MASTIGAÇÃO X CRESCIMENTO CRANIOFACIAL Uma

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CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL
MASTIGAÇÃO X CRESCIMENTO CRANIOFACIAL
Uma Abordagem Fonoaudiológica
DANIELLE NOELY NADOLNY MAGNANI
ITAJAÍ
2001
CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL
MASTIGAÇÃO X CRESCIMENTO CRANIOFACIAL
Uma Abordagem Fonoaudiológica
Monografia de conclusão do curso de
especialização em Motricidade Oral
Orientadora: Mirian Goldenberg
DANIELLE NOELY NADOLNY MAGNANI
ITAJAÍ
2001
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo verificar a relação existente entre a
mastigação e o crescimento craniofacial. Para tanto, foi realizado um
levantamento bibliográfico sobre o assunto, enfatizando a anatomia, fisiologia e
principais alterações da mastigação; teorias sobre o crescimento craniofacial; e o
que pode ser feito para prevenir e tratar as alterações mastigatórias.
Com esta pesquisa teórica constatou-se que há uma influência recíproca
entre a forma de mastigar e o crescimento da face. Ou seja, uma mastigação
alterada pode levar a um crescimento facial desequilibrado, mas uma face
desarmônica também pode alterar a mastigação.
Sendo assim, se há uma relação entre a forma da face e a função por ela
realizada, há momentos em que antes do fonoaudiólogo trabalhar com a função
mastigatória alterada, faz-se necessário que o paciente se submeta a outros
tratamentos como o ortodôntico ou ortopédico funcional, para primeiramente
adequar a forma.
Observou-se ainda que estas alterações podem ser evitadas se um trabalho
preventivo for realizado. Para isso, pediatras, odontopediatras, fonoaudiólogos e
nutricionistas devem orientar os pais quanto à dieta alimentar da crianças.
Diante constatações obtidas, através desta pesquisa pretende-se levar ao
conhecimento dos vários profissionais envolvidos no tratamento das alterações
mastigatórias uma nova maneira de pensar do fonoaudiólogo, bem como e
contribuir para que o diagnóstico e a terapêutica destes distúrbios sejam de maior
qualidade e efetividade.
ABSTRACT
The present work had the purpose to verify the existent relation between the
mastication and craniofacial growth. For as much, that was realized a
bibliographical statistics about this topic, doing the enphasis to anatomy, fisiology
and mains mastications changes; theories about the craniofacial growth; and what
can be done to prevent and to care the mastications changes.
With this theorical investigation, it was verifyed that exist a mutual influence
between the masticate way and the facial growth. Therefore, a changed
mastication can guide to unbalance facial growth, but a disharmonious face also
can to alter the mastication.
Consequently, if exist a relation with the facial form and the function that this
face do, have moments that, before the fonoaudiologist works with the changed
mastication function, is necessary the patient is to go through an anothers
treatments likes the orthodontic or orthopedic, for at first to adapt the way.
Still it was observed that these alterations can be avoid if a preventive work
is to be realized. For this, pediatrists, odonthopediatrists, fonoaudiologists and
nutritiniosts should to orient the parents how the nutritive diet is for their children.
In front of the obtained informations, the objective for this investigation is to
show for several involved professionals in mastications changed treatments, a new
way to think for the fonoaudiologist, as well to contribute for the major quality and
efectivity of the diagnostic and the therapeutics of these disturbs.
Dedico este trabalho aos meus pais,
pelo incentivo e confiança que sempre
depositaram em mim.
AGRADECIMENTOS
Agradeço às minha irmãs Dinorah e Deborah e aos meus cunhados Moisés
e Gilvan pelo apoio que me deram durante a realização do curso de
especialização e conclusão da monografia.
Às colegas de turma pela troca de idéias e informações.
À Profª Elenir pelo auxílio na revisão do texto.
E a todos que direta ou indiretamente colaboraram para que este trabalho
se concretizasse.
“À mente que se abre a uma nova idéia,
jamais voltará ao seu tamanho original”.
(Albert Einstein)
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................. 01
Discussão Teórica ................................................................................................ 04
Anatomia, fisiologia e alterações da mastigação ...................................... 04
Crescimento craniofacial e mastigação .......................................................12
Prevenção e Tratamento das Alterações Mastigatórias ..............................23
Considerações Finais ............................................................................................32
Referências Bibliográficas ...................................................................................35
INTRODUÇÃO
Durante muito tempo na história da fonoaudiologia, acreditava-se que as
principais patologias apresentadas pelos pacientes eram decorrentes do
posicionamento lingual incorreto durante a
deglutição, a chamada deglutição
atípica.O trabalho do fonoaudiólogo era voltado para esta função isolada, tentando
melhorar ou modificar o posicionamento da língua e tônus muscular na sua
realização.
Não havia preocupação com os demais componentes da face e nem com
as outras funções por eles desempenhadas, dentre as quais estão a sucção,
respiração, fala e a mastigação.
No entanto, ao longo dos anos a clínica fonoaudiológica passou por
mudanças que levaram à observação de que as estruturas faciais agem
conjuntamente para a realização destas funções, formando um sistema: o sistema
estomatognático. Percebeu-se ainda que se as funções estomatognáticas são
realizadas pelas estruturas faciais, da mesma forma que influenciam umas às
outras, podem influenciar também o crescimento e desenvolvimento de tais
estruturas.
Além disso, constatou-se também que muitas das alterações encontradas
na deglutição podiam não ser resultado só de um mau posicionamento de língua
ou de tônus alterado. Mas sim de uma dificuldade também na mastigação, que
embora seja a preparação do bolo alimentar a ser deglutido, pode influenciar não
só a deglutição, como as outras funções do sistema estomatognático, seus
componentes e também o crescimento harmonioso da face.
Sendo assim, o objetivo desta pesquisa teórica é verificar a relação entre a
mastigação e o crescimento craniofacial.
A idéia deste trabalho surgiu a partir da prática clínica, onde observou-se
que a maioria das crianças com alterações mastigatórias apresentavam também
assimetrias faciais e que muitas vezes sozinho o fonoaudiólogo não daria conta de
resolver.
Diante deste quadro, sentiu-se a necessidade de realizar um estudo que
pudesse verificar qual a relação entre estas alterações, para que se possa
oferecer um trabalho fonoaudiológico mais criterioso e diferenciado para cada
paciente, bem como ter claro em que momento e quais profissionais devem atuar.
Além disso, com esta pesquisa almeja-se contribuir tanto para a atuação
fonoaudiológica como para a dos outros profissionais que atuam com pacientes
portadores de alterações mastigatórias, partindo do pressuposto de que quanto
mais se conhece da normalidade e das causas do problema que se tem em mãos,
melhor será a possibilidade e qualidade do diagnóstico e do planejamento da
conduta terapêutica.
Para a fonoaudiologia, saber sobre a fisiologia mastigatória, os músculos
nela envolvidos e sua ação sobre o crescimento da face, permite saber a quais
profissionais recorrer e reconhecer as possibilidades e limitações apresentadas
pelos pacientes, que serão a base para o sucesso ou fracasso do tratamento.
Aos outros profissionais, o presente trabalho pretende mostrar uma nova
maneira de pensar do fonoaudiólogo, que vai além da preocupação com a língua
ou tônus alterado.
Acredita-se que a partir do momento em que cada profissional
tiver
conhecimento do problema que o paciente apresenta e clareza do seu papel e
dos outros frente a ele, será possível uma melhor integração entre as várias áreas
da ciência envolvidas no tratamento e um trabalho multidisciplinar poderá ser
realizado, melhorando e aumentando a sua efetividade.
Para que o assunto em questão possa ser abordado de maneira didática,
este trabalho será dividido em três tópicos: anatomia, fisiologia e alterações da
mastigação; crescimento craniofacial e mastigação; e para finalizar, prevenção e
tratamento das alterações mastigatórias.
DISCUSSÃO TEÓRICA
Anatomia, fisiologia e alterações da mastigação
Para poder comentar sobre como acontece a mastigação, faz-se necessário
primeiro definir esta função, que é considerada como primordial, uma vez que dá
início ao processo digestivo.
Segundo Marchesan (1994), a mastigação pode ser entendida como a
combinação de fenômenos estomatognáticos que levam à decomposição
mecânica dos alimentos em minúsculos pedaços. Depois estes pedaços unem-se
através da ação misturadora da saliva formando o bolo alimentar, que poderá
então ser deglutido.
A mastigação é uma função aprendida e só se torna possível após a
erupção dos primeiros dentes e da maturação do sistema nervoso central, que vai
controlar os movimentos necessários para sua realização.
Uma boa mastigação depende do estado de conservação dos dentes e da
possibilidade de movimentação da mandíbula.
De acordo com Bianchini (1998), no processo de mastigação vários grupos
musculares participam propiciando a movimentação mandibular, a distribuição e
posteriorização do alimento para iniciar a deglutição.
A mastigação normal é dividida em três fases: incisão, trituração e
pulverização.
Na incisão ou mordida o alimento é preso entre as bordas incisais do
dentes incisivos. Para que os dentes fiquem em posição de topo anterior, após a
abertura da boca a mandíbula faz movimento protrusivo. Os músculos elevadores
se contraem enquanto a mandíbula retorna à posição anterior. Então a língua
pega o alimento e o conduz para a superfície oclusal dos dentes posteriores,
passando para a fase de trituração.
Na trituração ou quebra o alimento é triturado em pedaços menores. É
colocado sobre a superfície oclusal dos dentes posteriores (principalmente os prémolares, devido à maior pressão intercuspidiana) pela língua e a ela retorna a
cada ciclo mastigatório devido à ação do músculo bucinador de fora para dentro.
Na fase de pulverização o alimento é transformado em pedaços ainda
menores. É realizada nos dentes molares. A mandíbula se movimenta de forma
variada e com pouca amplitude.
Durante as três fases a secreção salivar vai se intensificando para a
formação do bolo alimentar. A mudança da trituração para a pulverização não é
visível, assim como a alternância na utilização de molares e pré-molares.
Dependendo do alimento que está sendo mastigado, podem ocorrer
deglutições associadas devido ao reflexo desencadeado quando o alimento se
posterioriza pela ação da língua e do bucinador, tocando então os pilares das
fauces.
A mastigação se dá principalmente pela movimentação da mandíbula.
Estes movimentos dependem da articulação têmporo-mandibular (ATM), da ação
conjunta de vários músculos- os chamados músculos da mastigação- e de um
comando neural.
A ATM é uma articulação dupla, bilateral que liga a mandíbula ao crânio. É
responsável pelos movimentos mandibulares tridimensionais, que
segundo
Bianchini (1998), envolvem abertura, fechamento, lateralidade, protrusão, retrusão
e os movimentos rotatórios próprios da mastigação.
Portanto, se houver alguma disfunção na ATM, haverá alteração nos
movimentos da mandíbula, que conseqüentemente vai alterar a mastigação.
Os músculos envolvidos na mastigação são chamados de músculos
mastigatórios ou da mastigação. E de acordo com a distinção feita por Bianchini
(1998), músculos mastigatórios são os que atuam apenas no movimento
mandibular. Já os músculos da mastigação são os que estão envolvidos em todo o
processo mastigatório.
Além disso, estes músculos podem ainda ser divididos em levantadores ou
depressores da mandíbula, dependendo da sua ação durante a mastigação.
Como músculos levantadores da mandíbula temos o temporal, masseter e
pterigóideo medial; e como depressores tem-se o pterigóideo lateral e toda a
musculatura supra-hioidéa (principalmente o ventre anterior do digástrico, o gêniohióideo e o milo-hióideo).
Temporal: origina-se na fossa temporal e insere-se na apófise coronóide da
ATM. De acordo com Melo (1999), caracteriza-se por sua forma de leque,
dividindo-se em três feixes: anterior, médio e intermediário.
Atua na abertura máxima da boca através da contração dos feixes
anteriores e na retração da mandíbula quando contrai os feixes posteriores. Agem
também no deslocamento contralateral. É responsável pela estabilidade do
movimento mandibular.
Masseter: tem origem no arco zigomático e inserção no ramo da
mandíbula. Melo (1999) afirma que por ser um músculo potente é considerado
muito mais como fornecedor de força do que posicionador.
Auxilia nos movimentos de protrusão e lateralização.
Pterigóideo Medial ou Interno: Origina-se na lâmina pterigóidea externa e
insere-se na superfície lateral interna da mandíbula. Tem ação conjunta com o
masseter .
Pterigóideo Lateral ou Externo: sua origem é na fossa temporal e estendese até a ATM.
De acordo com Bianchini (1998), possui dois feixes com comportamentos
diferentes: o feixe superior que
atua na estabilização do movimento de
fechamento da boca e o feixe inferior é responsável pela abertura ao tracionar o
côndilo.
A autora acrescenta ainda que quando o pterigóideo lateral contrai-se
contralateralmente ao movimento mandibular, permite que a mandíbula lateralizese. Para tanto, conta com o auxílio dos músculos pterigóideo medial e feixe
anterior do temporal.
Marchesan (1994) e Bianchini(1998) consideram também como músculos
da mastigação o digástrico, gênio-hióideo e milo-hióideo.
Digástrico: divide-se em dois ventres: anterior e posterior. O anterior
origina-se na fossa digástrica da mandíbula e o posterior na incisura mastoidéia.
Ambos inserem-se no osso hióide.
Marchesan (1994) relata que além de ser um músculo depressor também
produz a retropulsão da mandíbula. Segue o pterigóideo lateral na abertura bucal.
Gênio-hióideo: tem sua origem na fossa milo-hióidea e sua inserção no
osso hióide.
Segundo Sacoman (1999), quando a boca está fechada puxa o osso hióide
para cima, diminuindo o soalho da boca e facilitando com isso a deglutição.
Milo-hióideo: tem a mesma origem e inserção do músculo gênio-hióideo.
Sacoman (1999) acredita que é um músculo depressor da mandíbula
quando o osso hióide está fixo.
A autora diz também que além dos músculos supracitados, existem ainda
outros músculos que colaboram durante a mastigação, embora também participem
de outras funções estomatognáticas.
Bianchini (1998) acrescenta que a movimentação da língua, orbiculares de
lábios e bucinadores é muito importante durante a mastigação. São eles que
atuam para que o
alimento direcione-se à superfície oclusal dos dentes
posteriores para que o golpe mastigatório se processe efetivamente.
O músculo bucinador tem uma função ainda mais importante durante o
processo mastigatório. É
o responsável pela retirada do alimento da região
vestibular da boca e sua condução até a face oclusal dos dentes enquanto o
posterioriza. Quando este músculo é incompetente na mastigação, observa-se
resíduos de alimentos na região do vestíbulo.
Bradley (1980) sintetiza a atividade muscular durante a mastigação e afirma
que ela inicia-se no pterigóideo medial durante o fechamento bucal, seguida de
atividade no temporal do lado de trabalho. Entre 50 a 100 mseg depois inicia-se a
atividade do temporal contralateral e em ambos os masseteres. O pico e o
desaparecimento da atividade da musculatura elevadora ocorre ao mesmo tempo.
Ao obter-se o contato dentário a atividade elétrica termina dando início ao
chamado período de silêncio, que é variável dependendo do tipo de oclusão. Após
esse período, a atividade elétrica da musculatura elevadora retorna, mas
rapidamente é inibida pela atuação dos músculos depressores.
O autor acrescenta ainda que os músculos depressores da mandíbula não
começam sua atividade ao mesmo tempo. Seu início observa-se no milo-hióideo,
seguida da atividade do digástrico e logo no pterigóideo lateral. Para que a
atuação destes músculos seja efetiva, o osso hióide deve estar estabilizado pela
ação da musculatura infra-hióidea.
De acordo com este mesmo autor, os músculos pterigóideos laterais atuam
tanto na abertura bucal como controlam o movimento da cabeça do côndilo.
Podem movê-la para frente e lateralmente, sendo ativos durante
a abertura,
fechamento e protrusão. Estas atividades devem-se à independência dos feixes
superior e inferior.
A atividade dos músculos bucinador e orbicular também foi relatada por
Bradley (1980) como sendo eles responsáveis, juntamente com a língua, por
manter o alimento entre as superfícies oclusais dos dentes posteriores e pela
formação do bolo alimentar.
Quando observa-se os movimentos mandibulares realizados por esta
musculatura, faz-se necessário analisar os ciclos mastigatórios.
Conforme Bianchini (1998), cada ciclo corresponde a um movimento
mandibular completo, iniciando com a abertura da mandíbula, seguido do
fechamento até ocorrer o contato e intercuspidação dos dentes, conhecido como
golpe mastigatório.
Observando o ciclo mastigatório frontalmente, vê-se que se o alimento está
de um lado da boca, a mandíbula desce e desloca-se para este lado (lado de
trabalho
ou
ativo),
elevando-se
novamente
até
alcançar
a
máxima
intercuspidação.
Os ciclos mastigatórios variam no que concerne à duração e freqüência
dependendo do tipo e consistência do alimento. Além disso, a variação depende
também da qualidade neuromuscular e do tipo facial.
De posse de algum conhecimento sobre a anatomia e fisiologia do processo
mastigatório normal, já é possível fazer algumas considerações sobre os padrões
mastigatórios mais comumente encontrados na clínica fonoaudiológica.
O padrão mastigatório considerado por vários autores como ideal é o
bilateral alternado.
Bianchini (1998) afirma que a mastigação bilateral alternada permite a
distribuição da força mastigatória intercalando fases de trabalho e repouso
musculares e articulares, levando a sincronismo e equilíbrio muscular e funcional.
A pressão exercida nos dentes estimula o periodonto, levando à tração do osso
alveolar e atuando no desenvolvimento e/ou manutenção dos arcos dentários e
na estabilidade oclusal.
Planas (1988) acrescenta que o desenvolvimento ósseo se produz no lado
de balanceio (lado em que não há alimento) e o movimento dos dentes no lado de
trabalho. Como o plano oclusal tende a levantar-se na sua parte anterior no lado
de trabalho e simultaneamente descer no lado de balanceio, vai criando uma
situação oclusal equilibrada, muito importante para manter o equilíbrio do sistema
estomatognático.
Já para Douglas (1994), durante a mastigação apenas as estruturas do lado
de trabalho são estimuladas, impedindo o desgaste fisiológico das cúspides
dentárias no lado de balanceio. Portanto, se não houver alternância de lados
durante o processo mastigatório, haverá interferências oclusais e instalação de
placas bacterianas.
Molina (1995) afirma também que a mastigação bilateral estimula a
membrana periodontal, os músculos mastigatórios e as ATMs.
Segundo Ramfiord ( 1984), a mastigação bilateral alternada, multidirecional
estimula todas as estruturas de suporte, sendo ideal para a estabilidade da
oclusão e limpeza dos dentes.
Junqueira (1998) acredita que a mastigação deve ocorrer após o corte do
alimento com os incisivos, com lábios ocluídos, sem ruídos e participação
exagerada da musculatura perioral, com lateralização e alternância de lados, com
movimentos rotatórios de mandíbula e simetria da força muscular.
Outro padrão de mastigação encontrado é o unilateral, em que não há
alternância entre o lado de trabalho e de balanceio. De acordo com Bianchini
(1998), este tipo mastigatório estimula inadequadamente o crescimento ou impede
a estabilização das estruturas orofaciais. Para a autora, se a mastigação unilateral
acontecer durante o período de crescimento, a mandíbula crescerá mais do lado
do balanceio e a maxila do lado de trabalho se desenvolverá mais para fora e
para frente.
A mesma autora acrescenta que a musculatura apresenta uma maior
potência do lado de trabalho, principalmente os músculos bucinador, masseter e
temporal. No lado de balanceio a musculatura apresenta-se mais alongada e com
tônus rebaixado, com discreta, mas perceptível assimetria muscular.
Ramfiord (1984) afirma que o modelo de mastigação unilateral é resultado
de adaptação a interferências oclusais, que levam a uma desarmonia dos
movimentos mandibulares.
Molina (1995) relata que estas adaptações são uma forma de impedir, ou
pelo menos minimizar os traumas para o periodonto, dentes e articulações e que
ocorrem com freqüência em pacientes portadores de distúrbios funcionais da ATM
e interferências oclusais no lado de balanceio.
Entretanto, para que a mastigação mantenha-se como uni ou bilateral,
dependerá das condições morfofuncionais do sistema estomatognático:
- presença de dentes e saúde dental;
- crescimento e desenvolvimento crânio-facial;
- equilíbrio oclusal;
- ausência de interferências dentais ou contatos prematuros;
- estabilidade e saúde da ATM;
- maturação neuromuscular.
A partir do conhecimento da fisiologia normal da mastigação e suas
variações, pode-se tentar compreender como influencia o crescimento craniofacial.
Crescimento craniofacial e mastigação
Para facilitar a abordagem deste tema gostaria de mencionar algumas
definições de crescimento e desenvolvimento encontradas na literatura.
Segundo Bianchini (1995), crescimento é um aspecto quantitativo, um
aumento de células e de volume harmoniosamente. Acontece em zonas distintas,
graus variados, através de surtos e de maneira ritmada. O desenvolvimento
refere-se
às
mudanças
estruturais,
através das quais os tecidos vão
diferenciando-se até atingir as características da espécie.
Para Enlow (1993), crescimento e desenvolvimento facial é um processo
morfogenético que visa um complexo estado de equilíbrio estrutural e funcional
conjunto entre todas as partes de tecidos moles e duros em crescimento e
modificação múltipla e regional. Este mesmo processo continua trabalhando por
toda a idade adulta e a velhice a fim de manter o equilíbrio em resposta às
condições externas e internas sempre em mudanças.
O crescimento e o desenvolvimento facial dependem de variáveis. Bianchini
(1995) elenca como as principais: hereditariedade, nutrição, doenças, etnia,
fatores sócio-econômicos, alterações funcionais e sexo.
Vale ressaltar ainda, que o crescimento não é linear durante toda a vida. Há
períodos em que torna-se mais intenso, o quê caracteriza os chamados surtos de
crescimento. O primeiro surto ocorre nos três primeiros anos de vida, com a
erupção da dentição decídua. O segundo acontece na puberdade, sendo mais
precoce e curto nas meninas.
Conforme Bianchini (1995), o surto de crescimento facial na adolescência é
mais tardio nos meninos sendo de maior duração e mais pronunciado do que no
sexo feminino.
Por ser
o crescimento craniofacial um tema bastante complexo, várias
teorias foram surgindo ao longo dos anos na tentativa de torná-lo mais simples.
No entanto, para que se possa compreendê-las melhor, faz-se necessário que se
saiba como se dá a formação do osso.
Segundo Bianchini (1995), o osso se forma a partir do tecido conjuntivocartilaginoso e conjuntivo-membranoso, resultando em dois tipos de ossificação: a
endocondral (cartilaginosa), que ocorre nas regiões de relativo impacto e que
crescem sob pressão, como a epífise dos ossos, côndilo da mandíbula e
sincondroses do crânio; e a formação intramembranosa (periósteo e suturas) que
ocorre em locais onde o crescimento se dá sob tração, como em quase toda a
maxila, mandíbula e crânio.
Além disso, o osso pode modificar seu tamanho apenas pela atividade
celular nas superfícies. A aposição e reabsorção óssea ocorrem, externamente
onde o osso é coberto por periósteo; e internamente na cavidade medular e
cavidade dos ossos esponjosos, nas superfícies suturais e na inserção do
ligamento periodontal entre os dentes e o osso alveolar.
Como as teorias sobre crescimento craniofacial são bastante amplas, neste
trabalho serão apenas comentadas de maneira sucinta, conforme a sinopse
apresentada por Enlow (1993).
Projeto Genético
Defende que os genes são os determinantes exclusivos de todos os
parâmetros do crescimento, incluindo a quantidade e velocidade.
Forças Biomecânicas
Representada pela lei de Wolff, esse princípio afirma que a forma se interrelaciona com a função. O osso cresce e se desenvolve dependendo da maneira
que as forças fisiológicas que agem sobre ele são acomodadas pelo processo de
desenvolvimento ósseo, adaptando desta forma sua estrutura à complexidade das
funções.
Suturas, Côndilos e Sincondroses
De acordo com esta idéia o crescimento, forma e dimensões de um osso
eram controlados por um programa intrínseco localizado nas células produtoras de
osso do periósteo, suturas e cartilagens relacionadas do próprio osso. Apesar de
aceitar a influência dos hormônios e ações musculares na determinação genética,
acreditava-se que os ossos como a mandíbula e a maxila fossem produtos
autogênicos.
O deslocamento dos ossos ao longo do seu crescimento também era
atribuído às forças de expansão existentes nas suturas, cartilagens e nos novos
tecidos ósseos por eles formados.
Septo Nasal
Foi difundida por James Scott, que percebeu que os centros e suturas
faciais, por serem tecidos adaptáveis à tração e não à pressão, não poderiam
direcionar o complexo nasomaxilar para frente e para baixo.
Desta
forma,
considerou
que
o
septo
nasal
cartilaginoso
teria
características e posição que possibilitariam deslocar anterior e inferiormente a
face média
à medida que aumenta de tamanho. E por ser um tecido mais
tolerante à tração do que as suturas teria a capacidade de tracionar todo o
complexo nasomaxilar para frente e para baixo, desenvolvendo-o.
Matriz Funcional
Proposta por Moss & Salentijn considera que o tecido ósseo é influenciado
durante o crescimento por todos os tecidos moles nos quais está incluído e que já
contém as informações genéticas para o crescimento.
Sugere também que os componentes funcionais cranianos é que
proporcionam o meio por qual as funções serão realizadas. Estes componentes
são constituídos de uma matriz funcional (que executa a função) e uma unidade
esquelética (que protege e suporta a matriz funcional).
Explicações Compostas
Van Limborgh fez uma combinação de várias teorias de controle do
crescimento
na tentativa de confrontar e considerar as muitas complexidades
envolvidas na regulação do crescimento.
Formulou um modelo que distingue o conjunto de fatores que influencia o
crescimento
e
desenvolvimento
craniofacial
condrocraniano
versus
desmocraniano (intramembranoso). Tomando o condrocrânio como início, propôs
que a capacidade de multiplicação genética intrínseca, a influência epigenética
geral e os fatores ambientais sejam agentes responsáveis por um esquema de
interação para a parte endocondral do controle de desenvolvimento da base do
crânio. Descreve o desenvolvimento desmocraniano separadamente como
resposta morfogenética de equilíbrio entre estes fatores e fatores epigenéticos e
ambientais.
Mensageiros de Controle
Tenta explicar o controle de crescimento através da atividade celular nos
chamados campos de crescimento, que diferem em direção, velocidade e ritmo.
As populações celulares nestes campos respondem ativando os sinais intra
ou extracelulares. Os mensageiros primários são ativadores extracelulares aos
quais os receptores específicos da superfície celular são sensíveis. A recepção
aciona uma cascata de mensageiros secundários num determinado tipo de célula,
resultando na função dessa célula e suas organelas.
Sinais Bioelétricos
O fator piezo prometia explicar como a ação muscular pode ser traduzida
em respostas de remodelamento ósseo precisamente reguladas. Sua idéia era de
que as distorções dos cristais de colágeno no osso, causadas por diminutas
deformações ósseas,
bioelétricas
devia-se à tensões mecânicas, que gerariam mudanças
na área de deformação (isto é, o efeito piezo). Esses potenciais
elétricos alterados parecem relacionar-se, direta ou indiretamente, com o
desencadeamento das respostas osteoblásticas ou osteoclásticas.
Princípio do V
Proposto por Enlow, acredita que a maioria dos ossos da face têm forma de
V e que com a deposição óssea na parte interna do V e a reabsorção na parte
externa o V se moverá na direção de sua face mais larga, aumentando em todas
as suas dimensões.
O processo de crescimento esquelético tem como funções posicionar,
estruturar e constituir cada osso e todas as suas partes regionais, de modo que
elas possam desempenhar as várias funções inerentes ao osso. As informações
funcionais enviadas ao osso pelos tecidos moles faz com que ele se desenvolva
até sua estrutura morfológica definitiva e ocupe o local que deve.
Lei Planas de Desenvolvimento
Pedro Planas formulou três leis do desenvolvimento. A primeira é a do
desenvolvimento sagital e transversal, e diz que o movimento condilar no lado de
balanceio produz excitação neural que promove o crescimento da hemimandíbula
do mesmo lado. E que no lado de trabalho a excitação neural provocada pelo
contato das faces oclusais estimula o desenvolvimento da hemiarcada superior
desse lado.
A segunda lei é a de desenvolvimento vertical, que afirma que a excitação
neural de uma peça dentária de um grupo dá resposta ao grupo inteiro. E que na
mandíbula há dois grupos de dentes: os da hemimandíbula direita e os da
hemimandíbula esquerda. No maxilar há três grupos: caninos, pré-molares direito
e esquerdo, e o grupo incisivo.
A terceira lei é a da mínima dimensão vertical, que diz que quando a
mandíbula exerce movimentos para atingir máxima intercuspidação dentária, será
sempre às custas da maior aproximação entre os maxilares.
Após esta revisão das teorias que tentam explicar o crescimento
craniofacial pode-se dizer que, apesar de controversas em alguns pontos, a
maioria delas parece concordar que a atividade muscular bem como as funções
estomatognáticas influenciam o crescimento, e que se este acontecer de maneira
alterada também vai influenciá-las.
Conforme Bianchini (1995), o sistema estomatognático é composto de
ossos maxilares e mandíbula, ATMs, vários músculos, espaços orgânicos, nervos
e vasos sangüíneos, que através do controle do sistema nervoso central
desempenham as funções de respiração, sucção, mordida, mastigação, deglutição
e fala. Todas estas estruturas agem de forma conjunta, de maneira que se houver
uma desordem em qualquer uma delas ocorrerá um desequilíbrio generalizado.
Com relação à função mastigatória, Bianchini (1998) afirma que tem papel
significativo no crescimento e desenvolvimento craniofacial, uma vez que atua
como estímulo de erupção dentária e aumento das dimensões dos arcos
osteodentários. Uma mastigação equilibrada produz estímulos alternados nas
várias estruturas componentes do sistema estomatognático.
Junqueira (1999) comenta que a criança precisa mastigar para manter um
bom desenvolvimento das suas estruturas orais.
Simões (1998) acrescenta que a morfologia do osso adulto do conjunto
esquelético dentofacial é uma conseqüência da carga biomecânica da mastigação
e do impacto oclusal, durante o crescimento; de acordo com sua intensidade,
direção, período e duração dependendo do mecanismo de adaptação muscular à
estas forças. O uso correto através dos movimentos látero-protrusivos estimula os
músculos, a ATM, as estruturas neurovasculares e os tecidos circundantes.
Esta mesma autora relata que quando os padrões mastigatórios são
prejudicados por certos problemas sistêmicos, os mecanismos de adaptação
compensatórios
e
patológicos
podem
levar
a
diferentes
formas
de
desenvolvimento. E ainda, que a adaptação da atividade muscular assimétrica
realizada na tentativa de evitar interferências cuspídicas faz uma pressão ou
estiramento na ATM conduzindo a um remodelamento assimétrico, e às vezes a
uma assimetria craniofacial.
Proffit & Fields Jr (1986) sugerem duas situações em que a influência da
mastigação no desenvolvimento dentofacial é mais significativa: um maior uso dos
maxilares, com força mastigatória maior e/ou mais prolongada poderia aumentar
as dimensões dos maxilares e arcos dentários; e a força da mastigação poderia
influenciar na quantidade de erupção dentária, afetando desta forma a altura facial
inferior às relações de sobremordida e sobressaliência.
Para Tanigute (1998), mastigar é uma função essencial na prevenção dos
distúrbios miofuncionais, e é responsável pelo desenvolvimento dos ossos
maxilares, manutenção dos arcos, estabilidade da oclusão e pelo equilíbrio
muscular e funcional, propiciando desta forma, movimentos precisos e
coordenados necessários para a deglutição normal e produção de fala.
De acordo com Moyers (1991), as atividades normais da mastigação,
deglutição, respiração promovem mudanças contínuas e variadas nas forças que
afetam ossos e dentes. Grande parte da energia de tais forças é decorrente da
contração dos músculos da mastigação.
Molina (1995) menciona que a mastigação tem a função de proporcionar a
força e é indispensável para o desenvolvimento normal dos ossos maxilares. O ato
de mastigar seria responsável ainda por promover a manutenção dos arcos
dentários, a estabilidade da oclusão e estímulo funcional, principalmente sobre o
periodonto, músculos e articulação.
Alguns estudos têm demonstrado que certas alterações da mastigação
responsáveis por um desenvolvimento craniofacial assimétrico podem ser
decorrentes do tipo de alimentação utilizada.
Simões (1998) acredita que um alimento consistente provoca um desgaste
e movimento dos dentes que produzem uma oclusão dinamicamente equilibrada.
E que as propriedades mecânicas do alimento são um referencial importante para
a diferença quantitativa da atividade muscular entre o lado de balanceio e o lado
de trabalho.
Gomes (1999) realizou uma pesquisa e constatou que a alimentação
civilizada está se tornando cada vez mais mole, e que este tipo de alimento solicita
apenas movimentos de abertura e fechamento da mandíbula, deixando de excitar
as partes deslizantes das ATMs, bem como inibe os movimentos de lateralidade,
trabalho e balanceio, e com isso, propicia condições para o estabelecimento de
maloclusões.
Molina (1995) sugere que os alimentos duros têm um papel importante no
desenvolvimento dos maxilares, nas dimensões dos ossos, tanto em espessura,
altura quanto em largura. Já uma alimentação baseada em dieta mole pode
ocasionar uma falta de estímulo para os ossos do complexo craniofacial, levando
à falta de espaço para os terceiros molares em erupção, apinhamento anterior e
falta de espaço para os caninos, principalmente os superiores.
Na realização deste trabalho constatou-se que a grande maioria dos
autores concorda que o crescimento craniofacial é influenciado pela mastigação.
No entanto, a mastigação também é influenciada pelo tipo facial.
Segundo Bianchini (1995), tipologia facial é a variação da forma do
esqueleto craniofacial, dentro da normalidade, da qual se originam vários tipos
faciais - longo, médio ou curto – cujas características musculares e funcionais são
peculiares.
Maciel (1996) afirma que os padrões de crescimento influenciam a
formação harmoniosa do aparelho mastigatório.
Para Bianchini (1995), como padrões faciais verticais temos o mesofacial, o
braquifacial e o dolicofacial.
No padrão mesofacial os terços da face estão em equilíbrio, bem como a
relação entre maxila e mandíbula. O arco dentário normalmente é oval ou médio.
Este tipo facial permite um bom desempenho mastigatório, com alternância
de lados e movimentos rotatórios de mandíbula.
O padrão braquifacial é caracterizado por crescimento de face mais
horizontalizado, altura facial inferior diminuída, ângulo mandibular fechado e arco
dentário alargado.
Neste tipo de face
a musculatura é forte, principalmente os músculos
masseteres e por isso a mastigação é realizada com maior força.
Já o padrão dolicofacial caracteriza-se por crescimento vertical, altura facial
inferior aumentada, ângulo mandibular aberto e arco dentário longo e estreito.
A musculatura deste tipo facial é débil e estirada. Na maioria das vezes o
lábio superior é hipofuncionante, o inferior é hipotônico e há hipertonia do músculo
mentalis, na tentativa de auxiliar no vedamento labial dificultado pelo aumento do
terço facial inferior .
Nestes casos a mastigação encontra-se alterada, com movimentos
mandibulares mais verticais e sem muita amplitude.
Conforme Bianchini (1995), a mastigação é ineficiente com pouca ação dos
músculos bucinadores e comissura labial, assim como tonicidade diminuída da
musculatura elevadora da mandíbula.
Visto que há relação entre alterações da mastigação e crescimento/
desenvolvimento craniofacial, será exposto agora quem e o quê pode ser feito
para prevenir e/ou melhorá-las.
Prevenção e Tratamento das Alterações Mastigatórias
Como se sabe, a mastigação é uma função que surge por volta dos sete
meses de vida e que precisa de treino para ser aprendida. Este treino se inicia
quando começa a se introduzir alimentos na dieta do bebê.
De acordo com Costa (2000), o treino da mastigação leva a um
aperfeiçoamento e aos três anos de idade, a criança já terá condições de realizar
a mastigação com um padrão semelhante ao adulto.
O pediatra, por ser quem fará a prescrição da dieta, deve ser o primeiro
profissional a orientar quanto à necessidade de se oferecer sabores e
consistências variadas ao bebê, com o objetivo de treinar a mastigação e melhorar
o desenvolvimento dos músculos, ossos e dentes.
Tomé, Marchiori, Pimentel (2000) afirmam que o condicionamento da
mastigação pode ser prejudicado se não houver experienciação por parte da
criança de diferentes texturas alimentares.
Para Enlow & Hans (1998), um dos fatores mais importantes no
desenvolvimento da mastigação é o aspecto sensorial dos dentes recémerupcionados.
Morales (1999) relata que a partir da erupção dos incisivos inferiores e
superiores ocorrem contatos de oclusão, que passam informações proprioceptivas
ao sistema nervos central, permitindo a coordenação dos movimentos da
mastigação.
Junqueira (1999) acrescenta que é fundamental que a criança tenha um
bom estado de conservação dos dentes e que não exista alterações quanto ao
encaixe dos dentes superiores e inferiores para que consiga mastigar
adequadamente.
Canongia (2000) alerta que para uma boa mastigação faz-se necessário
uma higiene bucal diária cuidadosa e aplicação sistemática de flúor, para evitar
cáries e perdas dentárias.
Entraria aqui a colaboração do odontopediatra, orientando quanto aos
cuidados com a higiene bucal, a importância da conservação dos dentes decíduos
e aplicação do flúor.
Ao fonoaudiólogo caberia mostrar como se desenvolve uma mastigação
normal, do que ela depende e o quê os pais podem fazer para que uma alteração
não se instale.
Para Canongia (2000), os pais devem perceber o modo como a criança
alimenta-se, se mastiga bilateralmente ou não, para prevenir um desequilíbrio em
sua face , em sua ATM.
No entanto, o que mais se observa na prática clínica são crianças e até
mesmo adultos que já apresentam alterações mastigatórias e oclusais. Nestes
casos, a atuação fonoaudiológica na maioria das vezes precisa ser conjunta com
o ortodontista ou ortopedista funcional dos maxilares.
De acordo com Marchesan (1994), a ortodontia é ramo da odontologia que
se preocupa com o alinhamento correto dos dentes em suas respectivas bases
ósseas, e tem como objetivo fazer o adulto atingir o melhor em forma, função e
estética dentofacial.
Para a mesma autora, a ortopedia funcional está preocupada com as bases
ósseas (maxila e mandíbula), sob três aspectos: tamanho das bases ósseas,
relacionamento ântero-posterior e relacionamento de lateralidade. Seu objetivo é
equilibrar as estruturas faciais dos dentes relacionados para alcançar o equilíbrio
do aparelho mastigatório. Os aparelhos ortopédicos devem ser usados por
pacientes ainda em idade de crescimento.
Sobre o trabalho fonoaudiológico com alterações da mastigação pode-se
afirmar que várias modificações ocorreram ao longo dos anos.
Nas propostas mais antigas, a mastigação não era trabalhada enquanto
função, mas como uma etapa dentro da terapia de deglutição atípica, na tentativa
de se conseguir um melhor tônus muscular e posicionamento lingual adequado,
que eram as principais metas do tratamento fonoaudiológico.
Ferraz (1998) afirma que
a língua exerce um papel preponderante no
estabelecimento da oclusão dentária. E que a postura defeituosa da língua, tanto
no repouso quanto na realização das funções, desequilibra os dentes produzindo
certas más oclusões.
A proposta terapêutica era rígida, com treino de todas as funções e dividida
em etapas que deveriam ser seguidas por todos os pacientes, independentemente
da queixa apresentada.
Conforme Padovan (1976), exercícios eram realizados para cada função,
independente de haver ou não patologias evidentes. O certo é que todas as
funções correlatas estarão afetadas, umas mais que as outras, mas todas estarão.
Ferraz (1998) acrescenta que a terapia miofuncional abrange todas as
funções de ordem global e que esta terapia constitui-se de fases, comuns a todos
os pacientes.
Na avaliação específica da mastigação observava-se a velocidade
mastigatória, se o paciente mastigava com a boca aberta, se realizava os
movimentos adequadamente, ou se apenas embolava a comida na boca.
Hábitos
parafuncionais
como
onicofagia,
bruxismo
também
eram
investigados para que pudessem ser eliminados pela reeducação miofuncional.
Padovan (1976) relata que os hábitos bucais são considerados como
causadores de deformações dentofaciais e estão relacionadas com as funções
primárias, reflexovegetativas de respiração, sucção, mastigação, deglutição e que
por isso devem ser eliminados.
O treino da mastigação era realizado com um mordedor de borracha para
bebê, composto de uma argola maior e outra menor. Sua ênfase principal era o
fortalecimento da musculatura elevadora da mandíbula.
Na utilização deste mordedor preocupava-se com a projeção anterior e
lateralização mandibular, que eram considerados como movimentos viciosos. Para
inibi-los, o terapeuta deveria segurar firmemente e direcionar os movimentos do
paciente, enquanto este realizava o exercício.
Esta prática deveria ser realizada até que a movimentação mandibular
correta fosse estabelecida.
Padovan (1976) afirma que ao mastigar o mordedor, a língua, num
movimento espontâneo, vai empurrando a argola menor, exercitando-se de
maneira semelhante à mastigação natural.
Com isso, não só os músculos elevadores da mandíbula são exercitados,
mas a língua como um todo.
A reeducação da mastigação era dividida em duas etapas:
Na primeira, o paciente deveria mastigar a argola maior do mordedor com
movimentos amplos e lábios entreabertos para melhor visualização da
movimentação lingual.
Na segunda, a mastigação da argola maior do mordedor era realizada com
movimentos amplos e lábios fechados, o que permitia trabalhar a hipotonia dos
lábios e encurtamento do lábio superior.
Atualmente, a terapia fonoaudiológica visa adequar e estabilizar a função
mastigatória, tendo início já na entrevista realizada com o paciente, quando serão
obtidas informações sobre a sua alimentação. Saber o quê, como e que tipo de
sensação se tem ao comer são dados importantes para a investigação
das
possíveis causas do quadro atual.
Para Marchesan (1998), na entrevista pretende-se conhecer a história do
paciente e verificar possíveis causas que permitam compreender a queixa atual.
Muitas vezes, os fatores causais podem estar presentes, e nestes casos, precisam
ser eliminados o mais breve possível.
Além disso, ao chamar o paciente na sala de espera já podemos ter dados
de sua postura cervical e global.
Durante a avaliação deve-se ter em mente que o objetivo é muito maior que
constatar a queixa do paciente. É preciso buscar a causa que levou a atual
alteração, para poder se chegar a uma conclusão diagnóstica e
indicação
terapêutica específica para cada caso.
Segundo Junqueira (1998), a avaliação deve possibilitar a visualização dos
limites do trabalho fonoaudiológico e a necessidade do tratamento multidisciplinar.
Deve permitir ainda que o fonoaudiólogo possa traçar um plano terapêutico
personificado e objetivo, de acordo com as características de cada paciente.
Costa (2000) acrescenta que na avaliação é imprescindível ao profissional
analisar de maneira minuciosa as características dos indivíduos quanto ao sistema
estomatognático, objetivando uma maior coerência nos procedimentos.
Para a avaliação da mastigação deve-se usar um alimento que favoreça a
visualização desta função e não cause atipias inexistentes.
Junqueira (1998) sugere o pão francês, que possui estas características, é
de baixo custo e tem boa aceitação por parte dos pacientes.
Antes de pedir para que o paciente mastigue, deve-se observar a presença
de falhas e maloclusões dentárias, próteses, cáries, troca de dentes, hipotonia da
musculatura, respiração bucal e disfunções da ATM, pois são fatores que podem
alterar a mastigação.
Pede-se então que o paciente coma da maneira que está acostumado e
observa-se: como foi o corte do alimento; com quais dentes ocorreu e qual o
tamanho do alimento introduzido na boca; se a mastigação ocorre com lábios
fechados ou abertos; com ou sem ruídos; se há participação exagerada da
musculatura perioral; lateralização do alimento, predomínio de movimentos
rotatórios ou verticais de mandíbula; interposição do lábio inferior; se mastiga uni
ou bilateralmente; e o tempo de mastigação. Realiza-se a palpação dos músculos
masseter e temporal para verificar a contração, simetria e força.
Verificam-se ainda as estruturas faciais, a musculatura, os movimentos
mandibulares, analisa-se as demais funções estomatognáticas, descreve-se o tipo
facial e a oclusão.
Após a avaliação dá-se início a terapia propriamente dita. O objetivo
principal do fonoaudiólogo é promover a estabilidade funcional. Para tanto, dois
aspectos
são importantes: o primeiro está relacionados com as condições
morfológicas apresentadas pelo paciente. Vale lembrar aqui que as disfunções de
ATM merecem atenção especial.
Berretin, Genaro e Trindade Jr. (2000) ressaltam que na presença de dor ou
desconforto a regularidade dos movimentos mandibulares durante a mastigação
encontra-se alterada, resultando em alterações do comportamento mastigatório.
Além disso, a dor ou fadiga muscular decorrentes da disfunção impedem a
atividade dos músculos em sua capacidade total, o que pode levar a uma
mastigação unilateral.
Há
pacientes
que
evitam
o
lado
disfuncional,
mastigando
contralateralmente. Há outros que mastigam do lado lesado como um mecanismo
para preservar as estruturas comprometidas de danos adicionais.
Por este motivo muitas vezes o tratamento ortodôntico e/ou ortopédico
precedem o fonoaudiológico.
Outro aspecto é de que será o próprio paciente que definirá as suas
possibilidades de mudanças, ao fonoaudiólogo cabe apenas orientá-lo quanto a
estas modificações.
O trabalho terapêutico inicia-se pela propriocepção. Como a mastigação é
uma função automática, faz-se necessário torná-la consciente. Para isso pede-se
ao paciente que passe a observar sua mastigação, contando o número de ciclos e
associando-os ao alimento, depois que observe de que lado mastiga,
movimentação da língua, utilização do bucinador, força empregada, número de
deglutições enquanto mastiga, entre outras observações. O objetivo principal é
que o paciente reconheça as tensões compensatórias que utiliza, as modificações
funcionais
existentes, seja
por atipia ou adaptação. E é a partir da sua
percepção e relato que se vai fazendo marcações do que pode ser modificado.
Tomé, Marchiori, Pimentel (2000) enfatizam que para reeducar é preciso
modificar padrões já estabelecidos, e que dessa forma há que se levar ao
entendimento do paciente por que ocorreu a alteração e quais os padrões a serem
modificados.
Para o treino funcional, melhora da coordenação muscular e aumento do
tônus utiliza-se a mastigação de diferentes alimentos.
Bianchini (1998) alerta quanto ao uso de materiais de borracha, látex ou
silicone, pois não trabalham a mastigação em sua fisiologia normal.
Além disso, quando se trabalha a mastigação com alimentos de várias
consistências, facilita-se o controle da função
garantindo o aprendizado e
conseqüente modificação funcional.
Ramfiord (1984) acrescenta que a falta de abrasividade na dieta moderna
conduz ao desenvolvimento de movimentos mastigatórios restritos e que
alimentos duros como as frutas, vegetais e carne fibrosa são eficientes na
eliminação da influência que as interferências oclusais têm no guia oclusal total.
A musculatura deve ser trabalhada de maneira intensa durante os treinos
da mastigação. Deve-se iniciar com a mastigação unilateral alternada, pois o
paciente pode perceber melhor a musculatura e os movimentos utilizados. Depois
passa-se para o outro lado.
Quando já consegue controlar a mastigação, o paciente vai alternando o
lado de acordo com a necessidade solicitada pela textura do alimento. Desta
forma estará definindo seu próprio controle da função mastigatória dependendo
das suas potencialidades.
O treino da mastigação funciona também para aumentar ou manter a
tonicidade da musculatura mastigatória.
Para Tomé, Marchiori, Pimentel (2000), se a mastigação é uma função
aprendida, condicionada e automática, há meios de reeducá-la, e para tanto,é
preciso tonificar musculatura, treinar a função correta.
Mas acima de tudo, o trabalho miofuncional não deve visar apenas uma
automatização, mas o uso progressivo de novas formas de ser e agir quando
estas são percebidas como mais interessantes.
Segundo Marchesan (1998), a terapia deveria acompanhar o que acontece
no dia a dia da família atendida. Deveria ser algo que fosse interessante e fizesse
parte do contexto do paciente. A terapia não pode ser um conjunto de regras sem
sentido para o paciente e sua família.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde o primeiro contato com a fonoaudiologia, antes mesmo de me tornar
fonoaudióloga, sempre ouvi falar no tratamento da deglutição atípica, na melhora
do tônus muscular e posicionamento de língua na papila. No entanto, na prática
clínica comecei a observar que as alterações apresentadas pelos pacientes iam
além dos problemas na deglutição e na língua.
Passei a perceber que os demais componentes faciais e as funções por
eles desempenhadas, como a sucção, respiração, fala e mastigação também se
encontravam alteradas, influenciando uns aos outros. E mais especificamente,
percebi que o crescimento facial também parecia ser influenciado por estas
alterações, da mesma forma que diferentes tipos de face apresentavam
dificuldades variadas.
Observei
atípica,
ainda, que os pacientes cujo diagnóstico era de deglutição
apresentavam alteração não apenas na deglutição em si, mas na
preparação do bolo alimentar a ser deglutido e no crescimento craniofacial, que
encontrava-se desarmônico.
A
partir
dessas
observações
comecei
mastigatórios pudessem estar ocorrendo e
a
pensar
que
problemas
senti a necessidade de buscar
respostas para as dúvidas que foram surgindo.
Portanto, com este trabalho buscou-se fazer um levantamento na literatura
para verificar a relação entre a mastigação e o crescimento da face.
Entre os vários autores pesquisados percebeu-se uma concordância no que
diz respeito à influência da mastigação no crescimento craniofacial. Relata-se que
uma atividade mastigatória alterada pode, por exemplo, não estimular o
desenvolvimento dos ossos maxilares, ou estimular apenas parte destes ossos.
Há ainda autores que afirmam que a tipologia facial pode ser determinante
da maneira de mastigar. Pessoas com face longa, que apresentam uma
musculatura mais estirada, podem ter maiores dificuldades na mastigação do que
as que têm face mais curta, com musculatura mais potente.
Encontrou-se também publicações sobre a influência do tipo de alimentação
na mastigação e por conseqüência, no crescimento craniofacial. Afirma-se que
alimentos mais moles não desenvolvem um padrão mastigatório adequado e por
isso, não estimulam adequadamente o crescimento dos ossos da face.
No que concerne à atuação fonoaudiológica, muitos autores ainda
acreditam que só o trabalho com a deglutição é suficiente para solucionar as
alterações miofuncionais que os pacientes apresentam. Em contrapartida,
publicações mais recentes já demonstram que as alterações de língua e
deglutição podem ser conseqüência de problemas mastigatórios. Não descartam o
trabalho com tônus muscular, mas alertam que estes devem ser realizados em
conjunto com as funções por eles desempenhadas ou para a viabilização de sua
realização.
Esta nova proposta, que tem sido difundida por Marchesan e Bianchini,
considera também que a forma da face pode influenciar as funções, bem como o
inverso.
No entanto, no atendimento de meus pacientes o que tenho constatado é
que nem sempre há possibilidade de detectar se foi a forma que alterou a função,
ou se foi esta que levou à desarmonia da face.
Dentre os autores pesquisados, alguns julgam que é a função a causadora
das deformidades, outros afirmam que é a forma que leva a um desequilíbrio na
função.
O fato é que a partir do momento que o problema já está instalado, um bom
diagnóstico precisa ser feito para que se possa constatar o que pode tratado,
corrigido ou reeducado e quais são os limites do tratamento.
No decorrer desta pesquisa pude perceber que ainda muito pouco se sabe
da e sobre a atuação fonoaudiológica.
Em comparação com outras áreas da ciência, as produções científicas no
campo da fonoaudiologia são reduzidas e há muitas questões à serem
pesquisadas.
Para os fonoaudiólogos, reconhecer que as alterações miofuncionais vão
além de uma língua mal posicionada ou de uma hipotonia muscular implica em
estudar cada vez mais. Pois é só a partir do conhecimento da normalidade que se
torna possível compreender o distúrbio que está à frente, para então, fazer um
diagnóstico mais criterioso e planejar uma terapia respeitando as características
de cada paciente.
E acredito que a partir do momento em que os fonoaudiólogos passarem a
ter esta consciência, terão também maiores condições de mostrar a outros
profissionais que seu trabalho vai além da preocupação com a língua e alteração
de tônus.
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