O HOMEM E SUA PRóPRIA ESSêNCIA

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O Homem e sua própria essência: a religião como negação da natureza
em Feuerbach
Aluna-autora: Fernanda Lucchetti Monteiro. Orientador: Marcos Tadeu Del Roio. Campus: Faculdade
de Filosofia e Ciências – Marília, curso: Ciências Sociais, e-mail: [email protected]
Palavras Chave: Feuerbach,Natureza, Religião
Introdução
“Com Deus está associado um nome que o homem
usa para expressar ou a sua própria essência ou a
essência da natureza.” (CHAGAS, 2004). No
Cristianismo, o homem rompe seu vínculo com a
natureza, e tem a pretensa ideia de possuir uma
essência absoluta e sobrenatural. Deus é também,
segundo essa lógica, o gênero que está livre de
todas as imperfeições e de todos os limites da
natureza.
O Cristianismo separa o bem do mal, e atribui a
Deus o bem, mas o bem para o Cristianismo é uma
condição não possível de ser alcançada na vida
material, natural, por meio dos homens, é algo que
compete somente a vida no além, livre da vida
material, do instinto sexual, e da natureza humana.
Ludwig Feuerbach considera que o homem tem na
natureza o fundamento de sua existência, pois o
homem é uma essência sensível, temporal, de
necessidades, ele não se deixa separar dela, sendo
parte e dependente. O Cristianismo recusa a
natureza, porque ele anseia uma vida atemporal,
extramundana, sobrenatural, e ele concebe Deus
como um ser infinito, absoluto de fora e acima da
natureza, que por sua vez, foi concebida pelo
Cristianismo como um produto da criação de Deus.
Em seu pretenso rompimento com a natureza, o
homem perde a dimensão de sua essência, e não
concebe que Deus não é nenhuma existência
autônoma, pois ele só é possível através de
determinações finitas (bom, piedoso, puro, que ama
protetor,
etc.),
isto
é,
determinações
caracteristicamente humanas. Segundo Feuerbach,
Deus é nada mais do que uma expressão do
sentimento e da fantasia humana.Todas as
determinações referidas a Deus, é na realidade o
lado do homem que o Cristianismo recusa-se a
enxergar como do próprio homem, transferindo toda
a capacidade humana em mérito divino, ao fazê-lo
a Teologia cristã evidencia sua relação hostil ao
homem. Em síntese, ela torna o homem pobre, para
enriquecer Deus.
Feuerbach afirma que a consciência que o homem
tem de Deus é a sua autoconsciência. O homem
religioso não é consciente que transfere sua
essência à uma ideia de Deus, isso porque a
ausência dessa consciência fundamenta a essência
da religião. A crítica à religião de Feuerbach consiste
em provar que a oposição entre o sagrado e
profano, ou seja, que a oposição entre Deus e a
humanidade é falsa e ilusória, pois o homem criou
Deus sua imagem e semelhança e o transferiu todas
suas potencialidades, o homem se submete ao nada
para Deus tudo ser.
Objetivos
Fazer análise da crítica de Feuerbach à religião,
compreendendo o que o autor denomina de
essência do homem e da natureza, e a partir disso,
compreender a essência da ideia de Deus,
resultante da divisão do homem com a natureza, é o
objetivo deste trabalho.
Material e Métodos
Levantamento bibliográfico e análise teórica dos
textos selecionados.
Resultados e Discussão
Em sua interlocução com Hegel, Feuerbach
argumenta que o animal existe apenas como
singular porque ele não é capaz de se perceber
enquanto espécie, enquanto gênero. Já o homem,
na medida em que se reconhece como espécie tem
uma vida em comunidade e reconhece a sua
espécie, a sua essência, a religião, todavia, segrega
tais princípios do homem e os diviniza como causa
da vontade arbitrária de Deus.
XXVIII Congresso de Iniciação Científica
Conclusões
A Teologia cristã opõe-se à natureza, pois ela é a
essência sensível, objetiva, finita, e fora do espírito.
Segundo Feuerbach, o Cristianismo não tem
consciência de que Deus sem o homem, nada é,
pois o homem é parte e dependente da natureza.
Quando o homem transfere as determinações de
sua natureza a Deus ele cria Deus, e esse Deus
depende do homem e não o contrario, pois não foi
Deus que criou o homem, mas o homem quem criou
Deus à sua imagem e semelhança.
Quanto mais o homem toma consciência de sua
essência e de seu ser, mais ele conhece Deus, e,
portanto a ideia de um ser sobrenatural se esvai.
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1
CHAGAS, Eduardo Ferreira. O Homem como imagem de Deus ou
Deus como imagem do Homem? In: OLINDA, Ercilia Maria Braga de
(Org.). Formação Humana: Liberdade e Historicidade, Fortaleza:
Edufc UFC, 2004, p. 50-57.
² FEUERBACH, Ludwig, A Essência do Cristianismo (trad. port. de
Adriana Veríssimo Serrão), F.C.G., Lisboa, 2008
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