RECURSOS MINERAIS DO PARANÁ: Litologias associadas à distribuição Geográfica e importância econômica. – Uma proposta para o ensino fundamental e Médio. ADEMILSON FRANCISCO DOS SANTOS1 SUSANA VOLKMER2 Resumo O presente artigo constitui parte do material produzido pelo Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, aplicado ao curso de Geografia em escola de Ensino Médio no município de Loanda. A proposta de estudar os recursos minerais do Paraná partiu inicialmente de uma apresentação ao aluno, dos conteúdos básicos de rochas e minerais. A compreensão destes conceitos, e outros afins, como solos e bens minerais, pressupõe conhecimento prévio, mas geral, da Geologia do Estado do Paraná. Para a apresentação dessa base conceitual teórica, o professor PDE propôs como forma didática de ensino, uma associação de aulas expositivas, prática de rochas, de minerais e de solos, além de demonstração via banners temáticos desses conteúdos. Os alunos puderam, também correlacionar os referidos temas com aqueles tratados na Geografia Física, a partir de uma abordagem inter e multidisciplinar. Complementando nossa proposta de trabalho, o aluno deverá então, conhecer e perceber a importância dos recursos naturais de seu estado, região e município, na determinação da forma de ocupação, na colonização, e no desenvolvimento do espaço em análise. Rochas e Minerais sempre despertaram o interesse dos alunos e, partindo deste fato, o presente trabalho pretende explorar este interesse, propiciando ao aluno, o acesso via ilustrações e amostras, aos recursos minerais, referenciando-os às questões de ocupação do espaço geográfico. A partir da compreensão e visualização desses recursos minerais, estabeleceu-se a correlação dos mesmos com: o desenvolvimento do município e da região, considerando-se aspectos sócio-econômicos e urbanos, além dos problemas ambientais (advindos dos processos exploratórios). O êxito deste trabalho consiste basicamente em atrair a atenção dos alunos para os temas que os despertam, tais como, rochas, minerais, vulcanismo, processos erosivos, terremotos, para transmitilos, de forma integrada com conteúdos da geografia física. Além disto, o assunto tratado tem correlação com outras disciplinas como ciências, biologia e química. Nossa meta é fazer com que o professor PDE transmita conhecimentos científicos de forma agradável e de mais fácil assimilação. Palavras-chaves: Ensino em Geografia, recursos minerais, integração de conteúdos, desenvolvimento da região. 1 – Professor licenciado em Geografia, educador do Ensino Fundamental e Médio da rede Pública do Estado do Paraná lotado no município de Loanda [email protected] 2 – Professora Dra. Susana Volkmer, Departamento de Geografia da UEM (Universidade Estadual de Maringá) – [email protected] MINERAL RESOURCES IN PARANÁ STATE: Lithologys associates to the Geographic distribution and economic importance. - A proposal for Fundamental and Secondary Education. ADEMILSON FRANCISCO DOS SANTOS SUSANA VOLKMER ABSTRACT The present article constitutes part of a material produced to the Educational Development Program - PDE applied to the course of Geography in some schools of Secondary Education in Loanda municipality. The proposal to study the mineral resources in Paraná state began initially with a presentation to the students of a basic content of rocks and minerals. The understanding of these concepts, and other similar ones, like ground and mineral goods estimate previous knowledge, however, a general knowledge of Geology in Paraná state. For the presentation of this theoretical conceptual base, PDE teacher, he himself considered a form educacional didactics, an association of sample lessons, practical form of rocks, minerals and ground, beyond demonstration of thematic boards of content. The students had been able also to correlate the cited subjects with those treating in Physical Geography, from an Inter and multidiscipline view. Our proposal of work the student must know and perceive the importance of natural resources of its state, region and municipality in the determination of occupation form in the settling and the development of the space in analysis. Rocks and minerals always awoke the interest of students. Therefore, the present work intends to explore this interest in order to give to the students the access through illustrations and samples to the mineral resources that refer to the questions of occupation of the geographic space. From the understanding and visualization of these mineral resources, it was established correlation of the same ones according to the development of a municipality and the region considering itself socioeconomic and urban aspects, beyond the ambient problems (happened of the exploration processes). The success of this work consists basically of attracting the attention of students for the subjects that awake them such as rocks, minerals, vulcanism, processes erosive, earthquakes. Thus, We transmit them according to the integrated form with the content of physical geography. Moreover, the current subject has correlation with other disciplines like sciences, biology, and chemistry. Our goal is PDE teacher transmits scientific knowledge of pleasant form and easier assimilation. Key-Words: Geography teaching, Mineral resources, Integration of contents, development of the region. INTRODUÇÃO A Secretaria de Estado da Educação - SEED em cooperação com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior propuseram a implantação e realização do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. Esta proposta consiste em uma política educacional inovadora de formação continuada dos professores da rede pública estadual de ensino. O PDE foi elaborado como um conjunto de atividades organicamente articuladas, definidas a partir das necessidades da educação básica, e que busca no Ensino Superior, a contribuição solidária e compatível com o nível de qualidade desejado para a educação pública no Estado do Paraná. Esse novo modelo de formação continuada proporcionou aos professores PDE o retorno às atividades acadêmicas de sua área de formação inicial. Todas as atividades que envolvem o PDE iniciaram no ano de 2007, de forma presencial, nas universidades públicas do Estado do Paraná, envolvendo 1.200 professores da rede de ensino público do Paraná. Desenvolvida a primeira etapa, o professor PDE passou a contatar com os demais professores da rede (num total de 44.440 professores), em atividades denominadas Grupos de Trabalho em Rede – GTR. O tema abordado neste trabalho está inserido na Dimensão Sócio-Ambiental do Espaço que integra as Diretrizes Curriculares de Geografia da Rede Pública de Educação do Estado do Paraná. A proposta didática para o Ensino Fundamental e Médio, aqui apresentada, parte de uma abordagem multi e interdisciplinar, tendo como tema-referência os conteúdos da geologia. As atividades que foram realizadas pelo professor PDE compreenderam: aula inaugural, seminários, cursos/disciplinas, elaboração de um plano de trabalho, coordenação de grupos de trabalho em rede, elaboração de materiais didáticos (Folhas, OAC e outros) e um trabalho final de conclusão de curso: um artigo científico. O presente trabalho adotou, como material didático, o OAC (Objeto de Aprendizagem Colaborativa), implementado no município de Loanda, na região norte-noroeste do Estado. Nossa proposta de trabalho foi aplicada para três turmas do 2º ano do Ensino Médio, e para uma turma da 5ª série do Ensino Fundamental, todas do Colégio Estadual Presidente Afonso Camargo- EFM. Na consecução desse trabalho, o material didático pedagógico aplicado, e os resultados dele advindos, foram bem recebidos pelos alunos. A diferente proposta de trabalho foi pautada pelas tradicionais aulas expositivas, mas também pelo uso de recursos audiovisuais, como: apresentação de pranchas temáticas auto-explicativas; vídeos sobre o tema tratado; aulas práticas de rochas, minerais e solos; trabalho de campo nas imediações do município. Com isto os alunos foram despertados para uma nova proposta didático-pedagógica atraídos pelos materiais utilizados, fato que muito contribuiu para a aprendizagem dos mesmos, demonstrando assim, a viabilidade da proposta de trabalho adotada. A proposta de trabalho pautada na utilização diversificada de recursos áudios-visuais foi importante, pois atraiu a atenção dos educandos, tornando interessante a aula e o conteúdo para os mesmos, o que muito contribuiu para a sua aprendizagem. DO QUE TRATA A GEOGRAFIA – Uma breve revisão A importância da disciplina de Geografia para as novas gerações pode ser observada de acordo com as palavras de CARLOS (1999, p.112): ...essa disciplina escolar no ensino fundamental e médio precisa formar uma criança e um jovem que deverão se movimentar bem no mundo de hoje, com a complexa realidade deste final de milênio, e ainda prepará-los para enfrentar outras transformações que estão por vir. Para formar um aluno preparado a enfrentar as transformações que estão ocorrendo a grande velocidade, e para que este seja reflexivo, crítico e criativo é necessário encontrar formas para romper o dualismo geográfico, físico e humano. De acordo com as Diretrizes Curriculares de Geografia, SEED, (2006, p. 23), temos ... propõem um trabalho conjunto para a superação da dicotomia Geografia Física e Humana, que faz parte do constructo histórico com o qual os professores de Geografia convivem pedagogicamente e teoricamente há muito tempo . Acreditamos em uma geografia que inicie do local, ou seja, do cotidiano do educando, mas que tenha uma visão global do homem e da natureza. Como exemplo da dicotomia que faz parte atualmente da Geografia no ambiente escolar é comum ouvir entre os educadores de Geografia que o importante é o “social”, as ações do ser humano. A Geografia se torna tão Humana que vai deixando de ser geografia e confunde-se com outras disciplinas como a sociologia e filosofia. Para nós, a geografia urbana não é somente geografia humana, pois se assim o fosse, estaríamos desconsiderando os aspectos físicos que afetam a sociedade urbana, tais como: relevo, solo, hidrografia, vegetação. Em nosso ponto de vista, a dicotomia entre Geografia Física e Geografia Humana enfraquece a ciência e a disciplina de Geografia, pois ao se identificar mais com uma delas, o professor restringe o seu campo de trabalho, favorecendo somente um aspecto da disciplina. A visão dualista da Geografia fragmenta a disciplina deixando-a em desvantagem a outras disciplinas no ambiente escolar. Porém, quando não se fragmenta, e aborda os conteúdos geográficos englobando aspectos físicos e sociais associados à capacidade de síntese, análise e criticidade, fornece uma ampla vantagem da Geografia perante as demais disciplinas escolares. A partir disso, o conceito adotado para o objeto de estudo da Geografia nas Diretrizes Curriculares de Geografia é o Espaço Geográfico que é entendido como o espaço produzido (LEFEBVRE, 1974), e apropriado pela sociedade, composto por objetos (naturais, culturais e técnicos), e ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas) inter-relacionados (SANTOS, 1996). De acordo com este autor, (op.cit., p.59) Os objetos que interessam à Geografia não são apenas objetos móveis, mas também imóveis, tal uma cidade, uma barragem, uma estrada de rodagem, um porto, uma floresta, uma plantação, um lago, uma montanha. Tudo isso são objetos geográficos. Esses objetos são do domínio tanto do que se chama a Geografia Física como do domínio do que se chama a Geografia Humana e através da história desses objetos, isto é, da forma como foram produzidos e mudam, essa Geografia Física e essa Geografia Humana se encontram. Dessa perspectiva, os objetos geográficos são indissociáveis das ações humanas, mesmo sendo eles objetos naturais. De acordo com as Diretrizes de Geografia (SEED, 2006), ciência geográfica é aquela que tem por objetivo estudar o espaço geográfico - resultado da inter-relação entre objetos e ações. Para a compreensão desse espaço geográfico essa ciência/disciplina possui um quadro conceitual de referência: lugar, paisagem, território, redes, região, sociedade e natureza. Assim, promove uma análise espacial sob a abordagem natural, histórica, econômica, cultural, e política, levando em consideração as diferentes formas de organização do espaço, nas escalas: local, regional, nacional e mundial. O presente trabalho está integrado ao conteúdo estruturante - DIMENSÃO SOCIO-AMBIENTAL DO ESPAÇO – no qual a lógica das relações sociedade-capitalnatureza balizam as discussões. Estas, por sua vez, estão embasadas em questões como a produção do espaço geográfico, a criação de necessidades e a mobilização de "recursos" naturais para satisfazê-las, conforme modelo econômico do capitalismo. As relações sociedade-capital-natureza se concretizam na diferenciação das paisagens sociais e culturais. Partindo desse pressuposto e da experiência da prática de ensino de geografia no ensino fundamental e médio, surge essa proposta que utiliza o estudo dos recursos minerais (Geografia Física) para estabelecer uma correlação com a ocupação urbana, desenvolvimento e economia regional, etc. - (Geografia Humana). Com isto, pretende-se demonstrar na prática que a geografia é única, e que, conforme afirma CARVALHO, (1989), o quadro físico é a base material onde a produção espacial se desenvolve através de seus arranjos econômicos e sociais. Podemos também citar MENDONÇA (2002) que diz que a natureza é entendida como um conjunto de elementos naturais que possui em sua origem uma dinâmica própria que independe da ação humana, mas que, na atual fase histórica do capitalismo, acaba por ser reduzida apenas à idéia de recursos. E diante desse contexto atual, constatamos uma relação direta entre desenvolvimento econômico, qualidade de vida e consumo de bens minerais, sendo importante ressaltar que os recursos minerais existentes devem ser explorados em benefício da sociedade e não a uma pessoa ou grupo capitalista. Considerando-se, pois, os diversos contextos do meio que o estudo da Geografia abarca (físico, humano, econômico, regional, etc.), é importante considerar formas apropriadas de explorar e ensinar todos estes conteúdos. Por esta razão, no estudo da Geografia, seja no Ensino Fundamental, Ensino Médio ou no Ensino Superior, é importante a utilização de diferentes representações gráficas e cartográficas. A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA NOS ESTUDOS GEOGRÁFICOS Uma das formas importantes de representação gráfica da Geografia é, e sempre será, a cartografia. De acordo com MARTINELLI (1990), os mapas sempre estiveram associados à Geografia, à medida que era possível representar fatos e fenômenos, decorrentes de diversos ramos da Geografia, quer Física, Humana, Econômica, etc. Para a representação da realidade física e humana da crosta terrestre, a Cartografia utiliza-se de levantamentos de dados tradicionais, como o uso do sensoriamento remoto. Um mapa deve proporcionar respostas às questões elaboradas, sejam elas para fins de pesquisa cientifica ou para fins didáticos. O mapa temático geralmente deve responder a dois tipos de questões: O que existe em determinado lugar? Como se distribui no espaço geográfico? No presente trabalho o professor PDE poderia adotar em sala de aula, mapas temáticos, como: geológico e pedológico, tendo sido efetivamente utilizado o de recursos minerais do Paraná, elaborado pela MINEROPAR em 2005. Considerando-se nossa proposta de trabalho, bem como os recursos visuais adotados para tal, a Cartografia, constitui, sem dúvida, uma importante ferramenta para o estudo do espaço geográfico. Conforme aponta MARTINELLI (1990), não é aceitável que o geógrafo da atualidade menospreze o papel dos mapas, atendo-se meramente a uma Geografia crítica, na qual a comunicação dos mapas torna-se insignificante. O autor entende que é importante dinamizar essa forma de comunicação para o entendimento do espaço enquanto produto social, de modo que o mapa também possa ser um instrumento de luta nas reivindicações em prol de uma sociedade mais justa. Em suas atividades cotidianas, por muitas vezes, o homem se depara com necessidade de auxilio de um mapa (rodoviário, arruamentos) ou a interpretação de um outro (populacional, distribuição de indústrias, etc.). Por essas razões é fundamental ao cidadão moderno ser capaz de fazer uma leitura crítica de mapas (localizar, analisar, comparar e sintetizar as informações contidas), assim como em outras representações, a exemplo de gráficos, organogramas, e tabelas. Eles permitem a visualização dos fenômenos e processos naturais e culturais, identificando suas dimensões aproximadas e sua localização no espaço terrestre. Por outro lado, a estatística para a Geografia, constitui uma ferramenta importantíssima, pois lida com dados ou elementos numéricos relativos a fatos ou fenômenos sociais e naturais. A estatística tem como objetivo medir ou estimar a extensão desses fenômenos e verificar suas inter-relações; por isso, ela auxilia na análise, compreensão e explicação da realidade encontrada no espaço geográfico. De acordo com GERARDI & SILVA-NENTWIG (1981) o advento das modernas tecnologias, tem apresentado à sociedade um vasto panorama de informações aparentemente caóticas e desconexas, que requerem a utilização de técnicas estatísticas para selecionar e ordenar estas informações, tornando-as manipuláveis e compreensíveis. Pode-se dizer então, que no ensino da geografia o emprego de técnicas quantitativas permite a redução da abundância de dados a formas manejáveis e interpretáveis. Em relação às outras formas de representação gráfica não se pode esquecer de adotar as novas tecnologias. A educação tem experimentado mudanças na sua forma de organização e produção, fazendo surgir novas formas de ensinoaprendizagem, subsidiadas pela utilização de novas tecnologias no ambiente escolar. No Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Educação tem desenvolvido projetos que visam à integração de mídias com a finalidade de proporcionar a inclusão e o acesso de alunos e professores da rede pública estadual a essas tecnologias. Nesse trabalho, foram utilizados objetos de aprendizagem diversificados, como os recursos da TV multimídia, bem como, vídeos da TV Escola, que contribuíram significativamente para educação, a partir do enriquecimento audiovisual das aulas. Além disso, foram utilizados banners, contendo informação visual (fotografias, gráficos, tabelas e mapas) acompanhada de texto explicativo, estando todas as informações estruturadas na forma de fluxograma ou organograma. Conforme menciona MENDES (2004), objetos de aprendizagem são recursos digitais construídos por meio de linguagens de programação (como HTML, e Java), e/ou ferramentas de autoria (editores de textos, imagens e recursos multimídia). Estas ferramentas permitem a construção de jogos, textos, áudios, vídeos, gráficos, imagens, etc. usados no processo de aprendizagem. Esses objetos podem ser usados e reusados em diferentes contextos educacionais. A PROPOSTA DE TRABALHO E O USO DE RECURSOS VISUAIS COMO FORMA DE ABORDAGEM DIDÁTICO-PEDAGÓGICA O ponto de partida da proposta de trabalho idealizada pelos autores parte do conteúdo de Geologia, considerando-se o conceito de rochas e de seus minerais constituintes. Esta abordagem serviu de base para que o educando pudesse estudar os recursos minerais do Estado do Paraná, contextualizando-os com suas respectivas litologias associadas. Neste sentido, o material produzido pela MINEROPAR, (2005), muito auxiliou na apresentação e no aprendizado dos conteúdos básicos de Geologia, um tema sempre fascinante a qualquer idade do aluno. Além de conhecer os recursos minerais de seu estado, região e município, o aluno deve perceber a importância dos mesmos na ocupação, na colonização, e no desenvolvimento da região em que ocorrem. Rochas e minerais sempre despertaram o interesse nos alunos. Partindo deste fato, o presente trabalho pretende explorar este interesse, propiciando ao aluno, o acesso via ilustrações e amostras (quando possível) dos recursos minerais, referenciando-os às questões de ocupação do espaço geográfico. Apresentar a nova proposta ao aluno requer, antes de tudo, apresentar ao professor PDE, e posteriormente, aos seus pares, um nivelamento básico dos conceitos geológicos pertinentes, aqui denominados de Base Conceitual Introdutória. Esta base conceitual abrange conhecimentos sobre as principais rochas dos três grandes grupos - Rochas Ígneas, Metamórficas e Sedimentares, e seus respectivos minerais formadores. Em decorrência das rochas estudadas foram tratados os principais solos associados, ressaltando-se os ocorridos no Paraná, e em particular, no município no qual o professor trabalha. As informações do nivelamento básico podem ser expostas oralmente, de forma sintética, juntamente com a apresentação de banners ou pranchas temáticas auto-explicativas e ilustrativas. A proposta de uso destas pranchas é a de visualizar os conceitos, estando os mesmos correlacionados entre si, para que o conhecimento não seja fracionado. Ainda no que se referem à Base Conceitual Introdutória, os banners propõem uma apresentação dos diferentes tipos de rochas e seus minerais constituintes. Neste contexto são apresentados conceitos principais (de rochas, de minerais, de solos), processos de formação das rochas (ígneas, metamórficas e sedimentares), classificação dos minerais (principais minerais, minerais secundários, argilominerais), incluindo-se as respectivas composições químicas e principais propriedades físicas. Além dos conceitos acima expostos, este banner propõe uma relação direta entre principais rochas, seus componentes minerais e solos derivados. A partir da fundamentação teórica, anteriormente explanada, parte-se para a apresentação de uma Base Conceitual Específica, calcada obrigatoriamente em informações obtidas via levantamento bibliográfico e cartográfico da Geologia do Estado do Paraná. Conhecidos os principais grupos de rochas e/as litologias dispostas nos três grandes compartimentos geomorfológicos do estado, apontam-se os respectivos recursos minerais associados. A didática em sala de aula consiste na combinação de explanação oral sucinta, e ilustrações, via banners e transparências, e de apresentações em Data Show e na TV multimídia. Fotos, figuras, mapas, gráficos, tabelas, quadros, organogramas e/ou fluxogramas, contribuem para a explicação de conceitos, ocorrências, formas e processos, e que acabam resultando em um melhor aproveitamento didático-pedagógico. Como o tema tratado são os recursos minerais do Paraná, é necessária a apresentação/explanação de termos afetos à classificação de minerais de interesse econômico, como mineral de minério, minério, mineral industrial, e ganga. A finalização da aula consiste na apresentação dos principais recursos minerais do Paraná, associando-os com a sua ocorrência no estado. Para tal foram utilizadas as transparências fornecidas pelo Kit da MINEROPAR; elas fazem parte dos temas “Sua casa vem da Mineração”, e “As Principais Ocorrências Minerais do Paraná”. Quando possível, e dependendo é claro, da série e da turma, é mostrada a associação dos minerais de minério (cada recurso mineral), com sua respectiva composição química, visando estabelecer uma relação interdisciplinar com as disciplinas de Química ou de Ciências. Os educandos puderam desenvolver atividades usando mapa das cidades do Paraná, onde puderam indicar, em cada região ou local, os recursos minerais estudados, e responder perguntas sobre este tema. O desenvolvimento destas atividades pretende possibilitar ao aluno, ampliar seu conhecimento sobre os recurso minerais de seu estado, a distribuição geográfica, e a importância dos mesmos. Com isto, será possível instigar no aluno a capacidade para análise da ocupação do território paranaense e da sua região, buscando relações prováveis com o desenvolvimento do espaço geográfico em estudo. Como material complementar foi utilizado material elaborado pelo professor, que consiste em uma caixa exibindo os principais solos de Loanda, organizados a partir da estruturação de seus horizontes pedológicos. Além disto, foi apresentado material fotográfico contendo as principais rochas ígneas, metamórficas e sedimentares, devidamente identificadas, e no qual foi salientada a associação destas, com os principais minerais, e os possíveis solos decorrentes. A IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS MINERAIS De acordo com a MINEROPAR (Minerais do Paraná S/A, 2005), os Recursos Minerais são todas as substâncias que podem ser extraídas da Terra e utilizadas diretamente pelo homem, ou como matérias primas nas indústrias. A indústria mineral Paranaense é produtora de minerais não metálicos, minerais empregados especialmente na fabricação de produtos para a construção civil e para a agricultura. Ela produz, ainda recursos energéticos, utilizados pela indústria química e para a geração de termoeletricidade, além de grandes volumes de água mineral. Segundo dados do Atlas Geológico da MINEROPAR (2001), o Estado possui cerca de 600 empresas mineradoras legalmente registradas que declaram a produção de 20 milhões de toneladas anuais correspondendo a aproximadamente 150 milhões de reais por ano. A produção mineral paranaense é bastante concentrada em alguns municípios, reflexo direto da geologia que condiciona os jazimentos e a atividade mineral. Os recursos minerais paranaenses podem ser compreendidos, quando estudada a sua ocorrência nos respectivos compartimentos geomorfológicos. No primeiro compartimento existem explorações econômicas de agalmatolito, água mineral, areia, argila, barita, calcário, calcário dolomítico, calcita, caulim, chumbo, feldspato, ferro, filito, fluorita, granito, mármore, ouro, pirofilita, prata, quartzo, rochas para brita e uso ornamental, talco e vermiculita. O segundo compartimento geológico do estado é o principal produtor de insumos energéticos – carvão e xisto pirobetuminoso, além de apresentar reservas de urânio, possuir uma mina de calcário para corretivo agrícola e várias ocorrências de rochas carbonáticas. No terceiro compartimento a principal riqueza mineral foi o desenvolvimento de um solo de excelente qualidade, encontrando também minerais de cobre, ágatas e ametistas. O quarto compartimento apresenta um baixo potencial mineral, exceção às areias para construção civil e de uso industrial. A proposta deste trabalho consiste não apenas em propiciar ao aluno, o conhecimento dos recursos minerais, mas que o mesmo perceba a importância destes recursos. Além do caráter econômico advindo de sua exploração, os recursos ou bens minerais propiciam uma análise correlata com a ocupação, a colonização, e o desenvolvimento da região, em que eles ocorrem. Afora isto, muitos dos bens minerais, como a água, o carvão e o petróleo, por exemplo, têm aplicações diárias na vida do ser humano. De acordo com a MINEROPAR (2001), ao longo da história da humanidade, os recursos minerais têm sido utilizados, por exemplo, para a confecção de ferramentas, como facas, machadinhas, pontas de lança, e flecha. Na idade da pedra, e posteriormente ao beneficiamento dos minerais (idade do bronze, e do ferro), os produtos minerais foram utilizados para a produção de lanças, panelas, e armaduras. As civilizações que fizeram uso desses recursos minerais tiveram dominação armada sobre as demais. Na sociedade moderna o conhecimento e a utilização de novos recursos minerais como o carvão mineral, o petróleo e o urânio, proporcionam um maior desenvolvimento do país e conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida à sua população. Nenhuma civilização pode prescindir do uso dos bens minerais quando se pensa em qualidade de vida. Os recursos minerais detêm a capacidade de alavancar a economia de uma região, gerando oportunidades de emprego, renda, desenvolvimento social e econômico e conseqüentemente, o aumento da qualidade de vida da população. Por outro lado, os recursos minerais também podem promover o distanciamento social de uma determinada sociedade; a geração de riquezas para o empresário, retentor da exploração mineral, normalmente se contrapõe à mão de obra barata, senão escrava. Um exemplo clássico desse tipo de exploração mineral é o caso da Serra de Carajás, também conhecida como Província Mineral de Carajás, na qual foi encontrada a mais rica reserva de minério de ferro do mundo. Pela diversidade de seus recursos minerais e grandeza das jazidas ela é única no planeta, possuindo ainda, reserva de ouro, prata, manganês, cobre, bauxita, zinco, níquel, cromo, estanho e tungstênio. Este complexo minerador que já foi considerado o “Eldorado Brasileiro”, já causou inúmeros impactos ambientais e sociais, decorrentes das atividades advindas da mineração, esta que pertence à Companhia Vale, que possui participação financeira nacional e internacional. Esta empresa já trouxe enormes benefícios econômicos para a região da Serra dos Carajás, que também dispõe de diversos sítios arqueológicos, alguns até hoje ainda não totalmente estudados, e outros, destruídos pela atividade mineradora. O grande pólo minerário do Carajás é atualmente o maior complexo mínero-metalúrgico do mundo. Ao longo da EFC (Estrada de Ferro Carajás) há 14 siderúrgicas, concentradas em um raio de apenas 150km, principalmente instaladas nas regiões de Marabá/PA e Açailândia/MA. O minério de ferro é exportado (100% no caso de várias siderúrgicas) para os mercados dos EUA, Europa, China e Japão. (MOVIMENTO DAS MULHERES CAMPONESAS DO PARÁ, 2008). Do ponto de vista ambiental, a que se frisar que cada siderúrgica pode chegar a consumir mais de 300 toneladas de carvão vegetal por dia, fato que muito tem contribuído para o desflorestamento da região. Atualmente as áreas de floresta nativa na região são quase inexistentes. Esse modelo econômico é desgastante, pois emprega muito poucas pessoas em comparação com outras possíveis formas de utilização da terra; concentra o poder e o dinheiro nas mãos de poucos empreendedores da região, não permitindo nenhum tipo de debate a respeito de alternativas possíveis; além de afetar a saúde da população devido à poluição. Outro importante exemplo de exploração de recursos minerais no Brasil, foi o da extração de ouro no garimpo de Serra Pelada no Pará, que motivou uma explosão demográfica daquela região, início dos anos 80. Na ocasião, 116 mil homens garimpavam ouro que abundava na região, e a cada dia chegavam pessoas em busca do tão falado Eldorado. Em conseqüência do aumento assustador do número de pessoas naquela região do estado paraense, advieram prostituição, contrabando e tráfico. Não bastassem estes fatos de cunho sócio-econômico, acidentes de trabalho engrossaram as estatísticas de mortes no local; acredita-se que em doze anos de funcionamento do garimpo, morreram 300 a 500 homens. Não bastassem as explorações contínuas, os desmoronamentos das frentes de lavra eram freqüentes, fatos estes que resultaram em tantas mortes. Afora o aspecto humano, a degradação ambiental deixou marcas profundas em superfície; com a destruição do morro, restou um enorme buraco, que atingiu o lençol freático, e com isto, a inundação da cratera. (CRISTINA, 2008). Um último exemplo das implicações de caráter social, econômico e ambiental de um local de exploração mineral é o da mineração de chumbo em Adrianópolis, norte do Paraná, na divisa com o Estado de São Paulo. A mina que encerrou suas atividades em meados da década de 1990 deixou um “legado negativo”. De acordo com FIGUEIREDO (2005), antigos descartes de minas e depósitos de rejeitos minerais, com altas concentrações de chumbo, encontram-se expostos nas proximidades da desativada mina da mineradora Plumbum, em Adrianópolis. Os sedimentos do rio Ribeira nessa localidade ainda apresentam concentrações de chumbo de até 175 partes por milhão, valor inferior aos obtidos em pesquisas anteriores, mas ainda bastante elevado. As amostras de solo superficial, coletadas a várias distâncias da mina, apresentaram concentrações de chumbo variando de 21 a 916 partes por milhão, aumentando em direção à planta industrial. As amostras de solos de hortas residenciais também apresentam chumbo em concentrações excessivas, fato também observado em amostras de poeira coletadas no interior de residências. Dados recentes de 2004 e 2005 apontam que, da análise de certos alimentos consumidos pela população, revelaram que, com exceção do leite e do milho, as concentrações de chumbo em ovos e em várias espécies de verduras e de legumes, colhidos nas hortas das comunidades próximas da mina, excedem os limites estabelecidos pela legislação brasileira. As pessoas hoje convivem com passivos ambientais e encontram-se expostas a substâncias nocivas à saúde, devendo ser, portanto, assistidas pelas autoridades de saúde locais e estaduais bem como pelos órgãos ambientais dos estados do Paraná. Casos como este pode trazer um significativo prejuízo à qualidade de vida da população que vive da mineração e/ou que mora em suas cercanias. Os meios de comunicação divulgam o constante crescimento da economia Brasileira e da economia Paranaense o que certamente implica em um aumento da demanda de recursos minerais. Cabe à população local onde forem explorados os recursos minerais cobrar das empresas e autoridades competentes uma utilização responsável e sustentável dos recursos, para que não ocorra em nosso estado um prejuízo ambiental e de saúde como o de Adrianópolis (região nordeste do estado) na região do Vale do Ribeira, cuja população, até os dias atuais, sofre conseqüências da exploração irresponsável. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E RECURSOS DIDÁTICOS ADOTADOS Os temas tratados nos banners apresentados em sala de aula, contêm as seguintes informações integradoras: 1 – Principais Rochas, seus Minerais formadores e solos associados. 2 – Principais rochas e seus minerais do estado do Paraná. Ao tratar destas questões foi possível correlacionar conteúdos como Rochas, Minerais, Intemperismo, Solos e Recursos Minerais. Além de despertar interesse no aluno, a forma como o tema foi e pretende ser tratado, deve possibilitar: - a inserção do tema recursos minerais no contexto histórico e cultural da ocupação do espaço geográfico; - o despertar do interesse do aluno à preservação e ao desenvolvimento sustentável do meio ambiente, partindo-se da contraposição dos conceitos de paisagem natural e paisagem antropizada; - a conscientização do aluno sobre o fato de que o conhecimento não deve ser fracionado, ou seja, desconectado da compreensão de outros conhecimentos correlatos; - ao professor PDE, e a quem ele possa transmitir a idéia do trabalho, uma nova forma de apreender e transmitir conteúdos; - o maior conhecimento do aluno, e da comunidade, em geral, a respeito da importância dos recursos minerais para o desenvolvimento de uma cidade ou região. Após a construção do modelo didático-pedagógico proposto, durante o segundo semestre de 2007, mesmo antes de expô-lo em sala de aula a referida proposta de trabalho foi apresentada para os professores da área de Geografia, bem como, para os demais professores da escola durante a primeira reunião pedagógica no início do ano letivo de 2008, no dia 12/02/2008, com o intuito de divulgar para os colegas de ensino uma proposta de trabalho que pode perfeitamente ser entendida e aplicada a outras áreas do conhecimento (química, física, matemática, biologia, etc.). As informações expostas permitiram que fossem estabelecidas relações sócio-econômico-ambientais do município, região, e estado. Assim, para o desenvolvimento do trabalho em sala de aula foram utilizados quatro banners. O primeiro deles traz como tema abordado, Rochas e Minerais, e foi elaborado pela professora PDE, Elizabete A. Moreno, igualmente orientanda da Prof. Dra. Susana Volkmer. Neste banner é exposta definição de rocha, a apresentação em fotos e texto dos principais tipos rochosos (entre ígneas, metamórficas e sedimentares); os principais minerais formadores das rochas, minerais secundários, e argilominerais, todos com suas respectivas fotografias e composições químicas. O segundo banner apresenta a relação rochas-solo, e os principais problemas ambientais decorrentes de sua exploração, enfatizando-se os ocorridos em Loanda, e os processos erosivos que lá ocorrem. Dois outros banners correspondem às informações fornecidas pelo Kit da MINEROPAR. Eles correspondem a cartogramas contendo os temas “Sua Casa vem da Mineração”, que mostra a distribuição dos recursos minerais em uma residência, e outro denominado “Principais Ocorrências Minerais do Paraná”, que mostra as principais unidades geológicas do estado e a distribuição geográfica dos recursos minerais metálicos, não metálicos e os recursos energéticos. As pranchinhas individuais fornecidas a cada educando para manuseio constituem reproduções dos cartogramas citados anteriormente. Também foram feitas transparências contendo os conceitos fundamentais sobre rocha e minerais, sendo estes mesmos posteriormente utilizados e veiculados na TV Multimídia. Do material produzido para os alunos, consta montagem de uma caixa de minerais, e de três caixas; contendo cada uma, um perfil de solo, exibindo seus respectivos horizontes pedológicos. Uma delas exibe o Latossolo vermelho que ocorre no município de Loanda. Outra caixa mostra um Latossolo vermelho eutroférrico, do município de Maringá. A terceira caixa exibe amostras de solo diversificados do Estado do Paraná; esta caixa tem o intuito de mostrar diferenciações de cor e textura verificadas em solos distintos. Por fim, foram produzidos e formatados no programa PowerPoint, para exibição na TV Multimídia ou em Data show, imagens dos principais tipos de rochas (entre ígneas, metamórficas e sedimentares), fotografadas do Laboratório de Mineralogia do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de MaringáUEM, e também, fotografias obtidas da Wikipédia, de domínio público. REGISTRO DAS EXECUTADAS. AÇÕES PREVISTAS E RESULTADO DAS AÇÕES O início do trabalho ocorreu no começo do ano letivo de 2008 para as série do 2º ano do Ensino Médio, turma A matutino, B e C noturno e 5ª série A matutino. Na ocasião o professor fez explanação da proposta de trabalho, verificando entre os alunos o que era sabido sobre os recursos minerais do Paraná. No segundo encontro foi apresentado aos educandos o Banner nº 1 - Rochas e Minerais, acompanhado de exposição oral, e ilustrações das principais rochas do globo, seus minerais formadores e argilominerais mais importantes associados. No terceiro encontro foi levado à sala de aula o Kit da MINEROPAR contendo amostras de rochas, minerais e alguns recursos ou bens minerais do estado, além de amostras de rochas e minerais do acervo particular do professor. Nesta oportunidade os educandos puderam entrar em contato com os recursos minerais de nosso estado, e por meio de demonstração prática, compreender conceitos referentes a propriedades dos minerais, tais como: dureza, brilho, cor, e traço. A realização desta ação despertou a curiosidade e a participação dos alunos que fizeram vários questionamentos como: Onde se localiza essas rochas? Para que serve? Vale dinheiro essas amostras? Pode ser encontrado em qualquer tipo de rocha? Paga imposto? Qualquer um pode explorar? Esta aula foi muito agradável, para professor e alunos, podendo ser perceptível o interesse e a apreensão pelo tema. No quarto encontro, foram utilizadas transparências contendo os conceitos fundamentais de mineralogia, mineral, polimorfismo, mineralóide, cristal, argilo-minerais, mineral de minério, ganga, minério, mineral industrial, recursos minerais e de jazida mineral. Uma opção encontrada para melhorar esta aula foi a produção de slides para utilização na TV Multimídia. No quinto encontro foi utilizado um recurso audiovisual novo na escola, a TV Multimídia, que permitiu a exibição de imagens das principais rochas do Paraná , além de vídeo da TV Escola sobre Rochas e Minerais. Neste caso, foram abordados conteúdos como: as transformações que ocorrem em nosso planeta e a formação das rochas. Foi exibido ainda o vídeo “Solo na Escola”, uma produção realizada pelo Departamento de Solos e Engenharia Agrícola (www.dsea.ufpr.br) da Universidade Federal do Paraná (www.ufpr.br). Este vídeo tem o objetivo de mostrar o solo enquanto componente do ambiente natural, e que deve ser conhecido e preservado, considerando a sua importância para a manutenção do ecossistema terrestre e a sobrevivência dos organismos que dele dependem. O sexto encontro foi usado para a utilização de caixas de perfil de solo contendo solos de Loanda (latossolo vermelho), indicando os diferentes horizontes do mesmo, com o intuito de apresentar o tipo de solo do município, explicar o processo de intemperismo, e comparar com o latossolo vermelho de Maringá. Esta ação foi realizada com sucesso; os educandos gostaram da forma como foi transmitido o conteúdo (banner), e também das experiências práticas sobre o solo, como o plantio de uma semente de feijão em diferentes tipos de solo do Paraná. A sétima ação ou encontro foi usado para a apresentação do banner contendo os Recursos Minerais do Paraná, e as utilidades domésticas e industriais dos mesmos. Os educandos receberam uma pranchinha individual para que pudessem acompanhar individualmente, a aula sobre a ocorrência e a importância dos recursos minerais no estado. Na oitava e nona ações, utilizou-se novamente das pranchinhas individuais e o professor entregou aos educandos um mapa das mesorregiões geográficas do Paraná, para que fossem localizadas nas mesmas, os respectivos recursos minerais. Esta aula permitiu ao aluno a espacialização dos bens minerais do estado, de modo que ele pudesse ainda verificar áreas mais propensas às atividades mineradoras, e o quanto destas interferiu na atividade econômica do município ou região. Na décima aula desenvolveu-se novamente uma atividade com as pranchinhas individuais, utilizando-se agora de mapa com os quatro compartimentos geológicos, e os três compartimentos geomorfológicos do estado. Os alunos desenvolveram a atividade para perceber a relação entre as litologias e a existência de recursos minerais em nosso Estado. Na décima primeira ação encerraram-se as atividades com mapas utilizando um mapa das Províncias de ocorrências minerais do Paraná (organizado pelo autor), tendo como material de referência às transparências produzidas pela MINEROPAR. Os educandos realizaram a atividade proposta e demonstraram compreender o conceito de província de ocorrência de minerais. Na décima segunda aula foi realizada uma avaliação escrita sobre os conteúdos ministrados para averiguar os resultados da aprendizagem dos educandos e o resultado do desenvolvimento do projeto, o que demonstrou a eficácia do projeto. A partir da décima terceira aula até a décima sexta aula foi retomado o uso do livro didático público do Estado do Paraná. A partir do título “Pare de sonhar com um carro!”, foram tratadas questões referentes a: Fontes de Energia – Recursos renováveis e não-renováveis; Carvão Mineral e Petróleo; Exploração no Paraná, Brasil e Mundo; Energia Elétrica – hidrelétricas no Paraná e Brasil; Utilização do Urânio, e Xisto como fonte de Energia. Todos os temas foram reforçados com slides e/ou vídeos na TV multimídia. Na décima oitava aula foram realizadas atividades escritas para fixação dos conteúdos: Fontes de Energia - renováveis e nãorenováveis; Carvão Mineral e o Petróleo; a Energia Elétrica; Urânio e Xisto. Na décima nona aula foi trabalhado o Etanol (álcool) como fonte de energia. Texto explicado pelo professor e realização de um resumo escrito pelos educandos. Na vigésima aula foi trabalhado o tema Biodiesel – vantagens e desvantagens desta fonte de Energia, reforçado com vídeos na TV Multimídia. Na vigésima primeira aula foi realizada uma avaliação escrita objetiva e subjetiva dos conteúdos ministrados, com objetivo de averiguar a aprendizagem dos conteúdos, como também preparar os educandos para realização de provas objetivas e subjetivas de vestibulares e concursos públicos. A REPERCUSSÃO DO TRABALHO A proposta de trabalho foi apresentada para os professores da área de Geografia, bem como para os demais professores da escola durante a primeira reunião pedagógica no inicio do ano letivo de 2008. Essa explanação teve o intuito de divulgar para os demais educadores, o trabalho que seria desenvolvido. Vários colegas de trabalho elogiaram o material desenvolvido e a proposta de trabalho que seria implementada na escola; a direção da escola e a equipe pedagógica se propuseram a contribuir de alguma forma. A realização de nossa proposta de trabalho em sala de aula teve um retorno favorável por parte dos alunos que gostaram do material didático elaborado, e da forma como transcorreram as atividades, participando ativamente de todas as ações desenvolvidas. Após uma análise preliminar, e uma posterior avaliação escrita, foi possível perceber o bom andamento dos trabalhos, considerando-se ter havido um bom desempenho por parte dos alunos. A boa repercussão do trabalho pode ser traduzida pelas palavras de alunos do 2º Ano - turma A - do Ensino Médio: “para os quais o trabalho desenvolvido não foi uma aula diferente, mas um bimestre inteiro com aulas diferentes”. CONCLUSÃO Durante o período de onze anos como educador, pude constatar que os recursos minerais são geralmente pouco explorados em sala de aula. Os educandos acabam assim, não tendo noção de sua importância estratégica, bem como da necessidade de utilização racional desses recursos. Sem essa conscientização da opinião pública, governos neoliberais têm aproveitado e entregue esses recursos à pilhagem do capital internacional ou para beneficiar grupos locais aliados. A não manifestação da sociedade frente a essas questões, implica na alienação das conseqüências político-econômico-social da exploração dos bens minerais; para restar à confrontação com problemas ambientais advindos da exploração mineral. O trabalho, por seu caráter inovador, por si só, já é de grande valia. A discussão dos temas propostos teve por intuito, também, fazer o aluno pensar a Geografia como uma ciência não fragmentada ou dicotomizada, além de desenvolver uma consciência ambiental e social sobre o uso sustentável dos recursos minerais do nosso estado. Se o propósito não foi integralmente alcançado, pelo menos, foi lançada a oportunidade de se tratar o conhecimento de uma forma inovadora e possível, que tem o compromisso de despertar o interesse do aluno. Isto, sem sombra de dúvidas, conseguimos. REFERÊNCIAS CAMPONESAS, Movimento das mulheres. Justiça nos trilhos! A Vida do Povo ao longo da estrada de ferro Carajás. Disponível <http://www.mmcbrasil.com.br/materiais/021008_justica_trilhos.html> Acesso em: em 10/10/2008. CARLOS, Ana Fani Alessandri (org.). Novos Caminhos da Geografia. São Paulo: 204 p., Editora Contexto, 1999. (p.112) CARVALHO, M.I. Fim de século: a escola e a geografia. Ijui: UNIJUI, 1998. COSCARELLI, Carla Viana. O uso da Informática como instrumento de ensinoaprendizagem. In: Presença Pedagógica. Volume 4. N.20. mar./abr. [s.n.]1998. (p.37-45) CRISTINA, Lana. Mais de 100 mil homens garimparam ouro em Serra Pelada na década de 80. Disponível em: <http://www.radiobras.gov.br/abrn/brasilagora/materia.phtml?materia=251550> Acesso em: 16/11/2008. GERARDI, L. H. de Oliveira; SILVA, Nentwig Bárbara Christine. Quantificação em Geografia. São Paulo: Difel, 1981. LEFEBVRE, H. Production de l´espace. Paris: Anthropos, 1974. 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