Diogo Araujo – Med 92 Terceiro Módulo de Fisiologia Cardiovascular (PS 1: Galera, as anotações estão uma zona, um peteco, uma desordem total! Mas têm um pouco do que foi visto em sala de aula. Por favor, desconsiderem a desorganização) (PS 2: a primeira que está anotada aqui foi dada pelo Hervaldo (não tá muito legal); a segunda está bem melhor) :) Os objetivos do controle da função cardiovascular são: - manter o nível basal das variáveis fisiológicas - promover ajustes das variáveis segundo as necessidades de demanda funcional - compensar desvios agudo de curta duração -compensar desvios mantidos por longo tempo O SNC contém os níveis mais superiores de regulação. Constitui o centro regulador. Recebe dados provenientes de receptores vasculares, barroceptores, quimioceptores. A ação local forma influências reguladoras na intimidade dos órgãos e aparelhos. Elas mantêm um ajuste do fluxo sanguíneo local. No próprio local, são produzidas substâncias vasodilatadoras e vasoconstrictoras. A regulação a longa distância pode ser feita por mecanismos neurais, humorais e neurohumorais. A regulação a longa distância é feita de maneira direta através do sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático). Os principais reflexos cardiovasculares são: - reflexo barorreceptor (principal); ele é dominante, porque é ele quem regula a emissão de sangue para o encéfalo; os demais reflexos são moduladores do reflexo barorreceptor. O único reflexo que é superior ao barorreceptor é o reflexo de isquemia cerebral. A isquemia cerebral Diogo Araujo – Med 92 promove a liberação de catecolaminas e aumento do tônus simpático, com predominância sobre todos os outros reflexos. - reflexo quimioceptor; - reflexo de isquemia cerebral. Centros simpáticos adrenérgicos (cardioestimulador, vasomotor e vasodilatador) e centro parassimpático. São mecanismos reguladores participantes da influência humoral: - catecolaminas (produzidas pela medula da adrenal); - fator natriurético atrial (produzido principalmente pelo átrio direito [eu acho]); - vasopressina (produzida pela neuro-hipófise); - angiotensina (produzida a partir da conversão de angiotensinogênio em angiotensina I [pela renina] e posterior conversão da angiotensina I em angiotensina II [pela enzima conversora de angiotensina]). O parassimpático não promove vasodilatação, porque parassimpático não inerva vasos. No entanto, há receptores muscarínicos nos vasos que respondem à presença de acetilcolina e de agentes farmacológicos. São mecanismos reguladores neuro-humorais: o simpático (que é um mecanismo neural) atua estimulando a secreção de renina-angiotensina (que é um fator humoral). No entanto, não há uma alça neuro-humoral no parassimpático. Há mais mecanismos de elevação da pressão arterial do que de redução da mesma. Por isso que os indivíduos tendem a ser hipertensos. Respostas imediatas (de curta duração; levam 1 a 2 segundos para serem sentidas) são mediadas pela via neural: - reflexos neurológicos (barorreceptor, isquemia cerebral e quimiorreceptor); - dependentes de influências autonômicas sobre: - freqüência cardíaca; - volume sistólico; Diogo Araujo – Med 92 - débito cardíaco; - resistência vascular periférica; - retorno venoso; Idosos e diabéticos têm falhas nesse mecanismo de regulação simpática. A resposta vagal leva milissegundos para ser sentida. A freqüência cardíaca é modulada rapidamente pelo sistema vagal e lentamente pelo simpático. Quando um indivíduo sai da posição de decúbito para ortostática, o vago atua rapidamente, perdendo o seu tônus. Posteriormente, o simpático atua, aumentando a freqüência cardíaca e a força de contração do coração. Respostas intermediárias: - natureza humoral, neuro-humoral e hemodinâmica - freqüência cardíaca - volume sistólico - débito cardíaco - resistência vascular periférica - retorno venoso - volume sanguíneo - fator natriurético atrial: produzido com a dilatação atrial e das veias abdominais. Promove a natriurese, com diminuição da volemia. - regulação a médio prazo. Controle de longa duração (ou lenta). Depende do rim. - natureza humoral e hemodinâmica (pressão de filtração glomerular); - influências sobre o débito urinário. Diogo Araujo – Med 92 Visa a eliminação e conservação de água e sódio pelos túbulos renais – pressão de filtração glomerular e fluxo plasmático renal. Pressão de filtração no glomérulo e capacidade de reabsorção do filtrado nos túbulos distais. Tudo isso influencia no débito urinário e, consequentemente, na volemia e em fatores hemodinâmicos. Alça hormonal do sistema renina-angiotensina-aldosterona. É um mecanismo auto-regulador da sua pressão de enchimento. A aldosterona apresenta ação sobre a resistência vascular periférica e ação sobre a volemia. Ação do hormônio antidiurético (vasopressina). Atua controlando reabsorção de água do filtrado. Ação do fator natriurético atrial. Ação direta sobre controle da volemia. Ação indireta sobre a pressão arterial. Perguntas possíveis de prova: 1) Quais são os três mecanismos básicos de regulação do sistema cardiovascular? Qual é o mais forte? 2) Quais deles são de regulação imediata, intermediária ou longa? 3) Vasopressina, catecolaminas, sistema renina-angiotensina-aldosterona e fator natriurético atrial são fatores humorais. Onde são produzidos e como atuam? 4) Qual a sequência de ações do sistema nervoso sobre o sistema cardiovascular quando um indivíduo sai da posição de decúbito para a posição ortostática? 5) Quais são os objetivos da regulação cardiovascular? Qual a variável mais importante e o que ela representa? 6) O que é nervo de Hering? 7) Como se dá a inervação cardíaca pelo sistema nervoso autônomo? Quais são os efeitos da hiperestimulação de cada uma das divisões do SNA? 8) O que acontece se houver desnervação simpática do coração? O coração pára? 9) Qual a ação da endotelina e do óxido nítrico? 10) Qual a relação entre os fatores de controle locais e sistêmicos? Em caso de isquemia, qual é mais forte? 11) Quais são as respostas locais e sistêmicas que ocorrem quando há isquemia de uma região? Coloque em ordem de surgimento. 12) O que é o fenômeno de reentrada? 13) O que acontece com a função cardíaca quando há hiperpotassemia ou hipercalcemia? 5) A regulação cardiovascular serve para: manter as variáveis (freqüência cardíaca, força de contração, débito cardíaca, pressão arterial...) em padrões satisfatórios; modificar essas variáveis quando necessário (como no exercício, por exemplo); corrigir alterações agudas das variáveis (como quando um indivíduo passa do decúbito para a posição ortostática); corrigir alterações crônicas (como produzir um espessamento cardíaco ou uma diminuição de frequência cardíaca em resposta a treinos diários). Diogo Araujo – Med 92 A pressão arterial média é a variável mais importante. Representa a pressão de enchimento vascular. 6) Ramo do nervo glossofaríngeo que inerva o seio carotídeo e tem efeito depressor (ou seja, que culmina com a diminuição do tônus simpático e aumento do parassimpático, como visto no reflexo barorreceptor). 7) Página 117 do Guyton (ou próximo dessa página, já que tenho a nona edição e está em inglês). O simpático inerva todo o coração (inclusive os ventrículos). O parassimpático tem uma inervação mais restrita ao nodo sinoatrial e junção atrioventricular. A hiperestimulação do simpático pode aumentar a freqüência cardíaca para até 180-200bpm! Além disso, o aumento de força de contração que ela causa pode elevar o débito cardíaco em até três vezes os valores de repouso. A hiperestimulação do parassimpático faz com que o coração pare por alguns instantes. No entanto, devido ao escape vagal, o coração pode voltar a bater com uma freqüência de 2040bpm. Além disso, o parassimpático é capaz de reduzir a força de contração do coração em até 30%. Essa inibição só não é maior porque o parassimpático não inerva a região dos ventrículos. 8) O coração não pára. Há diminuição da freqüência cardíaca e da força de contração, com redução do débito cardíaco em até 30% do valor de repouso. 9) As endotelinas são peptídeos produzidos em vários tipos de tecidos, reconhecidos como vasoconstritores endógenos potentes. Causam vasoconstrição de quase todas artérias e veias, além de produzir proliferação das células musculares lisas dos vasos. A produção da endotelina é regulada por vários estímulos mecânicos e químicos como hipóxia, lesão da parede vascular e angiotensina II. Importantes papéis no desenvolvimento de várias patologias tais como a hipertensão sistêmica e aterosclerose. No endotélio vascular ocorre liberação continuada de óxido nítrico (NO), responsável pela manutenção do fluxo sangüíneo tecidual. O NO tem função vasodilatadora fisiológica. Assim, durante exercício físico, ocorre aumento do débito cardíaco e redistribuição do fluxo sangüíneo para musculatura esquelética e circulação coronariana. 10) Em algumas circunstâncias, como na isquemia, os fatores de controle locais são mais fortes do que os sistêmicos. 11) - aumento da captação de oxigênio do sangue fornecido; - vasodilatação é aumento da quantidade de sangue fornecido; Diogo Araujo – Med 92 - resposta metabólica, passando de aeróbico para anaeróbico; nesse momento, já há liberação de mediadores locais. - lesão de células; - necrose. [não tenho certeza sobre a ordem dos dois primeiros tópicos] 12) O fenômeno de reentrada acontece quando um estímulo, após ativar um segmento de tecido cardíaco, retorna e o ativa novamente. É uma atividade elétrica rítmica sustentada, que pode durar até vários dias, mantida por movimento circular. Representa atualmente um dos principais mecanismos arritmogênicos. Várias propriedades normais e anormais do coração podem produzir arritmias através desse mecanismo (condução decremen Geralmente, retardo significativo de condução (condução lenta) é a anormalidade que permite a ocorrência de reentrada. A reentrada pode ocorrer em vários locais do coração. 13) Página 118 do Guyton muito muito antigo. Na hiperpotassemia, como há acúmulo de cargas positivas fora dos miócitos, a diferença de potencial (potencial de repouso) entre os meios intra e extracelular se torna ainda maior. Em outras palavras, o potencial da célula cardíaca fica menor. Com isso, há redução da força de contração cardíaca, arritmias e morte. Na hipercalcemia, acontece o contrário. O excesso de cálcio caminha no sentido de aumentar a força de contração do coração, produzindo contração espástica. 1) Neural, neuro-humoral e humoral. Entre os mecanismos neurais, os reflexos exibem “escala de força”. A isquemia cerebral é a mais forte. Depois, vem o reflexo barorreceptor, que se sobrepõe a todos os demais. 2) Imediata – neural, intermediária – neuro-humoral e humoral longa – renal/humoral 3) A vasopressina é um hormônio com efeito antidiurético e vasoconstrictor. A vasopressina é um peptídeo liberado das terminações axonais dos neurônios da neurohipófise, em resposta a elevação da osmolaridade plasmática, hipovolemia grave e/ou hipotensão. Provoca vasoconstricção pela interação com receptores V1 presentes na musculatura lisa vascular, e exerce efeito antidiurético pela ativação de receptores V2 presentes nos ductos coletores renais. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000400006 Diogo Araujo – Med 92 O fator natriurético atrial (FNA) é um peptídeo circulante com propriedades natriuréticas, diuréticas e vasodilatadoras. Participa da homeostase cardiovascular e da modulação do crescimento celular. O RNAm do fator natriurético atrial foi encontrado em vários tecidos, sendo mais abundante nos átrios cardíacos. O fator natriurético atrial é produzido e liberado, normalmente, pelas células do músculo atrial. Contrabalança os efeitos do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Suas concentrações plasmáticas aumentam em resposta à distensão do tecido atrial e parecem antagonizar os efeitos da angiotensina II no tônus vascular, a secreção de aldosterona, a reabsorção de sódio e o crescimento celular. A nível cardiovascular estes peptídeos ocasionam: - diminuição da resistência vascular sistêmica (pós-carga) e da pressão arterial sistêmica. - diminuição da resistência vascular pulmonar e da pressão arterial pulmonar. - venodiladação e diminuição do retorno venoso com redução da pré-carga. - dilatação da artéria coronária com diminuição da resistência da artéria coronária e aumento do fluxo sanguíneo coronariano, porém sem efeitos inotrópico e cronotrópico positivo. - aumento do fluxo sanguíneo renal, da filtração glomerular e da produção de urina. http://www.iacs.com.br/txt/inf139.htm A catecolamina é produzida pela medula da adrenal. As células cromafínicas representam 10% da glândula. As catecolaminas são a dopamina, adrenalina e noradrenalina (epinefrina e norepinefrina). Também existe um sistema extra-adrenal, de grupos de células neuroendócrinas amplamente distribuídas: células do coração, fígado, rins, gônadas e neurônios adrenérgicos do sistema nervoso simpático pósganglionar e sistema nervoso central. Os diferentes mecanismos de ação são explicados pela presença de diferentes tipos de receptores encontrados nas células. Estes receptores encontram-se em vários tecidos e mediam diferentes respostas. Os receptores adrenérgicos podem ser de dois tipos: α e β. Os receptores α são mediadores de ações estimulatórias de adrenalina e noradrenalina sobre a musculatura lisa. São divididos em α1 e α 2. Os receptores β têm ação inibitória sobre a mesma musculatura e também se dividem : β1 e β2. As catecolaminas adrenérgicas promovem a vasoconstrição por ativação dos receptores α 1 e α 2. Podem causar vasodilatação em baixas doses, no músculo Diogo Araujo – Med 92 esquelético e no fígado, por ativação de receptores β. Estes, quando ativados também são responsáveis pelo aumento de freqüência cardíaca. http://www6.ufrgs.br/favet/lacvet/restrito/pdf/adrenal.pdf Sistema renina-angiotensina-aldosterona As Células Justaglomerulares da parede da arteríola aferente, em face da diminuição da pressão de perfusão e da pressão sistêmica, secretam a enzima renina que leva à formação de angiotensina II. Angiotensinogênio (hepático) ======> angiotensina I =============> angiotensina II Renina ECA (pulmão e rins) Ações da Angiotensina • promove a vasoconstrição tanto sistêmica quanto da arteríola eferente com conseqüente aumento da taxa de filtração. Esse processo de auto-regulação permite que a taxa de filtração seja mantida mesmo quando o fluxo sanguíneo renal é baixo. Impede a falência renal na hipotensão arterial. • Estimula a liberação da aldosterona (mineralocorticóide adrenal) que promove a + reabsorção do Na que carreia água para o leito capilar auxiliando no aumento da pressão arterial • Induz a liberação de ADH que aumenta a reabsorção de água. http://www.uff.br/fisiovet/Fisiologia_Renal.pdf 4) Primeiramente, há a perda do tônus parassimpático (já que a resposta vagal é mais rápida). Em seguida, há aumento do tônus simpático, com maior freqüência cardíaca e aumento da força de contração do coração. Aspectos fisiopatológicos HAS Aterosclerose Isuficiência coronariana Insuficiência cardíaca Diogo Araujo – Med 92 Diabetes Chagas O objetivo da regulação é manter uma pressão arterial média constante. Representa a pressão de enchimento vascular. É a variável mais importante. Centro vasoconstrictor, vasodilatador, cardio-inibidor. Nervo de Hering (ramo do nervo glossofaríngeo que inerva o seio carotídeo) e glossofaríngeo para transmissão de comandos dos barorreceptores para o SNC. Esses barorreceptores são estimulados com a distensão. Essa informação chega aos centros cardio-inibidor e centro vasomotor, estimulando e inibindo (respectivamente). Quando há aumento da PA, há grande aferência para esses centros. Há ativação do centro cardio inibidor e inibição do centro vasomotor, com diminuição da pressão arterial. A invervação cardíaca é feita pelo simpático, que inerva todo o coração. O parassimpático está mais presente na inervação dos nodos atrioventricular e sinoatrial. As artérias somente possuem inervação simpática. No entanto, possuem receptores de acetilcolina. Estudar o sistema renina-angiotensina. A alteração do fornecimento de nutrientes e gases para a célula, as próprias células passam a liberar óxido nítrico para dilatação capilar. A endotelina tem ação oposta. Promove vasoconstricção. Isquemia tecidual importante faz com que o local não responda mais aos comandos sistêmicos. Responde somente a fatores locais, com vasodilatação e diminuição de pressão hidrostática. Em estados de choque (isquemia), há quatro tipos de respostas básicas: - aumento de fluxo sanguíneo; Diogo Araujo – Med 92 - aumento da captação de oxigênio do sangue fornecido. A produção local de lactato já fornece uma diminuição do pH local; - resposta metabólica, passando de aeróbico para anaeróbico; nesse momento, já há liberação de mediadores locais. - lesão das células; - necrose. As últimas são respostas locais. As duas primeiras, sistêmicas. Na HAS, há uma doença vascular hipertensiva, com hipertrofia e hipertrofia da camada de músculo liso do vaso. O mesmo acontece no coração. Hipertrofia, hiperplasia e deposição de colágeno, com alteração da disposição das fibras. Há um aumento progressivo da área cardíaca. Alteração da mecânica ventricular, com piora de sua função. É a remodelagem miocárdica. Fenômeno de reentrada: partes do miocárdio tenham vias de despolarização rápida e lenta. Áreas de fibrose fazem com que o estímulo passe lentamente. A reentrada faz com que o estímulo se perpetue em uma área do músculo. Gera arritmias. O fluxo sanguíneo cerebral depende da pressão intracraniana. Dissecção da aorta sangue perfura a camada íntima da aorta e cria dois lumens. Nesse caso, é necessário reduzir rapidamente a pressão sanguínea. Fisiologia Cardiovascular e Esforço Físico Exercício é algo fisiológico. A condição de esforço é assim. Possuímos capacidades em reserva para serem utilizadas quando de uma condição de esforço. O exercício pode se comportar de maneira não fisiológica quando não estamos preparados para realizá-lo. Ajustes cardiovasculares alterações agudas Adaptações cardiovasculares alterações dadas a longo prazo Diogo Araujo – Med 92 Cronicamente, há diferença significativa na mortalidade entre indivíduos que se exercitam e que são sedentários. Geralmente, o que se altera é a parte cardiovascular. Pouca intensidade de exercício pode ser muito benéfica para a saúde cardiovascular. O máximo de desempenho pode estar associado a várias agressões à saúde. Parece ser melhor ser gordinho ativo do que magrinho sedentário. Por que a obesidade? Parece que a redução de movimento tenha sido a grande responsável por isso. A redução da atividade física parece ter sido muito grande. A ingestão calórica parece ter reduzido ao longo dos últimos anos. Etiologia da obesidade: comportamentais. multifatorial, determinantes biológicos, determinantes Determinantes comportamentais: - social -cultural - econômico - histórico Vivemos em um ambiente obesogênico. No passado, o ambiente agredia muito a saúde (moradia, saneamento). Controle de doenças infecto-parasitárias também passaram a ser mais bem controladas. Hoje em dia, o estilo de vida é o principal fator determinante de diversas enfermidades. Obesidade não depende somente de vontade. Parte de todo um contexto psicológico. Uma parcela pequena da população irá adoecer e morrer cedo, independentemente do estilo de vida. Há outros indivíduos que possuem vida longa e saúde por sofrerem pouca influência do estilo de vida. No entanto, 80% da população tem a sua saúde dependente do estilo de vida. Obesidade indivíduo com IMC maior ou igual a 30. A informação por si só não muda comportamento. É necessário que haja mudanças de hábitos. Diogo Araujo – Med 92 O movimento estressa o aparelho cardiovascular. Com isso, o risco é maior. No entanto, a prática contínua de exercícios físicos oferece menos riscos do que o sedentarismo. Exercício atividade feita com prescrição. Atividade física qualquer movimento que envolva gasto energético maior do que o gasto do repouso. Atividade física mínima recomendada 30 minutos diários de atividade por, pelo menos, 5 dias da semana. Quaisquer melhoras para um indivíduo que está sedentário representam grande aumento dos benefícios. Gráfico de sobrevivência. Unidade MET taxa de equivalente metabólico. 1 MET corresponde ao uso de oxigênio no repouso. Relação entre capacidade física ao teste de esforço e longevidade. Um indivíduo pouco ativo (que saiu do sedentarismo) apresenta uma diminuição de 66% dos riscos. Fatores de risco clássicos para doença cardiovascular: tabagismo, níveis altos de colesterol e pressão arterial elevada. Mudança de estilo de vida, em pré-diabéticos, tem um maior impacto sobre o não desenvolvimento da enfermidade do que a metformina. A recomendação é de 10000 passos diários. Atividade moderada 3 a 6 METs. Eleva um pouco a freqüência cardíaca e a respiração, mas mantém a capacidade de conversação. Atividade intensa mais que 5 METs. Exercício de força é indicado para a manutenção da saúde. Diogo Araujo – Med 92 Capacidade de força, flexibilidade, capacidade aeróbica... Atividade aeróbica atividade realizada por longo período, com gasto energético menor do que ele seria capaz. O grau de contração é muito menor do que o máximo que o indivíduo poderia desenvolver. O tipo de contração muscular é dinâmica (ou isotônica). Atividade anaeróbica grande intensidade, com grau máximo de contração muscular durante o treinamento. O aparelho cardiovascular sofre sobrecarga durante o esforço. Mas quais são as diferenças? - no aeróbico, a sobrecarga cardiovascular é de volume. É a exigência de um DC alto que modifica o aparelho cardiovascular. - no anaeróbico, a sobrecarga sofrida pelo aparelho cardiovascular é de ajuste de pressão. No dinâmico, há ação da bomba muscular auxiliando o RV. FC, PAS e DP são aumentados e compatíveis com o grau de esforço. PAD é estável. No isométrico, há diminuição do fluxo local. A FC e PAS é relativamente maior. Há aumento da PAD e o DP é relativamente maior. No indivíduo que faz atividade isométrica, há aumento da resistência vascular periférica importante, com repercussões hemodinâmicas. A pós-carga está aumentada. Com isso, o miocárdio se torna cada vez mais espesso. Há hipertrofia ventricular esquerda, à custa de aumento da espessura ventricular esquerda. O volume diastólico final tende a aumentar muito pouco. No indivíduo que faz atividade isotônica, a sobrecarga de volume demanda que haja aumento da luz do ventrículo. Após o treinamento, há aumento da luz do ventrículo, com hipertrofia ventricular esquerda. O volume diastólico final aumenta muito. Há pequeno aumento de espessura ventricular. DP duplo produto. “Duplo produto é uma medição estimativa de esforço cardíaco e de consumo de oxigênio pelo miocárdio. Seu valor é obtido pela multiplicação da frequência cardíaca (medida em bpm) pela pressão arterial sistólica (medida em mmHg). Os valores de referência para o duplo produto de um indivíduo variam em média entre 6.000 em repouso até 40.000 em exercícios exaustivos.” A adaptação é específica ao tipo de estímulo. Diogo Araujo – Med 92 Em ambos, se espera uma bradicardia. No entanto, ela é mais fácil de ser percebida em treinamentos aeróbicos. Para perda de peso, realiza-se atividade de força e aeróbica. Isso porque, se há aumento muscular, no repouso, o indivíduo passa a gastar mais energia do que gastaria. Organismo tende a ter uma memória fisiológica para um exercício realizado. Tanto a PAS quanto a PAD são influenciadas pelo DC e pela RVP. Só que a sistólica tem maior relação com o DC e a PAD, com a RVP. Se a RVP for diminuída, a tendência é que a PAD diminua. No exercício dinâmico, por exemplo, a tendência é que a PAD diminua ou permaneça estável. A PAS tende a aumentar de maneira proporcional ao aumento do trabalho. No exercício de esforço, espera-se um aumento tanto da PAD quanto da PAS. Isso porque há compressão mecânica dos vasos durante a contração muscular. Muitas vezes, a restrição ao fluxo sanguíneo faz com que as fibras musculares entrem em metabolismo anaeróbico, com produção de ácido lático. Quanto maior o número de contrações, maior a demanda de oxigênio pelo miocárdio. Quanto maior a resistência, maior a pós carga e a necessidade de trabalho pelo coração. Por isso que, quando a RVP ou o DC aumentam, há aumento de DP. O hipertenso também precisa realizar exercícios de força. Conceito de duplo produto? DP = FC x PAS Estímulo aeróbico: aumento da atividade enzimática, aumento do tamanho e número de mitocôndrias, aumento de glicogênio muscular, aumento da diferença arteriovenosa de O2, aumento do volume sistólico, diminuição da FC de repouso. Hipertrofia ventricular esquerda Diogo Araujo – Med 92 (com aumento do volume diastólico final), de caráter excêntrico e algum tipo excêntrico (quando o exercício é mal realizado), aumento da espessura do VE e aumento da sensibilidade à insulina. Estímulo anaeróbico: aumento da atividade enzimática, aumento da reserva de ATP, aumento da resistência à acidose e capacidade de remoção do ácido lático. Hipertrofia ventricular esquerda, com algum aumento do volume diastólico final (não aumenta mais devido ao aumento da pós-carga), aumento grande da espessura do VE (aumento concêntrico). Aumento do volume diastólico final faz com que a freqüência cardíaca de repouso seja diminuída. O crescimento concêntrico do miocárdio pode gerar diminuição do volume diastólico final, diminuição do débito cardíaco e aumento da freqüência cardíaca. Além disso, há um limite de crescimento do coração. Se o coração cresce muito, o ponto de pré-estiramento das fibras cardíacas pode ser ultrapassado, com diminuição da força de contração do coração. Agudamente, o aparelho cardiovascular deve se ajustar: aumento do DC (com aumento do VS e da FC). O volume sistólico depende do retorno venoso e da contratilidade cardíaca. O organismo diminui o volume sistólico final e aumenta o diastólico final. O volume sistólico final depende da contratilidade e da RVP. O volume diastólico final depende do retorno venoso e do sistema venoso. Em um teste de esforço progressivo, há aumento linear do DC com a carga de trabalho. Há também aumento da demanda de oxigênio. O volume sistólico tende a atingir um platô. Ele estabiliza. Significa que, na metade da capacidade de esforço, o volume sistólico já é máximo ou quase máxima. Então, para haver aumento do DC, é necessário aumentar a FC. Quando há diminuição do tempo de ciclo cardíaco, há um encurtamento do período de diástole, já que corresponde à maior parte. Taquicardia paroxística aumento excessivo da freqüência cardíaca a ponto de prejudicar o enchimento ventricular. A freqüência cardíaca máxima não se altera com o treinamento. É dependente da espécie. Uma estimativa seria: FCmáxima = 220 – idade Diogo Araujo – Med 92 Do Diogo: -90bpm. Teste submáximo é quando se atinge 85% da FC máxima. Meow =*.*= Bomba respiratória facilita no retorno venoso. A inspiração profunda facilita o retorno venoso. A expiração dificulta. Manobra de Valsalva força expiratória sem deixar o ar sair. É feita durante o exercício. Apresenta grande repercussão cardiovascular. Dificulta o retorno venoso de forma marcante. O volume sistólico diminui. Pelo barorreflexo, a queda de pressão é sentida, com forte taquicardia. Quando o sangue é solto, todo o sangue que tenta voltar entra na caixa torácica e aumenta o RV e o VS de forma abrupta. Com isso, há uma tendência contrária de aumento acentuado da PA. É o rebote de pressão. A freqüência tende a cair. Exercícios depois de alimentação não devem ser realizados porque há dupla carga sobre o sistema cardiovascular. - circulação no aparelho digestório - estresse térmico em intensidades muito altas de exercício, fica difícil trocar calor com o ambiente. Durante o esforço, há uma retirada da ação vagal (retirada rápida). Depois, há um aumento mais tardio da atividade simpática. O vago promove arritmias sinusais de acordo com a respiração, arritmia provocada pelo vago. Quando em posição ortostática, há uma ativação simpática e diminuição da ação vagal. A oscilação diminui. Baixa modulação autonômica favorece o risco de doenças cardiovasculares. O exercício feito antes do limiar anaeróbico parece ser mais seguro por ter uma modulação autonômica muito maior do que no exercício anaeróbico.