espacial dos APLs em Alagoas -2013 6172 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO Fonte: Seplande-AL, 2013. A estrutura de gestão do PAPL que foi instituída por meio do Decreto Estadual nº 2.077 de 30 de agosto de 2004, Art. 4º, é composta por: Conselho Deliberativo, formado por representantes da administração do Governo estadual; Coordenação Executiva, formada por gestores da Seplande-AL e Sebrae-AL; e Gestores Locais, que são representantes de cada APL em seus respectivos territórios, formando o corpo gestor. Atualmente a coordenação do PAPL fica a cargo da Seplande-AL e SebraeAL. Esta coordenação, atua como uma “incubadora” de APLs pois, quando o arranjo alcança a autossuficiência, espera-se que em termos de gerenciamento e apoio político o mesmo não necessite mais do apoio do Programa. Dessa forma, cada APL é considerado um projeto do PAPL, e possui um gestor credenciado pelo Sebrae-AL, tendo como parceiros, secretarias municipais, sindicatos, associações, cooperativas, agências de fomento à pesquisa, bancos públicos (BNB, BB, BNDES), organismos federais (MDIC, Codevasf, MCT e MDA). Dessa forma, o PAPL surge como uma alternativa de fortalecimento e diversificação dos setores produtivos nos municípios envolvidos com a política de 6173 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO APL. A maior parte dos arranjos em Alagoas encontra-se ligado a atividade agrícola por causa da vocação produtiva estadual. No entanto, segundo Cassiolato et all (s/d), as políticas para implantação de APLs também tem o potencial de promover o desenvolvimento industrial e inovativo, focalizando, cada vez mais, suas atuações em torno do uso do território. 4 – Considerações finais Compreende-se que a posição ideológica em torno dos APLs traz para o âmbito local a discussão da problemática do desenvolvimento por meio de vantagens relacionadas à formação e desenvolvimento local, tirando o foco de políticas baseadas em grandes projetos estruturantes. As atividades ligadas aos arranjos promovem ganhos em diferentes estágios e escalas do processo produtivo por meio da cooperação, aprendizado coletivo, capacidade inovativa de empresas e instituições locais, aumentando a competitividade e o fortalecimento dos mecanismos de governança do programa (LUSTOSA, s/d; Silva, 2010). Portanto, o PAPL busca alternativas nas realidades e dificuldades de cada município alagoano, unindo esforços com diversas instituições para propiciar o desenvolvimento econômico e social. Observa-se, por meio da analise dos relatórios dos gestores dos APLs, que houve mudanças organizacionais, disseminação de conhecimentos e inovação, apoio à comercialização dos produtos e melhorias na infraestrutura básica e formalização das empresas participantes do arranjo, gerando mais emprego e renda. 6 - Referências Bibliográficas CARVALHO, C. P. de. Reestruturação produtiva do setor sucroalcooleiro de Alagoas. 1990/2000. 3 ed. Maceió: Edufal. 2010. _________. Economia popular: uma via de modernização para Alagoas. Maceió: Edufal, 2012. CASSIOLATO, J. E. et all. Elementos para o desenvolvimento de uma tipologia de APLs. Nota Técnica Síntese. Implementação e avaliação de políticas para Arranjos Produtivos Locais: Proposta de modelo analítico e classificatório. 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