Introdução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas Eng.Agr. Sergio Luiz de Almeida Dow AgroSciences Industrial Ltda. INTRODUÇÃO Cupins são insetos que se alimentam de madeira e (e outros componentes celulósicos) e, em seu habitat natural, desempenham uma importante função na natureza relacionada a converter árvores mortas em matéria orgânica (húmus), que é um dos componentes enriquecedores do solo. Devido à esta característica, no entanto, estes insetos apresentam-se potencialmente danosos ao homem quando encontram madeira ou outros materiais celulósicos de importância econômica, tais como madeiras com função estrutural em residências, livros, móveis, etc. Segundo Edward & Mill, 1986, estima-se que sejam gastos, por ano, cerca de US$ 1,92 bilhões para controlar cupins ao redor do mundo. No Estados Unidos, os cupins causam prejuízos anuais superiores aos causados por incêndios ou furacões, sendo os prejuízos estimados em US$ 750 milhões ao ano, atacando cerca de 2 milhões de residências ao ano. No Brasil, existem poucas estatísticas dos prejuízos causados por cupins em áreas urbanas. Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas, em São Paulo, no período de Dezembro de 1973 a Dezembro de 1993, apontou que 47% dos edifícios inspecionados por aquele orgão estavam infestados por cupins subterrâneos (C.havilandi), 15% por cupins de madeira seca (C.brevis) e 38% por ambas as espécies de cupim. O custo estimado para o tratamento destes edifícios foi calculado em cerca de US$ 3,35 milhões. O QUE É CUPIM Cupins são insetos sociais que vivem em comunidades geralmente populosas, formadas por indivíduos que têm diferentes funções. Os cupins atacam plantas vivas, raízes, sementes, cereais e tubérculos, mas podem alimentar-se também de objeto de madeira ou compensado, de papel, etc. , causando sérios prejuízos. Tais cupins, causadores de prejuízos ao homem, é que serão objeto deste estudo. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 1 de 22. Cupins são classificados da seguinte maneira: Reino: Filo: Classe: Ordem: Animal Artropoda Insecta Isoptera (do grego, isos = igual, ptera = asas) Existem mais de 2000 espécies de cupins no Mundo, distribuídos basicamente em áreas tropicais e temperadas. No continente americano (América do Sul, Central e do Norte), encontramos cerca de 514 espécies, divididas em 84 gêneros e 5 famílias, as quais apresentamos no quadro abaixo. Família KALOTERMITIDAE RHINOTERMITIDAE SERRITERMITIDAE TERMITIDAE TERMOPSIDAE Gêneros 15 8 1 58 2 Espécies 112 34 1 363 4 No Brasil, encontramos cerca de 200 espécies de cupim, sendo a maioria benéfica, pois desempenha um papel auxiliar na decomposição de matéria celulósica e aeração do solo. Destas espécies, 2 são consideradas exóticas, ou seja, não existiam no Brasil, sendo trazidas de outros países por meio de caixas de madeira infestadas que chegaram aos nossos portos, rapidamente se espalhando em outras cidades. As principais espécies são o Coptotermes havilandi, ou cupim subterrâneo, pertencente à Família Rhinotermitidae e o Cryptotermes brevis, ou cupim de madeira seca, pertencente à Família Kalotermitidae. BIOLOGIA E COMPORTAMENTO Cupins são insetos sociais, ou seja, formam colônias e apresentam indivíduos com funções específicas, ou seja, existe divisão de trabalho entre os membros da colônia, de tal sorte que um indivíduo dependo do outro para sobrevivência. É assim que são definidas as castas, ou seja, grupos de indivíduos com um objetivo específico. Um cupinzeiro adulto apresenta três principais castas, que são: Reprodutores Soldados Operários Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 2 de 22. Vejamos as principais funções de cada uma destas castas: Reprodutores Alados Os cupins alados, conhecidos popularmente como aleluias, são nada mais do que cupins sexuados (machos e fêmeas) que têm o seu aparelho reprodutor desenvolvido, e tem a função de reprodução e de dispersão. Para levarem a cabo esta última função (dispersão), estes cupins são providos de dois pares de asas as quais utilizam para buscar novos locais para a construção de ninhos. O vôo de dispersão dá orígem ao fênomeno conhecido como revoada ou enxamagem. Os cupins alados aparecem por ocasião da revoada, em dias quentes e úmidos, geralmente entre agosto e outubro. Eles são encarregados da formação de novos cupinzeiros, ou seja, da reprodução da colônia. Ao voltarem ao solo, perdem as asas, procuram um local para se abrigar e se acasalam, originando o casal real (rei e rainha) do novo ninho, responsável pelo nascimento dos novos membros da colônia. Rei e Rainha Diferentemente das formigas, onde o macho morre logo após o acasalamento, existe no cupinzeiro um rei que acompanha a rainha durante toda a sua vida e tem a função única de acasalamento. A rainha, por sua vez existe apenas para ovopositar, podendo viver de 25 a 40 anos colocando os ovos que originarão novos indivíduos no ninho. Durante toda a sua vida, a rainha coloca ovos, sendo que sua capacidade de oviposição aumenta com o passar dos meses. Em média, uma rainha coloca cerca 1000 ovos por dia sendo que, dependendo da espécie, este montante pode variar de 12 (espécies primitivas) a até 80.000 ovos por dia (Bellicosistermes sp). Os ovos têm cerca de 3 mm de comprimento e ficam encubados duas semanas sob os cuidados dos operários. Após saírem dos ovos, as ninfas de cupins alimentam-se de resíduos regurgitados pelos operários por duas semanas. Neste processo de produção de ovos, a rainha sofre um processo de fisiogastria, ou seja, o abdome dilata-se de tal maneira que chega a atingir até 7 cm de comprimento, conforme podemos ver no desenho abaixo. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 3 de 22. O casal real pode transitar por todo o ninho ou ficar confinado a uma câmara real, dependendo da espécie. Soldados São cupins estéreis (não apresentam o aparelho reprodutor desenvolvido), responsáveis pela função de defesa da colônia, basicamente guardar os ninhos contra invasores e proteger os operários durante a coleta de alimentos. São formados a partir dos operários em diferentes estágios de desenvolvimento e apresentam mandíbulas poderosas que, dependendo da espécies, têm a função de esmagar, cortar ou golpear. Algumas espécies apresentam características próprias de defesa. Os soldados de cupins de madeira seca geralmente possuem uma cabeça dura, volumosa o suficiente para obstruir, como uma couraça, passagens mais estreitas do ninho, evitando a entrada de invasores. Já os soldados de cupins subterrâneos, podem se utilizar de uma secreção química produzida pela glândula frontal na cabeça, de natureza tóxica ou viscosa e grudenta, como função de defesa. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 4 de 22. Operários Operários são também cupins estéreis (não apresentam o aparelho reprodutor desenvolvido), que apresentam, no entanto, funções de: encontrar e buscar alimentos e alimentar a colônia, ou seja, o rei, rainha, soldados e alados, cuidar dos ovos, construir, reparar e limpar o ninho, eliminar cupins adoecidos ou mortos, assim como auxiliar os soldados na defesa da colônia. Pela diversidade das tarefas envolvendo funções rotineiras, os operários formam a casta mas numerosa da colônia. FORMAÇÃO DA COLÔNIA A fundação da colônia têm início com a revoada dos reprodutores alados, geralmente no início da primavera. A produção dos cupins alados está relacionada com a idade e tamanho da colônia. Colônias novas normalmente apresentam inicialmente operários e, a seguir, soldados. Somente quando atinge um estágio de desenvolvimento mais avançado é que tem início a produção das formas aladas. A saída dos alados depende de condições ambientais, tais como temperatura, umidade, velocidade do vento, etc. Normalmente existe uma relação entre revoada e manhãs ou tardes quentes logo após uma leve chuva. Os operários são os responsáveis pela abertura do ninho para a saída dos alados. As aleluias são fracos voadores, permanecendo pouco tempo no ar e voando pequenas distâncias. Após chegar ao solo a fêmea e o macho perdem as asas, que são pressionadas contra o solo. No caso de não haver um companheiro, a fêmea atrai omacho através da liberação de ferômonios específicos. Com a chegada do mesmo, ambos partem à procura de um local seguro para montarem o ninho, caminhando de uma maneira particular chamada de “tandem”, onde o macho segue a fêmea em formação dupla. Somente após encontrarem um local seguro é que então se acasalam. Dentro de 2 a 4 semanas tem-se a primeira postura, com aproximadamente 20 ovos que eclodem dentro de 1 mês. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 5 de 22. As ninfas passam do estágio larval para operários e passam a coletar seus próprios alimentos, aumentam o ninho e alimentam as novas larvas, soldadeos, rei e rainha por via oral e de secreção. Mais tarde alguns operários podem se transformar em soldados e reprodutores, sendo que o odor e mensagem química são transmitidos do rei e rainha para a colônia, determinando o desenvolvimento das funções. No caso da rainha vir a morrer ou pare de por ovos, alguns operários, chamados de reprodutores suplementares desenvolvem a função reprodutiva, garantindo a continuidade do cupinzeiro. O ciclo de vida dos cupins encontra-se ilustrado na figura a seguir. Ciclo de vida dos Cupins CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS Como colônia definimos o conjunto de indivíduos que formam a sociedade dos cupins e a estrutura em que se encontram alojados. Quando falamos em ninho, nos referimos apenas à estrutura que abriga os cupins. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 6 de 22. As colônias podem variar em tamanho e formato. Já foram reportadas colônias que contém apenas 100 indivíduos a colônias com mais de 1.000.000 de indivíduos. Em um levantamento feito com colônias de Coptotermes sp chegou-se a estimar a população 2 de cupins em 3.300.000 indivíduos se alimentando em uma área de cerca de 1100 m . Em uma outra colônia de Reticulitermes spp foram estimados 810.000 indivíduos se 2 alimentando em uma área de aproximadamente 280 m . (Edwards and Mill, 1986). Quanto ao formato, já foram encontradas colônias com os formatos os mais variados possíveis, a exemplo do próprio cupim-de-montículo, que não ataca estruturas construídas pelo homem, cujo ninho apresenta-se na forma de um montículo (daí o nome) em áreas agrícolas, que sai do nível do solo. Outros ninhos apresentam os túneis e câmaras dispersos no solo, sendo denominados de ninhos difusos por este motivo. Podemos encontrar também ninhos arbóreos, construídos em cima de árvores ou ninhos subterrâneos, edificados de maneira a ficarem totalmente imersos no solo, a profundidades variáveis. Os ninhos podem estar ainda restritos à própria madeira atacada, como é o caso dos cupins de madeira seca, que escavam túneis e câmaras na própria madeira. As colônias crescem lentamente, podendo levar de 5 a 7 anos até que os estragos causados pelo consumo de materiais celulósicos próximos se tornem visíveis. Esta característica de apresentar sinais tardios de infestação é um dos principais problemas em seu controle, uma vez que quando os mesmos aparecem, o ataque já é grande e o prejuízo já existe. COMUNICAÇÃO QUÍMICA Com exceção dos cupins alados (reprodutores) os cupins não são dotados de olhos, ou seja, são todos cegos. Toda a comunicação entre a colônia é feita através de feromônios, ou seja, comunicação química. Feromônios são substâncias excretadas por um indivíduo que afeta o comportamento de outro indivíduo. Muito ainda necessita ser estudados sobre a influência destes feromônios no comportamento da colônia, mas sabe-se que os mesmos são muito importantes para definirem quando os cupins alados devem se desenvolver, quando um operário têm que se transformar em soldado ou até mesmo para demarcar fontes de alimento. Assim, por exemplo, a abundância de uma determinada casta, por exemplo de operários, pode fazer com que exista a predominância de um determinado feromônio e, essa quantidade de produto faz com que tenha início a produção de cupins alados para formarem outros ninhos. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 7 de 22. A influência dos feromônios na demarcação de fontes de alimentos está bem estudada. É sabido que os cupins procuram alimento aleatoreamente na área em que se encontram. No entanto, quando uma fonte de alimento é encontrada, os cupins operários voltam ao ninho marcando o caminho com feromônio de marcação (veja figura a seguir), o qual será seguido por outros cupins até a fonte de alimentos. Estes, por sua vez, novamente marcarão o caminho ao voltarem ao ninho, tornando a trilha cada vez mais forte. glândula de feromonio posição normal d e p o s i t a n d o f e r o m o n i o Quando a fonte de alimento se esgota, a trilha passa a ficar mais fraca naturalmente e os cupins deixam de seguí-la em busca de alimento. Também é através de odores químicos que os cupins reconhecem os membros de suas colônias, distinguindo-os de membros de outras colônias ou até mesmo invasores. COMO OS CUPINS ENTRAM EM UMA ESTRUTURA? Quando estudamos o comportamento dos cupins em sua busca de alimentos, chegamos à conclusão que os cupins entram nas edificações por rachaduras e frestas na estrutura, principalmente quando as mesmas se apresentam em uma área de contato com o solo ou próximas ao solo. Como frestas existentes na estrutura podemos citas os blocos ocos (tijolo “baiano”), juntas de dilatação, juntas frias existentes entre duas estruturas de concreto, inserções de canos hidráulicos e conduítes elétricos, rachaduras existentes em pisos de concreto, etc. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 8 de 22. As formas aladas dos cupins também podem dar orígem a uma infestação na estrutura, embora esta possibilidade seja particularmente pouco expressiva quando comparada com infestações originadas por colônias localizadas no solo. Neste particular, novamente as rachaduras e frestas na estrutura desempenham um papel fundamental na proliferação desta infestação para outros locais da estrutura. Desta maneira, quer a infestação seja originada de colônias estabelecidas no solo ou de cupins alados que formarão seus ninhos na estrutura, rachaduras e frestas são fundamentais para que o cupim adentre a estrutura e devem ser, por este motivo, corrigidos. FATORES QUE FAVORECEM O ATAQUE Dentre os fatores que favorecem a intensidade de infestação por cupins em uma estrutura quando se encontram nas proximidades da mesma, podemos citar: 1. Sepultamento de entulhos É muito comum em prédios, durante a construção, que restos de madeira utilizados nas formas de concreto, sejam deixados nos chamados “caixões perdidos”, espaços entre um andar e outro sem função específica, a fim de diminuir custos com o descarte de entulhos. Da mesma maneira, o solo ao redor da estrutura é utilizado para o enterrio deste material, rico em celulose, que se transforma em fonte de alimento para os cupins, favorecendo a proliferação destes insetos ao redor da construção. Em sua busca contínua por novas fontes de alimento, os cupins encontrarão passagens naturais para infestarem a estrutura. 2. Espaços entre estruturas, tais como vãos livres e frestas Estes espaços, muitas vezes pouco ventilados, permitem um abrigo útil ao desenvolvimento de uma colônia sem que seja perturbada por fatores externos. Muitas colônias em prédios são encontradas nestes espaços disponíveis na estrutura. 3. Solos orgânicos (com raízes abaixo das construções) Da mesma maneira, raízes deixadas abaixo de construções são fonte de material celulósico, servindo de alimento para cupins. 4. Árvores cortadas ou agredidas (mal podadas) Quando os troncos de árvores são cortadas e seus raizames são deixados no solo, eles se tornam fonte de alimento para cupins. Muitas vezes, em inspeções, encontramos ninhos de cupins associados ao raizame morto de uma árvore cortada. Nestas situações vale a pena retirá-los do solo por ocasião do corte do tronco. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 9 de 22. Já árvores mal podadas ou agredidas, apresentam ferimentos onde os cupins alados podem se alojar e, a partir daí, desenvolverem uma colônia. 5. Condições de Umidade Áreas mal drenadas em gramados e outras condições que favorecem a umidade excessiva em um determinado local (tal como colocar pneu em volta de árvores, áreas com torneiras gotejando, etc.), podem favorecer o desenvolvimento de cupins pelo fato dos mesmos necessitarem de umidade para sobreviver. Estas condições de umidade devem ser corrigidas para um efetivo controle da infestação. Tais fatores serão descritos com mais detalhe no módulo de “Inspeção de Cupins”. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE CUPINS NO BRASIL Agora que conhecemos um pouco da biologia e comportamento dos cupins, vamos estudar as principais espécies de cupins que infestam estruturas no Brasil, ou seja, o Cryptotermes brevis, ou cupim de madeira seca e o Coptotermes havilandi, ou cupim subterrâneo. A seguir apresentamos as principais características destas espécies. Cryptotermes brevis (cupim de madeira seca) Classificação Família: Kalotermitidae Gênero: Cryptotermes Espécie: Cryptotermes brevis (Walker, 1853) Descrição O cupim de madeira seca, chamado cientificamente de Cryptotermes brevis, é um cupim que apresenta colônias pequenas, normalmente restritos à peça atacada, apresentando sinais externos de ataque bastante discretos. O seu ataque encontra-se em expansão no Brasil, onde acredita-se tenha sido introduzido em …, através de importação de estruturas de madeira infestadas. Provavelmente de orígem na Jamaica, este cupim vêm espalhando-se, através de navios, para o resto do mundo. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 10 de 22. O soldado deste cupim apresenta uma cabeça dura e volumosa (cilindróide e truncada na frente, do tipo fragmótica), de cor castanho avermelhada, escura a quase negra, que constrata com o colorido esbranquiçado do resto do corpo. A cabeça é utilizada para obstrução dos canais, quando é necessário defender o ninho. Os canais de comunicação no interior dos ninhos são, por este motivo, estreitos. O C. brevis é típico de construções humanas, ou seja, nunca são encontrados em árvores ou mesmo em madeiras abandonadas no exterior de construções humanas. Estes cupins são sensíveis à umidade e, portanto, à perda de água. Esta sensibilidade é tamanha que excretam pelotas fecais secas, a fim de não perder água no processo de eliminação de impurezas orgânicas. Estas fezes ficam armazenadas por um tempo em uma câmara no ninho e podem ser usadas para fechar canais que eventualmente não estejam mais sendo utilizados. Periodicamente, por causa do acúmulo de fezes, os cupins as eliminam sob a forma de uma “chuva” típica. As fezes se acumulam, assim, logo abaixo do oríficio de eliminação, ao largo da peça atacada. Este é o mais típico sinal de infestação por cupins de madeira seca. Após a eliminação das fezes, o orifício formado (de formato circular com diâmetro de cerca de 1-2 mm) é então novamente tapado por uma membrana de material lenhoso. As fezes apresentam um formato de pequenos grânulos (0,5 mm de comprimento) , ovalados e, quando observados com lupa, é possível observar 6 reentrâncias causadas pela impressão dos músculos retais nas paredes das fezes. Os orifícios de eliminação são posteriormente fechados com uma membrana fina que é periodicamente aberta para novas eliminações. Assim eles não perdem água ou tampouco permitem a passagem de invasores. O cupins desta espécie, C. brevis, formam pequenas colônias, com cerca de 300 indivíduos a alguns milhares, mas podem haver centenas de colônias convivendo no mesmo ambiente. Suas revoadas são geralmente noturnas (início da noite), sendo que, pelo fato de terem poucos indivíduos, são revoadas pequenas e discretas. Os casais formados após a revoada instalam-se em furos de prego, encaixe de peças, frestas, etc. Uma colônia de C. brevis cresce lentamente. Para se ter uma idéia, um ninho formado por um casal de cupins, apresenta um ano após o acasalamento, cerca de 3 a 4 ninfas, 1 a 2 ovos e nenhum soldado. No entanto, não se deve subestimar os danos potenciais causados por este cupim, pois quando se percebe efetivamento o dano, o prejuízo já é grande. Como cupins são espécies sensíveis, dificilmente infestam peças de madeira que apresentem movimento constante, uma vez que este movimento pode esmagá-los antes de conseguirem abrigo através de uma fresta. Assim objetos como cadeiras, portas e janelas normalmente não são atacadas pelo mesmo. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 11 de 22. Quando infestam peças que são móveis, o ataque é discreto, podendo formar colônias completas no interior da peça, mesmo as de menor tamanho. Esta capacidade de habitar peças facilmente transportáveis, sem apresentar sinais externos de ataque, favorece sua dispersão quando as peças são transportadas a diferentes regiões geográficas. Dentre as peças mais comumente atacadas pelo cupim de madeira seca, destacamos o batente de portas e janelas (que ficam fixo, sem movimento, em contato com a parede), móveis e armários embutidos, rodapés e forros de madeira. Estantes com livros que não são movimentados podem ser objeto do ataque destes cupins, sendo que um dos procedimentos aconselhados para a manutenção de acervos culturais, é a sua constante movimentação e limpeza, a fim de evitar o estabelecimento de colônias nestas peças. Coptotermes havilandi (cupim subterrâneo) Classificação Família: Rhinotermitidae Gênero: Coptotermes Espécie: Coptotermes havilandi Holmgren, 1911. Descrição O Coptotermes havilandi é uma das espécies de cupins denominados de cupins subterrâneos pelo fato dos ninhos serem construídos no solo, abaixo da superfície, sendo, sem sombra de dúvida, a espécie invasora de estruturas de maior importância no Brasil. Hoje sabemos que esta espécie também constrói ninhos acima do solo, particularmente em caixões perdidos no interior de estruturas. No entanto, manteremos a denominação convencional de cupim subterrâneo pelo fato da mesma encontrar-se difundida entre pesquisadores no mundo todo. Dentro da família Rhinotermitidae encontram-se os cupins que mais prejuízos causam à amdeira, em todo o mundo. Existem cerca de 45 espécies de cupins descritas e, dentre elas, o Coptotermes havilandi, que infesta estruturas no Brasil. Nos Estados Unidos existe uma espécie diferente, denominada Coptotermes formosanus, que ainda não ocorre no Brasil. Recentemente foi identificado o Coptotermes havilandi em um bairro de Miami, uma cidade portuária localizada no Estado da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, fato este que tem causado grande preocupação aos norte-americanos. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 12 de 22. No Brasil, acredita-se que o C. havilandi foi introduzido em 1923, através de importações de materiais infestados que chegaram por cidades portuárias. Ou seja, da mesma maneira que ele acabou sendo introduzido nos Estados Unidos em 1996: de navio. O soldado desta espécie apresenta a cabeça arredondada, de cor amarelo claro, com mandíbulas proeminentes e dotados de um poro logo atrás das mandíbulas que é conectado a uma glândula cefálica. Esta glândula produz um líquido viscoso do tipo cola que é usado para defesa, sendo excretado em grande volume (proporcionalmente) quando encontram-se em perigo. Esta espécie de cupim infesta domicilios, árvores ornamentais, madeiras em geral (parques, jardins), formando colônias com mais de 100.000 indíviduos (pode chegar a até muitos milhões). Os ninhos são volumosos e normalmente são construídos em locais OCULTOS E ÚMIDOS tais como em porões, caixões perdidos, lajes duplas, frestas em construções, etc. Este cupim não necessita de contato com solo para se desenvolver, desde que tenha contato com a água (há casos de infestação em prédios nos andares mais altos e nos logo abaixo não). No entanto, o foco pode até estar no próprio solo. Uma das principais características deste cupim é que não estão restritos à peça atacada. Para passar de um local à outro, o C. havilandi usa fezes e partículas de solo cimentadas com saliva, na construção de galerias de comunicação, formando longos túneis que os protegem do ataque de inimigos naturais e da perda de umidade. Estes cupins são tão vorazes que chegam a fazer 30 a 50 metros de galerias a procura de alimento, transitando pelos espaços formados por fiações elétricas, conduítes telefônicos, frestas de instalações hidráulicas e prumadas de esgoto, típicas de prédios. Também apresentam um comportamento ávido por espaços vazios, o que facilita a infestação de grandes construções ou instalações como caixas de luz, onde a madeira que suporta as chaves elétricas ou relógios de medição ficam protegidas do ambiente externo pelo vidro colocado nas caixas. O preenchimentos dos espaços vazios é rápido e mesmo que não haja frestas, se o reboque se apresentar fresco ou estiver fraco, os cupins podem remover os mesmos da parede e controir a colônia (caso localize um túnel isolado na parede experimente quebrar a parede para localizar frestas). Os ninhos são construídos da mesma maneira das galerias, ou seja com o uso das fezes úmidas que são colocadas uma sobre a outra, formando estruturas tipicamente do tipo cartonado, repleto de galerias internas. O crescimento da colônia é muito mais rápido do que o crescimento da colônia de cupim de madeira seca. O ninho formado por um casal apresenta, um ano após o acasalamento, cerca de 40 indivíduos entre soldados e operários. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 13 de 22. Da mesma maneira que os cupins de madeira seca, quando os sinais de infestação tornam-se aparentes, muitas vezes o prejuízo já é de grande monta, nada mais restando ao proprietário do imóvel que controlar a infestação e consertar os locais atacados. Por apresentarem colônia muito grande, as revoadas dos C.havilande, é de grande porte e ocorre normalmente entre 17 e 20 horas, quando a umidade favorece (pode no entanto revoar mais tarde). MÉTODOS DE CONTROLE TRATAMENTO DE CUPINS DE MADEIRA SECA Os métodos de controle de cupins de madeira seca basicamente consistem em: 1. Remoção da madeira atacada 2. Fumigação 3. Tratamento da madeira No primeiro caso, mencionamos uma medida mecânica, que não envolve a colocação de produtos químicos mas que normalmente não é possível de ser feita. Não obstante, acreditamos ser importante apresentarmos as alternativas viáveis para o controle desta praga. O segundo caso - fumigação, é o ideal em situações onde o ataque deste inseto encontra-se disseminado de maneira extensiva na estrutura inspecionada, tornando-se praticamente impossível o tratamento de cada madeira infestada por estes insetos. Nos Estados Unidos, a Dow AgroSciences possui um produto denominado Vikane*, um gás a base de sulfuryl fluoride que eficientemente controla este tipo de cupim, assim como outras pragas invasoras de estruturas. Para este tipo de aplicação, a casa é coberta por uma lona plástica impermeável ao gás, sendo o mesmo aplicado apenas por profissionais devidamente treinados. A grande vantagem do uso do gás é a sua dispersão rápida e uniforme em toda a área a ser tratada, penetrando em todos os vãos estruturais que potencialmente podem estar infestados pela praga. No Brasil, o uso de gases não é utilizado para este tipo de tratamento, sendo mais comum o tratamento de madeira. Algumas câmaras com CO2 (gás carbônico) podem ser utilizadas para o controle de cupins de madeira seca em algumas peças específicas. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 14 de 22. O tratamento direto da madeira infestada, por sua vez, é mais recomendado para infestações mais restritas. Neste caso, a solução cupinicida é injetada diretamente na madeira, através de furos feitos na mesma, procurando-se atingir as galerias colonizadas pelos insetos. Com este objetivo, vários furos variando de 0,5” ou menores, são feitos na madeira, sendo posteriormente utilizados para a injeção da solução cupinicida. Após a colocação do cupinicida, os furos na madeira devem ser fechados, minimizando aspectos relacionados a odor. Para este tratamento, normalmente são utilizadas soluções com solventes orgânicos (querosene por exemplo) em vez de soluções com água, uma vez que a água na madeira pode criar condições para a proliferação de fungos. Outras opções de controle, quando possível, envolvem o tratamento térmico. Cupins de madeira seca podem morrer se mantivermos as estruturas infestadas expostas ao calor o o de 66 C por 1h30min ou por quatro horas em uma câmara à 60 C. Da mesma forma, cupins submetidos ao frio podem morrer, como por exemplo, quando peças atacadas o são expostas a uma temperatura de 9 C negativos por quatro dias. Medidas Preventivas Existem ainda, uma série de medidas que podem ser consideradas preventivas do ataque de cupins de madeira seca, a saber: a. Uso de madeiras tratadas na construção b. Colocação de telas (20 mesh) para prevenir a entrada de alados nas áreas internas da estrutura. d. Uso de madeiras naturalmente mais resistentes e. Proteção da superfície exterior das madeiras com tintas, vernizes ou outras coberturas apropriadas, com o objetivo de tapar frestas e ranhuras onde os cupins possam se alojar. TRATAMENTO DE CUPINS SUBTERRÂNEOS Cupins subterrâneos necessitam de umidade para sobreviver; por causa disto colônias são geralmente encontradas no solo. Os operários deixam a colônia em busca de alimentos retornando à colônia em busca de umidade. Locais onde pisos de madeira ou outras estruturas de madeira encontram-se em contato constante com o solo úmido, proveêm fácil acesso entre o local da colônia e a fonte de alimento. A necessidade de umidade é uma característica que pode, assim, ser utilizada para ajudar no controle destes insetos. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 15 de 22. Alterações mecânicas, incluindo eliminação de pontos de contato madeira-solo, substituição de madeira ou objetos atacados, remoção de sugeiras de celulose e redução do excesso de umidade na estrutura podem ajudar no manejo de infestações de cupins. Métodos de Controle Quatro estratégias básicas devem ser consideradas para se controlar cupins subterrâneos: a. Alteração mecânica b. Tratamento de Solo c. Tratamento da Fundação d. Tratamento da Madeira Alterações Mecânicas Chamamos de alterações mecânicas qualquer medida que torne a estrutura menos susceptível ao ataque de cupins. Estas medidas podem incluir: a. Modificação estrutural com o objetivo de evitar o acesso de cupins ao alimento ou à umidade. Por modificação estrutural assumimos que a estrutura já esteja construída, não restando outra alternativa senão corrigir situações que levem à proliferação da população de cupins, como corrigir pontos de umidade, vãos estruturais, etc. b. Instalação de barreiras mecânicas (como chapas metálicas), para impedir a entrada de cupins. c. Remoção de entulhos de celulose ou excesso de umidade do ambiente d. Criação de mecanismos que facilitem a inspeção de áreas críticas ou vulneráveis da estrutura. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 16 de 22. Tratamento de Solo Definimos como tratamento do solo a aplicação de cupinicidas no solo imediatamente adjacente à estrutura com o objetivo de prevenir o acesso de cupins à estrutura. Tratamento da Fundação Por tratamento da fundação definimos a aplicação de produtos químicos em qualquer tipo de fundação estrutural com o objetivo de evitar o acesso dos cupins a estrutura. Este procedimento envolve a aplicação de cupinicidas nos vãos existentes internamente ou entre à fundação. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 17 de 22. Tratamento de Madeira O tratamento de madeira com produtos químicos é uma prática bastante comum para conferir à mesma uma maior resistência ao ataque de cupins e pode ser feita de diferentes maneiras, conforme a necessidade. Assim, o tratamento de madeira varia desde o tratamento sob pressão feito na madeira antes de ser utilizada na estrutura até a perfuração e injeção de cupinicidas nas galerias formadas pelo ataque de cupins, assunto este comentado anteriormente quando nos referimos aos cupins de madeira seca. Neste texto, daremos uma ênfase maior ao tratamento de solo e da fundação, visando o estabelecimento de barreiras líquidas, impermeáveis ao ataque de cupins. BARREIRAS LÍQUIDAS Um controle mais eficiente da infestação de cupins pode ser conseguido com o estabelecimento de barreiras líquidas entre as colônias e as fontes de alimento. O controle químico de cupins subterrâneos usualmente envolve o tratamento do solo abaixo e ao redor da fundação da estrutura, de modo que o solo em ambos os lados da fundação sejam tratados. As intervenções necessárias para se fazer este tratamento em estruturas envolvem um trabalho intensivo, apresentando muitas vezes necessidade de se furarem pisos e paredes. Desta maneira, as melhores oportunidades para se tratar cupins aparecem durante as reformas de imóveis, quando têm-se maior liberdade para realizarem-se as intervenções necessárias. Outra oportunidade é antes do imóvel ser construído. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 18 de 22. BARREIRAS LÍQUIDAS - PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS Os principais procedimentos operacionais que podem surgir em um tratamento de solo são descritos a seguir de uma maneira coordenada. Sempre leia e siga as instruções do rótulo dos produtos para utilizá-los de maneira correta. 1. ESTABELEÇA UMA BARREIRA CONTÍNUA AO REDOR DOS SUPORTES DA FUNDAÇÃO: Esta barreira contínua caracteriza-se pela aplicação da solução cupinicida em profundidade, ao redor de suportes da fundação, paredes estruturais, áreas críticas (fendas no cimento), etc. ➮ Pressão: 25-50 psi (ou aplicação por gravidade) ➮ Dosagem: 5 l de solução / metro linear / 30 cm profundidade ➮ Notas: a. Profundidade é a distância entre a superfície do solo e o topo da fundação. b. Para algumas construções típicas, temos as seguintes profundidades padrões: - Concreto - 30 cm - Estruturas sob pilastras - 60 a 90 cm - Porões - 180 a 240 cm c. Tipos de aplicação: - Trincheira (área externa da casa, quando ouver gramados) - Quando o topo da sapata encontra-se em profundidades entre 30 - 40 cm. - Haste Injetora - Quando a profundidade for maior que 40 cm. - Espaçamento dos furos: 30 - 60 cm. (variando com o tipo de solo / umidade) Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 19 de 22. 1.1. CASO AS PAREDES ESTRUTURAIS SEJAM COMPOSTAS DE BLOCOS OCOS, PROCEDA AO TRATAMENTO DA FUNDAÇÃO: PAREDES DE BLOCOS OCOS ➮ Perfurar na 2a./3a. linha de blocos (de baixo para cima); Espaçamento: 30 cm. ➮ Dosagem: 2,5 l de solução / metro linear de parede ➮ Nota: - O objetivo desta barreira é fazer com que a solução atinja a base do bloco, onde o suporte estrutural se encontra, a fim de tratar espaços ou fendas na estrutura. - Este tipo de aplicação é muito comum em casas que possuam porão. Pontos de Penetração no concreto, frestas no piso e outros vãos devem ser tratados também. 1.2. TRATAMENTO DE TERRA SOLTA Para o caso de tratar áreas críticas, retire o solo do local e o trate separadamente, sobre uma manta impermeável. Aplique 4 litros de solução para 3 cada 0,03 m de terra (equivalente a 30 litros de solo / terra) Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 20 de 22. 2. ESTABELEÇA UMA BARREIRA CONTÍNUA SOBRE O LOCAL ONDE O PISO SERÁ CIMENTADO: Uma vez que o piso de concreto ainda não foi colocado (quando a estrutura ainda está sendo construída), uma barreira contínua deve ser estabelecida, com a aplicação da solução cupinicida superficialmente, onde o cimento será colocado ou os suportes da fundação construídos, assim como no solo abaixo de: escadas, pátios, garagens, etc. ➮ ➮ ➮ Pressão: 25 psi (baixa pressão) ou por gravidade Dosagem: 2 Enchimento “sujo” - 4 l de solução / m 2 Enchimento “pedregoso” - 6 l de solução / m Notas: a. A aplicação da solução deve ser a última operação feita antes da colocação do concreto b. Caso o concreto não possa ser colocado de imediato, cobrir a área de aplicação com uma lona plástica de polietileno. c. A baixa pressão evita formação de neblina e respingos durante a aplicação, assim como permite uma maior vida útil ao equipamento de aplicação. Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 21 de 22. Referências Bibliográficas Anonymous. 1986. Termite treatments: back to the basics. Pest Control Tech. 14(3): 4246 Bennett, G.W., J.M.Owens & R.M.Corrigan. 1988. Subterranean termites, pp. 147-161. In, Trumans Scientific Guide to Pest Control Operations, Edgell Communications, Duluth, MN. Katz, H. 1988. Termiticide labels cam be contusing. Pest Control Tech. 16(3): 74-75, 78. National Pest Control Association, 1985. Approved Reference Procedures for Subterranean Termite Control. N.P.C.A., Dunn Loring, VA 150 pp. Pinto, L. 1988. Controlling termites: the battle in the trenches. Pest Control. 56(4): 12, 75. Brett, B.L. & S.Robertson. 1991. 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Instrodução ao Controle de Cupins em Áreas Urbanas, Página 22 de 22.