38-Toxoplasmose Cerebral em paciente portadora de Esclerose

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Toxoplasmose Cerebral em paciente
portadora de Esclerose Múltipla sob
tratamento
com
Natalizumabe
Autores: Castro R.S1; Quinan, T.D.L2; Protázio F.J3; Borges,
F.E4
Instituição: 1- Médico Residente em Neurologia do Hospital
Geral de Goiânia [email protected], 2- Médica
Residente em Neurologia da Santa Casa de Misericórdia, 3Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de
Goiás 4- Médico Neurologista Preceptor da Residência
Integrada em Neurologia (HGG, SCM e HUGO).
Introdução: A toxoplasmose Cerebral é uma
doença causada pelo protozoário Toxoplasma
Gondii que é um parasita intracelular muito
disseminado em nosso país podendo causar
infecções congênitas ou adquiridas. A
neurotoxoplasmose
é
rara
em
imunocompetentes, mas é a infecção
oportunista mais prevalente em pacientes HIV
positivos, sendo causada por reativação de uma
infecção latente.
Material e Métodos: Relatar a ocorrência de
caso de Neurotoxoplasmose em paciente sob
uso de Natalizumabe para tratamento de
Esclerose Múltipla Remitente Recorrente
através de revisão de prontuário da paciente
do ambulatório de Doenças Desmielinizantes
do Hospital Geral de Goiânia.
Relato de Caso: Paciente A.A.O.M sexo
feminino 46 anos, natural de Santa Rosa
Goiás, portadora de EMRR há 7 anos em uso
de Natalizumabe há 2 anos, em
acompanhamento no Ambulatório de Doenças
Desmielinizantes do Hospital Geral de Goiânia,
paciente com EDSS de 6,5 teste para vírus JC
positivo retorna a consulta ambulatorial para
mostrar exame de RNM de Crânio de controle
sem novas queixas refere melhora da marcha
após inicio de fampiridina ha 15 dias.
Ao exame Neurológico paciente apresenta
paresia de MIE 4/5 associada a hiperreflexia e
presença de sinal de Babinski a esquerda
marcha ceifante com auxílio de andador. Na
RNM de Crânio 16/06/15 foi evidenciado lesão
expansiva com realce anelar completo pelo
contraste em topografia subcortical mo giro
temporal médio direito com focos de baixo
sinal T2 associado a edema perilesional (figura
1 e 2). Paciente foi internada para investigação
etiológica da lesão e iniciado tratamento
empírico com Pirimetamina, sulfadiazina e
acido folinico por 6 semanas para
Neurotoxoplasmose. A sorologia no liquor
para Toxoplasmose IGG foi positiva em altos
títulos, aguarda PCR no liquor para JC Vírus.
Após 14 dias do tratamento foi repetido a
RNM de Crânio que demonstrou redução
importante do edema perilesional e do realce
anelar da lesão (figura 3 e 4)
Imagens:
Figura 1
Figura 3
Figura 2
Figura 4
Discussão: O natalizumabe é um anticorpo monoclonal
recombinante, humanizado obtido a partir das células
murínicas de mieloma, ele bloqueia três das quatro etapas
do processo inflamatório na Esclerose Múltipla. O
mecanismo de ação do natalizumabe faz acompanhar da
redução da proteção imunológica do SNC, facilitando a
reativação do vírus JC, agente envolvido na
leucoencefalopatia multifocal progressiva sendo o risco de
desenvolver tal condição foi estimado em 0,1%. Entretanto
não há na literatura nacional relatos de associação do uso
de natalizumabe com outras infecções oportunistas
inclusive a neurotoxopasmose dai a droga não ser
considerada uma droga imunossupressora clássica. Existe
segundo pesquisa no PUBMED apenas um relato, mas de
toxoplasmose ocular associado a Natalizumabe ocorrido na
cidade de Lugano na Suíça e publicado em 2009 no
Neurology, outras doenças oportunisticas foram relatados
como uma serie 20 casos de encefalite por Herpes Simples
e Varicela Zoster entre 2004-2012 em uma revisão do US
Food and Drug Administration’s (FDA’s) e Adverse Event
Reporting System (FAERS) junto a plataforma do MEDLINE.
Conclusão: Diante do quadro apresentado concluímos que
é importante ficarmos atentos para outras infecções
oportunistas de acometimento do SNC e não somente a
leucoencefalopatia multifocal progressiva durante a
utilização do natalizumabe. Salientar também a importância
do exame de RNM periódico durante uso da medicação.
Referências
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