Ministério da Defesa, Exército Brasileiro Colégio Militar de Brasília

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Ministério da Defesa, Exército Brasileiro
Colégio Militar de Brasília
Geografia, do 2º ano do Ensino Médio
Geografia Espaço e Vivência (Ensino Médio, volume único). Boligian, Levon e Alves, Andressa. Editora Atual. Unidade VII,
capítulo 42*, p. 572 – 576.
*parte 1 de 2.
Abertura da economia brasileira
Contexto histórico
●Com uma herança econômica caracterizada por altos índices de endividamento, por planos de desenvolvimento fracassados, e
enfrentando dificuldades para a rolagem da dívida por parte das instituições credoras ocorre a transição das políticas econômicas
ditas ortodoxas, o que significa cortar custos do governo e aumentar a arrecadação para políticas econômicas heterodoxas. Com
a chegada de Sarney, em 1985, as políticas começaram a se tornar heterodoxas, diferentes daquelas defendidas pelo FMI (Fundo
Monetário Internacional), o qual impunha regras duras de a econômica ao Brasil como condição para manter seus cofres abertos
às necessidades brasileiras.
●Outros agravantes eram os altos índices inflacionários do período e a estagnação econômica. Segundo Thomas Skydmore (2000,
p. 271), “para efetuar os pagamentos da dívida externa, o governo recorria à crescente dívida pública interna e à criação de dinheiro
inflacionário, o que significava que o serviço da dívida externa havia forçado o governo brasileiro a alimentar as chamas da inflação
que estava crescendo...”. Por conta deste contexto econômico conturbado, houve tentativas de reforma monetária e vários planos
econômicos foram adotados, como o Plano Cruzado, Plano Bresser e Plano Verão. Infelizmente, todos fracassaram ou seus
resultados foram insuficientes para manter a estabilidade econômica que chegaria apenas na década de 90 nos governos Itamar
e Fernando Henrique Cardoso.
●Assim, a década de 80 - período da redemocratização - ficou conhecida como a década perdida (do ponto de vista econômico,
do crescimento e do desenvolvimento) e terminou com uma hiperinflação.
•obstáculos, principais entraves econômicos da década de 80:
a) grande defasagem, dependência tecnológica;
b) precária infraestrutura (esgotamento do sistema energético, restrito eixo de transporte/rodoviarismo);
c) deficit público elevado (arrecadação menor que o custeio);
d) alta inflação (desvalorização/comprometimento/redução crescente do poder de compra)
e) aumento da dívida externa (comprometimento do Produto Interno Bruto – PIB, para o pagamento da dívida externa, reduzindo
a possibilidade de novos investimentos/financiamentos para atividades produtivas, e, ou infraestrutura, e em áreas estruturantes:
educação, saúde, segurança);
Obs.: fim do assistencialismo/protecionismo estatal;
Professor Vinícius Vanir Venturini
https://profvinnyblog.wordpress.com/
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Abertura da economia brasileira
Neoliberalismo
●O Neoliberalismo é adotado política e economicamente na década de 90. Os governos de Fernando Collor de Melo e Fernando
Henrique Cardoso aplicaram preceitos neoliberais, segundo o Consenso de Washington1.
●O neoliberalismo é caracterizado no Brasil pela abertura do mercado interno, diminuindo as barreiras protecionistas (flexibilização
da “fronteira” econômica nacional), facilitando a entrada de mercadorias e investimentos estrangeiros/externos. Objetivava através
dessas manobras político-econômicas era alcançar o crescimento econômico por meio da entrada do capital
estrangeiro/transnacional.
●As principais medidas adotadas pelos países, destacando o Brasil, foram;
a) abertura de comercial com aumento de facilidades para entrada e saídas de capitai, liberando as importações e as exportações.
b) privatização, para reduzir o custo do governo/da máquina estatal.
c) terceirizações, para reduzir o custo do governo/da máquina estatal.
d) fragilização dos direitos civis, trabalhistas e previdenciário, nas aposentadorias, reduzindo o custo social.
● a indústria nacional não suportaria a concorrência, de produtos, das transnacionais ocorrendo a redução da produção industrial
nacional. Inúmeras falências, ou aquisições de industrias nacionais pelo capital estrangeiro provocaram aumento do desemprego
pelo incremento tecnológico/gerencial do processo produtivo.
Obs.: como já vimos o avanço da Terceira Revolução Industrial contribui para o desemprego estrutura, seja pela mecanização no
campo/área rural, seja pela robotização/informatização dos setores secundários e terciários, agravando o desemprego, e a
capacidade de compra da população menos qualificada, que em grande parte acaba migrando para o emprego informal/setor
informal - subemprego, ou marginalizando-se;
Professor Vinícius Vanir Venturini
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Neoliberalismo
Consenso de Washington
● Consenso de Washington foi uma recomendação internacional elaborada em 1989, que visava a propalar a conduta econômica
neoliberal com a intenção de combater as crises e misérias dos países subdesenvolvidos, sobretudo os da América Latina. Sua
elaboração ficou a cargo do economista norte-americano John Williamson.
●As ideias defendidas por Williamson ficaram conhecidas por terem se tornado a base do neoliberalismo nos países
subdesenvolvidos, uma vez que depois do Consenso de Washington, os Estados Unidos e, posteriormente, o FMI adotaram as
medidas recomendadas como obrigatórias para fornecer ajuda aos países em crises e negociar as dívidas externas.
●As recomendações do Consenso de Washington eram:
a) Reforma fiscal: promover profundas alterações no sistema tributário (arrecadação de impostos), no sentido de diminuir os
tributos para as grandes empresas para que elas aumentassem seus lucros e o seu grau de competitividade;
b) Abertura comercial: proporcionar o aumento das importações e das exportações através da redução das tarifas alfandegárias;
c) Política de Privatizações: reduzir ao máximo a participação do Estado na economia, no sentido de transferir a todo custo as
empresas estatais para a iniciativa privada;
d) Redução fiscal do Estado: reduzir os gastos do Estado através do corte em massa de funcionários, terceirizando o maior
número possível de serviços, e diminuição das leis trabalhistas e do valor real dos salários, a fim de cortar gastos por parte
do governo e garantir arrecadação suficiente para o pagamento da dívida pública.
●Caso os países se recusassem a cumprir essas normas, encontrariam dificuldade de receberem investimentos externos e ajuda
internacional por partes dos Estados Unidos e do FMI.
●Tais medidas foram amplamente criticadas por grupos de esquerda, que defendem que a retirada do Estado da economia e a
abertura exagerada da economia para o capital internacional proporcionam a precarização do trabalho e a diminuição da qualidade
de vida da população.
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Professor Vinícius Vanir Venturini
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