considerações finais - Publicações

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Doenças sexualmente transmissíveis e contraceptivos: o discurso do sujeito coletivo de
adolescentes
Aparecida F.O. Reis
Ana L. de Oliveira
Emerson J.J .Paula
Graduandos de Enfermagem das Faculdades Integradas Teresa D´Àvila.
Valdinéa Luiz Hertel
Professora, Mestre das Faculdades Integradas Teresa D´Àvila.
RESUMO
A adolescência é considerada uma fase critica, pois é marcada por uma explosão de
hormônios,que acarreta uma serie de transformações. Este estudo teve como objetivo
identificar a percepção dos adolescentes sobre as DSTs e contraceptivos, com enfoque na
importância da prevenção das DSTs e gravidez. Utilizou-se do Discurso do Sujeito Coletivo
que constitui em um ‘discurso síntese’ de diversas opiniões. Realizado com vinte adolescentes
entre 14 e 17 anos. Sobre DSTs, 75% não sabem o que é e 25% doença sexual; Formas de
Transmissão: 85% sexo sem prevenção e 15% não sabem; Forma de Prevenção 70% uso de
camisinha e 30% anticoncepcional e camisinha; Dialogo com a família 80% diz que sim, 15%
não e 5% não responderam; Busca informações 80% sim, com pessoas e mídia TV/Internet e
20% não sexualmente transmissíveis, bem como sua forma de transmissão.
PALAVRAS CHAVE:
DSTs, Adolescentes, Contraceptivo, Prevenção DST.
ABSTRACT
Adolescence is considered a critical phase because it is marked by a burst of hormones that
leads to a series of transformations. This study aimed to identify the perception of teens about
STDs and contraception, focusing on the importance of prevention of STDs and pregnancy.
We used the collective subject discourse on what constitutes a 'speech synthesis' of diverse
opinions. Conducted with twenty teenagers between 14 and 17 years. About STDs, 75% do
not know what it is and 25% sexual disease; Forms of Transmission: 85% sex without
prevention and 15% did not know; Form Prevention 70% condom use and 30% of
contraception and condoms; Dialogue with family 80% said yes, 15% no and 5% did not
answer; Search information 80% yes, with people and media TV / Internet and 20% not
sexually transmitted, as well as their mode of transmission.
KEYWORDS:
STIs , Teens, Contraceptives, STD Prevention
INTRODUÇÃO
A adolescência é considerada uma fase critica, pois é marcada por uma explosão de
hormônios que acarreta uma serie de transformações como: alteração da voz, crescimento dos
pelos, brotos mamários, menarca entre outras. Surgindo também as curiosidades sobre a
sexualidade, sem limites e desafiadores, estes passam a ter uma vida sexual ativa, se expondo
aos riscos de contrair as Doenças sexualmente Transmissíveis (DST). Também surge a
gravidez indesejada, sendo que o organismo não esta preparado para gerar, e sim, em
desenvolvimento(1).
As DSTs podem representar um serio problema na saúde reprodutiva dos
adolescentes, porque são capazes de causar esterilidade, doenças inflamatórias pélvicas,
câncer de colo uterino, gravidez ectópica, infecções puerperais e recém-nascidos com baixo
peso, alem de interferir negativamente sobre a autoestima. Alguns fatores são apontados como
responsáveis pelos índices de contaminação descritos, entre eles, a desinformação sobre o
assunto e a falta de preparo familiar para orientar seus jovens sobre a sexualidade(2).
São muitos os caminhos que levam um adolescente a ter relações sexuais
desprotegidas, e os números que vem a tona sobre a gravidez e DSTs, sem duvida são
menores do que os números reais. Os adolescentes são distintos entre si e lidam com sua
sexualidade de forma diversa. Assim, o uso de preservativo é o oposto da espontaneidade que
se costuma atribuir ao sexo e a juventude. O estimulo ao uso do preservativo deve incluir a
dimensão do erotismo e da praticidade, não apenas do medo(3,4).
O interesse deste estudo parte do principio que enquanto acadêmicos e profissionais
da área de saúde, vivenciamos grandes números de adolescentes gestantes e portadores de
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).
Deparando com esta situação, presenciando muitos relatos de preconceitos, as
reações de desprezos e indiferenças, as formas de julgar dos profissionais de saúde para com a
família e as adolescentes, foram causando indignação e a pergunta para nos mesmos: Porque,
apesar de tantas informações através da mídia, os panfletos, cartazes e folders na rede de
saúde publica, ainda vem ocorrendo tantos casos de gestação e DSTs na adolescência? Onde
esta a falha e qual devera ser a forma correta para minimizar estes casos?
OBJETIVO
O presente estudo tem como objetivo Identificar a percepção dos adolescentes sobre
as DSTs, tanto em sua forma de transmissão, quanto os métodos de prevenção das Doenças
Sexualmente Transmissíveis, também a gravidez precoce e suas complicações bem como os
métodos contraceptivos.
MÉTODO
O Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) é definido como uma estratégia metodológica
que se propõe a tornar mais clara uma determinada representação social e o conjunto das
representações que formam a essência de um dado imaginário, sendo possível, da utilização
desse método a visualização da representação social, na medida em que ela surge não na
forma de quadros, tabelas ou categorias, formas artificiais, mas sob uma forma mais viva e
direta de um discurso, que é a maneira do pensamento dos indivíduos reais. O DSC se
constitui em um “discurso-síntese” de diversas opiniões, com e em resposta a uma questão
emitida por pessoas que fazem parte de uma mesma cultura ou grupo social. O discurso do
sujeito coletivo é uma maneira de ouvir a coletividade, ou seja, é a representação social direta
de um determinado individuo(5).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao analisar o Discurso do Sujeito Coletivo, acerca dos relatos, a falta de
conhecimento dos adolescentes em relação a percepção sobre as DSTs e contraceptivos, podese notar que os mesmos estão vulneráveis. Durante as entrevistas, uma mistura de medo,
vergonha e espanto tomava conta dos adolescentes, pois não faziam ideia do assunto em
questão, e que tudo ou quase tudo era desconhecido.Observa-se, na atualidade, que a atividade
sexual se inicia cada vez mais precocemente.
Existem vários fatores importantes que podem influenciar de modo adverso a saúde
sexual e reprodutiva dos adolescentes, comprometendo o seu processo natural do crescimento
e desenvolvimento, entre os quais se pode citar a gravidez precoce, as doenças sexuais, a
violência, os maus tratos e uso de drogas(6).
A maioria dos entrevistados não soube responder de forma concreta as perguntas
sobre DSTs, devido ao medo, imaginando que pudessem ser repreendidos, condenados, pois
estava estampada em suas fisionomias o susto. Mesmo explicado persistentemente a resposta
era sempre a mesma: “não sei”.
Desde o surgimento dos primeiros casos de AIDS no cenário epidemiologia mundial,
há mais de 20 anos, a prevenção da transmissão do HIV entre as adolescentes tem sido um
dos maiores desafios no controle da epidemia(7).
A despeito do conhecimento adquirido sobre a infecção, não se alterou
substancialmente a vulnerabilidade, como a desintegração da sociedade, o preconceito e
intolerância, a diversidade e a opção sexual, e ao limitado dialogo com as novas gerações e a
consequente incompreensão dos seus valores e projetos.
Uma minoria, apesar de assustados, respondeu algumas das questões, mas é evidente
que a incerteza e a informação errônea e insuficiente que possui sobre a HIV/AIDS, é
tamanha que divide importância, apesar de ser transmissíveis, que o sofrimento é pouco a
pouco, mas não tão perigosa assim como falam. E já a hepatite c, que esta sim pega e mata.
DSC:
“O que sei sobre doenças transmissível, transmissível mesmo, mais não é uma
tal doença como a hepatite c né, que a hepatite pega e mata, ah eu acho que HIV a
pessoa sofre pouco a pouco, não tanto perigoso assim como a pessoa fala também que
tem vários tipos de coisas”.
Em relação às formas de transmissão das DSTs, as maiorias das respostas variam
entre: através do sexo, sexo sem camisinha, e não sabem. Sabemos que isto ocorre através das
relações sexuais de todas as formas, tanto com ou sem penetração, através do contato com
fluidos corpóreos, tanto corpo a corpo diretamente quanto corpo com fômites contendo
resíduos dos fluidos corpóreos, e em muitos casos, de contaminação é, necessário solução de
continuidade da pele. Quanto a forma de prevenção, a ideia central e usando camisinha e o
uso de anticoncepcional. Já que as formas de contagio são muitas, para prevenir-se não basta
somente o uso do preservativo é necessário que saiba identificar os sinais e sintomas das
doenças, para que ao visualizar ou apalpar as regiões genitais e peri genitais, encontrando
alguma anormalidade suspeitem da existência de uma DST, recusando a pratica sexual e
orientando o parceiro a procurar um diagnostico preciso e tratamento indicado. Uma vez que
o preservativo somente protege em caso de penetração, não existe barreira para o contato com
áreas e/ou secreções infectadas.
Pesquisas constatam também a existência de desinformação, por parte dos
adolescentes, a respeito da fisiologia da reprodução e das consequências das relações sexuais,
o que acaba expondo esses jovens a riscos referentes à concepção e as doenças sexualmente
transmissíveis. A gravidez na adolescência é um fator preocupante por trazer consequências,
como mortalidade e morbidade, tanto para a adolescente como para o bebê(8).
No tocante a ter ou não dialogo com a família, são poucos os que dialogam. Para o
adolescente, todas as informações são extremamente necessárias. É muito importante para ele
poder contar com seus pais em momentos importantes para todas as pessoas. Porem, com as
mudanças culturais e nos costumes e valores sexuais, os pais muitas vezes ficam em duvida
de como educar o filho da forma mais correta. Alguns pais se tornam mais autoritários para
não terem que enfrentar uma discussão e falar de seus conflitos, enquanto os outros, esquecem
seu dever de educadores, não colocando nenhuma regra.
Alguns pais não conseguem falar sobre sexualidade, nem acerca da prática sexual,
segura com os jovens em razão de vários fatores, dentre eles: falta de instrução sobre DST,
vergonha, falta de liberdade com os filhos em virtude da cultura na qual eles vivem, pois
veem o sexo como tabu(9).
CONCLUSÃO
A falta de conhecimento dos adolescentes sobre as doenças e contraceptivos é
preocupante, principalmente quanto a percepção das causas e consequências de doenças, bem
como sua forma de transmissão. Constatou-se com este estudo, que são necessário ações de
educação em saúde, como circulo de cultura, que propiciem aos adolescentes expor suas
duvidas e conhecer os meios de prevenção, capacitando-os a repensar condutas e favorecendo
uma melhor qualidade de vida, torna-se um método eficaz para a aprendizagem. Assim, para
que os adolescentes possam aumentar a capacidade de identificar quais seriam as situações de
risco no campo da sexualidade, é imprescindível que, alem do conhecimento sob as formas de
prevenção e proteção, tenham consciência e autonomia para decidirem o que realmente quer
para si próprio, e não coloquem sua saúde, sua vida e sua liberdade à prova e em risco.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta pesquisa, analisando o resultado do discurso, fica evidente o quanto os
adolescentes vivem vulneráveis as complicações e consequências acerca da pratica sexual,
sem o devido conhecimento e a correta prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis,
e também da gravidez precoce e indesejada.
Com base nas interrogações que nos motivou realizar este estudo, fica claro que as
informações obtidas pelos adolescentes não são suficientes, e a maioria nem mesmo tem
consciência do que é DSTs, bem como sua forma de contagio e prevenção. Concluímos que se
faz necessário incluírem na grada escolar orientações e educação sexual, podendo ser em
forma de circulo de discussão ou ate mesmo aulas expositivas, já que muitos não realizam
dialogo sobre o assunto com familiares, ate mesmo porque estes familiares não estão
preparados para falar sobre o assunto, por vergonha ou por não saberem.
Após analise dos resultados, e do mesmo na instituição onde foi realizado a pesquisa,
nos disponibilizamos a realizar orientação
para prevenção das DSTs e métodos
contraceptivos para os adolescentes, conforme solicitação da Diretora, a data deverá ser
agendada pela Diretora da instituição.
REFERÊNCIAS
1. Santos SMJ, Rodrigues JA, Carneiro WS. Doenças Sexualmente Transmissíveis:
Conhecimento de Alunos do Ensino Médio DST - Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente
Transmissíveis 2009: 21(2): 63-68
2. Beserra EP Pinheiro, PNC, Barroso MGT. Ação educativa do enfermeiro na prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis: uma investigação a partir das adolescentes. Escola Anna
Nery. 2008: 12(3) 522-528.
3. Camargo EAI, Ferrari RAP. Adolescentes: Conhecimento sobre sexualidade antes e após a
participação em oficinas de prevenção. Ciência saúde coletiva. 2009: 14(3): 937-946.
4.Garbin ASC, Lima DP, Dossi AP, Arcieri RM., Rovida TAS. Percepção de Adolescentes
em Relação a Doenças Sexualmente Transmissíveis e Métodos Contraceptivos DST - J bras
Doenças Sex Transm 2010: 22(2): 60-63.
5.Lefevre, F, Lefevre, AM.C, Teixeira JV. (org.). O Discurso do Sujeito Coletivo. São Paulo:
Educs, 2000.
6.Romero K T, Mediros EHGR, Vitalle MSS., Wehba J. O conhecimento das adolescentes
sobre questões relacionadas ao sexo. Revista Associação Médica Brasileira. 2007: 53(1): 1419.
7.Borges ALV, Nchiata LYI, Schor N. Conversando sobre sexo: a rede sociofamiliar como
base de promoção da saúde sexual e reprodutiva de adolescentes. Revista Latino- Americana
Enfermagem 2006 maio-junho: 14(3): 422-427.
8.Ferreira FAR, Dionísio LR, Silva EAA .da, Silva VA. da, Carvalho EAB. de;,Saldanha
AAW. Sexualidade adolescente e vulnerabilidade ao HIV.
9.Beserra EP, Pinheiro PNC, Alves MDS, Barroso MGT. DST – Jornal Brasileiro Doenças
Sexualmente Transmissíveis 2008: 20(1): Adolescência e vulnerabilidade às doenças
sexualmente Transmissíveis: uma pesquisa documental. 32-35.
Responsável pela submissão
Aparecida F.O. Reis
[email protected]
Recebido em 29/11/2012
Aprovado em 18/03/2013
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