UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIENCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA ANALISE MORFOLÓGICA, QUÍMICA E MOLECULAR DE DIFERENTES TÁXONS DE MANIHOT COM ÊNFASE NA MANIÇOBA (Manihot pseudoglaziovii PAX E HOFFMANN.) DE INTERESSE FORRAGEIRO FABIANA AUGUSTA SANTIAGO BELTRÃO AREIA – PB FEVEREIRO - 2006 ii FABIANA AUGUSTA SANTIAGO BELTRÃO ANALISE MORFOLÓGICA, QUÍMICA E MOLECULAR DE DIFERENTES TÁXONS DE MANIHOT COM ÊNFASE NA MANIÇOBA (Manihot pseudoglaziovii PAX E HOFFMANN.) DE INTERESSE FORRAGEIRO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal da Paraíba, como parte das exigências para a obtenção do titulo de Mestre em Zootecnia. Comitê de Orientação: D.Sc Divan Soares da Silva – Orientador Principal D.Sc. Patrícia Mendes Guimarães Beelen D. Sc. Rômulo Marinho LLamoca Zárate AREIA – PB FEVEREIRO - 2006 iii Ficha catalográfica elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Areia -PB, CCA/UFPB. Bibliotecária: Elisabete Sirino da Silva CRB-1409 B453c Beltrão,Fabiana Augusta Santiago. Analise Morfológica, Química e Molecular de Diferentes Táxons de Manihot com Ênfase na Maniçoba (Manihot Pseudoglaziovii|Pax e Hoffmann.) de interesse forrageiro. Fabiana Augusta Santiago Beltrão- – Areia, PB: CCA/UFPB, 2006 85 f.:il. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) pelo Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal da Paraíba. Orientador: Divan Sares da Silva 1. Maniçoba- Maninhot pseudglaziovii Pax e Hoffm. 2. Maniçoba-morfologia 3. Maniçoba-caracterização química. I.Silva, Divan Sares da (Orientador.) . II. Título. 2. CDU:633.912.7 (043.3) iv FABIANA AUGUSTA SANTIAGO BELTRÃO ANALISE MORFOLÓGICA, QUÍMICA E MOLECULAR DE DIFERENTES TÁXONS DE MANIHOT COM ÊNFASE NA MANIÇOBA (Manihot pseudoglaziovii PAX E HOFFMANN.) DE INTERESSE FORRAGEIRO Dissertação Aprovado pela Comissão Examinadora em:20/02/2006 BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Prof. Dr.Divan Soares da Silva Orientador Universidade Federal da Paraíba/CCA _____________________________________________________ Prof. Dr. Glesser Porto Barreto Examinador Universidade Federal de Pernambuco/UAG __________________________________________________________ Prof. Dr.Leonardo Pessoa Feliz Examinador Universidade Federal da Paraíba/CCA AREIA – PB FEVEREIRO- 2006 v A Deus, pelo milagre da vida. Aos meus pais, Edvaldo Beltrão e Annie Elizabeth, pelo grande apoio em todas as fases da minha vida; As minhas filhas Annie e Adriana com muito carinho; Aos meus irmãos, Sandra, Edvaldo, Eduardo, Adriana, Annie e Danilo pela nossa amizade; DEDICO vi AGRADECIMENTOS À Universidade Federal da Paraíba, em especial, ao Programa de Pós-graduação em Zootecnia, pela oportunidade de realização deste curso. Á CAPES, pela concessão de bolsa de estudos, no transcorrer do curso. Ao professor Divan Soares da Silva, pela orientação e confiança. Nosso reconhecimento. Ao professor Ariosvaldo Nunes de Medeiros, pela compreensão e amizade; Nossa gratidão. Ao professoror Leonardo P. Felix pela colaboração na condução deste trabalho. Aos professores Rômulo Marino Llamoca Zarate e Patrícia Mendes Guimarães Beelen pela colaboração na condução deste trabalho. Aos professores Severino Gonzaga Neto e Edgard Cavalcanti Pimenta Filho pela valiosa colaboração: Ao Prof. Dr. Walter Esfrain Pereira pelas análises estatísticas e sugestões para a melhoria deste trabalho; A todos os professores do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, pelos ensinamentos. Aos funcionários do PPGZ: Graça, Dona Carmem e Damião, pelos momentos de descontração. Aos funcionários do Laboratório de Nutrição Animal na condução das análises Aos funcionários do Laboratório de Biologia Molecular na condução das análises; Aos amigos da minha turma da pós-graduação; Aos demais amigos conquistados durante nossa jornada acadêmica:Verônica, Maria do Socorro, Merilândia, Marcos Jacob, Janete. Enfim, a todos, que por motivo de esquecimento deixei de mencionar, mas que contribuíram na concretização deste sonho. Em especial a Lourielton Alves da Fonseca pela ajuda junto ao trabalho; Agradeço ao tempo... Mesmo tendo-o como principal inimigo pude vencê-lo. Muito obrigado! vii SUMÁRIO Página Revisão de literatura................................................................................................................. 4 Referências Bibliográficas....................................................................................................... Capítulo 1 – Morfométria de acessos de Maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax e Hoffmann.) e de duas Espécies Afins de Interesse Forrageiro................................................. Resumo.................................................................................................................................... Abstract................................................................................................................................... Introdução............................................................................................................................... Material e Métodos.................................................................................................................. Resultados e Discussão............................................................................................................ Conclusões............................................................................................................................... Referências Bibliográficas....................................................................................................... Capítulo 2 – Analise Química da Maniçoba (Manihot pseudglaziovii Pax e Hoffmann.) e de duas Espécies Afins de Interesse Forrageiro....................................................................... Resumo..................................................................................................................................... Abstract................................................................................................................................... Introdução............................................................................................................................... Material e Métodos................................................................................................................. Resultados e Discussão.......................................................................................................... Conclusões................................................................................................................................ Referências Bibliográficas..................................................................................................... Capítulo 3 - Variabilidade Genetica de Acessos De Maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) e de duas Espécies Afins de Interesse Forrageiro Através De RAPd...................................................................................................................................... Resumo..................................................................................................................................... Abstract.................................................................................................................................... Introdução................................................................................................................................ Material e Métodos.................................................................................................................. Resultados e Discussão............................................................................................................ Conclusões.............................................................................................................................. Referências Bibliográficas....................................................................................................... 16 20 21 22 23 26 30 35 36 39 40 41 42 45 50 57 58 62 63 64 65 69 76 83 84 viii LISTA DE TABELAS Capítulo 1 Página Tabela 1 – Relação dos 20 caracteres das folhas avaliados em dezesseis acessos de plantas Manihot pseudglaziovii.......................................................................... 28 Analise de variância para os 20 caracteres morfométricos nos acessos de M. Tabela 2 - esculenta, M. pseudoglaziovii e do híbrido (pornuncia)..................................... 30 Tabela 3 - Médias em cm para os 20 caracteresmorfometricos analisados em 14 acessos de Manihot pseudoglaziovii, M. esculenta e do híbrido (pornuncia)................. 33 Capítulo 2 Página Tabela 1 - Analise de variância para os 13 caracteres químicos nos acessos de M. esculenta, M. pseudoglaziovii e do híbrido (pornuncia).................................... 50 Tabela 2 - Médias das analises de MS, PB, FDN, FDA, DIVMS, MM, MO, HEM, LIG, EE, CEL, TT e HCN nos14 acessos de Manihot pseudoglaziovii, M. esculenta e do híbrido (pornuncia).................................................................... 55 Capítulo 3 Página Tabela 1 - Identificação dos acessos de maniçoba e de duas espécies afins...................... 70 Tabela 2 - Iniciadores (primers) com suas correspondentes seqüências de nucleotídeos. 71 Tabela 3- de absorbância e quantificação das amostras de DNA dos acessos de 76 maniçoba e de duas espécies afins extraídos pelo método de Dellaporta et, al.(1983)............................................................................................................ Tabela 4- Leituras de absorbância e quantificação das amostras de DNA dos acessos de 77 maniçoba e de duas espécies afins extraídos pelo método de CTAB (Doyle & Doyle,1987)........................................................................................................ Tabela 5- Produtos da amplificação RAPD - PCR da extração de DNA dos acessos de 78 maniçoba e de duas espécies afins, usando 10 iniciadores............................... ix Tabela 6- Distribuição e tamanho das bandas polimórficas, obtidas dos produtos de 79 amplificação RAPD – PCR usando os 10 iniciadores.................................... LISTA DE FIGURAS Capítulo 1 Página Figura 1 - Mapa do Estado da Paraíba com os locais de coleta dos acessos das plantas avaliadas....................................................................................... 27 Figura 2 - Analise discriminante canônica entre os acessos de M. esculenta, M. pseudoglaziovii e do híbrido (pornuncia)................................................. 31 Capítulo 2 Página Figura 1 Gráfico obtido da analise discriminante canônica entre os acessos de M. esculenta, M. pseudoglaziovii e do híbrido (manipeba)...................... 47 Capítulo 3 Página Figura 1 Produtos de amplificação de eletroforese em gel de agarose, obtidos com o iniciador OPD2 (5’- ACC GCG AAG G –3’). Sendo indicadas as bandas polimórficas pelas setas pretas. Marcador molecular (M), de 1kb........................................................................................................... 80 Figura 2 Produtos de amplificação de eletroforese em gel de agarose, obtidos com o iniciador OPD3 (5’- GTC GCC GTC A –3’). Sendo indicadas as bandas polimórficas pelas setas pretas. Marcador 1kb............................................................................. molecular (M), de ........................... Figura Produtos de amplificação de eletroforese em gel de agarose, obtidos com o 3. iniciador OPD8 (5’-TCT GGT GAT G–3’). Marcador molecular (M), de 81 1kb................................................................................................................... 82 Referencial Teórico __________________________________________________________________________ ANÁLISE MORFOLÓGICA, QUÍMICA E MOLECULAR DE DIFERENTES TÁXONS DE MANIHOT COM ÊNFASE NA MANIÇOBA (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) DE INTERESSE FORRAGEIRO 2 Análise Morfológica, Química e Molecular de Diferentes Táxons de Manihot com Ênfase na Maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) de Interesse Forrageiro RESUMO – A maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) tem sido considerada um recurso forrageiro de uso estratégico para o semi-árido Nordestino, apresentando-se como alternativa alimentar para os rebanhos da região. Com o objetivo de caracterização morfológica, química e molecular em populações naturais, foram estudados catorze acessos de Manihot pseudoglaziovii, coletados no Estado da Paraíba, na microrregião Curimataú Paraibano, além de um acesso de M. esculenta Cranz (mandioca) e de um híbrido natural entre essas duas espécies popularmente conhecida como pormuncia. Cinco plantas de cada acesso foram multiplicadas através de estaquia e em seguida cultivadas em uma área experimental no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, em condições padronizadas. Para as análises morfométricas foram utilizados 20 caracteres da morfologia a partir dos quais foram realizadas análises de variância e teste t para cada caráter isoladamente. Para as análises químicas foram determinados os teores de matéria seca, matéria mineral, matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, lignina, extrato etéreo, ácido cianídrico, tanino e digestibilidade "in Vitro". Para a caracterização molecular foi realizado a extração do DNA vegetal e a análise de PCR. Na caracterização morfológica o acesso de mandioca diferiu em relação aos acessos de maniçoba e manipeba, porém para os valores das análises químicas estes variaram apenas em alguns acessos das plantas do gênero manihot. Para as análise de DNA as plantas foram caracterizadas como Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann., apresentando algumas variedades dentro da espécie. Palavras-chave: Composição química, Manihot, forrageira nativa, variabilidade genética 3 It analyzes morphologic, chemical and molecular of different accesses of maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) of forage interest ABSTRACT - The search for foods that take care of the necessities of the animals that are adjusted to the climate and ground of the half-barren region and low cost for the producer comes increasing. An alternative is the forage plants that compose the vegetation of the halfbarren one, found in the Coating. Maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax and Hoffmann.), has been considered a forage resource of half-barren strategically use for, presenting itself as alternative the alimentary one for the flocks. With the objective of morphologic characterization, chemical and molecular in natural populations, accesses of Manihot had been studied fourteen pseudoglaziovii, collected in the State of the Paraíba in the microregion Curimataú Paraibano, beyond an access of esculent M. Cranz (cassava) and a natural hybrid between these two species. Five plants of each access had been multiplied through statue and after that cultivated in an experimental area of the Federal university of the Paraíba in the Center of Agrarian Sciences in standardized conditions. For the morphologic analyses 20 characters of the morphology from which had been used had been carried through variance analyses and test t for each character separately, for them you analyze chemistries had been made you analyze of dry matter, mineral matter, organic matter, rude Protein, Fiber in neutral detergent, Fiber in acid detergent, Lignin, stereo Extract, acid cianídrico, Tanino and Digestibilidade "in Vitro". For the molecular caracterização the extraction of the vegetal DNA was carried through and it analyzes it of PCR. In the characterizations morphologic the cassava access differed in relation to the accesses from maniçoba and manipeba, to put for the values of them you analyze chemistries these had varied only in some accesses of the plants of the sort manihot studied. Key Word: Maniçoba, Manihot sort, native forage, characterization 4 1.Revisão de Literatura Apesar da produção animal ser considerada uma vocação natural do semi-árido nordestino, em função das condições edafo-climáticas da região, a necessidade de complementação alimentar no período seco do ano constitui a principal limitação da atividade (Soares, 1995). A estação seca da caatinga corresponde ao período de dormência do estrato forrageiro da vegetação, que normalmente varia de seis a oito meses, quando o pasto remanescente perde rápida e progressivamente seu valor nutricional e a produção de fitomassa cai para níveis muito baixos (Mesquita et al., 1988; Araújo et al., 2000). Em conseqüência disso, é imperiosa a conservação de forragem barata, de preferência aquela nativa e já adaptada às condições regionais, com o intuito de estabilizar a disponibilidade de volumosos durante todo o ano. A maniçoba (Manihot spp.), tem sido considerada um recurso forrageiro de uso estratégico para o semi-árido (Salviano & Nunes, 1991), apresentando-se como alternativa alimentar para os rebanhos, essencialmente caprinos e ovinos, sendo preferencialmente utilizada na forma de feno. É considerada uma excelente planta forrageira, tanto pelo seu alto valor nutritivo, como pelo seu alto grau de palatabilidade, podendo ser cultivada de forma sistemática para essa finalidade, além de possuir grande resistência à seca. Após o ínicio do período chuvoso, é uma das espécies componentes do extrato arbustivo-arbóreo da caatinga que primeiro inicia o desenvolvimento da folhagem, estando com uma razoável disponibilidade de folhagem em apenas 15 a 20 dias (Soares, 2001). O nome maniçoba tem sido usado para designar algumas espécies do gênero Manihot. Existe uma certa discrepância nas informações dos estudiosos com relação à classificação botânica das plantas como espécies ou variedades de uma mesma espécies (Salviano e Nunes, 1991). No Nordeste há um grande número de espécies do gênero Manihot, que recebem o nome vulgar de “maniçoba” ou mandioca brava, sendo as principais a maniçoba (Manihot 5 glaziovii Muell Arg e M. pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.), a maniçoba do Piauí (M. piauhyensis Ule) e a maniçoba da Bahia (M. dichotoma Ule e M. caerulescens Pohl). Também é conhecida regionalmente como maniçobeira, maniçoba de cinco folhas, maniçoba de Jequié, maniçoba do São Francisco, maniçoba mirim, maniçoba roxa, maniçoba beira da caatinga e maniçoba de Maracá (Soares, 1995). Segundo Bastos et al. (1985), a maniçoba predominante no estado da Paraíba é a maniçoba do Ceará (M. glaziovii). Contudo, na revisão do gênero para a Flora Neotropica (Rogers & Appan, 1973), além dessa última também é citada para o Estado a espécie M. pseudoglaziovii, que se diferencia por apresentar inflorescência com menos de 10,0 cm de comprimento, poucas flores e folhas pentalobadas com lobo mediano oblongo. Apesar dessas características aparentemente diagnósticas, tem sido evidenciado que essas espécies são bastante variáveis e apresentam variações contínuas sem a formação de agrupamentos morfológicos claros entre si. Essas espécies, além do seu uso como forrageira, apresentam um potencial importante para a utilização em programas de melhoramento, seleção de cultivares, e na obtenção de híbridos interespecíficos. Para esse fim, é necessário que se tenha uma idéia clara da variabilidade genética nessas espécies e dos seus limites taxonômicos. A maniçoba é uma árvore de grande porte, com até 20 m de altura, de tronco roxo denegrido. Suas folhas são palmadas, ovais, glabras, verdes claras, cobertas de matéria cerosa azulada, de limbo fosco e flores com inflorescência terminal. Seu fruto é uma cápsula, globosa trilocular, com sementes obcordadas ou suborbiculares, brilhantes, duras, amarelas, pintadas de castanho (Soares, 1995). As espécies arbóreas de Manihot ocorrem exclusivamente na Região Nordeste e, assim como as espécies herbáceas do Centro-Oeste, possuem fracas barreiras de isolamento reprodutivo, o que tem levado a uma extensiva hibridização natural, dificultando a taxonomia e delimitação dessas espécies (Nagib-Nassar, 2000). Observações de campo e em áreas 6 cultivadas com M. glaziovii e M. pseudoglaziovii têm evidenciado que as características utilizadas na separação dessas duas espécies (Rogers & Appan, 1973) frequentemente estão sobrepostas, o que da á idéia de que as populações estariam largamente constituídas por pools gênicos, híbridos, formando, portanto, uma única espécie biológica a Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann., que é encontrada nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Segundo Rogers & Appan (1973) a Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann. É uma espécie estreitamente relacionada a M. glaziovii Muell. Arg., da qual se diferencia basicamente por apresentar folhas principalmente pentalobadas, enquanto esta última apresentaria folhas trilobadas, além de diferenças no comprimento da inflorescência e do lobo mediano. As similaridades vegetativas entre essas duas espécies fazem com que sejam frequentemente confundidas e geralmente identificadas com M. glaziovii (Braga, 1960; Forman, 2004). Para uma melhor identificação destas plantas é necessário fazer uma identificação através de uma análise morfometrica, pois a aplicação desta metodologia melhora a capacidade de caracterização das espécies estudadas (Teixeira et al., 2001). A maniçoba (Manihot glaziovii), assim como muitas outras plantas nativas pode ser considerada um recurso forrageiro de uso estratégico muito importante, não apenas para os períodos de menor disponibilidade de forragens, mas para o ano inteiro, através de sua conservação na forma de feno, que pode ser produzido com a trituração de ramas inteiras em seguida pela secagem, e acondicionamento em sacos para armazenar (Barros et al., 1986; Passos, 1990). A maniçoba é considerada uma excelente planta forrageira, tanto pelo seu valor nutritivo como pelo alto grau de palatabilidade, podendo ser cultivada de forma sistemática, para essa finalidade. Resultados de trabalhos avaliando a composição química-bromatológica da maniçoba, apresentaram valores médios de: proteína bruta (PB-20,9%); extrato etéreo (EE-8,3%); fibra bruta (FB-13,9%); cinzas-6,9% e digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMS- 62,3%); 7 (Salviano e Carvalho Filho, 1982); PB-20,8 8%, EE-8,30 %, FB-13,96 %, cinzas-6,88 % e digestibilidade “in vitro” da matéria seca DIVMS- 62,29%; (Soares, 2001); PB-20,89%, EE8,38 %, FB-13,9 %, cinzas-6,91% e digestibilidade “in vitro” da matéria seca DIVMS- 62,2% ( Lima, 1996). Barros et al, (1990) estudando o valor nutritivo da maniçoba encontraram valores : MS- 93,30%, PB- 12,00%, FDN- 58,60%, CZ-7,50% e digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMS- 47,40%). Araújo et al (2000) analisaram a composição química do feno de maniçoba, que apresentou valores: MS-91,00%, PB-11,0%, FDN-58,00%. Barros (1986) determinaram a composição química do feno da maniçoba com base na matéria seca; MS-93,30%, PB-12,00%, FDN-58,60% . Vasconcelos (2000) avaliou o feno da Maniçoba produzido com plantas em início de frutificação, com secagem ao ar livre, durante dois dias consecutivos, e revolvimento periódicos, obtendo os seguintes valores: MS-92,95%, PB-11,88%, FDN-48,05%, Tanino 0,90%. Os valores encontrados em outros trabalhos inferiores aos obtidos por estes autores: Salviano e Carvalho Filho (1982), Soares (2001) e Lima (1996), poderiam estar expressando distintas épocas de corte da planta ou técnica diferente de coleta de material. Os resultados encontrados nestes estudos são iguais aos resultados encontrados em um feno de boa qualidade nutricional, isto é, conter adequada quantidade de princípios nutritivos, especialmente proteínas e sais minerais, demonstrar alta digestibilidade e boa composição bromatológica. As forrageiras podem apresentar, em sua composição não apenas substâncias nutritivas, mas também elementos de metabolismo secundário, que podem compreender uma variedade de compostos, incluindo alcalóides e fenóis. O metabolismo fenólico é complexo e produz muitos componentes, variando desde o pigmento da florescência até o complexo fenol de parede celular do vegetal. Os taninos fazem parte dos fenóis. Eles participam de várias atividades biológicas e de proteção dos vegetais contra herbívoros e doenças (Hagerman, 8 2002). Taninos condensados, também denominado poliflavanóides ou proantocianidinas, constituem aproximadamente metade do peso seco da maior parte da casca das árvores e dos nós e são importantes constituintes da folhas das plantas (Hemingway, 1998). O tipo de tanino condensado presente em leguminosas forrageiras pode ter um grande efeito sobre a nutrição dos ruminantes, uma vez que o grau de polimerização dos taninos influencia a formação de complexos tanino-proteínas (Lascano & Carull, 1992), afetando a digestibilidade e a palatabilidade das forrageiras (Thadei et al., 2001). A maniçoba, como as demais plantas de gênero Manihot, apresentam em sua composição quantidades variáveis de determinadas substâncias que, ao hidrolisarem-se e mediante a ação de uma enzima, dão origem ao ácido cianídrico. Que dependendo da quantidade ingerida por um animal, pode provocar intoxicação (Soares, 1995). O ácido cianídrico é produzido após a ocorrência de danos mecânicos ou fisiológicos no tecido da planta, quando as principais substâncias cianogênicas, a linamarina e a lotaustralina, em presença de água, entra em contato com a enzima linamarase, que se encontra separada daquelas substâncias no tecido vivo e íntegro. A enzima localiza-se na parede celular e as substâncias cianogênicas nos vacúolos. Numa primeira fase, são produzidas glucose e acetona cianidrina e, na segunda fase, a enzima hidroxinitrilo liase catalisa a degradação da acetona cianidrina para a produção de acetona e HCN. A enzima dessa segunda fase também se encontra na parede celular e a reação pode ocorrer espontaneamente quando o pH é superior a quatro e a temperatura superior a 30°C (Araújo et al., 2000). Em pesquisa realizada na Embrapa Semi-Arido, em Petrolina-PE, Cavalcanti e Araujo (2000), avaliaram o nível de toxicidade da parte aérea fresca pelo conteúdo de ácido cianídrico livre (HCN), em mg/kg de matéria seca (MS), de vários acessos de manihot. Dentre as especies pesquizadas, as três espécies mais tóxicas foram as: M. dichotoma var. dichotoma (1.289), M. carthaginensis (1.104) e a M. epruinosa (1.002). As menos tóxicas foram as seguintes: M. glaziovii 9 procedência de Petrolina-PE (304), M .cearulescens (387) e M. glaziovii procedência de Antas-BA (529). O acesso de M. Carthaginensis, apesar da alta produtividade de forragem, apresentou elevado teor de HCN. O organismo animal tem uma capacidade de eliminar de 0,5 a 3,5 mg de HCN por quilograma de peso vivo, por meio da utilização de aminoácidos sulfurados (metionina e cistina) que, sob a ação da enzima rodanase, produzem tiocianatos que são eliminados pela urina. Segundo Cavalcanti & Araújo (2000), animais monogástricos e ruminantes alimentados com plantas cianogênicas têm necessidade de suplemento de metionina e cistina, sendo o enxofre orgânico o suplemento nutricional que parece ser mais eficaz. È recomendável, também, a suplementação com iodo, zinco, cobre e selênio, pois as deficiências desses elementos são agravadas com a presença de cianetos. Logo, o uso de fontes e/ou ingredientes ricos em aminoácidos sulfurados em dietas com altas proporções da parte aérea da mandioca, pode reduzir a mobilização desses aminoácidos no organismo animal. De uma maneira geral, pode-se observar que na planta verde, em início de brotação, a maniçoba apresenta um teor médio de ácido cianídrico (HCN) de 1.000 mg/kg de matéria seca. Isso significa que se o animal consumir uma grande quantidade, em poucos instantes pode sofrer intoxicação. Por outro lado, quando esta planta é triturada e exposta para secar (fenada), o teor de HCN baixa para menos de 300 mg/kg de matéria seca, quantidade insuficiente para provocar qualquer sintoma de intoxicação em animais, mesmo que em grande quantidade e por muito tempo (Salviano & Soares, 2000). A identificação das diferentes variedades de maniçoba com características forrageiras através da taxonomia tradicional é dificultada por varias razões: os fenótipos, com grande variedade de acordo as condições ecológicas; a poliplóidia, que existe em grande número de populações que se reproduzem vegetativamente e sexualmente; a existência de numerosos 10 híbridos, como por exemplo, em muitas das espécies que florescem durante o mesmo período do ano e que não estão separadas por barreiras biológicas (Scheinvar, 1995). Além disso, a maniçoba é predominantemente encontrada em forma silvestre e em áreas cultivadas por pequenos agricultores que a selecionam e identificam. Dessa forma uma mesma variedade pode receber mais que uma denominação, assim como também se pode dar um mesmo nome para diferentes espécies. Até o momento, nenhum estudo tem sido publicado sobre o uso de marcadores moleculares de DNA para estimar a diversidade genética na maniçoba. Este marcador, baseado em variações de seqüências de DNA tem demonstrado ser uma ferramenta extremamente efetiva para mapeamento e diagnósticos genéticos, taxonomia molecular, análise de integridade genética, estudos evolutivos e estudos citológicos para confirmar o modo de reprodução por apomixias versus autopolinização, haplóides por partenogênese ou fertilização cruzada. As vantagens no uso desses marcadores residem no fato deles existirem em número praticamente ilimitado, não estarem sujeitos a efeitos ambientais e poderem ser determinados em qualquer tipo de tecido ou estagio de desenvolvimento da planta (Michelmore & Hulbert, 1987). Esses marcadores, quando combinados a características fenotípica fornecem um bom quadro para agrupamento de genótipos e para o planejamento de cruzamentos. Alem disso, podem auxiliar na avaliação da redundância e deficiências das coleções de germoplasma (Ferreira & Grattapaclia, 1996). PCR e Marcadores moleculares A técnica de Polymerase Chain Reaction (PCR) Foi descrita por Muller & Faloona em 1987, sendo um método de amplificação de DNA de segmentos específicos, podendo ser facilmente detectado a olho nu em gel de eletroforese através de corantes específicos. A reação baseia-se na síntese enzimática “in vitro” de milhões de cópias de um segmento específico de DNA na presença da enzima DNA polymerase. Sua reação baseia-se no anelamento e extensão enzimática de oligonucleotídeos (pequenas moléculas de DNA de fita 11 simples) utilizados como indicadores (“primers”) que delimitam a seqüência de DNA de fita dupla alvo da amplificação. Para que tenha êxito o PCR depende justamente da habilidade das enzimas copiadoras de DNA permanecerem estáveis em alta temperatura. Atualmente, é utilizada a DNA polimerase isolada da bactéria hipertermofílica Thermus aquaticus (Saiki et al.,1998), sendo denominada Taq polimerase. O processo de PCR consiste em três etapas. A primeira é a desnaturação , onde a fita dupla de DNA alvo é desnaturada pela elevação da temperatura para 96°C, sendo dividida em duas fitas simples. Em seguida a temperatura diminua para 55°C aonde os primers vão se anelar às seqüências complementares no DNA. Na terceira etapa a temperatura é novamente elevada para 75°C para que a Taq polimerase trabalhe melhor, adicionando nucleotídeos a partir dos primers fazendo uma cópia completa dos moldes. Os segmento de DNA são sintetizados em uma progressão geométrica, pois a cada ciclo origina-se um novo segmento a partir do inicial e de cada um dos segmentos já produzidos no ciclo anterior (Borba, 2000). Este ciclo é repetido umas 30 vezes, onde depois de algumas horas tem-se mais de um milhão de cópias de um determinado segmento de DNA. O resultado da amplificação de ácidos nucléicos por PCR pode ser facilmente visualizado por eletroforese em gel de agarose, o sucesso da amplificação depende das condições de reação, da pureza dos reagentes utilizados e dos diferentes parâmetros da reação (Borba, 2000). Marcadores Moleculares Existem diferentes tipos de marcadores de acordo com o nível da expressão. Os marcadores morfológicos, são observados no último nível da expressão do caráter. Já os marcadores bioquímicos, ou isoenzimas, detectam o polimorfismo da molécula de DNA, sendo importantes marcadores, pois são utilizados em todas as espécies de plantas. E os marcadores moleculares, que operam no DNA são os sistemas mais diretos, onde a análise é 12 feita diretamente na macromolécula portadora de toda a informação genética. Então se pode definir como marcador molecular a todo e qualquer fenótipo molecular oriundo de um gene expresso, como no caso de isoenzimas, ou de um segmento específico de DNA (Ferreira & Grattapaclia, 1998). Os marcadores moleculares têm demonstrado ser uma ferramenta efetiva para o mapeamento e diagnósticos genéticos, taxonomia molecular, análises da integridade genética e estudos evolutivos (Carneiro,1997). A tecnologia de DNA recombinante e o desenvolvimento da amplificação de segmentos de DNA via PCR (Polimerase Chain Reaction), ou reação de polimerase em cadeia, abriram o caminho para uma mudança no paradigma genético básico. O estudo de genoma de plantas tem se beneficiado, sobretudo, dos avanços obtidos na área de genética humana. Métodos estatísticos acompanham este desenvolvimento, e tem permitido a manipulação de enormes quantidades de dados genéticos (Ferreira & Grattapaglia, 1998). Há várias técnicas disponíveis, cada uma utilizando uma estratégia particular para detectar polimorfismos de DNA (Lopes, et al., 2003.). Conforme a metodologia utilizada, os marcadores podem ser classificados em dois grupos: os de hibridização ou amplificação de DNA. Entre os identificados por hibridização estão os marcadores RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism; Boststein et al., 1980), e Minissatélites ou locos VNTR (Variable Number of Tandem Repeats; Jeffreys et al.,1985). E os marcadores que trabalham com a amplificação que são do tipo: RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA; Williams et al.,1993), STS (Sequence Tagged Sites; Paran & Michelmore, 1993), Microssatélite (Litt & Lutty, 1989), e os AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism), (Ferreira & Grattapaglia, 1998). Inicialmente a utilização de enzimas de restrição permitiu a análise de polimorfismos de comprimento de fragmentos obtidos por corte de fita dupla de DNA (RFLP), pela primeira 13 vez usado por Grodzicker et al. (1974). Os fragmentos hibridizados com sondas, que são fragmentos de DNA de seqüência única marcados por radioatividade. O fragmento de DNA que se hibridizar com a sonda pode, então ser visualizado na auto-radiografia e revelado como uma banda no filme (Lopes, et al., 2003). Para que o polimorfismo seja detectado, é necessário que as fitas seqüências de nucleotídeos nas fitas de DNA de dois ou mais indivíduos comparados sejam distintos (Ferreira & Grattapaglia,1998). Mas essa técnica não permite a análise de grandes números de amostras em curto prazo e requer muito tempo necessitando de 5-6 dias para a obtenção dos resultados. Além disso tem um custo relativamente muito elevado e isto também tem limitado a sua aplicação e o uso de marcações radioativas das sondas é necessário instalação adequada e licença para o uso de radioisótopos (Lopes et al., 2003). Diferentes experimentos no início dos anos 80 demonstraram que os genomas eucarióticos são densamente povoados por diferentes classes de seqüências repetidas, uma mais complexa e outra mais simples. Seqüências simples repetidas (“SSR – Simple Sequence Repeats”), mais tarde denominadas também de “microssatélite’ consistem de pequenas seqüências com 1 a 4 nucleotídeos de comprimento, repetidas em tandem (Litt & Luty, 1989). Os marcadores microssatélite são constituídos de seqüências de 2 a 5 pares de bases repetidas no genoma, constituindo marcas que podem ser detectadas por meio de hibridização com uma sonda específica ou mesmo pela construção de “primers” específicos para a amplificação por meio de PCR. Este tipo de marcadores são marcadores codominantes, possibilitam a distinção entre o homo e heterozigoto, ou seja, é possível a distinção dos alelos. Os marcadores AFLP (Amplified Fragment Length Polimorphism), se baseiam na digestão do DNA com enzimas de restrição tipo III e amplificação destes fragmentos via PCR (Lopes et al., 2003). é fundamental que a digestão seja completa, pois a digestão parcial pode revelar falsos polimorfismos. Para obtenção da digestão total é necessário usar DNA de alta 14 pureza. Portanto, é preciso prestar atenção no método de extração e quantificação usado (Lopes et al., 2003). AFLP reúne, a vantagem da PCR específica com a vantagem da RAPD em se explorar seqüências arbitrárias. De forma análoga aos marcadores RAPD, a principal limitação dos marcadores AFLP é o baixo conteúdo de informação genética por loco. Apenas um alelo é detectado, ou seja, o fragmento que é amplificado. As demais variações alélicas são classificadas como um alelo nulo. Marcadores AFLP são, portanto, marcadores “dominantes” e os dados têm natureza binária (Ferreira & Grattapaglia, 1998). A técnica de RAPD, foi desenvolvida independentemente por dois grupos de pesquisadores nos EUA. Williams et al. (1993) deram o nome mais comumente utilizado,RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA), este grupo de pesquisadores descreveu a técnica no contexto da análise mendeliana, demonstrando a identificação de marcadores genéticos para mapeamento. Welsh & McClelland (1990) chamando de AP-PCR (“Arbitrarily Primed Polymerase Chain Reaction”). E com alguns meses de publicação Peter M.Gresshof desenvolveu o mesmo método (Carneiro,1997). O RAPD é baseado na reação de “Polymerase Chain Reaction” (PCR), com duas características distintas: utiliza pequenas seqüências de oligonucleotídeos de DNA de fita simples, “primers”, ao invés de um par de “primers”; O primeiro tem seqüência arbitrária com cerca de 50-80% de G + C, e assim a seqüência alvo é desenvolvida. As diferenças de apenas um par de bases (mutações de ponto) são suficientes para causar a não complementaridade do “primer” com o sítio de iniciação e assim impedindo a amplificação de um segmento (Weissbach,1990; Williams et al.,1993). O polimorfismo genético detectado pelos marcadores RAPD tem natureza binária, isto é, o segmento amplificado (banda no gel) está presente ou ausente. Devido a grande quantidade de DNA produzido, podem ser visualizados diretamente na forma de uma banda em gel de eletroforese, corados com brometo de etídio e observados na luz ultravioleta (Williams et al., 1990; Ferreira & Grattapaglia, 1996). 15 A técnica de RAPD tem grandes vantagens em relação às outras técnicas moleculares. É preciso de uma quantidade mínima de DNA necessária para a análise genotípica de um individuo (da ordem de dezenas de nanogramas). Permite ainda gerar uma grande quantidade de polimorfismo de segmentos de DNA, distribuídos por todo o genoma do organismo, oferecendo a possibilidade de mostrar regiões de DNA repetitivos, uma vez que os “primers” utilizados para a detecção da variação ao nível de DNA são arbitrários. RAPD reúne, portanto, a simplicidade da visualização direta dos marcadores de DNA. È uma técnica mais simples e rápida do que o RFLP, pois não necessita de informações sobre o DNA alvo (Carneiro, 1997). Nesse sentido, o presente trabalho objetiva prover os forragicultores e melhoristas com uma ferramenta que possibilite não apenas a identificação taxonômica precisa de uma importante forrageira nativa, como também aperfeiçoar a utilização dessas espécies. 16 2.Referências Bibliográficas ARAÚJO, G.G.L. de; MOREIRA, J.M.; GUIMARÃES FILHO, C. Consumo de dietas com níveis crescentes de feno de maniçoba na alimentação de ovinos: digestibilidade e desempenho animal. 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E DE DUAS ESPÉCIES AFINS DE INTERESSE FORRAGEIRO 21 Morfometria de Acessos de Maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) e de duas Espécies Afins de Interesse Forrageiro RESUMO – Com o objetivo de analisar a variabilidade morfológica de maniçoba em populações naturais, foram estudados catorze acessos de maniçoba (Manihot pseudoglaziovii), coletados no Estado da Paraíba na microrregião Curimataú Paraibano, além de um acesso de M. esculenta Cranz (mandioca) e de um híbrido natural entre essas duas espécies (pornuncia). Cinco plantas de cada acesso foram multiplicadas através de estaquia e em seguida cultivadas em campo sob condições padronizadas, foram avaliados 20 caracteres da morfologia, a partir dos quais foram realizadas análises de variância e teste t para cada caráter isoladamente. Também foram realizadas análises de correlação de Pearson entre pares de caracteres, uma vez que a presença de correlações significativas justifica o uso de análises multivariadas. O acesso de mandioca quanto aos caracteres morfometricos diferiu em relação aos de maniçoba e manipeba de acordo com o primeiro eixo canônico da análise de variância multivariada. Por outro lado, o suposto híbrido entre a mandioca e a maniçoba diferiu em relação aos demais de acordo com o segundo eixo canônico. Já os 14 acessos de maniçoba apresentaram-se variáveis, porém não diferiram entre si, embora quatro desses acessos tenham se mostrado distanciados em relação aos demais acessos dessa mesma espécie. Palavras-chave: Acessost, forrageira nativa, folha, mandioca, peciolo 22 Morphometric Analisis of Accesses of Maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) And Two Allied Cultivated Species Forage ABSTRACT-With the objective to analyze the morphologic variability in natural populations, accesses of Manihot had been studied fourteen pseudoglaziovii, collected in the State of the Paraibano in the microregion Curimataú Paraibano, beyond an access of esculent M. Cranz (cassava) and a natural hybrid between these two species. For the morphometric analyses 20 characters of the morphology from which had been used had been carried through analyses of variance and test t for each character separately. Also analyses of correlation of Pearson between pairs of characters had been carried through, a time that the presence of significant correlations justifies the use of multivariate analyses. The cassava access in accordance with differed in relation to the accesses from maniçoba and manipeba the first canonic axle from the analysis from multivariate variance. On the other hand, the hybrid presumption between the cassava and maniçoba differed the excessively in accordance with in relation to as canonic. Already the 14 accesses of maniçoba had been presented changeable, however they had not differed between itself, even so accesses 1, 2, 8 and 13 have revealed distantes in relation to the too much accesses of this same species. Key words: Maniçoba, Manihot sort, native forage, characterization 23 1.Introdução O semi-árido do Nordeste brasileiro ocupa uma área de 92,5 milhões de hectares, onde a pecuária é uma das principais atividades da economia. Entretanto, esta atividade tem sido limitada pela baixa disponibilidade de forragens, principalmente nos períodos de prolongadas estiagens, além do manejo inadequado dos animais, má utilização dos recursos forrageiros existentes na região, pouco aproveitamento de forragens conservadas em forma de feno e silagem, e altos custos das rações. Araújo Filho e Silva (1994) reforçam que a produção de alimentos para o rebanho constitui, provavelmente, o maior desafio que enfrenta a pecuária da região semi-arida Nordestina. Ressalta-se que as alternativas de alimentação devam possuir o mínimo de concentrados (insumos) e o máximo de ingredientes com alta possibilidade de serem produzidos ou adquiridos pelos próprios criadores, nos mais distintos sistemas de produção. Nesse contexto, estudos efetuados por diversas instituições de pesquisa demonstraram que a maniçoba pode ser considerada como um recurso forrageiro de boa qualidade e que pode ser cultivada de forma sistemática, para aumentar a oferta de forragem durante o período crítico de falta de alimento. A maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) é uma planta da família Euforbiácea, Secção Glaziovianae, encontrada nas diversas áreas que compõem o Semi-árido do Nordeste. Normalmente é uma planta heliófila, vegetando em áreas abertas, e que se desenvolve na maioria dos solos, tanto naqueles calcários e bem drenados, como também naqueles pouco profundos e pedregosos, das elevações e das chapadas. 24 Na região Nordeste do Brasil há um grande número de espécies que recebem o nome vulgar de maniçoba ou mandioca brava, sendo as principais a maniçoba do Ceará (Manihot glaziovii Muell Arg.), a maniçoba do Piauí (M. piauhyensis Ule.) e a maniçoba da Bahia (M. dichotoma Ule e M. caerulescens Pohl). A espécie M. pseudoglaziovii é encontrada nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, e além destes estados nordestinos, a maniçoba também é encontrada em áreas da região Centro-Oeste, até o Estado de Mato Grosso do Sul (Soares, 1995). A maniçoba (M. pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) é uma espécie estreitamente relacionada a M. glaziovii Muell. Arg., da qual se diferencia basicamente por apresentar folhas principalmente pentalobadas, enquanto esta última apresentaria folhas trilobadas, além de diferenças no comprimento da inflorescência e do lobo mediano (Rogers & Appan, 1973). As similaridades vegetativas entre essas duas espécies fazem com que sejam frequentemente confundidas e geralmente identificadas como M. glaziovii (Braga, 1960; Forman, 2004). As espécies arbóreas de Manihot ocorrem exclusivamente na Região Nordeste e, assim como as espécies herbáceas do Centro-Oeste, possuem fracas barreiras de isolamento reprodutivo, o que tem levado a uma extensiva hibridização natural, dificultando a taxonomia e delimitação dessas espécies (Nagib-Nassar, 2000). Observações de campo e em áreas cultivadas com M. glaziovii e M. pseudoglaziovii têm evidenciado que as características utilizadas na separação dessas duas espécies (Rogers & Appan, 1973), frequentemente estão sobrepostas, suportando a idéia de que as populações estariam largamente constituídas por pools gênicos híbridos, formando, portanto, uma única espécie biológica. A falta de informações fenológicas dificulta os estudos sobre a biologia destas espécies e a determinação de um manejo mais adequado, assim como da época de coleta das sementes. Alvim (1964) cita que as espécies de regiões tropicais mostram oscilações periódicas de crescimento e floração, e que há muitas dúvidas sobre os fatores que controlam esta 25 periodicidade. Portanto, o conhecimento fenológico é de grande importância no entendimento da complexa dinâmica dos ecossistemas. De acordo com Frankie et al. (1974) esse tipo de conhecimento não apenas permite explicar muitas das reações das plantas às condições climáticas e edáficas, como também é importante no estudo das relações plantas/animais de uma comunidade biótica. No manejo de espécies arbustivas, devem ser levados em consideração vários parâmetros como as respostas morfofisiológicas e a sobrevivência das plantas. Entre estas respostas se destacam o estágio de crescimento e a altura de corte das plantas, que afetam o rendimento e a qualidade da planta como forrageira (Costa et al., 2000). A morfométria, atividade de medir estruturas anatômicas, pode ser efetuada utilizandose desde técnicas mais simples com o uso de instrumentos como o paquímetro e a fita métrica; até aquelas mais sofisticadas, como a morfometria computadorizada. A finalidade das técnicas de morfometria é de tornar mais objetiva e rápida a apresentação e a tabulação dos resultados obtidos em pesquisas e mesmo na rotina diagnóstica. A aplicação desta metodologia melhora a capacidade de caracterização das espécies estudadas (Teixeira et al., 2001). O objetivo do presente trabalho foi avaliar a variabilidade morfológica, através da morfometria, em diversos acessos de M. pseudoglaziovii e de duas espécies afins com interesse forrageiro, com vistas a identificar possíveis caracteres diagnósticos para a espécie. 26 2.Material e Métodos O trabalho foi conduzido em condições de campo no Centro de Ciências Agrárias(CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Areia –PB. O município localiza-se na microrregião do Brejo Paraibano, a uma altitude de 618m, situando-se entre as coordenadas geográficas 06o 57’48” de altitude sul e 35o 41’30” de longitude oeste de Greenwich, com clima quente e úmido e precipitação anual de 1200 mm, com médias de temperaturas máximas de 28oC e mínimas de 21oC. Foram obtidos 14 acessos de Manihot pseudoglaziovii com diferenças visuais distintas, coletados ao longo da rodovia Br 104 entre os Municípios de Remígio e Barra de Santa Rosa, Estado da Paraíba. Também foram incluídos, para comparação, um acesso de M. esculenta Cranz (Mandioca) e um híbrido natural entre essas duas espécies (pornuncia), ambos provenientes do Município de Areia (Figura 1). Cinco plantas de cada acesso foram multiplicadas através de estaquia e em seguida cultivadas em uma área experimental em condições padronizadas de adubação e rega, para se ter uma exteriorização homogênea de cada genótipo. De cada acesso foram preparadas exsicatas que encontram-se depositadas no Herbário Prof. Jayme Coelho de Moraes (CCA/UFPB). Inicialmente foi realizada a produção de mudas de maniçoba, estas mudas foram feitas através de estaquia, com tamanho de 30 cm e com corte em Bisel na parte inferior. As estacas foram colocadas em sacos de polietileno preto (23 x 13 cm), onde permaneceram por 3 meses, sendo, em seguida, transplantadas para o campo de produção, em um solo classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo Eutrófico, apresentando as seguintes características químicas: pH- 5.0, P(mg/dm3)- 5,47, K(mg/dm3)- 42,08, Al+3(cmolc/dm3)0,25, Ca+2(cmolc/dm3)- 0,90, Mg+(cmolc/dm3)- 0,90, CTC (cmolc/dm3)- 4,23 e MO (g/dm3)10,39. 27 O solo foi preparado mediante limpa do terreno e preparo das covas, e aplicação de 1,0 T/ha de calcário dolomítico. A adubação orgânica de fundação foi feita uma semana antes do plantio, de acordo com a recomendação do Laboratório de Química e Fertilidade do Solo, aplicando-se 1,8 kg de adubo orgânico por cova. O plantio foi realizado em covas num espaçamento de 1,5 m entre plantas e 2,0 m entre blocos. Foram realizados os tratos culturais como regas, capinas com auxílio de enxadas, e aplicação de defensores agrícolas para o controle de formigas e ácaros. O experimento foi conduzido em um delineamento de blocos casualizados com 16 tratamentos e cinco repetições. Carvalho e Carvalho, 1985 Figura 1. Mapa do Estado da Paraíba com os locais de coleta dos acessos das plantas avaliadas. Figure 1. Map of the State of the Paraiba with the places of collection of the accesses of the evaluated plants. Para as médias morfométricas foram retiradas de cada acesso três folhas adultas, preferencialmente a quarta folha a partir do broto terminal dos ramos, das quais foram 28 aferidos 20 caracteres (Tabela 1). Após a coleta, todo o material foi acondicionado em sacos plásticos que foram fechados para evitar a desidratação, sendo em seguida levados para o laboratório, onde as medidas foram tomadas com o auxílio de paquímetro digital. A definição de caracteres vegetativos está relacionada ao fato destes apresentarem-se bastante variáveis no gênero, não obstante serem amplamente utilizados na separação de espécies arbóreas de Manihot (Rogers & Appan, 1973). Tabela 1 Relação dos 20 caracteres das folhas avaliados em dezesseis acessos de plantas Manihot pseudoglaziovii. Table 1. Relation of the 20 characters of leves evaluated in sixteen accesses of plants of the Manihot pseudoglaziovii Sigla dos caracteres Comp P Db P Dm P Ds p Cor P F Vd Cor P F V/v Cor P F Vm Comp LD Dm LD Sim LD Assim LD Comp LM Dm LM Ds LM Sim LM Assim LM FL FNL Facum Fred Parâmetros morfológicos Comprimento do pecíolo Diâmetro da base do pecíolo da folha Diâmetro médio do pecíolo da folha Diâmetro secundário do pecíolo da folha Cor do pecíolo da folha verde Cor do pecíolo da folha verde e vermelha Cor do pecíolo da folha vermelha Comprimento do lóbulo direito Diâmetro médio do lóbulo direito Simetria do lóbulo direito Assimetria do lóbulo direito Comprimento do lóbulo mediano Diâmetro médio do lóbulo mediano Diâmetro Superior do lóbulo mediano Simetria do lóbulo mediano Assimetria do lóbulo mediano Folha lobulada Folha não lobulada Folha acuneada Folha redonda Os dados obtidos foram analisados utilizando-se o programa SAS (1997). Foram feitas análises de variância e teste f para cada caráter isoladamente para contrastes entre as médias das populações. O nível de significância considerado em todas as análises foi 5 %. A análise discriminante canônica foi empregada para verificar como as populações relacionam-se entre 29 si. Esta análise foi utilizada por considerar as correlações residuais existentes entre as médias das observações, o que se traduz numa vantagem em relação aos componentes principais. Outra vantagem do método é que, mesmo não sendo o número de variáveis menor do que o número de indivíduos dentro de cada população e que a multinormalidade não esteja presente, a análise discriminante canônica pode ser aplicada de maneira exploratória, produzindo gráficos das variáveis canônicas bastante úteis (Manly, 1994) e para o agrupamento utilizou-se o método de Ferreira, (1996). 30 3.Resultados e Discussão A análise de variância e teste f, revelou diferenças significativas (p <0,05) em apenas 13 dos caracteres analisados (Comp P, Db P, Ds P , Cor P F Vd, Cor P F V/v, Comp L D, Dm L D, Assim L D , Comp L M , Dm L M , Sim L M, Assim L M e FNL) (Tabela 2) , evidenciando claramente a separação dos acessos em dois grupo: um formado pelo único acesso de M. esculenta e outro composto pelos acessos de M. pseudoglaziovii e o híbrido (pornuncia). As médias e desvios-padrões de todos os caracteres para contrastes entre as médias das populações para os caracteres que apresentaram diferenças significativas pelo teste f, encontram-se sumarizados na Tabela 2. Tabela 2. Analise de variância para os 20 caracteres morfometricos nos acessos de M. esculenta, M. pseudoglaziovii e do híbrido (pornuncia). Table 2. It analyzes of variance for the 20 characters Morphometric in the accesses of M. esculent M.pseudoglaziovii and of the hybrid (pornuncia). FV GL Quadrado médio Comp P Db P Ds P Cor PVD Cor P V/V Comp LD Dm LD Assim LD Comp LM DmL M SimLM ASssim L M FNL Ace 15 27.89** 0,06** 0,04** 0,69** Re 64 5,65 0,09 0,05 0,03 0, 99** 21,05** 7,72** 0,31** 30,45** 0,06 4,93 1,72 0,01 5,01 10,42 ** 0,34** 0,34** 1,88 0,05 0,05 NS-Não significativo, pelo teste t, * - Significativo a 5%, pelo teste t. Not significant -NS, by test t, * - Significant 5%, for the test t. A analise de variância entre os vários pares de caracteres (Tabela 1) justificou a realização de análises multivariadas (Manly, 1994). Pela análise discriminante canônica verificou-se que o primeiro eixo canônico, que representa 64,5 % da variação, separou o acesso 16 (M. esculenta) dos demais acessos (Figura 2). As plantas estudadas formaram dois subgrupos que não diferiram estaticamente entre si: um representado pelo híbrido e outro pelos acessos de M. pseudoglaziovii. Estas duas últimas espécies diferiram em relação ao segundo eixo canônico com 37,2% da variação observada. A M. esculenta, pelo fato de não ocorrer populações naturalmente, sendo exclusivamente cultivada (Conceição, 1979), apresenta um padrão morfométricos claramente distinto de M. pseudoglaziovii. Esse padrão diferenciado, 4,89** 0,46 31 provavelmente está relacionado ao trabalho de melhoramento e seleção genética, que foi realizada para a M. esculenta (Nagib-Nassar, 2000). Figura 2. Analise discriminante canônica entre os acessos de M. esculenta, M. pseudoglaziovii e do híbrido (pornuncia). Figure 2. Analyzes canonic discriminante enters the accesses of esculent M., M. pseudoglaziovii and of the hybrid (pornuncia). O híbrido pornuncia, originado a partir do cruzamento natural entre M. esculenta e M. pseudoglaziovii, apresentou-se morfologicamente relacionado a espécie de maniçoba. Isto sugere que M. pseudoglaziovii apresenta um pool gênico dominante em relação à espécie cultivada M. esculenta, podendo ser utilizada em programas de melhoramento. A obtenção de genótipos selvagens para o aporte de genes de resistência no melhoramento de plantas, tem sido uma busca clássica entre os geneticistas e melhoristas, salientando-se nessa busca o conhecimento dos centros de origens das plantas cultivadas (Vavilov, 1951), bem como das espécies afins como no presente estudo. Nesse sentido, provavelmente M. pseudoglaziovii, uma espécie amplamente encontrada no Nordeste, representa um potencial gênico importante 32 para o melhoramento da mandioca, tanto na produção de raízes como na sua utilização como forrageira. A soma do primeiro e do segundo eixos representam 99,7% da variação total observada. A partir das distâncias de euclidianos médios, observa-se que o acesso 16 é o mais distante entre os demais, em concordância com os dois eixos da análise discriminante canônica (Figura 2). O método de agrupamento foi concordante com a analise de variância, indicando que os acessos são pouco definidos e que o aumento do número de amostras e de características analisadas poderá melhorar a definição da análise. A ampliação no número de caracteres em análises morfométricas (MacNeill, 1984) tem melhorado a resolução em diversos grupos de plantas. Em recente análise para a subfamília Epidendroideae da família Orchidaceae, Van Den Berg et al. (2005) conseguiram pelo aumento da amostragem de espécies e também do número de caracteres analisados, uma significativa melhora na definição da análise e no conhecimento das relações filogenéticas desse grupo de plantas, em relação a uma análise anterior (Freudenstein e Rasmussen, 1999). Observou-se a ocorrência de um gradiente no tamanho do pecíolo das folhas entre os diferentes acessos (Tabela 3), onde o menor valor foi verificado no acesso dois, que também foi o único que apresentou coloração do pecíolo verde, enquanto que o maior valor para o tamanho do peciolo ocorreu no acesso 12 (híbrido), que assim como os demais acessos de M. pseudoglaziovii apresenta um pecíolo bicolor. Já o acesso 16 (M. esculenta), caracterizou-se principalmente por apresentar pecíolo vermelho. Todavia, a diferença observada na coloração do pecíolo da mandioca deve ser encarada com cautela, uma vez que esta é uma espécie bastante variável, inclusive em relação à coloração geral das folhas (Braga, 1960; Corrêa, 1974; Conceição, 1979). 33 Tabela 3. Médias em cm, para os 20 caracteres morfometricos analisados em 14 acessos de Manihot pseudoglaziovii, M. esculenta e do híbrido (pornuncia). Table 3. Averages in cm, for the 20 characters Morphometric analyzed in 14 accesses of Manihot pseudoglaziovii, esculent M. and of the hybrid (pornuncia). 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Comp P 10,28B 5,04C 8,38B 11.80B 10,46B 10,06B 8,72B 11,3B 10,72B 8,24B 10,14B 14,44A 12,42B 8,69B 10,59B 10,6B Db P 0,55ABC 0,32BCD 0,57AB 0,54ABC 0,59ABC 0,48ABC 0,94AB 0,56AB 0,55AB 0,45D 0,48BCD 0,77A 0,58AB 0,44AB 0,56AB 0,35D Dm P 0,40NS 0,27NS 0,40NS 0,43NS 0,36NS 0,36NS 0,45NS 0,50NS 0,51NS 0,47NS 0,43NS 0,69NS 0,58NS 0,37NS 0,55NS 0,55NS Ds P 0,46AB 0,20BCD 0,47A 0,42ABC 0,44ABC 0,44 AB 0,61AB 1,01AB 0,40ABC 0,25DC 0,39ABC 0,41ABC 0,41ABC 0,27D 0,44ABC 0,16C Cor P F vm 0B 0B 0B 0B 0B 0B 0,2B 01B 0B 0B 0B 1B 1B 0B 0B 1A Cor P F vd 0B 1A 0B 0B 0B 0B 0B 0B 0B 1A 0B 0B 0B 0B 0B 0B Cor P F v/v 1A 0B 1A 1A 1A 1A 0,8A 0B 1A 0B 1A 0B 0B 1A 1A 0B ComP L D 10,92ABC 8,25BCD 13,5A 10,2ABC 8,40BCD 9,58ABC 12,5AB 11,02BC 10,98ABC 6,08NS 11,20AB 11,08ABC 8,52ABC 7,3DC 9,88ABC 06,85C Dm L D 6,0AB 4,7ABC 6,48A 6,0AB 4,0ABCD 4,9ABCD 6,1AB 5,27ABC 5,44ABC 4,83ABC 5,32ABC 4,1ABCD 2,7DC 3,02DC 5,66ABC 2,75D Sim L D 0A 0A 0A 0A 0A 0A 0A 1A 1A 0A 0A 0A 0A 0A 0A 0A Assim L D 1A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 0A 0A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 1A Comp L M 12,1AB 6,74BC 14,52A 12AB 14,62ABC 11,98AB 13,6A 14,18A 13,48ABC 6,32ABC 12,8AB 15,22A 14,54AB 7,41BC 12,3AB 9,6BC Dm L M 6,2B 3,78B 8,00B 6B 6,0B 6,7B 6,9B 6,6B 6,64B 1B 6,44B 6,18B 4B 3,81B 6,4B 2,3B Ds L M 6,0B 3,6B 8,06B 6,3B 6,3B 6,6B 6,8B 6,5B 6,4B 1B 6,43B 6,28B 6B 3,83B 6,5B 2,9B Sim L M 1A 1A 1A 0A 1A 1A 1A 1A 1A 0A 1A 1A 1A 1A 1A 1A Assim L M 0B 0B 0B 1B 0B 0B 0B 0B 0B 1B 0B 0B 0B 0B 0B 0A FL 1A 1A 1A 0A 1A 1A 1A 1A 1A 0A 1A 1A 1A 1A 1A 1A FNL 3B 5B 5B 4B 5B 5B 5B 5A 3B 5B 5B 7B 5B 5B 5B 3B Facum 1A 0A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 1A 0A Fred 0B 1A 1B 0B 1B 0B 0B 1B 0B 0,35B 0B 1B 0B 0B 0B 1B ns-não significativo, pelo teste f, * - significativo a 5%, pelo teste f. significant NS-Não, for test f, * - Significant 5%, for the test f. 34 Observou-se na análise de agrupamento, que os acessos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 13,14 e 15 são os mais próximos entre si, formando um grupo, o que também é confirmado pela análise canônica onde se nota a sobreposição desses acessos de acordo com os dois eixos (Figura 2). O acesso 12 mostrou-se intermediário entre acesso 16 e os demais (Figura 2). Estes dois acessos (16 e 12) encontram-se separadas na análise discriminante pelo primeiro eixo canônico. A partir dos resultados da análise de agrupamento, foi verificado que os acessos formaram dois grupos: o primeiro formado pelo acesso 16, o segundo formado pelos demais, que são mais próximos entre si. Esses resultados são concordantes com aqueles obtidos pela análise discriminante canônica. Em uma análise morfométrica de flores de Oncidium varicosum Lindl. (Orchidaceae), Cardim et al. (2001) observaram um comportamento semelhante entre diferentes populações dessa espécie. Os autores verificaram que se formaram grupos de populações tanto na análise de agrupamento como na análise discriminante canônica. No presente trabalho foi possível detectar a existência de variabilidade entre os acessos de M. pseudoglaziovii. Por exemplo, os acessos 1, 2, 8 e 13, embora sem diferenças significativas, apresentaram-se relativamente distanciados dos demais acessos dessa espécie em relação a sua morfologia externa. Esta espécie é referida como notavelmente variável (Rogers & Appple, 1973; Nagib-Nassar, 2000) e bastante relacionada à M. glaziovii Muell. Arg., também de hábito arbóreo e amplamente distribuída no Nordeste Oriental (Braga, 1960; Rogers & Apple, 1973; Corrêa, 1974). É provável que alguns acessos tenham sido erroneamente identificados ou que essas duas espécies constituam uma mesma entidade taxonômica. Uma maior amostragem associada a uma análise morfométrica mais extensa voltada especialmente para essas duas espécies, talvez possa esclarecer definitivamente suas relações taxonômicas. 35 4.Conclusões O acesso de mandioca (Manihot esculenta) diferiu estatisticamente dos acessos de maniçoba (Manihot pseudoglaziovii) e pornuncia, enquanto o suposto híbrido entre a mandioca e a maniçoba diferiu em relação aos demais de acordo com o segundo eixo canônico. Já os 14 acessos de maniçoba não diferiram entre si. Os dados obtidos nesse trabalho indicam a necessidade de se ampliar a amostragem das populações estudadas, bem como do número de caracteres avaliados, a fim de que se tenha uma idéia mais clara da variabilidade morfológica e dos limites taxonômicos de M. pseudoglaziovii. 36 5.Referências Bibliograficas ARAÚJO FILHO, J. A.; SILVA, N.L. Alternativas para o aumento da produção de forragem na caatinga. 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Uberaba (MG), Brasil 2001. http://www.fmtm.br/instpub/fmtm/patge/morfometria01.htm CAPITULO II _____________________________________________________________________ ANALISE QUÍMICA DA MANIÇOBA (Manihot pseudoglaziovii Pax e Hoffmann.) E DE DUAS ESPECIES AFINS DE INTERESSE FORRAGEIRO 40 Análise Química da Maniçoba (Manihot Pseudoglaziovii Pax E Hoffmann.) e de duas espécies afins de Interesse Forrageiro RESUMO: O objetivo do trabalho foi caracterizar os taninos totais e o teor de HCN, e determinar a composição bromatológica e a digestibilidade in vitro da MS (DIVMS) de diferentes acessos de maniçoba (Manihot pseudoglazovii Pax & Hoffmann.) e duas espécies afins (Mandioca e Pornuncia). As concentrações em tanino total (TT) dos diferentes materiais foram determinadas pelo método butanol-HCL, e adstringência pelo método de difusão radial. A DIVMS foi através do método de dois estágios. Foram observadas diferenças entres as espécies (P<0,01) quanto à concentração dos taninos. As maiores concentrações foram encontradas na mandioca e pornuncia (10,9% TT e 12,7%). Foi detectado baixo teor de tanino na maniçoba ( 0,2% a 5,5%). O teor de PB dos acessos foi de 16%a 25 % em todas as espécies estudadas e o de FDA e lignina variaram de 15,8 %, a 37%, indicando um bom valor nutritivo destas espécies para a alimentação de ruminantes. A DIVMS foi em média de 68%. As concentrações de taninos totais presentes nessas espécies provavelmente não são suficientes para acarretar problemas de ordem nutricional em ruminantes. O teor de HCN variou na maniçoba (97,2 a 291,6 mg/kg MS), na pornuncia este valor foi de 324 mg/kg MS e na mandioca o valor de HCN foi de205,2 mg/kg MS indicando baixo teor de HCN nestas espécies. Palavras-chave: Ácido cianídrico, bromatologia, tanino, mandioca, pornuncia 40 41 Chemical analyzes of Different Accesses of Maniçoba (Manihot Pseudoglaziovii Pax and Hoffmann.) of Interest Forage ABSTRACT: The objective of the work was to characterize total tanning barks and the text of HCN, and to determine the bromatológic composition and the digestibilidade in vitro of MS (DIVMS) of different accesses of maniçoba (Manihot pseudoglazovii Pax & Hoffmann.) e two similar species (Mandioca and Pornuncia). The concentrations in total tanning bark (TT) of the different materials had been determined by the method butanolHCL, and astringency for the method of radial diffusion. The DIVMS was through the method of two periods of training. Differences had been observed enter species (P< 0,01) how much to the concentration of tanning barks. The biggest concentrations had been found in the cassava and pornuncia (10.9% TT and 12.7%). Low tanning bark text was detected in maniçoba (0.2% 5.5%). The text of PB of the accesses was superior 16%a 25 % in all the studied species and of FDA and the lignina they had varied of 15.8 %, 37%, indicating a good nutritional value of these species for the feeding of ruminants. The DIVMS was in 68% average. The total tanning bark concentrations gifts in these species probably are not enough to cause problems of nutricional order ruminants. The HCN text was varied in maniçoba (97.2 the 291.6 mg/kg MS), in the pornuncia this value was of 324 mg/kg MS and in the cassava the value of HCN was de205.2 mg/kg MS indicating low tero of HCN in these species. Words key: native foragers, protein, chemical Composition, Tanning bark, HCN 41 42 1.Introdução O estudo das plantas xerófilas se reveste de importância, considerando que esses vegetais formam um grande grupo de espécies, ocupando uma considerável área geográfica do planeta sendo que muitas dessas plantas são de interesse forrageiro. O grupo é composto de inúmeras famílias botânicas de ervas, arbustos, árvores e cipós com diversas caracterizações, todas com um aspecto de alta relevância que é o de persistir nas condições semi-áridas do nordeste brasileiro, suportando baixas precipitações, apresentando uma única estação de crescimento anual, correspondente à época das chuvas, fornecendo biomassa, como fonte de energia, alimentando a fauna silvestre e os animais domésticos dessa região (Araújo Filho et al., 1995). Não são poucas as iniciativas de identificação e descrição das principais espécies forrageiras nativas no semi-árido nordestino. Também existe uma razoável quantidade de trabalhos realizados sobre a composição químico-bromatológica de várias dessas espécies. No entanto, mais estudos precisam ser efetuados em função da grande variação concernente ao material coletado, além da variação associada às diferenças entre regiões. O mais importante, e que precisa ser enfatizado, é que a identificação e a determinação do potencial como forrageira não são suficientes para fundamentar uma tecnologia de aproveitamento racional dos recursos naturais (Pimenta Filho & Silva, 2002). Na busca de soluções para uma exploração racional com fins de promover o desenvolvimento sustentável da região, a fim de assegurar as produções indispensáveis ao desenvolvimento sócio-econômico, surgem as plantas encontradas na caatinga como uma opção bastante promissora para a alimentação de rebanhos. 42 43 Araújo Filho e Silva (1994) comentam que o semi-árido nordestino apresenta uma grande diversidade em seu extrato herbáceo, arbustivo e arboreo. Nesse contexto, a maniçoba (Manihot spp.) que rebrota rapidamente após as primeiras chuvas, florando, frutificando e perdendo as folhas logo em seguida. Quando cultivada permite um a dois cortes em um curto período de tempo e com produtividade de quatro a cinco toneladas de matéria seca por hectare, aparecendo como mais uma alternativa alimentar para a produção animal da região. Alem de apresentando elevado valor nutritivo, alto grau de palatabilidade, resistência e pode ser cultivada de forma sistemática. Possui grande resistência à seca por apresentar raízes com grande capacidade de reserva mais desenvolvida que as de mandioca. A maniçoba assim como muitas outras plantas nativas pode ser considerada um recurso forrageiro de uso estratégico muito importante, não apenas para os períodos de menor disponibilidade de forragens, mas para o ano inteiro, através de sua conservação na forma de feno, que pode ser produzido com a trituração de ramas inteiras em seguida pela secagem, e acondicionamento em sacos para armazenar (Barros et al., 1986; Passos, 1990). A composição bromatológica é o ponto de partida para se determinar o valor nutritivo de um determinado alimento, avaliando-se sua proporção em MS (Matéria seca), PB (Proteína Bruta), EE (Extrato etéreo), FDN (Fibra em detergente Neutro), FDA(Fibra em detergente Acido), He (Hemicelulose), LIG (Liginina) e MM (Matéria mineral). A partir daí pode-se avaliar o aproveitamento da fração do alimento pelo animal (digestibilidade) ou pelos microrganismos do rumem do animal (degradabilidade) (Dornelas, 2003). Resultados de trabalhos avaliando o valor nutritivo da maniçoba, revelaram valores semelhantes aqueles apresentados pelas forrageiras quando fenadas: proteína bruta (PB20,9%); extrato etéreo (EE-8,3%); fibra bruta (FB-13,9%); cinzas-6,9% e digestibilidade 43 44 “in vitro” da matéria seca (DIVMS-62,3%); (Salviano e Carvalho Filho, 1982; Soares, 2001; Lima, 1996). Barros et al. (1990) estudando o valor nutritivo da maniçoba encontraram: MS- 93,30%, PB- 12,00%, CZ-7,50% e digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMS- 47,40 %). Araújo et al. (2000) analisaram a composição química do feno de maniçoba, que apresentou valores: MS-91,00%, PB-11,0%, FDN-58,00%. Barros (1986) determinou a composição química do feno da maniçoba com base na matéria seca; MS93,30%, PB-12,00%, FDN-58,60% . Vasconcelos (2000) avaliou o feno da Maniçoba produzido com plantas em início de frutificação, com secagem ao ar livre, durante dois dias consecutivos, e revolvimento periodicos, obtendo os seguintes valores: MS-92,95 %, PB-11,88 %, FDN-48,05 %, Tanino 0,90%. Os valores encontrados em outros trabalhos inferiores aos obtidos por este autor poderiam estar expressando distintas épocas de corte da planta ou técnica diferente de coleta de material. Os resultados encontrados nestes estudos são iguais aos resultados encontrados em um feno de boa qualidade, isto é, conter adequada quantidade de princípios nutritivos, especialmente proteínas e sais minerais, demonstrar alta digestibilidade e boa composição bromatológica. O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar a composição química, digestibilidade “in vitro”, o teor de HCN da matéria seca e concentração de taninos totais em plantas do gênero Manihot principalmente a maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann). 44 45 2.Material e Métodos O trabalho foi conduzido em condições de campo no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Areia –PB. O município localiza-se na microrregião do Brejo Paraibano, a uma altitude de 618m, situando-se entre as coordenadas geográficas 06o 57’48” de altitude sul e 35o 41’30” de longitude oeste de Greenwich, com clima quente e úmido e precipitação anual de 1200 mm, com médias de temperaturas máximas de 28oC e mínimas de 21oC. Foram obtidos 14 acessos de Manihot pseudoglaziovii com diferenças visuais distintas, coletados ao longo da rodovia Br 104 entre os Municípios de Remígio e Barra de Santa Rosa, Estado da Paraíba. Também foram incluídos, para comparação, um acesso de M. esculenta Cranz (Mandioca) e um híbrido natural entre essas duas espécies (pornuncia), ambos provenientes do Município de Areia (Figura 1). Cinco plantas de cada acesso foram multiplicadas através de estaquia e em seguida cultivadas em uma área experimental em condições padronizadas de adubação e rega, para se ter uma exteriorização homogênea de cada genótipo. De cada acesso foram preparadas exsicatas que encontram-se depositadas no Herbário Prof. Jayme Coelho de Moraes (CCA/UFPB). Inicialmente foi realizada a produção de mudas de maniçoba, estas mudas foram feitas através de estaquia, com tamanho de 30 cm e com corte em Bisel na parte inferior. As estacas foram colocadas em sacos de polietileno preto (23 x 13 cm), onde permaneceram por 3 meses, sendo, em seguida, transplantadas para o campo de produção, em um solo classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo Eutrófico, apresentando as seguintes características químicas: pH- 5.0, P(mg/dm3)- 5,47, K(mg/dm3)- 42,08, Al+3(cmolc/dm3)- 45 46 0,25, Ca+2(cmolc/dm3)- 0,90, Mg+(cmolc/dm3)- 0,90, CTC (cmolc/dm3)- 4,23 e MO (g/dm3)10,39. O solo foi preparado mediante limpa do terreno e preparo das covas, e aplicação de 1,0 T/ha de calcário dolomítico. A adubação orgânica de fundação foi feita uma semana antes do plantio, de acordo com a recomendação do Laboratório de Química e Fertilidade do Solo, aplicando-se 1,8 kg de adubo orgânico por cova. O plantio foi realizado em covas num espaçamento de 1,5 m entre plantas e 2,0 m entre blocos. Foram realizados os tratos culturais como regas, capinas com auxílio de enxadas, e aplicação de defensores agrícolas para o controle de formigas e ácaros. O experimento foi conduzido em um delineamento de blocos casualizados com 16 tratamentos e cinco repetições. As plantas foram cortadas e identificadas em sacos de papel e levadas ao Laboratório de Análise de Alimentos. Foram as amostras referentes as espécies de Maniçoba, com aproximadamente 90 dias, no período da floração. Cerca de 300 g de folhas e ramos finos. Uma vez colhidas, as amostras foram imediatamente seca em estufa a 40 oC. Posteriormente todas as amostras foram moídas em moinho com peneiras de 1 mm e armazenadas em frascos para o procedimento das análises laboratoriais que foram realizadas nos Laboratórios de Nutrição Animal do Centro de Ciências Agrárias da UFPB em Areia –PB. Para as análises químicas foram utilizadas a metodologia descritas por Silva e Queiroz (2002), onde foram determinadas a porcentagem de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM) e extrato etéreo (EE), pela metodologia de Weende; 46 47 os teores em proteína bruta (PB) pelo método Kjedahl; de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose e lignina, pelo método de Van Soest (1994); e o nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), com o resíduo do FDA e sem adição do sulfito de sódio. As determinações de FDN, FDA e lignina foram feitas de forma seqüencial, acrescentando-se às amostras 0,5 g de sulfito de sódio anidro. O sulfito de sódio misturado à solução de detergente neutro remove os taninos e os resíduos de proteína, evitando problemas de superestimação do conteúdo em parede celular de plantas com altas concentrações em taninos (Terril et al., 1994). Todas as análises envolvendo a determinação de fibras foram feitas utilizando o analisador de fibras ANKOM (ANKOM Technology Co., Fairport, Ny, USA). A digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) foi determinado utilizando o equipamento (DAISY; ANKOM technology Corp., Fairport, Ny), baseado na metodologia de dois estágios de Terri et al. (1992). Para a obtenção do inóculo foram utilizados quatro caprinos (fêmeas SRD) fistulados no rúmen, que foram adaptados, por um período de sete dias antes da coleta do fluído ruminal, com o feno de maniçoba. Para a determinação do teor de HCN foi utilizada a metodologia de AOAC, estabelecida por Guignard (1917), onde 10 g de forragem fresca, foi cortada de forma minúscula para o HCN ser produzido nas paredes do tecido da planta, colocando-se em seguida em um tubo Kjedahl de 500ml de capacidade com 125 ml de H2O destilada. Em seqüência colocou-se em erlemeyer 10 ml da solução de NaOH (para coletar o HCN ), elevando-se a temperatura a 35o C a 38o C por 2 horas. Em seguida destilou-se a amostra, em volume 5 até que o volume de liquido dentro do erlemeyer se eleve para 80ml, elevando-se este volume para 125 ml com H2O destilada. Para titulação coletou-se 50 ml da 47 48 amostra e colocou-se no Backer, adicionando-se 4 ml de Nh4OH (Nitrato de prata), e 1 ml de uma solução de kI (Iodeto de Potássio), mexer bem. Para a determinação da concentração de tanino solúvel (TS), tanino ligado ao resíduo sólido (TL) e tanino total (TT) foi utilizado o método butanol-HCl, descrito por Terrill et al. (1992), onde uma alíquota de 10 mg das amostras, em duplicata, teve seus taninos condensados solúveis extraídos por uma mistura de 2,5 ml de acetona aquosa a 70% com ácido ascórbico a 0,1% e 2,5 ml de dietil éter. Após remoção dos solventes por evaporação, o extrato foi ajustado para 5 ml com água destilada, centrifugado e separado do resíduo sólido. Em seguida foi adicionado 1,8 ml de butanol-HCl a 5% em alíquotas de 0,3 ml do extrato, levado-se a banho-maria a 95 0 C por 70 minutos. Os taninos condensados ligados ao resíduo sólido foram determinados por adição de 0,7 mL de água destilada e 4,2 ml de butanol-HCL a 5%, levado-se a banho-maria a 95 0 C por 70 minutos. Em ambos os casos, as amostras tiveram suas absorbâncias lidas a 550 nm em espectrofotômetro (FENTO – 600PLUS) e o resultado convertido em % relativo ao tanino de jurema preta (Curva padrão), com base na equação de regressão da curva-padrão feita a partir do tanino condensado purificado de jurema preta (Beelen, 2002). Para a obtenção da curva padrão requerida pelo método Butanol-HCL, utilizou-se o tanino purificado da Jurema Preta (Mimosa hostilis) (Beelen, 2002), que é uma planta nativa do semi-árido do Nordeste, como as forrageiras em estudo. Foram usadas alíquotas de 0,5 mg de concentrações conhecidas do tanino condensado purificado de Jurema Preta. Essas reagiram em triplicata com butanol-HCL a 5% e foram lidas em espectrofotômetro (FENTO – 600PLUS) a 550 nm para a obtenção da curva-padrão. A equação de regressão da curva gerada pelo ensaio de butanol-HCl foi Y = 1,18 + 0,022 (R2 = 0,94). A concentração em taninos total condensados foi obtida pela soma das frações solúvel e ligada ao resíduo (Mupangwa et al., 2000). A 48 49 adstringência dos taninos foi medida pelo método de difusão radial (Hagerman, 1987). Os taninos difundiram através de um gel de agarose contendo proteína sérica bovina 35 (BSA) e formaram um precipitado em forma de anel, cujo diâmetro foi considerado proporcional a sua capacidade de precipitar proteínas (adstringência). Alíquotas de 8 μL de extrato das plantas foram colocadas em placas de petri contendo 9,5 mL de gel de uma mistura de agarose a 1% e BSA a 0,1% em solução tampão de ácido acético a 0,3% com 0,001g de ácido ascórbico, ajustado a um pH= 5 com hidróxido de sódio. A quantidade de taninos ativos presentes na solução que reagiu com o BSA foi determinada pela medida do anel formado após 72 horas de incubação em estufa a 35oC e a quantidade, em mg, de proteína precipitada foi calculada pela fórmula: volume (ml) x concentração de proteína (mg/ml) / peso da amostra, onde o volume é determinado pela altura do Agar e comprimento dos raios antes e após incubação. Os dados obtidos foram submetidos a análise multivariada utilizando-se o programa SAS (1997). Foram feitas análises de variância e teste f para cada analise química isoladamente para contrastes entre as médias das populações. O nível de significância considerado em todas as análises foi 5 %e 1%. A análise discriminante canônica foi empregada para verificar como as populações relacionam-se entre si. Esta análise foi utilizada por considerar as correlações residuais existentes entre as médias das observações, o que se traduz numa vantagem em relação aos componentes principais. Outra vantagem do método é que, mesmo não sendo o número de variáveis menor do que o número de indivíduos dentro de cada população e que a multinormalidade não esteja presente, a análise discriminante canônica pode ser aplicada de maneira exploratória, produzindo gráficos das variáveis canônicas bastante úteis (Manly, 1994) e para o agrupamento utilizou-se o método de Ferreira, (1996). 49 50 3.Resultados e Discussão Na análise química das plantas do gênero Manihot observou-se diferenças significativas (p <0,05) e (p <0,01) entre os acessos, a partir da análise de variância e do teste f, para 11 dos caracteres analisados (FDA, MS, PB, FDN, CZ, MM, TT, HCN, HEM, DIVMS), que separaram claramente três grupo: o primeiro formado pelos acessos 10 e 15, o segundo formado pelos acessos 1,3,5,6,11,12 e 16, onde se encontram o acesso de M. esculenta e alguns acessos de M. pseudoglaziovii e o híbrido (manipeba) e o terceiro grupo formado pelos acessos 2, 4,7,8,9,13 e 14. As médias de todos os caracteres bem como o teste t, para contrastes entre as médias das populações para os caracteres que apresentaram diferenças significativas pelo teste f, encontram-se na Tabela 2. Tabela 1. Analise de variância para os 13 caracteres químicos nos acessos de M. esculenta, M. pseudoglaziovii e do híbrido (pornuncia). Table 1. It analyzes of variance for the 13 chemical characters in the accesses of M.esculenta , M. pseudoglaziovii and of the hybrid (pornuncia). FV GL Quadrado médio FDA FDN MS Acessos 15 17,9** 60,7** 176,7* Resíduo 64 90,4 3,8 86,2 PB 11,5* 21,2 CZ MM 1,2 ns 11,8ns 8,9 3,8 EE TN HCN CE LG HM DIV 0,24 ns 13,0* 202,3ns 0,32ns 14,2* 53,2** 65,4* 4,2 3,9 81,0 29,7 8,1 76,0 1,7 NS-Não significativo, pelo teste t, * - Significativo a 5%, pelo teste t, ** - significativo a 1%, pelo teste t significant NS-Não, for test t, * - Significant 5%, for the test t, ** - significant 1%, for test t Pela análise discriminante canônica verificou-se que o primeiro eixo canônico, que representa 54 % da variação, separou os acessos em três grupos distintos. Embora as espécies de M. esculenta e o hibrido natural sejam espécies diferentes da maniçoba, estas 50 51 estão inseridos no segundo grupo, sem qualquer diferença na sua composição bromatológica, em relação ao segundo eixo canônico com 44 % da variação observada (Figura 1). Somados, o primeiro e o segundo eixos representam 98 % da variação total observada. A partir das distâncias de euclidianos médios, observa-se que em relação a analise química a maniçoba se divide em três grupos distintos, em concordância com os dois eixos da análise discriminante canônica (Figura 1). O método de agrupamento foi concordante, indicando que os grupos são bem definidos. Figura 1. analise discriminante canônica entre os acessos de M. esculenta, M. pseudoglaziovii e do híbrido (pornuncia). Figure 1. Analyzes canonic discriminante enters the accesses of M. esculenta, M. pseudoglaziovii and of the hybrid (pornuncia). 51 52 Pela análise de agrupamento observou-se, que o grupo 1, que contém os acessos 10 e 12, é o que possui os menores valores para o teor de HCN além do acesso 10 também possuir os menores valores para tanino, o que também é confirmado pela análise canônica onde se nota a sobreposição desses acessos de acordo com os dois eixos. O grupo 2 formado pelos acessos 1, 3, 5, 6, 11, 15 e 16 possuem os maiores valores nas analises de PB, DIV, MO e MM. O grupo 3 formado pelos acessos 2, 4, 8, 9, 13 e 14 Observou-se a ocorrência de médias diferentes nas análises químicas de todos os acessos de maniçoba (Tabela 2). Os valores de MS encontrados na maniçoba variaram de 79,9% a 91,3%, enquanto que na mandioca e na pornuncia foram de 76,1% e 90,9% respectivamente. Estes resultados são concordantes com vasconcelos (2000) que avaliou o feno da Maniçoba em início de frutificação com valores de química para MS de 92,95%. Os acessos de maniçoba analizados neste trabalho apresentaram valores variaveis de PB de 16 a 25%. O acesso de mandioca analizado apresentou valores: PB-22,8, já o acesso de pornuncia apresentou valores: PB-19,8%. Os valores encontrados neste trabalho são semelhantes aos encontrados por Salviano & Carvalho Filho (1982) que encontrou valores de 20,9% para PB. Os acessos de maniçoba analizados neste trabalho apresentaram valores variaveis de de 47,3 a 31,2%para FDN e 25,4 a 36,5% para FDA . O acesso de mandioca analizado apresentou valores: FDN-40,2% e FDA-33,0%, já o acesso de pornuncia apresentou valores:FDN-41,7% e FDA-34,1%. Quanto a FDN os valores observados abaixo do encontrado por Araújo et al, (2000) que foi de 58,00%. Os acessos de maniçoba analizados neste trabalho apresentaram valores variaveis de DIVMS de 64,6% a 66,1%. Já o acesso de mandioca apresentou valor de 62,2% para 52 53 DIVMS, e a pornuncia apresentou valor de 68,6%. Os valores encontrados neste trabalho são semelhantes aos encontrados na maniçoba por Salviano e Carvalho Filho (1982): DIVMS 62,3%. Barros et al. (1990), avaliando o feno de maniçoba, determinou a composição química com base na matéria seca; MS-93,30%, PB-12,00%, FDN-58,60, também são valores acima dos encontrados neste trabalho. Os acessos de maniçoba analizados neste trabalho apresentaram valores variaveis de de 49,6% a 75,3% para MO e 8,6% a 20,7% para MM. O acesso de mandioca analizado apresentou valor de MO-46,9% e MM-23,8%, já o acesso de pornuncia apresentou valor de MO-95,8 e MM-9,8 %. Resultados de trabalhos avaliando o valor nutritivo da maniçoba, revelaram valores semelhantes aqueles apresentados pelas forrageiras quando fenadas: CZ6,88 (Lima, 1996). Os acessos de maniçoba analizados neste trabalho apresentaram valores variaveis de de 5,1% a 17,9% para HEM, 12,5% a 15,8% para LIG, o acesso de mandioca analizado apresentou valores de 7,3% para HEM, 15,8% para LIG e 5,5%, para EE, já o acesso de pornuncia apresentou valores de 7,6% para HEM, 15,8% para LIG e 5,2% para EE. Segundo Soares (2001) o valor nutritivo da maniçoba, revelaram valores superiores aos encontrados neste trabalho para : etéreo (EE-8,3%); fibra bruta (FB-13,9%); cinzas-6,9%. Valores diferentes obtidos aos relatados neste trabalho, poderiam estar expressando distintas épocas de corte da planta ou técnica diferente de coleta de material ou mesmo variedades diferentes de uma mesma espécie. Em todos os trabalhos os resultados se aproximam do esperado de um feno de boa qualidade, isto é, conter adequada quantidade de princípios nutritivos, especialmente proteínas e sais minerais, demonstrar alta digestibilidade e boa composição bromatológica. 53 54 Os resultados observados para os teores de HCN foi de 205,2 mg/kg de MS, enquanto que na pornuncia foi de 324,0 mg/kg de MS, já os resultados obtidos para os acessos de maniçoba variam de 97,2 à 291 mg/kg de MS (Tabela 2), confirmando que as plantas estudadas são pouco toxicas de acordo com resultados obtidos por Cavalcanti e Araujo (2000), em que o nível de toxicidade da parte aérea fresca pelo conteúdo de ácido cianídrico livre (HCN) em mg/kg de matéria seca (MS) e :M.dichotoma var. dichotoma (1.289), a M.carthaginensis (1.104) e a M.epruinosa (1.002), menos tóxicas :M.glaziovii procedência de Petrolina-PE (304), aM.cearulescens (387) e a M.glaziovii procedênte de Antas-BA (529). De uma maneira geral, pode-se observar que na planta verde, em início de brotação, a maniçoba apresenta um teor médio de ácido cianídrico (HCN) de 1.000 mg/kg de MS, entretanto quando fenada o teor de HCN baixa para menos de 300 mg/kg de MS, quantidade insuficiente para provocar qualquer sintoma de intoxicação em animais, mesmo que em grande quantidade e por muito tempo (Cavalcanti e Araujo, 2000). A maniçoba apresentou valores de tanino ligado ao resíduo variando de 0,90% a 5,3%, enquanto que a mandioca e pormuncia apresentaram valores de 12,7% e 10,9% respectivamente. Santa Cruz (2005)observou que o teor de tanino ligado ao resíduo na maniçoba foi de 1,1% valor inferior aos encontrados na maioria dos acessos de maniçoba avaliados neste trabalho. 54 55 Tabela 2. Médias das analises de MS, PB, FDN, FDA, DIVMS, MM, MO, HEM, LIG, EE, CEL, TT e HCN nos13 acessos de Manihot pseudoglaziovii, M. esculenta e do híbrido (pornuncia). 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 MS PB FDN FDA DIVMS (%MS) (%MS) (%MS) (%MS) (%MS) 82,8CD 81,4CD 86,8AB 86,6AB 85,9AB 85,2AB 86,9AB 82,6CD 79,9D 91,3A 83,8AB 86,9AB 88,7AB 90,7A 90,9A 76,1D 24,8A 14,4C 25,0A 18,5BC 22,0BC 23,2AB 21,9BC 23,6AB 18,3BC 22,3AB 22,5AB 16,0C 22,1AB 22,3AB 19,8BC 22,3AB 31,2A 44,2A 41,6A 40,4A 43,7A 40,2A 47,3A 33,6A 46,7A 44,7A 32,7A 42,7A 33,7A 36,9A 41,7A 40,2A 32,7ABC 29,6ABC 25,4C 36,5AB 29,0BC 26,4C 30,8ABC 25,8C 33,8BC 34,7BC 25,8C 37,6A 27,3BC 26,2C 34,1BC 33,0BC 65,9AB 64,8BC 66,1AB 64,6BC 66,1AB 65,4B 65,4B 65,4B 65,0BC 65,9AB 64,8BC 65,4B 64,6C 66,1AB 68,6A 62,2C Caracteres analisados MO MM (%MS) 44,9C 54,3BC 57,3BC 60,8BC 58,5BC 55,2BC 60,2BC 49,9BC 49,6BC 75,3AB 48,2BC 66,6BC 62,3BC 73,7BC 95,8A 46,9BC (%MS) 17,1BC 18,5BC 13,1CD 13,3CD 14,0CD 14,7CD 13,0CD 17,4BC 20,7AB 8,6D 16,1CD 13,0CD 11,2D 9,2D 9,8D 23,8A HEM LIG EE CEL TT HCN (%MS) (%MS) (%MS) (%M S) (%MS) (mg/kg) 13,9A 12,7A 15,2A 15,8A 12,6A 12,9A 15,6A 12,6A 15,7A 12,5A 13,2A 12,7A 13,5A 13,9A 15,8A 15,2A 4,4E 5,0BC 4,1E 3,5E 3,6E 4,6E 4,9CD 4,0E 3,4E 3,8E 4,9DE 3,7E 3,6E 3,3E 5,2AB 5,5A 23,1ª 23,6ª 23,1ª 23,6ª 23,1ª 23,6ª 23,1ª 23,6ª 23,1ª 23,6ª 23,1ª 23,1ª 23,1ª 23,6ª 23,6ª 23,6ª 2,8BC 4,2BC 3,9BC 1,9C 4,0BC 1,5C 2,9BC 0,2C 3,0BC 0,9C 2,8BC 3,3BC 1,9C 5,3BC 10,9AB 12,7 A 237,6D 291,6B 194,4E 273,3BC 194,4E 194,4E 273,3BC 207,5E 273,3BC 97,2E 172,8E 108,0E 259,2C 273,6BC 324,0A 205,2E 6,3A 12,6A 16,1A 12,0A 15,4A 14,7A 17,9A 9,1A 12,8A 10,0A 6,9A 5,1A 6,4A 10,7A 7,6A 7,3A ns-nãosignificativo, pelo teste t, * - significativo a 5%, pelo teste t, ** - significativo a 1%, pelo teste t significant NS-Não, for test t, * - Significant 5%, for the test t, ** - significant 1%, for test t 55 56 Os resultados observados para os teores de HCN foi de 205,2 mg/kg de MS, enquanto que na pornuncia foi de 324,0 mg/kg de MS, já os resultados obtidos para os acessos de maniçoba variam de 97,2 à 291 mg/kg de MS (Tabela 2), confirmando que as plantas estudadas são pouco toxicas de acordo com resultados obtidos por Cavalcanti e Araujo (2000), em que o nível de toxicidade da parte aérea fresca pelo conteúdo de ácido cianídrico livre (HCN) em mg/kg de matéria seca (MS) e : M. dichotoma var. dichotoma (1.289), a M. carthaginensis (1.104) e a M. epruinosa (1.002), menos tóxicas: M. glaziovii procedência de Petrolina-PE (304), a M. cearulescens (387) e a M. glaziovii procedênte de Antas-BA (529). De uma maneira geral, pode-se observar que na planta verde, em início de brotação, a maniçoba apresenta um teor médio de ácido cianídrico (HCN) de 1.000 mg/kg de MS, entretanto quando fenada o teor de HCN baixa para menos de 300 mg/kg de MS, quantidade insuficiente para provocar qualquer sintoma de intoxicação em animais, mesmo que em grande quantidade e por muito tempo (Cavalcanti e Araujo, 2000). A maniçoba apresentou valores de tanino ligado ao resíduo variando de 0,90% a 5,3%, enquanto que a mandioca e pormuncia apresentaram valores de 12,7% e 10,9% respectivamente. Santa Cruz (2005) observou que o teor de tanino ligado ao resíduo na maniçoba foi de 1,1% valor inferior aos encontrados na maioria dos acessos de maniçoba avaliados neste trabalho. 56 4.Conclusões Os acessos de mandioca e pornuncia diferiram estatisticamente dos acessos de maniçoba em relação à análise química. Os resultados obtidos nos acessos de maniçoba diferiram acessos em três grupos distintos. Os dados obtidos nesse trabalho indicam a existência de variabilidade entre os acessos de M. pseudoglaziovii em relação a composição química, embora sem diferenças significativas para que estes acessos sejam identificados como espécies diferentes. 5. Referências Bibliográficas 40 ARAÚJO FILHO, J. A.; SILVA, N.L. Alternativas para o aumento da produção de forragem na caatinga. In: SIMPÓSIO NORDESTINO DE ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES, 5., 1994, Salvador – BA, Anais... SNPA, Salvador, p.121,1994. ARAÚJO FILHO, J.A., SOUSA, F.B., CARVALHO, F.C. Pastagens no semi-árido: Pesquisa para o desenvolvimento sustentável. In: SIMPÓSIO SOBRE PASTAGENS NOS ECOSSISTEMAS BRASILEIROS: pesquisa para o desenvolvimento sustentável, 1995. Brasília, DF. Anais / editado por R.P. de Andrade, A de o. Barcellos e C. M. da Rocha. Brasília:SBZ, 1995. p.63-75. BARROS, N.N.; KAWAS, J.R.; FREIRE, L.C.L. 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VASCONCELOS, M.A. Composição química e degradabilidade do feno da maniçoba (Manihot epruinosa Pax & Hoffmann) em ovinos. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2000. 70p. 43 44 44 CAPÍTULO III ________________________________________________ VARIABILIDADE GENETICA DE ACESSOS DE MANIÇOBA (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) E DE DUAS ESPÉCIES AFINS DE INTERESSE FORRAGEIRO ATRAVÉS DE RAPD 64 Variabilidade Genética de Acessos de Maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffm.) e de duas Espécies Afins de Interesse Forrageiro Através De RAPd RESUMO: Com o objetivo de analisar a variabilidade genética em populações naturais, foram estudados 14 acessos de Manihot pseudoglaziovii, coletados no Estado da Paraíba na microrregião Curimataú Paraibano, além de um acesso de M. esculenta Cranz (mandioca) e de um híbrido natural entre essas duas espécies. Cinco plantas de cada acesso foram multiplicadas através de estaquia e em seguida cultivadas em uma área experimental em condições padronizadas, para se ter uma exteriorização homogênea de cada genótipo. A otimização do protocolo de extração do DNA de alguns acessos de maniçoba e de duas espécies afins de interesse forrageiro e verificar a variabilidade genética através da amplificação com marcadores moleculares RAPD via PCR. Foram testados dois métodos de extração do DNA. O protocolo de extração usando o detergente CTAB possibilitou obter produtos limpos, menos viscosos e oxidados. Na análise de variabilidade genética foram usados em um total de 10 iniciadores (Primers), e apenas 3 produziram bandas OPD2, OPD3 e OIPD8, o iniciador OPD2 apresentou maior percentagem de polimorfismo seguido do OPD3, com valores de 30,7% e 42,8%, respectivamente. Estes iniciadores podem discriminar diferenças moleculares entre os acessos de maniçoba e de duas espécies afins. Palavras Chaves: Polymerase Chain Reaction, protocolo, DNA, Maniçoba, extração 63 Genetic variability of Accesses de Maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann.) e of two Similar Species of Forager Interest Through RAPd ABSTRACT: With the objective to analyze the genet variability in natural populations, five accesses of Manihot had been studied pseudglaziovii, collected in the State of the Paraíba in the microregion Curimataú Paraibano, beyond an access of esculenta M. Cranz (cassava) and a natural hybrid between these two species. Five plants of each access had been multiplied through statue and after that cultivated in an experimental area in standardized conditions, to have a homogeneous exteriorizacion of each genotype. The otimização of the protocol of extraction of the DNA of some accesses of maniçoba and of two similar species of forager interest and to verify the genetic variability through the amplification with molecular markers RAPD saw PCR. Two methods of extraction of the DNA had been tested. The extraction protocol using detergent CTAB made possible to get clean products, less viscous and oxidized. In the analysis of genetic variability they had been used in a total of 10 starters (Primers), and only 3 had produced bands, starter OPD2, OPD3 and OPD8 presented greater percentage of polymorphism followed of the OPD2, with values of 30,7% and 42,8%, respectively. These starters can discriminate molecular differences between the accesses of maniçoba and two similar species. Key words: Maniçoba, Manihot sort, native forager, characterization, DNA 64 Introdução O nome maniçoba tem sido usado para designar algumas espécies do gênero Manihot, existe uma certa discrepância, nas informações, dos estudiosos, com relação à classificação botânica das plantas como espécies ou variedades de uma mesma espécies (Salviano e Nunes, 1991), identificação das diferentes variedades de maniçoba com características forrageiras através da taxonomia tradicional é dificultada por varias razões: os fenótipos, com grande variedade de acordo as condições ecológicas; a poliplóide, que existe em grande número de populações que se reproduzem vegetativamente e sexualmente; a existência de numerosos híbridos, como por exemplo, em muitas das espécies que florescem durante o mesmo período do ano e que não estão separadas por barreiras biológicas (Scheinvar, 1995). Além disso, a maniçoba é predominantemente encontrada em forma silvestre e em áreas cultivadas de pequenos agricultores que a selecionam e identificam, dessa forma uma mesma variedade pode receber mais que uma denominação, assim também se pode dar um mesmo nome para diferentes espécies. Até o momento, nenhum estudo tem sido publicado sobre o uso de marcadores moleculares de DNA para estimar a diversidade genética na maniçoba. Este marcador, baseado em variações de seqüências de DNA tem demonstrado ser uma ferramenta extremamente efetiva para mapeamento e diagnósticos genéticos, taxonomia molecular, análise de integridade genética, estudos evolutivos e estudos citológicos para confirmar o modo de reprodução por apomixias versus autopolinização, haplóides por partenogênese ou fertilização cruzada. As vantagens no uso desses marcadores residem no fato deles existirem em número praticamente ilimitado, não estarem sujeitos a efeitos pleitrópicos, epistáticos ou ambientais e poderem ser determinados em qualquer tipo de tecido ou estagio de desenvolvimento da planta (Michelmore & Hulbert, 1987). Esses marcadores, quando combinados a características fenotípica fornecem um bom quadro para agrupamento de genótipos e para o planejamento de 65 cruzamentos. Além disso, podem auxiliar na avaliação da redundância e deficiências das coleções de germoplasma (Ferreira & Grattapaclia, 1996). A técnica de Polymerase Chain Reaction (PCR) foi conhecida por Muller & Faloona (1987), sendo um método de amplificação de DNA de segmentos específicos, podendo ser facilmente detectado a olho nu em gel de eletroforese através de corantes específicos. A reação baseia-se na síntese enzimática in vitro de milhões de cópias de um segmento específico de DNA na presença da enzima DNA polymerase. Sua reação baseia-se no anelamento e extensão enzimática de oligonucleotídeos (pequenas moléculas de DNA de fita simples) utilizados como indicadores (“primers”) que delimitam a seqüência de DNA de fita dupla alvo da amplificação. Para que tenha êxito o PCR depende justamente da habilidade das enzimas copiadoras de DNA permanecerem estáveis em alta temperatura. Atualmente, é utilizada a DNA polimerase isolada da bactéria hipertermofílica Thermus aquaticus (Saiki et al.,1998), sendo denominada Taq polimerase. O processo de PCR consiste em três etapas. A primeira é a desnaturação , onde a fita dupla de DNA alvo é desnaturada pela elevação da temperatura para 96°C, sendo dividida em duas fitas simples. Em seguida a temperatura diminua para 55°C aonde os primers vão se anelar às seqüências complementares no DNA. Na terceira etapa a temperatura é novamente elevada para 75°C para que a Taq polimerase trabalhe melhor, adicionando nucleotídeos a partir dos primers fazendo uma cópia completa dos moldes. Os segmento de DNA são sintetizados em uma progressão geométrica, pois a cada ciclo origina-se um novo segmento a partir do inicial e de cada um dos segmentos já produzidos no ciclo anterior (Borba, 2000). Este ciclo é repetido umas 30 vezes,onde depois de algumas horas tem-se mais de um milhão de cópias de um determinado segmento de DNA. O resultado da amplificação de ácidos nucléicos por PCR pode ser 66 facilmente visualizado por eletroforese em gel de agarose, o sucesso da amplificação depende das condições de reação, da pureza dos reagentes utilizados e dos diferentes parâmetros da reação (Borba, 2000). Existem diferentes tipos de marcadores de acordo com o nível da expressão. Os marcadores morfológicos, são observados no último nível da expressão do caráter. Já os marcadores bioquímicos, ou isoenzimas, detectam o polimorfismo da molécula de DNA, sendo importantes marcadores, pois são utilizados em todas as espécies de plantas. E os marcadores moleculares, que operam no DNA são os sistemas mais diretos, onde a análise é feita diretamente na macromolécula portadora de toda a informação genética. Então se pode definir como marcador molecular a todo e qualquer fenótipo molecular oriundo de um gene expresso, como no caso de isoenzimas, ou de um segmento específico de DNA (Ferreira Grattapaclia, 1998). Os marcadores moleculares têm demonstrado ser uma ferramenta efetiva para o mapeamento e diagnósticos genéticos, taxonomia molecular, análises da integridade genética e estudos evolutivos (Carneiro,1997). A tecnologia de DNA recombinante e o desenvolvimento da amplificação de segmentos de DNA via PCR (Polimerase Chain Reaction), ou reação de polimerase em cadeia, abriram o caminho para uma mudança no paradigma genético básico. O estudo de genoma de plantas tem se beneficiado, sobretudo, dos avanços obtidos na área de genética humana. Métodos estatísticos acompanham este desenvolvimento, e tem permitido a manipulação de enormes quantidades de dados genéticos (Ferreira & Grattapaglia, 1998). A técnica de RAPD, foi desenvolvida independentemente por dois grupos de pesquisadores nos EUA. Williams et al. (1990) deram o nome mais comumente utilizado, RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA), que é baseado na reação de “Polymerase Chain Reaction” (PCR), com duas características distintas: utiliza 67 pequenas seqüências de oligonucleotídeos de DNA de fita simples, “primers”, ao invés de um par de “primers”; O primeiro tem seqüência arbitrária com cerca de 50-80% de G + C, e assim a seqüência alvo é desenvolvida. As diferenças de apenas um par de bases (mutações de ponto) são suficientes para causar a não complementaridade do “primer” com o sítio de iniciação e assim impedindo a amplificação de um segmento (Williams et al.,1993). O polimorfismo genético detectado pelos marcadores RAPD tem natureza binária, isto é, o segmento amplificado (banda no gel) está presente ou ausente. Devido a grande quantidade de DNA produzido, podem ser visualizados diretamente na forma de uma banda em gel de eletroforese, corados com brometo de etídio e observados na luz ultravioleta (Williams et al.,1990 ; Ferreira & Grattapaglia, 1996). A técnica de RAPD tem grandes vantagens em relação às outras técnicas moleculares. Nesta técnica é necessário de uma quantidade mínima de DNA necessária para a análise genotípica de um individuo (da ordem de dezenas de nanogramas). Permite ainda gerar uma grande quantidade de polimorfismo de segmentos de DNA, distribuídos por todo o genoma do organismo, oferecendo a possibilidade de mostrar regiões de DNA repetitivos, uma vez que os “primers” utilizados para a detecção da variação ao nível de DNA são arbitrários. RAPD reúne, portanto, a simplicidade da visualização direta dos marcadores de DNA. È uma técnica mais simples e rápida do que o RFLP, pois não necessita de informações sobre o DNA alvo (Carneiro, 1997). Nesse sentido, o presente trabalho objetiva prover os forragicultores e melhoristas com uma ferramenta que possibilite não apenas a identificação taxonômica precisa de uma importante forrageira nativa, como também aperfeiçoar a utilização dessas espécies 68 2.Materiais e Métodos 2.1.Material Vegetal O trabalho foi conduzido em condições de campo no Centro de Ciências Agrárias(CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Areia –PB. O município localiza-se na microrregião do Brejo Paraibano, a uma altitude de 618m, situando-se entre as coordenadas geográficas 06o 57’48” de altitude sul e 35o 41’30” de longitude oeste de Greenwich, com clima quente e úmido e precipitação anual de 1200 mm, com médias de temperaturas máximas de 28oC e mínimas de 21oC. Foram obtidos 14 acessos de manihot pseudglaziovii com diferenças visuais distintas, coletados ao longo da rodovia Br 104 entre os Municípios de Remígio e Barra de Santa Rosa, Estado da Paraíba. Também foram incluídos, para comparação, um acesso de M. esculenta Cranz (Mandioca) e um híbrido natural entre essas duas espécies (pornuncia), ambos provenientes do Município de Areia (Figura 1). Cinco plantas de cada acesso foram multiplicadas através de estaquia e em seguida cultivadas em uma área experimental em condições padronizadas de adubação e rega, para se ter uma exteriorização homogênea de cada genótipo. De cada acesso foram preparadas exsicatas que encontram-se depositadas no Herbário Prof. Jayme Coelho de Moraes (CCA/UFPB). Inicialmente foi realizada a produção de mudas de maniçoba, estas mudas foram feitas através de estaquia, com tamanho de 30 cm e com corte em Bisel na parte inferior. As mudas foram transplantadas para sacos de polietileno preto (23 x 13 cm), onde permaneceram por 3 meses, sendo, em seguida, transplantadas para o campo de produção, em um solo classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo Eutrófico, apresentando as seguintes características químicas: pH- 5.0, P(mg/dm3)- 5,47, K(mg/dm3)- 42,08, Al+3(cmolc/dm3)- 69 0,25, Ca+2(cmolc/dm3)- 0,90, Mg+(cmolc/dm3)- 0,90, CTC (cmolc/dm3)- 4,23 e MO (g/dm3)10,39. O solo foi preparado mediante limpa do terreno e preparo das covas, e aplicação de 1,0 T/ha de calcário dolomítico. A adubação orgânica de fundação foi feita uma semana antes do plantio, de acordo com a recomendação do Laboratório de Química e Fertilidade do Solo, aplicando-se 1,8 kg de adubo orgânico por cova. O plantio foi realizado em covas num espaçamento de 1,5 m entre plantas e 2,0 m entre blocos. Foram realizados os tratos culturais como regas, capinas com auxílio de enxadas, e aplicação de defensores agrícolas para o controle de formigas e ácaros. O experimento foi conduzido em um delineamento de blocos casualizados com 16 tratamentos e cinco repetições. De cada planta estudada foram retiradas 2 folhas jovens para extração do DNA no Laboratório de Biologia Molecular de plantas do DBM/CCEN/UFPB. Tabela 1. Identificação dos acessos de maniçoba e de duas espécies afins. Table 1. Identification of the accesses of maniçoba and two similar species. Identifi cação da amostra 2.amos tra 3.amos tra 6.amos tra 9.amos tra 10.am ostra 13.am ostra 14. amostra Espéci e Mandi oca Maniç oba Maniç oba Maniç oba Maniç oba Maniç oba Manip eba 70 Tabela 2. Iniciadores (primers) com suas correspondentes seqüências de nucleotídeos. Table 2. Starters (primers) with its corresponding sequences of nucleotídeo Iniciador (primer) Seqüência OPD1 5’ -ACC GCG AAG G – 3’ OPD2 5’ - GCA CCC AAC C – 3’ OPD3 5’ - GTC GCC GTC A – 3’ OPD4 5’ -TCT GGT GAG G – 3’ OPD5 5’ - TGA GCG GAC A – 3’ OPD6 5’ -ACC TGA ACG G _ 3’ OPD7 5’-TTG GCA CGG G _3’ OPD8 5’-GTG TGC CCC A _3’ OPD9 5’-CTC TGG AGA C_3’ OPD10 5’-GGT CTA CAC C_3’ 2.2.Extração de DNA Foram utilizados dois diferentes protocolos na extração de DNA. Primeiramente foi seguido o Protocolo definido por Dellaporta et al (1983). Amostras de 250 mg de tecido vegetal, foi transferido para o pilão e adicionado 300 µl da Solução 1- (mais 2-ßmecaptoetanol, na quantidade de 7 µl/ 10ml) – As folhas foram maceradas, e a mistura foi transferida para eppendorf de 2 ml e incubada à temperatura ambiente por 5 minutos. Em seguida foi adicionado 20 µl da Solução 2 e a mistura foi homogeneizada e levada par banho-maria a 65°C por 10 minutos. Depois de retirada do banho–maria foi adicionado 200 µl da Solução 3 e a mistura foi agitada vigorosamente e incubada no gelo por 20 minutos. Decorrido este tempo à 71 mistura foi centrifugada a 14000 rpm por 10 minutos. O sobrenadante foi retirado e transferido para novos eppendorfs (1,5 ml) e o DNA foi precipitado pela adição de 800 µl de isopropanol a 20 °C, a mistura foi homogeneizada vagarosamente e incubada a –20°C por 30 minutos. O precipitado foi lavado com 1 ml de etanol 70% e imediatamente centrifugado a 14000 rpm por 3 minutos. Sendo então o precipitado seco à temperatura ambiente, com os eppendorfs invertidos em papel toalha. A continuação o precipitado foi ressuspendido em 300 µl de tampão TE, e centrifugado a 14000 rpm por 10 minutos. O sobrenadante foi transferido para novos eppendorfs (1,5 ml) e foi adicionado 33 µl da Solução de acetato de sódio à 3M e 900 µl de etanol absoluto (gelado) e foi homogeneizado vagarosamente. A seguir a mistura foi centrifugada a 14000 rpm por 5 minutos e o precipitado foi lavado com 1 ml de etanol 70% (gelado). Por último o precipitado foi colocado para secar a temperatura ambiente por 15-30 minutos e ressuspendido em 50 µl de tampão TE e foi armazenado a –20°C até sua utilização. O segundo protocolo é baseado na utilização do detergente CTAB (Doyle & Doyle, 1987). Amostras de 250 mg de tecido vegetal, foi transferido para o pilão e adicionado 700 µl da solução de extração CTAB (mais 1 % de 2-βmecaptoetanol). A folhas foram maceradas e em seguida a mistura foi transferida para eppendorf (2ml), e levada para o banho – maria a 65°C por 30 minutos. Depois de retirada do banho – maria esperou-se esfriar por 5 minutos a temperatura ambiente. Foi adicionado 700 µl de clorofórmio/álcool isoamílico (24:1), invertendo cuidadosamente durante 5 minutos. 72 A mistura foi centrifugada a 14000 rpm por 5 minutos, e o sobrenadante foi retirado (430 µl) para novo eppendorf (1,5 ml). Em seguida foi adicionado a mistura 430 µl de clorofórmio/álcool isoamílico (24:1) e centrifugado a 14000 rpm por 5 minutos. Novamente foi retirado o sobrenadante e transferido para novo eppendorf (1,5ml). A mistura então foi precipitada com 2/3 do volume de isopropanol a –20°C, sendo homogeneizada vagarosamente e incubada a – 20°C por 30 minutos. A mistura foi centrifugada a 14000 rpm por 3 minutos. O precipitado foi lavado com 1 ml de etanol 70% (gelado) no shaker por 20 minutos,e centrifugado a 14000 rpm por 3 minutos, duas vezes consecutivas. Decorrido esse tempo foi centrifugada a 14000 rpm por 5 minutos e o precipitado foi seco a temperatura ambiente por 10 minutos. Em seguida foi adicionado 500 µl de NaCl a 1M. O pellet foi dissolvido ao máximo, aquecendo o eppendorf em banho – maria a 65°C. A mistura foi incubada por 30 minutos a 4 °C. Então foi centrifugada a 14000 rpm por 10 minutos, e o sobrenadante transferido para novo eppendorf e precipitado com 2/3 do volume de isopropanol e incubado por 45 minutos a – 20°C. Em seguida a mistura foi centrifugada a 14000 rpm por 3 minutos e o pellet foi lavado com 1 ml de etanol (gelado) no shaker por 20 minutos, duas vezes. E por último o precipitado foi seco a temperatura ambiente por 15-30 minutos e ressuspendido em 50 µl de tampão TE, e armazenado a –20°C até sua utilização. Foram efetuadas duas extrações do DNA/cultivar para que fosse utilizada a extração de melhor resultado para a amplificação por PCR. 2.3.Quantificação por espectrofotometria 73 Para a determinação da concentração de DNA foi utilizada a leitura em espectrofotômetro, medindo-se a absorbância em comprimento de onda de 260 nm (A260), e a concentração foi determinada pela seguinte formula (Romano, 1998): [DNA]= 50µg/ml x D x A260 Onde o D é o fator de diluição usado para fazer a leitura no espectrofotômetro. Foi utilizado para a preparação da amostra 995 µl de água Mili-Q e 5 µl da amostra de DNA (diluição 1: 200). Para se obter a concentração de DNA de cada amostra foi feita à leitura primeiro na absorbância com comprimento de onda de 260 nm,que mede a quantidade de ácidos nucléicos presente na amostra, em seguida a leitura foi feita na absorbância de 280 nm, que mede a quantidade de polissacarídeos na amostra. E por último a leitura feita no comprimento de onda de 310 nm, que estima a presença de compostos fenólicos e/ou de proteínas. A leitura nessa absorbância tem que ser baixa próxima de zero, mostrando assim que as amostras estão puras. A razão entre as leituras A260 e A280 em um DNA puro deve estar entre 1,8 e 2,0. Razão menor significa contaminação com proteínas, razão maior indica contaminação com fenol (Romano, 1998). 2.4.Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) e eletroforese A reação de amplificação foi baseada no protocolo estabelecido por Kary Mullis (IQBAL et al., 1997). Cinco primers de fita única (Tabela 2), foram utilizados para a reação em cadeia de polimerase (PCR). Para a amplificação foi utilizado um volume final de 50µl, contendo os seguintes componentes em suas concentrações finais: 5ng/µl da amostra de DNA; 25µl de PCR Master Mix (0,5unitis/ml Taq polimerase (pH 8,5); 400µM de dATP, dGTP, dCTP, dTTP e 3mM de MgCl2); 15µl de Nuclease- Free Water; 10µM de primer. A mistura foi coberta com 50µl de óleo mineral para não ocorrer evaporação durante a reação. 74 As amplificações foram feitas em um termociclador (M J Research, Mini CyclerTM) utilizando a seguinte programação: Primeiro ciclo com temperatura a 94°C por 1 min, seguido de 40 ciclos a 94°C por 1 min, 36°C por 1 min e 72°C por 2 min (desnaturação, anelamento e extensão, respectivamente). A reação foi finalizada com um ciclo a 72°C por 4 min, e mantida a 4°C por 15 minutos. A amostra foi armazenada a –20°C até sua utilização. Para a separação dos fragmentos de DNA amplificados por PCR, foi utilizado cuba de eletroforese (85 x 60 mm) contendo 30 ml de gel de agarose a 1.2% em tampão TBE 0,5X e 2µl de Brometo de etídio (10mg/ml). As amostras de corrida foram preparadas utilizando-se 8 µl da amostra de PCR misturados com 3 µl do corante de corrida (4,0 g de glicose, 0,025 g de azul de bromofenol, 0,025 g de xileno cianol e 10 ml de água destilada) e 4 µl do marcador de peso molecular 1Kb misturado com 2 µl do corante de corrida. As amostras foram corridas a 70 volts, aproximadamente por 40 minutos. 75 3.Resultados e Discussão 3.1.Estabelecimento do protocolo de extração de DNA. O protocolo proposto por Dellaporta et al (1983), para a extração de DNA de plantas do genero Manihot, não obteve resultados satisfatórios. As amostras (pellets) de DNA ficaram muito grandes, viscosas e com uma coloração marrom, no final do processo. Um sinal de excesso de contaminantes (Ferreira & Grattapaglia, 1998). Na quantificação das amostras por espectrofotometria (Tabela 3), a razão entre as leituras de A260nm e A280nm, que mede a pureza das amostras, mostrou valores abaixo do esperado. Uma provável explicação, para esse resultado seria a contaminação das amostras por compostos fenólicos, nas amostras em que a razão foi maior que 2,0, e nas amostras em que a razão foi menor que 1,8 estavam contaminadas com proteínas (Romano, 1998). A coloração marrom é devido à oxidação dos compostos fenólicos, em agentes oxidantes que danificam o DNA. Tabela 3. Leituras de absorbância e quantificação das amostras de DNA (Maniçoba), extraídos pelo método de Dellaporta et, al (1983). Table 3. Readings of absorbância and quantification of the samples of DNA (Maniçoba), extracted for the method of Dellaporta et al (1983). Amostra A260 Absorbância (nm) A280 A310 Razão 1.Amostra 1 12,600 8,700 0,0015 A260/A280 1,448 2.Amostra 2 4,095 2,018 0,0079 2,029 [DNA]µg/µl 0,732µg/µl 0,786µg/µl 76 O protocolo de extração de DNA usando o detergente CTAB possibilitou obter produtos menos viscosos e oxidados. A quantificação das amostras de DNA por espectrofotometria (Tabela 4), apresentaram valores próximo de zero na A310, e a relação de A260/A280 apresentaram valores entre 1,8 – 2,0 indicando ausência de compostos fenólicos, contaminação com proteínas e carboidratos (Romano, 1998). A utilização de CTAB a 2% auxiliou no processo de remoção de polissacarídeos, assim mesmo a utilização de PVP a 1% e 2-ßmecaptoetanol a 1% beneficiaram na qualidade do DNA, reduzindo as ações de endonucleases e diminuindo a atividade enzimática de peroxidases e polifenoloxidases (Carneiro, 1997). Para a obtenção de DNA mais limpo foi utilizado também, uma lavagem com NaCl a 1M e duas lavagens adicionais com álcool a 70% por 20 minutos. Isto é recomendado quando se observa um pellet de DNA muito grande, viscoso e/ou escuro (Ferreira & Grattapaglia, 1998). Tabela 4. Leituras de absorbância e quantificação das amostras de DNA extraídos pelo método de CTAB (Doyle & Doyle,1987). Table 4. Readings of absorbância and quantification of the samples of DNA extracted for the CTAB method (Doyle & Doyle, 1987). Amostra Absorbância A310 Razão A260/A280 [DNA]µg /µl 1,861 0,99µg/µl A260 A280 2.mandioca 1,1285 0,6062 3.maniçoba 1,5712 0,7923 0,0129 1,983 1,0µg/µl 6.maniçoba 0,6791 0,3629 0,0001 1,871 0,96µg/µl 9.maniçoba 0,4087 0,2266 0,0049 1,803 0,95µg/µl 10.maniçoba 0,6059 0,3240 0,0018 2,001 0,95µg/µl 13.maniçoba 0,5843 0,3082 0,0090 1,895 0,95µg/µl 14.manipeba 0,6483 0,3509 0,0063 1,847 0,99µg/µl 0,0086 77 Análise de RAPD A amplificação, através do PCR das amostras de DNA dos acessos de maniçoba e de duas espécies afins com 10 diferentes iniciadores foram corridas por eletroforese em gel de agarose a 1,2% e fotografada no Imager Master, Pharmacia Biotech, e esta informação foi analisada para ver a variação a nível molecular dos cultivares. Tabela 5. Produtos da amplificação através de RAPD - PCR das amostras de DNA dos acessos de maniçoba e de duas espécies afins, usando 10 iniciadores. Table 5. Products of the amplification through RAPD - PCR of the samples of DNA of the accesses of maniçoba and two similar species, using 10 starters. Total de bandas Número de Seqüência 5’- 3’ amplificadas polimorfismo OPD1 5’-ACC GCG AAG G- 3’ - - - OPD2 5’-GCA CCC AAC C- 3’ 13 4 30,7% OPD3 5’-GTC GCC GTC A- 3’ 7 3 42,8% OPD4 5’-TCTGGTGAG G- 3’ - - - OPD5 5’-TGAGCGGAC A- 3’ - - - OPD6 5’ _ACCTGAACG G _ 3’ - - - OPD7 5’_ TTG GCACGG G _3’ - - - OPD8 5’_GTGTGC CCC A _3’ 2 1 50% OPD9 5’_ CTC TGG AGA C_3’ - - - OPD10 5’_ GGT CTA CAC C_3’ - - - Iniciador % de polimorfismo % de polimorfismo: n° de polimorfismo / total de bandas x 100. Foram 10 iniciadores (primers) utilizados, e apenas 3 iniciadores (OPD2, OPD3 e OPD8), produziram bandas. Os 3 iniciadores apresentaram um total de 22 bandas, com uma média de 7,1 bandas por iniciador, incluindo 8 78 bandas polimórficas. O número de bandas por iniciador variou de 2 a 13 bandas. Os outros iniciadores não produziram fragmento amplificado, enquanto que o iniciador OPD2 produziu o maior número de fragmentos amplificados 13 e 4 bandas polimórficas. Enquanto que o iniciador OPD8 produziu 2 fragmentos amplificados e nenhuma banda polimórfica. O iniciador OPD3 produziu 6 fragmentos amplificados e 1polimórficas. Assim observamos, que o iniciador OPD2 apresentou maior percentagem de polimorfismo seguido do OPD2, com valores de 42,8% e 30,7%, respectivamente (Tabela 5). O tamanho e a distribuição das bandas amplificadas usando os 10 iniciadores estão descritas na tabela 7 e são observados na figura 1, 2 e 3. Foi observado que os iniciadores geraram uma série de bandas polimórficas se estendendo de 450 pb até 1850 pb (OPD2). 79 Tabela6. Distribuição e tamanho das bandas amplificadas através de RAPD – PCR das amostras de DNA dos acessos de maniçoba e de duas espécies afins, usando os 10 iniciadores. Tabela6. Distribution and size of the bands amplified through RAPD - PCR of the samples of DNA of the accesses of maniçoba and two similar species, using the 10 starters. Iniciad Tamanho or das Distribuição das bandas 1 2 3 4 5 6 7 bandas amplificad as OPD1 - - - - - - - - OPD2 1850 - + + + + - + - - - - - + 1550 - 950 + - - - + - - 450 + + + + - - + 1850 - + + + - - - 1450 - - - - - - + 950 - + + + - - - OPD4 - - - - - - - - OPD5 - - - - - - - - OPD6 - - - - - - - - OPD7 - - - - - - - - - + - - - + - OPD3 OPD8 950 OPD9 - - - - - - - - OPD10 - - - - - - - - + se refere à presença de bandas, em relação ao marcador RAPD. Com o iniciador OPD2 (Figura 1) obteve o resultado de duas bandas polimórficas com pesos moleculares de 1850 pb, presentes nas amostras 2, 80 3,6,9,10 e 14, e uma banda de 450pb, que pouco visualizada na amostra 13. Figura 1. Produtos de amplificação de eletroforese em gel de agarose, obtidos com o iniciador OPD2 (5’- ACC GCG AAG G –3’). Sendo indicadas as bandas polimórficas pelas setas pretas. Marcador molecular (M), de 1kb. Figure 1. Products of amplification of eletroforese in gel of agarose, gotten with starter OPD2 (5 ' ACC GCG AAG G -3 '). Being indicated the polimórficas bands for the black arrows. Molecular marker (M), of 1kb. Usando-se o iniciador OPD2 foram encontradas 4 bandas polimórficas com peso molecular de 1850, 1550, 950, 553 e 450 pb. As bandas polimórficas de 1850 e 450 pb foram encontradas em todas as amostras exceto na amostra 13. A amostra 14 (pormuncia) foi a única que apresentou 81 bandas com peso molecular de 1550 pb. As amostras 10 e 13 ( maniçoba ) apresentaram banda com peso molecular de 950 pb. Figura2: Produtos de amplificação de eletroforese em gel de agarose, obtidos com o iniciador m OPD3 (5’- GTC GCC GTC A –3’). Sendo indicadas as bandas polimórficas pelas setas pretas. Marcador molecular (M), de 1kb. Figura2: Products of amplification of eletroforese in gel of agarose, gotten with iniciador OPD3 (5 ' GTC GCC GTC the -3 '). Being indicated the polimórficas bands for the black arrows. Molecular marker (M), of 1kb. O iniciador OPD3 apresentou 7 bandas , sendo 3 polimorficas e com peso molecular de 1850 e 950 nas amostras 3,6 e 9. A amostra 14 (pormuncia) foi a única que apresentou peso molecular de 1450 pb. 82 Figura 3. Produtos de amplificação de eletroforese em gel de agarose, obtidos com o iniciador OPD8 (5’_GTGTGC CCC A _3’). Aparecendo bandas polimórficas. Marcador molecular (M), de 1kb. Figure 3. Products of amplification of eletroforese in gel of agarose, gotten with starter OPD8 (5'_GTGTGC CCC _ 3 '). Appearing polimórficas bands. Molecular marker (M), of 1kb Os resultados obtidos com o iniciador OPD8 que apresentou 2 bandas, sendo 1 polimórfica, com peso molecular de 950 pb nas amostras 3 e 10. Com a separação dos fragmentos, amplificados via RAPD - PCR, em gel de eletroforese revelaram diferenças entre os cultivares maniçoba, mandioca e manipeba pois cada espécie apresentou peso especifico. Com o aparecimento de bandas nas amostras 3,6,9 e 10 ( maniçoba) com mesmo peso molecular , apresentando características semelhantes comprovando ser uma única espécie Manihot pseudglaziovii Paz & Hoffmann . Já as amostras 10 e 13 apresentaram variações no peso molecular, podendo ser descritos como variedades diferentes de Manihot pseudoglaziovii Paz & Hoffmann. 83 5. Conclusões A adequação do protocolo de extração de DNA utilizando o detergente CTAB a 2%, PVP a 1%, 2-ß mecaptoetanol a 1%, NaCl a 1M e lavagens adicionais com álcool a 70%. Melhoraram a qualidade do DNA dos acessos de maniçoba e de duas espécies afins extraído para reações de RAPD- PCR. A utilização dos iniciadores OPD2 e OPD3 na amplificação através de RAPD – PCR das plantas do gênero manihot, permitiu a visualização de bandas polimórficas. Com a separação dos fragmentos, amplificados via RAPD - PCR, em gel de eletroforese revelaram diferenças entre os cultivares maniçoba, mandioca e pornuncia pois cada espécie apresentou peso especifico. Com o aparecimento de bandas nas amostras 3, 6, 9 e 10 (maniçoba) com mesmo peso molecular , apresentando características semelhantes comprovando ser uma única espécie Manihot pseudoglaziovii Paz & Hoffmann. Já as amostras 10 e 13 apresentaram variações no peso molecular, podendo ser descritos como variedades diferentes de Manihot pseudglaziovii Paz & Hoffmann. 84 6. Referências Bibliograficas BORBA, V. S. Marcadores moleculares classificação e aplicações, 2000. Disponível em: < http://www.ufv.br/dbg/trab2002/GMOL/GMOL005.htm> Acesso em: 07 Agosto. 2005. CARNEIRO, M. S; Aplicabilidade de marcadores “Random Amplified Polymorphic DNA” (RAPD) para o monitoramento da variação somaclonal em bananeira do subgrupo Cavendish. Dissertação de Pós-graduação em agronomia. Universidade Federal da Bahia, 1997. DELLAPORTA, S.L.; WOOD, J.; HICKS, J.B. A plant DNA minipreparation: version II. Plant Molecular Biology report, v.1, p.19-21, 1983. DOYLE, J. J.; DOYLE, J. L. Isolation of plant DNA from fresh tissue. Phytochemical Bulletin, 1987. p. 11 – 15. FERREIRA, M. E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares. Embrapa – Cenargen,1996. p. 200- 166 (Embrapa - Cenargen, Documento 22). 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