Data: 30/06/08 Apresentadora: Miriam de Toni Debatedora: Bruna Steiner Comentário ao artigo: Rhythm Control versus Rate Control for Atrial Fibrillation and Heart Failure NEJM 2008;358:2667–77 O estudo realizado tem como objetivo comparar dois grupos de pacientes com fibrilação atrial e insuficiência cardíaca. Um grupo tem como objetivo extinguir a fibrilação atrial e suas recorrências de forma agressiva (grupo do controle de ritmo) enquanto o outro grupo tem o objetivo de manter a freqüência cardíaca ventricular menor que 80 batimentos por minutos em repouso ou menor que 110 batimentos por minuto no teste de caminhada de seis minutos (grupo do controle de freqüência). Os grupos usaram as drogas de maneira semelhante pela tabela 2 sendo a única diferença significativa a amiodarona, que foi usada largamente pelo grupo do controle de ritmo. O estudo na realidade testa a hipótese Amiodarona versus placebo. Outra questão a ser comentada é que o estudo não foi cegado e isso pode variar o resultado do estudo ou torná-lo tendencioso. Citamos, ainda, a questão dos próprios pacientes comprarem os medicamentos para o tratamento. O texto não explica se foi especificado a marca ou nome comercial dos medicamentos para os pacientes adquirirem, nem se foram usados genéricos ou similares, podendo ficar questionável o verdadeiro efeito dessas drogas. Foram usados beta-bloqueadores em grande quantidade, podendo ter interferido no desfecho do antiarrítmico Amiodarona. Os pacientes que não conseguiram manter o ritmo sinusal ou que pioraram a insuficiência cardíaca trocaram de grupo durante o estudo. 21% do grupo controle do ritmo foram para o controle da freqüência e 10% fizeram o oposto. Durante o texto não foi exposto após quanto tempo de tratamento eles trocaram de grupo e como a medicação foi alterada, além de não ter sido citado dentro dos resultados e na discussão. O desfecho escolhido foi morte (tanto o primário como o secundário). Esse desfecho, apesar de impactante, é distante. O que ocorreu entre o inicio do tratamento e a morte deveria ser melhor monitorado pelos desfechos. Por que o estudo não avaliou a variação da freqüência cardíaca, dos sintomas de insuficiência cardíaca ou a alteração na qualidade de vida desses pacientes?