CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: SOCIOLOGIA RURAL • Prof. Dra. Renata Cristina da Penha França • E-mail: [email protected] -Recife2015 CONCEITO DE SOCIOLOGIA A sociologia é a ciência que estuda as diferentes formas organizacionais, as diferentes culturas de cada sociedade, a sua organização e os processos que interligam os indivíduos, sejam eles em associações, grupos e/ou instituições. A Sociologia não é matéria de interesse apenas de sociólogos. A Sociologia interessa de modo acentuado a psicólogos, administradores, políticos, empresários, juristas, professores em geral, publicitários, jornalistas, planejadores, mas, também, ao homem comum, cientistas políticos, antropólogos, entre outros. Enquanto o indivíduo isolado é estudado pela Psicologia, a Sociologia estuda os fenômenos que ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos, e interagem no interior desses grupos. CONCEITO DE SOCIOLOGIA RURAL É um ramo da sociologia associado ao estudo da vida social em áreas não metropolitanas, ou seja, da vida do homem no campo. É o estudo científico da organização social e das relações entre pessoas distanciadas de grandes localidades ou de centros de atividade econômica. Rural Urbano Sobretudo nos grandes centros, o ambiente rural é percebido como um todo homogêneo e subdesenvolvido, refletindo informações distorcidas que não correspondem aos fatos. O senso comum concebe o rural usualmente a partir deste ângulo, tendo sinônimos depreciativos, como atrasado, rústico, caipira, rude ou agrário. OBJETIVO DA SOCIOLOGIA RURAL Estudar os problemas e as modificações que estavam acontecendo, como o êxodo rural, a inserção da cultura urbana no campo, problemas sociais do campo e as mudanças que começaram a ocorrer no ambiente rural e algumas modificações, também, no que seria a diferença entre o que é rural e o que é urbano. A FORMAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA: Origem e expansão da Sociedade Rural no Brasil O período colonial compreendido entre o século XVI até meados do século XIX se constituiu como a semente da questão agrária no Brasil, dado os interesses comerciais e exploratórios da coroa portuguesa quando desenvolveu esforços para o cultivo de espécies de mercado internacional. Mesmo no Brasil império, culturas como cacau, café, algodão e a borracha (látex) destacam-se como principais produtos da economia agroexportadora no século XIX. O complexo açucareiro que se instalou no Brasil colonial estabeleceu condições que nortearam o desenvolvimento nacional até a segunda metade do século XX. O período colonial foi determinante para a constituição da sociedade brasileira, contribuindo para a nossa herança rural que determina nosso caráter, nossa sociabilidade, nossa vida política e cultural. A FAMÍLIA RURAL E A SOCIEDADE COLONIAL A atividade açucareira foi o embrião da família rural, base da sociedade colonial brasileira, que se desenvolveu patriarcal, patrimonial e aristocrática, nos moldes da sociedade portuguesa. A família rural contava com apoio político do donatário da capitania e/ou do Governo Geral. SOCIEDADE PATRIARCAL Sistema de economia familiar em que a dominação é exercida por um indivíduo seguindo regras fixas de sucessão. SOCIEDADE PATRIMONIAL Sistema social onde não distingue a formação da riqueza particular da pública, toda ela é patrimônio do rei. SOCIEDADE ARISTOCRÁTICA Aristocracia significa nobreza. É a classe social superior. Aristocracia é uma forma de organização social e política em que o governo é monopolizado por uma classe privilegiada. A FAMÍLIA RURAL E A SOCIEDADE COLONIAL A economia açucareira do período colonial estabelece o primeiro forte núcleo social e político da sociedade brasileira: a casa-grande (habitação do senhor), e a senzala dos escravos (relações de hierarquia e poder). O Binômio Casa Grande/ Senzala é o alicerce da sociedade brasileira do período colonial sob a égide da economia açucareira. O SISTEMA DE TRABALHO NA AGRICULTURA BRASILEIRA De 1500 a 1822, todas as terras brasileiras pertenciam a coroa portuguesa, que as doava ou cedia seu direito de uso a pessoas de sua confiança ou conveniência, visando a ocupação do território e a exploração agrícola. O SISTEMA DE TRABALHO NA AGRICULTURA BRASILEIRA A coroa portuguesa controlou a posse da terra, através da criação das capitanias hereditárias e das sesmarias, que atendiam as suas necessidades de obtenção de lucro a partida exportação de produtos agrícolas cultivados no sistema de plantation, ou seja, em grandes propriedades monoculturas, escravistas e cuja produção era voltada a exportação. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS: O QUE ERAM??? Foi um sistema de administração territorial criado pelo rei de Portugal, D. João III, em 1534. Consistia em dividir o território brasileiro em grandes faixas e entregar a administração para pessoas nobres com relações com a Coroa Portuguesa. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS Os capitães donatários tinham como missão colonizar, proteger e administrar o território, assim como, tinham o direito de explorar os recursos naturais (madeira, animais, minérios). O SISTEMA DE PLANTATION Grandes propriedades que cultivavam em regime de monoculturas (principalmente a de cana de açúcar), utilizam a mão de obra escravista e cuja produção era voltada a exportação. SESMARIAS Foi um instituto jurídico português que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção. No Brasil, os donos das Capitanias Hereditárias distribuíam as terras abandonadas e improdutivas para que pudessem ser cultivadas! Segundo a Lei das Sesmarias, se o proprietário não fertilizasse a terra para a produção e a semeasse, esta seria repassada a outro agricultor que tivesse interesse em cultivá-la. LEI DE TERRAS - 1850 Intuito de oferecer mão de obra aos fazendeiros produtores de café. A lei eliminou as possibilidades de aquisição de terras por parte dos imigrantes estrangeiros e isso os levava a trabalhar com baixos salários. A lei de terras garantiu que as terras devolutas se tornassem propriedade do Estado, podendo ser negociadas apenas através de leilões, mas somente os grandes latifundiários tinham condições de adquirir tais terras, já que o pagamento tinha que ser a vista, privilégio apenas de uma minoria proprietária que tinha dinheiro para investir. LEI DE TERRAS - 1850 A Lei de Terras que garantia a venda de terras em leilões, também relatava que todo recurso derivado desses leilões serviria para custear a vinda de novos imigrantes europeus e asiáticos para trabalhar no Brasil. Muitos imigrantes vinham para o Brasil com promessas de adquirir terras, mas isso não acontecia; ao chegar ao país eram levados às fazendas para trabalhar, pois estas eram os únicos lugares que ofereciam emprego. Imigrantes italianos na produção cafeeira, na região Sudeste, no final do século XIX. Fonte: Editora Scipione ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA A problemática referente à distribuição da terra no Brasil é produto histórico, resultado do modo como no passado ocorreu a posse de terras ou como foram concedidas. A distribuição de terras teve início ainda no período colonial com a criação das capitanias hereditárias e sesmarias, caracterizada pela entrega da terra pelo dono da capitania a quem fosse de seu interesse ou vontade, em suma, como no passado a divisão de terras foi desigual os reflexos são percebidos na atualidade e é uma questão extremamente polêmica e que divide opiniões. ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA MINIFÚNDIOS: Áreas de terra extremamente pequenas (menos de 50 hectares) e correspondem atualmente a cerca de 72% do total dos imóveis rurais do país, embora ocupem apenas cerca de 12% da área total desses imóveis. São na maioria das vezes os responsáveis pelo abastecimento do mercado interno de alimentos; LATIFÚNDIOS POR DIMENSÃO: são as enormes propriedades agroindustriais, com produção quase sempre voltada a exportação; LATIFÚNDIOS POR EXPLORAÇÃO: imóveis rurais improdutivos voltados para a especulação imobiliária EMPRESAS RURAIS: Propriedade com área de um a seiscentos módulos, adequadamente explorada em relação às possibilidades da região. RELAÇÕES DE TRABALHO NA ZONA RURAL: na atualidade FAMILIAR: É a mais predominante no Brasil e quando a agricultura praticada pela família é extensiva, todos os membros se veem obrigados a complementar a renda como trabalhadores temporários em épocas de corte, colheita ou plantio nas grandes propriedades agroindustriais. Ás Vezes, buscam subemprego até mesmo nas cidades, retornando ao campo apenas em épocas necessárias ou propícia ao trabalho na propriedade familiar. TEMPORÁRIO: são trabalhadores diaristas, temporários, sem vinculo empregatício que recebem por dia segundo a sua produtividade, têm serviço somente em determinadas épocas do ano e não possuem carteira de trabalho registrada. RELAÇÕES DE TRABALHO NA ZONA RURAL ASSALARIADO: representa apenas 10% da mão de obra agrícola. São trabalhadores que possuem registro em carteira, recebendo, portanto, pelo menos um salário mínimo por mês. PARCERIA E ARRENDAMENTO: “alugam” a terra de alguém para cultivar alimentos ou criar gado. Se o aluguel for pago em dinheiro, a situação á de arrendamento. Se o aluguel for pago com parte da produção, combinada entre as partes, a situação é de parceria. PRODUÇÃO AGRÍCOLA BRASILEIRA O Brasil se destaca no mercado mundial como exportador de alguns produtos agrícolas: café, açúcar, soja, carnes, suco de laranja, entre outros. Entre 1970 e 2013, a produção brasileira de grãos teve uma expansão de quase oito vezes, resultante dos ganhos contínuos de produtividade, devidos à incorporação de novas tecnologias ao processo produtivo. AGROPECUÁRIA BRASILEIRA No período de 1994 a 2011, a cadeia de valor agropecuária (insumos, agropecuária, agroindústria e distribuição) respondeu, em média, por cerca de 24% do PIB do País, tendo o desafio de continuar se desenvolvendo de forma sustentável. A economia brasileira cresceu 0,1% em 2014 (IBGE) e foi o resultado mais fraco desde 2009 PILARES DA SUSTENTABILIDADE SOCIAL SUSTENTABILIDADE ECONÔMICO AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas (agricultura e agropecuária) que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. SUGESTÃO DE ONDE ESTUDAR ESTE ASSUNTO: Apostila em pdf disponibilizada via email oficial da turma EXIBIÇÃO DO VÍDEO DO YOUTUBE INTITULADO: GEOGRAFIA AGRICULTURA DO BRASIL PARTE 1 Link: https://www.youtube.com/watch?v=q_9lGS0Tiys FIM!!!!